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Ouvir um tiroteio na porta do Mercado Central na tarde desta segunda-feira, 2, bem perto da banca onde trabalha deixou Jacira muito assustada.
– Todo mundo correndo, se jogando no chão, um caindo por cima do outro, parecendo o Rio de Janeiro e São Paulo aqui, né? Ficou todo mundo assustado. Foi um desespero, na verdade. Podia pegar na gente – afirmou a feirante Jacira da Silva.
Dois adolescentes ficaram feridos e dois homens de 23 anos foram presos bem na frente da entrada principal do Mercado Central, depois de uma troca de tiros com policiais militares.
– Foi uma perseguição, uma abordagem policial ao veículo. Ele realmente é um carro roubado. Isso chamou a atenção da gente. Quatro armas de fogo apreendidas: uma pistola e três revolveres. A informação que eles repassaram é que eles iriam fazer um crime. Eles iriam matar uma pessoa aqui no Mercado Central – disse o policial militar Antônio Vieira.
Com essa situação de ontem, são, de janeiro até agora, pelo menos três momentos de muita tensão e até pânico entre as pessoas que trabalham ou apenas frequentam e passam pelo Mercado Central. Crimes que deixaram um ambiente de medo e insegurança.
Dia 22 de fevereiro, foi na feira do milho que um homem de 55 anos e o filho de 28 anos foram baleados por um homem que estava de moto e já chegou atirando. Pai e filho foram socorridos, mas o pai não resistiu e morreu.
Dois dias antes um homem que estava de carona em uma moto foi baleado e caiu morto quando passava em frente ao Mercado.
A Polícia recebeu informações de que ele teria feito assaltos na área e estaria fugindo.
– Fica o medo, o povo comentando, e ai fica todo mundo com medo. Os feirantes que vem fazer feira, e a gente também que trabalha com dinheiro, ficamos tudo assustado – relatou o dono de um frigorifico, Hernane Vitorino.
O feirante Manuel Celestino disse que o local está um perigo.
– Aqui está demais. A gente está trabalhando assim vendo a hora vir uma bala doida e matar o cara. É desse jeito, porque ninguém está respeitando mais ninguém aqui mais – contou.
Até gente que faz feira aqui há anos está temendo a falta de segurança.
É o caso da dona de casa Socorro Soares
– A gente já vem com medo , né? Porque não só é aqui não, é em todo canto – comentou.
E também da doméstica Luzimar dos Santos.
– Menos segurança para o pessoal que trabalha, que faz compra. Eu sinto (medo), mas aliás, em todos os lugares a gente sente medo de ir – disse.
O Comando do 1º Batalhão informou que a ação de ontem já faz parte do plano de reforço de segurança para o local.
A Polícia Militar disse que está trabalhando para identificar outros suspeitos de crime e planejando novas ações para garantir a segurança no Mercado.
A Secretaria de Desenvolvimento e Controle Urbano (Sedurb) disse que pediu reforço da segurança também. Informou ainda que a Guarda Civil Municipal também realizar rondas no mercado.
Outra denúncia. Durante a ida ao local, a reportagem constatou que os vendedores voltaram a ocupar a rua central, que deveria servir de estacionamento pro povo. Eles não ficaram satisfeitos com as mudanças que já tinham acontecido e voltaram para a rua. A Sedurb disse que segue fiscalizando e que o pessoal está saindo aos poucos do local.
*com informações da TV Cabo Branco