Júnior Gurgel

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Jornalista e memorialista:  Ex- diretor de Jornais e Emissoras de Rádio na Paraíba, com atuações no Radiojornalismo

VENEZUELA PROVOCA TSE SOBRE ELEIÇÕES DE 2022

Revelações recentes do Procurador Geral da Venezuela, endossadas ontem por Nicolás Maduro, reacenderam brasas sob cinzas, com pequenos focos de chamas já se espalhando nas redes sociais, questionando a lisura do pleito presidencial de 2022 no Brasil. O resultado ainda é contestado por grande parte da população, que tem observado a impopularidade do presidente Lula, confirmada agora nas eleições municipais com o declínio surpreendente de sua legenda (PT), principalmente nas regiões, que segundo o TSE, lhes deu a vitória em 2022: municípios do Norte/Nordeste.

O estremecimento das relações” siamesas” Chavistas/Lulistas – amizade surgida na fundação do Foro de São Paulo – tem como culpado ou responsável o diplomata Celso Amorim, escalado pelo presidente Lula para representar o Brasil como um dos poucos observadores internacionais, escolhidos a dedo e aceitos por Maduro, para testificar a legitimidade do pleito.

Estranhamente, o TSE se recusou a enviar um dos seus membros.

A Colômbia, governada pelas esquerdas e presentes nas eleições venezuelanas, foi o primeiro país a denunciar que houve fraude. Celso Amorim, ainda em Caracas, teve conversas reservadas com Maduro e concedeu entrevistas com posições distintas. A CNN dos Estados Unidos assegurou que só acataria o resultado com a publicação das Atas – documento semelhante ao BU – Boletim de Urnas aqui no Brasil. Entretanto, na CNN Espanhola e Brasileira, a versão foi outra. Acreditava na vitória de Maduro, e a divulgação oficial das Atas seria uma questão de tempo (?).

Oposição organizada – exército de voluntários – ficou colada nas mesas coletoras dos votos. Ao encerrarem a votação, exigiu as Atas. Quase todos forneceram. Imediatamente, enviaram cópias para uma central paralela de totalização dos votos. Conseguiram ainda 80%, até que o CNE – Conselho Nacional Eleitoral, percebesse a derrota, e proibisse de fornecer os 20% restantes.

Mesmo faltando 20%, e se todos estes votos fossem computados em favor de Maduro, a oposição venceria o pleito. O resultado foi esmagador: 74% para Edmundo González, 14% para Maduro, 12% nulos e brancos. Mesmo sem as Atas, o CNE convocou Nicolás Maduro, e o declarou vitorioso. Há cerca de quarenta dias, Edmundo González conseguiu exilar-se na Espanha, depois de assinar um termo como derrotado. Em Madri, o Congresso Espanhol se reuniu e por unanimidade declarou Gonzáles como presidente eleito da Venezuela. A grande mídia internacional trouxe de volta às manchetes as eleições venezuelanas. Celso Amorim, abordado mais uma vez sobre o tema, definiu sua posição: o Brasil só aceita a vitória de Maduro com a publicação das Atas e o reconhecimento internacional de sua autenticidade.

O Procurador Geral da Venezuela, através da mídia internacional, respondeu: “qual a diferença de nossas eleições para a do Brasil em 2022? Seu resultado foi anunciado na sala do CNE (TSE). Bolsonaro pediu recontagem e negaram”.

Ontem, Nicolás Maduro se queixou da traição de Lula: “fui apunhalado pelas costas… O Brasil nos impediu de ser membro dos BRICS, exigindo as atas da eleição”. Por que Alexandre de Moraes ainda não permite a recontagem dos votos de 2022? Nas duas abordagens, TSE ou ministro Alexandre de Moraes não responderam aos Venezuelanos. O prazo para o TSE implantar o voto impresso se vencerá em 03/10/2025. O Congresso tem discutido até o sexo dos anjos. Mas, e o voto impresso?

QUAL O DESTINO DAS PESQUISAS ELEITORAIS?

Cientistas políticos dos Estados Unidos – numa visão diferente e bem à frente dos nossos tupiniquins – consideram ultrapassados os atuais métodos de sondagens, aplicados para apontar “quantitativamente” a preferência da maioria do eleitorado.

A partir do momento que os erros começaram a superar os acertos, sobre o resultado final dos últimos pleitos (eleições presidenciais), temendo falhas, elevam o número de indecisos, e na reta final preferem sugerir “empate técnico”, dentro da margem tolerável, garantindo 95% de credibilidade do trabalho.

Em Campina Grande – PB, eleições de ontem 27/10/2024, o professor Pedro Cezar (6 Sigma) que pesquisava para o núcleo da campanha de Bruno Cunha Lima, acertou o resultado, dentro da margem de erro, e os 95% de confiança. Na sexta-feira (25/10/2024) procuramos confirmar se os dados 61% Bruno, 39% Jhonny estavam corretos. Respondeu sim. O que de fato se consumou. Bruno recuou de 61% (arredondando) para 58%. Jhony subiu de 39% para 42%. Sua metodologia é diferenciada, com cálculos, estimativas e projeções inseridos em quadros comparativos, deixando-o um passo à frente da concorrência.

A desconfiança nas pesquisas é um fenômeno que vem acontecendo em todo o planeta. Poucos são os Institutos que “milagrosamente” acertam os resultados previstos em suas projeções estatísticas. Na Europa, os desacertos têm sido gritantes. Partidos que dormem eleitos acordam derrotados, com resultados estapafúrdios revelados pelas urnas, onde o voto é simultaneamente usado pelo processo eletrônico e confirmado no papel, auditáveis e obrigatoriamente recontados – em caso de dúvidas – quando a diferença é mínima. Na maioria dos países da zona do Euro, foi proibido a divulgação de pesquisas nos 15 dias que antecedem as eleições.

No início dos anos 60 a divulgação de pesquisas eram “furos” do jornalismo, que as encomendavam para antecipar através de projeções o resultado da eleição. Um trabalho duro e sério, realizado presencialmente por equipes de campo. Os partidos começaram a usá-las como peça de propaganda, para mudar a opinião do eleitor e levar às urnas os indecisos. Quem despontava à frente, desanimava o votante da oposição. Prevalecia a “Lei de Gerson”: levar vantagem em tudo, votando naquele que venceria.

Grupos independentes das grandes universidades dos Estados Unidos se debruçaram sobre o problema – a partir da confusa disputa de 2008 – e começaram a investigar suas origens. Esbarraram na internet, hoje usada em larga escala nas pesquisas. Nas eleições de 2008, o democrata Barack Obama derrotou o Republicano, herói de guerra, John McCain. O país na época tinha 67% de sua população branca. O racismo (cor da pele) ainda era muito forte. Como um afrodescendente conseguiu vencer um norte-americano branco genuíno, despido de radicalismos, querido e respeitado por todos, defensor de programas sociais? A população hispânica, somada aos negros, representava apenas 17% do eleitorado.

Foi a partir de 2008 que apenas seis eleitores, em cada dez ligações realizadas pelos pesquisadores, respondiam o questionário. O número foi se reduzindo. Hoje, de cada dez ligações, ou visitas presenciais, apenas dois respondem. Se a meta for ouvir 2 mil pessoas, são realizadas 10 mil ligações ou visitas. O que pensam, e como irão votar os demais 8 mil? A alternativa foi usar o marketing, para induzir o “efeito manada”. O “Guru” Antônio Lavareda, e seu extinto IBOPE – a partir de 2010 – perderam totalmente a credibilidade. Seus prognósticos tropeçaram feio. O eleitor passou a considerar ser mais fácil acertar na mega-sena, que apostar nos resultados do IBOPE.

Lavareda tornou-se um consultor, analista histórico, observador de novas tendências e desistiu de sua “bola de cristal”. Ontem, na CNN analisando a derrota de Guilherme Boulos, não soube explicar o motivo do “Psolista” perder em todas as zonas eleitorais que havia vencido no primeiro turno, inclusive no seu bairro.

ADRIANO GALDINO COMEÇA A SUBIR A LADEIRA

Publicado em 23 de outubro de 2024

A escalada com vistas à sucessão do governador João Azevedo – desafio sempre cogitado pelo presidente da ALPB Adriano Galdino prontificando-se para a empreitada – teve início ontem, após ele ser entrevistado pelo sistema Arapuan. Não esperou ser anunciado pelo atual inquilino do Palácio da Redenção, de quem espera receber apoio além do político. Como humano e Cristão, confia piamente na gratidão. Há dois anos, Adriano o conduziu pelos áridos caminhos do segundo turno, consagrando sua vitória.

Por mais que se avigore no projeto de consolidação de João Azevedo – liderança estadual no comando de um bloco político ocupando uma vaga do senado federal – Galdino enfrenta barreiras impostas pelos membros da “corte”. Figuras palacianas, impopulares, que nunca passaram pelo batismo das urnas, porém paradoxalmente são influentes nas decisões do chefe do executivo, orientando-o sempre em direção oposta e desagregadora. Insistir e persistir é necessário, desde que se vislumbre perspectivas de êxito. Entretanto, quando se torna perceptível a inexistência de consenso, é hora de discutir a “relação”. Sem reciprocidade, a convivência se torna conflituosa.

O cavalo não está passando, está selado e esperando na porta de Adriano Galdino. Cabe a ele decidir, se inicia ou não, a viagem dos seus sonhos. Outra oportunidade dificilmente acontecerá. O momento é agora, ou nunca.

As dificuldades serão superadas no dia a dia do trajeto. Galdino confessa abertamente que em sua vida nada foi fácil. Sonhou em ser prefeito de sua terra natal e conseguiu. Achou que tinha chances de ocupar um dos assentos da Casa Epitácio Pessoa – não medindo o tamanho do desafio – e alcançou. E para chegar à presidência da ALPB? Foi uma decisão solitária. Procurou o então governador Ricardo Coutinho, para conversar a respeito de seu intento. Como resposta, o que pressentiu foi o início de um diálogo desencorajador. Antes que Ricardo concluísse, ele o interrompeu: “eu não estou pedindo seu apoio, governador. Estou apenas lhe comunicando”. Elegeu-se presidente.

O político se torna líder e se faz respeitado, pelo valor inquebrantável de sua palavra, posições firmes e decisões inarredáveis após tomadas. Adriano hoje é um nome “estadualizado”, e está na mesma estatura do governador João Azevedo. Conhece pelo nome e seus problemas, lideranças expressivas dos 223 municípios da Paraíba.

O que estava lhe faltando? Coragem, ousadia e audácia, ele tem em estoque. Mostrou a Paraíba em 2022, elegendo seu irmão, ex-vereador de Campina Grande, deputado federal. Seu apoio a Efraim Filho, compondo a chapa de oposição a João Azevedo, foi decisivo para suplantar os 530 mil votos de Pollyanna Dutra, candidata palaciana. E no segundo turno, quando todos foram embora, ele ficou e cumpriu sua palavra, decidindo as eleições em favor de João. Se bebeu água de cacimba, ele sabe que “quem chega primeiro, bebe água limpa”.

A DIFÍCIL VIDA EM BRASÍLIA PARA UM EX-POLÍTICO SEM O BROCHE

Publicado em 21 de outubro de 2024

A versão do ex-senador Cássio Cunha Lima, justificando sua presença em Campina Grande para ajudar na reeleição do primo Bruno, e eleger seu sobrinho Ronaldo Cunha Lima Neto vereador, não é das mais convincentes. Morando atualmente em Brasília, cidade que conhece desde a mais tenra idade, sabe que os valores da Capital política do país são outros. O “tratamento” é aferido pelo broche na lapela do paletó.

Não importa a atividade profissional, excetuando-se os bilionários – talvez três ou quatro residam em Brasília – os broches são senhas de acesso ao fechado “clube do poder”, frequentado pelo Parlamento, Poder Judiciário, Poder Executivo, Deputados Distritais e Governo do DF. Sobre eles, os holofotes da Nação.

Agendas estouradas, sobram convites para almoços com presidentes das centenas de grandes entidades classistas; filas de empresários a sua procura; jantares e festas nas Embaixadas; viagens em comitivas ao exterior; cortesia de Banqueiros, grandes investidores, tapete vermelho para ser recebido pela elite econômica do país.

A vida de um político sem mandato em Brasília, é deprimente. São esquecidos em quatro anos. Pegam a fila para tratar de assuntos, com seus ex-colegas – quer sejam do parlamento (Senado e Câmara) Ministérios, STJ, TST, STF, STM -. o celular começa a ter ligações recusadas. O passado ficou no ontem, e o hoje é dedicado para assegurar seu espaço no amanhã. Um pedido atendido é considerado como favor concedido, em memória dos velhos tempos. Se repetido, torna-se abusivo. E o pior, é carregar consigo o semblante de derrotado, na obrigação de contar repetidas vezes a história de seu infortúnio nas urnas. Em seguida, vem a cobrança: E por que não volta a disputar? Seu amigo Aécio Neves foi presidente da Câmara, Senador, candidato a Presidente da República e hoje é deputado federal.

Acompanhei a trajetória de alguns “ex” da Paraíba, Rio Grande do Norte e do DF. Ex-Ministro do STM, José Luiz Clerot, querido no TSE por ser deputado federal da Paraíba. Sem mandato, o ostracismo o alcançou. Só Sarney, o atendia. Por onde anda Carlos Ayres de Brito, Joaquim Barbosa, José Serra, Aloysio Nunes… Até o próprio FHC? Completamente esquecidos.

Sarney previa isto. Quando foi presidente, na Constituinte de 1988, criou um Estado “Amapá” para voltar a política como senador e presidente do Congresso no governo FHC.

A permanência de Cássio em Campina Grande, após o primeiro turno, sugere que sonha em voltar à vida pública. Foram-se trinta anos. Como começar a vida, escolhendo uma atividade – qualquer que seja – se nada aprendeu sobre ela desde a juventude? Quem ingressou na vida pública aos 21 anos, elegendo-se deputado federal, em seguida prefeito de Campina Grande por três vezes, governador do Estado (duas vezes) e senador da república, não sabe fazer outra coisa, a não ser política.

No último sábado (19/10/2024), na gigante manifestação promovida pelo candidato Bruno Cunha Lima, Cássio tomou um “banho de povo”. Nas calçadas das ruas por onde passou a carreata, viu o povo gritar seu nome, acenar, procurar pegar em sua mão. Por momentos, em sua mente, recordações dos velhos tempos o convenceu que este sempre foi seu mundo. Se seu propósito em permanecer na cidade foi uma sondagem ou prospecção sobre a possibilidade de volta à vida pública, basta calçar as sandálias da humildade, escolher palavras certas, ouvir mais que falar, e abrir-se ao diálogo interagindo com as atuais lideranças políticas estabelecidas. Recomeçar como deputado federal é um grande triunfo. “Qualquer roupa, veste um nu”.

MUDANÇA RADICAL NO SISTEMA: PT VAI PARA O CENTRO E CENTRÃO SERÁ TRANSFORMADO EM KASSABÃO

Publicado em 17 de outubro de 2024

A substituição (já prevista) da presidente do PT Gleisi Hoffmann pelo prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva – derrotado no último dia 06/10/2024 – só vem constatar o que já era esperado pelos “Memorialistas Políticos”: as esquerdas não largam o osso. É a “metamorfose ambulante”, música de sucesso dos anos setenta interpretada pelo saudoso roqueiro Raul Seixas, letra do hoje consagrado escritor Paulo Coelho.

Seu grande mentor, ex-terrorista Zé Dirceu, ultimamente vem aparecendo muito e oportunamente dando o recado da “mudança”. Não é a primeira vez que a legenda dá suas guinadas para sobreviver no seu confortável estilo de vida “caviar”.

O Jornalista – hoje blogueiro ideológico – Ricardo Noblat, postou uma declaração recente de Lula justificando a antecipação da eleição para a presidência da legenda, afastando Gleisi, “promovendo-a” para um Ministério. O estilo Vargas. Criava-se um cargo pomposo para tirar do comando, e da caneta, quem o estava atrapalhando. Segundo Noblat, Lula havia se queixado que seus infortúnios só aconteceram quando ele ouviu e seguiu orientação das esquerdas (?).
Então, quem é Lula?

O jornalista Rodrigo Constantino “pinçou” declarações de Zé Dirceu sendo entrevistado pela Veja, sob o comando de Reinaldo Azevedo. “Temos que partir para um acordo”. Inclusive já conversamos com o Tarcísio de Freitas (governador de São Paulo) sobre a reforma da educação … Reinaldo interrompeu Dirceu, temendo que ele revelasse o conteúdo da conversa, e comprometesse o projeto do “establishment”. Porém, um pouco mais adiante não conseguiu segurar Dirceu, quando ele enfatizou que o caminho do PT é ocupar o “centro”. Para um bom entendedor, Dirceu está ministrando a “extrema unção” do velho PT comunista, sem velório, e a caminho da sepultura.

O “centrão”, que um dia foi “baixo clero” e elegeu Severino Cavalcanti como presidente da Câmara – derrotando direita e esquerda – institucionalizou o fisiologismo. Hoje está com seus dias contados. Gilberto Kassab, atual vice-governador de Tarcísio de Freitas (SP), após o primeiro turno das eleições municipais, em entrevista no WW da CNN, revelou que tem conversado com Marcos Pereira (Republicanos). Dependendo do apoio dos partidos que compõem a base do governo Lula, Artur Lira não fará seu sucessor. O nome será do PSD, que comandará Câmara e Senado.

Gilberto Kassab está ao lado de Tarcísio de Freitas e Silas Malafaia, “Bolsonaristas” raiz. É presidente do PSD, que paradoxalmente tem três Ministérios no governo Lula, e pretende ampliar sua presença na Esplanada com novos aliados. Diálogo permanente e aberto com Dirceu e Lula, Kassab, cujo partido elegeu o maior número de prefeitos em 2024, tem cacife para se impor. Repetirá sua trajetória como vice-prefeito de São Paulo, quando criou uma legenda e fulminou o PSDB, DEM, que se revezavam no poder.

A crônica política do sudeste – mais independente que a brasiliense – já rotulou o novo processo: “Kassabão”. Sistema criado para enfrentar e derrotar a Direita Conservadora Cristã e Patriota do Brasil. Será difícil. Pipocarão em todo o país dezenas de Pablo Marçal, que em 2026 elegerão governadores, renovarão todo o Congresso, e tem potencial para elegerem o presidente, se o voto for auditável e no papel. Mas, pelo visto, Kassab manterá a urna eletrônica. Este tipo de manobras de “bastidores” fica difícil para o eleitor assimilar, e distinguir quem é quem. Fazendo uma analogia ao mundo do crime, caciques políticos (como bandidos) estão sempre dois passos à frente da Polícia (povão eleitor), constantemente ludibriado.

GILMAR MENDES: CAUSADOR DE VEXAMES CULPA O CONGRESSO DE GERAR VEXAMES

Os focos de incêndio que estão se alastrando entre o STF e o Congresso Nacional superam as queimadas recordes deste ano em todo o país. Não existem bombeiros, nem tempo hábil para debelar o avanço das chamas, até o recesso parlamentar estabelecido pelo calendário das duas Casas Legislativas (22/12/2024).

A aprovação na CCJ na Câmara da “PEC do freio”, limitando os poderes abusivos do STF – que vem rasgando ininterruptamente toda a legislação vigente – subjugando a nação a decisões improvisadas através de atos monocráticos referendados pelas turmas e em plenário do STF, causando danos irreparáveis ao que paradoxalmente a Suprema Corte usa como argumento, justificando seus excessos: “defesa do Estado Democrático de Direito (?)”. Mas, não apontam quem está atentando. O STF extrapolou todos os limites possíveis e imagináveis da tolerância dos demais poderes, que não só assistiram passivamente suas invasões truculentas. Tornaram-se vítimas de seus efeitos.

O ministro Gilmar Mendes adjetivou como “vexame” a decisão da CCJ da Câmara, e a do Senado – ora em tramitação relatada pela senadora Tereza Cristina – limitando o mandato dos Ministros do STF em oito anos. No seu “bojo”, perspectiva do fim da “PEC da Bengala”. “Vexame” são os Simpósios, Seminários promovidos por Gilmar Mendes em Portugal, na sua Fundação, e em New York, através de João Dória. Encontros patrocinados pelos grandes devedores da União, sugadores do BNDES, sonegadores e oportunistas. As vergonhosas manchetes no New York Times, Washington Post, Financial Time, sobre a insegurança jurídica do Brasil, e os atos ditatoriais de Alexandre de Moraes, o Xerifão do Brasil, são “vexames” vergonhosos.

Mendes considerou impossível a revisão pelo Congresso Nacional das decisões ou jurisprudências criadas no vácuo da legislação pelo STF. Além de possível, se constitui num dever das Casas Legislativas. O STF não tem poderes para legislar. Se a decisão de um litígio não tiver amparo, ou originar dúvidas de sua constitucionalidade, o correto é o STF notificar o Parlamento, e exigir regulamentação da Lei. Deputados e Senadores são contratados pelo povo (através do voto) e regiamente pagos (com impostos dos cidadãos) para representá-los nestas ocasiões. A função de “Guardião” (STF) é manter a originalidade e inviolabilidade das leis vigentes. Isto é democracia.

Ao afirmar que é impossível, e jamais permissível pelo STF, a PEC da Anistia dos atos de 08/01/2023, o ministro Gilmar Mendes entra em rota de colisão com a história. Esqueceu o ex-presidente João Batista Figueiredo, e sua visão pacificadora. “Só existirá paz, sem revanchismo, com uma Anistia Ampla Geral e Irrestrita”. Num segundo momento, mesmo contra setores das esquerdas – que só se unem na cadeia – defensores de julgamento dos seus próprios membros, que derramaram sangue na guerrilha, exiliados e impedidos de voltarem ao país, Figueiredo foi enfático: “lugar de brasileiro, é no Brasil”.

O Orçamento Geral da União é uma lei aprovada pelo Congresso Nacional. O Ministro Flávio Dino, através de uma decisão monocrática, suspendeu o pagamento das emendas impositivas, exigindo que o Parlamento aponte uma fonte de receita compensatória. Em seguida, o próprio Flávio Dino, sem apontar “fonte de receita”, determinou o Ministério da Fazenda destinar meio bilhão de reais para combater a onda de incêndios criminosos, ora investigados pela PF. Chegou o momento de derrubar a “ditadura da Toga”. Povo nas ruas, Congresso ouvindo seus reclamos.

ARTUR BOLINHA: O FIEL DA BALANÇA DA CAMPANHA

            Quem levou o médico Johnny Bezerra a alcançar o segundo turno, ontem, 06.10.2024, em Campina Grande, não foi a liderança e aprovação do governador João Azevedo em Campina Grande, que permanece estagnado desde 2022.  Jhonny Bezerra obteve 79.471 (34,58%), ampliando apenas 1,94%, ou 4.471 mil sufrágios, a mais que João Azevedo há dois anos, no segundo turno em Campina Grande.

 O candidato do NOVO Artur Bolinha, Bolsonarista, Direita Cristão Conservador Patriota, saiu das urnas com 16.282 votos (7,09%) do eleitorado Campinense. Bruno Cunha Lima, não venceu no primeiro turno, porque lhes faltou 1,79%. Se Arthur Bolinha não tivesse sido candidato, e apoiado Bruno, não haveria segundo turno em Campina Grande. A falta de diálogo, mediadores e pouca interlocução culminaram na chegada de Jhonny Bezerra ao segundo turno, que a partir de então, se constituirá como a principal liderança da oposição aos Clãs Cunha Lima, Rêgo. Sepultou os Ribeiros, e se derrotado no segundo turno, tem garantido uma vaga na Assembleia Legislativa em 2026. Tomará a vaga de Inácio Falcão. Mas, talvez sonhe até com voos mais altos.

Quem puxou a campanha de Jhonny Bezerra foi o Republicanos, através de Murilo Galdino, escaldado por seu irmão Adriano – presidente da ALPB – que evitou mais um vexame do governador João Azevedo. Onde esteve o Clã Ribeiro? Em João Pessoa, tentando uma vitória de Cícero Lucena em primeiro turno, para lançá-lo ao governo do Estado, invadindo mais uma vez, o espaço do Republicanos.

Uma provável vitória de Johnny, tem que passar obrigatoriamente por Arthur Bolinha, e seu fiel eleitorado conservador. Tarefa difícil pela questão ideológica radical. Por outro lado, o ínfimo percentual de 1,79% que faltou a Bruno, depende dos 7,09% de Arthur Bolinha. Bruno e Bolinha, se afinam ideologicamente. Veneziano Vital do Rêgo cumpriu seu papel, elegeu sua sobrinha e mais dois outros vereadores (MDB). Inteligente, sabe que é hora de ir para Brasília e desobstruir os caminhos de Bruno, que deve se distanciar do “petismo” pregado por “Vené”. O mesmo terá que fazer em João Pessoa, onde ao lado de Pedro Cunha Lima, pediu votos para Ruy Carneiro. Seu momento é 2026, e prudentemente tem que evitar desgastes.

Vence o segundo turno em Campina Grande, quem receber os votos de Arthur Bolinha. Em jogo, as habilidades de Bruno e Johnny para conquistá-lo. Ideologicamente, Bruno leva vantagem, ambos são Bolsonaristas. Bruno tem o que negociar com Bolinha, uma Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento, com poder de caneta e independência. Repetirá o êxito da gestão Enivaldo Ribeiro, e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Bolinha tem ampla visão, para costurar a união do Parque Tecnológico, UEPB, UFCG, FIEP, Associação comercial, e elaborarem projetos que retome o crescimento da cidade, dentro do contexto século XXI. Quanto a Jhonny e João Azevedo, estariam dispostos a fazer mesmo?

Ainda não deu para se perceber o compromisso do governador com Campina Grande. Suas principais ações têm sido em trair investimentos para a Capital.            

AUSÊNCIA DAS PESQUISAS

Campina Grande, a cidade mais politizada do Estado, vive o período eleitoral mais atípico de toda a sua história, nada comparável aos registros memoráveis, marcados por disputas renhidas. Antes das convenções partidárias, para homologação das pré-candidaturas, semanalmente os portais de notícias divulgavam mais de uma pesquisa, que apresentavam Romero Rodrigues como imbatível, acima de 40% das intenções de votos; Bruno Cunha Lima com pouco mais de 20%; Inácio Falcão chegando a 15%, e Jhonny Bezerra no seu encalço, se aproximando de um empate técnico.

Passadas as convenções – desistência de Romero para apoiar Bruno – suspenderam postagens das pesquisas, ou não se aventuram mais em divulgá-las. Talvez, por uma questão de prudência, aguardando o resultado do início da refrega, a partir das mobilizações nas ruas, avenidas e praças. A estreia do guia eleitoral, propaganda gratuita no rádio e na TV; sabatinas e debates entre os “prefeitáveis”, combustível necessário para alimentar o entusiasmo, motivação e empolgar a população, que passaria a brigar por seus preferidos.

Desde o dia 16/08/2024 os partidos foram autorizados a começarem sua propaganda. Dia 30/08/2024 o horário gratuito do guia eleitoral foi legalmente disponibilizado pela Justiça, para uso das legendas e seus candidatos. Já realizaram debates, sabatinas em diversas entidades classistas representativas, entrevistas no rádio e TV, e de repente, o povo silenciou. Existe uma efervescência nas redes sociais dos candidatos a vereador, em sua maioria pedindo voto só para si.

O que está por trás deste fenômeno, no mínimo curioso? O número de veículos “adesivados”, com a foto do candidato a prefeito é bem inferior às campanhas passadas. Os postulantes da oposição ainda não acertaram na “pegada”, com temas polêmicos que despertem o interesse do eleitor indeciso. Falta o tempero no cozido, capaz de exalar o cheiro atrativo do sabor, do prato a ser degustado. Onde se perderam os transformistas e milagrosos “marqueteiros”? Até o presente, para as oposições, nada funcionou. Tudo permanece “como d’antes, no quartel do Abrantes”.

Pelo contrário, o baixo nível de criatividade criou a sensação que a disputa para prefeito tem os tons e cores de uma eleição para Síndico de um Condomínio. O prefeito (Síndico) candidato à reeleição mostra que manteve, concluiu e ampliou o padrão de qualidade, melhorando o conforto dos serviços oferecidos pelo seu antecessor, que o apoia. Seus principais opositores se agarram a um discurso sobre a saúde dos condôminos (co-proprietários). Direita e esquerda, usando argumentação com baixo potencial de persuasão, tentam furar a “bolha”, na busca da radicalização como única alternativa para arrebatar paixões. Ao que aparenta, o povo está deixando esta discussão para 2026.

No horário gratuito da TV, ontem (11/09/2024), Jhonny Bezerra (PSB) falando diretamente para o eleitor, confessou que espera chegar ao segundo turno… (?) Pelo visto, existe expectativa e temor de uma eleição definida em primeiro turno. O ex-secretário da saúde, perdeu muito tempo – talvez mal orientado – e confundiu “campinense” com “campinismo”. A natividade originária nunca foi exigência do “campinismo”, que é um sentimento de paixão pela cidade, na busca permanente de torná-la sempre grande. Só o fato dele residir e trabalhar em Campina, há doze anos, já o tornou um “campinista”, mais respeitado que muitos campinenses que trocaram seu amor pela serra e se encantaram com a beleza do litoral.

SÍLVIO ALMEIDA: O BOI DE PIRANHA DA VELHA MÍDIA

Ontem (06/09/2024), como previsto, o Congresso Nacional teve um dos seus dias mais movimentados da atual Legislatura, instalada em 02/02/2023. Diversas proposituras foram apresentadas por deputados e senadores – coletivas e individuais – em resposta aos eventos do 07 de setembro (2024), após mais uma vez ouvirem a voz rouca das ruas e decidirem interagir com o sentimento coletivo da manifestação pacífica, que pede harmonia entre os poderes, justiça e respeito à Constituição Federal.

Para o jornalismo sério, imparcial, comprometido com a verdade e qualidade da informação, a pauta principal “focaria” na mobilização da Av. Paulista, maior acontecimento político do ano. Infelizmente, os noticiosos das principais redes de TV destacaram a seca na Amazônia e Pantanal, as queimadas, e deram sequência à “fabricada” crise Sílvio Pereira. O boicote já era previsto. A tentativa de “esvaziar” o sete de setembro ocorreu na quinta-feira, que antecedeu a grande manifestação: o “escândalo” Sílvio Almeida. O presidente Lula, “mascarado” de Estadista, exonerou o ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida sob a grave acusação de “assédio sexual”. Quando? Onde? As vítimas registraram pelo menos um BO (Boletim de Ocorrência)?

A “operação” Sílvio Almeida foi mais uma infeliz ideia amadora dos “marqueteiros” palacianos – com aquiescência da velha mídia – cujo propósito era transformar o caso num espetáculo de horror e comoção nacional. Sílvio Almeida ocuparia todos os espaços da mídia, semelhante ao caso de Isabella Nardoni, Suzane von Richthofen… Não surtiu efeito. Pelo contrário, revelou a irresponsabilidade do Palácio do Planalto em nomear para este cargo um degenerado sexual (tarado) com histórico desde os tempos em que era professor universitário e assediava suas vítimas (alunas) com ameaças de reprová-las. Para ocupar um cargo federal, a ABIN faz uma varredura completa na vida do cidadão, desde a mais tenra idade. Por que o nomearam?

Diferente do estuprador, animal sádico que usa da violência sem enxergar a preferência sexual de suas presas, o assediador é um galanteador. A ministra vítima nunca escondeu sua opção sexual por mulheres. Protótipo fora das fantasias de um assediador. Anielle não apresentou sua versão. Uma professora endossou a acusação alegando ter sofrido o mesmo constrangimento, nas mesmas circunstâncias. Quem estourou a “bolha” foi a primeira dama Janja. Aniele e a professora estiveram sentadas ao lado do ministro, em uma reunião – momentos e tempos diferentes – e sentiram a mão “boba” de Sílvio, tentando apalpar (por debaixo da mesa) suas partes íntimas.

O episódio – mesmo que seja verdadeiro – desmereceu a atenção do grande público. Foi decodificado como mais uma “armação” emergencial, para desviar a atenção dos infortúnios vividos pelo governo e STF, dentro e fora do país, enxovalhando por completo a imagem do Brasil. Por que não divulgaram o pedido de impeachment de Alexandre de Moraes (ontem) com número recorde de assinaturas? A pressão para instalar imediatamente a CPI do Abuso de Autoridade; PEC que limita os poderes do STF, e finalmente a Anistia para todos os inocentes presos, processados e condenados pelos atos de oito de janeiro de 2023 (?!) Só este último, as redes de TV – cumprindo pauta – dedicaram apenas dois minutos. Quanto a Sílvio Pereira, terá que deixar o país ou se esconder por um longo tempo, longe de ambientes públicos, para não ouvir em coro “fora tarado”.

A deputada estadual mineira, Macaé Evaristo, nomeada por Lula para substituir Silvio, é do “ramo”. Ré por corrupção, quando foi secretária municipal de Belo Horizonte e comprou 195 mil kits de fardamento escolar, superfaturados, a uma empresa inidônea.

STF E SENADO TEM A OBRIGAÇÃO DE PEDIREM AVALIAÇÃO PSIQUIATRA DE ALEXANDRE DE MORAES

Todas as decisões “monocráticas” do ministro Alexandre de Moraes – examinadas à luz da ciência médica – explicitam que ele está “descompensado” psicologicamente, acometido por um quadro agudo de transtorno emocional. É visível a presença da “esquizofrenia”, evoluindo para um quadro de pânico.

O vazio do seu olhar – para cima, horizonte e laterais – sem observar os interlocutores sequer no debate em plenário atesta desconcentração, angústia e medo, enxergando todos em sua volta como inimigos, a partir dos seus mais próximos auxiliares. Nos seus primeiros dias na Suprema Corte, Moraes tinha um conduta absolutamente distinta da que apresenta hoje. Desde 2022, está agindo como uma fera acuada movida pelo instinto de defesa. Ataca todos em sua volta, indiscriminadamente.

A história antiga, moderna e contemporânea é rica em exemplos de transformações do comportamento humano, quando não estão preparados para lidar com o poder. Robespierre, o culto intelectual que frequentava a Corte, tornou-se um assassino brutal, mandando guilhotinar seus maiores amigos e admiradores da Assembleia Constituinte (Revolução Francesa). Nero, educado pelo filósofo Sêneca, terminou mandando assassinar seu próprio mestre. Leon Trotsky, revolução civil – após a abdicação do Czar Alexandre II – no seu “Trem Blindado”, onde parava, um pelotão de fuzilamento executava civis inocentes e seus próprios companheiros revolucionários, acusando-os de covardia, com a pretensão de se tornar o mais temido dos homens.

Alexandre de Moraes foi um advogado do PCC. Lidou com homens maus, cruéis e psicopatas. E no exercício de sua profissão – mesmo conhecedor do histórico de seus clientes e suas barbáries praticadas – buscava na Justiça direitos para libertá-los, permitindo que voltassem ao convívio social, sabendo que iriam ser reincidentes e voltariam a praticar os mesmos crimes que os levaram aos presídios. Quando libertava um destes assassinos, no dia seguinte uma dezena de vidas começava a ser dizimada. No seu íntimo, o remorso não o torturava? Se não fossem suas ações, quantas vidas não teriam sido poupadas? Qual o destino das viúvas e órfãos dos eliminados?

Em todos os países desenvolvidos a Suprema Corte é composta por Juízes de carreira consagrada como brilhantes. Eruditos estudiosos da Lei, que defendem a Constituição. No Brasil, exceto Luiz Fux e agora Flávio Dino, os demais membros do atual STF são advogados, confrontadores da legislação no exercício de suas profissões. Um paradoxo sem precedentes. Os abusos, absurdos e decisões inconstitucionais, praticadas por Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, são merecedores de uma ampla investigação pelo Senado Federal. Toffoli sequestrou o COAFI. Esperamos que alguém lembre. Fachin mandou o MST invadir terras.

Luís Roberto Barroso defendeu e até escreveu um livro sobre o terrorista Cesare Battisti, assassino frio, réu confesso, tirou a vida de quatro inocentes e deixou uma criança – hoje sexagenária – paraplégica. Protegido por Lula no Brasil até a vitória de Bolsonaro. Saiu do país e foi preso no Chile, deportado para a Itália, onde cumpre prisão perpétua. Em entrevista, nunca se arrependeu de seu ato atroz.

Só num país chamado Brasil, no dia da comemoração de sua indecência o povo irá às ruas – próximo 07 de setembro – não para celebrar o heroísmo histórico de nossos ancestrais. Mas, para pedir o impeachment de um ministro do STF. O Senado Federal deveria pedir um teste de Rorschach de todos os atuais Ministros do STF. É a única maneira (segura) do país saber se estamos sendo vítimas e reféns de psicopatas.

CANAL ACAUÃ/ARAÇAGI: AÇÃO POLÍTICA DE NEY SUASSUNA A PARTIR DA TRANSPOSIÇÃO E CONSTRUÇÃO DE ACAUÃ

A conclusão do canal de Araçagi tem um alcance socioeconômico regional que vai além da segurança hídrica – garantindo abastecimento de água permanente – suprindo necessidades humana e animal de doze municípios. Com a Implantação de um perímetro irrigado de 16 mil hectares, fixará o homem no campo, evitando o êxodo dessas populações para as grandes cidades – mão-de-obra desqualificada – à procura de emprego. Amanhã (30.08.2024), o presidente Lula e o governador João Azevedo inaugurarão uma obra que beneficiará diretamente 600 mil habitantes.

A pequena irrigação se tornou um modelo de micro empreendedorismo rural altamente rentável desenvolvido nas pequenas propriedades (minifúndios), programa exitoso na região Sul do país, onde se destacam os Estados do Paraná e Santa Catarina. Garante uma boa renda familiar, gera empregos diretos e indiretos, amparados na produção de grãos, hortifrutigranjeiros e tubérculos. Na Paraíba, com muito sol, serão três safras por ano. Reduzirá o preço da cesta básica do paraibano, que hoje importa até banana do Rio Grande do Norte, cultivada no Vale do Assú.

Campina Grande e todo o compartimento da Borborema estavam com seu futuro comprometido, pela falta do “líquido precioso”. Suas populações cresceram, e a Capital do Trabalho, sem água, ficou à margem da instalação de grandes plantas fabris. A luta pela transposição das águas do São Francisco foi abortada no governo Sarney pela crise econômica e hiperinflação. O tema voltou no governo Itamar Franco, quando Aluízio Alves licitou a contratação, para elaboração do projeto. Desacelerou-se no primeiro governo de FHC. Apesar de grandes mobilizações, como o “grito das secas”, os Estados da Bahia, Sergipe e Alagoas foram contra. Até o meio “artístico” encabeçado pela paraibana Elba Ramalho, protestava (?) Diariamente dava declarações à mídia, contra a transposição.

O presidente Fernando Henrique Cardoso nomeou o líder do PMDB no senado, paraibano Ney Suassuna, para o Ministério da Integração Nacional. O ex-secretário de Recursos Hídricos, José Silvino Sobrinho, o procurou e entregou-lhe uma minuta do projeto. Ney, que já havia sofrido uma queda, em cima de uma pilha de latas vazias em frente ao Congresso, disse que não perderia a oportunidade. Licitou a obra, começou a construção, chegando a concluir toda a tomada d’água e iniciando o canal principal. Infelizmente, teve que renunciar – apesar de FHC ter insistido em sua permanência – para ser candidato a governador. O ritmo foi desacelerado, e a obra paralisada.

Neste interregno, para salvar Campina Grande da sede deu uma canetada e construiu Acauã, sob o protesto de quase toda a Paraíba. As entidades classistas e oposição ao governo e Ney, argumentavam que Acauã seria abastecida pelos esgotos de Campina Grande. Jamais sangraria. A água seria imprestável para o consumo. Ney retrucava, apontando que as águas viriam do São Francisco. Além de 60 milhões de reais para a obra, mais 60 foram destinados para aquisição de equipamentos complexos – grandes bombas – para a estação elevatória levar a água até Gado Bravo, cerca de 580 metros de altitude. Canos, bombas, sistemas elétricos… Misteriosamente, todo este equipamento desapareceu. Com a chegada da transposição a Boqueirão, as águas de Acauã, que viriam para Campina Grande, agora serão destinadas ao canal de Araçagi.

Registro histórico: a transposição teve duas inaugurações na cidade de Monteiro. Uma com a presença de Michel Temer, outra com a presença de Dilma (já impedida). Ney não foi convidado para nenhum dos eventos. Acauã quando sangrou, Maranhão estava rompido com Ney. Também não esteve lá. E amanhã, mesmo sendo suplente de Senador, temos a certeza que também foi esquecido. Este tipo de ingratidão, machuca.

ELEIÇÕES EM CAMPINA GRANDE: JHONNY BEZERRA COMETE ERRO QUE PODE SER FATAL

O médico Jhony Bezerra, candidato a prefeito de Campina Grande pelo PSB, mostrou ser um obstinado, destemido, audacioso, ao aceitar o desafio de enfrentar os Clã Cunha Lima e Rêgo juntos, sob as bênçãos do festejado ex-prefeito Romero Rodrigues, apontado em pesquisas como o favorito disparado à frente de todos e de todas as legendas. Romero recuou. Jhony seguiu em frente e permaneceu na disputa.

Quem descobriu, transformou e imprimiu a imagem do técnico Jhony Bezerra – ex-secretário da saúde – encaixando-o num perfil político, oferecido como alternativa para as eleições municipais de Campina Grande, foi a mídia campinense. Subestimada – com seu potencial mal avaliado – sofrida, ignorada e pouco reconhecida na Capital, que valoriza um pequeno grupo de “canastrões”, bajuladores do Palácio da Redenção a desserviço do poder, ignorando quem esteja como governador de plantão.

Jhony Bezerra acertou quando escolheu Zé Maria da Mix – em nossa opinião um dos melhores marqueteiros que conhecemos – campeão de muitas vitórias eleitorais na Paraíba. Mas cometeu um erro crasso ao “importar” Fabiano Gomes, como seu conselheiro e orientador político, para coordenar o jornalismo (mídia) de sua campanha. Uma decepção total para aqueles que estiveram no primeiro momento, e na linha de frente, não deixando Jhony só, no seu duelo contra os Clãs.

Fabiano Gomes, que confunde radiojornalismo com “grito” – ameaças, intimidações e chantagens – é desprezado por toda a categoria profissional da área, por ter comprometido a imagem do jornalismo e radiojornalismo, com as ações que o levaram a prisão, arrastando com ele parte da classe política de Cabedelo e um dos maiores empresários de João Pessoa, Roberto Santiago, proprietário de dois Shopping Center na Capital. Intermediou subornos de prefeito a vereadores. Chegou a revelar recentemente que Tovar Correia Lima só foi reeleito porque ele embarcou em seu avião e foi comprar 600 votos em Cajazeiras.

Ninguém é perfeito, erros são escolhas. A prisão não é apenas um processo punitivo, tem a função precípua de ressocialização. Fabiano Gomes está envolvido na ressocialização. Levará algum tempo para que a sociedade o perdoe, e não o considere mais uma ameaça à lei, a ordem e aos bons costumes. Nada pessoal contra sua pessoa.

Um comunicador paraibano se locomovendo de avião? ficou patente a existência de algo misterioso e escabroso. Não conhecemos nenhum jornalista em Campina Grande que tenha um veículo, com no mínimo cinco anos de uso. Muitos dividem seu tempo de trabalho entre o Distrito dos Mecânicos e as borracharias, vez por outra interrompendo involuntariamente o trânsito, contando com a ajuda de transeuntes, para empurrar seu calhambeque e pegar no tranco.

Jhony Bezerra esqueceu de valorizar a “prata da casa”. Aqui temos nossos gênios, que conhecem a cidade, seus problemas, os “gargalos” do cotidiano vivido pelos habitantes dos bairros e periferias, populações que os tem como seu porta voz.

Os primeiros passos de Jhony Bezerra deveriam ter sido em direção a ACI (Associação Campinense de Imprensa) e lá apresentar-se para ser sabatinado por todos. Acertaria onde Bruno errou, que até hoje não sabe onde funciona a ACI. Foi esta ACI, que ao ser valorizada por Ronaldo e Cássio, criou uma “embalagem” para o marketing vender seu “conteúdo”. Todo candidato é um “produto”, para ser vendido ou consumido emocionalmente pelo eleitor. Campina só veio conhecer Fabiano Gomes pelos escândalos, divulgados em nível nacional. Johnny o escolhe como companheiro?

ELEIÇÕES EM CAMPINA GRANDE: JHONNY BEZERRA COMETE ERRO QUE PODE SER FATAL

O médico Jhony Bezerra, candidato a prefeito de Campina Grande pelo PSB, mostrou ser um obstinado, destemido, audacioso, ao aceitar o desafio de enfrentar os Clã Cunha Lima e Rêgo juntos, sob as bênçãos do festejado ex-prefeito Romero Rodrigues, apontado em pesquisas como o favorito disparado à frente de todos e de todas as legendas. Romero recuou. Jhony seguiu em frente e permaneceu na disputa.

Quem descobriu, transformou e imprimiu a imagem do técnico Jhony Bezerra – ex-secretário da saúde – encaixando-o num perfil político, oferecido como alternativa para as eleições municipais de Campina Grande, foi a mídia campinense. Subestimada – com seu potencial mal avaliado – sofrida, ignorada e pouco reconhecida na Capital, que valoriza um pequeno grupo de “canastrões”, bajuladores do Palácio da Redenção a desserviço do poder, ignorando quem esteja como governador de plantão.

Jhony Bezerra acertou quando escolheu Zé Maria da Mix – em nossa opinião um dos melhores marqueteiros que conhecemos – campeão de muitas vitórias eleitorais na Paraíba. Mas cometeu um erro crasso ao “importar” Fabiano Gomes, como seu conselheiro e orientador político, para coordenar o jornalismo (mídia) de sua campanha. Uma decepção total para aqueles que estiveram no primeiro momento, e na linha de frente, não deixando Jhony só, no seu duelo contra os Clãs.

Fabiano Gomes, que confunde radiojornalismo com “grito” – ameaças, intimidações e chantagens – é desprezado por toda a categoria profissional da área, por ter comprometido a imagem do jornalismo e radiojornalismo, com as ações que o levaram a prisão, arrastando com ele parte da classe política de Cabedelo e um dos maiores empresários de João Pessoa, Roberto Santiago, proprietário de dois Shopping Center na Capital. Intermediou subornos de prefeito a vereadores. Chegou a revelar recentemente que Tovar Correia Lima só foi reeleito porque ele embarcou em seu avião e foi comprar 600 votos em Cajazeiras.

Ninguém é perfeito, erros são escolhas. A prisão não é apenas um processo punitivo, tem a função precípua de ressocialização. Fabiano Gomes está envolvido na ressocialização. Levará algum tempo para que a sociedade o perdoe, e não o considere mais uma ameaça à lei, a ordem e aos bons costumes. Nada pessoal contra sua pessoa.

Um comunicador paraibano se locomovendo de avião? ficou patente a existência de algo misterioso e escabroso. Não conhecemos nenhum jornalista em Campina Grande que tenha um veículo, com no mínimo cinco anos de uso. Muitos dividem seu tempo de trabalho entre o Distrito dos Mecânicos e as borracharias, vez por outra interrompendo involuntariamente o trânsito, contando com a ajuda de transeuntes, para empurrar seu calhambeque e pegar no tranco.

Jhony Bezerra esqueceu de valorizar a “prata da casa”. Aqui temos nossos gênios, que conhecem a cidade, seus problemas, os “gargalos” do cotidiano vivido pelos habitantes dos bairros e periferias, populações que os tem como seu porta voz.

Os primeiros passos de Jhony Bezerra deveriam ter sido em direção a ACI (Associação Campinense de Imprensa) e lá apresentar-se para ser sabatinado por todos. Acertaria onde Bruno errou, que até hoje não sabe onde funciona a ACI. Foi esta ACI, que ao ser valorizada por Ronaldo e Cássio, criou uma “embalagem” para o marketing vender seu “conteúdo”. Todo candidato é um “produto”, para ser vendido ou consumido emocionalmente pelo eleitor. Campina só veio conhecer Fabiano Gomes pelos escândalos, divulgados em nível nacional. Johnny o escolhe como companheiro?

O FENÔMENO EXCÊNTRICO PABLO MARÇAL

A eleição municipal da maior cidade do país, São Paulo, tem fascinado o hiperativo mundo dos internautas – do Oiapoque ao Chuí – pelas reviravoltas ocorridas em tão pouco tempo, protagonizadas pelo candidato Pablo Marçal, do nanico PRTB. Uma luta entre um pequeno David contra quatro gigantes Golias. Todo líder corajoso, disposto a enfrentar o “sistema” ou establishment no Brasil, sempre conquistou a simpatia e paixão do seu povo, carente de heróis.

O extasiante impacto causado no eleitor paulistano começou no primeiro debate realizado pela TV Band, no último 08.08.2024. Pablo Marçal teve a oportunidade de ficar frente a frente com o prefeito Ricardo Nunes (27%) , Guilherme Boulos de (30%), Tábata Amaral (10%), Luiz Datena (12%). Chance única para impor seu ritmo, e desorientar os adversários. Apresentaria como “novo” algo revolucionário. Mudar as regras do jogo, abandonando respostas aos temas enfadonhos – os mesmos de sempre e de todas as campanhas – e partir para o ataque, mostrando o perfil dos concorrentes e as suas respectivas incompetências, para cumprirem com suas promessas.

Ao atacar Ricardo Nunes, falou o que o povo queria. questionando por que como prefeito não fez antes tudo que agora estava prometendo? No momento de cravar suas garras em Guilherme Boulos, foi mais cruel: “primeiro você vai ter que um dia começar a trabalhar”. Como quem nunca trabalhou tem capacidade de administrar a maior cidade do Brasil? Datena foi alfinetado como explorador da miséria periférica, em busca de audiência. Nunca tinha estado numa favela. Em Tábata, o “sopapo” foi menor. “Uma menina mimada, desnorteada, doutrinada pelas esquerdas, escalada para dar suporte e fortalecer Boulos/Lula/PT e o comunismo”. Todos ficaram petrificados.

No segundo debate, seis dias depois (14/08/2024), realizado pela Folha de São Paulo, os concorrentes de Marçal imaginaram que seu estoque de munição tinha sido usado no primeiro confronto. Nas duas primeiras estocadas em Ricardo Nunes, Marçal trouxe números, dados e índices que contradiziam a explanação do prefeito. Saltou em cima de Boulos, e o taxou como o “maior aspirador de pó de São Paulo” (cheirador de cocaína). Um vexame para todos, inclusive os organizadores do encontro.

No terceiro debate, Revista Veja, Ricardo Nunes, Boulos e Datena não compareceram. Ganharam a pecha de “fujões”. O MPE – aparelhado pelas esquerdas –se precipitou e pediu impugnação do registro de candidatura de Pablo Marçal, por abuso de poder econômico, antes do início oficial da campanha (?). A Justiça negou.

O resultado de toda a celeuma – apenas 16 dias – com recortes dos fatos viralizado nas redes sociais foi retratados numa pesquisa do Datafolha (24.08.2024). Boulos despencou para 23%, Ricardo Nunes 19% e Pablo Marçal alcançou 21%. Datena desceu para 10% e Tábata para míseros 6%.

Chegada a hora da “Assembleia dos Ratos” – fábula de La Fontaine – as vítimas de Pablo Marçal se reuniram e decidiram que a solução seria botar um chocalho no gato. Na fábula, o rato mais velho indagou: quem teria coragem e iria pôr o chocalho? Neste tempo ainda não havia o Poder Judiciário. Tábata entrou com pedido de liminar e bloqueou ontem (25/08/2024) todas as redes sociais de Pablo Marçal. A intenção é detê-lo. Mas, ainda ontem mesmo ele paralisou um Shopping na zona norte de São Paulo. No ritmo que vem crescendo, não terá segundo turno. A não ser que o retirem.

ELEIÇÕES NO BRASIL E VENEZUELA: MÉTODOS DIFERENTES, RESULTADOS IDÊNTICOS (Parte II)

O presidente Nicolás Maduro, após encontro em Barbados (outubro de 2023 , evento avalizado pelo Brasil (Lula e Celso Amorim), celebrou acordo com a oposição venezuelana e marcaram eleições diretas para 24/07/2024. Em troca, os Estados Unidos suspenderam inúmeras sanções impostas ao país desde 2017. Maduro liberou presos norte-americanos, condenados por espionagem e tentativa de golpe de Estado.

Exercendo controle absoluto sobre o CNE (Conselho Nacional Eleitoral, órgão correspondente ao nosso TSE), todos os candidatos com potencial eleitoral para derrotá-lo foram previamente impedidos. Só restou Edmundo González, desconhecido pela população. O ex-embaixador registrou sua candidatura no apagar das luzes, no final de março (2024). O “Chavismo” não o considerou competitivo, capaz de superar Maduro, programas sociais – como o Bolsa Renda do Brasil – apoio da Polícia, Guarda Bolivariana, Forças Armadas e milhões de funcionários públicos. Subestimaram o povo.

Corina Machado aderiu ao candidato Gonzáles, e levou com ela toda a insatisfação da população venezuela, cansada de um regime que se iniciou com Hugo Chávez em 1998, responsável pelo empobrecimento do país. Corrupção, criminalidade banalizada, permissão para operações de organizações criminosas ligadas ao narcotráfico… Uma bandidagem unida que domina a nação, onde até o próprio Maduro, talvez hoje, seja refém deste sistema. González ganhou, mas não levou.

A luta da máfia criminosa que controla o “Chavista comunista” venezuelano, tem sido para se manter no poder. No Brasil (2022) esta “anturragem” se reorganizou pós lava-jato para tomar, ou voltar, ao poder. Começaram com o impedimento da impressão do comprovante do voto (ministro Barroso). Em seguida, (ministro Fachin) restringiu o acesso das FFAA, permitindo inspeção em apenas 30% das urnas adquiridas.

Para completar o trabalho, escalaram Alexandre de Moraes e Cármen Lúcia. Um ultrapassou todos os limites da legalidade, exibindo sua parcialidade em favor do PT, perseguindo e boicotando a campanha de Jair Bolsonaro. Quanto a ministra Cármen Lúcia, suspendeu as garantias constitucionais da liberdade de opinião, manifestação e expressão, rasgando a Constituição. A pergunta que não cala: quando a Suprema Corte de um país rasga a Constituição a quem cabe o poder para intervir, punir e restabelecer a ordem? Quem estaria apto a requerer a GLO? As FFAA?

No auge da Lava-jato o ministro Gilmar Mendes em entrevista as redes de TV advertiu: “o PT tem dinheiro para disputar eleições até 2038”. Só um gerente da Petrobras devolveu 190 milhões de dólares. O rombo do superfaturamento na empresa foi de 44 bilhões de dólares. Seis foram recuperados. Gilmar sabia de tudo.

Quanto custou o “Consórcio Midiático” que comprou a grande mídia e os institutos de pesquisas? Centenas de milhões de dólares. Os jornalistas podem até terem agido, sob a égide de suas bandeiras de esquerda. Mas, os proprietários das empresas, cobraram caro e exigiram pagamento à vista. Onde estava este dinheiro? Grande parte, na vizinha Venezuela e Cuba, para onde foram destinados mais de 4,5 bilhões de dólares, dinheiro do BNDES, para execução de obras como Porto, construção de Metrô, pontes, rodovias e barragens, sem licitação, com preços superfaturados, executadas pelas “Campeãs” – empresas ligadas ao PT. O medo de Lula e Celso Amorim é uma confissão de Maduro. “Ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão”.

Nem a Venezuela ou Cuba pagarão o que devem ao Brasil (dinheiro nosso). Maduro não devolverá mais um centavo. Esta é a razão do Brasil proteger Maduro: dinheiro guardado na Venezuela.

ELEIÇÕES NO BRASIL E VENEZUELA: MÉTODOS DIFERENTES RESULTADOS IDÊNTICOS (Parte I)

A Suprema Corte da Venezuela deve ter ouvido as últimas declarações do presidente Lula sugerindo intervenção da mais alta Corte de Justiça do país, para definir quem venceu o pleito. Maduro ou a oposição? Em meio às palavras, Lula usou da sua hipocrisia habitual – temendo reações internacionais – e acrescentou a exigência da publicação das atas, porém, não classificou o regime venezuelano como uma Ditadura. “É um pouco diferenciado, não comparável às ditaduras que conhecemos” (?)

Ontem (23/08/2024) a Suprema Corte declarou a vitória de Nicolás Maduro, impôs sigilo sobre a divulgação das atas e ameaçou punir Maria Corina Machado e o candidato eleito Edmundo Gonzalez, por não terem atendido a convocação do CNE – Conselho Nacional Eleitoral, aqui no Brasil, TSE.

Qual a diferença do processo eleitoral da Venezuela para o do Brasil, eleições 2022? O povo – inconformado da mesma forma – foi às ruas pedir ao TSE recontagem de votos, através do código fonte. O TSE, a exemplo do CNE da Venezuela, negou. Não aceitou o relatório independente feito pelo PL, nem permitiu que uma comissão técnica composta por membros das Forças Armadas, UNICAMP e ITA, tivesse acesso à “sala cofre” onde estava o código fonte.

A reação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, foi de uma violência inominável, peçonhenta, estilo “Chavista” – com poder de polícia – atropelando a Constituição. Mandou bloquear 22 milhões de reais do PL, ameaçou jogar todos no inquérito das “Fake News”, por considerar a transparência “atitude antidemocrática”.

Os venezuelanos, observando o que ocorreu no Brasil – eleições de 2022 – e o apoio de Lula ao ditador Nicolás Maduro, montaram uma equipe gigante para acompanhar a impressão do comprovante do voto. Na medida em que colhiam os Boletins de Urnas, enviavam imediatamente para uma central de apuração paralela, que totalizava e disponibilizava na internet para o mundo todo. Com 81,85% dos votos apurados, Edmundo Gonzalez obteve 7.173.152 (67%), Nicolás Maduro 3.250.424 (30%). Quando o CNE tomou conhecimento, suspendeu o anúncio do resultado marcado para às 20:00hs do mesmo dia da eleição, e segurou o restante dos Boletins. O restante, mesmo se fossem todos totalizados pró Maduro, ele ainda seria derrotado.

No Brasil, diplomaram Lula oito dias antes da data determinada pela legislação eleitoral. No dia de sua diplomação, houve atos de vandalismos em Brasília, com bloqueio de avenidas, incêndios de transportes coletivos e até veículos no estacionamento da Polícia Federal. A “armação” era para culpar os bolsonaristas. Pisaram na bola. A área do ataque dos ANTIFA, estava toda monitorada por câmeras. A PM do DF logo identificou e divulgou as imagens mostrando os vândalos. Por que Alexandre de Moraes nunca instaurou um inquérito para apurar o fato, e prender os culpados? A grande mídia noticiou, mas no dia seguinte silenciou. Nunca mais divulgaram nada a respeito.

Quanto à PM do DF, o secretário de segurança Anderson Torres e o governador Ibaneis Rocha ficaram na mira dos verdadeiros golpistas. Veio o 08 de janeiro, decretaram intervenção no governo do DF, prenderam o alto comando da PM e até o secretário Anderson Torres, ex-diretor geral da PF, que estava nos Estados Unidos.

Três dias após o pleito, o CNE através de um relatório/documento, conferiu a Maduro uma vitória com 51,8%. Imediatamente, o diplomaram como eleito. Copiaram até os números do Brasil. Mas, e a ata? Ficou para depois, agora para o nunca. Ainda falam que existe democracia no Brasil? Talvez. Porém “relativa”, como sugere Lula.

ELEIÇÕES NO BRASIL E VENEZUELA: MÉTODOS DIFERENTES RESULTADOS IDÊNTICOS (Parte I)

A Suprema Corte da Venezuela deve ter ouvido as últimas declarações do presidente Lula sugerindo intervenção da mais alta Corte de Justiça do país, para definir quem venceu o pleito. Maduro ou a oposição? Em meio às palavras, Lula usou da sua hipocrisia habitual – temendo reações internacionais – e acrescentou a exigência da publicação das atas, porém, não classificou o regime venezuelano como uma Ditadura. “É um pouco diferenciado, não comparável às ditaduras que conhecemos” (?)

Ontem (23/08/2024) a Suprema Corte declarou a vitória de Nicolás Maduro, impôs sigilo sobre a divulgação das atas e ameaçou punir Maria Corina Machado e o candidato eleito Edmundo Gonzalez, por não terem atendido a convocação do CNE – Conselho Nacional Eleitoral, aqui no Brasil, TSE.

Qual a diferença do processo eleitoral da Venezuela para o do Brasil, eleições 2022? O povo – inconformado da mesma forma – foi às ruas pedir ao TSE recontagem de votos, através do código fonte. O TSE, a exemplo do CNE da Venezuela, negou. Não aceitou o relatório independente feito pelo PL, nem permitiu que uma comissão técnica composta por membros das Forças Armadas, UNICAMP e ITA, tivesse acesso à “sala cofre” onde estava o código fonte.

A reação do ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, foi de uma violência inominável, peçonhenta, estilo “Chavista” – com poder de polícia – atropelando a Constituição. Mandou bloquear 22 milhões de reais do PL, ameaçou jogar todos no inquérito das “Fake News”, por considerar a transparência “atitude antidemocrática”.

Os venezuelanos, observando o que ocorreu no Brasil – eleições de 2022 – e o apoio de Lula ao ditador Nicolás Maduro, montaram uma equipe gigante para acompanhar a impressão do comprovante do voto. Na medida em que colhiam os Boletins de Urnas, enviavam imediatamente para uma central de apuração paralela, que totalizava e disponibilizava na internet para o mundo todo. Com 81,85% dos votos apurados, Edmundo Gonzalez obteve 7.173.152 (67%), Nicolás Maduro 3.250.424 (30%). Quando o CNE tomou conhecimento, suspendeu o anúncio do resultado marcado para às 20:00hs do mesmo dia da eleição, e segurou o restante dos Boletins. O restante, mesmo se fossem todos totalizados pró Maduro, ele ainda seria derrotado.

No Brasil, diplomaram Lula oito dias antes da data determinada pela legislação eleitoral. No dia de sua diplomação, houve atos de vandalismos em Brasília, com bloqueio de avenidas, incêndios de transportes coletivos e até veículos no estacionamento da Polícia Federal. A “armação” era para culpar os bolsonaristas. Pisaram na bola. A área do ataque dos ANTIFA, estava toda monitorada por câmeras. A PM do DF logo identificou e divulgou as imagens mostrando os vândalos. Por que Alexandre de Moraes nunca instaurou um inquérito para apurar o fato, e prender os culpados? A grande mídia noticiou, mas no dia seguinte silenciou. Nunca mais divulgaram nada a respeito.

Quanto à PM do DF, o secretário de segurança Anderson Torres e o governador Ibaneis Rocha ficaram na mira dos verdadeiros golpistas. Veio o 08 de janeiro, decretaram intervenção no governo do DF, prenderam o alto comando da PM e até o secretário Anderson Torres, ex-diretor geral da PF, que estava nos Estados Unidos.

Três dias após o pleito, o CNE através de um relatório/documento, conferiu a Maduro uma vitória com 51,8%. Imediatamente, o diplomaram como eleito. Copiaram até os números do Brasil. Mas, e a ata? Ficou para depois, agora para o nunca. Ainda falam que existe democracia no Brasil? Talvez. Porém “relativa”, como sugere Lula.

A DERROTA DE HENRIQUE E A VITÓRIA DO CONGRESSO

O deputado federal Henrique Eduardo Alves – um dos fundadores do MDB/RN com onze mandatos ininterruptos – esteve quarenta e quatro anos no Parlamento, recorde dividido com Ulysses Guimarães. O potiguar, ainda imberbe aos 23 anos, conquistou seu primeiro mandato em 1970, em plena vigência do AI-5, após a cassação do mandato de seu pai Aluízio Alves, (1968) ex-governador, deputado federal na época, pertencente aos quadros da ARENA, partido do governo.

Durante este longo período Henrique passou por todas as Comissões Temáticas da Câmara, chegando a presidir as principais. Influente entre seus pares, conquistou a liderança do seu partido (PMDB), num dos momentos mais importantes da recuperação do prestígio da legenda, que indicou Michel Temer, seu amigo pessoal, vice-presidente – eleito e reeleito – em seguida, sucessor de Dilma Rousseff, após seu impeachment.

Para os pirrônicos, céticos e ateus, que não acreditam nos desígnios divinos – muito menos no destino – a história de Henrique merece reflexões. Por duas vezes foi candidato a prefeito de Natal (RN), com absoluto favoritismo. Perdeu as duas campanhas pela rebeldia desagregadora de sua irmã gêmea, Ana Catarina Alves, que se prestou ao papel de ser postulante alternativa da oligarquia Maia, sabendo que estava sendo usada para provocar um segundo turno, arruinando o triunfo de seu irmão.

Resignado, Henrique não admitia mais discutir disputas majoritárias no RN. Presidente da Câmara dos Deputados, Lula o incentivou a ser candidato a governador. Resistente, não deu um passo nessa direção. Todos os partidos do RN o lançaram. Ficou fora apenas o PSD, comandado pelo presidente da Assembleia Legislativa, Robinson Farias. Fátima Bezerra, candidata ao senado pelo PT, se recusou a subir em seu palanque. Lula pedia votos para Henrique, Dilma Rousseff pedia para Fátima e mandava dinheiro para ela e Robinson. Henrique foi mais uma vez derrotado numa campanha imperdível, no segundo turno. Traição do PT. Era presidente da Câmara dos Deputados e ficaria pela primeira vez, em 44 anos, sem mandato.

Entretanto, antes de deixar o cargo, salvou o Brasil. Talvez esta tenha sido a missão que o destino havia lhe reservado, e ele nunca enxergou. Teve a coragem de bater de frente com o “sistema” e aprovar a PEC das emendas impositivas. Uma carta de alforria para os deputados, que viviam de pires na mão humilhados por ministros e distantes do Palácio do Planalto. O país quebrou. O PIB de 2016 foi – 6%. Todo o crescimento acumulado nos últimos trinta anos tinha descido pelo ralo. Independentes, os deputados votaram o impeachment de Dilma. Senão, a liberação das emendas contingenciadas no último instante teria mantido a ex-presidenta no cargo.

E não fosse a ação de Henrique, valorizando o Poder Legislativo, a Venezuela hoje seria o Brasil. Michel Temer ao assumir “despetizou”, numa primeira canetada, mais de 3 mil cargos, acima de 10 mil reais, militância que nunca trabalhou. A reforma trabalhista inseriu no mercado de trabalho milhões de profissionais que se tornaram autônomos (MEI). Acabou o Imposto Sindical, cortou bilhões de reais destinados às ONG. Repatriou dezenas de bilhões de dólares, depositados no exterior, por não confiarem na economia do país. Criou a Lei da Governança das Estatais, salvando a Petrobras, Eletrobrás, dentre outras mais de 120 empresas estatais ainda vivas. Suspendeu contratações e concursos públicos por dez anos, e criou a Lei do Teto de Gastos.

Como estaria o Brasil hoje, sem essas reformas? Igual ou pior que Cuba. Toda a classe média no Bolsa Renda. O brasileiro com um salário, sem poder aquisitivo, deixava o país sem consumo, por conseguinte sem receitas (impostos). O BNDES, usando critérios ideológicos, continuaria enviando centenas de bilhões de dólares para países caloteiros, financiando obras para os “campeões” – grupo de picaretas laranjas surgidos na era lulopetista – testas de ferro de uma legenda que queria se perpetuar no poder. O Congresso e o país devem sua sobrevivência à “mística” missão cumprida por Henrique.

PESQUISAS FRAUDULENTAS

O portal de notícias ‘Política da Paraíba’ publicou ontem (09/08/2024) pesquisa de intenção de votos em Campina Grande, realizada pelo Instituto Data Ranking, com registro no TRE. Bruno Cunha Lima com 34,05%; Jhonny Bezerra, 13,24%; Inácio Falcão 12,7%; Artur Bolinha 4,9%; André Ribeiro 1,57%; Rosália Lucas (que não é candidata) 0,59%.

Longe de questionarmos os números dos candidatos. Mas, pelo que foi postado como notícia, os erros são gritantes. Não aparece o número de votos “nulos” e “brancos” (?). Apontam um índice de “não souberam”, ou “não responderam”, de 10,84%. A opção por “nenhum deles” alcança o estratosférico percentual de 22,35%. Um absurdo sem precedentes. Acreditar que 33,19%, ou 1/3 da população da cidade mais politizada do Estado ainda ‘não sabe’, ‘não tem preferência’, ou ‘não responderam em quem vota’? Universo de 782 eleitores entrevistados, apenas 66% se manifestaram?

Blogueiros, portais de notícias, mídia tradicional, todos os horários das emissoras de rádio, locais e da capital, durante os últimos dez meses se dedicaram a noticiar a disputa entre Romero Rodrigues e Bruno Cunha Lima. Em dezembro último (2023) entrou em cena o então secretário da saúde Jhonny Bezerra. Nas oportunidades que tinham, Inácio Falcão e André Ribeiro divulgavam suas pré-candidaturas. Final de março (2024) foi a vez de Rosália Lucas renunciar a pasta do turismo para ser candidata.

Nas redes sociais, a campanha já está rolando há mais de um ano. E esta pesquisa do Data Ranking mostrar um cenário completamente distinto da realidade? Vão repetir as velhas práticas de “desinformar”, geralmente usadas para beneficiar alguém?

O debate sobre proibição, punição e penalização dos Institutos de Pesquisas, usados como instrumento para ludibriar o eleitor – na tentativa de direcionar seu voto – atingiu a exaustão, sem que o TSE, TRE ou o Congresso Nacional legisle especificamente sobre o tema. Por que não aplicar multas nas amostragens que erram ou erraram? Extinguir empresas reincidentes, punir seus proprietários por este tipo de estelionato?

A cada eleição, aumentam os “erros” (propositais) destes institutos. Como inibir este tipo de ação “tóxica”? Infelizmente, nunca enxergaram o ato como crime eleitoral. Uma pesquisa falsa – se houvesse justiça séria – seus autores, a partir dos contratantes, seriam punidos por perpetrarem um dos piores crimes contra o sistema eleitoral. É um estupro de consciência coletiva, praticado impunimente contra a indefesa população, usando-a como “massa de manobra”.

Alguém deve recordar o Jornal Nacional de 2010, na quinta-feira que antecedeu o domingo das eleições para o Governo do Estado. William Bonner foi enfático: “na Paraíba, segundo o IBOPE, não haverá segundo turno, José Maranhão vence Ricardo Coutinho com 22,5% de maioria”. Faltaram algo em torno de 5 mil votos para Ricardo ter derrotado Maranhão no primeiro turno. Se não fosse o IBOPE, provavelmente o velho Cacique do MDB teria sido nocauteado no primeiro round. O intrigante é o IBOPE, e afiliada que divulgou, nunca ter revelado o mistério de uma mudança tão alarmante em 72 horas, sem nenhum fato novo que justificasse o resultado do pleito.

DISPUTA EM CAMPINA GRANDE: O SARRAFO FICOU MAIS ALTO

Em tempos de Olimpíadas, cabe a analogia. Um eventual segundo turno em Campina Grande (2024) exigirá, além de preparo, forte desempenho das oposições para alcançarem a altura do “sarrafo”, elevado em 10.969 novos eleitores. O número de votantes subiu para 295.989. A última vez que o eleitor campinense foi duas vezes às urnas, foi em 2012. Romero Rodrigues alcançou 97.659 sufrágios no primeiro turno. A altura do “sarrafo” já havia sido cravada (2004/2008) acima de 106 mil votos, por duas vezes consecutivas, meta superada por Veneziano Vital do Rêgo, derrotando Rômulo Gouveia no segundo turno.

Candidatos, comparando-os a atletas, devem estar preparados físico/psicologicamente para a disputa. Devem observar principalmente o nível dos competidores que enfrentarão. As oposições de Campina Grande – independente de seus mais diversos viéses ideológicos – com base nos números das últimas eleições, juntas, precisam somar mais 130 mil votos para levar a decisão a um segundo turno de votação. Esta é a nova altura do “sarrafo”, modalidade “salto com vara”.

O candidato Arthur Bolinha (Novo/PL) para alavancar sua campanha usará a “vara” do bolsonarismo, Igrejas e conservadores. Seu desafio é conseguir “estrutura” suficiente, que fortaleça seu artefato, capaz de impulsioná-lo e atingir uma boa pontuação. Inácio Falcão vem com o velho equipamento de outras Olimpíadas. O Lula petismo radial e retrógrado, com poucas chances de atingir a marca do pleito de 2020. O desgaste do PT/governo federal não lhes permitirá repetir os 33 mil votos (2020).

O recorde ainda permanece com Romero Rodrigues, no seu segundo salto – reeleição 2016 – quando atingiu a marca de 138.987 votos, no primeiro turno. Bruno Cunha Lima, seu sucessor, mesmo vencendo também no primeiro turno, chegou a 111.526 sufrágios. Vinha de uma derrota – dois anos antes – para a Câmara dos Deputados, resultado que surpreendeu a classe política. Era considerado eleito. Talvez “psicologicamente” não estivesse pronto para a competição, ou subestimou a capacidade “física” de seus concorrentes. Perder, para os obstinados, são lições e aprendizados adquiridos, que ajudam a ensinar como vencer.

O desafio de Bruno Cunha Lima é acrescentar aos seus 111.526 votos, o apoio de Romero Rodrigues e do senador Veneziano Vital do Rêgo, que em seu pior momento, nas competições desde 2016, sempre ficou acima dos 50 mil votos.

O médico Johnny Bezerra (PSB), como não dispõe de históricos em competições na cidade, usará como “vara” para o impelir – ganhar altura em seu salto – o prestígio do governador João Azevedo. Segundo pesquisas, muito bem avaliado na cidade desde 2018, porém na prática os resultados são contraditórios. Pelo visto e constatado, a maioria que o aprova esquece de votar nele. Em 2022, no primeiro turno, pontuou no último lugar, com apenas 38.078 sufrágios. Perdeu para o locutor de João Pessoa, Nilvan Ferreira (54.301). No segundo turno, com o forte apoio e empenho do Republicanos, praticamente dobrou sua votação, com 75.009 votos. Jhonny parte com estes números, acrescidos dos insondáveis ou desconhecidos índices do PP/PSD.

Quanto a André Ribeiro, atleta também na disputa, fará seu salto sem compromissos com resultados. Qualquer que seja a altura alcançada, ele nada perderá. Cochichos e apostas já começaram. A campanha não. Porém, muitos não acreditam no segundo turno.

ESPECULAÇÕES SOBRE INDICAÇÕES PARA O TCE

São três vagas, para quatro prováveis postulantes. Postos que serão ocupados a partir de dezembro deste ano (2024) com a aposentadoria compulsória do conselheiro Arthur Cunha Lima.

Em setembro de 2025, Fernando Catão completará 75 anos. E no primeiro semestre de 2026 antecipação da aposentadoria (a pedido), já anunciada, do atual presidente da Corte de Contas, conselheiro Nominando Diniz.

A lista dos quatro pressupostos candidatos, que esperam ser indicados pelo governador e aprovados pelo plenário da Assembleia Legislativa é encabeçada pelo deputado estadual Tião Gomes. Entretanto, três outros nomes – segundo fontes palacianas – estão de sobreaviso: Deusdete Queiroga, Ronaldo Guerra e Nonato Bandeira, trio que compõe o restrito núcleo de orientação da gestão técnica e política do governo. Contudo, é imprescindível bom trânsito no parlamento, especialmente com o presidente da Casa Epitácio Pessoa, o deputado Adriano Galdino.

Especulações recentes, exploradas nas redes sociais apontando o atual governador João Azevedo como um dos pretendentes, não passam de elucubrações insensatas, desatinadas, incoerentes – comumente produzidas com leviandade pela “mídia de batente” – carente de fatos, obrigada a entregar diariamente ao leitor um “furo”. Cultivar este tipo de contrassenso, ao invés de agradar, desagrada ao Palácio. Apequena a imagem do governador – qualquer que seja ele – que almeja ser reconhecido na posteridade como “Líder Político”. Lutar por uma vaga no TCE? Sugere mesquinhez, por um contracheque. Esqueceram até a idade do governador, nascido em 14/08/53. Quando concluir seu mandato, estará com 73 anos. Idade máxima: 70 anos.

Quem cometeu este erro foi o ex-governador João Agripino, após o término de seu mandato no ano de 1970. Foi nomeado em 1971 ministro do TCU (Tribunal de Contas da União), cargo que ocupou apenas por três anos, chegando à presidência. Mas, tardiamente, percebeu que perdera a posição de líder político do Estado da Paraíba. Ao afastar-se da vida pública, seu espaço foi ocupado e rapidamente o esqueceram, inviabilizando sua volta, tanto para o Senado da República quanto para uma eventual tentativa de governar pela segunda vez a Paraíba. Seu sucessor político foi o deputado federal Antônio Mariz, que iniciou sua carreira como prefeito de Sousa (PB).

O nome da senadora Daniella Ribeiro também chegou a ser cogitado. Seu “apagão” midiático – distância do Estado – nenhum registro na mídia de sua presença neste período de convenções, com vistas às eleições municipais, oportunizou comentários, inspirados pelos especuladores de plantão. Daniella desistiria de tentar renovar seu mandato para o Senado em 2026? Fofoca ou não, complementando a “hipótese”, relatam que se trata de um pedido de seu filho, vice-governador Lucas Ribeiro, feito diretamente ao governador João Azevedo.

João teria prometido prontamente a indicação, desde que fosse para ele (Lucas). Se a versão for verdadeira, Lucas aproveitaria a mesma oportunidade oferecida a Arnóbio Viana e Fábio Nogueira, que com sua idade atual chegaram ao TCE.

Adriano Galdino, como presidente da ALPB, assumiria a vaga de vice. João disputaria uma das vagas para o Senado, e Galdino uma reeleição, no cargo de governador, com poder de caneta.

É difícil acreditar nesta conjectura simples, fácil, acomodando todos. Mas, em se tratando de política, tudo é possível. Nenhum “cacique” das tribos políticas de Campina Grande previa a desistência de Romero Rodrigues de sua candidatura ontem (31/07/2024). Ele abdicou.

EFRAIM FILHO: ANSIEDADE O AFASTOU DO BLOCO COMANDADO PELO REPUBLICANOS

  • Em declarações constantes – sempre que abordado pela mídia sobre as eleições municipais de Campina Grande – o senador Efraim Filho (União Brasil) sem disfarçar sua “ansiedade” aproveita o ensejo para revelar seu empenho na formação de uma chapa de oposição, capaz de enfrentar o governador João Azevedo, ou seu candidato, em 2026. Sugere composição com ele – candidato ao governo – e assegurou recentemente vaga para Romero Rodrigues no Senado.

A ansiedade do senador vem provocando aos poucos reações nos bastidores da base de apoio que luta pela reeleição de Bruno Cunha Lima. Posto ao lado de Bruno, dividindo preocupações e somando esforços – ampliando conquistas da gestão – está o senador Veneziano Vital do Rêgo, que lhe tem dedicado total apoio, principalmente no tocante a “garimpar” recursos para investimos e ações sociais, originados não só através das emendas, mas também de convênios e fontes extra orçamentárias. Os avanços de Efraim Filho sugerem “subliminarmente” trabalho “formiguinha” de desagregação.

Veneziano Vital do Rêgo vem percorrendo todo o estado, o tempo todo, pavimentando sua volta para o Senado Federal em 2026. Se Efraim votou em Pedro (2022), Veneziano fez o mesmo no segundo turno, repetindo o gesto do distante 1968 quando seu pai – o saudoso tribuno Vital do Rêgo – uniu-se a Ronaldo Cunha Lima e juntos derrotaram Seu Cabral. Foram 54 anos separados, hoje unidos.

Por outro lado, faz algum tempo que ouvimos numa entrevista na rádio manifestação “sincericida” do presidente da ALPB, Adriano Galdino, mencionando que Efraim tem dívida de gratidão com o Republicanos. Em conversa ontem com o deputado federal Wilson Santiago – decano da sigla – procuramos mensurar o nível de importância do Republicanos, na eleição do senador Efraim Morais.

Santiago expôs os números. Efraim recebeu “votos casados” com o Republicanos em 77 municípios. Estimando-se por baixo, cerca de 35% de sua votação, 617.477 sufrágios, superando em 97.631 os votos do seu candidato a governador, Pedro Cunha Lima, com 520.155. Foram cerca de 200 mil votos, levados pelo Republicanos. Apoio expressivo, que se fosse destinado a qualquer um dos quatro candidatos ao Senado no pleito de 2022, o elegeria: Efraim (eleito) com 617.477. Pollyanna, com 457.679, alcançaria 650 mil. Ricardo Coutinho com 431.857, bateria a parada: 630 mil. Até Sérgio Queiroz, com 233.849, e Bruno Roberto com 341.986 se “embolariam” na briga com os demais. Só seria eleito senador, nas eleições de 2022, aquele que conquistasse o Republicanos.

Sobre o momento – posição do senador Efraim – Wilson Santiago, calejado no ramo, sem ressentimentos, apenas pontuou: “geralmente é assim, depois da campanha, eleito, muitos mudam de posição e postura. Deixam o passado no passado, e tentam se impor com independência”. Continuando, Santiago destacou que não é uma decisão correta, mas infelizmente é fato. “Efraim se afastou, o grupo ficou perplexo… Certamente ele queria construir seu próprio projeto”.

Na leitura pragmática de Santiago a ausência de Efraim não afetou a posição da legenda, nem atingiu seus quadros. “Não houve “baixas” nem desfalques na agremiação, porque nós o elegemos, e não o contrário”. Finalizando, Wilson enfatizou que o Republicanos permanece unido, em plena expansão, acima das expectativas. Para a disputa de outubro, a legenda tem um elenco com 70 candidatos a prefeito, competitivos, com possibilidades de vitórias. Este evento, se consumado, consolida a posição do Republicanos como o partido de maior densidade eleitoral da Paraíba.

A DESESTABILIZAÇÃO DA AMÉRICA LATINA

O golpe de Estado promovido ontem (28/07/2024) na Venezuela, sem o uso de armas – fraudando mais uma vez o processo eleitoral – traz consequências danosas a toda América Latina, que pode tomar o rumo da violência e culminar num grande derramamento de sangue na região. Apesar da opinião unânime dos meios acadêmicos – cientistas políticos e sociólogos – descartarem revoluções armadas no cone sul, o instinto primitivista pela sobrevivência transforma o homem, suas tradições e crenças, em animais irracionais da pré-história.

No discurso de Nicolás Maduro ontem à noite, seu primeiro agradecimento foi a “Guarda Revolucionária Bolivariana”, uma organização paramilitar política semelhante às “SS de Hitler”, que se posicionou acima da Wehrmacht (Exército Oficial da Alemanha).

A Guarda Revolucionária Bolivariana tem 2.500 generais. Somando todos os Exércitos da segunda guerra, de todos os países envolvidos, não atinge este número de generais. Seu efetivo é o triplo do Exército Oficial da Venezuela. Comanda o Serviço Secreto e dispõe de mais armas (modernas) que as Forças de Segurança Constitucional. Cerca de 80% dos seus integrantes são cubanos.

Já existem oito milhões de venezuelanos espalhados pela América do Sul. Estima-se que após o golpe de ontem mais oito milhões deixem o país, para escapar da fome. Virão para o Brasil, Colômbia, Chile, Panamá e, de preferência, Estados Unidos. Tomam os empregos dos nativos destes países, pela oferta barata da mão-de-obra. Cada venezuelano empregado, desemprega automaticamente um brasileiro, americano, argentino, chileno. Os Estados Unidos construíram o muro, e a tendência é fechar a fronteira depois que perceberam dados alarmantes como: subiu nos últimos três anos, de 16% para 19,5% a mão de obra ocupada por refugiados. Aumentou significativamente o número de desempregados norte-americanos. Não são refugiados políticos, são fugitivos da fome em seus países, onde impera a corrupção, drogas, crime banalizado e controle do Estado, dominado por minorias privilegiadas, com padrão de vida nababesca, que usam o discurso da fome, socialismo e igualdade, para se manterem no poder.

O cinismo de Nicolás Maduro em citar um ataque cibernético terrorista na transmissão dos dados, diante das provas de apenas 40% dos BU (Boletins de Urnas), onde a oposição aparecia com 70% dos votos, contra a situação, ficou evidente uma derrota acachapante do ditador. O semblante dos membros da CNE (TSE/Brasil), tensos, desconfiados e cabisbaixos, no momento de divulgar um resultado parcial de 80% das urnas, conferindo a Maduro 51% dos votos, e o candidato da oposição com 44% foi tão desastroso que erraram até nos números. Se os demais candidatos obtiveram apenas pouco mais de 400 mil votos, como abrir uma vantagem de 7% sobre a oposição? Maduro com 5,1 milhões de sufrágios, e a oposição com pouco mais de 40% (?).

O descaramento do presidente do CNE afirmou – com bola de cristal – que a tendência era irreversível, e consagrou Maduro como presidente, faltando ainda 20% do resultado das urnas, cujas transmissões não haviam chegado à central das apurações. Para ser atestado vitorioso, os BU têm que ser confrontados com os dados produzidos pelas máquinas. A fraude no Brasil em 2014, reelegendo Dilma – na época vaiada até na abertura da Copa do Mundo – e não conseguindo aparecer em público, o “apagão” foi de 50 minutos. Quando retornou, 98% das urnas já tinham sido apuradas e Aécio Neves, que vinha vencendo, perdeu. Na Venezuela, o apagão durou duas horas e meia. Mesmo assim apresentaram apenas um resultado “parcial” de 80% das secções votantes.

As fronteiras estão fechadas por terra, mar e ar. As lideranças de oposição do país estão proibidas de deixarem a Venezuela. Criarão uma “narrativa” para prenderem todos, ou aceitarem Maduro na presidência para sempre. Toda ação tem uma reação. A América Latina iniciará um processo de desestabilização, se não isolar e punir com sanções comerciais a Venezuela.

MADURO ENCURRALOU LULA E O TSE

Por que Lula, TSE, STF e o Itamaraty não responderam acusações contundentes do presidente da Venezuela Nicolas Maduro, “companheiro” ou “camarada” das esquerdas/comunistas brasileiras? Até a chorosa viúva do “stalinismo Moscovita”, Celso Amorim, silenciou. A grande mídia noticiou, mas não se aprofundou no tema, questionando o motivo do ataque de Maduro. Comportou-se como um “dedo duro”? Ou simplesmente pensa do mesmo modo que seus comparsas brasileiros?

Acho que boa parte da população ainda se recorda das declarações de Lula, ao sair de um terreiro de Umbanda na Bahia, onde foi ser “benzido”. “Farei acordos até com o diabo para vencer as eleições (2022)”. Maduro está disposto a fazer o mesmo. O passado não volta. Não tem como se consertar erros – mesmo previstos por todos – que clamaram por transparência em tempo hábil. O povo foi às ruas, suplicou diversas vezes ao STF e TSE o voto no papel, comprovante do voto impresso, ou um meio de acesso público independente capaz de auditar o resultado da eleição, em caso de dúvidas.

Nicolas Maduro, como vice de Hugo Chávez, é testemunha viva, e sabe o que fizeram nas eleições da Venezuela – modelo copiado a partir de 2006 no Brasil – adquirindo na mesma empresa Venezuelana as velhas urnas – hoje ainda sendo usadas no Nordeste – fabricadas pela Smartmatic. A indústria entrega o produto. Seu manuseio é por conta de quem adquiriu. Explicando melhor: o leitor compra um notebook, não importa a marca ou fabricante. Mas, é ele quem escolhe os programas que irão ser instalados, ou formatados. A maioria prefere os “piratas”.

Ao afirmar que as urnas eletrônicas dos Estados Unidos, Colômbia e Brasil são “inauditáveis”, Maduro só esqueceu que nos Estados Unidos o eleitor vota na máquina e é obrigatório o voto também na chapa (papel). A briga de Trump foi a coleta dos votos feita pelos correios. Datas das postagens e recebimentos. Não sabemos sobre a Colômbia. Mas, no Brasil, inexiste qualquer tipo de conferência que sirva como contraprova: extrato impresso (precário) ou voto no papel, o único confiável.

Envergonhados, ministros das Cortes Superiores de Justiça e Eleitoral sequer protestaram, ou publicaram nota cobrando de Nicolás Maduro maiores esclarecimentos sobre seu pronunciamento. A reação foi suspender a viagem de dois representantes do TSE, que atuariam como observadores. Porém, Celso Amorim, o “Manda Chuva” do Itamaraty, não se sabe a mando de quem – nem quem está representando – desembarcou ontem em Caracas e foi recebido pelo Ministro das Relações Exteriores. Só ele teve este privilégio. O espaço aéreo e todas as fronteiras da Venezuela já estavam fechados, sob protestos de observadores do Panamá e outros países que pretendiam chegar a Caracas. Celso Amorim não marcou a data do seu retorno.

Quem diz o que quer, escuta o que não quer. Lula defendendo a vinda de Maduro ao Brasil – e garantindo que aqui ele não seria preso – criou até a inusitada figura da “democracia relativa”.

Pôs tapete vermelho, ofereceu jantar no Itamaraty, evento boicotado pelos outros presidentes convidados. Na sua velha tática de falar para conveniência de cada plateia, escorregou e censurou Maduro sobre o “banho de sangue”. Em seguida, proferiu “quem ganhar leva, e quem perder deve aceitar”. Maduro indignado sentiu-se traído e tomou para si dores de Trump e Bolsonaro: logo tu Lula!?

AS SEMELHANÇAS HISTÓRICAS DO MISTERIOSO ATENTADO CONTRA DONALD TRUMP (PARTE II)

A ousadia dos conjurados que levaram a cabo a intenção de assassinar o presidente John Kennedy, na cidade de Dallas, Estado do Texas (22/11/1963), ignorou até a gravidade legal que estavam submetendo a existência do país. Na sua secular Constituição, matar um presidente através de conspiração com apoio do Estado, dissolve o pacto da União. Se nas investigações surgissem nomes de membros integrantes do governo, do FBI, CIA, Pentágono… Ruiria os Estados Unidos da América. Cada Estado poderia declarar sua independência e se tornar um país. Até hoje ainda existem 17 mil documentos sobre o assassinato, em sigilo, resguardado sob a Lei de Segurança Nacional(?). Uma demonstração clara que houve a conspiração. Joe Biden em 2021 liberou 13 mil documentos. E prometeu para 2027 outra remessa.

John Kennedy foi eleito em 06/11/1960, numa das eleições mais disputadas nos Estados Unidos. Mais de 72 milhões de eleitores foram às urnas e sua vitória sobre Richard Nixon – então vice-presidente de Dwight Eisenhower – foi apenas de 117 mil votos, algo em torno de 0,3%. Nixon ligou minutos após a divulgação do resultado, sem contestar absolutamente nada. Mesmo sabendo que a Máfia e a CIA estavam apoiando Kennedy, e houve diversas denúncias de manipulação de votos, que cabia recontagem.

No dia 19/01/1961, ao se despedir de seu mandato, o presidente Eisenhower fez um pronunciamento em rede nacional de TV aconselhando o seu sucessor, Kennedy, a ser empossado dia seguinte e acabar com o Complexo Industrial Militar, que poderia levar o país a uma terceira guerra, e era o principal fomentador de crises internacionais, como a guerra fria, a esquecida guerra da Coreia, e consultores militares no Vietnã.

A primeira crise de Kennedy com o Complexo Industrial Militar foi a malfadada invasão de Cuba, através da Baia dos Porcos. Era uma operação clandestina da CIA, com apoio da Máfia, que queria recuperar seus cassinos. Enganaram Kennedy. Não havia manifestações em Cuba para depor Fidel. A intenção erar provocar o atrito, e levar as tropas norte-americanas sair em seu socorro, invadindo a Ilha. Ao invés de enviar tropas, Kennedy demitiu o comandante do Exército, foi a TV e pediu desculpas ao país. Confessou que sabia do plano, mas como havia prometido, não derramaria mais o sangue da família americana em conflitos que não ameaçassem a segurança dos “States”.

Veio a crise dos mísseis. O mundo nunca esteve tão próximo a uma guerra nuclear. Os russos recuaram, em troca da retirada dos mísseis de médio alcance instalados na Itália e na Turquia.

Ao invés de guerra, Kennedy convidou Nikita Kruschev para visitar os Estados Unidos e assinou o primeiro termo de contenção de amas nucleares. Para acabar com toda a instabilidade, demitiu Allen Dulles, fundador e diretor da CIA. Tirou os poderes de J. Edgard Hoover, que ficou sendo subordinado ao seu irmão Robert (Bob) Kennedy, Secretario de Justiça. Nestes dois atos, assinou também sua sentença de morte.

Donald Trump, quando esteve presidente, estabeleceu negociações com Putin. Começou a cortar gastos exorbitantes da OTAN, abastecida pelo Complexo Industrial Militar. Retirou tropas norte-americanas do conflito com a Síria. Negociou com o Talibã convivência pacífica no Afeganistão. Teve a humildade de procurar o ditador da Coreia do Norte Kim Jong-Um, e se encontraram três vezes. A primeira na zona desmilitarizada entre as duas Coreias, a segunda no Vietnã e a terceira em Singapura. Houve um longo período de distensão entre os dois países, trazendo tranquilidade para Coreia do Sul e Japão. Joe Biden perdeu o Afeganistão, com uma retirada humilhante de suas tropas. Mantem uma guerra entre russos e ucranianos, rasgou os bloqueios econômicos contra o Irã, que persiste em produzir armas de exterminio em massa, bombas atômicas. Na gestão Trump, não morreu um único solado americano combatendo em outros países. Desativou dezenas de bases militares em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos. Como a imprensa é paga pelos “Falcões da Guerra”, insistem que ele irá acabar com a democracia. Como? Democracia é diálogo, celebração de acordos militares e comerciais, equilíbrio entre as nações, na busca pela paz e prosperidade mundial.

AS SEMELHANÇAS HISTÓRICAS DO MISTERIOSO ATENTADO CONTRA DONALD TRUMP – PARTE (I)

Robert Kennedy, Robert Kennedy Júnior e Donald Trump

Toda conspiração tem seu plano “A” – objetivo alcançado – e plano “B”, quando ocorrem falhas. Em ambos, a tarefa é apagar rastros e queimar arquivos. Nos Estados Unidos, na pior década de sua história (1960/1970), uma grande conspiração assassinou o presidente John Kennedy, Martin Luther King, Robert Kennedy e Malcolm X. Mais de mil testemunhas desapareceram, morreram repentinamente, em acidentes de trânsito ou vítima de pistolagem, inserida na “narrativa” da violência banalizada, provocada pela Lei dos Direitos Civis. Em todos os episódios, o sicário foi sempre um “Lobo Solitário”.

O atentado para matar Donald Trump (13/07/2024) na cidade Butler, Estado da Pensilvânia, ao falhar o plano “A”, o “B” entrou imediatamente em ação, abatendo em questões de segundos o “Lobo Solitário” (?). A rapidez dos exterminadores foi erro “crasso” da operação. O presidente da Câmara dos Representantes instalou uma comissão de inquérito para investigar o caso. O depoimento da Chefe do Serviço Secreto foi um desastre. Suscitou dúvidas, que sugerem existência de mandantes e provável colaboração da segurança. Reconheceu que foi a maior falha de todos os tempos do Serviço Secreto, pediu desculpas à Nação, e ontem pulou fora: pediu demissão.

Hoje, será a vez do Chefe do FBI depor. Ele vinha jogando a culpa na Polícia local e no Serviço Secreto. A população com Smartphone na mão gravou vídeos, mostrando policiais entrando no galpão – antes e depois – do suposto autor dos disparos que atingiu Trump, ser eliminado. A grande mídia norte-americana está adotando a mesma postura dos casos de Bob Kennedy, Martin Luther King e Malcolm X. Abafando e não fazendo uma minuciosa investigação, ponto alto do jornalismo na terra do Tio Sam.

Os presentes falaram que ouviram disparos de todos os lados, inclusive dentro do ambiente. A perícia ainda não determinou a trajetória do projétil que atingiu o Bombeiro, que morreu na hora. Surgiu a dúvida de dois atiradores. Onde estaria o outro?

Apenas um jornal registrou a visita do Senador Democrata Robert Kennedy Júnior a Donald Trump, prestando solidariedade. Ele é filho de Bob Kennedy. Foi boicotado e impedido de concorrer contra Joe Biden, nas primárias. Ainda hoje, aparece com 10% das intenções de voto dos americanos, como candidato independente. Não merece um único registro da mídia.

Mas, tem um grande grupo nas redes sociais que o apoia. O temor dos democratas é que seu voto migre para Trump. Ambos têm algo em comum: são contra os gastos trilionários com o Complexo Industrial Militar; CIA; nova corrida armamentista; Big Pharma (grandes laboratórios e novos vírus). Defendem uma América grande, independente, trabalhando pela paz, longe dos conflitos étnicos.

No dia 05/06/1968, momento e local escolhido para comemorar a vitória esmagadora nas primárias do Estado da Califórnia – Hotel Ambassador – Los Angeles, Robert (Bob) Kennedy seguiria um roteiro estabelecido pela segurança e organizadores do evento. Deixaria o estrado e iria até o centro do salão para partir um bolo.

A segurança estava espalhada no salão. Um episódio nunca desvendado foi a presença de uma figura, mesmo aparecendo numa fita de 16mm e em fotos – nunca reconhecida nem identificada – esteve durante todo o tempo por trás de Bob. Após o discurso, cochichou em seu ouvido. Bob mudou repentinamente seu itinerário. Ao invés de ir para o centro do salão, às pressas caminhou para a cozinha, onde tinha uma saída de emergência. Ao chegar na cozinha, foi assassinado com um tiro à queima roupa, atrás do ouvido. As poucas fotografias feitas no momento e no ambiente não aparece o suposto assassino Sirhan Bishara Sirhan. Nem a figura que o conduziu até a porta da cozinha. Pressupõe-se que Bob foi avisado e estava fugindo de um possível atentado.

Sem histórico ou antecedentes criminais de violência o palestino, nascido em Israel, confessou apenas ser antissionista, e sempre desejou matar Bob Kennedy (?). Bob não era judeu. Era descendente de irlandeses, cristão da Igreja Católica Romana. Sirhan, réu confesso, foi preso fora do Hotel, com uma arma. Segundo ele, havia bebido muito, não recordava nada. Uma moça havia lhes entregue o revólver. Poucos minutos depois estava preso e a arma era a do crime. Em todos os seus depoimentos alegou que não se recordava ter estado na cozinha (local do crime). Fato comprovado por mais de uma dezena de cozinheiros e garçons presentes. Não o reconheceram e afirmaram que ele nunca esteve lá antes de Bob entrar, cercado por algumas pessoas, e um fotógrafo.

LEILÃO SEM LANCES

No último final de semana um grupo de lideranças pró candidatura do ex-prefeito Romero Rodrigues – num encontro surpresa – realizou talvez a última investida na tentativa de arrancar do soturno deputado federal palavras que sinalizassem sua intenção em disputar o pleito de outubro próximo, enfrentando Bruno, candidato que ele escolheu e o apoiou como seu sucessor, há quatro anos.

Romero escutou com paciência todos os reclamos, mas ainda não foi desta vez que se curvou aos argumentos expostos. A “cantata” é a mesma, repetidamente ouvida pelas mais diversas vozes, entoadas a partir dos tenores do Palácio da Redenção. Os barítonos do encontro – mesmo afinados – não emocionaram o ex-prefeito.

A candidatura de Romero jamais poderá ser considerada como uma postulação de oposição. É o “racha” de um grupo, evento que não interessa nem a Romero, muito menos a Bruno. Por outro lado, é uma oportunidade ímpar para muitos, dentre os quais vereadores com mandato que irão concorrer à reeleição. Se conseguissem emplacar a dissidência, abria-se o “leilão”. Vence a maior oferta, na reta final da campanha.

Quem mais ganharia com a decisão de Romero enfrentar Bruno seria seu companheiro de partido – e primeiro suplente – Leonardo Gadelha. Romero vencendo, teria dois anos na titularidade do mandato de deputado federal. Entretanto, é o primeiro a clamar pela pacificação, e aconselha Romero a tapar os ouvidos, amarrar-se ao mastro do barco e não se deixar levar pelo “canto da sereia”, que o afogará.

Se nesta reunião, todos que posaram na foto tivessem ido oferecer a Romero dinheiro para enfrentar os altos custos da eleição, e se comprometessem a saírem fazendo “vaquinhas”, bingos, sorteios, quotas, e até empréstimos bancários pessoais – dando como garantia seus imóveis – tudo só para vê-lo novamente prefeito, Romero se moveria. Mas, ao olhar para todos, ele sabe quanto cada um já lhes custou num passado bem recente. A pressão sofrida (paradoxalmente) a partir dos mais abnegados, com ameaças (chantagens) de desistência, ciumeira no bloco, ansiedade por mais dinheiro, prazos inadiáveis… É um quadro de terror, que só conhece quem já viveu esta experiência. Não se consegue esquecer facilmente. Os valores gastos na campanha de 2020 ainda estão na memória de Bruno e Romero.

Ainda não vi um candidato a vereador recusar um voto cruzado. Se Romero e Bruno se enfrentassem, um candidato a vereador de qualquer um dos dois, ao pedir um voto, o eleitor fizesse a opção clara, só por ele, e afirmasse que votaria contra seu candidato a prefeito, duvido que ele rejeitasse este sufrágio.

Romero não sendo candidato, não haverá leilão. Sem lances, os “veteranos” da Casa Félix Araújo – insurgentes contra Bruno e estimuladores do projeto Romero – se ainda pretenderem permanecer em seus assentos terão que gastar uma fábula. Desta vez, de seus próprios bolsos.

O que está por trás da saída de Nominando do TCE

A presença diária na mídia, nos últimos meses, destacando a agenda administrativa (rotineira) do conselheiro do TCE Nominando Diniz – com matérias de pouco interesse para o leitor – nos despertou a atenção, para averiguar o que estaria ocorrendo nos bastidores políticos. Qual o interesse dos profissionais da informação da Capital “remodelarem” a imagem de Nominando, criando um perfil de “estadista”?

O prefeito Cícero Lucena inventou uma viagem repentina. Seu vice, e o presidente da Câmara de Vereadores, estão impedidos de assumirem, em função das exigências da legislação eleitoral. Quem assumiria? Na maior Constituição do planeta não existe um artigo, parágrafo ou inciso, que preencha a lacuna desta dúvida. Seria algum secretário ou um desembargador do Tribunal de Justiça? Na dúvida, a ALPB votou uma emenda criando uma nova figura na linha sucessória: o presidente do TCE. Mesmo o TCE sendo um órgão de assessoria da própria ALPB. Por que não escolheram um dos membros da Mesa Diretora da Casa Epitácio Pessoa? Eles não se tornariam inelegíveis.

O disciplinado Nominando Diniz já foi deputado estadual e presidente da ALPB. Conquistou a confiança do governador Cássio Cunha Lima, que o nomeou para o TCE. Cumpriu todos os compromissos com o líder tucano, enquanto ele esteve na vida pública. Sua aposentadoria voluntária – por ele mesmo anunciada recentemente – levou Nominando a se alinhar com o governador João Azevedo. E provavelmente ao projeto do Republicanos, depois do gesto de Adriano Galdino deixá-lo ser prefeito por oito dias de João Pessoa, enriquecendo seu currículo.

Os detalhes deste pacto aos poucos começam a mostrar que “onde há fumaça, há fogo”. Nominando anunciou que antecipará sua aposentadoria do TCE. Para que esta decisão tenha sido materializada e aprazada (até junho de 2026), fica patente que voltará à política. Conhecido como homem “sabido” na hora de negociar, Nominando deve ter arrancado a promessa de uma vaga na Casa Epitácio Pessoa, ou talvez na Câmara dos Deputados. Quem perderá a vaga, não se sabe. Mas, se Nominando realmente antecipar sua aposentadoria, é porque sua eleição estará garantida.

Para João Azevedo, é tudo que ele sonhava. Comandar o TCE, estando ou não com um mandato. João Agripino ocupou este espaço por muito tempo. Em suas mãos, estiveram o destino de muitos prefeitos, ex-prefeitos, secretários de governo, ex-secretários; vereadores, presidentes e ex-presidentes de câmaras municipais. Muitos foram cassados, ficaram inelegíveis por contas rejeitadas, e perderam suas carreiras políticas. Oito anos sem mandato, e impedido de disputar eleições, é fim de linha.

Em dezembro próximo, Arthur Cunha Lima será aposentado pela compulsória. Setembro de 2025, é a vez de Fernando Catão. Junho de 2026, Nominando Diniz. Seus sucessores, serão indicados pelo governador João Azevedo. Mas, passarão pelo crivo da ALPB, com aprovação do presidente Adriano Galdino. Para que tudo ocorra como João deseja, a anuência de Adriano Galdino é imprescindível. O projeto do Republicanos, de compor a chapa majoritária em 2026, avança.

MANOBRA PERFEITA

Todo projeto político vitorioso começa pela escolha inteligente de seu adversário preferido, fácil de ser derrotado. Para desestimular o surgimento e formação de uma oposição organizada e competitiva, o grupo que ocupa o poder simula rompimentos, inventa crises inexistentes – sem motivos óbvios – criando uma falsa expectativa no eleitor insatisfeito, o grande iludido neste enredo.

O ex-presidente FHC, de mãos dadas com a grande mídia, escolhia Lula, que sempre saia disparado na frente nas pesquisas com 60% da preferência do eleitorado. O petista não tinha densidade eleitoral abrangente, capaz de cobrir todo território nacional. Seria fácil derrotá-lo. Usou este método duas vezes e matou dois coelhos com uma cajadada. Derrotou Lula, e acabou com o PFL/PDS/PL, nossa direita desorganizada.

Este tipo de trama, arquitetada nos bastidores, chega ao público através dos formadores de opinião – primeiros a serem ludibriados pelo embuste – e que se transformam em fornecedores de matéria prima para produção diária da mídia, escrava do “jornalismo de batente” comprometida com o “furo”, ou o “fato novo”.
Bruno e Romero se espelham no exemplo do Império Romano: dividir para governar.

Romero Rodrigues impediu durante um ano e meio a criação de um grupo de oposição capaz de enfrentar Bruno Cunha Lima, e seu projeto de reeleição. Em dezoito meses, nunca se pronunciou com clareza afirmando que seria candidato. Muito menos, assumiu compromissos com a população revelando que estava disposto a enfrentar a “máquina” do Palácio do Bispo. Nesta longa jornada “levou de barriga” o governador João Azevedo, o Clã Ribeiro e todo bloco oposicionista da cidade.

Quem primeiro alcançou a “estratagema” foi o deputado Adriano Galdino, presidente da ALPB, que em novembro de 2023 externou sua opinião e cobrou: “ele tem até janeiro para se posicionar, e anunciar sua candidatura”. Neste interregno, deve ter conversado algumas vezes com Romero e percebido que sua postulação era uma “cortina de fumaça”. Ainda postergou o prazo, esticado para fevereiro, abril… Convidou-o publicamente para ingressar no Republicanos… Mas, Romero manteve-se em silêncio. Seu séquito de alucinados, cegos, se encarregaram de instituir as desculpas.

A sedução aconteceu e Romero esteve prestes a romper. Esqueceram o “freio de arrumação” de Bruno, quando inesperadamente e sem motivos (ano passado) exonerou todo o primeiro, segundo e terceiro escalão de sua gestão? Deixou Romero à vontade para se manifestar sobre o episódio e lançar sua candidatura, contando com o exército dos futuros insatisfeitos. Ao mexer na parte mais sensível do corpo humano, o bolso, os críticos da gestão que embalavam a canção “volta Romero”, sentindo-se ameaçados, partiram para o “beija mão” a Bruno. Preferiram segurar seus contracheques. Como Romero iria convencer “Tia Glória” e justificar sua ingratidão?

REFORMA TRIBUTÁRIA É MAIS UM PALIATIVO

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, promete votar a Reforma Tributária nos próximos 14 dias (duas semanas), antes do Congresso Nacional entrar em “recesso branco”, período dedicado pelos parlamentares às eleições municipais nas bases, alicerces onde estão fincando os pilares de sustentação de seus mandatos.

Tema amplamente debatido nos últimos 60 anos, na busca de desmobilizar Estados e Municípios “engessados” nos primeiros Atos Institucionais do governo Castelo Branco (1964), deixará a emenda pior que o soneto, com Governadores e Prefeitos limitados a exercerem poderes semelhantes aos de síndicos de condomínios.

Todo processo de mudança requer uma ordem básica com começo, meio e fim. Paradoxalmente, a escolha da Reforma Tributária representa a inversão da lógica. Estamos iniciando pelo término. A coerência recomenda discutir primeiro o “Pacto Federativo”. Voltaríamos a ser uma Confederação – estabelecida na Constituinte de 1947 – República dos Estados Unidos do Brasil? Tema “abortado” na Constituição cidadã de 1988. Permaneceremos como um ente federativo, suprimindo a independência dos Estados?

A “canetada” de Castelo Branco, ratificada na Constituição de 1967, elaborada por juristas – sem ouvir o povo – e imposta ao Congresso que a aprovou, deixou os Estados impedidos de legislarem sobre temas penais, segurança pública, tributação, sistema carcerário… Perderam a autonomia de suas divisas, antes invioláveis.

Depois de 15 anos da ditadura Vargas, a redemocratização de 1945 votou a Constituição de 1947. Copiaram parte da Carta Magna do berço da democracia do ocidente – Estados Unidos da América – onde os Estados têm o seu Poder Judiciário independente. Nossos constituintes de 1947 esqueceram de municipalizar a Polícia, Promotoria e Justiça. Xerifes, Promotores e Juízes, nos Estados Unidos, são eleitos pelo povo. Cada Estado tem seu sistema tributário próprio e diferenciado. O único tributo federal é o Imposto de Renda. Suas divisas e limítrofes são invioláveis e a Suprema Corte cuida apenas de manter os sete artigos criados há 230 anos, e as vinte e seis emendas, surgidas ao longo de dois séculos, dentre as quais a 13ª que libertou e acabou com o processo de escravidão.

No Brasil, a Constituinte de 1988 foi convocada sob a premissa de revogar a de 1967, o “pacote de abril” – conjunto de leis do governo Geisel – e remover todas as emendas feitas no período dos governos militares. O resultado foi o inverso. Centralizaram tudo no Governo Federal. Ao invés de seis artigos, a Carta Magna Brasileira tem 360, e se estendeu com mais de 140 emendas via PEC – Propostas de Emendas à Constituição. É a maior do planeta. Criaram até a figura jurídica do “trânsito julgado”, para suprimir os poderes da Magistratura. Juiz “a quo”, TJ,

Desembargadorias, STJ, são apenas “Instâncias de passagens”. A maioria de suas decisões são reformadas pelos entendimentos e jurisprudências criados pelo STF, hoje, Poder Legislador.

Na Constituição norte-americana, o país é formado pela união dos Estados. Na Alemanha, e na maioria das nações da Europa Central, a base é o município, que forma o Estado, e este compõe a Confederação que os agrega. O município é quem tributa e arrecada. Destina parte para o Estado, e a União. Para ter o “status” de município, tem que ser superavitário. Antes da I Guerra, a Alemanha tinha 32.000 municípios. Após a II hecatombe, 18.000. Hoje está com 11.054 e a meta é alcançar 6.000 até 2030. Esta é a razão do cidadão alemão se orgulhar em ser pagador de seus impostos.

O Congresso continua devendo ao povo brasileiro a Revisão – através de Referendo – do Pacto Federativo. A Reforma Eleitoral, do Poder Judiciário, e a Administrativa. Reforma fiscal é apenas mais um paliativo. Permanecemos no atoleiro em que estamos há 60 anos.

ELEIÇÕES MUNICIPAIS: JOÃO AZEVEDO JÁ TEM SEU CANDIDATO EM CAMPINA GRANDE

Desde o dia em que o ex-secretário de saúde, médico Jhonny Bezerra, renunciou, João Azevedo – que já havia lançado seu nome antes – decidiu que não lhes faria uma desfeita, abandonando-o à própria sorte num projeto considerado natimorto. Enfrentar o Clã Cunha Lima, em seu terreiro, nas eleições municipais de 2024? É um desafio ousado, audacioso, porém, nunca se deve subestimar os sonhos dos obstinados.

João Azevedo é um Engenheiro – técnico que sabe calcular riscos – pelo visto, criou interesse pela política. Pegando o gancho nas palavras de Cássio Cunha Lima no dia que esteve no Parque do Povo, “a vida é muito curta para se limitar a fazer uma única coisa”, João também pode ter mudado, e decidido construir uma carreira política.

Ao perceber a manobra de Romero Rodrigues, gozando de uma exposição midiática gratuita – do litoral ao sertão – ocupando mais espaços que o próprio governo, deixou claro há dois meses que não iria esperar por ninguém. O PSB tinha um candidato em Campina: Dr. Jhonny. Vez por outra, quando ainda é abordado sobre a possível união com Romero, responde com desdém: “a decisão é dele. Estou pronto para conversar”. Mas, deixou de superestimar o capital político de Romero na Rainha da Borborema.

O futuro sempre esteve no passado. A história é repleta de exemplos, mostrando a superação do impossível, sobrepujando o previsível. Em 2004, o vereador Veneziano Vital do Rêgo aceitou o desafio proposto pelos senadores José Maranhão e Ney Suassuna, de não deixar o PMDB morrer em Campina Grande. A empreitada era tão aventureira que sequer encontraram um nome para ser seu vice. Atendendo a um apelo de Ney Suassuna, o ex-deputado José Luís Júnior “emprestou” seu nome no dia da convenção, na condição de substituí-lo até o mês de setembro.

Após a convenção, conversando com o saudoso tribuno Vital do Rêgo – pai do então “cabeludo” – sua reação era de indignação e revolta. Previa a repetição do ano 2000, quando Vital Filho foi candidato a prefeito e obteve a votação de um vereador. Como Veneziano iria enfrentar Cozete Barbosa, prefeita, disputando uma reeleição, com total apoio de Lula e do PT, em seus melhores dias? O outro candidato, representando o Clã Cunha Lima, era o deputado Rômulo Gouveia, presidente da ALPB, apoiado pelo governador Cássio Cunha Lima e exibindo em sua chapa a “Bela” – Daniella Ribeiro – filha do ex-prefeito Enivaldo, segunda maior liderança política da cidade. Quem financiaria os custos de campanha de Vené? Sem alardes, Ney Suassuna irrigou na hora certa, aparecendo dinheiro de onde ninguém esperava.

O entusiasmo de Vené era traduzido no seu jingle de campanha, um “V” em cada esquina. Rua acima e abaixo, lá estava Veneziano, com seu exército “Quixotesco”, andando por toda Campina Grande. Terminou arrastando a juventude. O genial Duda Mendonça não conseguiu levar Cozete ao segundo turno. Rômulo Gouveia saiu na frente, e à luz das pesquisas era imbatível. Cozete e Ney Suassuna patrocinaram a mudança. Ney não deixou faltar o “combustível”. Sentindo-se traída, Cozete transferiu todos os seus votos para o “Cabeludo”. O Clã Cunha Lima amargou um jejum de oito anos.

CARÊNCIA DE GOVERNANÇA

A crise econômica imposta ao país pelo atual presidente atesta sua incapacidade gerencial, enxergada na visão do saudoso ex-ministro José Américo de Almeida – cunhador da frase “governar é contrariar interesses”. Lula interpreta inversamente e confunde seu papel, com um perdulário “papai Noel” de plantão.

Do operário mais simples, ao bem sucedido empresário, a palavra “orçamento” pode até ser desconhecida. Porém na prática todos sabem que não se pode gastar acima dos seus ganhos. Gera endividamento, e logo se transforma numa bola de neve.

O Brasil tem como cumprir sua meta fiscal ainda este ano, apresentar superávit e reduzir a taxa Selic. Basta determinação do presidente em abandonar o palanque (projeto político/eleitoreiro fora de época) e abraçar o programa Brasil. Construiria uma performance de estadista, e se livraria da anacrônica imagem “populista”.

Renomados comentaristas econômicos, que vivem só a instantaneidade dos fatos, criticam e não apresentam soluções, o que sugere perda de memória. Como o Brasil se recuperou da quebradeira, com um PIB negativo de – 6% em 2016? Por que não adotar ou reeditar medidas e métodos utilizados pelos ex-presidentes Michel Temer, sequenciado na gestão Jair Bolsonaro? Cortar gastos imediatamente, seria a primeira medida para mostrar austeridade e controle com o dinheiro arrecadado dos impostos pagos pelos contribuintes. Grave é o fato, que toda a mídia sabe onde está o furo – no casco do barco – adernando, e ninguém tem coragem de apontar o rombo dos famigerados programas sociais, como o sorvedouro do erário público.

Até 2019 o Bolsa Família consumia 38 bilhões de reais do OGU (Orçamento Geral da União). O governo Bolsonaro iniciou planejamento para relocar e inserir seus beneficiários no mercado de trabalho. Este cancro tinha que ser extirpado. Mas, infelizmente, veio a Pandemia Universal do COVID-19. Paralisação completa de toda a economia global. Em alguns países, por 10 meses. Noutros um ano. No Brasil se perpetuou (?). Os beneficiários da época continuam recebendo auxílio do governo.

Rodrigo Maia, então presidente da Câmara dos Deputados, quis usar a Pandemia e “armou” para cassar o mandato do presidente Bolsonaro, que jamais trocou figurinhas com ele, por divergir do “toma lá, dá cá”. Arbitrou um mínimo de 600 reais per capita, com distribuição aleatória para jovens, estudantes, solteiros e empregados. Destinou 1.200 reais para pais ou mães, chefes de família. Além de ajudar as empresas manter a folha de pagamentos, dispensando impostos, prorrogando dívidas bancárias, tudo para evitar demissões e falência do setor empreendedor. Como o governo não tinha caixa, furaria tetos orçamentários, e seria cassado por improbidade administrativa.

O Congresso votou um “Orçamento de Guerra” provisório, até o fim da pandemia. Torrou 700 bilhões de reais, a serem devolvidos ao Tesouro a partir de 2027. O Auxílio Brasil saltou de 38 bilhões de reais, para 237 bilhões em 2023. Praticamente o orçamento da saúde e educação juntos. Uma irresponsabilidade sem precedentes. Por que não cortar tudo “pelo pé” imediatamente? Passar um pente fino no Bolsa Renda e voltar aos 38 bilhões, ou menos? A sobra seria de 200 bi. Um superávit que recuperaria a saúde financeira do país.

A resistência está no “populismo” político. Toda medida de desembolso emergencial ou temporária do governo se eterniza. O COFINS – Contribuição temporária criada em 1982, foi a primeira. Bolsa Renda, a segunda; BPC, os vales (gás) dentre outros… O único que o Congresso derrubou foi a CPMF, que tinha prazo e estava se institucionalizando como imposto, ou bitributação, colidindo com o IOF. Crie coragem Lula! Use a “Tramontina”, como fez Temer e Bolsonaro, e deixe o Brasil avançar.

REENCONTRO

Fato merecedor de destaque da 41ª edição do “Maior São João do Mundo”, encerrada ontem (30/06/2024), foi a surpresa que teve o ex-governador Cássio Cunha Lima, ao visitar o Parque do Povo e sentir a manifestação carinhosa, espontânea e inesperada, expressada pelos presentes, quando caminhava em meio à multidão. A mídia digital registrou o acontecimento, inclusive com trechos de curtas abordagens/entrevistas, divulgadas instantaneamente no aplicativo Instagram.

Constatamos a dimensão do acontecido, ouvindo comentários aleatórios de pessoas simples que estavam no ambiente, distantes do quotidiano da crônica política/partidária, como o vigilante Zeca, que em seu dia de folga (28/06/2024) resolveu curtir com a família sua noite de São João.

Zeca, um vigilante de ruas “cinquentão”, atento e experiente observador – requisitos de sua profissão – comentou conosco que num primeiro momento pensou que era uma confusão, briga, ou estavam socorrendo alguém que havia passado mal. Puxou suas filhas para se distanciar, mas elas reagiram e disseram que era algum artista “famoso”.

O arrastaram para se aproximar do círculo de pessoas, deslocando-se lentamente. Ele não conseguiu chegar muito próximo. Mas, distinguiu à distância que o afamado era Cássio Cunha Lima.

Apesar de nunca ter votado em Cássio, Zeca confessou que até ele se emocionou com a euforia das pessoas. Se deu conta do quanto o filho do poeta ainda era estimado pela população de Campina Grande. No seu imaginário, o povo já o havia esquecido. Há muito tempo longe das multidões, não morando na cidade, o povo ainda corria atrás dele? Outros políticos com mandato, morando aqui, só são abraçados nos comícios. Passam diariamente pelas ruas, e raramente recebem um aceno dos transeuntes.

É carisma, meu caro Zeca. Não esqueça que ele foi três vezes prefeito da cidade, governador duas vezes, deputado federal em duas legislaturas e senador da república. Apesar de ter trocado Campina por João Pessoa, e hoje residir em Brasília, criou paixões em sua época, e sua imagem ainda é conservada na memória de muitos. Nas discussões políticas, destacam os feitos do seu período no poder. Nos dias de hoje, muitos partidários desejam sua volta a Campina Grande, como solução para o insano arranca-rabo Romero x Bruno. Cássio ainda tem “musculatura” para subir no ringue.

O mundo político paraibano, em peso, teve sua noite de “Parque do Povo”. Todos levaram, ou foram acompanhados por seus séquitos. O único a chegar só e formar de improviso uma comitiva na medida em que caminhava, foi Cássio Cunha Lima.

Registre-se a imperdoável – até censurável – ausência do ex-prefeito Romero Rodrigues. Postura injustificável, para alguém que alimenta a ideia de uma pré-candidatura a prefeito. Perder a oportunidade ímpar de mostrar que arrasta multidões? Não existem referências de sua presença no Parque do Povo, festa de todos. E se porventura por lá passou o anonimato midiático entra em contradição com sua própria pregação diária – eleições 2024 – que o considera como a última Coca-Cola do deserto.

MINISTRO VITAL FILHO AVULTOU O TCU NO SEU RELATÓRIO SOBRE AS CONTAS DO GOVERNO

            O Ministro Vital Filho – paraibano de Campina Grande – elevou o nível técnico do TCU, projetando a instituição e conquistando respeito das elites econômicas do país, quando apresentou o seu relatório, que julgou as contas (gastos do governo) no exercício 2023. A aprovação com “ressalvas”, deu ao TCU um novo status, posicionando-o acima de suas funções, até então, mero órgão de Assessoria Parlamentar.

            O documento trouxe um em seu bojo, diagnóstico completo, mapeando os riscos e desafios da economia brasileira, sugerindo prudência e ações para o equilíbrio fiscal. Norteia os três poderes, recomendando controle de gastos, e limites sobre expectativas futuras – fundamentadas na expansão das receitas – fruto da arrecadação de tributos.

            A repercussão foi um bálsamo, para atenuar o estresse do mercado, segundo comentaristas da CNN. Diante de tantas incertezas, crescia a desconfiança das previsões e promessas da equipe econômica do governo, em rota de colisão com o Congresso Nacional, Palácio do Planalto, e na hora do “aperto”, se escorando no Poder Judiciário, arrancando atos ou decisões monocráticas, que aumentam ainda mais o quadro de insegurança jurídica que vive o país. Como consequência, afugenta investidores, produtores e poupadores.

            O Relatório de Vital Filho encorajou a Ministra do Planejamento Simone Tebet, a falar pela primeira vez, em cortar na própria carne (gastos do governo) destinados a ampliar ou criar novos programas sociais. Advertiu para necessidade de uma ampla Reforma Administrativa, e defendeu o combate aos supersalários. Temas proibitivos no PT e no Palácio do Planalto, usina geradora de despesas, criando contas e jogando a responsabilidade na equipe econômica de arcar com a tarefa de cobrir os “rombos”.

            Infelizmente, o gesto prudente do TCU, não sobreviveu uma semana. O governo enviou uma MP (Medida Provisória) para o Senado, mexendo na carga tributária, desesperada tentativa de encontrar uma fonte de receita, para suprir a renúncia fiscal da desoneração da folha de pagamentos. O tumulto uniu todo o setor produtivo do país, que foi a Brasília e forçou o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, devolvê-la ao Palácio do Planalto. Nos últimos vinte anos, foram editadas 1.227 Medidas Provisórias, inclusive o Plano Real. somente cinco foram recusadas. Dentre as quais, uma de Dilma Rousseff (2015) desonerando a folha de pagamentos, criada por ela no plano populista “Brasil Maior” em 2011.

             Hoje, percebe-se nitidamente, que além das dificuldades que o governo enfrenta para lidar com o Congresso, não consegue mais unir sua equipe. A turma da “economia”, onde se inserem o vice-presidente Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Simone Tebet, não falam a mesma linguagem do PT e seus ministros palacianos, ideologicamente defensores de um Estado forte, com a ausência de um setor produtivo que o sustente. Não se discute Brasil, a briga é pelo poder. Na visão de Lula e os Xiitas do seu partido, é preferível ser “cabeça de rato, que rabo de elefante”.

            Na próxima reunião do COPOM, está fora de pauta a redução da taxa Selic. A previsão é de permanência em 10,5%, até o final do ano, com a perspectiva de se manter neste patamar durante todo o ano de 2025. A recessão será inevitável. Neste voo pilotado por Lula, além do TCU está todo o Brasil, ninguém torce pela queda da aeronave.

SETOR PRODUTIVO COMEÇA A ROMPER COM O GOVERNO

No último 03/05/2024, quando as águas dos rios gaúchos começaram transbordar – efeitos do rompimento de um dique (represa) – Lula imediatamente lamentou: “perdemos a oportunidade de comprar o arroz da Venezuela” (?). Até então, registrava-se o aumento no volume das águas em toda extensão das bacias hidrográficas. Nem os Meteorologistas anteviram chuvas acima de 300 milímetros, inundando várzeas, onde se formam lagos ou lagoas, áreas destinadas ao cultivo do arroz. Ao longo do período, foi que constataram a existência do fenômeno “tempestade perfeita”. Nuvens carregadas vindas do Pacífico e do Atlântico, despejando simultaneamente volumes de chuvas, atingindo todo o Estado do Rio Grande do Sul.

            Após os primeiros dez dias, predominou o pânico, aflição, pedido de socorro das populações instalada nas regiões ribeirinhas. De repente, “inventaram” o desabastecimento de alimentos (só arroz) em função das inundações. Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, se pronunciou, confirmando que 80% da safra, já havia sido colhida e armazenada. Os estoques da CONAB, dispunham de reservas. Desacataram totalmente, a falta do produto na mesa do brasileiro. Mas, para os petista – ignorando a tragédia – era uma oportunidade para meterem a mão no erário. Um leilão, para importar arroz, sob a justificativa da alta repentina do preço do produto.

            Vencedores do leilão foram empresas de fachadas, criadas para competirem com os grandes atacadistas da área. Um jogo sujo, para gerar prejuízos ao agronegócio. A denúncia de mais um “esquema”, foi feita ao TCU. Ontem (10/05/2024) o Governo começou a se antecipar, e “nomear” culpados. Segundo e terceiro escalão. E quem autorizou o certame? Por outro lado, por que ainda não anularam o leilão “dirigido?”.  

            A alta dos preços, não foi uma decisão mesquinha dos produtores. Atacadistas e setor de transportes, tiveram seus custos elevados para escoar a produção. A “logística” foi comprometida, com as principais rodovias e ferrovias interditadas. Como atender todas as entregas, em questão de dias? Por que a CONAB não revelou as toneladas em seu estoque regulador? A ocasião faz o “ladrões”. O Decreto de Calamidade Pública, enseja a oportunidade de um “novo COVID”. Compras bilionárias, superfaturadas.

Em meio ao caos, o governo atendeu o Ministro Fernando Haddad, e empurrou uma MP (Medida Provisória), para compensar a desoneração, proibindo a compensação do PIS/COFINS da indústria. Os efeitos são devastadores. Levou o presidente da CNI abandonar a comitiva do governo e empresários, que estavam na China, e imediatamente voltar para o Brasil. Lula viajará para Itália, e deixará a bomba chiando.

 O Congresso Nacional hoje (11/05/2024) terá o seu dia mais movimentado dos últimos tempos. Bancadas do Agro, da Indústrias, Setor de Serviços, todos estarão lá, para exigir do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a devolução da MP, com parecer unânime de renomados juristas, apontando inconstitucionalidade. O setor produtivo do país, romperá com o governo. Ao seu lado, só permanecerá o PT e os Bancos, que nunca ganharam tanto dinheiro com o “desenrola”. Contas perdidas, prescritas, sendo recobradas. O “desenrolado” que renegociou até 5 mil reais (pessoa física) e 20 para (pessoa jurídica), se deixarem de pagar o parcelamento, o tesouro nacional honrará. Nos programas radiofônicos, a população mostra sua revolta. Entraram no “desenrola”, buscam novos empréstimos e os Bancos estão negando. Todos permanecem na “lista negra”, sem direito ou acesso ao crédito.  

VENEZIANO: O GRANDE PUXADOR DE VOTOS PARA BRUNO

            Impossível minimizar os efeitos diligentes do senador Veneziano Vital do Rêgo, e seu aguerrido empenho no projeto político que abraçou – empreitada da reeleição do prefeito Bruno Cunha Lima – ocupando o espaço, voluntariamente abandonado pelo sucessor do poeta Ronaldo, ex-governador Cássio Cunha Lima, que tem demonstrado a mais completa inapetência pelo tema, e destino político do Clã na cidade.

            No momento de bater na mesa, e decidir o destino do grupo – evento ocorrido há cerca de quatro meses – Cássio Cunha Lima se comportou como “Pilatos”. Lavou as mãos sobre a felonia de bastidores, envolvendo seus primos. Numa abordagem da crônica política, encerrando o debate e fugindo de sua responsabilidade, Cássio foi enfático: “Eles são bem grandinhos, para resolverem este problema”.

Não foi justo em reconhecer que todo prefeito, governador ou presidente eleito, torna-se um natural postulante à reeleição. Ele ou Romero, aceitariam, o que ora querem empurrar goela abaixo em Bruno? Abdicarem do direito de eleger-se e se permitirem ser substituídos por outros? Por que Romero não abriu mão de sua reeleição, e entregou a PMCG a seu vice Ronaldinho? Pelo contrário, descartou ele e trouxe Enivaldo Ribeiro, adversário que lançou sua filha como candidata em 2012.

 Por outro lado, observe-se o “fastio” de Cássio Cunha Lima, e seu desejo de afastar-se do “banquete” degustado no mundo político. Foi o único ausente no lançamento da pré-candidatura de seu filho Pedro, na disputa de 2022, para o governo do Estado. Até hoje não digeriu a derrota de 2014, para Ricardo Coutinho, muito menos a humilhação imposta pelas urnas em 2018, quando foi o quarto colocado para o senado da república – alto clero – que o prestigiou como vice-presidente. Ser derrotado por Luís Couto, numa campanha onde o PT só não foi “destroçado” na Paraíba? Perdeu o elã, e talvez tenha aceitado (precocemente) sua compulsória da vida pública.

Romero não confia em João Azevedo. Ficou patente quando não aceitou ser o seu vice em 2022. Hoje, seria o candidato do governador, com poder de caneta para reeleger-se. Não acredita nos Ribeiros. Viu a manobra de Aguinaldo para plantar o vice do governador, e sem o menor constrangimento fazer campanha contra ele próprio.      

            A decisão de Romero passa pelo Republicanos, e depende do deputado Adriano Galdino. Romero só decidirá ser candidato, se Adriano aceitar que sua filha médica venha compor a chapa como vice. Jhonny Bezerra, e uma série de outros nomes, não dispõem de estrutura para enfrentar uma “máquina” como a PMCG, com Veneziano e Ronaldo Cunha Lima Filho em campo. Em tempo, ninguém topa apostar contra Ronaldo Cunha Lima Neto, já projetado como o vereador mais votado, e preenchendo o espaço sempre negado ou negligenciado a seu pai, Ronaldinho.

            Fazendo uma analogia ao futebol, Ronaldinho foi o craque sempre convocado para copa. Mas, ficava no “banco”. A única partida que disputou foi em 2012, e deu conta do recado. Ao lado de sua mãe Glória, andaram casa a casa em Campina e elegeram Romero.

FATO NOVO DESEQUILIBRA DISPUTA MUNICIPAL NA CAPITAL

            A união de Ricardo Coutinho e Luciano Cartaxo – apagando todo um passado de discórdias e arranca-tocos – consolida a tese pragmática, ou objetivo colimado de aproveitar a oportunidade e matar dois coelhos com uma única cajadada: remover Cícero Lucena da PMJP a qualquer custo, e dois anos depois, infringir uma derrota a João Azevedo, ou tirá-lo da vida pública em 2027, caso permaneça no cargo e não renuncie.

            No antagonismo político, visto sob dois víeis, enxerga-se a figura do adversário, e a do inimigo. O adversários surge das discordâncias momentâneas, fruto do debate temporário e perecível, superado após a disputa de um pleito. O inimigo é movido pelo ódio, se alimenta do instinto da vingança, e não se contenta em vencer a guerra. Sua sanha hedionda vai mais além. Só consegue aplacar sua ira, quando extermina seu hostil.

            Ontem (05/06/2042) Ricardo Coutinho mostrou quem manda no PT/PB. Durante todo o dia, as inserções da propaganda do partido no rádio e TV, mostrou Luciano Cartaxo narrando sucintamente todas as obras, serviços e ações de seu período (dois mandatos) como prefeito da Capital. O PT-PB tem um deputado federal, estadual, e um presidente do Diretório. Todos foram ignorados e defenestrados. A finalidade da propaganda é divulgar a legenda, e convocar novas filiações. Esqueceram até de mencionar o presidente da república, que é do PT. Os holofotes despejaram suas luzes em Luciano Cartaxo.

            Cícero Lucena não está na mira. Este jogo foi zerado. Ricardo e Luciano já o derrotaram. Houve revanche, e Cícero venceu ambos. Porém, no momento e mal posicionado, está na linha de fogo dos dois “Snipes” (atiradores de elite), que querem abater o alvo principal, João Azevedo. É a segunda tentativa de Ricardo Coutinho. A primeira foi levar parte do PT para votar em Veneziano (MDB), eleições de 2022.

            As três candidaturas, era o quadro ideal para Cícero Lucena vencer, talvez até no primeiro turno. Mas, com um quarto concorrente, que esvaziará por completo o PSB, e balizará a disputa na linha nacional Lula x Bolsonaro, alavancará a chapa Marcelo e Sérgio, neutralizará Rui Carneiro, e Cícero ficará na posição de candidato do PP e João Azevedo. Num eventual segundo turno, se o PT não estiver dentro, fará o voto útil contra o candidato de João Azevedo. E talvez, conte até com a ajuda de Veneziano (MDB). Quanto ao Republicanos, apenas votará. E da plateia, observará o resultado com o olho em 2026. Não cabe no mesmo ambiente, Aguinaldo (PP), Hugo, Adriano e Wilson.

            Quando tomamos conhecimento que Ricardo Coutinho está prestando “assessoria” a Zé Dirceu, rememoramos a derrota de Roberto Paulino. O representante de Zé Dirceu na época, saudoso Júlio Rafael – Campo Majoritário – criou um movimento à revelia da aliança PT e MDB de José Maranhão, instalando dois comitês de campanha, “Lula lá, Cássio cá”, em Campina Grande e João Pessoa. Cozete Barbosa, prefeita de Campina Grande (PT), esteve no grande comício da Lagoa (João Pessoa) vestida de preto. Pediu apenas o voto de Lula. Bastava metade do PT ter votado em Roberto Paulino, para Cássio ter sido derrotado. Mas, a maioria da forte militância do PT da época contraditoriamente optou pelo candidato tucano, na disputa pelo governo do Estado. 

ENTREVISTAS DE JOÃO AZEVEDO E MURILO GALDINO RATIFICAM O PROJETO DA CANDIDATURA DE ROMERO

            Em duas entrevistas – locais e horários distintos – o governador João Azevedo e o deputado federal Murilo Galdino, deram pistas concretas da “costura” que está sendo feita para apoiarem a candidatura do ex-prefeito Romero Rodrigues, que provocará a primeira cizânia no grupo Cunha Lima, surgido com a eleição para vereador do poeta Ronaldo, no ano de 1959. Foram-se 65 anos de união. O Clã mais longevo do nordeste, que superou os Coronéis (CE), Alves, Maia e Rosados (RN) e os Arraes (PE).

            No programa 60 minutos da Rádio Arapuan, ontem (03/06/2024), o deputado federal Murilo Galdino (sincericida), respondendo sobre as eleições municipais e sua base em Campina Grande, admitiu que Romero já havia externado a ele próprio, sua disposição em enfrentar Bruno Cunha Lima. Ele acredita nas pesquisas, onde figura sempre com uma pontuação invejável, projetando perspectivas de vitória.  Indagado pelo âncora do programa, o motivo de Romero ainda não ter se lançado, Murilo argumentou que seria muito oneroso por uma campanha nas ruas agora, correr o risco de perder dezenas de aliados, ocupantes de cargos privilegiados na gestão Bruno.

            O anúncio oficial, segundo Murilo, poderá acontecer antes. Mas, o previsto será final de julho/início de agosto. O último prazo para as convenções: 05/08/2024. Além de ter tempo suficiente, como bem destacou Murilo, no momento Romero é o político que tem desfrutado de mais espaço na mídia, e “de graça”. Por que ter pressa?

            Coincidentemente, o Portal de Notícias Conexão PB, traz matéria do governador João Azevedo, confirmando diálogo com Romero Rodrigues, advertindo que em política não se fecha portas. Mas, é necessário que os dois descubram pontos de convergência. Caminharem juntos, seria um processo natural. Por outro lado, toda a mídia paraibana já confirmou o afastamento no próximo dia 06/06/2024 do secretário de saúde Jhonny Bezerra (PSB) e da secretária de turismo e desenvolvimento Rosália Lucas (PSD). Eva Gouveia também já manifestou sua pretensão de entrar na disputa. Contudo, só Inácio Falcão – representando as esquerdas – lançou sua pré-candidatura. Não cabe todos debaixo deste guarda-chuvas. O objetivo será “fragmentar” a disputa, facilitando a posição de Romero, e num segundo turno, o governo juntar todos?

            Grifo nosso: o governador João Azevedo está abrindo mão de seus dois melhores técnicos. Rosália Lucas, atestou sua capacidade ontem, no Jornal da Band. Pela primeira vez, as agências de viagens divulgaram João Pessoa, entre os cinco principais destinos das famílias, para as férias de julho, figurando ao lado de Fortaleza, Natal, Recife e Salvador. A preferência pelo nordeste é de 65%. Suplantou Rio, Minas e região norte.

            Quanto à Jhonny Bezerra, vem igualmente brilhando muito, talvez incomodando a equipe que cuida da estratégia política do Palácio. Pena que seu destino talvez seja o mesmo de seu antecessor, Geraldo Medeiros. Tardiamente descobriu, que ele e o companheiro Heron Cid, tinham a missão de completarem os votos para eleger Gervásio Maia e Ricardo Barbosa. Era necessário removê-lo, para usarem a “máquina”.

            Não tenham dúvidas, que a esta altura, as duas secretarias já foram oferecidas a Romero Rodrigues. Será o preço do seu “passe”, para ele decidir lançar sua candidatura. Um amplo espaço, para acomodar a “quinta coluna”, que está sabotando as tropas de Bruno Cunha Lima. Os efeitos – elemento surpresa – provocará revoadas. Bruno se não “almoçar” o inimigo, será “jantado” por ele, antes que sejam apagadas as fogueiras.        

URNAS ELETRÔNICAS, MARADONA E A MÃO DE DEUS

            O passado não volta. A traumática eleição de 2022, deixou registros inapagáveis na história, de uma conspiração alicerçada e concebida por um enredo – criado para solapar o povo – com sabotagens desde a ferrenha fiscalização da Justiça Eleitoral punindo impiedosamente o candidato da “direita”, e a concessão de privilégios para o postulante da “esquerda”. O ápice da truculência, foi a “suspensão” temporária dos direitos de liberdade, opinião e expressão (22.09.2024) ato de força da Ministra do STF Carmem Lúcia, asfixiando a principal cláusula pétrea da Constituição, que fundamenta a democracia. Vivemos o “Estado de Sitio”, ou golpe, onde todas as decisões do Ministro Alexandre de Moraes, estavam acima da lei. Prevalecia seu entendimento.

            Num país politicamente analfabeto, nem o Congresso Nacional conseguiu interpretar o abuso inconstitucional da usurpação do poder. Enxergaram posteriormente seus efeitos, mesmo assim ainda não assimilaram a gravidade do fato. Estamos enclausurados numa ditadura do Poder Judiciário, que avança, derruba leis aprovadas no Congresso Nacional, legisla e suprime decisões do Poder Executivo. É a Ditadura da Toga, intimidando todos, com seus processos “Kafkianos”.

            O “ativismo judiciário” é um mecanismo das esquerdas global, que se metamorfosearam para continuarem sua luta contra o antiamericanismo, e a ordem econômica mundial estabelecida após a II guerra mundial. São ferrenhos adversários da riqueza, prosperidade pessoal, e das nações. Defensores de um Estado forte, escravocrata, rotulado de “socialista”, repleto de privilégios para os que não trabalham.

            Em 2022, o favoritismo de Jair Bolsonaro era visível. Nas ruas, praças, mobilizações, redes sociais… Lula não conseguia fazer um comício em ambiente aberto. Bolsonaro lotava a Esplanada dos Ministérios (Brasília) Copacabana (Rio de Janeiro), Av. Paulista (SP) e por onde andasse. O povo o traiu no dia da eleição? Paciência!

            Ninguém sabe onde tudo isso irá parar. Entretanto, o país precisa de um mínimo de garantia das Instituições, para ser reconhecido pela comunidade internacional civilizada, como uma democracia. Ainda resta esperança no Congresso Nacional. Mas, para se impor, terá que usar a GLO? Garantia da Lei e da Ordem?

            O resultado do primeiro turno (2022) frustrou a maioria dos brasileiros. Algo saiu errado. Veio o segundo turno, e com pouco mais de um milhão de votos deram a vitória a Lula. O resultado foi questionado, contestado e por duas semanas praticamente paralisaram o país. Rodovias obstruídas, o grande movimento dos caminhoneiros e o povo nas ruas, se concentrando em frente aos Quartéis do Exército em todo o país. Exigiam auditoria nas urnas. O TSE se negou a atender o povo.

            O presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, reuniu os maiores gênios da tecnologia de ponta da cibernética, e estes se comprometeram publicamente em apurar a lisura do pleito, através do acesso à “chave” do “Código Fonte”. Negada peremptoriamente por Alexandre de Moraes, que revidou sequestrando 22 milhões do Fundo Partidário da legenda (PL) e ameaçou todos de prisão. Lembremos que o país estava em Estado de Sítio “branco”.  O “Código Fonte” seria o “WAR”, hoje usado no futebol, amplamente discutido e implantado, após a conquista de uma Copa do Mundo pela Argentina, com um gol feito com a mão de Diego Maradona. O lance foi rápido, o Árbitro se atrasou. Até o bandeirinha não percebeu. A defesa da seleção Inglesa que acompanhava a jogada, partiu para o Juiz para anular o gol. Ao consultar o bandeirinha, o Juiz consignou como legítimo. No dia seguinte, fotos e filmes feitos por câmeras de 16 mm, dos torcedores, mostraram a fraude. Mas, já era passado. Maradona tinha levantado a taça. A FIFA não poderia anular o jogo. O fato foi consumado.

            Maradona, anos depois, confirmou o que foi explicitado nas fotos. Revelando seu lado “mau caráter”, justificou: “foi a mão de Deus”. Por que o TSE não permitiu a inspeção no WAR “Código fonte”? Mesmo como o maior país Cristão do mundo, o povo brasileiro jamais admitirá, que a eleição de Lula foi a “mão de Deus”. 

ESQUECERAM O VOTO IMPRESSO E AUDITÁVEL   

            Todos os reveses ocorridos no país, desde as eleições de 2022, ainda se prendem às dúvidas sobre a legitimidade do pleito, e a falta de transparência das urnas eletrônicas. Já se passaram um ano e meio do governo Lula. Neste interregno, o Congresso Nacional debateu centenas de temas – relevantes para o país – mas, negligenciaram a cidadania, manifesta no desejo da ampla maioria da população, que anseia pela implantação do comprovante do voto eletrônico, e o voto no próprio papel (chapa), único método que garante transparência, permitindo recontagem.

            A urna eletrônica, foi parturiente do “Escândalo do Mensalão”, quando o então Chefe da Casa Civil do Governo Lula I, José Dirceu, comprou pela primeira vez, dezenas de deputados federais para derrotarem no Congresso (2003), a PEC do PDT, que estabelecia o comprovante do voto na urna eletrônica, para efeitos de recontagem. Última batalha de Brizola, vitima das urnas eletrônicas no Rio de Janeiro, nas eleições de 2002, quando disputou o Senado da República e amargou o último lugar. Os eleitos foram o deputado estadual Sérgio Cabral, e o Bispo da Igreja Universal Marcelo Crivella.

            Brizola já tinha sido vítima deste tipo de apuração (eletrônica) de votos nas eleições de 1982, quando a PROCONSULT/ TER-RJ e Rede Globo, estavam fraudando as urnas, para elegerem Moreira Franco governador do Rio de Janeiro. Como o voto ainda era no papel, o resultado levaria três dias para ser totalizado. A chapa foi a mais complicada de todas as eleições, com votos para vereador, prefeito, deputado estadual e federal; governador e senador da república, todos vinculados a um único partido.

            A percepção de um alto índice de votos brancos e nulos, oportunizou a fraude premeditada da PROCONSULT, que computava todos para Moreira Franco. A salvação de Brizola foi a Rádio Jornal do Brasil, que cobria as eleições com uma grande equipe, e divulgava os B.U (Boletins de Urnas). Uma central de apuração paralela foi montada pela emissora e pelo PDT. Nas divulgações dos resultados parciais, a Globo apresentava Moreira Franco bem à frente de Brizola. A Rádio Jornal do Brasil, o inverso. Suspenderam a apuração, e foram conferir os BU, com os mapas das secções apurados pela PROCONSULT. O resultado foi a vitória de Brizola. Se não houvesse a auditoria ou recontagem, a PROCONSULT, TER-RJ e Rede Globo teriam eleito Moreira Franco.

            Em 2002, Brizola procurou seu conterrâneo, o gaúcho Nelson Jobim, presidente do TSE. Pediu a implantação do comprovante do voto da urna eletrônica. Levou os modelos do Paraguai, Estados Unidos e diversos países. Jobim garantiu que pelo menos no Rio, implantaria. Não tinha recursos, nem tempo suficiente, para atender todo o país. Em plena campanha, Brizola tomou conhecimento que apenas metade das urnas teriam comprovantes. No dia da eleição, só uma amostragem de 5% do total. Foram as únicas urnas onde Brizola foi votado. Nas demais, simplesmente zerou. Impossível, para quem governou o Rio por duas vezes, elegeu seu sucessor, e em dezenas dos 92 municípios do Estado, Brizola simplesmente não obteve um único voto. Um escândalo sem precedentes, abafado pela grande mídia, que nunca nutriu simpatia por Leonel Brizola.

              O Brasil é o país que lidera o ranking de crimes cibernéticos. Já invadiram todos os sistemas Bancários – até o do Banco Central – e um hacker de “quinta” entrou no próprio sistema do STF, e plantou um mandado de prisão contra o Ministro Alexandre de Moraes. Um recado claro e jocoso, ironizando a inviolabilidade da urna eletrônica.

            O “Bruxo” Zé Dirceu previu recentemente: “talvez o PT não eleja nenhum prefeito das Capitais, deve perder em alguns grandes municípios, mas, fará uma boa base nas pequenas cidades do interior do norte/nordeste”. Exatamente onde estão as velhas urnas fabricadas para as eleições de 2002 e 2006, impedidas por Edson Fachin de serem testadas pela equipe que foi montada no TSE em 2022, onde estavam presentes técnicos convidados, equipe da UNICAMP e setor de inteligência do Exército Brasileiro.    

PT NACIONAL IGNORA POSIÇÃO DE JOÃO AZEVEDO E LANÇARÁ CANDIDATURA PRÓPRIA NA CAPITAL

            Como ficará a posição do PSB-PB, com a decisão da executiva nacional do PT em lançar candidatura própria, para prefeito em João Pessoa? O governador João Azevedo é filiado a legenda, mas, quem comanda é o deputado federal Gervásio Maia, aliado incondicional do Lulismo na câmara dos deputados. Gervásio e o PSB, se ornarão a frente das esquerdas, a ser encabeçada pelo PT?  Ou levará sua legenda e se posicionará contra o PT, subindo no palanque com Cícero Lucena e João Azevedo?

            Que se faça justiça, ao empenho de Cícero Lucena e João Azevedo, para evitar a postulação de Luciano Cartaxo. Foi além do esperado, e o PT foi superestimado. Mas, subestimaram a força “raiz” da legenda, Ricardo Coutinho e o decano Luís Couto, a quem chegaram a desdenhar de sua imagem (idoso) e sugeriram sua aposentadoria.

Desde o evento do aniversário de Zé Dirceu em Brasília, o “beija mão” começando por Lula, Ministros do STF, presidentes da Câmara e Senado, ficou perceptível a volta triunfal do “Bruxo”, para comandar com mão de ferro sua legenda. Registre-se sua ousadia, quando desafiou todos, criou o “Campo Majoritário” em 2002, aliou-se a Valdemar Costa Neto e elegeu Lula presidente.

            Ato seguinte – aniversário de Sarney – todos juntos.  Mas, desta vez, uma surpresa impactante, para presentear o aniversariante. O Ministro Flávio Dino, adversário ferrenho do ex-presidente – derrotou sua filha Roseana – chegou no recinto ao lado de Zé Dirceu. Beijou a testa do pai do Plano Cruzado, numa cena digna de ser registrada na trilogia de Mário Puzo – O Poderoso Chefão – levado às telas do cinema pelo genial diretor Francis Ford Coppola. As “famílias” comemoraram a pacificação.

Trinta e cinco dias depois, o STF arquivou o processo de Zé Dirceu, e anulou sua condenação a 38 anos de cadeia, por corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, dentre outros delitos, fruto de delações premiadas de outros condenados na Operação Lava-Jato. A sentença foi ampliada pelo TRF-4, e confirmada pelo STJ. Mas, o STF a prescreveu. Dirceu recuperou seus direitos políticos, e agora volta à luta.

A única saída para Cícero Lucena e Ruy Carneiro, é tentar trazer o debate para o plano local. Caso contrário, a polarização culminará num “Fla-Flu”, Lula x Bolsonaro. Luciano Cartaxo e Ricardo Coutinho, dois ex-prefeitos reeleitos, contra a direita Cristã, conservadora, radical e antipetista, representada pelo ex-ministro Marcelo Queiroga e o Pastor Sérgio Queiroz. O discurso de centro tornar-se-á vazio. Não empolga o povão.

João Azevedo fez de tudo, para ser “petista”. Tentou se aproximar de Lula, do governo, mas, ele não tem o histórico de Ricardo Coutinho, primeiro governador a visitar Lula na cadeia. Luís Couto? Já chegou até a beijar a mão de Jean Wyllys. João foi “travado” por Veneziano durante todo o ano de 2023. O Senador trouxe mais emendas para Paraíba, que convênios adquiridos diretamente por João Azevedo.

Ano passado, Pernambuco recebeu 230 milhões para Educação. Paraíba 20. Uma liderança do quilate de João Azevedo, aceitar com resignação, tamanha humilhação? Era para ter assumido um partido de centro-direita, e ter mandado o PT às favas. Só assim seria respeitado, e talvez fosse até cortejado. No momento ele tem, o que Lula precisa: aprovação de sua gestão e popularidade.

Resta a curiosidade sobre o “milagre” que provocou a mudança do PT nacional, com relação a Paraíba. Tem um santo e nome: Ricardo Coutinho, hoje trabalhando junto com Zé Dirceu, debruçados num projeto sobre o futuro das esquerdas do Brasil, com vistas a 2026. E se no natal deste ano, Coutinho estiver livre como Dirceu?     

CLÃ CUNHA LIMA ESPERA A GRATIDÃO DE ROMERO

            Não há como entender a insistência do deputado estadual Tovar Correia Lima – mantendo brasas sob cinzas – pregando esperança de transformar em “fogueira”, um projeto de autoria anônima, que induz Romero Rodrigues a desagregar um grupo, e se rebelar como candidato contra a reeleição de Bruno Cunha Lima. Por que ele faria isto? Ganhar a pecha de traidor? Pagar com ingratidão, a todos que só lhes fizeram o bem?

            No Clã Cunha Lima, sempre teve um espaço privilegiado para Romero Rodrigues, desejado por muitos, como por exemplo, o ex-deputado Arthur Cunha Lima, a quem nunca ofereceram uma vaga para a câmara dos deputados. E o desleixo do próprio Romero (quando prefeito), ter esquecido de transferir apenas mil votos, para eleger Arthur Filho deputado estadual. Mas, votos para Tovar e Moací, sobraram. Romero ainda não confirmou sua decisão de ser candidato.

A Arthur Cunha Lima também foi negada a oportunidade de construir uma candidatura a prefeito de Campina Grande, nas duas oportunidades oferecidas a Rômulo Gouveia. Eva hoje é oposição ao clã. O espaço de Romero frustrou as expectativas de muitos membros do Clã. Impossível avaliar a pressão que Cássio Cunha Lima deve ter sofrido, para deixar Romero Rodrigues na estatura que hoje desfruta. Talvez tenha passado pela mesma aflição e ansiedade que seu pai Ronaldo, quando em 1986 decidiu escolher Cássio, e não o primogênito Ronaldo Filho, para deputado federal.

Dois anos depois (1988) as disposições transitórias da Constituição Cidadã, permitia candidaturas à sucessão, com parentesco até em primeiro grau. Todos imaginaram que Ronaldo iria indicar seu irmão, Ivandro. Fiel escudeiro, sua imagem paterna protetora. Seria a revanche contra Enivaldo, que o havia derrotado em 1976. Cássio estava na Câmara dos deputados. Nos “cochichos” da época, apontavam também Ronaldinho. Imagem e semelhança do pai, em meio ao povão. Bebia pinga nas bodegas, contava piadas, hipnotizava aqueles que lhes rodeavam nos bares, ou ambientes que frequentava. Mas, a decisão foi inesperada. Ronaldo tirou Cássio da Câmara dos Deputados, e o elegeu prefeito de Campina Grande.

As semelhanças comportamentais, entre o saudoso Ivandro e Ronaldinho, são absolutamente idênticas: em primeiro lugar, a família e unida. Ambos relevaram as decisões do poeta, e pelo visto, nunca questionaram. Cássio foi governador por duas vezes. Ivandro ainda foi seu Chefe de Gabinete, Arthur Cunha Lima passou uns dias no Escritório do Governo em Campina Grande, mas, na Chefia de Gabinete e posteriormente na Secretaria de Articulação Política – máquina de fazer votos – o escolhido foi Romero Rodrigues, e não Ronaldo Filho. Romero teria ocupado o espaço de Ronaldinho? 

A justificativa que Ronaldinho nunca quis, ou não tinha perfil para política é difícil de acreditar. Sempre foi linha de frente em todas as campanhas, coordenando a propaganda, mídia, comícios e eventos. Por outro lado, que perfil tinha Romero? Ronaldinho em 1982, já poderia ter sido candidato a vereador, tinha 21 anos. Não foi deputado em 1986, mas poderia ter sido vereador em 1988, ao lado de seu irmão, candidato a prefeito eleito. Em 1990, Cássio era prefeito e Ronaldo candidato a governador. Ronaldinho poderia ter sido candidato a deputado federal ou estadual. Em 1998, após a derrota na convenção, Cássio na prefeitura, poderia ter eleito Ronaldinho deputado federal, já que a vaga de estadual estava com seu primo Arthur. Veio 2002, 2006, 2010…Somente em 2012, foi que lembraram de Ronaldinho. Escolheram-no como vice de Romero Rodrigues, sob um forte apelo emocional. O poeta havia partido, 90 dias antes do pleito. Ronaldinho desempenhou o papel de seu falecido pai, nas ruas de Campina Grande, catando votos e mantendo viva a imagem do Clã.

Romero Rodrigues foi eleito com ampla maioria no segundo turno. Durante seus quatro anos, não recordamos ter tirado uma única licença, de pelo menos 60 dias, para Ronaldinho assumir. E, sem dar explicação ao povo, na sua reeleição, o substituiu por Lucas Ribeiro, então suplente de vereador (?). Ninguém nunca soube os motivos que levaram Romero a praticar tamanha indelicadeza. Ronaldinho engoliu seco, para manter a família unida. Errar é humano, quando apenas uma vez. Romero irá repetir um erro? Trairá Bruno Cunha Lima? Num país Cristão, ingratos são mal vistos.    

LULA ARRISCOU MEDIR SUA POPULARIDADE E FOI VAIADO NO ENCONTRO COM PREFEITOS

            Com um público de 11 mil pessoas – inscritos através do site da CNM – estima-se que 95% dos 5.565 prefeitos do Brasil, estiveram ontem (21/05/2024) em Brasília, participando da XXV edição da Marcha dos Prefeitos, evento organizada pela Confederação Nacional dos Municípios, realizado anualmente, iniciado em 1998.

            Como se tratava de um ato solene, o presidente Lula resolveu participar do seu principal momento, ao lado do vice-presidente Geraldo Alckmin e do Chefe da Casa Civil, ex-governador da Bahia Rui Costa. Deve ter imaginado – e talvez até sido aconselhado – a testar ou “desmistificar” a sua indiscutível rejeição, que ele se recusa aceitar.

Entretanto, o ambiente seleto o favorecia. Lá estava o Nordeste – segundo Institutos de Pesquisas – seu maior reduto, marcando presença cerrada. O público era composto de autoridades municipais (Prefeitos, vice e Secretários). Não haveria debate político, e ele aproveitaria o ensejo, para “faturar popularidade”, anunciando que pelo menos neste ano de 2024, os municípios com população de até 120 mil habitantes, estariam fora da reoneração da folha de pagamentos.

Lula esqueceu – talvez lapso de memória – que ele, além de vetar a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores da economia, barrou a inclusão dos municípios. Ajuizou ação no STF, e com decisão liminar monocrática, desmoralizou o Congresso Nacional. Não há registros na história de vaias em solenidades deste nível. Prefeitos apupando, gritando palavras de ordem, como: “Lula ladrão seu lugar é na prisão”! Nem o mais radical Bolsonarista, esperava tamanha reação, motim, ou atitude de revolta.

Houve poucos aplausos, e ainda tentaram ensaiar “Lula Lá…”. Mas, o coro dos insurgentes foi bem maior, e bagunçou por completo o recinto. O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, interviu. Pediu calma, silêncio e exigiu respeito aos convidados. Destacou que naquela ocasião, não cabia manifestações de esquerda, direita ou centro. O constrangimento não foi só do presidente da CNM. Mas, ficou perceptível o desconforto de Lula, Alckmin, Rui Costa e demais membros da equipe do governo, que não subiram no estrado, onde assentaram-se as autoridades, que em tese, seriam homenageadas.

No encontro do ano passado (2023), Lula temeroso, escalou seu vice Alckmin como seu representante. Não foi vaiado. Todos ouviram seu discurso por completo, num profundo silêncio, sem intervenções eventuais de aplausos. Contiveram a insatisfação. Sua postura mansa, sempre respeitosa com o povo, e suas explanações didáticas, foram merecedoras da tolerância dos presentes. Se ontem, Lula o tivesse escalado mais uma vez, temos certeza que não teria sido vaiado. As vaias têm destino certo e remetem-se às eleições de 2022. Os alvos são os culpados de sempre: Lula, Ministros do STF/TSE.

Estamos num ano eleitoral, restando 139 para o primeiro turno. Não vimos (pela TV) nenhuma mobilização dos presentes, na busca de se aproximar do presidente, para fazer uma selfie e postar nas suas redes sociais, exibindo prestígio para conquistar eleitores. Provavelmente, alguns Xiitas do PT o fizeram. Municípios onde a legenda ainda tem candidato em nível de disputa.

Lula leu seu discurso, tenso, e com rapidez, temendo a volta do coro. No final, deixou seu recado de descontentamento: “o que mais precisa hoje o Brasil é de civilidade”. Deve ter constatado definitivamente, que o PT – não as esquerdas – agoniza. Vive os estertores de seus últimos momentos de existência, como legenda. Não terá fôlego para alcançar a disputa de 2026, mesmo com apoio do “Establishment”.     

             

DECISÃO DO STF AMPLIA FOSSO ENTRE ASSEMBLEIA LEGISLATIVA E GOVERNO DO ESTADO

            A suspensão do calendário de pagamento das emendas parlamentares, estabelecido por lei votada na ALPB e imediatamente vetada pelo governador, foi um ato de desafio do poder executivo, ferindo os brios dos legisladores com assento na Casa Epitácio Pessoa. O resultado não poderia ser outro, senão a derrubada do veto, sob pena de apequenar as prerrogativas do legislativo, com imagem já bastante arranhada pelos constantes recuos do Congresso Nacional, e o avanço desrespeitoso do STF, deslegitimando suas decisões plenárias bicamerais.  

Sem diálogo, o governador ignorou a ALPB, e enveredou pela judicialização junto ao STF. A Procuradoria Geral do Estado, moveu uma Ação Direta de Inconstitucionalidade – com pedido de liminar – pleito prontamente atendido ontem (06/05/2024) através de decisão monocrática do Ministro Alexandre de Moraes, que não esconde seu desprezo e aversão pelo poder legislativo. O “furo” foi do jornalista Tião Lucena, matéria nos enviada pelo companheiro Marcos Marinho.

A liminar concedida, criou um tortuoso caminho, com prazos e etapas a serem percorridos, dificultando seu julgamento em plenário até 06/07/2024, último prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral, para transferências de recursos destinados a municípios. O dinheiro ficará em caixa. Só pode ser liberado após o segundo turno. A lei eleitoral que estabelece este prazo, está inserida na mesma que regulamenta contratações: proibição de 90 dias antes, e 90 dias após o pleito. Talvez só sejam pagas em Janeiro (restos a pagar), em obediência às regras estabelecidas pela Justiça eleitoral.

Para os deputados, a atitude do Palácio da Redenção num primeiro momento, será caracterizada como uma desmoralização imposta pelo governo ao Parlamento Paraibano. Terá desdobramentos e sérias consequências num futuro próximo. Nas democracias, é impossível governar sem apoio do poder legislativo. O episódio – já considerado como traição – provocará reações e implicações, como a perda de credibilidade do governo, que tem recebido apoio irrestrito, graças ao empenho do presidente Adriano Galdino, da maioria dos membros da ALPB.

Por outro lado, a Liminar que suspende a Lei da ALPB, não proíbe o governador de liberar na “calada da noite” – antes do dia 06/07/2024 – qualquer emenda, para um deputado de sua preferência. O Palácio da Redenção, ganhou um poder de barganha, para se impor e ser cortejado pelos autores das emendas, num momento delicado, às vésperas de eleições, quando não podem quebrar compromissos com suas bases, onde estão alicerçadas suas reeleições. Galdino terá que ter estômago para engolir mais um sapo. O silêncio é prudente. Faz parte do jogo. A vingança é um prato frio.

Segundo Marx – bússola das esquerdas brasileiras – “nada acontece por acaso, só os tolos assim pensam”. O alvo da liminar, foi o presidente da ALPB Adriano Galdino, que sempre esteve na alça de mira do núcleo aconselhador de João Azevedo. E o objetivo é criar um “corredor” de negociações diretas com o governo, para reforçar seu propósito de levar o PSB a eleger o maior número de prefeitos. Dois coelhos com uma cajadada. Vão tentar esvaziar o prestígio que Galdino goza junto a seus pares. Se prevalecer o “espírito de corpo” do parlamento, o tiro poderá sair pela culatra.

SEM PROGRAMA DE GOVERNO E COM DISCURSO RETRÓGRADO POPULARIDADE DE LULA SEGUE EM QUEDA

            Um núcleo de voluntários do curso de gastronomia da PUC-RS, composto por alunos, professores e profissionais da área, estão preparando diariamente 12 mil refeições, para alimentar nos três turnos (manhã, tarde e noite) equipes que trabalham no resgate, assistência às famílias ilhadas e desabrigados alojados.

O repórter da TV que entrevistava a coordenadora desta grande cozinha, perguntou como, em tão pouco tempo, conseguiram montar aquela estrutura, e seu perfeito funcionamento. A resposta foi simples: selecionamos e reduzimos o número excessivo de pessoas que se dispunham a ajudar, mas, atrapalhavam. Todos tinham uma ideia diferente, geraram discussões inócuas e debates improdutivos.  Dificultava até a locomoção dos que estavam já trabalhando no próprio ambiente.

Isto é exemplo de gestão. Modelo que deveria ter sido adotado pelo governo Lula III, logo quando assumiu. Ao invés de enxugar ainda mais a máquina, definir o “cardápio” para os quatros anos de sua gestão, lotou a Esplanada dos Ministérios, Palácio do Planalto, Autarquias e até Estatais. Os escolhidos, na ânsia de mostrarem serviço e tirarem proveitos políticos de suas funções, saíram vendendo produtos que não dispunham em suas prateleiras, nem no depósito. Prometeram viagens aéreas para a terceira idade – acima dos 60 anos – com passagens ida e volta ao preço de R$ 200,00.

O MST recebeu carta branca (em off) para invadir terras, respaldado no novo Ministério criado para assistir a agricultura familiar. O Agro é um só, por que dividi-lo? A Petrobras iria “abrasileirar” os preços dos combustíveis, abandonando uma política internacional de preços, onde acomodam-se chineses, americanos, russos e árabes até venezuelanos. Reinventariam a roda? Começaram a rediscutir toda legislação do governo anterior, a partir do marco regulatório do saneamento básico, independência do Banco Central, demarcação de terras, diversos programas distributivos de dinheiro como o Bolsa Renda, que saltou de 38 bilhões em 2019, para 230 em 2023. PEC que desconstituiu a lei do teto de gastos, e criou em seu lugar uma “estrovenga” denominada “arcabouço fiscal”, que resultou em fuga de investidores e capitais.

A gula petista estava padecendo de inanição. A fome era grande. Sobreviveram a um jejum imposto desde 2016, pelo governo Temer. Lula empossado, todos correram para a mesa. Mas, os pães eram insuficientes. Diz um adágio popular que “em mesa de pouco pão, todos gritam e ninguém tem razão”. Para fugir da pressão, o caduco Celso Amorim, que não se recorda mais da queda do muro de Berlim, criou uma agenda internacional, para projetar Lula como um novo líder das esquerdas internacionais anti-imperialista – tentando reunir todos para emparedar os Estados Unidos. Coitado! Foram 15 viagens e visitas a 24 países, dentre os quais, Portugal, para Janja receber uma comenda, e Chico Buarque uma homenagem. Um fiasco total. Aborreceu a todos ao se meter na secular política do Oriente Médio, onde até a diplomacia Americana tem dificuldades em transitar entre a Liga Árabe, seus aliados, Judeus e Persas (Irã).

No Brasil, desde a posse, é hostilizado pela maioria da população. Mesmo com todo apoio da grande mídia, que optou pela “omissão” do seu desgaste e descredibilidade generalizada, permanece preso ao núcleo “militante” que insiste na velha demagogia da fome e desigualdade, com soluções marxistas/Leninistas testadas desde 1917 e que nunca funcionaram. O ser humano continua nômade, eterno peregrino em busca de prosperidade. Qual o programa “carro chefe” do governo Lula III? Simplesmente não existe. Nos últimos vinte dias, os gaúchos clamam por uma ação governamental. Lula ainda não teve sequer a capacidade de vender “esperança”. Seu núcleo está preocupado em censurar as redes sociais, brigar com o Congresso, bajular o STF para blindá-lo. E com olhos no retrovisor, saber por onde anda Bolsonaro. Para sorte do PT, enfermo, hospitalizado e sem previsão de alta. Senão, estaria no RS, comandando equipes de voluntários, salvando vidas, arrecadando recursos, próximo ao povo. O que impede Lula de fazer o mesmo? A Genial Quest (cozinha do Alvorada) constatou que 55% dos brasileiros não concordam em dar mais um mandato a Lula.              

ASFORA NETO REMODELA A IMAGEM DE BRUNO

            Em apenas três anos e meio, o prefeito Bruno Cunha Lima vem superando aos poucos, todas as “marcas” ou conquistas deixadas pela longa gestão de oito anos ininterruptos do ex-prefeito Romero Rodrigues. Tempo curto, rito acelerado, Bruno está mantendo e ampliando o “padrão de qualidade” concebido como “método Cunha Lima”: interagir com o sentimento do cidadão Campinense, valorizando sua vaidade e orgulho, de residir numa cidade sem favelas, com ruas limpas, iluminadas e conservadas.

 Bruno tem caprichado no propósito de tornar ainda mais belo e atrativo, o principal Cartão Postal da Paraíba – Campina Grande – ao recuperar o Parque Evaldo Cruz. Nos idos dos anos setenta e oitenta, aos sábados, domingos, e mesmo ao anoitecer do quotidiano, a cidade tinha um logradouro público, espaço destinado ao lazer, relaxamento e paz, frequentado por toda população. Parques infantis, anfiteatro, uma belíssima fonte luminosa, sincronizando a dança das águas. Em todo o nordeste, e talvez no Brasil, não existia algo semelhante ao Parque Evaldo Cruz, inaugurado em 1976.

Estávamos exercendo as funções de Superintendente do Jornal da Paraíba e Arlindo Almeida, diretor do São Braz – respondendo pela presidência – José Carlos tinha sido eleito vice-governador e oficialmente se afastado da empresa – hierarquicamente era nosso superior. José Carlos era o maior acionista do Jornal da Paraíba. Já existia o grande São João de Campina Grande. Arlindo Almeida, teve a ideia, e nos convenceu criar o evento “Primavera na Serra”. Iniciado todos os anos, no dia 22 de setembro, usando o Parque Evaldo Cruz como estrutura. Apresentações de Corais, peças no Anfiteatro, um conjunto de ações para popularizar a cultura clássica. Acrescente-se que no Parque Evaldo Cruz, estava o Museu de Artes Assis Chateaubriand.

Todo este projeto foi abandonado, pelas gestões de Ronaldo/Cássio. Desprezaram o Parque Evaldo Cruz, que no centro da cidade se transformou numa área erma, escura, insegura e núcleo de consumo e venda de drogas. “Bocas de fumo”, exploradas a céu aberto pelo narcotráfico, desafiando a segurança. Oito anos de Romero Rodrigues, nada fez pelo Parque Evaldo Cruz, e nem criou uma nova área de lazer. Investiu no antigo Hospital João Ribeiro, desconectado com a cidade, restrito ao bairro.  

Cássio Cunha Lima investiu milhões, do dinheiro da venda da CELB, no Parque da Criança, desprezando o Evaldo Cruz. Veneziano Vital do Rêgo, transformou a Av. Juscelino Kubistchek, no bairro do Cruzeiro, num centro de convivência. E Romero? Quando esteve como aliado de Ricardo Coutinho, o governo do Estado começou a urbanizar o Açude de Bodocongó. Mas, ao romperem, as obras paralisaram. Gustavo Ribeiro, secretário de Romero Rodrigues – esquecendo que foi ele quem derrotou sua prima Daniela –  prometeu transformar a Av. Dinamérica, no maior centro de atração da cidade. Passaram-se oito anos e nada foi feito. O discurso de Gustavo, era a parceria com a iniciativa privada, que não comprou sua ideia. Durante oito anos, defendeu apenas sua permanência (salário e privilégios) no primeiro escalão do governo municipal.

Existe em Campina Grande, uma “Confraria” que se unem em defesa de suas vísceras. Uma gente “mau caráter”, que desconstroem os legítimos interesses da cidade, para alimentar as “lombrigas” intestinais de seu oportunismo. O mais grave, é que estão sempre no entorno do poder, que se deixa seduzir por estes picaretas, que têm emperrado o crescimento da cidade. São desagregadores, trabalham para desarticular as inteligências brilhantes da cidade, figuras altruístas, que se disponibilizam e se dedicam com seu tempo e ideias, para que Campina continue crescendo.

Não conhecemos o prefeito Bruno Cunha Lima. Participamos de dois Podcast, com o companheiro Marcos Marinho, ocasião que foi nos apresentado o Secretário de Educação, Asfora Neto. Político nato – herança genética – neto de Raimundo Asfora e Zélia Gaudêncio. Ao assumir a presidência do União Brasil, destravou o diálogo político do prefeito, com as bases. Bruno começou a andar e criar conexão direta com o povo, sem a intermediação da “picaretagem política”. É visto nas praças, ruas da cidade, conversando e ouvindo o povo, como um cidadão comum. Romero quando prefeito, pegava-se pedágio para cumprimentá-lo. Hoje pregam sua invencibilidade. Algo bem semelhante à trajetória de Cássio Cunha Lima em 2014 e 2018, quando perdeu até para o Padre caduco Luís Couto. Asfora Neto, se não for boicotado pela “pilantragem” que sabota Bruno, irá levar Romero a amargar a maior derrota de sua vida, e inviabilizar seu retorno à Câmara dos Deputados.  

TRAGÉDIA GAÚCHA É ABUSADA PELAS OCRIM E CORRUPÇÃO

            No último domingo, 05/04/2024, repetindo itinerário/script de sempre, o presidente Lula sobrevoou o Rio Grande do Sul pela segunda vez, principalmente as áreas inundadas, cidades alagadas, pontes e estradas destruídas.

Acompanhado do presidente do senado, equipe de ministros e parlamentares, Lula prometeu “desburocratizar” (?) o envio de recursos emergenciais, entre 700 milhões e 1,040 bilhão de reais, prometidos há uma semana. Pelos estragos visto por todo o país, através da TV e redes sociais, os valores estão muito aquém do montante suficiente, apenas para a reparação de rodovias, limpeza dos entulhos dos deslizamentos, destroços e muita lama deixada nas 183 cidades mais castigadas pelo dilúvio. Ao todo, são 379 dos 479 municípios, que sofreram prejuízos com as enchentes.

            O senador Rodrigo Pacheco, ao lado de seus colegas (gaúchos), General Mourão e Paulo Paim, deu sua palavra, garantindo o envio do dinheiro, e a criação imediata de uma comissão para “fiscalizar” a devida aplicação (?) Já estão antecipando probabilidades de roubalheira? Na Sala de Crise, o Ministro Rui Costa. Aquele, que no pior momento da pandemia do Covid-19, governava a Bahia, e com uma única “tacada” transferiu via Pix, 40 milhões de reais para compra de respiradores, dinheiro destinado a uma Manicure que morava ou “respirava” em São Paulo, num apartamento de 60 m2.

            O Decreto de Calamidade Pública do governo federal, dispensa processos licitatórios. As compras, contratações de obras e serviços em caráter de urgência, não barganha preços. Tem uma turma, com Know-How adquirido na pandemia do COVID-19, pronta para agir. Mas, o obstáculo é o governador. Ele aceita “indicações”? Esta é uma das razões da “resistência” do Planalto em transferir recursos prometidos. Querem estabelecer um método “diferenciado”, para levarem seu quinhão, sem o menor pudor ou sentimento humano, diante do flagelo vivido pelas vítimas gaúchas.  

Na pandemia, o superfaturamento (roubo) foi generalizado. Os preços de luvas, álcool, máscaras, insumos hospitalares e de higiene e limpeza foram decuplicados. As grandes compras foram “Notas Fiscais”. O mínimo adquirido, entregue pelas empresas fornecedoras, todas eram “fantasmas” e seus titulares “laranjas”. O STF usurpou prerrogativas do Presidente da República, e transferiu poderes para prefeitos e governadores.

Se já existe um Decreto de Calamidade Pública, por que a Câmara tem que votar um decreto legislativo, ou uma PEC emergencial? para furar o Arcabouço Fiscal? A velha prática de criar dificuldades, para vender facilidades. Querem reabrir Serra Pelada…  

A ideia é executar a tarefa via Ministérios, que serão monitorados pelos deputados, de olho em suas bases. O ano é de eleições municipais. Na visão de Brasília (dias atuais) “ajoelhou tem que rezar”. Não chegará um centavo a lugar nenhum, sem que deixe seu “gesto” através de simbólicos “óbolos”, na Esplanada e no parlamento.

O governo dispõe de instrumentos para resolver o problema. Basta fazer um corte mínimo em seus gastos: 50% dos recursos destinados aos Ministérios da Gestão e Inovação; Cultura; Desenvolvimento Agrário. O resultado somaria 4,5 bilhões de reais, quantia expressiva, que atenderia a demanda. Mas, estes recursos já têm donos.     

Arthur Lira está desconfiado da manobra do Palácio do Planalto. Porém, é refém de alguns de seus pares, que não permitem ao governo transferir recursos diretamente para o Estado e Municípios. A ação tem que ser realizada através deles, via “Emendas PIX”. Os gaúchos estão cercados por águas, bandidos do colarinho branco e marginais das favelas. Uma gente desumana, que tenta roubar o que resta, daqueles que já perderam tudo.

Na Capital Porto Alegre, com a maioria dos seus bairros às escuras, as gangues estão usando barcos e saqueando comércios, residências fechadas. Ontem a noite, ocorreram diversos tiroteios. As Forças Armadas era para estar presente, ter cercado estas áreas. A Força de Segurança Nacional, ao lado da Polícia, deveria estar prendendo, perseguindo e debelando a bandidagem. Trabalhando duro no resgate e socorro às populações ilhadas, só o Corpo de Bombeiros, muitos voluntários, e poucos policiais.

Com dezenas de municípios desabastecidos, uma fila de caminhões – semelhante à Faixa de Gaza – estavam paralisados ontem nas rodovias, com destino ao Rio Grande do Sul. Agentes da Receita apreendendo pela falta da nota fiscal. Que tipo de nota existe para doações emergenciais? A PRF, pesando caminhões, multando e os impedindo de chegar ao seu destino, pelo excesso de peso. Será que toda esta maldade é orquestrada pelas OCRIM? O Brasil está perdendo sua principal referência: a solidariedade do seu povo. Só as bênçãos Divinas para salvar os nossos irmãos gaúchos.   

A RESSACA DE LULA

            Não estamos insinuando que o presidente Lula ontem (01/05/2024), estivesse bêbado ou embriagado – pelo consumo excessivo de “destilados” – nas duas mini manifestações organizadas pelo PT, em homenagem as comemoração ao Dia do Trabalho (ou Trabalhador) em São Paulo. Mas, a “ressaca moral” dos seus pronunciamentos, o deixará alguns dias abatido, debilitado, enrouquecido, com as “cordas vocais” inflamadas. Falou demais, e tudo que não devia. Mas, o episódio pode ter sido um “surto”, provocado pelo estresse, ou a ausência de Janja no palanque.  

Alguém que já tenha tomado um verdadeiro “porre”, sofreu o desconforto de uma grande ressaca. No dia seguinte, os efeitos “físicos” se curam com reidratação. Se necessário, soro, muita água, doce, ou água de coco. O “moral”, é torturante. O excesso de álcool atinge o cérebro, na região do córtex pré-frontal, principal responsável pelas funções cognitivas, provocando sintomas de “amnésia” ou “apagão”. Não se consegue recordar nada. Principalmente, sobre do que falou, de quem falou, magoou, destratou ou humilhou, através de impulsos incontroláveis.

Em são Paulo, onde se concentra o maior contingente de trabalhadores formais do país – berço das lutas sindicais e “manjedoura” onde nasceu o PT – Lula presenteou a classe operária, com a promessa de “desonerar” a folha de pagamentos, desempregando cerca de um milhão de labutadores. Aumentará impostos de dezessete setores da atividade econômica que garante o suado “ganha pão” desta categoria obreira, vinculada a este segmento empresarial.

Como todo bêbado é dono da palavra, rico e valente, o presidente Lula “embriagado de ilusões”, confessou seu poder sobre o Congresso Nacional: tudo que mandei, eles aprovaram e continuarão aprovando. Dialogando e negociando com todos, cumprirei as promessas de campanha. O tom do “Dialogando e negociando” sugere interpretação pejorativa, que compromete a imagem do parlamento.

Dirigindo-se a um pequeníssimo público – que não elege um vereador em São Paulo – Lula infringiu a legislação eleitoral. Lançou e pediu votos para o pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos do PSOL. A oposição ajuizará imediatamente uma AIJE – Ação de Investigação Judicial Eleitoral, para impedir o registro da candidatura psolista: campanha antecipada – proibida no micro período eleitoral – abuso do poder político, econômico e midiático, além do uso do dinheiro público. O conjunto da obra está recheado de fatos, que o TSE considera pecaminosos e proibitivos.

Quanto a Lula, responderá por improbidade administrativa. O evento teve características político/eleitoral. Locomoção e estadia do presidente em SAMPA, saiu do erário público, e não do seu bolso. Bolsonaro está inelegível, porque fez uma reunião com embaixadores a portas fechadas. Não pediu votos. Mas, o TSE alegou que ele estava fazendo campanha antecipada. E agora? Irão repetir a velha regra de aferir agravos à legislação vigente, com dois pesos e duas medidas?

Nas inúmeras imagens que assistimos, veiculadas nas redes sociais, o que nos deixou curioso, foi a total ausência da juventude. Os caçulas da plateia, são quarentões. O PT não renovou-se. Perdeu sua principal militância, seu discurso envelheceu e não desperta mais a paixão popular. Onde se esconderam seus sessenta milhões de eleitores? Gastou em 2023 – PEC da transição – 230 bilhões para popularizar-se. Não sensibilizou o povão? Num país Cristão, onde um dos seus principais mandamentos é a gratidão, aumenta a cada dia, a suspeição da vitória de Lula em 2022.     

JOÃO AZEVEDO TRAVOU A OPOSIÇÃO EM CAMPINA GRANDE

       Indiscutivelmente, o governador João Azevedo hoje, é a maior liderança política do Estado. Ninguém sabe como ele (pessoalmente) distingue sua invejável posição. Se através do singelo e realista discernimento, reconhecendo que é fruto de uma conjuntura (agregadora) que o escolheu, seguiu, protegeu e o projetou – via exército parlamentar – ou, como “narcíso”, prefere enxergar apenas o “espelho”.

           Uma liderança individual, carismática (messiânica), é aquele que cria uma linha direta de comunicação com o povo. E se “cristaliza”, através do seu poder de transferência de votos. Após a transição de 1978, com a eleição indireta do ex-presidente Figueiredo – saída voluntária dos Militares do Poder – a redemocratização foi estabelecida, tendo como marco sua sucessão a partir de 1985. Elegeram-se (ainda indiretamente) dois civis: Tancredo Neves (presidente) e José Sarney (vice). Desde então (39 anos) na Paraíba, só Buriti, Ronaldo Cunha Lima e Ricardo Coutinho, transferiram votos e elegeram seus sucessores. Buriti em 1982 (Wilson Braga), um senador, cinco deputados federais, dentre os quais, ele próprio. Retornou ao governo em 1986. Com seu apoio (1990) venceu Ronaldo Cunha Lima, se elegendo no segundo turno. Perdeu o primeiro com 36 mil votos. No segundo, Buriti e seu candidato, João Agripino Neto, meteram 172.536 mil votos de maioria sobre Wilson Braga. Recorde (proporcionalmente) que permanece até hoje.  

       O último a “surfar” nesta onda, foi o ex-governador Ricardo Coutinho. Elegeu-se, reelegeu-se, e pôs um técnico (João Azevedo) como seu sucessor (2018). Destroçou as duas maiores lideranças do Estado (Cássio e Maranhão), lhes impondo duas derrotas, para governo e senado, por duas vezes. Nocauteados, “beijaram a lona”.

          Ronaldo elegeu e reelegeu Cícero Lucena prefeito da Capital. E em Campina Grande durante 22 anos, “patrolou” todos os seus adversários nas disputas municipal. Restam apenas seis meses para o pleito de outubro próximo, e o governador João Azevedo ainda não tem um candidato, garimpando apoios e votos em Campina Grande? Duas pesquisas mostraram índices de aprovação de sua gestão na cidade. Uma com 57%, outra com 63%. Há cerca de três meses, “apontou” o médico Johnny Bezerra, como nome de sua simpatia. Daniella Ribeiro, sua aliada e mãe do seu vice-governador, mencionou o nome da secretária Rosália Lucas, como candidata do PSD. Mas, silenciaram. Jhonny mesmo só, ainda se “mexe”. Rosália aguarda Daniella para lançá-la.  

      Campanha política é um projeto que parte do “zero” – a exemplo do próprio João Azevedo – e leva tempo, determinação, trabalho árduo, com respaldo financeiro e ou, poder de caneta. Esperar um “racha” no Clã Cunha Lima, para apoiar Romero? É um erro crasso. Os adversários de Romero (esquerdas moderadas e radicais) são os mesmos de ontem, hoje e sempre. Representam algo em torno de 15 ou 20 mil votos, que só estão com João, porque ele é anti-Cunha Lima. Se juntarem-se, a debandada é inevitável. Improviso, é uma arte seleta e brilhante. Mas, nunca funcionou no mundo político, nem em eleições. No meio artístico é domínio  exclusivo de “violeiros” e “emboladores de coco”. 

FIEP: LEGADO E DESAFIOS DO PRESIDENTE CASSIANO PEREIRA

            No último 09/04/2024, o industrial Cassiano Pascoal Pereira Neto, foi eleito através de um pleito suplementar – determinado pelo TRT/PB – presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, entidade que representa uma das principais joias da coroa da Rainha da Borborema, fundada em 17/07/1949. Um dos seus primeiros dirigentes, Domício Velloso da Silveira, filiou-se à CNI – Confederação Nacional da Indústria, alcançando a presidência do órgão que congrega todo setor industrial entre 1977/1980.

            O SENAI-PB (fundado em 1950) e o SESI-PB (1949) foram fundamentais para a formação de mão-de-obra especializada, educação e assistência social qualificada, destinados aos industriários (trabalhadores da indústria). Final dos anos quarenta, início dos anos cinquenta, Campina Grande era a cidade mais próspera do norte/nordeste, com uma população maior, que dez, das vinte e uma capitais dos Estados Brasileiros. Dentre elas, Natal (RN), Teresina (PI), São Luís (MA)… No censo de 1950, Campina Grande alcançou uma população de 173.206 habitantes. João Pessoa, 119.326. Como João Pessoa não era um polo industrial, a sede da FIEP ficou em Campina Grande. A única no país, que não é instalada na Capital.

            Os destinos da Capital do Trabalho, tem como ponto de apoio, entidades como a FIEP, capaz de criar uma agenda positiva, voltada para retomada do seu crescimento econômico. Este será o desafio de Cassiano Pereira. Estreitar relações com importantes instituições, a exemplo dos centros de pesquisas das duas Universidades Públicas da cidade e outras privadas; o Parque Tecnológico – primeiro do Brasil – e o INSA – Instituto do Semiárido. Brigar para conseguir da EMBRAPA, o replantio do sisal no Curimataú.

            Não tem sentido continuarmos exportando mentes brilhantes para o Vale do Silício e outros grandes centros avançados, através da pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias aqui elaboradas, quando juntas, estas instituições poderiam atrair investidores para aqui se instalarem. O apoio político é fundamental e pode dar sua importante colaboração, através de Leis fundamentadas numa visão futurista. O vizinho RN, quando as suas oligarquias se revezavam no poder, conseguiu grandes conquistas. É o único Estado do nordeste autossuficiente em petróleo, gás e energia.

            Fernando Bezerra, quando presidiu a FIERN – Federação das Indústrias do RN, conseguiu unir toda a classe política Potiguar, para lutar por uma Refinaria de Petróleo, governo Lula I. Mas perderam para Pernambuco: Abreu e Lima. Porém, às escondidas do país, a Petrobras construiu uma mini refinaria na cidade de Guamaré, que produz gasolina e querosene de aviação. Explora e exporta gás. Instalou o gasoduto que abastece a Paraíba e Pernambuco, e a Termoelétrica de Assú – gerada a gás natural – vendendo energia para o sistema nacional. Fernando Bezerra chegou posteriormente a presidir a CNI, foi Senador da República e Ministro da Integração Nacional.        

             O atual presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, a convite de Fernando Bezerra, quando esteve na FIERN, fundou o CTGAS, NUPEG e CTGAS ER, através do SENAI e formando parceria com a UFRN – Departamento de Química – que se tornou um dos mais avançado centro de pesquisas em energia renovável do país.

            Na Paraíba, ainda dormitam as ideias de criar em Campina Grande uma ZPE – Zona de Processamento para Exportação – modelo adotado pelos Chineses para se tornarem o maior centro industrial do planeta – um Porto Seco, para escoamento da produção, e trazer o Polo Metal Mecânico que foi destinado a Caruaru, e nunca foi instalado, por falta de estruturas que Campina dispõe, através das instituições que já citamos: UFCG, UEPB, Fundação Parque Tecnológico e uma Federação das Indústrias.  

            Com apenas vinte dias à frente da FIEP, Cassiano Pereira em suas andanças, tem demonstrado disposição de perseguir grandes desafios, a partir da pacificação da própria Instituição, dividida desde 2016.

CLÃ RÊGO EXIBE SEU PRESTÍGIO NA REPÚBLICA

            A indicação do jovem advogado Vital do Rêgo Neto, para ocupar uma vaga de Conselheiro na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – órgão que atua na regulamentação e comercialização – acompanhando mais de 150 mil registros de contratos de compra e vendas, entre geradores, distribuidores e consumidores de todo o país, foi uma demonstração de força e prestígio do Ministro do TCU Vital Filho (pai do novo Conselheiro) e do seu tio, senador Veneziano Vital do Rêgo, até fevereiro de 2025 vice-presidente do Senado Federal.

        O Conselho é composto de apenas cinco membros. Um presidente e um vice-presidente, além de outros três, todos “veteranos” na casa, inclusive Marco Delgado, que havia sido indicado para continuar na função, porém, foi surpreendido com a notícia de sua substituição pelo jovem Vital do Rêgo Neto. O que nos causa surpresa, tem sido a habilidade do Clã Rêgo de descobrir espaços, e ocupá-los rapidamente. Independente de questões partidárias, Veneziano Vital do Rêgo tem demonstrado ser mais respeitado pelas demais siglas, que na sua própria legenda (MDB).

         O Ministro Alexandre Silveira é do PSD. Foi indicado para a função através do presidente da legenda, Gilberto Kassab, com o cogente apoio do presidente do senado, Rodrigo Pacheco. A senadora Daniella Ribeiro é do PSD, e nem sequer foi consultada sobre a indicação do sobrinho do seu maior rival na Paraíba? Recentemente em entrevista, Daniella acusou Veneziano de mentiroso e oportunista, por arrogar para si, recursos das emendas de bancadas, onde ele é apenas mais um, e não o único autor. O senador silenciou. Não demonstrou interesse em responder. Mas, a resposta, ou o troco, veio agora, quando ele demonstrou ser mais aquilatado que Daniella no PSD. O cargo de Vital Neto é de valor imensurável. Lida com dezenas de bilionários, investidores num dos melhores negócios do mercado, hoje, amanhã e no futuro: energia.

         Os Clãs Rêgo e Ribeiro, vêm se destacando no Planalto Central por mais de uma década, com posturas distintas. Os Rêgo são pragmáticos. Negociam bem, aceitam desafios e ocupam espaços. Os Ribeiros são equilibristas. Procuram furar a fila, para ficar próximo ao poder. O deputado federal Aguinaldo Ribeiro, pelo que deixa transparecer, frequenta a intimidade do governo Lula. Conseguiu impor sua irmã, senadora Daniella, como presidente da Comissão do OGU. Mas, na semana passada, desembarcou na câmara, como líder da maioria (?) O Brasil inteiro sabe que a maioria da câmara é formada pela oposição, contra o governo, a pessoa de Lula, e o PT. Lula foi traído?

       Se sua intenção foi continuar na Relatoria da Reforma Fiscal, ontem (25/04/2024) comentaristas políticos da CNN, Caio Junqueira Daniel Rittner, afirmaram que ouviram do presidente Arthur Lira, sua decisão em escolher um novo relator, que poderá vir ser seu sucessor, a partir de fevereiro de 2025, na presidência da Casa. Neste caso, Aguinaldo está fora do jogo. Entretanto, é bom lembrar, que ele é um equilibrista.

       Veneziano Vital do Rêgo, voando em céu de Brigadeiro, arrancou do seu amigo presidente do Senado, a Relatoria do PL (Projeto Lei) do combustível do futuro, tomando a vaga do seu colega Vanderlan Cardoso, também do PSD (GO). O projeto envolve biodiesel, álcool e combustível fóssil, abrindo discussão para novas ideias de grande interesse da Petrobras e dezenas de Importadoras, Refinarias, e Usinas do agronegócio. A luta continuará, e descerá até as bases (eleições municipais). Após 07/10/2024, saberemos quem está melhor posicionado para voltar em 2026.               

PROGRAMA DESENROLA: GOLPE QUE VAI ENROLAR O POVO E O BRASIL

            O programa eleitoreiro populista do governo federal “DESENROLA BRASIL”, é mais um golpe arquitetado pela rede bancária privada, que inevitavelmente aumentará no futuro próximo, o rombo nas contas públicas do governo federal. O Sistema bancário não é uma instituição caridosa. Principalmente no Brasil, onde atuam como “varejista de créditos”, operando em curto prazo, buscando lucro imediato. Nunca financiaram projetos com retorno e amadurecimento em longo prazo. São os maiores inimigos do empreendedorismo, e funcionam num estilo de “agiotagem” oficializada.

Quem não conseguiu pagar uma conta de R$ 100 (há cinco ou dez anos) se deparam agora com um débito, que em pouco tempo, se transformou em R$ 5.000. Valores enxertados de multas, juros sobre as multas, e a abusiva (criminosa) prática do “anatocismo” – cobrança de juros, sobre os juros que não foram pagos. Uma roubalheira sem precedentes, e que só ocorre no Brasil.

Desde o governo do presidente Figueiredo – há mais de quarenta anos – o Congresso tentou criar duas CPI. Uma sobre os juros e origem da dívida brasileira. Outra sobre as operações extorsivas dos Bancos privados. Nunca conseguiram o número de assinaturas suficientes de Parlamentares, para instalarem-nas. Os Bancos abortam – despidos de partidarismo – seus futuros membros, quitando misteriosamente seus débitos em suas instituições, e lhes disponibilizando créditos para suas campanhas.

Os três poderes de nossa república são cúmplices deste crime praticado contra seu próprio povo, que lhes paga altos salários. Um promotor público denuncia o crime de “agiotagem amadora” praticadas nas ruas, por cobrarem entre 5% a 10% de juros. O Juiz acata e processa. O agiota é condenado pelo crime de usura, Lei 1.521/51. Por outro lado, as financeiras operadoras de Cartões de Crédito, cobram 475% de juros, e nunca foram denunciadas pelo MP, MPF. O maior crime de usura do planeta, é impune perante a Lei (?). O “agiota da rua”, não é filiado a instituições que “negativam” nomes de seus devedores. Mas, os Cartões de Crédito, usam o SERASA e SPC, vulgarizam o nome e o CPF do cidadão, que passa a ser considerado inadimplente, e não merecedor de crédito.

Ainda não encontramos a construção de uma planta industrial, ou até mesmo residencial com uma placa: Esta obra é financiada pelo Itaú, Bradesco ou Santander, cartel que controla o crédito no país. Só os Bancos Estatais como CEF, BNB, BASA e raramente o BNDES – Banco do povo brasileiro – maior da América Latina e do mundo. Foi criado para alavancar o crescimento do país. Todavia, só empresta dinheiro aos “Campeões”: JBS, Odebrecht, OAS, Braskem… O concluiu Lavajatista. Quando o ex-ministro Paulo Guedes, assumiu a Economia do Brasil, desvendou o maior escândalo do BNDES, abafado pela grande mídia: emprestavam ao Itaú, Bradesco e Santander, bilhões de reais com juros subsidiados: 3% ao ano, para eles repassarem a 4% ao mês. Cortou imediatamente as operações. Por que o MPF não ingressou com uma ação em defesa dos brasileiros, os puniu, aplicou-lhes multas, prendeu seus sócios e os fechou?

Lula, para popularizar-se, assumiu a conta de 74,7% dos brasileiros que estavam no SPC/SERASA. Fez uma grande campanha publicitária. Mas, as adesões foram muito aquém do esperado. O povo já vinha sendo enganado pelo “sistema” há décadas. Sabem que quem paga conta renegociada aos Bancos, entram numa “Lista Negra”, onde eles compartilham informações entre si. Outro crime já denunciado há décadas, negado pelos Bancos, e nunca investigado pela PF a pedido do CADE ou Banco Central.

            Quem entrou no “desenrola”, não terá mais acesso a empréstimos ou Cartões de Créditos. A prescrição de cinco anos, para não figurar seu nome no SERASA, foi renovada. Não vão conseguir pagar a renegociação, e o governo federal arcará com um custo de algumas dezenas de bilhões de reais – a partir de 2025/2026 – dinheiro que sairá do Tesouro Nacional, aumentando ainda mais o déficit público. Povo e governo se enrolaram. Os Bancos, se desenrolaram, e ampliarão exorbitantemente seus lucros. Grave é governo e Congresso saberem de toda a trama, e perversamente não impedem.        

TODOS ESPERAVAM

Copacabana (RJ), ontem 21/04/2026, inundada pelos Cariocas, que promoveram mais uma gigante manifestação de apoio ao ex-presidente Bolsonaro, fato que não foi surpresa para ninguém. Muito menos para o PT, que começa a perder forças junto ao “Judiciário amigo”, hoje, acuado e impossibilitado de impedir realizações destes eventos, que se multiplicarão doravante.

São atos legítimos, ordeiros e pacíficos, com o cunho de desagravo ao roteiro sinistro imposto pelo TSE – eleições 2022 – escolhendo contra a vontade da maioria, um presidente para a Corte de Justiça “chamar de seu”. Empregaram métodos truculentos, inconstitucionais e ao arrepio da Lei, com absoluta semelhança às Ditaduras da Venezuela, Cuba e Nicarágua. A legislação foi improvisada a cada minuto, em favor do candidato da Suprema Corte, tolhendo os direitos do postulante escolhido pelo povo.

Nas inúmeras provas de abusos e favorecimento ao candidato do STF, apresentadas pelo empresário norte-americano Elon Musk, ainda falta ser evidenciada a decisão extrema e imoral da então presidente do STF, Ministra Cármen Lúcia, que suspendeu no dia 22/09/2022, a liberdade de expressão e ou manifestação, permitindo que se aplicasse aleatoriamente a censura, com prisões e invasões nas redações dos veículos de comunicações do país, decidindo o que a mídia deveria publicar ou não, nos seus conteúdos editoriais e noticiosos. Como denomina-se esta violação? “Golpe de Estado Temporário”, em vigor até a posse do seu candidato, supostamente eleito.

 Cotejado a escabrosa existência de dois pesos e duas medidas, fica mais um recado para o decano do STF Gilmar Mendes – que achincalha o povão protestando nas ruas – e considera as mobilizações como “domingueiras”, esquecidas dia seguinte (segundas-feiras) início da “labuta” semanal. As crescentes revelações das barbáries autoritárias, praticadas pelo Ministro Alexandre de Moraes, levou o atual presidente do STF, junto aos seus demais pares, procuraram Lula, para conter o Congresso a qualquer custo. Evitar a CPI do Abuso de Autoridade, e impedir a instalação do pedido de impeachment contra Moraes. Eles temem que a queda do “Xerifão” arraste todos. Afinal foi o próprio Barroso que iniciou o “golpe” obstruindo o voto impresso.

 Após o TSE diplomar Lula, sem o menor constrangimento – reagindo uma vaia como palestrante de formandos no curso de Direito – desabafou: nós derrotamos o Bolsonarismo. Antes já tinha alertado que eleições não se ganha, se toma. E depois coroou com o “perdeu mané”. Seu colega Gilmar Mendes foi mais além: “Lula só é presidente, graças às decisões do STF”. Fachin “descondenou”, mas não inocentou o Chefão da Lava-Jato. Se não foi inocentado, como Lula poderia ser candidato? Nem todos estão envolvidos. Fux, André Mendonça e Nunes Marques, Cristiano Zanin e o futuro Moraes dos dias de hoje (Flávio Dino), não fizeram parte da conspiração que suprimiu o “Estado de Direito Democrático”, figura jurídica criada para agir inversamente: boicotar a democracia. Ação semelhante ao mundo do crime, usada pelos “descuidista”, batedores de carteira. Apontam e gritam: “pequem o ladrão”.

Se for para começar (pelo começo), o Congresso terá que botar no seu devido lugar o STF. Valorizar a Primeira Instância do Judiciário – a única que não deve nada a ninguém – são Juízes concursados e não indicados. Infelizmente, hoje “Instância de Passagem”. TJ, STJ e STF todos são indicados e apadrinhados. Devem favores aos seus patronos e vergam a legislação para atendê-los. Ainda está disponível no canal Youtube, a entrevista de Zé Dirceu, expondo sua vaidade, confessando que todos os indicados para o STF eram sabatinados – antes do Senado – por ele, para que Lula o indicasse. Nesta mesma entrevista, “detona” Fux, o único Juiz da Corte, quando verbaliza sem rodeios sua decepção, ao entrevistá-lo. O futuro Ministro, se antecipou e prometeu: “seu problema (Mensalão e Lava-Jato) eu resolvo. Dirceu sentiu-se ofendido. Na sua visão criminosa, a Lei teria “brechas” para inocentá-lo publicamente, sem aparentar ser um “favorzinho” do STF. Dirceu, Justiça e PT continuam conspirando contra o Brasil.   

CONFIANÇA ABALADA

            Na classe política, acordos são verbais. Não existem contratos ou atas, com registro público, consignando direitos e deveres entre as partes pactuadas. Compromissos formalizados nos bastidores do poder, exigem fidelidade sobre o acertado ou combinado. Vale a “palavra”. Quebra destes acordos, implicam em rompimentos, com perdas desiguais. Um sai mais arruinado, que outro.

            O governador João Azevedo, só chegou ao Palácio da Redenção e conseguiu se manter como seu inquilino – após reeleição – porque soube negociar e ceder espaços aos seus aliados. Demonstrou desde sua posse (primeiro mandato), resignação e lealdade ao paraninfo de sua carreira política – ex-governador Ricardo Coutinho – quem de fato governava a Paraíba até estourar a “Operação Calvário”. Por determinação judicial, teve que afastar alguns de seus auxiliares, que recebiam ordens e se reportavam somente a Ricardo. Talvez tenha sido sua sorte. No primeiro momento, saiu como vítima e teve o apoio da opinião pública. Ricardo aos poucos, foi sendo satanizado, ganhou a pecha de tirano, e foi abandonado quando mais precisou do seu amigo João.

A crise ora instalada entre o governo e o partido Republicanos – principal base de sustentação de João Azevedo na ALPB – é provocada pelo Secretário de Educação. Na última quinta-feira (18.04.2024) subindo o tom, e demonstrando irritação (em entrevista) o governador subestimou o prestígio e força da legenda que lhes deu a vitória no segundo turno de 2022, ao afirmar que o Secretário permanece na sua equipe, elogiou o seu trabalho, e finalizou destacando que o tema era para ser discutido entre ele e o partido. Não exoneraria ninguém, por influência da imprensa (?).

            Resta a curiosidade em saber, qual a “imprensa” que o governador se referiu (?) já que todos os grandes veículos de comunicação e suas cadeias, sobrevivem e se curvam aos seus desejos. Raros são os formadores de opinião independentes, que se aventuram em criticá-lo ou contrariá-lo. Se o fizerem, serão retaliados. No dia seguinte estarão fora da folha, ou terão seus contratos suspensos pela SECOM. Quanto ao futuro político, foi enfático: “só ele, e somente ele, decidirá no dia 03 ou 04/04/2026, se permanecerá ou não no governo”.  Recado grosseiro para os querem vê-lo Senador.    

            Comentou, finalmente, sobre as declarações da senadora Daniella Ribeiro, e sua intenção de reeleger-se. Segundo João, ela não pode abrir mão de suas bases no momento. Em Campina Grande, ela só tem um vereador. O governador já foi mais prudente… Esta “fissura” aberta, pode rapidamente se tornar um abismo profundo.

            Na visão conservadora do mundo político, observa-se que o problema é o próprio governador, que aparenta estar quebrando o acordo com o Republicanos. Ele mesmo confessou, que o secretário foi indicação do partido. Neste caso, a permanência do mesmo na função, quem decide é o Republicanos, não o governador. Caberia ao mesmo, procurar o maior líder da legenda no Estado – presidente da ALPB Adriano Galdino – indagar quem seria o substituto do atual, e imediatamente nomeá-lo. Time que joga bem, e ganha campeonato, é aquele que troca o egoísmos, pelo “espírito de equipe”.                   

O DESENCANTO DE FERNANDO HADDAD

            Nos últimos três meses, o Ministro Fernando Haddad não tem escondido sua tristeza, sinais de cansaço, insatisfação e desencanto, diante dos desafios que lhes impõe a pasta que assumiu no governo Lula III. A percepção de impotência, para realizar seu trabalho e lidar com a ignorância econômica do seu partido (PT), conter a gula insaciável do Congresso Nacional, endossar um discurso desconexo e eleitoreiro do seu presidente – além das intromissões descabidas do Poder Judiciários – são motivos suficientes para “pegar o boné” e passar a “batata quente” para outro. Porém, desistir agora, sugere incompetência. Ficar, é tentar salvar um barco, com avarias até a praia.

            Fernando Haddad é um bom caráter. Um dos últimos “Moicanos” do PT socialista/trabalhista, criado há 40 anos. Ainda permanece na legenda, como o diabo está no credo. Não é agressivo, invasivo, e busca o diálogo, sabendo que tem que fazer concessões, para encontrar um caminho que permita a convergência. Um milagre! Como atender e satisfazer os interesses das esquerdas socialistas, e da direita liberal?

            Obteve êxitos – demonstrando humildade de aprendiz – dialogando. Conseguiu aprovar em 2023, no Congresso Nacional, medidas enxergadas como “pecaminosas” pelo “globalismo”. Aumentar impostos e taxações, sobre o grande capital, foi seu maior triunfo. Com talento e sensibilidade, conseguiu enxergar a força do “monetarismo”, sistema único e universal, rígido e transparente. Não existem meios de enganá-lo com promessas, desculpas ou índices domésticos fictícios “fabricados”. Os maiores e melhores Economistas do mundo, estão nos grandes conglomerados do grande capital transnacional. Nenhum Prêmio Nobel da Economia é, ou foi, Ministro de Finanças de nenhum país do primeiro mundo. São empregados dos grandes financistas.

            Em suas últimas declarações – passaram despercebidas – Haddad desabafou: “Há dez anos o Brasil não tem superávit primário”. Em outras palavras, não conseguiu gastar menos do que arrecada”. Quando fala em dez anos, chega ao governo Dilma Rousseff. Parou de atacar o Banco Central, quando identificou que o erro não está na Instituição. Mas, em um governo, que – fazendo uma analogia a um cidadão comum – usa o cheque especial, sem a menor garantia que terá uma renda extra para cobrí-lo. Paga juros altos, e chegará o momento de ultrapassar o limite. O Banco cortará o crédito.

            No último dia 16/04/2024, na “Reunião Anual da Primavera” realizada pelo FMI, Haddad fez um discurso “mea-culpa”, quando a instituição que controla a moeda do mundo (dólar), mostrou-lhes que suas instituições “domésticas” estavam o enganando. O Brasil em 2024, terá um déficit de 0,6%, em 2025 e 2026 permanecerá negativo. Só em 2027, poderá apresentar um superávit primário de 0,25%. Com uma ressalva: se o Ministro conseguir manter sua política de austeridade, o Congresso aumentar a segurança jurídica, e consolidar a segurança política.

            Tardiamente, hoje Haddad reconhece que o seu maior erro, foi admitir a PEC DA TRANSIÇÃO. Contrair um débito de 230 bilhões de reais, sem ter a menor perspectiva de cobrir este rombo. E o Congresso, irresponsável e ávido por dinheiro, derrubou a Lei do Teto de Gastos. O problema não era seu. Tirou proveitos da operação. Sabia que estavam errados. Mas, não seriam culpados pelos danos. Quem responderia? Lula, que é o presidente. E Lula, transferiria a culpa para quem? Ministério da Fazenda, que por sua vez, “satanizaria” o Banco Central. Fernando Haddad não tem o perfil de mentiroso contumaz. Hoje, aceita a realidade imutável dos fatos. Tornou-se um inimigo do seu partido, contrariando o presidente e sua equipe da gastança. Sabe que o Congresso será salvo pelo efeito “teflon”. Impermeável, a gastança e estes desmandos, jamais “grudarão” no Parlamento. E quanto ao Brasil, o crescimento será “vegetativo”. Algo semelhante a indexação do salário mínimo. Quando tem um aumento de 5% ou 6%, dia seguinte todos os preços são reajustados nesta ordem. A alternativa de reduzir Estado e cortar gastos, para um governo populista é uma decisão absolutamente inaceitável. Lamentavelmente, lá se foram mais quatro anos perdidos.     

SENADO ASSUME A DEFESA DO BRASILEIRO

            Ouvindo o povo e suas bases políticas, o Congresso Nacional está determinado a assumir as funções do Poder Executivo, engavetando e derrotando em plenário, todas as promessas de campanha do governo Lula, inclusive algumas apoiadas pelo STF, como a “descriminalização” do porte, e posse de qualquer tipo de droga.

            De olho nas pesquisas encomendadas pelo próprio governo – pautadas por parte da grande mídia aliada do Palácio do Planalto – o Senado Federal ontem (16/04/2024) deu um passo significativo, indo ao encontro de um dos maiores anseios da população. Paraná Pesquisas, Genial Quest, IPEC dentre outros Institutos de Pesquisas, destacaram em suas últimas amostragens, que 81% dos brasileiros clamam por segurança pública. Principalmente a classe operária e trabalhadores do setor de serviços, que habitam na periferia das grandes metrópoles, hoje controladas pelas OCRIM.

O principal vetor, responsável pela expansão geométrica da criminalidade – já incontrolável em diversos Estados – é o narcotráfico. Não existe mais uma única família no país, que não tenha um membro dependente químico ou “viciado”. Muitos lares ainda estão preservados. Mas, logo serão invadidos e destruídos. É uma questão de tempo. As drogas que estão devastando a periferia, é a mesma que inunda os ricos condomínios fechados. Tornaram refém toda juventude das últimas três décadas, nivelando as classes sociais através do vício. Não existem pobres, ricos, pretos ou brancos. Todos estão consumindo a droga, por um erro imperdoável do Parlamento Brasileiro, quando admitiu o porte e a posse de até 100 gramas de entorpecentes, para os considerados “dependentes químicos”. Mas, quem os fornece? Os criminosos.

Um absurdo! Para que exista o dependente, tem que ter alguém que o vicie. Se o tráfico de drogas é crime hediondo, com a descriminalização, quem abasteceria este gigante mercado de consumo, mantido pelos viciados? O Estado? Iriam legalizar a venda de drogas? Há vinte anos, ao lado do companheiro Dagoberto Pontes, tínhamos um programa na Rádio (microfone aberto) para interagir com a população. Recebíamos ligações de mães pedindo ajuda ao Conselho Tutelar, para intervirem e salvarem seus filhos, que sob os efeitos das drogas, quebravam objetos, furtavam seus pais, vizinhos, usavam da violência doméstica, batendo inclusive em seus genitores. Uma tragédia.

 Onde se viciaram? Nas Escolas. Pobres, não tendo como manter o vício, tornaram-se microtraficantes assediadores, buscando novos “clientes”, para suprir suas abstinências. O tão (merecidamente) criticado presidente do senado federal Rodrigo Pacheco, “poliu” sua imagem, ao levar a plenário e votar em dois turnos, a proibição e punição para dependentes químicos. O governo federal gasta uma fábula, através do SUS, para curar estes viciados, via CAPS – Centro de Atenção Psicossociais, funcionando em todos os municípios, e até nos mais distantes grotões deste Brasil Continental. E o STF, não tinha conhecimento da existência deste programa do governo?

 Assistentes Sociais, Psicólogos, Psiquiatras estão nos CAPS, para curarem estes “dependentes químicos”, substituindo as drogas legais (álcool) e as ilícitas como o crack, maconha, cocaína, por medicamentos que fazem o mesmo efeito no combate a abstinência: ansiolíticos e antidepressivos. O “desmame”, se dá aos poucos, com apoio psicológico. O tratamento é gratuito, pago através de nossos impostos. Todavia, o “meio” do grande consumo, também tem que ser combatido. A atração é a promiscuidade sexual “doutrinada” na adolescência, influenciada pela nova onda da “cultura gay”. O responsável, são meios de comunicação audiovisuais, como as TV e suas Novelas. Criaram grupos e ambientes seletivos, frequentados pela juventude, para viciá-los e transformar suas personalidades, ainda frágeis e em formação.  

Senador paraibano Efraim Morais, Relator do Projeto no Senado, vive seu melhor momento da vida pública e da fama. Todas as famílias brasileiras estão agradecidas por sua coragem. Destemido, enfrentou mais de 80 Organizações Criminosas que existem no Brasil, maior corredor de exportação e consumo de drogas do mundo. Se a Câmara dos Deputados, além de aprovar a PEC do Senado, ampliar seu alcance com penas e prisões, em uma década estarão extintos o PCC, Comando Vermelho, Sindicato, ADA… E a paz voltará, principalmente para as periferias. Sem a participação do Brasil no consumo e exportação das drogas, desaparece um mercado negro que suga 3,0 trilhões de dólares anualmente da economia mundial.       

60 ANOS DA ELEIÇÃO DO PRESIDENTE CASTELO BRANCO


A “desconstrução” proposital da História Oficial do Brasil, tem se constituído numa resistente “paranoia” das esquerdas, com apoio das agremiações partidárias de centro - “embrulhado” pela mídia - e entregue aos Centros Acadêmicos Universitários que alimentam o jornalismo (desinformado) e as gerações que se sucedem. É enraivecedor, constatar-se a insistência de transformar mentiras, numa verdade.

Mostrem-nos registros da história universal - ocorrência de um Golpe de Estado – quer seja promovido por civis ou Militares, com todas as instituições democráticas abertas, funcionando, sem a menor ameaça de ocupação. Dia seguinte a noite de 31/03/1964, estavam abertos (01/04/1964) o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal, o Palácio do Planalto; todos os Portos e Aeroportos; Governos Estaduais, Prefeituras, Assembleias Legislativas e todas as instâncias do Poder Judiciário em todo o país. Comércio, Indústria e Transportes funcionando, e não houve decretação de “Estado de Sítio” ou “Toque de recolher”. Então onde foi este “golpe”? No Brasil, não.

No final da tarde do dia 01/04/1964, o presidente da Câmara dos Deputados Ranieri Mazzilli - cumprindo o que determinava a Constituição - dirigiu-se ao Palácio do Planalto, e assumiu interinamente a presidência da república, pela “vacância” do cargo. O presidente João Goulart - eleito como vice Jânio Quadros - deixara o país, sem renunciar, ou pedir licença ao Parlamento. Nestas circunstâncias, assume o presidente da Câmara dos Deputados, que tem o prazo de 30 dias para convocar, realizar eleições e empossar um novo presidente, eleito indiretamente pelo Congresso Nacional. A maioria dos ex-ministros de Jango pediram exoneração, outros ficaram como o Ministro da Guerra. Poucos foram substituídos por Mazzilli.

Neste mesmo dia, Ranieri Mazzilli convocou a eleição presidencial para o dia 11/04/1964. As apostas sobre quem seria o novo presidente giravam em torno dos nomes de Juscelino Kubitschek, Tancredo Neves, Carlos Lacerda, Adhemar de Barros, Magalhães Pinto, Amaral Peixoto... Nunca foi cogitado (na época) um nome de um militar. Havia uma crise nos Quartéis, desde a renúncia de Jânio Quadros (agosto de 1961), quando os Militares se dividiram.

No dia da renúncia de Jânio Quadros, seu vice João Goulart estava na China, em missão oficial, acompanhado por uma comitiva de diplomatas, deputados federais e senadores. Viagem determinada por Jânio, para reatar relações diplomáticas com a ditadura comunista de Mao Tsé-tung. Jânio já havia “pisado na bola”, levando o Brasil a ser primeiro país democrata, em reconhecer a ditadura Cubana de Fidel Castro, como Estado. No auge da guerra fria, os Militares se dividiram, e “racharam” os Quartéis. Muitos não queriam a volta, nem a posse de João Goulart. Outros, legalistas aceitavam, mas, não permitiriam que Jango cuidasse da política externa do país. Chegaram a um consenso, e optaram por um Parlamentarismo. Tancredo Neves foi o Primeiro Ministro.

Por que a UDN, PSD e PTB, os três maiores partidos no Congresso, não lançaram candidatos para a disputa de 11/04/1964? Ano seguinte (1965) ocorreria às eleições presidenciais. Kubistchek já estava com sua campanha pronta: “1965 a vez da agricultura”. Brizola também: “Cunhado não é parente, Brizola para presidente”. E Carlos Lacerda, “dono” da UDN, estava à frente do governo do Rio de Janeiro. Se afastaria só no início de 1965. Com Brizola fora, a briga seria entre UDN e PSD. Começaram a procurar um nome. Surgiu a ideia de pôr um militar e unir as Forças Armadas. Afinal, era apenas um ano de governo. E quem seria? Procuraram o respeitado Marechal Cordeiro de Farias. Pacifista, democrata, constitucionalista. Recusou-se, para não ferir seus colegas e reacender as velhas disputas ainda da era Vargas. Depois de ouvirem, um a um, o único que aceitou foi o Chefe do Estado Maior das Forças Armadas, Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, respeitado por nunca ter se envolvido em quarteladas partidárias.

A chapa foi registrada 72 horas antes do pleito. O vice de Castelo Branco, foi o civil José Maria Alckmin, amigo, conselheiro e até “marqueteiro” de Juscelino Kubistchek. Teve dois outros concorrentes. O ex-presidente Eurico Gaspar Dutra e Juarez Távora. Resultado: Castelo Branco (apoiado pela UDN e PSD) que esqueceram sua rivalidade naquele momento, obteve 361 votos. Juarez Távora, 03 e Dutra 02 sufrágios. A abstenção e ausência foi de 109 parlamentares.

Nos compêndios da História do Brasil, não consta a narração de nenhum destes episódios. Semana passada, perversamente um determinado jornalista “mentiroso da história”, escreveu um texto com o título: “Eleição de Castelo Branco consumou o golpe”.

Por que ele não apontou Ulisses Guimarães, e Juscelino, que em voto aberto fizeram os mais brilhantes discursos da sessão que elegeu Castelo? Oportunistas à procura de culpados, puseram a carapuça nos Militares, e tentam entrar na história como vítimas.

FIEP: VENCEU A CONCILIAÇÃO

            Uma nova eleição realizada ontem na FIEP (09/04/2024), para concluir o mandato de Buega Gadelha até 2027 – afastado em definitivo pelo pleno do TRT – venceu o candidato com maior capacidade de conciliação, vice-presidente da região de Campina Grande, empresário Cassiano pascoal Pereira Neto.

            A elasticidade do placar pró Cassiano (16 x 9), comprova que vence eleição, o candidato que anda mais, erra menos, e mantém o foco no “para-brisas”. Cassiano surpreendeu a todos, ao demonstrar ser possuidor de uma inigualável capacidade de persuasão – ignorada por seus adversários – convencendo seus pares, que só existia um caminho: seguir em frente. O “retrovisor”, não levaria ao destino por onde trafegam os desafios da FIEP – objetivo colimado – de acompanhar a evolução tecnológica, e os efeitos da 4ª Revolução Industrial, desafios permanentes até meados deste século XXI.

Dialogou (com um a um), Diretores votantes, ouvindo mais, que falando. Escutou seus reclamos, e pediu com humildade suas colaborações, para estabelecerem diretrizes participativas na gestão. Não se distinguiu vaidosamente dentre os demais, e demonstrou ser apenas um deles, habilitado por força da legislação, a disputar contra o vice em exercício da cidade de João Pessoa. Votos apurados, vitória consagrada, o novo presidente usou da palavra para ratificar seu propósito de pacificação na Instituição.

Do modo como começamos a expor os acontecimentos, aparenta que a disputa foi tranquila. Pelo contrário, foi mais acirrada – nos bastidores – que o último pleito, quando foi reconduzido Buega Gadelha. O opositor de Cassiano, José William, foi buscar apoio na classe política. Presidentes dos Sindicatos de João Pessoa e Campina Grande, receberam ligações do ex-governador Cássio Cunha Lima (?), do deputado federal Ruy Carneiro, do prefeito Cícero Lucena e até do governador João Azevedo. Um absurdo! Todos suplicavam o voto para José William. Intromissão descabida da classe política, vislumbrando transformar a FIEP, num palanque eleitoreiro, nas eleições de 2026.

José William fez uma peregrinação pelas emissoras de rádio da cidade. Contratou “marqueteiros”, e “jornalistas” da Capital, para construir sua imagem, desconstruindo a pessoa de Cassiano Paschoal. Expôs sua performance de grande empreendedor na área da construção civil – há mais de vinte anos – tendo construído mais de vinte edifícios em João Pessoa. É o maior investidor no novo polo turístico da Paraíba, localizado na cidade de Bananeiras. Porém, esqueceu que em Campina Grande, não construiu um único “garajau”. Por que desprezou o mercado imobiliário da Rainha da Borborema, cidade escolhida entre as 10 melhores para se viver no país?

Este tipo de arrogância, praticado pela mídia de João Pessoa, aliada a seus “marqueteiros” – empurrando “goela abaixo” suas “criatividades” – superestimando suas “genialidades”, julgam-se serem capazes de reverterem quadros, exercitando através de textos e vídeos, atos de prestidigitação. Nunca conseguiram enganar os habitantes da Rainha da Borborema.

Existe um sentimento na cidade denominado “Campinismo”, que une todos e lutam diuturnamente pela crescimento da cidade. É um fenômeno apolítico, enraizado nos moldes sociológicos e culturais de uma “etnia urbanística”. A equipe de José William fez um grande trabalho: despertou o “Campinismo”, e todos se uniram para derrotá-lo.

Como repetia o saudoso Dr. Mário em seus discursos inesperados no Calçadão da Cardoso Vieira, “em Campina, até para ser doido, é preciso ter juízo”.           

ELON MUSK, MORAES E A GLASNOST

            O principal episódio que derrubou o Muro de Berlim (1989), provocando a extinção da antiga União Soviética e implodindo o Pacto de Varsóvia – linha de defesa contra a OTAN – não foi à falência instantânea da Rússia, nem tão pouco a Perestroika (reestruturação econômica). Foram os efeitos devastadores da Glasnost (transparência) que revelou uma ditadura sangrenta, corrupta vivendo nababescamente de privilégios, por pertencerem a um partido, que enganou e mentiu para o povo durante setenta e dois anos. Recentemente assistimos um documentário “Adeus, Companheiros…”, produção Francesa, Russa, Alemã com participação e depoimentos de ex-ministros, Militares, Generais da KGB e dirigentes dos países satélites, alinhados a Rússia, através do COMECON – Programa de Cooperação Econômica, criado em 1949, para barrar os avanços do Plano Marshall na Europa Central, devastada após a II guerra mundial.

            As perdas humanas da população Russa – estimadas por baixo – por Stalin, foram de 22 milhões de pessoas, e a completa destruição de 71.000 cidades, vilas e povoados. Muitas destruídas pelo próprio Stalin, usando a política da “terra arrasada”, antes das tropas alemãs chegarem. Enforcamentos, crianças mortas, cenas horripilantes filmadas pelos verdugos Russos, e utilizadas como propaganda contra os nazistas. Estavam roubando a grande mãe Rússia, dizimando sua população. Este fato foi constatado na maior batalha sangrenta da história, Stalingrado. Marechal Alemão Von Paulus, numa “diretiva” expedida para o Alto Comando preveniu: não estamos lutando contra um Exército, estamos enfrentando uma nação. As chances de vencermos são mínimas.

            O povo quando enganado, solapado, descobre que foram manipulados (massa de manobra), se revoltam e reagem com uma violência “primitivista”. Todos já devem ter visto na TV, cenas de um “linchamento”. Em meio à turba, estão pessoas pacatas, que passado o momento da ira coletiva incontrolável, não se reconhecem diante do espelho, e se perguntam: como fui capaz de participar deste desumano massacre?

            A partir de 2014, a 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, iniciou uma “Glasnost” no Brasil, revelando a corrupção, roubalheira, aparelhamento político, com uma ditadura de fato, apoiada por um Congresso venal. Prenderam uma gangue que havia falido o país. FHC deixou uma dívida em 2002, de 97 bilhões, Lula entregou a Dilma 3,5 trilhões.

 Desmandos acobertados pela “grande mídia”, sabedora de tudo, porém, silenciada pelos bilionários patrocínios Estatais. O desmonte foi monumental. O PT praticamente afundou-se. Mas, ao invés de levarem Sérgio Moro para o STF e Dallagnol para PGR, astutamente os encorajaram a entrar no mundo político, como “sangue novo” renovador. Se ainda estivessem em seus lugares, a obra teria sido concluída. Até o STF na época – cobrado por Lula que se sentia traído por eles – estava “acovardado”.

Com Moro e Bretas (RJ) fora, começou o processo de desmonte da Lava-Jato. Sem pressa, com apoio da mídia, entre um feriado e outro, uma canetada “monocrática” de um Ministro, anulava parte dos processos. Até o dia que Fachin resolveu “descondenar” Lula. Não inocentá-lo, mas, trazê-lo de volta as ruas, para ser candidato contra o povo. Por que Fachin negou diversos pedidos de Liminares anteriormente e só com Moro fora, deu seu “Jeitinho brasileiro” desconhecido pela Constituição que ele jurou ser seu guardião?

Repentinamente, o bilionário Elon Musk, proprietário do “X”, antigo Twitter, resolveu enfrentar o Xerifão brasileiro Alexandre de Moraes. Começou a mostrar todos os seu atos arbitrários, atropelando a Constituição, e como presidente do TSE agindo abertamente, ajudando eleger o candidato de sua preferência, engessando a democracia. O bilionário não deve estar só nesta empreitada. Os atos truculentos de Moraes, não ultrapassam as fronteiras do país. Mas, o “X”, mostrará quem é Moraes a todo o mundo. O Brasil terá que optar entre Moraes, ou ser a escória do planeta.

No caso Russo da Glasnost, Gorbachev jamais esperava seus efeitos (verdade)  envergonharia seu povo, ao descobrir que a II Guerra só aconteceu graças à união de Hitler e Stalin, quando assinaram o Pacto de Não Agressão, e invadiram conjuntamente a Polônia. Daí por diante, toda nação invadida, metade seria da União Soviética, metade Alemã. Todo cidadão Russo tem um ancestral morto, desaparecido na II Guerra, e só culpavam Hitler. Jamais imaginaram terem participado da carnificina, enganados por Stalin, Presidium, Politburo e Soviete Supremo. O STF/TSE ignora que a verdade anda lenta como a tartaruga. Mas, tem memória, e um dia chega ao seu destino.                          

JOÃO AZEVEDO: POLÍTICO MAIS BEM AVALIADO DA CIDADE E NINGUÉM QUER SER SEU CANDIDATO

            O calendário amanheceu hoje, avisando que estamos há seis meses das eleições municipais. Pouco tempo, para muitas manobras. O exército de jornalistas que compõem a assessoria de imprensa do governador João Azevedo, mostra através dos Portais de Notícias e demais ferramentas das redes sociais, sua maratona diária, presente em todo o Estado, filiando pré-candidatos, e, ou, conseguindo a adesão de prefeitos candidatos à reeleição, para fortalecer a legenda que ora o hospeda: PSB.

            Ninguém tem noção da densidade eleitoral que representam estas “lideranças”, festivamente conquistadas pelo governador. Por outro lado, seus orientadores políticos, não estão observando o perigo que representa esta contenda predatória, que vem resultando num “fogo amigo”. Ocorrerão baixas inestimáveis dentro do próprio governo, na disputa renhida (bastidores), entre Republicanos e PSB. Seus efeitos deixarão cicatrizes para 2026, momento que João precisará de todos.

            A falta de estratégia, de um núcleo coordenador que opine, debata e discuta – e não apenas ordene – começa a causar vexames ao próprio governador. Desde Janeiro, pesquisas encomendadas pelos Sites, contratados para divulgar a imagem de sua gestão, apontaram índices de aprovação em Campina Grande, superando todos os seus antecessores, inclusive os Cunha Lima. O percentual oscila entre 53 a 67%. Nem Frei Damião – se ainda estivesse nesse plano terrestre – seria tão querido na cidade.

             A dúvidas quanto a veracidade das amostragens, paira sobre um simples fato: com tanta popularidade, João elegeria quem quisesse em Campina Grande. E por que nenhuma liderança expressiva da Capital do Trabalho, ainda se dispôs, ou briga para ser o seu candidato? Estranho…Não perceberem o “cavalo selado” passando na porta? Até o momento, só apareceu o voluntário e resistente Jhonny Bezerra. O vice-governador Lucas Ribeiro, ex-vice do prefeito Bruno, não tem orgulho de deixar para posteridade, sua foto, na Galeria dos ex-Prefeitos da Rainha da Borborema, ao lado de seu avô Enivaldo, o melhor prefeito da cidade do século XX?

            O deputado federal e ex-ministro Aguinaldo Ribeiro, sua irmã senadora Daniella Ribeiro, rejeitam esta carona privilegiada? Surfar numa onda, apoiado por uma liderança que chegou a 63% de aprovação? Se eles acreditassem nestes números, já estariam em campanha. E se fossem reais, seria primeiro turno. Nem Romero se dispôs!

            Já não se manipula mais eleitores com pesquisas, como antigamente. Semana passada percebemos um quadro triste de manipulação da velha mídia profissional, que tem se esforçado e exigido a volta do seu respeito perdido. Mas, são reincidentes. Divulgaram amostragem realizada para “chancelar” o comportamento ilegal do TSE/STF, nos atos do 08/01/2023. Resultado: 63% da população, consideraram vandalismo, e os envolvidos deverão ser punidos. Os mesmos 63% não acreditaram que os atos estejam vinculados a tentativa de “Golpe de Estado”.

            A malícia da mídia, foi utilizada na inversão da ordem das respostas dos entrevistados. Se 63% não acreditaram que o ato foi uma tentativa de Golpe de Estado, os mesmos opinaram que o fato se resumiu a vandalismo praticado por um grupo de marginais, muito inferior ao número de acusados, que foram presos e condenados.

            Campina Grande espera o candidato de João, Aguinaldo, Daniella e Lucas.    

A FALTA DE UMA CONVERSA DIRETA

            Perdura por algum tempo, o “congelamento” das relações políticas entre o ex-prefeito Romero Rodrigues e seu sucessor Bruno Cunha Lima. Criou-se fatos, que se tornaram episódios, explorados diariamente pela mídia e redes sociais. Boatos, ilações, insinuações, são fósforos queimados para provocar incêndio, que até agora só produziu “fumaça”. Pode até evoluir para “chamas”, oxigenado por desagregadores, paradoxalmente, “amigos” de ambos, que procuram tirar proveito de episódios fictícios.

            A menor distância entre dois pontos é uma reta. Andando em círculos, ouvindo “conselheiros”” travestidos de “conciliadores”, Romero e Bruno estão sendo manipulados por oportunistas, que os levam a tomarem decisões e atos impensados, de interesse dos autores da crise, vislumbrando espaços e oportunidades dos dois lados.

            Tudo que Romero esperava de Bruno Cunha Lima, era manter o comando da Secretaria de Saúde. Por que não foi acertado antes? Desde que deixou a PMCG, o discurso do ex-prefeito se resume à saúde. Seu trabalho em Brasília é voltado para viabilizar a construção do Hospital do Câncer Infantil de Campina Grande. O que custa a Bruno Cunha Lima, procurar Romero, e lhes entregar a Secretaria de Saúde da PMCG? Um gesto lúcido, que encerrará em definitivo o conflito. E por que Romero não exige?

            A curiosidade tem nos levado a conversar (informalmente), com alguns conhecidos (influentes) do baixo clero, que compõem a gestão Bruno Cunha Lima. Figuras distantes dos gabinetes, trabalhadores dedicados, com ego massageado pela realização de suas ações quotidianas. Gestos simples, que os tornam plantonistas respeitados em suas comunidades. Discutem, conversam sobre um único tema: política.

A grande maioria destes barnabés, estão lotados ou são servidores da Secretaria Municipal de Saúde. Um exército ou “Divisão de Brigada”, composta de bons formadores de opinião, conhecedores da intimidade do “paciente eleitor”, público recorrente de seus préstimos, que têm seus passos fiscalizados: “marcação cerrada”. É uma equipe que se entrosou durante oito anos. Trocaram de funções, transferiram de postos, minimizam a importância de muitos, e continuam subestimando a força desta “Brigada” que vai de porta em porta na busca do voto, às vésperas das eleições.

            O político vocacionado, está sempre disposto a debater, discutir e ouvir o contraditório. Dominar esta arte é converter adversários em correligionários. Porém, quando estão juntos (Bruno e Romero) e se permitem dividirem-se, passam um atestado de incompetência, arrogância ou prepotência, levando o povo a escolher um algoz e uma vítima. Quando Cássio os considerou “bem crescidos” para resolverem este imbróglio, verbalizou com clareza sua experiência.

            Os “mais chegados” a Bruno, deve mostrar-lhes o exemplo de Pedro Cunha Lima em 2022, que perdeu a campanha pelo excesso de vaidade e amadorismo, em não ouvir sequer seu pai, e ter queimado o momento oportuno de derrotar – talvez até em primeiro turno – seu maior rival João Azevedo. O companheiro de chapa de Pedro (vice), ex-deputado Domiciano Cabral, além de ser respeitado pela classe empresarial da Capital, é estimado no mundo político como um homem de palavra, cumpridor de compromissos.

Quando Aguinaldo Ribeiro chutou o “pau da barraca”, e deu uma rasteira no Republicanos, esperto, atento conhecedor das reações intempestivas destas ocasiões, Domiciano imediatamente procurou o Republicanos. Topavam em apoiar Pedro. Afinal, já estavam com Efraim. Exigiram a Secretaria de Educação e Saúde. Por instantes, Domiciano sentiu-se eleito. Acionou Cássio que procurou Pedro. Prontamente seu filho negou-se a seguir sua orientação. E com arrogância juvenil advertiu: “não entrego nenhuma Secretaria a ninguém, serei governador e pessoalmente escolherei e comandarei minha equipe”.

            Esqueceu a via-crúcis percorrida por seu pai (Cássio) para chegar ao segundo turno em 2002. Negociou metade do secretariado. E para vencer, ficou apenas com seu gabinete e a Casa Civil. Cícero Lucena recebeu a Educação com “porteira fechada”. Efraim (pai) DER, SUPLAN e Saúde; Armando Abílio Ação Social e LOTEP

A COERÊNCIA DE ADRIANO GALDINO COBRA RECIPROCIDADE E GRATIDÃO DE JOÃO AZEVEDO

            O método que impõe respeito e admiração do eleitor, por uma liderança política, é avaliado por dois tipos de comportamento. Embora pareçam semelhantes, são absolutamente distintos: coerência e ingratidão, atestados em seu histórico na vida pública. Em entrevista concedida – semana passada – transmitida por uma emissora da Capital, o presidente da ALPB Adriano Galdino, “vocalizou” através de um “comentário desabafo”, suas expectativas com relação a “sensibilidade” do governador João Azevedo, no tocante a reciprocidade, sentimento derivado da “gratidão”.

            Jornalista Ytalo Telas Prédio, comentando a entrevista de Galdino em postagem recente, resgatou o episódio das confabulações (2021), período pré-eleitoral, quando estavam “costurando” os acordos que se desdobraram no arco de alianças, para alcançarem com êxito, a reeleição do governador João Azevedo. Todavia, nos bastidores o jogo foi sujo, com chantagens e blefes. O Republicanos levou uma rasteira do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que vinha impondo sua candidatura ao Senado, mesmo já tendo uma irmã ocupando uma das três vagas da Paraíba. Mas, seu propósito não era este. Desviava o foco, para atingir seu objetivo: uma rasteira em Adriano Galdino e no Republicanos, tomando-lhes a vaga de vice, e pondo seu sobrinho Lucas Ribeiro.  

Olhando apenas para seu umbigo, e sentindo-se mais “sabido” que os demais, Aguinaldo Ribeiro vislumbrou a perspectiva, e conseguiu, sair do pleito mais fortalecido. Lucas Ribeiro como vice-governador, o futuro de João Azevedo estaria em suas mãos. Sem o menor constrangimento, rompeu com os Cunha Lima que os resgatou politicamente do ostracismo. Daniella foi vice de Rômulo (perderam) mas, semeou e colheu um assento na Casa Epitácio Pessoa. Antes, foi Secretária do governador Cássio Cunha Lima. Romero Rodrigues, na sua reeleição, defenestrou o filho do poeta, seu vice, Ronaldinho, e pôs em seu lugar o decano do Clã Ribeiro, Enivaldo.

Em 2018 – disputa pelo Senado – até os últimos 15 dias antes do pleito, pesquisas de intenção de votos apontavam Cássio Cunha Lima em primeiro lugar. O tucano é coerente. Exigia o voto “casado” com Daniella. Mas, para espanto de todos, ela se elegeu – casando votos com Veneziano e até Luís Couto – deixando Cássio amargar a quarto colocação. Véspera das eleições municipais (2024) os Ribeiros ainda não se manifestaram em participar do pleito. Estão com os olhos em 2026. Andaram cortejando Romero, um calejado no ramo, que sabe de antemão, que além do apoio e discurso, não terá mais nada. E o dinheiro? Fica por conta de João Azevedo, que só promete “estrutura” (?).

O governador navega em “Mar de Almirante”. Fazendo uma analogia ao futebol, quem “carrega” o time é o “meio de campo”. Adriano Galdino tem suado a camisa, desarmando os ataques, e armando contra-ataques, para o centroavante João Azevedo marcar seus gols. Mas para testar a liderança de João, basta deixar uma bola passar, e o time tomar um gol de uma CPI. Dificilmente virará o jogo. Uma CPI, não importa o tema, só sabe como começa. A dos Bingos (Lula I) derrubou até o Superministro Antônio Palocci. No último dia, o Senador Garibaldi Alves, presidente, perguntou em plenário: afinal os bingos são legais ou não? Esta CPI foi para apurar sua legalidade! Surpresos, esquecidos do tema, sem nenhuma audiência, decidiram que era ilegal (?).

O “coletivo girassol” que não briga por política, luta para se manter no poder, enxergam Adriano Galdino como um inimigo. Querem humilhá-lo, levando-o a apoiar Cícero Lucena (leia-se Aguinaldo Ribeiro) em João Pessoa, e em Campina Grande, se porventura Romero for candidato, os louros da vitória serão de João e dos Ribeiros.

Cobra só é temida pelo seu veneno. É hora do Republicanos mostrar sua força. Aliar-se a chapa com chances de vitória em Campina e João Pessoa. Será uma demonstração de coerência, estarão ao lado do senador que elegeram: Efraim Filho. Se o Republicanos tiver juízo, apoiará Ruy em João Pessoa e Bruno em Campina Grande.

SESSENTA ANOS: O BRASIL CONTINUOU UNIDO

            O historiador Hélio Silva (Médico e Jornalista) em sua última obra 1964: Golpe ou Contragolpe, narra a trajetória política do país, relatando fatos oriundos de pesquisas, usando linguagem simples, pedagógica e de fácil leitura. Sua obra completa, identifica com clareza o “analfabetismo” político que permeava a sociedade brasileira, desde 1908, passando pelo episódio dos 18 do Forte e a criação do movimento (dentro das Forças Armadas) “Tenentista”, cujo ciclo se encerrou com a chegada ao poder em 1964. Em 16 volumes, registrou toda a era Vargas, incluindo seu retorno e suicídio.

            Infelizmente, o maior historiador do país foi completamente esquecido. Em seu lugar, surgiram outros, com relatos tendenciosos, desprezando testemunhos consignados em documentos, diários, opiniões publicadas em artigos dos jornais da época, e criaram novas versões com roteiros tendenciosos, tentando “oficializar” suas nostálgicas militâncias esquerdistas, inspirados na utópica propaganda de Moscou.   

            Na visão de Hélio Silva, até o episódio de 1964 – mesmo com a Capital do país funcionando em Brasília – as grandes lideranças políticas tinham origem no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. São Paulo vinha crescendo muito, e acelerou seu ritmo, com a transferência das grandes indústrias, Bancos e seu forte comércio, estimulado pelo empresariado que deixou a Orla de Copacabana, após o Rio perder “status” de Capital do Brasil. A eleição de um político paulista (1960) Jânio Quadros para presidente da república, despertou as tradicionais elites oligárquicas. O eixo político do país estava se deslocando do Rio. Mas, o seu duro núcleo Militar – presente na história desde a Proclamação da República – ainda permanecia na Cidade Maravilhosa.

            Nunca existiu um centro conspirador, encarregado de planejar os eventos de 1964. As ações eram dispersas. Tinha o IPES – Instituto Pesquisas e Estudos Sociais, comandado por Cel. Golbery do Couto e Silva, parturiente dos IBAD – Instituto Brasileiro de Ação Democrática, que desenvolviam o debate político econômico, e preparavam a juventude para construírem uma grande nação, inspirada no neoliberalismo democrático. A tarefa era preventiva: combater a demagogia comunista, dividida nas linhas Moscovita, Albanesa, Chinesa e Cubana, que se expandiram rapidamente, ocupando as redações dos Jornais, recrutando o campo e assumindo o controle dos Centros Acadêmicos e Universitários.

            Tudo começou a se precipitar com a alta da carestia (inflação) que entre julho de 1962 e julho de 1963, atingiu 100%. A crise econômica instalou-se. Os Sindicatos, muito fortes, impunham seus salários. Ferroviários, Portuários, Comércio e Indústria… A economia não era indexada, não existia a correção monetária, obra de Roberto Campos no governo Castelo Branco. O desemprego cresceu assustadoramente. Atrasaram pagamentos dos aposentados, servidores públicos estaduais, e até alguns setores federais. Veio a tragédia do assassinato do presidente Kennedy, que havia hospedado oficialmente João Goulart em Washington, e como citou Jackeline Kennedy em suas memórias, seu esposo tinha se equivocado. João Goulart não era um comunista.

            Os programas destinados por Kennedy ao Brasil, foram abandonados por Lyndon Johnson, que se voltou para o sul asiático, passando a investir pesado na guerra do Vietnã. Leonel Brizola, cunhado de Jango – considerado pelos moderados da época como “incendiário” – pregava a implantação das reformas de base urgente, para pacificar o país. Estatização dos Bancos, Reforma Agrária nas áreas produtivas (fazendas de Café, Engenhos de Açúcar a lavouras de arroz e trigo). Desmonetização, com criação de uma nova moeda, e impostos altíssimos para equilibrar as contas públicas.

            Este discurso foi aproveitado pelos comunistas, e totalmente distorcido. Iriam acabar com o Parlamento, criariam uma República Sindicalista – algo semelhante ao Grande Conselho Italiano na era Fascista de Mussolini – tropas da Rússia viriam para o Brasil, para proteger o país e evitar a ocupação dos “imperialistas do norte” (Estados Unidos). Na pauta, deportação da classe política para Sibéria, e substituição dos barnabés da máquina pública, por membros do “partidão”. Os efeitos foram trágicos. Sem TV, Redes Sociais, alto índice de analfabetismo… Jornais e revistas eram caros, e poucos tinham acesso à leitura. O povão correu para as Igrejas, pedindo proteção a Deus, bênçãos dos Padres, que os encorajou a irem às ruas pedir “Abaixo Este Governo”. Formaram de improviso a TFP – Tradição Família e Pátria.

            Janeiro de 1963, as greves “pipocaram” em todo o país. Ferrovias paravam. Portos, a grande indústria, comércio e principalmente os Bancos. No campo todos estavam armados, para conter a inevitável invasão das “Ligas Camponesas”. Faltou bombeiros… Quando foi usar o extintor (tardiamente) o presidente João Goulart, no comício da Central do Brasil (13/02/1964) ao invés de água, usou gasolina. Perdeu o controle do governo. A Revolta dos Sargentos nos Quartéis, pôs sob ameaça às Forças Armadas. Poderiam se apossar do arsenal e partirem para guerrilha urbana e rural.

            Não houve ocupação Militar na Praça dos Três Poderes, nem controle de estradas e pontos estratégicos como fontes de abastecimento de água e energia. O saudoso paraibano Abelardo Jurema, era Chefe da Casa Civil da Presidência da República. Ficou no Palácio até o dia 02/04/1964, quando foi exonerado pelo presidente Ranieri Mazzilli. O ex-presidente FHC, comenta em seu livro, que exilado no Chile com José Serra e Abelardo Jurema, ouviu seus relatos: ligação dos governadores, procurando por Jango, e pedindo orientação de que lado ficariam. As polícias eram armadas e treinadas com armas de ataque, canhões, baterias antiaéreas… Reservas do Exército. Generais Comandantes, como o de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, se prontificaram a cumprir as ordens de Abelardo, já que o presidente estava no Rio Grande do Sul, e partiria de lá: marcha sobre Brasília. Abelardo confessou que só quem não lhes ligou foi Jango (?). Cruzou a fronteira, sem avisá-lo.

            Questionam se este evento deve ser comemorado ou não. Claro que deve ser comemorado. Corremos o risco de uma guerra civil. O Brasil seria totalmente dividido, ou esquartejado. Cuba, Rússia, países da cortina de ferro, mandaria guerrilheiros tropas para estabelecerem “cabeças de pontes”. Uma longa guerra se estabeleceria, como a do Vietnã. Hoje nosso imenso território abrigaria três, ou cinco países diferentes.

NA CALADA DA NOITE STF TENTA AMPLIAR E MUDAR O FORO PRIVILEGIADO

            Atitude misteriosa irá aumentar a insegurança Jurídica, causar surpresa, perplexidade, aterrorizando ainda mais o país – principalmente o Congresso Nacional onde estão nossos legítimos representantes eleito pelo povo – o STF estava julgando ontem “virtualmente”, em pleno feriado da Semana Santa, a prerrogativa de foro, destinada a Parlamentares, Ministros de Estado, Ministros das Cortes Superiores de Justiça, Juízes, promotores, MP e MPF, membros de Tribunais e TRFs- Tribunais Regionais Federais… Por que ontem, em pleno feriado prolongado, em residências, os Ministros do STF resolveram reformar mais uma vez o Foro Privilegiado?

            Quem abriu a votação foi o Ministro Gilmar Mendes, Relator, propondo extensão do Foro até após o mandato. Uma verdadeira “caçada” no estilo “Stalinista” que perseguia seus opositores onde estivesse no planeta, e mandava executá-los, como Trotsky no México. Um agente político brasileiro, doravante, teria ou terá, eternamente, sua vida e seu destino, monitorado pelo STF. O Ministro Zanin acompanhou o voto de Gilmar Mendes, seguido por Flávio Dino, Dias Toffoli, quando o presidente Luís Roberto Barroso pediu vistas. Mostrando seu poder dentro da Corte, e acima dos demais, o Ministro Alexandre de Moraes tomou-lhes a palavra – atropelando o regimento – e deixou consignado seu voto, seguindo o relator. Placar: 5×0.

            O pedido de vista do presidente Barroso, foi uma atitude coerente, para não mostrar sua mudança repentina de opinião – comprometedora e contraditória – maculando sua própria imagem.  Em 2018, quando começou este julgamento revisional, Barroso propôs a validade do Foro, apenas para os réus, com crimes cometidos durante seu mandato, ou no exercício de suas funções. Findo mandato, o processo desceria para primeira Instância. No seu entendimento, gozavam da prerrogativa de foro, somente o presidente da República, do Senado, da Câmara e da Suprema Corte. Alegava com lucidez, que a Magistratura merecia respeito em suas decisões, desde a primeira Instância. Alguns processos poderiam até terminar no STF, mas, partindo diretamente do STF? suprime a ampla defesa, pois o réu só teria uma Corte de Justiça para julgá-lo. Acrescentava – na época – que a restrição “desengarrafaria” a enorme fila criada pelas pequenas legendas, tumultuando a agenda da Suprema Corte, assoberbada por temas de relevantes importância para a nação, há décadas aguardando decisões.

Ontem, no voto do Relator Gilmar Mendes, além de acrescentar o “depois”, puxou o “antes”. Se algum dos atuais Parlamentares, tiver uma condenação de qualquer tipo, em primeira instância – decisões antes de se investirem nas funções de Deputado Federal ou Senador da República – este processo subirá, e será julgado pelo STF, enquanto perdurar o mandato do Congressista. Se porventura não renovar seu mandato, continuará sendo julgado pelo STF, atropelando todas as Instâncias resguardadas através de garantias Constitucionais.

A grande mídia silenciou. Aliás, quem esperava a mais Alta Corte de Justiça do País, se reunir em pleno feriado religioso Nacional, e até às 21hs está debatendo uma revisão paralisada em 2018, sem nenhuma provocação, estado crítico, ou ameaça de eventos institucionais?              

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS

Nas últimas edições do programa WW com William Waack, o tema tem girado em torno das garantias constitucionais e insegurança jurídica, onde todos os seus convidados, opinam que ficou impossível advogar no Brasil. Clamam a reestruturação da OAB e ação preventiva do Senado Federal. Discordam do papel de “Xerifão” do Ministro Alexandre de Moraes e concordam que a Suprema Corte está totalmente “politizada”. TRF, STJ e o próprio TRF negaram 318 pedidos de Habeas Corpus para Lula.

 Para viabilizar a soltura, revisaram a decisão da Segunda Instância, e restringiram o alcance da Justiça Federal – que abrange todo o país – porém segundo o Ministro Fachin, o foro de Lula seria Brasília, quando sua residência e domicílio eleitoral é em São Paulo. Permitiram e impuseram sua candidatura. O resto, todos viram o sabem o que aconteceu com as regras do TSE valendo e punindo só um dos candidatos. Como ensina o adágio popular, “aos amigos tudo, aos inimigos apenas a lei”.

Segundo comentaristas da CNN, a restrição do Foro, beneficiaria Bolsonaro, que não é mais presidente e nem estava no poder nas manifestações do dia 08/01; Alexandre Silveira, e todos os presos dos atos do fatídico 08/01/2023, exceto os que foram flagrados depredando o Congresso, STF e Palácio do Planalto. Divulgaram uma pesquisa realizada sobre o tema, realizada pelo Datafolha, e 65% dos brasileiros consideram o ato de 08/01 como “vandalismo” e não tentativa de “golpe de Estado”.

Se o Congresso não reagir imediatamente, e Rodrigo Pacheco sair de sua posição de genuflexório – derrubando o foro rapidamente – todos ficarão reféns do STF. Fechando o verão, as águas de Março estão muito parecidas com os temporais de 1964. Desta feita, uma emboscada, sem apoio do povo, deixando o Congresso em cerco.     

(Caminhos do amanhã parte II)

COMPRA DE VOTOS ANTECIPADO

O método engendrado por Zé Dirceu funcionou. Chegando ao final do primeiro mandato de Lula (2006), o contingente do “bolsa votos” tinha mais que duplicado: 2,5 milhões de famílias (sem trabalharem) sustentadas pelos que trabalhavam e pagavam tributos elevadíssimos. O Brasil crescia economicamente, com a explosão das commodities. Se o país crescia, onde estavam os empregos? Sua renda média subia, paradoxalmente, aumentava dependentes do “Bolsa Família”. Lula foi reeleito. No final dos oito anos de seu mandato (2010), segundo IBGE e FGV, o país cresceu em média de 4% ao ano. Incoerência brutal: o Bolsa Família tinha atingido 12,8 milhões de famílias cadastradas. Como a economia de um país cresce, e aumenta a pobreza de seu povo?

Na busca do voto, o Bolsa Família estabeleceu-se definitivamente como “moeda de troca”. Dinheiro público desperdiçado através de um programa, sem critérios ou avaliações de seus resultados.  A êxito da compra do voto antecipado (quatro anos de feira distribuídos aleatoriamente), deslocou-se do interior nordestino e alcançou todas as 1.400 favelas do Rio de Janeiro, às de São Paulo, Minas Gerais… A metástase do câncer, tinha “implante” em todos os órgãos do corpo já moribundo. Lula elegeu sua sucessora, Dilma Rousseff. Em seu primeiro mandato, a presidenta incrementou uma política de renúncia fiscal, reduzindo impostos da “linha branca”, material de construção, automóveis e eletrodomésticos. Todavia, sua ação sofreu efeito reverso. Crescia assustadoramente sua impopularidade.

As gigantescas manifestações de 2013, ganharam as ruas do Rio e São Paulo. As vaias na abertura e encerramento da Copa do Mundo, foram vergonhosamente vistas por todo o planeta. Eleições a vista (2014) veio o “Minha Casa Melhor”. Mais dinheiro para os “Bolsas” comprarem geladeiras, televisores celulares, além de um cheque reforma. Na campanha, o “Bolsa Família” foi ampliado para 14,0 milhões de beneficiários. O lençol ficou curto. Se cobrisse os pés, descobriria a cabeça. Em 2015, o Brasil quebrou. Todo o seu crescimento entre 2003 e 2014, foi engolido pelo déficit público. O PIB despencou, e atingiu -6% (seis por cento) negativo.

Lava-Jato, corrupção, redução do crédito, falta de investimentos no país… desencadeou no Impeachment. Michel Temer assumiu, com a Petrobras falida e todas as grandes estatais no vermelho. Para salvar o Brasil, teve que enfrentar a impopularidade. Lei da governança das Estatais, Reforma Trabalhista; Lei do teto de gastos; congelamento de salários dos servidores públicos; proibição de contratações e concursos; demissão ou “despetização” no governo… Até uma Lei que anistiava crimes de evasão de divisas, repatriou dezenas de bilhões de dólares, depositados em Paraísos Fiscais”. Aliviou o caixa do governo, e reduziu seu déficit.

Lula foi preso e Bolsonaro eleito. Montou uma equipe de técnicos que ocupou a Esplanada dos Ministérios, com capacidade atestada pela Meritocracia. Partiu para “enxugar” a máquina. Cortes de gastos, eliminar despesas viciadas, ajuste fiscal… Mesmo assim, em 2022, o Bolsa Família havia explodido de 14,0, para 19,2 milhões de famílias. Como conseguiram enganar até Bolsonaro? É uma OCRIM.

Na campanha de 2022, que Lula havia prometido “picanha”, compensou com mais “Bolsas”. Em 2023, extrapolou todos os limites, e perdeu definitivamente o controle: 21,7 milhões de famílias inscritas. A média de pessoas por família, são quatro. O Estado Brasileiro, distribui dinheiro hoje, para 90 milhões de pessoas, ou 43% de sua população. O Ministro Wellington Dias, titular da pasta do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, começa a encarar o “programa”, como uma fraude. Assalto ao erário público. Antes da pandemia (2019) O Bolsa Família consumia 32,8 bilhões de reais por ano. Em 2023, o aumento foi de 346%, atingindo 146 bilhões, quase se nivelando ao orçamento do Ministério da Saúde, que foi de 149,9 bilhões de reais, superior ao Ministério da Educação, 110 bilhões. Os caminhos do amanhã, nos levará a bancarrota. Na sequência, (parte III final).

(Caminhos do amanhã parte I)

OS AVÓS DO BOLSA RENDA VINTE ANOS DEPOIS

            Logo após assumir a presidência da República – primeiro mandato – o presidente Luís Inácio da Silva, que havia adotado como tema de campanha, o inesgotável discurso de “combate a fome no Brasil”, lançou em janeiro de 2003, o programa “Fome Zero”. Uma continuação do “Comunidade Solidária”, do seu antecessor FHC, criado pela socióloga Ruth Cardoso, para atender 700 mil famílias em estado precário, renda familiar abaixo do salário mínimo, espalhadas principalmente no interior nordestino.

            Já existia o “Vale Gás” e o PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil, que destinava R$ 25,00 para cada criança, acima dos cinco anos de idade, dispensando-as de trabalharem, e garantindo sua frequência escolar. O governo FHC financiou a criação destas escolas, através de transferência de recursos para os municípios. O objetivo era combater o analfabetismo, a partir da mais tenra idade. Para os chefes de famílias, desempregados, residentes na zona rural, o Bolsa Renda (2002) cestas básicas.     

Os erros do ‘FOME ZERO” começaram a partir da publicidade veiculada na TV, apesar de levar a assinatura do genial Duda Mendonça. Um texto exibindo um prato vazio, finalizando com a mensagem: “quem tem fome, tem pressa”. Na época, comentamos em um artigo, que o prato deveria ser mostrado vazio no início, e no final, cheio. Quem mata fome, é prato cheio. Talvez a dúvida, tenha origem na colunaria: que tipo de alimento deveria ser exibido no prato? Componentes de uma cesta básica comum? Sem carnes, verduras e frutas? Chegou o mês de junho de 2003, e o “Fome Zero” ficou só na publicidade. Uma longa discussão foi travada no PT, tão improdutiva quanto a designação do sexo dos anjos, que consumiu seis séculos da Igreja Católica.

José Dirceu, o poderoso Chefe da Casa Civil, com experiência de vida adquirida em “Cuba” – onde esteve exilado por muito tempo – redefiniu o “modus operandi” da Ilha. Ao invés do “Libreto” – jamais seria aceito no Brasil – optou pela junção do vale gás, PETI, cestas básicas e converteu em valores. Transferência de renda direta, garantiria o voto, com a mesma eficácia do *Libreto Cubano.  

Encerraram o debate do “Fome Zero” e criaram o Bolsa Família. Finalmente, dez meses depois, em outubro de 2003, foi realizado o primeiro pagamento do Bolsa Família, destinando a 1,15 milhões de famílias. O valor foi de R$ 73,67, correspondente a praticamente 1/3 do salário mínimo da época, R$ 230,00. A relação foi “politicamente” generosa, elaborada pelas Prefeituras e os Sindicatos dos Trabalhadores Rurais – que desde a criação do FUNRURAL – tem sede, funciona e é militante do PT nos mais distantes grotões do sonolento “gigante adormecido”.

A expectativa dos criadores do “Bolsa Família”, era uma redução lenta e gradual dos beneficiários, e a extinção do programa em no máximo uma década. Paralelamente, o MEC lançou o EJA – Educação para Jovens e Adultos, ressuscitando um dos programas exitoso dos governos Militares, o extinto MOBRAL. Ofertava cursos profissionalizantes através do sistema “S”, e criou o ensino profissionalizante, no ensino médio.     

As primeiras famílias assistidas pelo Bolsa Família, eram formadas por casais entre 18/25 anos, hoje se aproximam dos 50 anos. Nunca trabalharam, continuam analfabetas, vão ter que um dia se aposentar (?) Cômico, se não fosse trágico. A alternativa será criar um “Libreto” para os futuros idosos de 2030. Seus filhos já casaram, e a exemplo dos pais, se dependuraram no Bolsa Família. Hoje seus netos caminham para adolescência, sem a menor consciência do que significa a palavra “trabalho”, muito menos “estudo”. Lá se foram duas décadas perdidas, e o PT que esteve 14 anos no governo, pelo visto, não acabou com a fome. Na sequência, parte II.

*Libreto – caderneta usada pela população Cubana para compras limitadas, abaixo de U$ 20 ao mês, ou 100 reais. Arroz, feijão, farinha, açúcar e ovos, ou ½ kg de frango por mês. 

PESQUISAS SÃO DIAGNÓSTICOS

            Mais de cinco sondagens realizadas nos últimos quatro meses – por diversos Institutos de Pesquisas – indicam desânimo no eleitorado Campinense, em reconduzir o prefeito Bruno Cunha Lima para continuar à frente dos destinos da cidade. Fazendo uma analogia ao corpo humano, o paciente (Bruno) apresenta um quadro febril, sinal de alerta orgânico, que exige a realização de uma bateria de exames, para constatar se é vírus, ou bactéria, que está afetando seu sistema imunológico.

            Nos últimos quinze dias, resolvemos encarar a “prazerosa preguiça”, e começamos a andar aleatoriamente – ao nosso modo – pela cidade, para constatar o que fato estava ocorrendo. Procuramos ouvir o cidadão comum, investigando como ele enxerga as eleições de outubro próximo. Pequenas Mercearias, Panificadoras, Mototaxistas, motoristas do Uber, garçons, filas de Lotéricas, Bancos…

            A pergunta não era direta. Puxando conversa sobre acontecimentos do cotidiano, custo de vida, violência, drogas, política nacional… Até chegarmos ao que nos interessava: o prefeito estava realizando uma boa gestão? Cerca de 70% concordaram que sim. Ruas limpas, iluminadas, Postos de Saúde com médicos e medicamentos, um show na Educação…  A queixa é da “indústria” de multas da STTP.  

Entretanto, quando indagávamos sobre as possibilidades de sua reeleição, muitos afirmaram despretensiosamente que votariam nele (Bruno), mesmo sabendo que iria perder (?). Em alguns momentos, nos alongamos e questionamos o motivo: se Bruno está sendo um bom prefeito, por que o povo não quer mais votar nele? Respondiam que não sabiam o motivo. Mas, era o que ouviam em todos os recantos da cidade. A última pergunta – feita a personagens que pertencem a um público mais seleto – advogados, médicos, grandes comerciantes, corretores de imóveis… Qual o defeito de Bruno? Você conhece, ou já esteve com ele? Responderam prontamente: “não”. E concluíam: ele é muito arrogante e prepotente. Absurdo! Se for, não aparenta.

A figura do “arrogante” é inconfundível. Se expressa a partir da fotografia. E não é o que percebemos em Bruno. Porém, este estigma que lhes estão impingindo, pode resultar em efeitos danosos a sua imagem. Como consertá-lo? A partir de sua agenda. O eleitor formador de opinião, sente-se honrado em ser visitado, recebido, lembrado pelo Prefeito. Fenômeno intrinsecamente ligado à vaidade humana. Valorizá-los, para sentirem-se indispensáveis na campanha e na vitória. A guerra é vencida por soldados.

Bruno não se faz presente, e tem dificuldades em interagir com CDL, Associação Comercial, FIEP, entidades Filantrópicas, Igrejas, clubes de futebol de pelada, Associações de Bairros…Ali se encontram os grandes formadores de opinião. Seu atual opositor, Romero Rodrigues, que “sai do banquete com a cara de fome”, percebeu isto em 2019. Puxado como bode para atravessar água, num esforço hercúleo, enveredou por estes caminhos. Reduziu drasticamente sua rejeição, enfrentando adventos altamente comprometedores, como o escândalo da “Operação Famintos”, dentre outros.

Sou Campinense por adoção. Origem Potiguar. Já estive prefeito de minha terra natal, exercitei o jornalismo de batente em Campina Grande, João Pessoa, Brasília, Rio de Janeiro… Nunca deixei de morar em Campina Grande. Infelizmente, não conheço o prefeito Bruno Cunha Lima. O vi criança, na casa de seu avô Ivandro, um grande amigo. Não só ele, Aluízio – que Bruno não conheceu – Roberto, Ronaldo e o insuperável Arthur Cunha Lima. Hoje, como um dos decanos da mídia na cidade, estando logo atrás do companheiro Marcos Marinho, tenho também procurado saber da “velha guarda”, se Bruno conversa com eles. “Não”. É de difícil acesso (?). O político é um produto, que para ser vendido, deve estar permanentemente exposto na vitrine. Diferente de Bancos, que não têm mostruários. O que vendem são guardados em cofres.   

O POLÍTICO VIVO MORTO RICARDO COUTINHO

            Vésperas de uma eleição municipal, um dos maiores fenômenos políticos de João Pessoa do século XXI, Ricardo Coutinho, não está sendo merecedor sequer de uma nota, divulgada pela mídia (crônica política), vinculando-o a uma das pré-candidaturas a PMJP. Foi desprezado por todos? Ninguém quer seu apoio? Esqueceram que Ricardo foi um dos fundadores do PT-PB, por décadas militante, envolvido com a juventude e meios universitários – esquerda raiz – e Lulista da primeira hora? Atitude mesquinha do PT/PB, que está rasgando um capítulo inteiro do livro, da história da legenda na Paraíba.

            O PSB-PB em 2004, era uma sigla nanica, atrofiada, sobrevivendo das migalhas – empregos e cargos no terceiro escalão da gestão Cícero Lucena (PSDB) prefeito da Capital – avultou-se como grande agremiação, após a vitória acachapante, e em primeiro turno, do “Exército de Brancaleone”, comandado por Ricardo Coutinho. Derrotou todos. Ruy Carneiro – candidato oficial de Cícero – do então governador Cássio Cunha Lima, apoiado também pelo presidente da Assembleia Legislativa, saudoso Rômulo Gouveia.

            Prodígio inimaginável, encarado pelo núcleo tucano (PSDB) que comandava o estado, como um tropeço, cochilo, falha, ao subestimar o adversário. Todavia previam um voo curto de apenas quatro anos. Ricardo não conseguiria governar. Esbarraria na “burocracia” estabelecida. Faltava nomes para formar uma “equipe”, que materializasse suas promessas de campanha. Ledo engano. Ricardo criou o “Coletivo Girassol”.

 Escolheu a dedo seus auxiliares, esquecendo a meritocracia. Mesmo inexperientes, eram valores latentes, que se revelaram. Registre-se em tempo: para Ricardo conseguir vencer em primeiro turno, o apoio do ex-governador José Maranhão, contribuiu para “dourar a pílula”. Todavia, o “caixa” Ney Suassuna, foi fundamental na reta final da campanha. Quatro anos depois (2008), Ricardo reelegeu-se com facilidade, dispensando o apoio de Maranhão. Escolheu como vice, Luciano Agra, membro do “Coletivo Girassol”. Um excelente técnico que tinha correspondido às expectativas.

Confiando na “turma”, Ricardo aventurou-se a enfrentar José Maranhão, no governo, com poder de caneta, candidato à reeleição.  Não sei se alguém ainda se recorda do marcante ou trágico episódio, ocorrido numa entrevista do governador José Maranhão na TV Correio. O entrevistador, ao chamar o intervalo comercial, esqueceu de checar o monitor. Dormitando, os operadores da mesa de controle ainda estavam com câmeras e áudios ligados. Indagaram Maranhão sobre a candidatura do então prefeito Ricardo Coutinho. Maranhão abriu um largo riso, e respondeu: “eu tenho até pena…” Mesmo sem redes sociais na época, o episódio “viralizou”. Ricardo explorou a condição de vítima da “Senzala Política” dominada pelo poderoso Maranhão.

Após a cassação de Cássio, Maranhão vislumbrou repetir 1998: ser candidato único. Quem iria enfrentá-lo? Equivocou-se. Ricardo quase o derrotou no primeiro turno (2010). No segundo, o “patrolou” com uma maioria de 160 mil votos.  Na campanha, soube explorar o desejo de vingança do povo – sentindo-se traído com a cassação de Cássio – reeleito em 2006, derrotando Maranhão. Culpavam a influência do então senador, junto a Sarney e o TSE.

O pacto Cássio/Ricardo prosperou. Mas provocou solavancos no “Coletivo Girassol”, que já se insurgiu, e aparentava ser mais forte que Ricardo. A presença dos Cunha Lima no governo, emplacando 10 dos 21 Secretários, feriu os brios de Roseana Meira, na época figura mais influente do grupo. Ricardo não a levou para o governo. Ela permaneceu na PMJP, cujo prefeito era seu ex-esposo Luciano Agra. O grupo “rachou”. Ricardo só percebeu o veneno das cobras que havia criado, em 2012, nas eleições municipais. Sua candidata foi derrotada por Luciano Agra, que elegeu Luciano Cartaxo, tendo como vice Nonato Bandeira, seu ex-escudeiro. Afinal, quem manda no PT-PB? A legenda sofre de uma “acefalia”, semelhante à nacional? Janja manda mais que Gleisi.

Quanto a Ricardo, que como a “fênix” sonha em ressurgir das cinzas, se isto ocorrer, deve evitar sua preferência por técnicos. Luciano Agra e João Azevedo tiveram comportamento disciplinar absolutamente idênticos. Mas, um puxou-lhes o tapete. O outro, o deixou apto entrar no Reality Show “largados e pelados”. Vida longa ao “Coletivo Girassol”.  

Jornalista político e memorialista

REPUBLICANOS NÃO FOI PERDOADO PELO COLETIVO GIRASSOL

            O “modus operandi” das esquerdas paraibanas, inspiradas no sistema do antigo regime comunista de Moscou, estabelece a governança através de “eminências pardas”, formada por um pequeno grupo, núcleo que dita as regras, cria estratégias e projeta meios para (eles) permanecerem no poder.

O modelo é canhestro, inverte a simetria hierárquica do poder. Porém, mostrou eficácia da tirania que perdurou por 71 anos na Rússia/União Soviética. Ainda funciona na China, Cuba, Coreia do Norte, Nicarágua e Venezuela. A “ideologia” é apenas um mecanismo de propaganda, muito embora “saturado”, porém o único meio capaz de manobrar as massas. Após a truculenta guerra civil Russa, onde milhões se mataram entre 1918/1921, uma ditadura comunista – travestida de socialista – começou a comandar os destinos da Rússia, e mais 15 países que compunham a União Soviética.

O “Coletivo Girassol” paraibano, pragmático, para eleger Ricardo Coutinho prefeito de João Pessoa em 2004, se compôs com o MDB do governador José Maranhão, e contou com o imprescindível financiamento de campanha, usando recursos do senador Ney Suassuna. Mas, chegando ao poder, aos poucos, defenestraram e traíram todos. Ricardo Coutinho, foi obrigado a romper e expulsar de sua gestão, Nadja Palitot, quem lhes deu a legenda, negada pelo PT, para disputar e vencer, Cícero, Ruy e Cássio.

Roteiro copiado e absolutamente semelhante às práticas do comunismo Moscovita. Lênin (1921) era o presidente da Rússia, Trotsky Primeiro Ministro e comandante fundador do Exército Vermelho. Tinha um vice-presidente, mas, quem governava era o Secretário Geral do Partido, Joseph Stalin (?). Sob seu comando, a Tcheca, polícia política que só enxergava traição. Fuzilou os principais líderes da Revolução, após a morte de Lênin; e expatriou Trotsky, pai da Internacional Socialista.

O poder foi estruturado com a criação do Soviete Supremo (parlamento único) que unia a Rússia e todas as nações da União Soviética. O Politburo determina todas as diretrizes do governo. Mas, o Presidium, era quem governava, comandado por Stalin, Secretário Geral do Partido.

Na ânsia para tomarem de assalto o poder, os comunistas são capazes de tudo. O maior adversário de Cássio Cunha Lima, era o “Coletivo Girassol”. Para derrotarem quem os pôs na PMJP (José Maranhão), beijaram as botas do tucano, que terminou por ceder ao assédio, e apoiou Ricardo (2010). Chegando ao Palácio da Redenção, Ricardo quis se livrar do “Coletivo Girassol”, temendo ser engolido por eles. Houve um “racha”. A vingança foi levar Ricardo a experimentar sua primeira derrota, quando os “banidos” se uniram a Luciano Agra, e elegeram Luciano Cartaxo prefeito de João Pessoa.

A “pisada na bola” de Cássio em 2014, levou Ricardo a juntar-se novamente com o “Coletivo Girassol”. Se reelegeu, e derrotou o imbatível líder do Clã Cunha Lima. O “Coletivo Girassol” (2018) impôs o nome de João Azevedo. Ricardo “engoliu”, e o elegeu em primeiro turno. Todavia, ficou governando o Estado. A João, só foi concedida a cadeira e a Granja Santana. Não mandava em nada. Homens de negócios, o “Núcleo Girassol”, mantendo Ricardo no comando do governo, levou-o a tropeçar na “Operação Calvário”. Entregue à própria sorte, foi parar na cadeia. O “Coletivo Girassol” lhes deu as costas. Vingança consumada e sua retomada do poder. João Azevedo se reelegeu, quem governa é o “Coletivo Girassol”, porém frustrado: o fracasso do seu plano original,  fugiu do põe em risco seu futuro.

O projeto era João governador e Pollyanna Dutra senadora, para sucedê-lo em 2026. O Republicanos pôs água no Chopp. Elegeram Efraim Filho, que deve seu mandato a Adriano Galdino, Hugo Mota e Wilson Santiago. Bastava os votos de Adriano e Murilo, casados com Pollyanna, para derrotar Efraim. O “Coletivo Girassol” não os perdoou. Principalmente Adriano, que é boicotado pelas “Eminências Pardas” que ditam o que deve fazer ou não o governador. Talvez o “Coletivo Girassol” esteja cavando sua própria cova. O Republicanos representa hoje – dados da última campanha – 38% dos votos válidos da Paraíba. Ninguém chegará ao governo em 2026, sem o seu apoio. Hoje, nas mãos de Adriano Galdino está o destino dos pré-candidatos ao governo, e ao senado em 2026.   

MOACI CARNEIRO: ÚLTIMA TRINCHEIRA DA EDUCAÇÃO

            Ontem (15/03/2024), o professor Moaci Carneiro esteve em Campina Grande, para lançar a 25ª edição de seu livro, LDB FÁCIL – best-seller que já vendeu mais de um milhão de exemplares, desde sua primeira edição – compêndio que traz em seu conteúdo, conjunto de leis, regras, estratégias destinadas ao ensino fundamental/médio, leitura obrigatória para os docentes e roteiro com temas inesgotáveis para alicerça teses de Mestrados e Doutorados na área da educação.

Sua primeira edição, idéia aprovada, incentivada, festejada pelo saudoso baluarte defensor da qualidade do ensino brasileiro, senador Darcy Ribeiro, foi reconhecida como a “bússola” que guiaria a educação do país, nos mares revoltos e tempestuosos das confusas mudanças e desacertos concebidas pelo MEC (anos 90 ultima década do século XX). Período de grandes conflitos nos meios acadêmicos, formados por grupos, divididos em conceitos, enraizados nas dezenas de “Conselhos”, que buscam sedimentar-se na divergência, descartando seu verdadeiro papel que é a construção dos caminhos da “convergência”, planificá-lo, unificá-lo e expandi-lo.

Moaci Carneiro proferiu uma palestra majestosa, brilhante e pedagógica – sem utilizar a vaidosa linguagem sofisticada comumente usada nos meios acadêmicos – diagnosticando, e ao mesmo tempo, dissecando o “gargalo” da educação brasileira. Argumentos fundamentados em dados de pesquisas e estudos sobre o tema, discorrido habilmente num formato de comunicação, compreensível e de fácil assimilação.

Na ocasião, sentimo-nos abatidos por uma tristeza profunda, saudosista, que nos remeteu a um passado não tão distante. Lembramos da grandeza, espírito públicos e generosidade do saudoso Reitor da UFPB, Cel. Guilardo Martins. No momento mais tenso dos governos Militares, vendo seu próprio filho liderar as manifestações “Abaixo a Ditadura”, o idealista Cel. Guilardo, ouviu jovens e sonhadores da antiga Escola Politécnica de Campina Grande, e o Reitor da recém fundada URNE, Edvaldo do Ó. Dividiu geograficamente a UFPB. Todos os cursos da área das Engenharias, seriam sediados em Campina Grande. Alçou Linaldo Cavalcanti – então Reitor da URNE – para o cobiçado posto do MEC, o DAU – Departamento de Assuntos Acadêmicos Universitários. O jovem Linaldo na época, era a segunda maior autoridade, abaixo do Ministro da Educação. Guilardo Martins posicionou Campina Grande na vanguarda do novo formato da futura educação brasileira. Ao deixar a UFPB, assumiu a FIOCRUZ.

A visão futurista de Campina Grande, deu a oportunidade de Irineu Cabral criar a EMBRAPA, hoje maior orgulho do país. Linaldo Cavalcanti, além de ter promovido a expansão Universitária, foi o fundador e primeiro presidente do CNPQ. Criou em Campina Grande, o primeiro Parque Tecnológico do Brasil. José Silvino Sobrinho, fundou com apoio de seus colegas professores, a ATECEL. Trouxe o primeiro computador para o Nordeste. Esteve nos Estados Unidos e Japão, onde foi adquirir know-how sobre “Estradas e Mobilidade Urbana”. Avançou com a ATECEL, e convenceu Guilardo Martins a trazer Eliar Vavacle, Tcheco da “cortina de ferro” que dividia o mundo.

O Brasil não tinha relações diplomáticas com a URSS. Vavacle veio como clandestino, esteve escondido em Campina Grande, apoiado por Cel. Guilardo Martins, para estudar as bacias hidrográficas da Paraíba e transformar a ATECEL num dos melhores laboratórios de estudos de solo. Professor Moaci Carneiro, foi o “caçula” desta geração, onde Buriti – governou o Estado por duas vezes – era Chefe de Gabinete do Reitor Linaldo Cavalcanti. O Brasil tem hoje apenas dois cursos superiores na área de Meteorologia. Um em Campinas (SP) e outro em Campina Grande (PB), mesmo sucateado, foi um projeto exitoso de Linaldo Cavalcanti.

Moaci Carneiro dedicou toda sua vida à Educação. Em sua palestra, expôs que estamos “atolados” na estrutura política/casuística/ideológica/partidária. Dados estarrecedores, como por exemplo, 38% dos atuais Secretários de Educação dos Estados, não entendem nada de educação. Nos municípios, alcança-se o alarmante índice de 78%. Exibiu números como, por exemplo, os Estados Unidos, que destina 6% do seu orçamento para Educação. O mesmo percentual do Brasil. O problema deixa de ser recursos. Trata-se de má gestão. Somos os últimos, em todas as avaliações de organismos internacionais. Milhões de analfabetos, outras dezenas de milhões de analfabetos funcionais, e o mais triste: a falência do ensino, e o surgimento de Cursinhos Preparatórios para o ENEM, e até provas da OAB. Reflexão: o que ensinam nas escolas?

Encerrando o quadro de desilusão, registramos as ausências. Não se fez presente o Secretário da Educação do Município. Nenhum Diretor das Escolas Municipais. Onde estavam os vereadores e deputados que empunham a bandeira da Educação? Lá não apareceram. Leve-se em conta, a ausência dos Reitores e professores das inúmeras Universidades privadas de Campina Grande. Memória curta: Campina só permaneceu grande, graças a geração Linaldo, Edvaldo, Silvino, Garrincha e o seu caçula Moaci Carneiro. Nosso destino, após a construção das grandes rodovias, nos levando a perder a posição de “Polo Abastecedor”, seria o mesmo de Itabaiana, no século XIX. Quem salvou a cidade economicamente, foi sua transformação em Polo Educacional e de Saúde. Estagnamos no tempo, por abdicarmos da nossa vocação de “vanguarda”.  

ADRIANO JÁ PERCEBEU A CONSPIRAÇÃO?

            O deputado estadual Adriano Galdino (presidente da ALPB) patrono da causa para consolidar o governador João Azevedo, como primeiro colocado no ranking das principais lideranças políticas do Estado, tem aparentado ser um defensor solitário desta ideia, ainda não assimilada pelo “núcleo estratégico” que orienta o atual inquilino do Palácio da Redenção. Adriano desde a posse de João Azevedo vem trabalhando com afinco o nome do governador para o Senado Federal nas eleições de 2026.  

Entretanto, o perceptível silêncio de Galdino – últimas três semanas – sinaliza cansaço. Seu tirocínio político, prevendo o que virá após o resultado das urnas de outubro próximo, o levou, nos últimos meses, a se pronunciar rotineiramente e advertir inúmeras vezes o governador, da imperiosa necessidade dele se filiar a um partido, que esteja sob seu comando. Avisos ignorados, e não merecedores da devida atenção.

 O recente episódio de Santa Rita, revelou que Adriano Galdino está correto. O Republicanos deve ter despertado, que definitivamente está em rota de colisão com o projeto dos “oráculos” palacianos – mesmo sem votos senhores do destino político da Paraíba – por manterem sob “tutela” João Azevedo, hoje refém e dependente do PSB.

 Num esforço hercúleo, para reforçar seus quadros, e concomitantemente ampliar a liderança do governador, o Republicanos atraiu Nilvan Ferreira – que o derrotou em Santa Rita há dois anos – para enfrentar o candidato do atual prefeito. Paralelamente, ocorreu uma nítida tentativa de “boicote”, provocada pelo deputado federal Gervásio Maia, que ofereceu o PSB a Emerson Panta(?). Gervásio é o presidente da legenda que abriga João Azevedo (PSB). Quem esteve por trás deste ato imponderado? A Paraíba conhece Gervásio. Nestas circunstâncias, “só amarraria o burro, onde o dono mandasse”. Teve orientação e autorização Palaciana?

Nilvan disputando em Santa Rita, facilita a vida de Cícero Lucena. Apesar de seus redutos terem posições radicais e distintas, Cícero não terá o discurso “denuncista” e contundente de Nilvan, tirando-lhes indiretamente votos. A recente desistência intempestiva de Luciano Cartaxo, optando por não concorrer mais no pleito de outubro próximo, pavimenta o caminho para o “Alquimista” chegar com folga ao segundo turno. Se o ato não for uma manobra de Cartaxo – apenas com Cida não haverá primárias – e cabe a Executiva Nacional (se desejar) indicar diretamente um candidato. Tudo vem se encaixando numa “conspiração” prática, sem “teorias”.

O presidente do PT Jackson Macedo, negociou com Cícero Lucena “garantias” para recondução do seu irmão, Júnior Leandro, à Câmara Municipal de João Pessoa. Os votos do PT, irão beneficiar diretamente o candidato do PP de Aguinaldo Ribeiro, deixando o Republicanos em mais uma “sinuca de bico”. Ficará solteiro nas eleições de outubro próximo, em Campina Grande e João Pessoa? Pela cobrança feita ontem, por Aguinaldo Ribeiro a Romero Rodrigues, subentende-se que se o ex-prefeito resolver enfrentar Bruno Cunha Lima, com apoio do governador, os méritos serão dos Ribeiros, e não do Republicanos, que o esperou com “tapete vermelho” sua filiação.   

  Enquanto Adriano procura “juntar”, por trás tem um grupo desagregador, agindo para manter todos afastados. Caso Cícero Lucena se reeleja, Aguinaldo Ribeiro o lançará imediatamente candidato ao governo para o pleito de 2026. Caos necessário, para barganhar, e tentar expulsar o Republicanos da chapa majoritária: se não aceitarem Lucas, vai impor o nome de Cícero. Lucas ficaria no governo, para comandar a campanha. Os dois postulantes ao Senado seriam João Azevedo e Daniella Ribeiro. Qual o espaço que sobraria para Adriano, Hugo, Wilson (pai e filho), Murilo Galdino…

NÚMEROS REAIS DA PESQUISA DO DATAVOX DEIXA CÍCERO LUCENA NO MESMO PATAMAR DO PRIMEIRO TURNO DE 2020

            Pesquisa não vence eleição, não projeta candidato, e quando manipulada provoca efeito reverso nas probabilidades de sucesso do postulante. Debruçando-se sobre os números do Instituto Datavox – publicou ontem pesquisa de intenção votos na Capital – devidamente registrada no TRE-PB, observamos que o prefeito Cícero Lucena, em plena campanha há quatro anos, visto pelo menos duas vezes ao dia em todos os blogs e Portais de Notícia da Capital com alcance em todo o Estado, ainda está muito distante de atingir um percentual que corresponda ao volume de obras, serviços e ações de sua gestão, fatos divulgados ou documentados através das redes sociais.

            A amostragem aplicada em cinquenta bairros da capital, entrevistou 784 pessoas. Um universo diminuto, em relação ao desejado. Os candidatos serão votados em todos os bairros da cidade. Intervalo de confiança de 95%, margem de erro 3.5%. Com sensacionalismo, a divulgação chama atenção do leitor, ouvinte ou telespectador, para os índices colhidos em campo: Cícero Lucena 39,6%; Luciano Cartaxo 12,4%; Ruy Carneiro 8,9%; Marcelo Queiroga 3,2%; Pastor Sérgio Queiroz 2,7% e Celso Batista (PSOL) 0,3%. Infelizmente ocultam dados, que prejudicam o melhor posicionado.

            Dúvidas questionadas: por que a “seletividade” de apenas cinquenta bairros, e qual o critério utilizado para a escolha? Indicação ou sorteio? O número dos bairros pesquisados, representa percentualmente qual índice do eleitorado total da Capital?

 A divisão sócio/comportamental de João Pessoa é complexa. O que pensa o eleitor da área influenciada pelos residentes da Orla, é o oposto dos habitantes dos bairros populosos, carentes e periféricos. Diferente do Rio de Janeiro, por exemplo, onde os eleitores da Zona Sul, se identificam com as mesmas escolhas dos moradores das “Comunidades”, hoje voltada a ser denominadas de “favelas” pelo IBGE.

Vamos aos números – que não mentem – mesmo quando observados em perspectivas ou ângulos distintos. Do total de entrevistados, 17,5% se declararam indecisos. 15,3% pretendem votar em branco ou nulo. Somados, alcançam o total de 32,8% do eleitorado destes cinquenta bairros (1/3) de sua população, que ainda não fizeram suas escolhas, nem revelaram suas preferências. Apenas 61,2% já demonstraram intenção de voto. Cícero Lucena com 39,6% dos votos, num universo de 61,2%, alcançou 24,3% do eleitorado destes bairros pesquisados.

Nas eleições de 2020, o prefeito da Capital chegou ao segundo turno, com 20,72% dos votos válidos. Números que se comparados ao resultado da pesquisa, olhando no retrovisor 2020 e adicionando a margem de erro de 3,5%, Cícero tem a mesma performance de quatro anos atrás: 20,3% + 3,5= 23,8% em apenas cinquenta bairros.

Já se passaram quatro anos de trabalho intenso, no seu limite máximo, diuturnamente tentando conquistar o povo. Onde errou, ou erraram sua equipe de comunicação? Há quatro anos (2020) Cícero não tinha o que mostrar. Só relembrar o que havia feito no passado. Como irá doravante crescer, ou alavancar sua campanha? Tempo exíguo – sete meses para o primeiro turno – só lhes resta descobrir um método semelhante ao “ovo de Colombo”. E, continua lutando para chegar ao primeiro turno.

PEDRO CUNHA LIMA PODERÁ SUBSTITUIR RUY CARNEIRO NA DISPUTA PELA PREFEITURA DE JOÃO PESSOA

            Os últimos acontecimentos – condenações na esfera judicial – envolvendo o deputado federal Ruy Carneiro, pré-candidato do PODEMOS a PMJP, tem causado estragos na sua imagem, observada pela atenta e exigente opinião pública da Capital, eleitorado de comportamento atípico, hiperativo e com características “cosmopolita”.

            Ruy Carneiro, se contrapondo aos fatos, tem se limitado em declarar que querem “silenciá-lo” (?). Argumento precário, difícil de ser assimilado pela opinião pública, incapaz de levá-la a conjecturar existência de uma conspiração do Poder Judiciário, para barrar sua candidatura. A tarefa de homologar candidatos, é do TSE, que exige certidões e documentos pertinentes, estabelecidos pela legislação eleitoral vigente.

            João Pessoa é a única Capital do Nordeste, com solo estéril, infértil ou infecundo, incapaz de enraizar o “conservadorismo” político oligárquico. Ceará (irmãos Gomes), RN (Maia e Alves); PE (Arraes divididos para governar); Alagoas (Calheiros); BA (ACM desde o avô) … O primeiro passo para um postulante, que deseje comandar os destinos da Capital Paraibana, é encomendar um estudo (pesquisa) diferente do modelo anacrônico adotado nas atuais amostragens “universalizadas”, aplicadas pelos Institutos de Pesquisas. Investigar em profundidade como, e o que pensa a população, sob os mais diversos ângulos – do consumo a rotina do quotidiano – resultará no mapa da vitória. O Professor Pedro César, deve saber perfeitamente, o que como leigo ora comentamos.

            Nas eleições de 2022, João Pessoa mais uma vez revelou através das urnas, a excentricidade de sua gente. Uma campanha radicalizada, verticalizada pela disputa presidencial, surge Pedro Cunha Lima, um candidato jovem, discurso leve, distante dos dois pólos – quem mais interagiu com a juventude – no primeiro turno, obteve 26,50% dos votos válidos (111.766) sem pedir votos para Bolsonaro ou Lula. Ficando apenas 4% atrás do governador João Azevedo, e das duas máquinas (Governo do Estado e PMJP). Nilvan Ferreira, representante do Bolsonarismo, foi o mais votado, com apenas 6,10% , à frente de Pedro Cunha Lima. O fato despertou os observadores da cena política.

            No segundo turno, o “maratonista” Pedro Cunha Lima – não mudando seu ritmo – cresceu assustadoramente, alcançando 58,12% do eleitorado Pessoense (255.264 votos), deixando na “poeira” João Azevedo com 41,89%, ou 184.047 votos. Uma maioria de 71.517 sufrágios, resultado que comprometeu as lideranças Cícero e João.         

            Cabe ao “tucano” Pedro Cunha Lima, avaliar se deve ou não continuar interagindo com o eleitorado da Capital, que se identificou com seu perfil, alavancando sua performance, como o mais preferido, dentre os demais. Amor à primeira vista? Nunca existiu em João Pessoa, liderança transferidora de votos. O escolhido foi Pedro. Ele não conseguirá transferir estes votos para Ruy, nem para seu próprio pai.

            A recente sentença do Juiz Adilson Fabrício Gomes Filho – 2ª Vara Criminal de João Pessoa – condenando Ruy Carneiro a 15 anos e 10 meses de reclusão, 4 anos e 4 meses de detenção além da devolução de 750 mil reais (Caso Desk 2009) – atingiu em cheio fatia expressiva de seu eleitorado, que é conservadora “Lavajatista”. As investigações do GAECO – Hospital Napoleão Laureano – podem respingar em Ruy. E ainda tem a “bomba”, de efeito retardado, “Padre Zé”. Seus estilhaços, também poderão atingi-lo. Tudo isto, ocorrerá em plena campanha, ou às vésperas das convenções.           

Pedro Cunha Lima, desprovido de vaidade, abdicou logo cedo do seu “capital político” em João Pessoa, evitando frustrar seu amigo Ruy. Mas, é chegado o momento dele optar: ou deixar a vida pública, ou assumir o espaço que ele franqueou a Ruy, e disputar a PMJP, salvando inclusive a legenda que o abriga (PSDB) prestes a ser extinta. 

PT ASFIXIA LUCIANO CARTAXO PARA FORTALECER CÍCERO LUCENA

            O PT da Paraíba, ao longo das duas últimas décadas, vem se distanciando totalmente dos mandamentos de sua “cartilha” (Estatuto), e adotando posições excêntricas, fisiologistas e pusilânimes. Onde estão as lideranças políticas e históricas das esquerdas, que compunham o PT/PB desde sua fundação?

            O partido hoje tem o presidente da república. Amplas possibilidades de lançar um candidato e disputar – pelo menos – nos dois principais colégios eleitorais do Estado: João Pessoa e Campina Grande. Entretanto, a sigla é comandada por um fiel escudeiro do governador João Azevedo, Jackson Macedo. É liderança política em nível estadual? Tem mandato eletivo de relevância importância? Será que 10%, dos atuais presidentes dos Diretório da agremiação, instalados nos 223 municípios do Estado, o conhecem?

            Luciano Cartaxo foi eleito – apoiado pelo saudoso Luciano Agra – e reeleito prefeito da Capital. Nos dois embates, derrotou a candidata do então governador Ricardo Coutinho – auge de sua popularidade – com poder de caneta, o ex-governador José Maranhão, de quem foi vice-governador (2008/2010) e Cícero Lucena. Nunca perdeu sua identidade com o partido. Ficha limpa, preenche todos os requisitos para presidir o PT/PB, mas, não passa de um simples filiado. Quem afinal manda no PT/PB?

            Abandonados, esquecidos e ignorados, os resistentes da legenda em todo o Estado, esperavam seu soerguimento, após Lula voltar ao poder. Eventos sinalizaram o seu fortalecimento, como a volta de Ricardo Coutinho, Cozete Barbosa – dentre tantos outros – “históricos”, fatos não “festejados”. Pelo contrário, “boicotados” pelo silêncio da mídia, que os mantêm no “freezer”, fora das pautas “Micro-ondas”. 

            O senador Veneziano Vital do Rêgo, ocupa diariamente espaços nas redes sociais, mostrando seu trabalho de lançar um candidato em todos os municípios de Paraíba, revitalizando uma das legendas – outrora mais respeitada do Estado – por onde passaram Humberto Lucena, Ronaldo Cunha Lima, José Maranhão, Buriti II… Republicanos seguem o mesmo caminho, renovando quadros políticos, e ampliando suas bases; PSB mesmo claudicante, tenta acompanhar o MDB/Republicanos… E o PT? Com um Fundo Partidário correspondente a uma mega-sena acumulada, permanece engessado? Ou, fazendo uma analogia aos jogos da Caixa – Loteria Esportiva – seu núcleo dirigente, meia dúzia de pessoas, optaram por marcar um “triplo”? Queimar Luciano, participar da gestão Cícero Lucena e desfrutar de espaços privilegiados no governo do Estado (PSB)?

            Luciano Cartaxo, em todas as pesquisas de consumo realizadas por seus adversários, figurava em terceiro lugar. Primeiro Cícero (30%), segundo Sérgio Queiroz (28%), terceiro Luciano Cartaxo (16%), quarto Ruy Carneiro (14%), quinto Nilvan Ferreira (11%), sexto Marcelo Queiroga (6%). Como pesquisa é uma fotografia do momento, tudo pode mudar, a cada instante. Porém, no caso de Luciano Cartaxo, o dano é que ele tira votos de Cícero Lucena e do PSB. É um eleitorado radicalmente contra o prefeito e o governador do Estado. Poderia alcançar o segundo turno? Talvez. A disputa seria entre ele e Cícero. Neste caso, amputar Luciano, o impede de participar da Maratona 2024.

ÁGUAS DE MARÇO: ENXURRADAS PODEM AFOGAR JOÃO AZEVEDO

            A falta de arrojo, audácia e determinismo político do governador João Azevedo, tem sido seu “calcanhar de Aquiles” – característica marcante já enxergada pelos “oportunistas” ávidos e viciados no privilégio – que não sobrevivem sem o abrigo do Palácio da Redenção, pouco importando quem esteja de plantão no poder.  

Bafejado pela sorte, João tem conseguido estampar uma imagem de “mansidão”, cortina que esconde seu perfil real: frágil, grácil e indeciso. Encontrou um exército para blindá-lo (Republicanos) que permanece constantemente em combate, expandindo suas conquistas, ampliando o domínio de seu território eleitoral. Entretanto, seu “Estado Maior”, grudado diuturnamente na figura do “governador”, monitorando seus passos, tem feito o posto. Envereda pelos caminhos obscuros da desagregação (fuxico palaciano), cujo destino – cedo ou tarde – é esbarrar em rupturas.

O governador tem um vice de Campina Grande – jovem Lucas Ribeiro – filho de uma senadora da república, sobrinho de um deputado federal de indiscutível influência entre os “notáveis” do PP, família (Clã) reconhecida hoje – pelo espaço que ocupa – como a principal oligarquia da cidade, não tem demonstrado o menor interesse em indicar um candidato a prefeito, trabalhar este nome, e derrotar os Cunha Lima, mostrando força política na Rainha da Borborema. Desafio indispensável para conquistar e justificar sua legitimidade no direito de preferência na formação da chapa majoritária de 2026. No segundo maior colégio eleitoral do Estado, João só tem seu nome, perecível ao tempo.

Por que não procurou, escutou ou pediu sugestão ao seu fiel escudeiro, Adriano Galdino? Se tivesse o incumbido de resolver o problema – em tempo hábil – hoje o governador teria um candidato para disputar as eleições na Capital do Trabalho. Mas, resolveram apostar num “racha” dos Cunha Lima. Impossível. E se isto acontecer, o propósito é levar o governador a uma derrota humilhante, com danos irreparáveis ao seu projeto político de ocupar uma das duas vagas no senado em 2026.

Os “conselheiros palacianos” de João Azevedo, cometem os mesmos erros históricos, e seus efeitos desastrosos, que levaram aos tropeços de Ivan Bichara Sobreira, Buriti, Wilson Braga e José Maranhão. Confundem “lealdade” com “subserviência”. Quem conhece as dificuldades da guerra, e seus combates, são aqueles que estão no “front”. Adriano Galdino – disputa de Santa Rita – com uma única cajadada, matou dois coelhos. Atraiu Nilvan Ferreira para o Republicanos, tirou o governador como alvo do stand de tiros, criando a oportunidade de em 2026 ter o apoio de Nilvan. Mas, o PSB que controla João Azevedo, criou um opositor palaciano contra Nilvan, mesmo sabendo que é uma causa perdida.

            Galdino é o único político (poderoso) do Estado, que diariamente prega a candidatura de João Azevedo ao senado. Se quisesse trucidá-lo, bastaria ter permitido ou permitir, a instalação de uma CPI, seja lá qual for. O presidente da Assembleia Legislativa do RN, Ezequiel Ferreira de Souza (PSDB) instalou a CPI da COVID – 19, compra de respiradores a uma empresa que vendia “cannabis” (maconha), aquisição igualmente feita pelo governador João Azevedo, com pagamento antecipado e produtos nunca entregues. Ezequiel (RN), seria candidato a governador. Desistiu, passou a ser o governador de fato do RN, obrigou a governadora petista, Fátima Bezerra, lançar dois candidatos ao senado, dividir os votos do PT e eleger o Bolsonarista (seu amigo) Rogério Marinho. Até hoje quem governa o RN é Ezequiel.

            Em conversa por telefone com Nilvan, que zela sua postura de sinceridade, comentou que no momento de sua escolha para ficar com o Republicanos, Hugo Mota ligou para Adriano, que além de dar seu aval, prometeu se empenhar na campanha. Resta a Adriano, tomar a atitude, e mudar sua posição: ao invés de “ser da casa ou cozinha”, optar pelo status de “convidado”. O banquete é sempre para os convidados. Os de casa, comem as sobras, ou o costumeiro “feijão com arroz”. 

ZÉ DIRCEU E O CANTO DO CISNE

            No último 24/01/2022 – há pouco mais de trinta dias – a CNN exibiu às 23hs, uma entrevista exclusiva com Zé Dirceu. Pauta cuidadosamente elaborada para avaliar os resultados de mais uma gestão petista, identificando suas novas ideias, planos e projetos, da sigla que ele pôs no poder nas eleições de 2002. Dirceu foi o grande reformador do PT, após três derrotas consecutivas para Collor e PSDB (1989/1994/1998). Com coragem e ousadia, em 2001 “virou a mesa”. Criou o “Campo Majoritário”, expulsou toda a esquerda radical da legenda, já decidida escolher nas prévias, o então senador Eduardo Suplicy, como candidato para enfrentar José Serra.

O Pragmático Zé Dirceu, vinha defendendo a tese que o objetivo era vencer. Inspirado historicamente no Fascismo/Nazismo – primeiro chega-se ao poder pelo voto – depois se instala a revolução. A juventude (2002) já abominava e luta armada, desde a revolução cultural no final dos anos sessenta, onda “Beatles” e “Rolling Stones”, faça amor e não faça a guerra. Culminou na derrota dos Estados Unidos no Vietnã.

Após a queda do Muro de Berlim, e o fim da União Soviética (1989/2001) Cuba, exportadora da ideologia comunista para toda América Latina, expôs seu atraso e não teve como esconder que se transformará numa “sucata” do mundo. Se limitou a ser um reduto “coiteiro” de delinquentes, travestidos de terroristas. As FARC Colombiana, havia abandonado a causa revolucionária, e se transformado numa gigante produtora exportadora da cocaína. Sem a ajuda das elites econômicas e o fisiologismo dos profissionais da política – não esquecendo Valdemar da Costa Neto de 2002 – o PT feneceria na sua quarta derrota, pelo envelhecimento de sua retórica. Lula, assumiria o posto deixado pelo saudoso Luís Carlos Prestes, eterno Cavaleiro da Esperança,  que partiu em 1990.

  A entrevista, apesar de ser anunciada “bombasticamente” durante a programação da emissora, foi comandada pelos jornalistas Daniel Rittner e Thaisa Falcão. Aos 77 anos, Dirceu – apesar de todo esforço – mostrou sinais de cansaço, desconexão com as mudanças ocorridas nas esquerdas, após sua metamorfose “progressista”, estilo norte-americana, abraçando causas distintas das brasileiras.

Racismo, imigração, LGBTQIA+, são temas progressistas, ignorados pelo PT Brasil, que fugiu do seu discurso da “fome” e “trabalhista”. Reconheceu que a legenda encolheu, perdeu os Sindicatos, Estudantes, Igreja e setores da classe média. Seu poder de mobilização é limitado e claudicante. Não tem mais capacidade de levar o povo às ruas. Sobre sua influência no Lula III, tergiversou. Conversa com alguns Ministros e fala com Lula, só quando necessário. Não vai tomar o precioso tempo do presidente, com agenda estrangulada. Mas, deixou “escapar”, que não existe o mesmo grupo de Conselheiros 2023/2006/2010. Acrescentou que Lula tem que falar e fazer o que pensa.

Sem esconder suas decepções, a dupla de jornalistas indagou qual o projeto político de Zé Dirceu. Volta a disputar um mandato? “Possivelmente não. Já tenho um sucessor, meu filho Zeca na Câmara”. A tarefa doravante, será concluir sua biografia, revelando que o “Mensalão” foi uma mentira. Nunca aconteceu nem existiu (?). Esqueceu Dirceu, que provas, acareações e delações foram tão evidentes, que quem o condenou foi o STF, com votos dos Ministros por ele escolhidos e sabatinados. A Lava-Jato, segundo Dirceu, teve apoio da Secretaria de Justiça dos Estados Unidos. Absurdo, cinismo, ou esquizofrenia?  O tempo de prisão em Pinhais, e condenação pelo TRF-4 a 40 anos de cadeia, ele considera erro proposital do Judiciário. Todavia, entrou em contradição: “eles cometeram este abuso, esperando minha delação” (?). Se ele é inocente, não tinha que, nem quem delatar. O grave, foi deixar transparecer nas “entrelinhas”, que o PT não estava preparado para uma vitória em 2022. Razão de não terem planejado, nem montado uma boa equipe de governo. Então, como vencerão?  

BOLSONARISMO: O GRITO DO SILÊNCIO DA PAULISTA

            Desde ontem (25/02/2024) após as 17hs, sintonizamos a grande mídia nacional, através de suas principais redes de TV – canais abertos e fechados – na curiosidade de observar se o Jornalismo Profissional, ainda tinha chance de sobreviver aos “novos tempos”, trazidos pelo fenômeno inovador das redes sociais, que tomaram seu antigo papel de divulgar fatos e imagens, levando informações – despidas de comentários – ao público telespectador, e em tempo real. Imagens que dispensam comentários.   

            Infelizmente, mais uma vez nos decepcionamos. Flash rápido, câmeras no solo, outras direcionadas apenas para alguns trechos de seus quarteirões… Mas, a CNN usou Drones e mostrou toda a Avenida – 2,8 km de extensão – totalmente lotada, com o povo espremido, semelhante a “sardinhas em lata”. Ocupando inclusive, trechos (ruas) adjacentes que davam acesso a Paulista.

Registro histórico, apontava como recorde de público, a manifestação contra Dilma Rousseff, em março de 2015. Até ontem. As consequências de 2015, culminaram no impeachment da presidenta, e sua derrota três anos depois, disputando uma das vagas para o Senado, representando seu Estado de Minas Gerais. Pacheco venceu.

Coincidentemente, estávamos assistindo um excelente documentário, “Adeus Camaradas” – revisão da história – produzido por uma excelente equipe de jornalistas investigativos, políticos da época e historiadores Franceses, com fatos e depoimentos sobre o fim da União Soviética, dissolução do Pacto de Varsóvia, eleição de Boris Yeltsin democraticamente pelo voto, derrotando o Partido Comunista. Tudo feito pelo povo, sem coordenação, encorajados a partir da Polônia, e sua luta por um Sindicato Livre, com direito de greve, o Solidarnosc (Solidariedade) comandado por Lech Walesa.

Foi um efeito dominó. Em apenas dois anos, quinze Repúblicas que compunham a extinta União Soviética, declararam independência, removeram Ditadores e fizeram eleições livres. O povo enfrentou a temível KGB, Stasi (Alemanha Oriental) , Exército Vermelho e Forças Militares opressoras destas nações. Personagens da época – povo – em seus depoimentos, não negaram o medo de morrerem. Mas, confessaram que se sentiram impulsionados por uma força estranha, que não conseguem descrever.

O Establishment usou todo seu aparato, para intimidar a realização do evento com cobertura da Mídia Tradicional Profissional. A PF intimou Bolsonaro na quinta-feira, numa demonstração de força. Não divulgaram o evento e chegaram a sugerir (Fake News) que o Pastor Silas Malafaia – coordenador da mobilização – poderia ser preso e estava pensando em mudar a data do acontecimento. Mas, desprezando estas informações, as redes sociais mostraram sua eficácia e incalculável alcance.    

Chocado, o governo viu que sua base de sustentação no Congresso Nacional, não passa de um “Castelo de Areia” na praia. Estavam ao lado de Bolsonaro, líderes das principais legendas que ocupam Ministérios no governo petista. O PSD, PP, Republicanos e até o MDB, representado pelo seu maior líder (densidade eleitoral) o prefeito de São Paulo Ricardo Nunes.

Governadores de diversos Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, mais de 160 deputados federais e 19 senadores da república… O povo foi ver e ouvir Bolsonaro. No discurso do anfitrião, Tarcísio de Freitas, a humildade em reconhecer que politicamente não era ninguém, antes de Bolsonaro. Acrescentou que o ex-presidente não é mais um CPF ou CNPJ, o Bolsonarismo simboliza um movimento do povo.

  O Pastor Silas Malafaia, chamou para si toda a responsabilidade de “descer a lenha” no STF, Alexandre de Morais, Lula, Lava-Jato e outros temas “proibitivos” no momento. Foi uma tarde de democracia. E como ressaltou Malafaia, em todos os países onde existem democracias, acontecem mobilizações, greves, interditam estradas – como agora na França e toda zona do Euro – por que só no Brasil, é proibido ir às ruas e protestar contra as decisões absurdas do STF? Somos ou não, uma democracia?

Hoje (26/02/2024) ao amanhecer, redes de TV tentaram minimizar o estrondoso “grito do silêncio”, com notícias internacionais, G20, Ucrânia e Gaza. Mas, ficou patente, que doravante, o Congresso se norteará pelo episódio da Paulista. E se Lula desejar concluir seu mandato – já engessado – tem que se curvar ao Parlamento que não é de esquerda e nem é seu aliado partidário. Aguardemos a reação do governo. 

(PARTE III)

AS DIFICULDADES DA CLASSE POLÍTICA ALCANÇAR O POVÃO ATRAVÉS DA MÍDIA

            O médico paraibano Drault Ernani – uma das maiores fortunas do Rio de Janeiro graças a amizade e confiança conquistada junto ao imperador das comunicações do Brasil Assis Chateaubriand – em janeiro de 1952, o encontrou casualmente no Aeroporto. Chateaubriand estava apressado. Mas, ao se despedir deu uma ordem: “Ah! Tenho uma missão para você. Vá a Paraíba. Estou precisando de uma cadeira no Senado nos próximos noventa dias”. Drault Ernani ficou petrificado. Todos sabiam que o dono dos Diário e Emissoras Associados era excêntrico. Tinha enlouquecido!?

            Respondendo calmamente, Drault tentou explicar: “Dr. Assis, o problema é o tempo. As eleições para o Senado aconteceram há dois anos (1950) e a próxima só daqui há dois anos” (1954). Chatô rebateu: “sei muito bem disto. Consiga a renúncia do atual senador e suplente”. A constituição permitia uma eleição suplementar, indireta, realizada pela Assembleia Legislativa. Mas, o que posso prometê-los, além de dinheiro? Indagou Drault. Duas vagas vitalícias no TCU, garantiu Chatô.

Talvez esta tenha sido a tarefa mais difícil de Drault. Contudo, tinha que cumpri-la. Havia recebido de presente, a Refinaria de Petróleo de Manguinhos, a única privada, permitida por Getúlio, após a Lei do “Petróleo é nosso”, com a criação da estatal Petrobras. Antes de vir à Paraíba, Drault resolveu a questão das renúncias no Rio, Capital do Brasil. Adalberto Ribeiro exigiu a Procuradoria Geral do Rio de Janeiro e Vergniaud Wanderley, se contentou com a vaga do TCU. Drault pegou seu avião e veio à Paraíba. Em 04/04/1952, estava tudo resolvido. A ALPB elegeu Chateaubriand. Esta foi a única eleição indireta para o Senado, registrada na história do Brasil.

            Dono do Jornal O Norte, Diário da Borborema, Rádio Borborema e Cariri, Chateaubriand jamais imaginou perder sua reeleição em 1954. Melhores jornalistas, toda classe artística nos palcos do auditório da Rádio Borborema, locutores e renomados apresentadores de programas ao vivo, audiência fechada na Paraíba e região. Pediam, a cada minuto, o voto para o Senador Assis Chateaubriand. Seria uma “barbada”. Num clima de “já ganhou”, subestimaram o adversário. Apurado os votos, Chatô perdeu para Argemiro de Figueiredo: “Popó nocauteou Mike Tyson”. Chateaubriand talvez tenha esquecido de valorizar o eleitor e a classe política: deputados, prefeitos, vereadores…

            Vitorino Freire, maior liderança do Maranhão – anos 50/60/70 – recebeu Chatô em São Luís, após sua derrota na Paraíba. Chatô foi inaugurar o Jornal O Imparcial. O mandato de Chatô se encerraria em 03/02/1955. Vitorino em seu discurso humilhou os paraibanos. “Seu povo, o negou em sua própria terra… Mas, você será o próximo senador do Maranhão”. As eleições foram no mesmo ano 01/06/1955. Vitorino Freire impôs uma condição a Chatô: não quero que o senhor faça nenhum comício, e nem venha aqui. Chatô foi eleito, voltou ao senado, onde permaneceu até 1957 e renunciou para ser Embaixador do Brasil no Reino Unido (Inglaterra) indicado por Juscelino Kubistchek, cargo que ocupou até 1961.

            O indecifrável enigma, é encontrar o mapa da vitória. Cada eleição escreve sua própria história. Um gesto, uma palavra errada, ostentação ou arrogância… Jânio Quadros, que governava São Paulo, foi deputado federal pelo Paraná e se lançou candidato a presidente da república. O candidato de Kubitscheck era o Marechal Henrique Teixeira Lott. Legalista respeitado em todo o país neste período. Carlos Lacerda – que levou Getúlio ao suicídio – se sentia imbatível pela UDN.

            O golpe de Jânio foi fatal: “não quero e repúdio votos de comunistas. Como comunista não tem vergonha, não se atrevam a votar em mim”. Ia à missa e era fotografado ajoelhado, rezando, ou no Confessionário. Denunciava ainda corrupção na construção de Brasília. A campanha foi a “vassoura” contra a “espada”. A Igreja Católica muito forte na época, interiorizou seu nome. Lott deve uma derrota acachapante. Motivo? Sua única filha era casada com um comunista.

AS DIFICULDADES DA CLASSE POLÍTICA ALCANÇAR O POVÃO ATRAVÉS DA MÍDIA – (PARTE II)

            Audiência não significa preferência ou transferência. Este equívoco sempre foi ignorado pela classe política, e continua deixando perplexos ou surpresos, a maioria dos profissionais da área – comunicações – do Rádio, TV, Jornais (hoje Sites e Portais de Notícias). O conceito abrange as plataformas criadas pelas gigantes Big Tech: Youtube, Facebook; Instagram; Twitter; Tik Tok, Kwai… que reportam fatos instantaneamente. Surgiram novas categorias de Comunicadores, como o Youtuber, o Digital Influence…

            O que nos deixa intrigado, é a carência de um método apropriado, para construir ou modificar o comportamento do povão – criando um personagem político – utilizando toda esta ferramenta tradicional, e a vanguarda. Nas eleições de 2018, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, gastou 40 milhões de reais, com Marqueteiros e principais “Ingluences”, dominadores das redes sociais. Perdeu para Cabo Daciolo. Ou o povo não entendeu a mensagem de Meirelles, ou a maioria se nivela ao Cabo Daciolo.

            Nos anos 70, a grande audiência radiofônica em João Pessoa, era comandada por Enoque Pelágio. Apresentava um programa policial. Decidiu ser candidato e disputar uma vaga na Casa Napoleão Laureano (1976). Obteve uma votação superior a de um deputado estadual. Mas, talvez seu desempenho como homem público tenha decepcionado o eleitor. Mesmo continuando líder de audiência, em 1978 deu um passo maior que a perna, e disputou um dos assentos da Casa Epitácio Pessoa. Obteve uma votação inferior a de um vereador. Frustrado, abandonou a sua curta carreira política.

            Em Campina Grande, a Rádio elegeu diversos vereadores. Ari Rodrigues, Zé Cláudio, Evilásio Junqueira, José Luís Júnior, Assis Costa, Marcos Marinho e Negão do Café (controlador de som da Rádio Cidade). Mas, derrotou outros como Mica, Paulo Roberto Florêncio, Dagoberto Pontes, Kaliuka Vólia… Todos tinham audiência cativa, respeito e carinho do ouvinte ou telespectador. O que fez o povo pensar diferente na hora de votar, e não preferir seus nomes?

            Gonzaga Rodrigues, decano do Jornalismo paraibano, brilhante escritor e presidente da Academia Paraibana de Literatura, nas eleições de 1996, seus amigos o lançaram candidato a vereador. Nos papos dos cafés da Capital, quando se listava os prováveis eleitos, Gonzaga era o primeiro. Infelizmente não alcançou nem a suplência. O saudoso Soares Madruga, melhor comentarista político dos anos setenta, elegeu-se deputado estadual, porque o dono do Jornal que ele trabalhava, era deputado federal (Teotônio Neto) e o governador Ernani Sátiro, lhes garantiu cinco bons redutos. Foi líder do governo Buriti, presidente da Assembleia no governo Wilson Braga. Partiu prematuramente, no exercício do seu quarto mandato.

            Nas eleições municipais de 2020, os comunicadores voltaram à cena política em João Pessoa. A surpresa foi o Radialista Nilvan Ferreira. Alcançou o segundo turno, com 16,51% dos votos (60.615) derrotando Ruy Carneiro, Wallber Virgolino e o ex-governador Ricardo Coutinho. Cícero Lucena, figurou com 20,72% dos votos (75.610). Venceu Nilvan do segundo turno, evento previsível, pela omissão de Ruy Carneiro que se recusou apoiar Nilvan e permitir Cícero retornar para seu terceiro mandato.

            O companheiro Heron Cid, jornalista mais conhecido e admirado em toda a Paraíba, foi candidato a deputado federal em 2022. Postamos um artigo, defendendo seu nome para o Senado. Era melhor e mais conhecido que o de Pollyanna Dutra. Quem conhecia Pollyanna em Campina Grande e região? Heron, todos o ouviam pela manhã, tarde e noite. Mas, os planos de sua legenda, talvez fossem outros: atingir pelo menos 18 mil votos para eleger Gervásio Maia e Ricardo Barbosa (faltou 5 mil para entrar).

            Nilvan não era conhecido em Campina Grande. Foi candidato ao governo (2022) e enfrentou as maiores lideranças políticas do Estado. Governador João Azevedo, Cícero Lucena, Ricardo Coutinho, Cássio Cunha Lima, Pedro Cunha Lima, Daniella Ribeiro, o Republicanos com Adriano Galdino, Hugo Mota, Wilson Santiago (pai e filho) Murilo Galdino, além do boicote de sua legenda. Obteve 406.604 votos, terceiro colocado, ficando à frente de Veneziano Vital do Rêgo.         

AS DIFICULDADES DA CLASSE POLÍTICA ALCANÇAR O POVÃO ATRAVÉS DA MÍDIA (parte I)

            Nos anos oitenta, período fervilhante da redemocratização, tendências embalaram o povo brasileiro na busca de mudanças. A classe política tradicional (no poder) correu à procura da mídia, para se abrigar do tsunami de 1986, quando o PMDB elegeu 22 dos 23 governadores dos Estados na época. Três outros Estados e o DF, surgiram após a Constituição de 1988. A grande maioria errou, e foi derrotada pela falta de interatividade dos profissionais dos meios de comunicação, com o povo.

            No vizinho Rio Grande do Norte, o empresário Geraldo Melo, aventurou-se a enfrentar a oligarquia Maia, que havia derrotado o maior mito do RN, Aluízio Alves quatro anos antes (1982), com um candidato neófito – jovem engenheiro – José Agripino Maia. A derrota foi acachapante: 110 mil votos de maioria. Chegando em 1986, ninguém da oligarquia Alves queria enfrentar os Maia. José Agripino tinha realizado uma gestão brilhante. Afastou-se do governo, e disputou o senado, ao lado de seu antecessor, Lavoisier Maia. O povo não conhecia Geraldo Melo.

            No momento de montar sua equipe, Geraldo Melo – visão futurista – preferiu contratar uma Agência de Publicidades, a Baiana GFM & PROPEG, que tinha a conta do Banco Econômico de Ângelo Calmon, seu amigo pessoal. Tempos depois, em conversa conosco, explicou: “a briga era entre Alves e Maia, se revezando no poder desde 1960. Apesar de estar no MDB, eu não queria figurar como preposto dos Alves”. Se o pleito fosse fácil, o candidato não seria ele, seria um Alves. Foi escolhido, para montar e bancar um palanque, perder a campanha, e eleger a bancada de parlamentares. Duda Mendonça, do departamento de criação da GMF & PROPEG, estreou como marqueteiro. Trouxe o Trio Asas de Águia, recém lançado no carnaval baiano para os “Showmícios”.

            O saudoso Geraldo, no seu primeiro contato com Duda Mendonça, foi claro: “um candidato é um produto. Sua tarefa será vender este produto a um mercado consumidor, o eleitor”. Crie músicas, atraia o povo, e oriente como devo me comportar. No palanque, e no corpo a corpo. Faça pesquisas, esqueça legendas, históricos partidários, referências… Descubra o “novo”. Terminada a campanha, o PFL elegeu os dois senadores, cinco dos oito deputados federais, e uma maioria expressiva na Assembleia Legislativa. A vitória de Geraldo foi solitária. Maioria de apenas de 14 mil votos. O registro histórico, é para o leitor saber como e onde surgiu o milagroso “Marketing Político”, que sobreviveu até 2018.

            Os meios da Comunicação, sempre foram parturientes de lideranças políticas, quando intuitivamente alguns profissionais da área, conquistaram a confiança do povo. Aluízio Alves (Udenista) foi um jornalista (imberbe) que aos 22 anos, se elegeu deputado federal Constituinte em 1947. Era assessor de imprensa de Dona Diva, primeira Dama do Estado, esposa do governador Dinarte Mariz, presidente da LBA. Chegou ao governo do Estado 13 anos depois, derrotando Djalma Marinho, avô de Rogério Marinho, candidato de quem projetou politicamente. Maioria de cinco mil votos.

            Na campanha de 1978, o MDB-RN, estava com dificuldades de formar uma chapa para a Câmara dos Deputados. O locutor de Aluizio em 1968, e de Henrique (1970) era o saudoso Carlos Alberto, que tinha um programa matinal na Rádio Cabugi: “Bom dia Secretárias do Lar”. Henrique o pôs na chapa, para ajudá-lo. Eis a surpresa: obteve quase a mesma votação que Henrique, e foi eleito na grande Natal. Em 1982, os Maia lhes ofereceram a vaga do Senado. Elegeu-se com folga, e puxou José Agripino, para derrotar seu padrinho político, Aluízio Alves. Tempos em que todas casas tinham uma empregada doméstica, e foram elas formadoras de opinião ou cabos eleitorais que elegeram Carlos Alberto de Souza, deputado federal e Senador da República. Na sequência, a Paraíba.      

COMO INTERAGIR COM O POVO BRASILEIRO?

            O grande desafio da classe política, artística/cultural – meios Acadêmicos envolvendo sociólogos, pesquisadores e estudiosos do comportamento humano – é descobrir um método eficaz, capaz de identificar como interagir com o comportamento hiperativo do povo brasileiro, indo ao encontro de seus anseios. Talvez seja algo simples, como o “ovo de Colombo”. Entretanto, tem sido desconcertante para os profissionais da publicidade, do jornalismo formador de opinião, marqueteiros, e outros curiosos que se arriscam em produzir belas “embalagens” de um produto, para vender seu conteúdo.

            No meio artístico, temos vários exemplos de projetos musicais, desenvolvidos por nomes consagrados pela crítica – transformando o Rio de Janeiro como Centro Cultural do Brasil – que resultaram em retumbantes fracassos econômicos. O intérprete Martinho da Vila é um exemplo. Entrevistado por Chico Pinheiro na Globo News (cerca de 10 anos) mostrou a realidade do consumo musical do Brasil.

Martinho da Vila – intérprete suburbano de Vila Isabel – longe do Leblon e ignorado pela crítica musical, estourou em 1969 no Rio de Janeiro, com um samba que vendeu 10 mil compactos (época do vinil). “Felicidade…passei no vestibular, mas a Faculdade é particular” … Foi totalmente ignorado pelos “intelectuais” da área. O Programa “Um Instante Maestro “, comandado por Flávio Cavalcanti, desqualificou por completo o sucesso. A bancada de críticos, julgaram de péssimo gosto, vazio e sem mensagem.  

A gravadora o aconselhou seguir o mesmo caminho de Roberto Carlos, Elis Regina, Jair Rodrigues dentre tantos outros. Mudar-se para São Paulo, o maior mercado consumidor de música do país. Ele mudou-se. No segundo compacto – em São Paulo – vendeu 80 mil. Mas, sentiu falta da Orla de Copacabana, o glamour carioca, a boemia…

No ano de 1964, o Rio de Janeiro comemorava seu quarto centenário de fundação. A maior de todas as festividades do evento, foi um concurso musical para imortalizar a data. Os grandes compositores de todo país se inscreveram. Quatro rodadas eliminatórias, até a final. O paulistano Adoniran Barbosa resolveu participar. Seus amigos do bairro do Bexiga (descendentes de Italianos) se quotizaram para pagar sua passagem de trem, e a pensão onde se hospedaria. Adoniran levou seu último sucesso em São Paulo: “Trem das Onze”. Não tinha nada relacionado com o Rio e seus 400 anos.

Quem julgava era o auditório. Os mais aplaudidos eram classificados para a fase seguinte. O compositor João Roberto Kelly, apresentou a música perfeita. Falava tudo sobre o evento e a cidade: “cidade maravilhosa, cheia de encantos mil, cidade maravilhosa, coração do meu Brasil” … Chegou a final com “Trem das Onze”. O auditório em peso cantava Trem das Onze, quase que não se ouvia a voz de Adoniran. Já “Cidade Maravilhosa”, poucos conheciam a letra. Venceu Adoniran Barbosa e desedificou o preconceito criado pelos Cariocas: “o samba nasce no Rio, morre em São Paulo”. Jornais, Revistas, Rádio e TV, antes da final, fizeram uma campanha contra “Trem das Onze”. Mas, o povão fez sua escolha. O episódio revelou, que a mídia não influencia mais no sentimento da população. Até hoje, se perguntarem qual foi o maior sucesso de Chico Buarque, público já sexagenário, só se recordam de “A Banda”. O povão cantava.

Se somarem todos os discos ou LPs de Chico Buarque, Maria Bethânia, Gal Costa… Monstros sagrados da mídia, que não entende o Brasil, e aferir com os milhões vendidos por Amado Batista – nunca mereceu uma nota de rodapé dos arautos da comunicação – perceberão que o “Bregão” de Amado bateu todos eles. A mídia brasileira sempre teve a característica doutrinadora ideológica. Este foi o motivo de fecharem os Jornais, falirem as TV e preservarem ainda o Rádio, que a duras penas, ainda interage com a população. Na política, a tragédia é bem maior. Tema da nossa próxima postagem.   

A PERIPÉCIA DE TOVAR ENXERGA APENAS SEU UMBIGO

            As duas últimas estocadas “traiçoeiras” desferidas contra o prefeito Bruno Cunha Lima, pelo tucano Tovar – estilo Romano Brutus – foi o suficiente para explicitar que o governador João Azevedo, não tem um projeto de oposição para Campina Grande. Seu núcleo estrategista palaciano, arquiteta uma “conspiração”, encorajando e arregimentado amotinados, para enfraquecer a gestão – com boicotes e sabotagens diárias – levando o prefeito a perder o poder de seu comando de voz – sobre suas tropas – que poderão se dispersar até o dia da eleição. Elucubrações do Palácio da Redenção.

             Todos os pré-candidatos pelas oposições de Campina Grande – após declarações de Tovar – submergiram instantaneamente. Jhony Bezerra (PSB) Eva Gouveia/Rosália Lulas (PP-PSD), as esquerdas raiz, Inácio Falcão & Cia, permanecem no mesmo lugar, de onde nunca saíram.  A aventura aparentemente insensata de Tovar é um projeto pessoal, da cozinha do Conselheiro do TCE Fernando Catão. Tovar não consultou sequer o presidente do seu partido PSDB, Fábio Ramalho, a quem Pedro Cunha Lima confiou os destinos da legenda no Estado. Pedro tem um pacto, e é devedor do apoio recebido por Veneziano Vital do Rêgo, no segundo turno das eleições de 2022. A “Pajelança” envolveu todos os caciques do MDB/PSDB, inclusive Cássio Cunha Lima e Vital Filho. Tovar começa perdendo na convenção do seu partido. A não ser, que continue traindo. Segundo adágio popular, “trair e coçar, é só começar”. Ele irá para o Podemos ou PSB?

            A única liderança capaz de “formatar” uma chapa de oposição em Campina Grande, é o deputado estadual Adriano Galdino, presidente da ALPB. Tem garantido a governabilidade, que navega em mar de almirante, anda, escuta e recruta. Se não fosse sua coragem em dar uma “mão de rédeas”, no segundo turno das eleições 2022, João não teria posto o “boi na faixa”. Seu diálogo é franco e aberto com o governador, povo e lideranças políticas. Todavia é subestimado pelo “gabinete ideológico” que engessa João Azevedo. Galdino vislumbrou a postulação de Romero Rodrigues, e se dispôs a entrar na luta para formar um exército. Mas, foi enganado pela forma “manhosa’ do ex-prefeito, que se aproveitou de todos, para figurar permanentemente na mídia. Nas redes sociais da Paraíba, Romero aparece mais que João Azevedo, Bruno, Cícero Lucena; Lula e Bolsonaro. Supera até o conflito da faixa de Gaza.

            Quanto a Tovar, sua disposição é perder uma eleição e resolver sua vida, ganhando um mandato vitalício. A pretensão é suceder seu genro – Fernando Catão no TCE – que alcança a compulsória ano vindouro, 2025. Após três mandatos de deputado estadual, quatro anos como Chefe de Gabinete do prefeito Romero Rodrigues, às urnas tem mostrado um declínio em sua densidade eleitoral, avisando-o que na próxima, ele perderá seu assento na Casa Epitácio Pessoa. Mas, Tovar deve ter obtido esta promessa da equipe do governador João Azevedo. Mas, já combinou com Adriano Galdino?

            Arthur Cunha Lima presidiu à ALPB. Sentiu que lhes negavam espaços para a Câmara dos Deputados, e nunca o convidaram para disputar a PMCG. Em conversa informal, nos confessou que estava cansado de ser o eterno “carregador de piano”. Cássio, governador, prometeu e indicou seu amigo Luzemar para o TCE. Não combinou com Arthur, presidente da ALPB. Alegaram acordo de cavalheiros: cada vaga surgida, seria preenchida por uma indicação do governador, outra pela Assembleia e a terceira pelos Auditores Fiscais. O destemido e admirado Arthur Cunha Lima, não deu a mínima para o pacto e mandou todos às “favas”. Foi o candidato e venceu: 20 x 16. Setores da mídia ainda o questionaram e ouviram como resposta: O TCE é um órgão de Assessoria do Parlamento. Quem escolhe seus membros é a Casa Epitácio Pessoa. 

ELEIÇÕES MUNICIPAIS

            Final do veraneio, recesso parlamentar – passado o carnaval – se inicia a corrida que envolve a maior disputa eleitoral do país. Eleições Municipais. Até o presente, segundo dados do TSE, 145 milhões de eleitores estão aptos a irem às urnas, para elegerem em 07/10/2024, mais de 57 mil Vereadores e 5.573 Prefeitos. No pleito deste ano, inúmeros outros fatores estarão em disputa, além da competição local.

            Com o constante e crescente espaço que vem ocupando no poder central, o Parlamento começa a se notabilizar, a partir do vereador. Inevitavelmente, as recentes conquistas (prerrogativas) alcançadas, serão verticalizadas de cima para baixo. Deputados Estaduais já têm o mesmo privilégio, que os Federais, no tocante a destinação das “emendas parlamentares”. A maioria dos grandes municípios se renderam às pressões das Câmaras Municipais, e começaram a adotar as “emendas dos Vereadores”. O paradoxo é que indiretamente, o tão rejeitado “voto distrital”, está sendo efetivado e posto em prática: recursos serão destinados às bases – considerados distritos – do vereador, deputado estadual e Federal.   

As principais legendas do país – antes abrigos temporários usados só no período eleitoral – iniciaram um processo de expansão de suas agremiações, na busca de novas bases, onde se alicerçará novos redutos – destino final de suas “emendas do OGU” – caixas que estruturará suas campanhas no grande embate de 2026, quando todos tentarão renovar seus mandatos.

Nesta primeira fase (janela da traição), curto período de 58 dias até 06/04/2024 – último dia para trocar de partido – deputados estaduais e federais buscarão a “conversão” do maior números prefeitos – tirando-os de outras legendas – para fortalecerem suas siglas. Um verdadeiro leilão, onde estará em jogo não apenas o dinheiro, mas, a credibilidade da liderança “assediadora”: tem palavra? Cumpre compromissos futuros? O histórico da liderança, e seu passado, pesarão sobre a escolha.

  Na Paraíba, a luta está sendo travada entre o PSB, Republicanos e MDB. Um pouco mais distante, vem o PL e União Brasil. Na lanterna, os inapetentes PP, Podemos, PT, PSDB e PSD, além de um bloco de nanicos encabeçados pelo PCdoB.

            O resultado das urnas de outubro vindouro, arquitetará uma nova realidade política, completamente distinta da que vivemos nas últimas três décadas. Um novo modelo será concebido, dentro de um processo de “alinhamento partidário”.  A proibida e sempre burlada “lei da fidelidade partidária”, doravante será respeitada, por força das circunstâncias. Pouco mais de mil municípios sobrevivem com receitas próprias, independentes da transferências constitucionais, como FPM, ICMS, ITR. Nos demais 4.500, seus prefeitos só conseguem realizar um plano mínimo de obras, com emendas parlamentares. Mais de 3 mil outros, só estão sobrevivendo com emendas destinadas inclusive a custeio.

            Até 2026, ainda sobreviverá a briga Bolsonaro x esquerdas com Lula, PT e aliados. Doravante, as legendas se agruparão em grandes Federações Partidárias. Se resumirão em, no máximo, quatro partidos. Por que perdemos duas décadas? O grande capital transnacional, perdeu a confiança no Poder Executivo e Judiciário do Brasil. Só não nos abandonou, graças a Bolsonaro, que concedeu independência ao Banco Central. O grande desafio, a partir da eleição de 2024, é pôr o trem Brasil nos trilhos em 2026, para continuarmos a viagem rumo à prosperidade.

 O fundador da ordem econômica mundial, Mayer Amschel Rothschild, há séculos ditou a regra: “eu não me importo quem controla os assuntos políticos de uma nação, desde que eu controle sua moeda”. Preferem as garantias do Parlamento, não importando quem seja o presidente. Poder tem, quem faz as leis. O resto, torna-se Venezuela, Cuba, Nicarágua… E a grande África subsaariana, onde Lula foi palestrar.   

 

A ANISTIA PARA PACIFICAR A CRISE ENTRE PODERES

            Com o propósito de estancar a “hemorrágica” crise política/institucional que “sangra” o Brasil, cresce o número de Senadores que defendem uma Anistia, a partir de todos os eventos das eleições de 2022, até o 08/01/2023. A sensatez da Casa Revisora do Congresso Nacional, reconhece que além de inconcebível, é perigoso alimentar uma “guerra fria” entre os três poderes de nossa República, motivada por excesso de vaidades. Ultrapassaram todos os limites estabelecidos pela Carta Magna.

Infelizmente, a Anistia é um paliativo, com características de uma trégua. A instauração de inquéritos pela Polícia Federal, a pedido do Ministro Alexandre de Moraes, se transformou em “linha de montagem” operando em sua capacidade máxima de produção. Toda a classe política aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro, são suspeitos de tudo. Simplesmente abominam a presunção da inocência, garantia Constitucional.

Qual o papel do PGR, recentemente nomeado, Paulo Gonet Branco? A Polícia Federal atropelou todas as prerrogativas do MPF. Não compartilha suas investigações com o Fiscal da Lei, desprezando seu papel que examina a legalidade. A PF pede busca e apreensão, detenção e prisão preventiva, usurpando o poder do MPF, instrumentalizado e preparado para atuar nesta área. É inútil a PGR e o MPF contestarem os abusos de poderes praticados pelo STF. Eles decidem em plenário que estão certos. Apelar para o CNJ? O Conselho Nacional de Justiça é uma extensão do STF.

O fleumático, pacificador e cauteloso, ex-ministro do STF Carlos Ayres de Brito, preveniu – em entrevista após sua aposentadoria – o significado do “ativismo judiciário” em curso, próximo a sua compulsória. “A Lei permanecerá acima de todos. Mas, acima da Lei, estará o STF” (?). Todo o aparato judicial do país se tornou “instância de passagem”. Tudo termina no STF. Único Poder, não eleito pelo povo.

A PF, autorizada pelo Ministro Alexandre de Morais, realizou uma operação de busca e apreensão na residência de Valdemar Costa Neto, presidente do maior partido do Brasil, com assentos na Câmara dos Deputados. Valdemar foi detido por ter uma arma de defesa em sua casa, com o porte de validade vencido. Encontraram uma pepita de ouro, que o delegado e sua equipe, apontaram suspeição de sua origem, fazendo uma ligação imediata com o garimpo ilegal. Em seguida, converteram a detenção em prisão preventiva. O mais canhestro de todos os absurdos. Isto se configura na prática, “Estado de Sitio”. Não existem mais garantias individuais. Tudo corre ao arrepio da lei.

O silêncio sepulcral do MPF e da PGR é preocupante. Neste mesmo ato, foi proibido e limitado o desempenho das funções dos advogados dos “suspeitos”. A OAB, que enfrentou no período dos Militares – tanques, fuzis e baionetas – vergonhosamente acabrunhou-se, e se curvou a uma “canetada”. Limitou-se a divulgar uma nota, cuidadosamente elaborada, com palavras suaves, para não despertar a ira do leão.

Cabe ao Senado Federal agir imediatamente e por um limite nos abusos do STF. Existem dezenas de pedidos de impeachment contra Morais, Fachin e Gilmar. Adágio popular: “remédio para um doido é outro em sua porta”.   Líderes experientes do PT, começam a enxergar que o mesmo “pau” que bate em Chico, bate em Francisco. Imaginemos que se amanhã, o Ministro Nunes Marques, acatar uma denúncia que ele considere como grave ameaça ao Estado Democrático de Direito, chamar a PF, instaurar um célere inquérito em segredo de justiça, acusando Gleisi Hoffmann, Zé Dirceu, Randolfe Rodrigues e mandar prendê-los! Fachin já fez o mesmo ou pior, com Eduardo Cunha e Delcídio do Amaral. Gilmar Mendes proibiu a Presidente Dilma Rousseff de nomear Lula como Ministro, para lhes negar a prerrogativa de foro. Carmem Lúcia praticou ato de improbidade, quando suspendeu a Liberdade de Expressão por 14 dias, antes do pleito de 2022. Alexandre de Moraes, estreou neste cenário, prendendo o deputado federal Daniel Silveira. O STF derrubou prisão em segunda instância… E o povo, que inúmeras vezes foi às ruas, pedir o voto no papel ou impresso, foi ignorado. A jovem democracia brasileira está em coma. Agoniza na esperança de sobreviver.

DEMOCRACIA DESEQUILIBRADA

            A operação da Polícia Federal “Tempus Veritatis” realizada no último 08/02/2024, com mandados de busca e apreensão – além de três prisões – de investigados, suspeitos de supostos crimes, pretérito passado mais que perfeito nunca cometidos, deixou o país perplexo, aterrorizado e com medo dos superpoderes exibidos pelo Ministro Alexandre de Morais (STF) de forma autoritária e desafiadora.

            No programa da TV CNN, o WWW, ancorado pelo veterano jornalista William Waack, o ex-presidente Michel Temer foi convidado, no mesmo dia 08/022024, para comentar o evento que estremeceu o mundo jurídico constitucional do país. O temor dos entrevistadores era perceptível. Cenas que só assistimos quando o AI-5 estava em vigor. Daniel Rittner, Thais Herédia e Caio Junqueira, estavam petrificados. Cada pergunta, era antecipada de longa justificativa, isentando-os, e não questionando a decisão do Ministro, que atropelou o MPF, Justiça Militar… Indo muito além dos limites de suas prerrogativas, rasgando mais uma vez a Constituição.

            Pelo que entendemos, o “Atentado ao Estado de Direito Democrático”, é tão genérico e abrangente quanto o AI-5, período dos Militares. Talvez pior. Os Militares quando não encontravam provas para formação de culpa, usavam o AI-5. Cassaram mandatos, prendiam subversivos, corruptos, proibiam a livre expressão de oradores e seus discursos contra o regime… Suspenderam direitos de greve e criaram a censura prévia. Os censores frequentavam as redações da Rádio, TV e Jornais. No entanto, se limitavam a proibir a divulgação do conteúdo.  Não encarceraram, nem processaram seus autores, porque inexiste “crime de opinião”. Livre pensar, é só pensar. Isto é atentado contra o Estado de Direito Democrático?

            O ex-presidente Michel Temer, que já foi Secretário de Segurança Pública de São Paulo, professor de Direito na USP, presidiu a Câmara dos Deputados por três vezes, e estava pronto para responder à bancada de jornalistas. Infelizmente, perguntas mal formuladas, levaram a respostas vazias. Já próximo ao encerramento da entrevista, o decano da roda de entrevistadores, resolveu se arriscar, e debelar sua covardia ocasional. Perdendo um pouco do medo, translúcido em sua fisionomia, Waack foi incisivo: “O senhor não acha que o Ministro Alexandre de Morais extrapolou os limites”? Temer respondeu: “isto vem lá de trás. Quando foi praticado pela primeira vez, era para ser questionado. Daí por diante, todos se sentiram no direito de fazer o mesmo”. Subtende-se que ele se referiu a Gilmar Mendes e a Edson Fachin.  

             Indagado sobre a perseguição política, com a detenção de Valdemar Costa Neto (presidente do PL) impedido doravante, de se comunicar com Bolsonaro. O fato poderá trazer prejuízos para a legenda nas eleições municipais deste ano (2024)?  O ex-presidente tergiversou. Considerou desnecessária a busca na sede do PL. “Não é uma pessoa física, tem CNPJ, e é um partido. Com relação aos efeitos das investigações, se poderiam levar Bolsonaro à prisão? O velho Cacique respondeu sem rodeios. “Prisão no momento, acho que não. Não existem elementos suficientes para o ato”. Quanto à polarização, foi mais enfático: “Bolsonaro por onde anda junta milhares de pessoas. É uma liderança política expressiva e carismática”. Como deveria se comportar Lula? última pergunta Waack. “O prudente é ficar calado. O silêncio do presidente, arrefece os ânimos exaltados, que buscarão consensualmente uma saída para crise”.  

LULA SORRATEIRAMENTE COMEÇA A ANDAR NO PAÍS CAMINHANDO ABRAÇADO COM A DIREITA.

            O aviso de Zé Dirceu, através de uma entrevista concedida ao Jornal Espanhol El País – após a vitória de Jair Bolsonaro em 2018 – não foram declarações para consolar as esquerdas derrotadas, sob seu comando. Ele antecipou com convicção, todos os acontecimentos que se desenrolaram a partir daquele momento. “Nós perdemos uma eleição, mas, vamos tomar o poder”. O que de fato vem acontecendo, sem luta, revolução, e pouco a pouco, quebrando a resistência da direita.

            O grande temor de Zé Dirceu – segundo o ex-ministro do STF Marco Aurélio de Mello — era saber como reagiria às Forças Armadas. Guerrilheiros são Inimigos número um dos Militares. Criminosos impiedosos, que usam o terror para amedrontar a sociedade, quebram regras e garantias legais, matam civis inocentes que discordam de sua ideologia… E não existe ex-guerrilheiro. “Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer”. Dirceu temia manifestações de vários Generais da Reserva, e suas posições. Não prestariam continência a um ex-presidiário condenado por corrupção.

Marco Aurélio destaca ainda em seu livro de memórias, a interlocução feita junto aos Generais (da ativa) Comandantes das Regiões Militares, e membros do EMFA – Estado Maior das Forças Armadas.  Por quem? Um, ou alguns membros da Suprema Corte? Ele não cita. Mas, a pergunta era: “Se Lula voltar ao poder, haverá intervenção dos Quartéis?” A resposta foi “não. Respeitaremos o que for decidido pela Justiça”. Juntando recortes dos fatos, com paciência, começa-se a montar o quebra-cabeça. E com o tempo, surgirá a imagem ou paisagem, escondida nas pequenas peças invisíveis por estarem espalhadas. Após encaixadas, estampará a imagem da verdade. O ontem passou, e o tempo não retrocede para corrigir erros, e punir culpados.

Lula foi diplomado antes da data estabelecida na Constituição. A pressa era instalar a Comissão de Transição. Bolsonaro exoneraria todos os seus Comandantes Militares, e nomearia os indicados pela Comissão, escolhidos pelo novo presidente diplomado pelo TSE. O povo foram às ruas, ficaram em frente aos quartéis, lotaram as Igrejas, ocuparam as redes sociais… Tudo o que pediam era a transparência do resultado das urnas, gravadas no Código Fonte. O TSE/STF negou peremptoriamente. O Brasil voltava a ser uma republiqueta, travestida de democracia – modelo Latino-Americana dos anos sessenta – eternizada pelas conspirações, com governos transitórios, desrespeitando a vontade da maioria, manifestada através do voto.

Lula foi o único presidente “eleito” na história do Brasil, que ficou sitiado. Acuado no Palácio do Planalto e do Alvorada. Não frequentava restaurantes, ambientes públicos e onde era avistado, gritavam “Lula ladrão, seu lugar é na prisão”. Sem poder andar no seu próprio país, começou a viajar. Vinte e uma viagens internacionais, sem trazer nada de concreto. Solenidades para assinarem protocolos de intenções sobre futuros projetos. Dirceu inventou, e coordenou a distância o 80/01, convidou até um fotógrafo da Agência Reuters, para documentar a sabotagem. A CPMI que havia sido criada para desvendar o “Incêndio do Reichstag”, dispensou esta testemunha chave.

O papel do Consórcio Midiático, trabalhando em duas frentes, plantando Fake News contra Bolsonaro – acusando-o até de importunar uma Baleia no litoral paulista – e criminalizando os inocentes manifestantes, idosos crianças evangélicos, encarcerando-os como terroristas que atentavam contra o Estado de Direito Democrático, não obteve êxito. Após um ano, perceberam que se perderam em suas próprias narrativas. Não tinham como operar o milagre de Lula ser ovacionado.

 Mudaram a estratégia. Lula se dispôs a se abraçar com a direita. O PT e esquerda que se explodam. Nomeou ferrenhos adversários para a Esplanada dos Ministérios, como membros do União Brasil, Republicanos… E prestigiou o PP, desprezando sua legenda. Concordou e apoiou o aumento estratosférico nos valores das emendas parlamentares, acima do sonhado pelo parlamento. Mesmo assim, não conseguia o apoio do povão. “Se Maomé não vai a montanha, a montanha vai a Maomé”.

Sem o menor pudor, destemido de críticas pelo seu gesto obsceno, Lula foi a São Paulo e abraçou Tarcísio de Freitas. Prometeu 8,0 bilhões de reais para projetos de obras. Antes já havia destinado recursos a Ratinho Júnior do Paraná. De lá, partiu para Minas Gerais, escorou sua cabeça no ombro de Romeu Zema, garantindo que negociaria o rombo histórico do Estado, eterno devedor do Tesouro Nacional. Para fechar a agenda, Cláudio de Castro, governador do Rio de Janeiro, pôs tapete vermelho para recebê-lo. Convênios bilionários foram assinados. Não criticou Bolsonaro em nenhum momento. Agiu como se a história tivesse começado agora. Nada de PT, “golpe branco eleitoreiro”, sem conspiração que o pôs no poder; atos de força do TSE/STF e ignorando a perseguição insana aos legalistas conservadores. A direita e o antipetismo tomaram uma pancada na cabeça. Tontos, ainda não perceberam que Lula escolheu ficar ao lado, para não ser apupado, escrachado ou vaiado pelo povão.      

CONTINUAM MENOSPREZANDO A EDUCAÇÃO

            O mirabolante anúncio do governo federal, para estancar a célere deserção na escola pública – inspirado no vício perdulário “distributivo” e irresponsável do dinheiro do contribuinte – tem origem numa espalhafatosa promessa de campanha da candidata do MBD (2022) Simone Tebet, hoje Ministra do Planejamento.

            Criar uma poupança, pagando ao aluno para frequentar a sala de aula, é um tentame fadado ao fracasso. Malogrado experimento de reinventar uma roda que nunca existiu. A malfadada geringonça, idealizada como “ensaio”, é uma aventura insensata do “populismo eleitoreiro”, que vem esmagando o já “atrofiado” meio Acadêmico, pesquisador da área. Onde funcionou, e obteve êxito, esse tipo de programa?

            Muitos alunos voltarão às escolas. Sem sonhos vocacionais, desmotivados e movidos apenas pelo novo tipo de “bolsa”. Irão se deparar com o mesmo problema que os levaram a abandoná-las: a falta de professores de Matemática, Física, Química e Biologia. Como não tem alcance “eleitoreiro”, o governo simplesmente ignora a verdadeira causa dos efeitos devastadores da educação, que tem nos remetido ao atraso. Na América Latina, estamos posicionados no 5º lugar, atrás do Chile, Uruguai, México e Costa Rica.

A solução do problema, exaustivamente debatido nas últimas quatro décadas, além de simples é visível e inconfundível. Valorizar o professor, com salários dignos, brigando pelo teto, como servidores do Poder Judiciário (Juízes, Promotores, Procuradores, Defensores Públicos…) Ou, da área privilegiada da segurança, Polícia Judiciária (Civil), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal…)  Infelizmente, a luta dos docentes da educação básica, é para alcançarem um “piso” – hoje fixado em R$ 2.557,74, inferior a dois salários mínimos – abaixo da renda média do país de R$ 2.924,00, correspondendo a 5% do teto salarial do governo federal.

O senso 2022 do Ensino Superior, segundo o INEP, aumentou o fosso, ao constatarem que 58% dos alunos dos cursos de licenciatura, destinados à formação de docentes para o ensino básico, abandonaram a Universidade antes de receberem o diploma. Sem boa instrução básica, o estudante da rede pública municipal não consegue acompanhar o precário ensino médio. E como chegar às Universidades? Pagando cursinhos preparatórios, para participarem da prova do ENEM. Em cada uma destas etapas, metade dos matriculados, desiludidos, abandonam as salas de aula.

O acesso à educação é um direito do cidadão, assegurado na Carta Magna. O professor é uma categoria profissional, que deveria ser remunerado de forma isonômica. Fazendo uma analogia ao corpo humano – todos os órgãos são nobres – o educador teria um teto único, não importa em qual instância do ensino. É inconcebível este tipo de discriminação, usado na variação salarial de uma mesma categoria.

No ensino médio – grande parte de responsabilidade dos governos estaduais – pagam praticamente o dobro, R$ 4.889,00, pouco mais que 3,5 salários mínimos. Professores dos IF – Institutos federais de Educação, que ofertam o mesmo ensino médio, os salários praticamente dobram; R$ 8.400,00, ou seis salários mínimos. Professores Universitários, com dedicação exclusiva, os proventos variam entre 13 e 27 mil reais. A divergência é por área, e currículo cumulativo de títulos.

O orçamento da educação em 2022, foi de 128 bilhões, correspondente a 1,3% do PIB. Uma vergonha para um país, que vislumbra ocupar espaço junto às nações desenvolvidas. Ao Poder Judiciário, é destinado 1,6% do PIB, correspondente a 160 bilhões de reais, o triplo que gastam os países emergentes, 0,5% do PIB. Somos o campeão em gastos com a Justiça, à frente de 53 nações. Recentemente, matéria exibida na TV Band, nos mostrou que o Brasil tem a Justiça mais cara do mundo. O MEC deu mais um passo atrás, ao subsidiar o aluno, e desvalorizar o professor.

A Coreia do Sul, exemplo de sucesso da educação, apontado pelo Banco Mundial, entre os anos de 1975 a 2022, gastou em média 3,9% do seu PIB com a educação. O pico foi em 1982, quando desembolsou 6,33%. O país hoje é campeão em educação, com uma taxa de desemprego pré-pandemia de 2,20% e pós pandemia 3,30%. Produz e fornece tecnologia de ponta ao mundo, competindo com os gigantes da área, China, Japão e Taiwan – pequena ilha com a sexta maior reserva cambial do mundo, 560 bilhões de dólares – superando o gigante Brasil.

A EMBARAÇOSA LIDERANÇA DE LULA NA PARAÍBA

            A última vez que o presidente Lula esteve na Paraíba, foi em 22/03/2023. Desembarcou no Aeroporto João Suassuna, em Campina Grande, e usando um helicóptero foi até a cidade de Santa Luzia, onde visitou um magnífico projeto de energia eólica – parceria pública/privada – desenvolvida pelo governador João Azevedo. Chegou calado, distante da imprensa, e partiu mudo. Pela primeira vez na história, como centro das atenções, Lula que adora microfones, se absteve de fazer um pronunciamento.

            Já anunciaram inúmeras vezes, outras visitas de Lula ao Estado, que é comandado por um governador aliado de primeira hora (2022), presidente do Consórcio Nordeste. Esteve no CE, RN, AL, PE, PI, constantemente na Bahia. Qual a razão de sua recusa em vir à Paraíba? Questão de foro íntimo? Ou falta de unidade partidária no palanque, composto por uma ampla aliança, pragmática e clientelista “circunstancial”.

            Ontem (20/01/2024) o Ministro dos Portos e Aeroportos Sílvio Costa Filho, esteve em Cabedelo, inaugurando investimentos no Porto. Entretanto, a festa foi do partido Republicanos, legenda que hospeda o ministro. Veio para prestigiar Hugo Mota, Murilo Galdino, Wilson Santiago, Adriano Galdino… Hugo conquistou espaço como o principal interlocutor, entre a base ideológica de sua legenda, e a carência de “ajudas” do Palácio do Planalto, nas votações polêmicas do governo, que não dispõe maioria na Câmara dos Deputados. Ao seu lado, o presidente da ALPB, deputado Adriano Galdino, escudeiro fiel do governador João Azevedo, que tem assegurado com êxito, a governabilidade. É o principal “puxador” da expansão da legenda, em todos os grotões da Paraíba.

            O vice-presidente do senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB), figurativamente marcou território, para lembrar Lula. Mas, Lula é do PT, seu projeto é o PT e sua vida é o PT. Quem representou o PT na solenidade? O governador João Azevedo e o presidente do Porto Ricardo Barbosa (PSB), são liderados pelo deputado Gervásio Maia, presidente da legenda no Estado. Na mesma ocasião, usando as redes sociais, o presidente estadual do PT de Lula, Jackson Macedo, anunciava apoio – já no primeiro turno – à reeleição do prefeito da Capital Cícero Lucena (PP), “abortando” a pré-candidatura de Luciano Cartaxo.

            Pelo visto, Gervásio Maia e João Azevedo, não participaram do último encontro nacional do PT, onde estiveram presentes, além do presidente Lula, o núcleo duro da legenda, inclusive o seu principal estrategista Zé Dirceu. O objetivo é eleger dois mil prefeitos pelo PT – maioria no nordeste – e em pequenos municípios abaixo de 20 mil habitantes. A meta abrange ainda, quatro mil novos vereadores. “Sangue novo” que ressuscitará a militância perdida. Segundo Zé Dirceu, a reeleição de Lula, passa pelo sucesso desta “empreitada”, concebida por velhos medalhões da legendas, distantes da realidade, projetando índices, ideados nos ambientes climatizados de Brasília.

            Acompanhamos vários Blogs políticos do Estado. Ainda não apareceu nenhum candidato a prefeito do PT, em nenhum municípios das microrregiões. E quem comandará este exército? Ricardo Coutinho? Será o elemento surpresa? O que se registra hoje, é a ampliação do Republicanos, MDB e PSB. Atrás, vem o União Brasil e o PP. Estas legendas representam cerca de 85% dos prefeitos candidatos à reeleição, e ou seus pupilos indicados à sucessão, com chances de vitória.

            Para fechar o movimentado dia político, a entrevista bombástica do deputado federal Aguinaldo Ribeiro – esquecendo as eleições deste ano – deixou claro que o PP estará na chapa majoritária de 2026, com aquiescência ou não, do governador João Azevedo. Se ele permanecer no cargo, Daniella é candidata à reeleição. Caso contrário, entregue o bastão a Lucas Ribeiro. Como tudo pode acontecer, inclusive nada (Xote “se avexe não” de Flávio José), João Azevedo está encurralado, e sua única salvação é “subir a ladeira” com o Republicanos. Efraim, Veneziano, os Ribeiros, formarão outras chapas, e estarão em outros palanques. Vacas, desconhecerão bezerros.   

O MERCADO DE TRABALHO DA TERCEIRA IDADE

(Parte III final)

     O Trabalhador brasileiro tem sido uma eterna vítima da Previdência Social, desde sua criação em 1923, através da Lei Eloy Chaves, Decreto Legislativo nº 4.682/23, sancionado pelo presidente Arthur Bernardes. O benefício foi direcionado aos Ferroviários empregados das empresas privadas, através da Caixa de Aposentadorias e Pensões. A idade mínima de 50 anos, e exigência de 30 anos de trabalhos ininterruptos. Mesmo assim, o salário do aposentado seria inferior aos trabalhadores da ativa (?). Estabeleceram um cálculo, sobre a média das últimas remunerações percebidas.

            No período do Estado Novo – ditadura Vargas de 1937 a 1945 – surgiram inúmeros Institutos de Previdências, ligados ao movimento Sindical de empregados e empregadores. IAPETEC, IAPC, IAPI …A base de cálculo passou a ser o salário mínimo, criado neste período, para evitar perdas ao longo do término de vida do aposentado. Todavia, inexplicavelmente, este índice de reajuste, se constituiu no primeiro indexador de nossa economia. Aumento do Salário Mínimo, implica automaticamente na elevação dos preços de produtos, bens e serviços, atropelando a lei de mercado, da procura e da oferta. Um perverso mecanismo gerador de inflação, cuja vítima é o trabalhador.

 A partir dos anos 50, começaram a surgir problemas. Muitos institutos faliram, levando o contribuinte previdenciário a um estado de indigência, pobreza e miséria. A corrupção corria frouxa. Buscava-se na Justiça direitos adquiridos, mas, não encontravam culpados, nem bens executáveis para sanar as dívidas. Algo semelhante ao que ocorreu com o Fundo de Pensão da VARIG, governo Lula I.

Em 1965, o presidente Castelo Branco decretou intervenção em todos estes Institutos, abriu IPM (Inquéritos Policiais Militares), levou muitos a cadeia, e diversos políticos envolvidos, tiveram seus mandatos cassados, e direitos políticos suspensos por 10 anos. O governo federal assumiu o “rombo” e unificou todos no INSS.

O fechamento dos Institutos criou três categorias de contribuintes. Os trabalhadores formais (carteira assinada), patrões e autônomos, como caminhoneiros, pequenos e grandes comerciantes, profissionais liberais (advogados, contadores, engenheiros, mestres de obras, proprietários de oficinas mecânicas, médicos… Confiantes na garantia do Tesouro Nacional. Imediatamente surgiu uma expectativa de um futuro melhor e garantido para o aposentado. O teto era 20 salários mínimos. O contribuinte abdicou até do consumo básico, para recolher entre 10 e 20 salários mínimos, almejando uma velhice tranquila, período que iria necessitar de mais dinheiro, para cobrir seus custos com a saúde.

Pouquíssimos conseguiram se aposentar e gozar deste benefício. Em pouco tempo, reduziram de 20 para 10 salários mínimos o teto. Em seguida, passaram a cobrar Imposto de Renda dos inativos. Veio a reforma tributária do governo FHC, estabelecendo um “fator”. Para quem percebia 20 salários mínimos na ativa e recolhia índice sobre este montante, ao aposentar-se, sua remuneração cairia para pouco mais de 7 mil reais, descontando ainda Imposto de Renda, e voltando a pagar contribuição com o próprio INSS, no mesmo percentual dos trabalhadores da ativa. Funcionários das grandes estatais, criaram seus Fundo de Aposentadoria Complementar, para quando se aposentarem, continuarem percebendo os mesmos valores da ativa. PREVI, FUNCEF, PETROS… No governo Lula II e Dilma, foi constatado rombo bilionário nestes Fundos de Pensões, desviados pela corrupção, financiando projetos de obras até no exterior. Funcionários da Caixa Econômica Federal, mesmo aposentados, estão descontando 1.200 reais a mais, pelo período de 20 anos, além do desconto do IR.

O povo foi às ruas apoiar a reforma da previdência de Bolsonaro, com medo de se aposentarem. Imagine a queda no padrão de vida de um trabalhador da classe média alta, que percebe entre 15 e 20 mil reais, sobreviver doravante com 7.280,00? Tem que mudar de casa, de bairro, vender o carro e ir ao supermercado com a calculadora na mão. A maioria saudável, busca desesperadamente um novo emprego, para complementar sua renda. São profissionais experientes, disciplinados, responsáveis, vítimas de uma compulsória que lhes impõe os governos, incompetentes, desumanos, insensíveis. Não valorizam e ignoram milhões de trabalhadores, que trocaram sua juventude pelo trabalho, na esperança de desfrutarem na velhice, o descanso e a paz. E para onde vai a enorme montanha de dinheiro recolhida pelo INSS? Para os que nunca trabalharam, nem vão trabalhar, inscritos no Bolsa Renda. Tiram de quem produz e produziu, e doam para os que nunca darão um mínimo de contribuição à nação. São 30 milhões de famílias. Pai e mãe que desde 2002 nunca trabalharam, seus filhos seguiram o mesmo caminho, e os netos darão sequência a preguiça inativa.            

O MERCADO DE TRABALHO DA TERCEIRA IDADE

(Parte II)

A redução drástica da taxa de natalidade em quase todo o mundo, exceto no Continente Africano – áreas Saariana e subsaariana – e o no sul da Ásia, onde se localiza a gigante Índia. Ultrapassando a China com 1,458 bilhões de habitantes, surge em terceiro lugar, os Estados Unidos com 335 milhões, 1/4 da China e da Índia. E o Brasil, que atrofiou, perdendo posições neste ranking, para Indonésia, Paquistão e Nigéria. Hoje ocupamos o 7º lugar, com a população estimada pelo IBGE em 213 milhões, apontando declínio projetado para 208 milhões, no ano de 2030.

Nas décadas dos anos 50, 60 e 70, a taxa de natalidade brasileira girava em torno de 6,0% ao ano. Para 2030, a projeção otimista de crescimento é de 1,5%. Por outro lado, a vida média do brasileiro subiu neste mesmo período, de 50, para 78,9 anos. Em 2030, o Brasil terá 19% de sua população acima de 60 anos. Sua força de trabalho, entre os 30 e 60 anos, estabilizará em torno de 40% da população. Como os números são elementos da ciência exata, o crescimento do PIB acompanha a expansão demográfica. Entre 2022 e 2030, o nosso PIB terá uma taxa de crescimento na ordem de 1,5% a no máximo 2,4%.

Os últimos estudos do secular Henry Kissinger – falecido recentemente – conselheiro de todos os presidentes norte-americanos desde Nixon, orientou o governo Biden a investir urgentemente na Índia, prevendo a estagnação do mercado consumidor Chinês, determinado pela sua queda na taxa de natalidade. A contradição que não se consegue interpretar – tese acadêmica de Kissinger – é que quanto mais pobre for o país, com população abaixo da linha do IDH, maior é sua taxa de natalidade. Obviamente, terreno fértil para um novo modelo de colonização – econômica – que financiarão novas tecnologias, plantas fabris, treinarão e qualificarão mão-de-obra especializada… Manterão a Ordem Econômica estabelecida no pós guerra de 1945

Pesquisas avançadas, põe por terra as teorias conspiratórias de redução da população mundial, concebidas pelos progressistas, travestidos de comunismo do século XXI. Distante destes grandes Centros Acadêmicos, o Brasil permanece à mercê do improviso, sem projetos futuristas que sobrevivam mais que quatro anos, período da gestão de um líder político no poder, refém da mediocridade populista, com visão distributiva “papai Noel”. Engessam o empreendedorismo, sucateiam as Universidades – abandonaram a pesquisa – e se limitaram a “titular” o terceiro grau.

O país tem 8,0 milhões de desempregados, 40 milhões sobrevivendo do Bolsa Renda. Paradoxalmente o SINE, convoca diariamente profissionais para o mercado de trabalho. Mas, falta qualificação. A Ciência da Computação formará até 2025, 50 mil profissionais. A demanda do mercado prevê absorver 185 mil. Em contrapartida, anualmente, mais de 5 mil Filósofos são formados nas redes das Universidades pública e privada. Para trabalharem onde?

A Europa Central vive o mesmo dilema. Jovens famílias da Zona do Euro, se recusam a reproduzirem-se. Os casais não querem ter filhos, temendo perderem nas guerras. Falta mão-de-obra para digitadores, vendedores, motoristas, porteiros, zeladores, eletricistas, vigilantes, mecânicos, encanadores, serviços domésticos… Num continente que tem a população mais envelhecida do planeta, os aposentados estão voltando ao batente. Antes, admitiram o processo migratório, para suprir a carência. Mas, se depararam com as questões religiosas e culturais dos imigrantes. Seus baixos níveis de conhecimento, que não atendem as exigências profissionais do trabalhador do século XXI. Na sequência, final com a parte III.

O MERCADO DE TRABALHO DA TERCEIRA IDADE

(Parte I)

            O principal tema discutido pela grande mídia internacional – na semana que passou – foi a queda no índice de natalidade da China, pelo terceiro ano consecutivo, e sua preocupação com o futuro próximo (2035) , ano em que 40% de sua população, hoje ativa, estará acima dos 60 anos. Serão mais de 560 milhões de aposentados, que correspondem a toda população da América Latina. Quem pagará suas aposentadorias?

            O país mais fechado do mundo – com relação a imigração – terá que mudar suas leis trabalhistas e transformar sua cultura xenófoba, isolacionista. Nos anos 60 (século passado) as nações governadas pelas esquerdas comunistas, defendiam o “controle de natalidade”. A China saiu na frente, e impôs a lei do filho único. Se o primeiro filho de um casal fosse do sexo masculino, estavam impedidos de conceberem um segundo rebento. Caso contrário, era permitido uma última tentativa.

No pós guerra (1945) a China tinha 400 milhões de habitantes. Em apenas quatro décadas (1980) ultrapassou a marca de 1,0 bilhão. Pobreza, desemprego, fome, assolavam o gigante asiático. Mas, um milagre aconteceu. O ex-presidente Richard Nixon, aconselhado por Henry Kissinger, matou dois coelhos com uma única cajadada.

   Surpreendendo toda a mídia ocidental, que só tomou conhecimento 72 antes da misteriosa viagem de Nixon e Kissinger a Ásia, ambos desembarcaram em Pequim em 1972. Celebraram tratado para o fim da guerra do Vietnã – oferecendo como contrapartida projetos de cooperação econômica e intercâmbios nas áreas da ciência e novas tecnologias. Receberam ainda, apoio para fortalecer a distensão da corrida nuclear. Mao Tsé-tung, um líder Agrário radical, foi convencido por seu mentor intelectual, Zhou Enlai (Chou Enlai). Coincidentemente faleceram no de 1976. Deng Xiaoping, arregaçou as mangas, veio aos Estados Unidos e inaugurou a “Experiência Capitalista”. Em apenas quatro décadas, sem guerras nem conflitos, alcançaram a posição de segunda maior economia do mundo, posicionando-se como principal parceiro comercial de 180 países de todos os continentes.

A rápida expansão econômica dos Chineses, aumentou a população, alcançando 1,4 bilhões de habitantes no ano de 2010. O atual líder Xi Jinping, revogou a lei do filho único, temendo que prosperidade econômica resultasse na queda da natalidade, o que de fato está ocorrendo. O conjunto de leis que norteiam o trabalho na China atualmente concede aposentadoria aos 50 anos. Flexibilizam o trabalhador, opção de permanecer ativo até os 55 anos. Doravante é proibido trabalhar. Na época era justificado, como programa para extinguir o desemprego. A fila andava. Entretanto, esqueceram os avanços da medicina, que prolongaram a longevidade.

Este grande contingente de aposentados criou um novo e gigante mercado consumista, o turismo interno. Proibidos de trabalharem, os inativos gozando de plena saúde, levam a vida viajando e conhecendo as belezas naturais de seu país continental. Gastam sua poupança, ao mesmo tempo em que incentivam o surgimento de pequenos negócios e grandes empreendimentos. A média de vida subiu. Outrora 50, hoje, 75 anos.

A inclusão no mercado de trabalho das mulheres – consomem mais que os homens – vem provocando uma mudança social sem precedentes. Se recusam a procriar. Preferem ganhar dinheiro e consumirem. Morreu o sonho de ser mãe, e o status de dona do lar. Economistas (Chineses) se dividem em duas correntes de opinião. Desenvolver mais automação e robotização, seria solução paliativa. Outros, apontam como saída, aumento na idade da aposentadoria, e trazer de volta as grandes plantas industriais, os aposentados que precocemente ingressaram na terceira idade.   

RADICALISMO INSANO

            Alguns “Blogueiros” paraibanos, internautas itinerantes na busca permanente de baterem metas, atingindo no mínimo quatro mil acessos mês, para continuarem credenciados junto às Agências de Publicidades que distribuem a propaganda governamental, enveredam perigosamente pela precária via do sensacionalismo, paradoxalmente, caminho mais curto para alcançarem a descredibilidade.

            Na última quarta-feira (17/01/2024) meia dúzia de blogueiros do jornalismo claudicante, maculado pela inverdade, de forma insensata e espalhafatosa, abriram manchetes contra o presidente da FIEP, Buega Gadelha. Título e conteúdo confuso, foram o mesmo: “Buega amarga mais uma derrota na Justiça” (?) Fake News.

            No tumultuado processo que ocorreu na sua reeleição, e a insatisfação da chapa derrotada, levou seus integrantes a “judicializarem” em diversas ocasiões – litigando de má fé – a legitimidade da elegibilidade de Buega Gadelha. Ações procrastinatórias, liminares precárias, culminaram em diversas decisões colegiadas do TRT-PB. Buega não perdeu nenhuma destas ações.

Infelizmente, um dos “Blogueiros” do Tribunal das Fake News, “monocraticamente” lhes impôs uma condenação. É cômico se não fosse trágico – por se tratar de tema tão sensível para a Instituição e a sociedade – o inconfundível nível de desinformação praticado, senão por ignorância, por pura maldade de alguém que não tem compromisso com a verdade, como recomenda o bom jornalismo. Buega Gadelha até hoje (19/01/2024), não foi condenado por quaisquer das instâncias, das mais diversas Justiças (Comum ou Estadual, Federal ou do Trabalho).

A proclamada derrota de Buega, trata-se de uma sentença da Juíza do Trabalho Adriana Lemes Maracajá Coutinho, datada de 16/01/2024, onde determina que o ex-conselheiro fiscal Edson do Ó Filho, tenha acesso às contas de 2021, já devidamente aprovadas. O setor Jurídico da FIEP, deverá notificar a Magistrada, que este pleito remete ao mandato anterior de Buega, encerrado em 24/09/2023. E que Edson do Ó Filho, não compõe mais o Conselho Fiscal da FIEP.

Misturando “alhos com bugalhos”, o autor da matéria “requentou” uma velha notícia, e fez alusão a uma denúncia acatada pela Procuradora do MPT, Marcela de Almeida Maia Asfora – no texto mal elaborado mudaram o sobrenome para “Mais” Asfora – referente ao placar da aprovação das contas de 2021, por 14 x 11, favorável a Buega. Os presidentes dos Sindicatos demandantes do contencioso, alegam que dois Conselheiros, estavam impedidos de votarem. A defesa deve ter sido feita, à luz do estatuto da entidade. Ainda não existe sentença sobre este processo.

Como após o combate, entre mortos e feridos escaparam todos, seria prudente doravante, iniciar-se um período civilizado de trégua, em nome do bem maior que é a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba. Buega foi eleito num pleito conduzido pela Justiça do Trabalho. Foi empossado, e seu mandato vai até 2027. Já assumiu a Diretoria na CNI, participou ativamente dos debates sobre a Reforma Tributária, defendendo o setor industrial, sobretudo o da Paraíba; SESI e SENAI ocupam espaços na mídia, mostrando diariamente suas conquistas, como referências nacionais… Até quando o “cachorro vai correr contra seu próprio rabo”? É chegado o momento de estabelecer-se uma distensão e amainar este radicalismo insano.

Sem revanchismo, despido de mágoas e rancores, Buega Gadelha nunca atacou, nem desqualifica seus adversários. Democraticamente os derrotou, contando com a maioria dos presidentes dos 26 sindicatos que compõem a FIEP, atestando mais uma vez, que confiança não se transfere, se conquista.

BRASIL EM DAVOS: TRAGÉDIA ESPERADA

O World Economic Forum, também conhecido como Clube dos Investidores Bilionários, criado em 1971, com sede em Genebra, promove anualmente um encontro entre o setor privado e governos das maiores economias do mundo, inclusive os emergentes convidados. O evento acontece na pequena cidade de Davos (Alpes Suíço).

            Neste encontro, realizam-se múltiplos painéis de conferências, sobre os mais diversos temas e abrangência, como o combate à fome, inclusão social, questões climáticas, saúde e meio-ambiente… Oportunidade em que as elites econômicas fazem previsões sobre o crescimento e destinos do comércio global, criando através dos debates, alternativas para evitarem recessões. Aproxima pessoas influentes, países e grandes instituições, para desenvolverem projetos cooperativos, originando futuros acordos econômicos bilaterais, conduzidos a partir de então, pela grande diplomacia.

            Alguns ministros do governo brasileiro, estiveram presentes. Dentre eles, Marina Silva (Meio Ambiente), Alexandre Silveira (Minas e Energia). No painel que sabatinaram Marina Silva e Alexandre Silveira, ficou evidente que no governo Lula, não existe um projeto de Estado. Sobrevive de um programa político eleitoreiro improvisado.

            Alexandre Silveira, criou ânimo nos grandes investidores da área de petróleo – atentos em ouvi-lo – assegurando a exploração da grande bacia Amazônica. Imediatamente, Marina Silva negou peremptoriamente qualquer possibilidade do IBAMA – Autarquia do seu Ministério – autorizar licença para prospecção. Destacou que continuará recusando este tipo de pedido. Defendeu a “energia verde”, abominando a perfuração de poços, nos grandes lençóis de combustível fóssil existentes na Amazônia.

            O Ministro Luís Roberto Barroso, deixou todos boquiabertos, ao professar que estamos perdendo a Amazônia para o crime organizado (?). Quem virá investir no Brasil? O país tem 75% do seu território na Amazônia, onde se concentra 80% de suas riquezas, ora conhecidas. A maior biodiversidade do mundo, dispondo de 6% de toda água potável do planeta. Rica em minerais e materiais, ainda desconhecidos o seu valor e utilidade, nas novas tecnologias do século XXI. Além de muito ouro, diamante, minério de ferro… Imaginem o presidente da Suprema Corte Americana fazendo declaração semelhante? Wall Street fecharia dia seguinte. O grande capital procuraria rota de fuga rapidamente, e quebraria o país.

Um país que tem Forças Militares de Defesa e Combate em terra, água e ar (Exército, Marinha e Aeronáutica). Uma Polícia Federal, uma Força de Segurança Nacional; 27 Estados com suas próprias polícias; Polícias Estaduais Judiciárias (Civil); Polícia Ambiental, Polícia Legislativa e até do próprio Poder Judiciário. Com todo este aparato, o crime organizado ainda nos derrotará?  O General da reserva Sérgio Etchegoyen, ex-chefe do gabinete institucional do governo Michel Temer, comentando o pronunciamento do presidente Luís Roberto Barroso, discretamente deixou entender que a culpa é do próprio STF.

Mencionou o impedimento (STF) da realização de operações militares nas comunidades (favelas) do Rio – maior centro receptor da droga transnacional – áreas dominadas pelo narcotráfico, que mantém toda população economicamente refém de dezenas de grupos criminosos fortemente armados. Estes marginais têm proteção político/ideológica. Denunciou a má vontade dos governos em investir nas Forças Armadas. Citou como exemplo, o projeto SIVAM, criado no distante 1995 (governo FHC) para monitorar por satélite, as fronteiras da Amazônia. Já se passaram 29 anos, e só conseguiram implantar 50% de sua capacidade, ou cobertura. O conflito de autoridade para o controle das fronteiras, entre as Forças Armadas e Polícia Federal. Quanto à questão do garimpo, se referiu a ausência do Estado. Basta regularizá-lo através de leis, e não marginalizá-los. Finalmente anuiu que todo escoamento da droga produzida nos países Andinos, é escoada através da vasta Amazônia. Por que Barroso antevê a Amazônia apartada do Brasil? O atual governo recuará? E o povo, permitirá?  

REGIME JURISPRUDENCIAL

            Em apenas 124 anos o Brasil já experimentou todos os regimes políticos institucionais de governança – criou tantos outros inexistentes nos conceitos milenares da antiga Grécia – que se resume na Monarquia, Império, República, regidos por sistemas absolutistas, autocracias (ditaduras) ou democracias diretas e representativas.

            Neste intervalo, e em tão pouco tempo, o Brasil teve sete Cartas Magnas. A do Império, rasgada em 1889, República Velha até 1930; a de 1933 que não foi sancionada por Getúlio Vargas; do Estado Novo (ditadura) imposta em 1937 com término em 1946; a votada e promulgada em 1947; a de Castelo Branco 1967; a de Geisel, “pacote de Abril 1977”; a de 1988 discutida e amplamente debatida, promulgada por Sarney, com 360 artigos, hoje com mais de 145 emendas. É considerada a maior do planeta, paradoxalmente, a mais ineficaz de todas.

Prevalece no momento, além da gigantesca Constituição Cidadã, um conjunto de outras 11 Constituições – cada membro da Suprema Corte é uma Constituição – com poderes de modificar a lei a cada minuto, amparando-se na figura anárquica da “interpretação”. O peso da caneta, através de decisões monocráticas ou colegiadas, invertem, criam, e suprimem artigos, parágrafos e incisos, votados pelo Congresso (1988) através de seus representantes, Parlamentares eleitos pelo povo, no pleito de 1986. A “velada” insurreição do STF, nos leva a um anômalo regime Jurisprudencial.

Gostaríamos de ouvir opiniões dos que atuam na área, frequentaram e foram diplomados pelas Universidades, integram a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, como os amigos Henriquemar Dutra, Severino Azevedo (Mimi), Ermírio Leite; Rogério Varela – ex-conselheiro Federal da Instituição; Harrison Targino (atual presidente da seccional da Paraíba; ex-presidente Paulo Maia; ex-deputado federal (RN) Ney Lopes de Sousa, respeitado constitucionalista…Dentre outros, sobre a legalidade de alguns atos do STF, e seu devido respaldo legal.

Como mero “escrevinhador de província”, temos a curiosidade de saber e aprender, por exemplo, qual o artigo da Constituição que qualifica e enquadra o cidadão, nos crimes de “Atos Antidemocráticos”. Seus parágrafos e incisos com devidas penas. Em qual artigo se insere o Estado Democrático de Direito? E o significado deste termo, que além de redundante ou pleonástico parece-nos contraditório, pois a nossa Constituição configura o Brasil como um Estado Democrática de Direito.

O STF tem poderes para afastar um governador reeleito, diplomado e empossado pelo TSE (Ibanês Rocha do DF), acusando-o de atentar contra o Estado de Direito Democrático? Tem poder de polícia, para mandar prender manifestantes pacifistas, considerados como “terroristas”, com intenções de promover um golpe de Estado, marchando na Esplanada dos Ministérios, armados com terços, Bíblias, bandeiras do Brasil e entoando o hino nacional?

A depredação da praça dos Três Poderes, atos criminosos perpetrados por vândalos infiltrados – até hoje não mostraram a foto de nenhum Bolsonarista extraída das imagens do circuito interno – seria objeto de investigação da Polícia ou do STF? O inquérito é conduzido pela autoridade policial, ou por um Ministro da Suprema Corte? E o papel do Ministério Público, em acusar, é dispensável?

O debate da grande mídia, neste último final de semana, abordado por colaboradores independentes, indica que o país está perdido num labirinto jurídico sem saída. E, dedo em riste, apontam o STF como parturiente da crise. O trânsito julgado em última instância, é o olho do furacão. Tudo termina no STF, que comanda o TSE, o CNJ, em tese uma instituição que regulariza seus excessos. Seus superpoderes lhes conferem o direito de reformar qualquer decisão do STJ, por mais insignificante que seja. Interferem do Poder Executivo, e somente a eles cabe a palavra final, de aceitar ou não as Leis votadas e aprovadas por maiorias esmagadoras no Congresso Nacional.

Na visão unânime de todos que opinam sobre este quadro de caos institucional, são caminhos sem volta. Se o STF acatar doravante, as legítimas decisões do Parlamento, delimitando seu espaço, a democracia será salva. Caso contrário, só uma nova Carta Magna, enxuta, poucos artigos e demarcando territórios dos poderes constituídos.  

UMA BREVE VIAGEM NO TEMPO

            No último sábado (06/01/2024) desci a ladeira do Riachão com destino a João Pessoa, para prestar homenagem ao amigo José Neiva Freire, que no dia 05/08/2023, sem aviso, partiu deste mundo humano material, embarcando na jornada que leva ao destino da misteriosa “vida eterna” – não reconhecida pela ciência dos mortais – mesmo assim pregada por todas as seitas e religiões dos mais diversos Deuses, venerados e reverenciados, no nosso pequeno planeta azul.

A imortalidade do espírito, é o argumento místico esperançoso que nos endereça a última morada. Se constitui na inabalável fé – até dos mais céticos ateus materialistas – que após atingir a longevidade e olhando a imensidão do universo, admitem o pensamento do Filósofo Francês Antoine Lavoisier: “na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Se o corpo humano é movido por energia – segundo Albert Einstein – ela é eterna, e se está no cosmo, e pode ser transformada.

A atriz, intérprete musical, documentarista, palestrante e multimídia Mayana Neiva, nos procurou há cerca de três anos, para participarmos de um documentário sobre a vida de seu avô, Neiva, e sua trajetória vitoriosa nas mais diversas atividades laborais que desempenhou com sucesso, destacando-se por sua visão, sempre à frente do seu tempo. Como aprendiz de fotógrafo, tornou-se o melhor fotógrafo de Campina Grande. Trouxe a primeira copiadora Xerox para Paraíba, instalando-a na Rainha da Borborema. A primeira impressora offset, antecipando o fim das Tipografias. Montou em João Pessoa um Parque Gráfico – na época e por muito tempo o maior do Estado – e passou a produzir impressos padronizados, um rico mercado, suplantado pela internet, através de seus programas e aplicativos.

Encontramos no evento, companheiros de jornadas, como Gonzaga Rodrigues, decano do jornalismo paraibano, presidente da Academia Paraibana de Literatura. O “mago”, linguagem que ele usava para se dirigir aos amigos, aos 91 anos estava lá. Foi um dos grandes amigos de Neiva, ponte que nós construímos, levando-o para Editora. O “mago” foi referência quando entramos nos Diários Associados. Ele comandava o Norte. Eu comecei engatinhando no Diário da Borborema.

O artista plástico Chico Pereira – hoje temos certeza que esteve em Shangri-La e inspirou o novelista Inglês James Hilton a escrever sua obra prima “Horizonte Perdido” – segredo da eterna juventude – aos 82 anos, apresenta fisicamente um perfil de pré-sexagenário. Chico foi nosso contemporâneo do Cine Clube Rui Guerra, dos debates sobre as ideologias, ao lado de muitos outros que partiram antes de Neiva. Guerrinha, Chico Lima, Jurandir da Souza Cruz, Orlandão, Peba, Antônio da Kenelux, Zeca Chabo, Chiquinho Duarte – acho que ainda está neste plano terrestre – José do Socorro Lira e o Genial Cineasta Machado Bitencourt. No documentário, depoimentos de apenas quatro amigos da intimidade de Neiva. Eu, Chico Pereira, Gonzaga Rodrigues e Arlindo Almeida. Estranhamos a ausência de Arlindo… Um talento precoce de Campina Grande, que dominava os temas macroeconômicos. Carreira brilhante, marcada por conquistas por onde passou. Da iniciativa privada, ao complicado serviço público.

O saudosismo nos invade nestes momentos, com um misto de tristeza, sensação de perda, orfandade…Equilibra-se pelas boas recordações de estações alegres e felizes, trazendo uma sensação suave e acalentadora, que nesta vida, nada é em vão.

Mayana apresenta um belíssimo texto, historiando a paixão de Neiva (avô) por sua esposa Lala (avó Eulália). Não é cópia de uma fábula Hollywoodiana. O roteiro é real, e mostra a força do amor. O poder manifestado pelos flechados por Cupido, que desafiam o universo e suas leis, resistem ao inexorável tempo e se contrapondo ao poeta Vinícius de Moraes – que tanto buscou o amor e talvez nunca tenha encontrado – o amor de Neiva e Lala foi eterno e não apenas enquanto durou (a atração).

A fita mostra também, o período dos governos Militares, a militância comunista de Neiva, sua prisão, e a inabalável crença – mesmo depois de todo sucesso que obteve no mundo empresarial – na romântica sociedade igualitária, fantasia criada por Marx, Lênin e Trotsky, frustrada pelo tirano Stalin. Neiva, ao partir, viu seu sonho realizado. Uma grande família, unida, cuidando do seu legado (Editora) com mais de 200 títulos.  

A GRANDE MENTIRA

            O rompimento do Clã Cunha Lima – racha entre Bruno e Romero Rodrigues, se constitui num factoide, produzido pela mídia (jornalismo de batente) carente de fatos novos, despida de criatividade, porém, comprometida em alimentar diariamente o leitor, ouvinte ou telespectador, com um mínimo de sensacionalismo banal.  Os inúmeros Portais de Notícias, repletos de amadores, demonstram sua precária habilidade de analisar fatos ou acontecimentos – por desconhecerem a história e ignorarem como funciona o poder nas suas entranhas – se mostram inábeis de enxergarem a lógica, bem abaixo de seus narizes.

            Para desmistificar toda esta baboseira – parturiente de intrigas que só existem na mente de quem as escreve ou posta – comecemos pela ausência de episódios comportamentais marcantes. Quando e onde, Bruno criticou, desqualificou ou denegriu a imagem do ex-prefeito Romero Rodrigues? Alguma vez tentou sequer comparar sua gestão, com a do seu antecessor? Se autoproclamou como mais capaz e competente? Se tiverem registros destes eventos, que citem. Bruno, no momento, é mais um disciplinado “plantonista” do projeto político do Clã, que resiste há seis décadas. Um continuísta, como foi um dia Cássio, Félix Araújo Filho e o próprio Romero Rodrigues.

            Quanto ao ex-prefeito Romero, alguém tem apontamento de um único pronunciamento público, criticando ou desqualificando a gestão de Bruno? Até onde temos acompanhado as entrevistas, declarações e postura política do ex-prefeito, em nenhum instante ele sinalizou ser adversário de Bruno, disposto a enfrentá-lo no embate eleitoral de outubro próximo. Ao insistirem que se defina como candidato, Romero estabelece um prazo (a perder de vista) e não confessa que seu intento é derrotar Bruno. Oportunidade já teve. Quando Bruno deu uma canetada, exonerando todo mundo, Romero ficou mudo. Se no seu íntimo, existisse a rebeldia de se tornar “ovelha negra” e romper com o Clã, perdeu o “perfect timing”.

            Bruno reconduziu e nomeou todos os principais seguidores de Romero Rodrigues. Por que? Ficou patente – para quem analisa de forma isenta as manobras de bastidores – que Romero não é, e nunca foi concorrente de Bruno. Só os ingênuos acreditam que Bruno iria guardar escorpiões para picá-lo. Ainda tem alguém que duvide, que neste interregno (exonerações) não houve uma conversa de bastidores para ajustarem a equipe, dispensando os dispensáveis, e mantendo os mais fiéis?

            A quem interessa a candidatura de Romero? A um bloco de pré-candidatos a vereadores profissionais da política, que não têm onde irem buscar – no mínimo – dois milhões de reais, para ocuparem ou continuarem com uma vaga na Casa Félix Araújo. Alguns ex-comissionados, que perderam privilégios de empregarem toda a família; outros que ocupam espaços e se aproveitam da função para se tornarem “facilitadores”, criando renda extra… E quem estaria disposto a gastar – financiando Romero – no mínimo 30 milhões de reais numa campanha contra uma máquina e um jovem Rico?

            Para quem já foi gerente do Bar do Spazzio, Romero acumulou experiência suficiente para lidar com bêbados. Todos são ricos, valentes e mentirosos. Na hora de pagar a conta…  

ADRIANO GALDINO SE PREPARA PARA MAJORITÁRIA DE 2026

            Não é a primeira vez que o presidente da Assembleia Legislativa Adriano Galdino, deixa pistas nas entrelinhas, através das inúmeras entrevistas concedidas – quase que diariamente nos Sistemas de Comunicações da Paraíba – e revela sua intenção velada de compor a chapa majoritária de 2026, ocupando uma vaga para o Senado, ou para o governo. No último 02/01/2024, no programa “Frente a Frente” da TV Arapuã, foi enfático ao descartar a possibilidade de ser o vice de Lucas Ribeiro.

Convenhamos que hoje, Adriano é o único nome que dispõe de “ferramentas” para enfrentar a empreitada. Uma oportunidade rara, que pode ser única. Por que não aproveitá-la? Este é o seu momento. Quatro vezes à frente do Poder Legislativo, Adriano criou um ambiente de convivência harmônica com a maioria dos seus pares. Goza do respeito e admiração da classe política e desenvolveu um estilo conciliador, tornando-se mediador entre o parlamento e o Poder Executivo. O que lhes falta? Coragem?

            Impossível era Wilson Braga ser governador. Difícil foi para Ronaldo, Cássio e Ricardo Coutinho. A história nos mostra, que ousadia e coragem, escreve a biografia dos vitoriosos. Saudoso ex-governador Wilson Braga, quando ocupou a 1ª Secretaria da Câmara dos Deputados, se lançou candidato a governador do Estado. Na época, não passava de uma “piada”. Admitiam lhes oferecer a terceira sublegenda. A “Frente de Campina”, unindo o Grupo da Várzea e os Gaudêncios – com as bênçãos do governador Buriti – tinha lançado Enivaldo Ribeiro, então prefeito da Rainha da Borborema.

Braga só era conhecido no Vale do Piancó. Começou a andar, pedir votos e distribuir Bolsas de Estudos do governo federal. Só vence quem disputa. A sorte sempre favorece os mais arrojados.  O presidente Figueiredo sofreu um infarto, e se licenciou por seis meses. Assumiu o seu vice, Aureliano Chaves, que apoiou a decisão do Congresso em extinguir a sublegenda, apenas para Governo do Estado, eleições de 1982.

Na Paraíba, a disputa estava polarizada entre Enivaldo Ribeiro (PDS) e Antônio Mariz (MDB). Com o fim da sublegenda, o PDS e MDB só poderiam ter um candidato ao governo. O Secretário do PDS, era o saudoso deputado Soares Madruga, líder do governo Buriti, amigo íntimo e conselheiro de Wilson Braga. A convenção iria definir o candidato. Madruguinha tinha renovado, e trocado todos os Delegados do Partido no Estado. Enivaldo ficou sem votos para disputar a convenção… O candidato foi Wilson Braga. O vice tinha que ser um nome de Campina Grande. Nenhum político aceitou ser companheiro de Braga.  O empresário José Carlos da Silva Júnior, topou a parada.

Milagrosamente, uma PEC foi aprovada no apagar das luzes de 1981, implantando o “voto vinculado”. O eleitor teria que votar para vereador, prefeito, governador e senador, num único partido. O voto cruzado, seria anulado. A Paraíba na época contava com 173 municípios. O PDS tinha diretórios e candidatos – da legenda e mais duas sublegendas – em todos os grotões. O MDB, em apenas 33.

Wilson Braga foi votado por quem nem chegou a conhecer. Mariz, o imbatível, foi derrotado por mais de 100 mil votos. E o governador licenciado Tarcísio Buriti perdeu sua única chance de chegar ao Senado da República. Mas, foi eleito deputado federal com a maior votação da história. Buriti não acreditava na vitória de Braga. Temia enfrentar Pedro Gondim, e a onda crescente do “voto camarão”. O eleitor votaria de vereador a deputado federal, e deixava em branco o Senado e o Governador. Marcondes Gadelha arriscou e ganhou. Tardiamente, Buriti entendeu que existem três atos sem volta: a flecha desferida, a palavra proferida, e a oportunidade perdida. Adriano já olhou seu atual momento, pelo retrovisor da história?

GOVERNO TRAI O CONGRESSO

            O ano (2023), foi marcado por momentos tensos e aturadas conciliações – entre o Governo Lula e o Congresso Nacional – a procura de caminhos que assegurassem a governabilidade. Resultou numa crise atemporal, só prevista pelos mais céticos, conhecedores do estilo petista de governar. Todos os esforços do parlamento foram em vão. A “ponte” inaugurada desabou, com uma colossal tapeação, do governo, após o Congresso e o STF entrarem em recesso. Acordos negociados e promessas não cumpridas, ampliaram o abismo na praça dos três poderes.

Presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira, atendendo a apelos do Ministro Barroso (presidente do STF) tirou da pauta de votação, a deliberação do Senado em acabar com as decisões monocráticas. Ministro Dias Toffoli, no primeiro dia do recesso, com uma canetada, suspendeu o pagamento de 10 bilhões de reais da J & F (irmãos Batista), dinheiro fruto da corrupção, que seria devolvido à nação. E não teve a mínima preocupação em esconder quem era a advogada dos corruptos: sua esposa.

            O Ministro Fernando Haddad, obstinado em alcançar a meta do déficit zero, mobilizou o Congresso, e criou um imposto sobre apostas esportivas, na esperança de arrecadar 10 bilhões de reais a mais, durante o ano de 2024. Esqueceu de cobrar através da AGU, devolução de valor idêntico, já em caixa, dos “campeões” irmãos Batistas.

 Para aprovar este e outros novos impostos, ficou pactuado com o parlamento a permanência da desoneração da folha de pagamento de dezessete setores produtivos, evitando a demissão em massa de milhões de empregados no setor de serviços. Este movimento surgiu e ganhou força, através das Centrais Sindicais, apoiadores de primeira hora, da campanha de Lula em 2022.

Antes da virada do ano, o governo editou medida provisória, tornando praticamente sem efeito a decisão do Congresso. A desoneração se limita a um salário mínimo. É um Bolsa Renda II, com vistas a achatar a classe média consumidora, e nivelar todos por baixo. Esqueceram estes “gênios”, que sem consumo não existe impostos, e sem tributação, o Estado colapsa por inadimplência.

            Estapafúrdia foi a decisão (risível) de cobrar impostos dos mais ricos. O método adequado seria taxá-los por antecipação, no momento que fossem depositar o dinheiro. Mas, sobre valores já depositados!? Claro que esses poupadores vão sacar tudo, e procurar um paraíso fiscal.  Retórica bazófia, para massagear o ego das viúvas de Moscou.  

O Parlamento teve imensas dificuldades, ao longo do ano, em criar constantemente vias alternativas, capazes de evitar “rotas de colisões” com o Palácio do Planalto. Uma crise institucional, culminaria num tumultuado processo de impeachment.  Lira e Pacheco fizeram sua parte. Só não esperavam, uma rasteira de Lula, com um veto de 34 artigos da LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias. O ato após 31/12/2023 é legalmente constitucional? O orçamento é votado e aprovado no exercício anterior a sua execução. Supomos que o veto seguiria a mesma regra. O Congresso ainda pode derrubar os vetos?   

O Senado foi precavido. Com sua imagem desgastada perante a opinião pública, deu um “cartão amarelo” ao STF – que vinha se transformando desde o governo Bolsonaro – num segundo parlamento. Mas, Lula aposta na Corte. Qualquer derrota nas Casas Legislativas, compostas pelos legítimos representantes do povo, o STF pode reverter o resultado. São alinhados ideológicos do Palácio do Planalto, e farão tudo para salvarem seu governo, e com decisões “monocráticas”. Lira ainda confiará?

Lula mostrou que não tem apreço, respeito e nem medo do Congresso Nacional. Pisou na cabeça da serpente, quando cortou abruptamente o calendário da liberação das emendas parlamentares impositivas. O ano é eleitoral… Deputados e Senadores negociaram com o governo, empenho dos valores e suas liberações até 30/06/2024, último prazo estabelecido pela legislação eleitoral, para transferências de recursos da União para municípios. A Puxada de tapete, tem consequências drásticas: perda de prestígio do parlamentar em suas bases, com riscos de derrotas de seus candidatos. Terá revanche? Provavelmente sim. O Congresso poderá “travar” o governo em 2024.    

SINUCA DE BICO

            As declarações do ex-governador Cássio Cunha Lima, defendendo o fortalecimento do projeto de reeleição do prefeito Bruno, teve resposta imediata da senadora Daniella Ribeiro, que se deixou levar pela emoção, e cometeu grosserias com o herdeiro do legado deixado por Ronaldo Cunha Lima. Daniella esqueceu que deve sua estreia na vida pública, e seu atual mandato de senadora a Cássio Cunha Lima.

Foi escolhida a dedo por Cássio como vice do saudoso Rômulo Gouveia (2004), derrotado por Veneziano Vital do Rêgo por apenas 689 votos. Secretária de Estado do Governo Cássio, teve a oportunidade para se preparar, e alçar voo, alcançando uma das vagas na Assembleia Legislativa. Como segunda opção da chapa de Cássio para o senado federal (2018), vimos no retrovisor 2006, Braga e Efraim. Braga “casou” todos os seus votos com Efraim, que para derrotá-lo, casou os seus com “Doido Bala”. A história sempre se repete. Braga e Cássio enfrentaram uma campanha sem dinheiro.   

            Ao se referir a um projeto de décadas, em defesa de Campina, Cássio esqueceu de aludir que os Rego e Cunha Lima se uniram no distante 1968, para derrotarem Seu Cabral. A única eleição que não participaram – quer seja como aliados ou rivais – foi a de 1972. Ronaldo e Vital estavam com seus mandatos cassados, e seus direitos políticos suspensos por dez anos. Mesmo assim, trabalharam nos bastidores para eleger Juracy Palhano, que perdeu para os mapas eleitorais – Major Câmara – não para Evaldo Cruz.

            Com “tacadas” brilhantes no Congresso, Daniella e seu irmão Aguinaldo jamais imaginaram que terminariam numa “sinuca de bico”, abusando da sorte ou subestimando a habilidade do adversário “paroquiano”. Parafraseando o saudoso senador potiguar Agenor Maria, “o Senado é o Céu… Só não se consegue ver Deus. Mas, ainda se escuta sua voz”. Daniella, como seus 80 colegas, todos querem continuar desfrutando dos privilégios e poderes que só a Casa Revisora do Parlamento dispõe.

            O governador João Azevedo – como destaca Daniella – tem prestigiado seu filho, vice-governador Lucas Ribeiro. Pretende ser candidato ao Senado Federal em 2026. Sua eleição, passa pelo apoio das lideranças políticas vitoriosas no pleito municipal de 2024, que já entrou em contagem regressiva: faltam 281 dias para o primeiro turno, que ocorrerá no dia 06/09/2024, primeiro domingo de outubro. O tempo urge, e João Azevedo – para ganhar ou perder – ainda não tem um candidato a prefeito em Campina Grande, segundo maior colégio eleitoral do Estado.

Fazendo uma analogia ao futebol, João é o “time” que depende do resultado de outros jogos, para sonhar com uma “classificação”. Querem culpar Romero Rodrigues (?) Loucura! Este “filme” todos já assistiram. O lugar que hoje ocupa Lucas Ribeiro, foi recusado por Romero, para não dividir a família.

            Se é para nomear culpados, apontem o dedo para o Clã Ribeiro. O problema é deles. Tem Aguinaldo, Daniella e o próprio Lucas, que poderão disputar contra Bruno. Entretanto, temem o resultado das urnas. Se a candidata for Daniella – mesmo vencendo – amargará a derrota de nunca mais voltar ao Senado. Se Lucas vier para a disputa, não assumirá o governo, dificultando a reeleição de sua mãe. E Aguinaldo, compromete sua recondução em 2026. Será forçado a abandonar suas bases, e cuidar exclusivamente de sua campanha na cidade. Como “bola da vez”, só resta Lucas. É jovem, e repetindo a trajetória de sua mãe – perdeu como vice de Rômulo(2004) e em 2012 não alcançou o segundo turno – tem tempo suficiente para superar uma derrota.

O INFELIZ MANIFESTO DOS DERROTADOS DA FIEPB

O colunista do Jornal da Paraíba, João Paulo Medeiros, postou no espaço destinado a sua coluna Pleno Poder “carta aberta” subscrita por apenas dez, dos vinte e seis Sindicatos que compõem a Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, conclamando todos para impor a presidência da FIEP proibição e suspensão imediata da realização de sua festa de confraternização, evento que consta no calendário da instituição desde sua fundação.

O lamentável foi o descuido do “colunista”, que talvez não tenha lido o conteúdo do convite que ilustrou sua própria matéria. Ou, quiçá, a miopia o impediu de enxergar as palavras escritas… Do contrário, é mais uma vítima do “analfabetismo funcional”: simplesmente não consegue interpretar aquilo que leu.

O que está escrito com nitidez é: “o presidente Francisco de Assis Benevides Gadelha, convida (apenas) todos os membros da diretoria…” Quantos? Se a FIEP tem vinte e seis sindicatos, subtende-se que o número de Diretores não ultrapasse o número de sindicatos. Mas, admitamos que na festa estejam presentes gestores do SESI, SENAI e IEL. Isto não se constitui num “mega evento”, como menciona a aloprada, imprudente e inoportuna missiva. Alegam os dez sindicatos, inconformados com a derrota, que “a crise pela qual passa a entidade, não comportaria um dispêndio a mais de recursos …”.

A FIEPB tem mais de 50 milhões de reais em poupança. Não deve a ninguém e continua em plena expansão, desde o primeiro mandato de Buega Gadelha. Ele cometeu um erro crasso, ao confessar numa entrevista que dispunha desta montanha de dinheiro guardado. Imediatamente se levantou um movimento oposicionista ou “oportunista”, enxergando o tesouro acumulado, fruto de um bom gestor, honesto, probo que soube economizar cada centavo, até atingir este limite. Caso contrário, existiria um “rombo” incalculável, e ninguém se aventuraria a pegar a “batata quente”.

A maldosa e rancorosa “epístola” ainda levanta suspeitas sobre prestações de contas da FIEPB (2021), ajuizada para dirimir dúvidas sobre legitimidade estatutária dos membros do conselho que a aprovaram. A Justiça não sinalizou “irregularidades insanáveis”. Todos os Estados, Municípios e Governo Federal, tem suas contas aprovadas pelos TCE/TCU com “ressalvas”. A pesada burocracia, mutante e com interpretações intempestivas, leva as Cortes de Contas a fazerem estas observações. Aplicam multas e pedem devoluções de pequenos gastos, não considerados crimes de improbidade.

As contas são encaminhadas às Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais e Câmara dos Deputados, que analisam as “ressalvas” em destaque. Sem exceção, não passam de erros contábeis, lançamentos em rubricas distintas, mas, sem dolo, fraude ou falcatrua que resulte em prejuízo ao erário público. Feitas as devidas correções pelas Comissões Temáticas, o plenário geralmente as aprova por unanimidade.

A divulgação do convite de Buega nas redes sociais pode ser interpretada como uma atitude desprendida de quem levanta uma bandeira branca, para reunificar todos, após o desgaste de um embate eleitoral medonho. Foi severamente machucado no processo, quando inúmeras vezes tentaram denegrir sua imagem, atingindo sua honra e família. Nunca deu sequer uma nota de repúdio contra aqueles que o atacaram. Seu altruísmo não foi – talvez jamais seja – reconhecido pelos seus opositores que cegos, frustrados e ofuscados pela Rainha da Borborema, são guiados pelo ódio e pela ganância.

JOGO COMBINADO

            O Palácio do Planalto se absteve de festejar como “vitória”, as sabatinas e aprovações simultâneas no plenário do Senado Federal, dos seus indicados para PGR – Paulo Gonet – e STF, ministro da justiça Flávio Dino.

            O radical ministro Flávio Dino – abraçado até pelo senador Sérgio Moro – pintou seu autorretrato, surpreendendo quase todos os senadores. Bem assessorado, o ex-vice-presidente senador Mourão, revelou discretamente sua performance “carreirista”. Distinguiu o seu notório saber jurídico (doze anos Juiz Federal), mas nas entrelinhas, “grifou” sem verbalizar, que a política para Flávio Dino, foi um meio ou o caminho, escolhido para realizar seu verdadeiro sonho: ser Ministro do STF.

             Na sua indagação, Mourão se limitou a ler uma PEC, com conteúdo que limita a indicação do Presidente da República para Ministros do STF, em apenas 05. As demais vagas seriam 02 da Câmara dos Deputados, 02 do Senado Federal e 02 das Cortes Superiores de Justiça. Exige elaboração de uma lista tríplice, onde os candidatos ao cargo, teriam o endosso da OAB, STF, STJ, Associações de Magistrados, Ministério Público e Conselhos Universitários. A PEC fixa o mandato dos Ministros do STF em 11 anos. Ao concluir a leitura, o senador Mourão destacou: autor, o deputado federal Flávio Dino. O sabatinado riu e acrescentou: o senador esqueceu apenas o ano, 2009. E ainda está aí… A PEC era a estrada que Dino construía para chegar ao STF.

            Ao longo de suas respostas – réplicas e tréplicas – Dino destacou que conhecia o Juiz Federal Sérgio Moro, a quem pediu voto e foi atendido, quando disputou a presidência da Associação de Juízes Federais do Brasil, eleito para o biênio 2000/2002. Indagado sobre o aborto, foi enfático: este tema não é do STF, pertence ao Congresso Nacional. E as decisões “Monocráticas”? Confessou ser absolutamente contra. O Senado votou recentemente uma PEC, extinguindo as decisões monocráticas.  

            Na sua peregrinação pelo Senado, pedindo votos, Dino assumiu compromissos. Se vai honrá-los ou não, saberemos no futuro. Mas, o fato do seu arqui-inimigo, ex-presidente José Sarney, ter sido seu cabo eleitoral, fica patente que ele é um homem do “sistema”. E o comunismo pregado abertamente por Dino? Oportunismo. No ano de 2010, foi candidato a governador do Maranhão e derrotado por Roseana Sarney. Bem que procurou a legenda e apoio do PT. Lula negou. Devia seus dois mandatos a Sarney, que sepultou o Mensalão, e garantiu sua reeleição. Sua única opção foi o PCdoB.

            Voltou a disputar novamente em 2014. O candidato era Edson Lobão Filho. Seu pai, Ministro Edson Lobão, no passado adversário ferrenho de Sarney. Mas, como todo adversário de Sarney, um dia se torna seu aliado, estiveram juntos em 2014 para enfrentar Dino. O desgaste do início da Lava-Jato, cuja origem foi prender o reincidente doleiro Alberto Youssef, comprando por dois milhões de dólares um precatório do Estado do Maranhão – final do mandato de Roseana – deu a Dino o discurso que “metralhou” o PT/MDB. E quem era o Juiz que prendeu Youssef? Sérgio Moro. A Petrobras era vinculada ao Ministério das Minas e Energia, tendo à frente Edison Lobão, que imediatamente renunciou. Todavia, não escapou de ser citado em inúmeras delações.

            Após sua reeleição em 2018, derrotando Roseana, Dino viu o estrago sofrido pelas esquerdas, e principalmente seu partido PCdoB, que praticamente se dissolveu. Trocou de legenda em 2021, e foi abrigar-se no PSB. Como a presidente do PT Gleisi Hoffmann não tem memória curta, ainda lembrava do antipetismo de Dino em 2014, e seus discursos inflamados contra a corrupção, Dino não contou com apoio de nenhum petista “raiz” para ser indicado ao Ministério da Justiça. Tomou no grito.

            O ex-ministro Delfin Neto, referindo-se a Ministros do STF, cunhou uma frase: “eles não tem passado, só têm futuro…” Dino prometeu abandonar a política, partidos e militância. Ótimo para Sarney. Vestirá a Toga, e incorporará à “liturgia do cargo”. O PT não comemorou. Venceu o “sistema”, com total apoio da Direita.    

EXAGEROS E INJUSTIÇA

                Uma Cidade Portuária (nova Dubai) seria construída no município de Mataraca-PB e geraria 600 mil empregos, através de um Porto de Águas Profundas. Matéria levada à exaustão pela mídia palaciana, durante toda a semana. Pelo visto, não passou de uma tentativa de golpe, episódio merecedor de uma investigação séria da equipe que cuida de “blindar” a imagem do governador João Azevedo, inibindo os observadores mais céticos que criticam sua gestão de caçoar sobre o seu sucesso e evitar ampliar o ruidoso coro galhofado pela oposição.

                O vice-cônsul da China, He Yongwei, um dos representantes das relações diplomáticas do gigante asiático com o Brasil, de Recife-PE, informou ao Portal Política Paraíba – matéria postada por Weslley Lino – que seu país desconhece a empresa Brasil CRT. Afirmou ainda que não existe nenhum projeto de tamanha envergadura, fora do seu território. Como ele mesmo dimensionou, o investimento equivale ao PIB do Brasil, ou 450 vezes o orçamento da Paraíba. Em apenas três anos, os “Chineses” iriam investir na Paraíba, o correspondente a 500 anos, a partir de 1530, quando o Reino de Portugal começou a investir nas Capitanias Hereditárias.       

                Ao se reportar sobre o tema, após assinatura de protocolos entre a Prefeitura de Mataraca e o suposto “grupo Chinês”, o governador João Azevedo em coletiva à imprensa (11/12/2023) foi sincero em dizer que não conhecia o projeto. Mas, estava agendado encontro oficial, dia seguinte (ontem 12/12/2023) com os investidores. Escapou em tempo, evitou um vexame e cancelou a reunião, após a matéria postada por Weslley Lino. Provavelmente a advertência do vice-cônsul, informando ao jornalista que já havia comunicado oficialmente ao prefeito e ao governador da Paraíba possibilidades de fraude, João Azevedo evitou o pior.

                A ex-presidente Dilma Rousseff foi vítima em 2012 de um golpe semelhante ao da utópica Cidade Portuária de Mataraca, quando criou a EPL, empresa que construiria o Trem Bala, ligando o Rio de Janeiro a São Paulo. O projeto apresentado por um grupo de picaretas italianos, era uma cópia do Trem Bala do Japão, inaugurado em 1964. Tentando ser mais esperta, Dilma criou uma estatal e contratou os “picaretas” italianos para elaborar o projeto e atrair grandes investidores internacionais, num formato PPP (parceria Pública Privada). Dilma ocupou espaços na mídia e divulgou com ênfase o Trem Bala até 2014. A estatal EPL, contraiu uma dívida de 4,0 bilhões de dólares junto a Bancos Italianos, com aval do Tesouro Nacional.

                Na campanha presidencial de 2018, Jair Bolsonaro ridicularizava as 279 estatais deficitárias, a partir do “fantasma” do Trem Bala. Prometeu fechá-la no seu primeiro dia de governo. Mas, não o fez. A EPL devia aos Bancos Italianos, e o débito já estava ajuizado. Além de centenas de funcionários, a EPL só conseguiu ser incorporada a VALEC em 30/09/2022, quando Bolsonaro concluiu o pagamento do rombo de 4,0 bilhões de dólares. Mesmo após ser incorporada, cláusulas contratuais ainda levaram para VALEC 12 Diretores, e pelo menos, uma centena de “cumpanheiros” técnicos, contratados pela gestão petista da ex-presidenta.               

            Exageros à parte, originado na ansiedade da mídia Pessoaense em bajular de modo extenuante o atual inquilino do Palácio da Redenção, sobressai-se a injustiça em Campina Grande. O Jornalista Geovanne Santos, posta no grupo “Imprensa Campinense”, uma nota convite sobre a filiação do prefeito Bruno Cunha Lima ao União Brasil, evento que contará com a presença do senador Efraim Filho. E destaca na chamada da matéria: “Campina Grande estava carente de um senador”. Sua preferência embaça os fatos.

O jornalista cometeu uma grande injustiça. Veneziano Vital do Rêgo tem abarrotado os cofres da PMCG. Tudo que Bruno tem pedido, tem sido prontamente atendido por Veneziano, usando o prestígio de vice-presidente do Senado Federal. Por outro lado, é visto constantemente na cidade, e reside na Rainha da Borborema.

Comparem-se o que trouxe Efraim Filho (até o presente) para Campina Grande, e as ações concretas de Veneziano! O palanque que elegeu Efraim foi Campinense: Pedro Cunha Lima. Contudo, ele deve sua vitória às bases dos deputados campeões de votos do Republicano, Adriano Galdino e Hugo Mota. Além de Murilo Galdino, Wilson Santiago (pai e filho) Francisca Mota…  O Deputado Adriano Galdino, tem cobrado de Efraim, reciprocidade com a legenda. O Republicano tem projeto, e terá candidato para disputar o pleito do ano vindouro em Campina Grande.

  Se o Republicano tivesse apoiado a candidata do governador Pollyanna Dutra, Efraim teria sido derrotado. Os números nunca mentem: Efraim 617.477 (30,82%) dos votos, Pollyanna Dutra 457.679 (22,84%). Diferença 159.798 (7,91%). Para levar Pollyanna à vitória, bastavam os votos de Adriano (59 mil) e Hugo Mota (158 mil) todos colados com Efraim Morais em 2022.

SAUDOSISMO DE NEY LOPES E SEMELHANÇAS COM O PRESENTE

            O ex-deputado federal potiguar Ney Lopes de Sousa, com registro histórico, vultoso e inapagável nos anais da Câmara dos Deputados – magnífica passagem no parlamento brasileiro – respeitado e admirado como uma das “cabeças pensantes” do alto clero do Congresso Nacional até 2006 – postou ontem em seu Blog, artigo saudosista lembrando os 56 anos da conclusão do seu curso de Direito pela UFRN.

            Era dezembro de 1967… A solenidade foi realizada no Teatro Alberto Maranhão. Como Orador da “Turma da Liberdade”, homenagem ao ex-presidente Juscelino Kubitschek – considerado grande injustiçado na época – Ney foi ameaçado de prisão pelos Militares, por não aceitar “sugestões” da censura no conteúdo do seu discurso. Os Militares haviam feito alterações na Constituição promulgada em 1946, homologada pelo Congresso em 1967, ampliando os poderes do Executivo e limitando os do Judiciário (Suprema Corte) que passou a ser um Tribunal Constitucional, como o dos Estados Unidos, França, Alemanha… Ganhou força o STM (Superior Tribunal Militar).

            Cassações de mandatos, como o do próprio Juscelino, tinham origem num IPM – Inquérito Policial Militar – pautado em três diretrizes: ligações clandestinas com o partido comunista proscrito em 1948; histórico de corrupção, enriquecimento ilícito; liderar ou integrar movimentos ilegais com fins de derrubar o governo. Quem julgava, condenava ou absolvia, era o STM. O STF não tinha poderes constitucionais para intervir.

Não podemos omitir que ocorreram injustiças isoladas, motivadas pelo partidarismo regional. Mas, descarte-se com honestidade, a falsa narrativa de “caça às bruxas”. Este advento “questionável”, passou a ter registros a partir de 13/12/1968, com o Ato Institucional nº 5. A história merece ser resgatada pela memória. Por que até o Google apagou a passagem de Ulisses Guimarães, como apoiador do governo Castelo Branco e integrante de um grupo líderes, que concordaram com o fechamento temporário do Congresso, para o governo impor a Constituição de 1967? Ulisses nunca respondeu um IPM, nem ameaça de cassação. Era do MDB, partido criado pelos Militares. Dividia seu prestígio junto ao governo, ombreando-se com o radical (repórter) Amaral Neto. Ambos só pertenciam à mesma legenda, por recomendação do Palácio do Planalto.

Toda juventude é movida pelos sonhos de mudanças, avanços e contestações, inspiradas nas transformações de costumes e rompimentos com tradições herdadas das gerações anteriores, que doravante as sucederão. Ao longo dos anos, mudam, e pensam exatamente como expõe o poeta cearense Belchior, em uma de suas mais belas canções, interpretada por Elis Regina: “…Como nossos pais”.

Quatro anos após sua formatura, o talentoso de Ney Lopes – jovem ainda imberbe – teve seus valores latentes reconhecidos pelo genial Cortez Pereira, governador indicado pelos Militares, para suceder o último eleito em 1965, Monsenhor Walfredo Gurgel. Ney foi escolhido Chefe de Gabinete, e coube a ele a tarefa de selecionar a equipe do novo governo. Talvez na época, tenha sido alvo de críticas, pela eterna turma do “contrão”, travestida de esquerdas, incapazes e despreparados para competitividade exigida no mundo real. Irracionalmente, esta gente só enxerga espaços em seus projetos de vida, através da “tomada do poder”.

Nas eleições de 1974, Ney foi eleito deputado federal. Em 15/04/1975, com apenas três meses na Câmara dos Deputados, foi o autor do Projeto Lei 274/75 que deu origem ao Crédito Educativo, hoje FIES. Realizou o sonho de milhões de jovens brasileiros, Lei que vigora até hoje. Mudaram apenas o nome para FIÉIS. Expandiu o ensino superior, com a criação de complexos Universitários privados e de qualidade, representando o dobro das Universidades Públicas.

Picuinhas da política “paroquiana” suja, mesquinha e conspiradora, conseguiram cassar o mandato do saudoso governador Cortez Pereira. Por extensão, atingiram todos os seus principais apoiadores. Ney Lopes foi cassado. O ato foi truculento. Mas, existem males, que vem para o bem. Se não tivesse sido cassado, seria “rotulado” pela velha mídia esquerdopata militante, como “filhote da ditadura”.

Ney Lopes retornou ao parlamento em 1990. Oportunidade que o imortalizou. Relator da quebra do monopólio da Petrobras, para comercialização e prospecção. Relator da Lei de Marcas e Patentes… O Japão e outros países haviam patenteado toda a biodiversidade da Amazônia (!?). Recuperamos o que havíamos perdido. Relator do Genérico, posicionou o Brasil em primeiro lugar no ranking dos países de medicamentos mais baratos do mundo… Na época não existia mais Laboratórios Brasileiros. Em apenas um ano, surgiram 180 novos laboratórios genuinamente nacionais. Além de gerar centenas de milhares de novos empregos, Ney salvou milhões de vidas com o baixo custo dos medicamentos.

O seu temor de 1967, ressurgiu sob outro formato.  Ney ainda não comentou que fomos alcançados pelo retrocesso, com a volta do abusivo autoritarismo. Se na sua formatura o medo era os Militares, 56 anos depois, trocou-se apenas a indumentária: a farda deu lugar a “Toga”.           

ADRIANO GALDINO: O TAFFAREL DE JOÃO AZEVEDO

            A reeleição do governador João Azevedo, hoje vista pelo retrovisor (2022), permite enxergar-se nitidamente que foi um projeto abraçado, trabalhado com determinação, afinco e obstinação do Republicanos. Apoiar um candidato do PSB – legenda estigmatizada pelos efeitos devastadores da Operação Calvário – foi além de um desafio. Um mister de fé, paradoxalmente, operado com pragmatismo.

            João foi bafejado pela sorte, e talvez nunca tenha avaliado as dificuldades enfrentadas por seus verdadeiros aliados (Republicanos), puxados pela incontestável liderança conciliadora do deputado Adriano Galdino (Presidente da ALPB), pertencente a uma legenda pautada no Conservadorismo Cristão. João Azevedo, inversamente estava abrigado numa sigla “progressista”, que afrontava os ideais programáticos do Republicanos. Como superar estas diferenças abissais, e construir um caminho convergente, sagrando os interesses do Estado, e posicionando-os supra-partidariamente acima das questões ideológicas?

            O grande inventor do século XIX e XX, Thomas Edison, assinalou que a ideia ou inspiração, representa apenas 1%. O restante, 99% é transpiração. O Republicanos suou muito, trabalhando nos redutos eleitorais interioranos, para levar João Azevedo a vencer no segundo turno. As pesquisas constataram e comprovaram a acachapante derrota nos dois maiores colégios eleitorais do Estado: João Pessoa e Campina Grande. Desvincular o radicalismo nos demais 221 municípios paraibanos, foi tarefa hercúlea do Republicanos. Se João Azevedo tivesse subestimado o poder de Adriano Galdino, Hugo Mota e Wilson Santiago, teria a mesma votação de Pollyanna Dutra: 457.679 sufrágios.

            O calcanhar de Aquiles do governador João Azevedo, tem sido o grupo ideológico que o cerca. Seletivo, trancado em gabinetes e distante do povo, fazem-se de ouvido de mercador das lideranças políticas e suas demandas cotidianas. Será que João avaliou bem a escolha de seu vice, de Campina Grande, o jovem Lucas Ribeiro, na época vice-prefeito de Bruno Cunha Lima? Por que não optou por outro nome, como Adriano Galdino que se disponibilizou em abrir mão do poder da presidência da ALPB?

            Restam 25 dias para o início do micro período eleitoral. A partir de 01/01/2024 entra em vigor o Calendário Eleitoral das eleições municipais. Quem é o candidato do governador João Azevedo em Campina Grande? Por uma questão de lógica, seria o seu vice, Lucas Ribeiro. Por que Lucas nunca manifestou essa intenção? Porque o desejo de seu tio é o governo do Estado. Aguinaldo perdeu todas as suas bases na cidade, atestadas pelas urnas nas eleições de 2022, quando amargou a 13º posição no ranking dos mais votados na Rainha da Borborema, obtendo apenas 4.067 votos. Em sua visão imediatista, o problema das eleições municipais não é dele, é de João, que deve se afastar para não ficar sem prerrogativa de foro. Seu sobrinho, assume o governo.

            Um fato novo, tira João Azevedo do Xeque imposto pelos Ribeiros. Decisão do TSE sobre o julgamento da “Operação Calvário”.  Agora, nas mãos do TRE-PB, o processo será sepultado. Conflito de jurisdição. TRE-PB só julga crime eleitoral. Não enriquecimento ilícito, formação de quadrilha, improbidade administrativa. A ação perde o objeto, por tratar-se de fatos pretéritos, eleições 2014/2018. João foi reeleito em 2022, quando a “Calvário” não o arrolou nas investigações do pleito de sua reeleição.

            O malfadado “Conselho Político” de João Azevedo, que de Campina Grande só conhece o nome da cidade, apostou todas as suas fichas em Romero Rodrigues, rachando os Cunha Lima, hoje apoiado pelos Rego. Perderam besta e chocalho. Romero hoje é a Eminência Parda do governo Bruno. Todos seus desejos, antes de se tornarem “pedidos” são prontamente atendidos.

            Fazendo uma analogia ao futebol, a copa do mundo de 1994, foi salva pelo goleiro Taffarel. Meio campo precário, ataque se resumia a Romário e Bebeto, desesperado Galvão Bueno – narrador da Globo – quando percebia a iminência de um gol gritava: “vai que é tua Taffarel”! Mesmo sem ouvi-lo, Taffarel fazia o milagre acontecer. A decisão foi por pênaltis, e Taffarel deu conta do recado. O “Divino” Baggio, amarelou diante de Taffarel e chutou por cima do travessão.

            Sem ter como formar um bloco de oposição a Bruno, Romero e Veneziano juntos, João Azevedo sobrecarrega o “carregador de piano” de sua gestão, o “Taffarel” Adriano Galdino, a quem manhosamente estimula abraçar a tarefa de formar a única linha de defesa, para evitar uma goleada. Por que não ouviu Adriano e seus pares em tempo hábil?    

EM ENTREVISTA NA PARAÍBA ONYX LORENZONI REVELA PROJETO DA DIREITA CONSERVADORA ALÉM FRONTEIRAS

            Entrevistado pelo Jornalista Padre Albeni em João Pessoa-PB, no último dia 30/11/2023, o ex-ministro do presidente Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, está percorrendo todo o país, lançando livro de sua autoria, sobre a origem e trajetória de um “Mito” que mudou a história política do Brasil, nas eleições presidenciais de 2018.

         O colóquio nitidamente improvisado, entre Albeni Galdino e Lorenzoni, reportagem no estilo “quebra queixo” – quando o repórter não dispõe de pauta, mas, não perde a oportunidade de abarrotar de perguntas uma figura pública – Albeni durante metade da entrevista se dirigia ao ex-ministro chamando-o de Lorenzetti (marca de chuveiro elétrico). E Lorenzoni respondia suas perguntas, se reportando a João (?). Dispensando a confusão do “repente”, o conteúdo foi proveitoso. Lorenzoni revelou que a partir de Bolsonaro, a direita despertou. Sempre foi “maioria” desorganizada, governada por uma esquerda “minoritária” organizada e pragmática.

         Outro fato – cremos ser ainda desconhecido por muitos – foi o surgimento de um movimento internacional da direita conservadora – a partir do Bolsonarismo brasileiro, ideia hoje em plena expansão, organizando-se e atuando em todos os países democráticos, provocando mudanças radicais na Europa Central, Leste Europeu e América Latina. Lorenzoni está há três meses na Europa, e pelo que deixou transparecer em suas palavras, integra esta militância itinerante por todos os continentes.

         Pelo que interpretamos, trata-se de versão oposta da “Internacional Socialista”, movimento extremista inspirado e comandado por Leon Trotsky, defensor da tomada do poder pela luta armada, responsável pela expansão do comunismo – com guerrilhas – em todo o planeta. Sucumbiu com o início da segunda guerra mundial. A União Soviética foi “financiada” por banqueiros, para impedir o nacionalismo Nazista.

         O padre, ao comparar Donald Trump com Bolsonaro, foi retrucado por Lorenzoni. “Trump é um representante da direita conservadora nos Estados Unidos. Mas, tem contra si, o antiamericanismo, estigma criado pela propaganda comunista no período da guerra fria, que os alcunharam “imperialistas”. Conceito ainda resistente e interpretado de forma confusa pela direita conservadora. O nacionalismo (isolacionista) não sobrevive num mundo economicamente globalizado. Repetirá a derrocada da Cortina de Ferro e o COMECON da extinta União Soviética.

          Com sete mandatos no parlamento (dois no seu Estado RS) e cinco na Câmara dos Deputados, Onyx confessou que nunca cumprimentou Lula. Jamais foi ao Palácio do Planalto, quando o PT esteve ocupando suas dependências. É considerado em seu Estado como o maior inimigo do PT, razão de sua derrota em 2022 para o governo do Estado. Por apenas 3 mil votos, Eduardo Leite chegou ao 2º turno. O PT por completo despejou seus votos contra seu maior inimigo, Onyx. Se o PT tivesse chegado ao segundo turno, metade do eleitorado de Eduardo Leite votaria em Lorenzoni.

         Quanto à trajetória de Bolsonaro, Onyx revelou que o “Mito” já esteve nas bases petistas, para confrontar o presidente FHC, e sua política de privatização das estatais. Passou pelo PFL, e foi seu liderado. Como nunca é tarde para se aprender, e mudar em função da realidade, ouvindo o povo, Bolsonaro mudou e acertou.            Influenciou diretamente no fim do Peronismo na Argentina. Acabou o socialismo do Uruguai e Paraguai. E na visão de Onyx, será candidato em 2026. Mesmo Albeni Galdino insistindo, sobre o fato do TSE o ter tornado inelegível, o argumento de Lorenzoni foi preciso. “Lula foi descondenado”. O STF/TSE não tem respaldo para enfrentar o povo e as ruas. Neste aspecto, concordamos. Lula em seu desespero, taxou o STF de “acovardado”. E foram estes “covardes”, que mudaram de posição e o tornaram elegível. Todavia, se Lula continuar sendo abominado pelo povo, STF/TSE mudará novamente de posição sem o menor pudor, como fez Gilmar Mendes (monocraticamente) impedindo Lula de ser Ministro de Dilma, fato que evitaria sua prisão. 

WILSON SANTIAGO: ENCONTRO DO PARLASUL DEFINE ACORDO COM A UNIÃO EUROPEIA E RELAÇÕES COM O NOVO GOVERNO DA ARGENTINA

            Em encontro realizado hoje (27/11/2023) em Porto Alegre, parlamentares do Brasil, Uruguai, Paraguai e outros países da América do Sul – candidatos a integrar o MERCOSUL – debateram a formalização do acordo de livre comércio com a União Europeia, projeto que se arrasta por mais de uma década, e somente agora, com a mudança de governo na Argentina, surgiu a necessidade de uma urgência “Urgentíssima” para selar o pacto até o dia 09/12/2023, último dia do mandato do presidente Alberto Fernandés.

            O deputado federal Wilson Santiago (Republicano/PB), membro do PARLASUL, com assento na bancada que representa o Brasil, esteve presente e ouviu dos demais colegas dos outros países – inclusive Argentina – manifestações negativas, sobre a aprovação em caráter de emergência deste novo “corredor comercial alfandegário” entre os dois blocos econômicos, no modelo que está sendo apresentado. Nada soma ou acrescenta como superávit positivo, para as nações emergentes do cone sul.

Na visão de Santiago, continuaremos a exportar matéria prima e produtos do Agronegócio (alimentos) e passamos a importar produtos de alta tecnologia, com valores elevados. Não existem perspectivas de trocas de know-how, transferências de tecnologias, nem investimentos permanentes através de instalações de plantas fabris, com tecnologias avançadas, para serem implantadas nos países do MERCOSUL.

A ausência de um “Fundo Compensatório”, capaz de manter o equilíbrio entre os dois blocos, se constituiu noutro ponto sensível. Cria um quadro de insegurança para o bloco do Mercosul, com vistas a um futuro próximo, por estar comprometido com o cumprimento de contratos celebrados em longo prazo, fator que engessa a cadeia produtiva e impede buscar, como alternativa, novos mercados consumidores.   

            O estabelecimento de relações comerciais bilaterais e multilaterais entre os Estados (países), têm regras estabelecidas pela Ordem Econômica Mundial, vigente desde o pós guerra de 1945.  Os investidores, detentores do grande capital transnacional, exigem aprovação (aval) do parlamento das nações envolvidas. Sobretudo quando o parceiro comercial é um Estado Democrático de Direito.

A mudança radical do povo Argentino, não confere superpoderes ao presidente recém eleito Javier Milei, de decidir “egocentricamente” o futuro do seu país, sem o endosso do seu parlamento, que representa o povo. Fazendo uma analogia ao setor privado, seria o mesmo que uma empresa contratar um novo CEO. Suas decisões seriam acompanhadas e avaliadas constantemente pelo Conselho de Administração do empreendimento, que se reporta aos acionistas.

As democracias ocidentais consolidadas, Europa e Estados Unidos, vem aos poucos fortalecendo – com seus exemplos – os parlamentos da América Latina, que sempre estiveram reféns do poder executivo. Grave defeito constatado ao longo do tempo, enxergado hoje, pela descontinuidade de seus crescimentos, a partir de mudanças repentinas ou radicais, que desativaram programas bem sucedidos.  

Mudanças de cunho ideológicos, provocam reação em cadeia, gerando desconfiança dos mercados e fugas de investidores internacionais. Wilson Santiago assegura que o Mercosul sobreviverá. Todavia, será monitorado pelo PARLASUL, com regras claras, que superem as alternâncias do poder entre seus membros. Serão negócios entre Estados, acima das ideologias.  

STF RECEBE CARTÃO AMARELO DO SENADO

(Parte II)

É desnecessário (redundante) descrever – fatos ainda vivos na memória do povo – estupros a legislação vigente, cometidos nas eleições de 2022, a partir da decisão revogada pelo TSE – período presidido pelo Ministro Gilmar Mendes – autorizando a implantação do voto impresso. O povo, confiando no Parlamento composto por seus legítimos representantes, aceitou o adiamento de 2018 para 2022, sob alegação da falta de verbas, para adquirir as impressoras, já em uso desde 2016 no vizinho Paraguai.

Tempo suficiente para o Ministro Luís Roberto Barroso, atravessar a praça dos Três Poderes, reunir-se com a CCJ da Câmara, e impor o voto eletrônico, não auditável. Dolo confessado por ele mesmo, ao ser vaiado numa solenidade de Estudantes de Direito. Na ocasião, surpreso com a indignação da juventude, reagiu com agressividade confessando o que todos já sabiam: “nós derrotamos o Bolsonarismo”. Antes, nos corredores da Câmara, o ex-advogado do terrorista Cesare Battisti, zombou com desprezo, 144 milhões de eleitores brasileiros: “eleições não se ganha, se toma”.

O voto eletrônico, passível de fraude, provocou uma onda de protestos nas redes sociais, tema permanentemente em destaque até hoje. Os atos inconstitucionais do STF/TSE, foram “fatiados” e perpetrados por Barroso, Fachin e Alexandre de Morais.  Barroso temendo a amplitude do desgaste do seu nefasto projeto, criou uma “comissão” para averiguar a inviolabilidade das urnas eletrônicas, composta pelas Forças Armadas, OAB, TCU, Universidades… Em seguida, passou o “bastão” para Fachin, que só permitiu a inspeção de apenas 35% das urnas, especificamente as recém adquiridas. As velhas, desde 2026, suspeitas de estarem viciadas, não foram periciadas antes do pleito.

Todos estes fatos e episódios devidamente documentados, jamais foram divulgados ou denunciados pela grande mídia nacional. Pelo contrário, o outrora respeitável Jornalismo Profissional, se submeteu a ser coautor de pelo menos um crime: formação de cartel. O Consórcio Midiático, foi um Cartel criado para controlar a informação, plantar a desinformação, e mancomunado com Institutos de Pesquisas, confundir a opinião pública. Todos, devidamente remunerados com fundos nacionais e internacionais (Open Society).

A mais alta Corte de Justiça do Brasil, escalou um “Xerifão” (Min. Alexandre de Morais) para comandar o TSE com mão de ferro. A finalidade seria conseguir – a qualquer custo – derrotar o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.

 As aberrações cometidas ao arrepio da Lei – sem registros na história das democracias – levaram até a Ministra Cármen Lúcia, em decisão “Monocrática” suspender os efeitos de uma das principais cláusulas pétreas da nossa Constituição: “Liberdade de Expressão”, que deixou de vigorar por doze dias.

 Morais, prendeu jornalistas por crime de opinião, notificou e impôs limites nas redações dos Jornais, Rádio e TV, coibiu divulgação de qualquer matéria contra Lula, inclusive publicações de fatos inapagáveis na imprensa, como por exemplo, sua prisão. Foi vetado o uso da palavra ex-presidiário.  

            O PL, dentro do devido processo legal, havia contratado uma auditoria independente, composta por autoridades como Doutores e Professores da UNICAMP – além de outras referências da área da tecnologia – rastreadores de invasões de sistemas, nas transmissões de dados pela internet. Buscava-se a transparência e identificação de falhas, negligências que permitissem invasão de Hackers nas urnas, ou no código fonte. Numa entrevista coletiva, anunciou o ajuizamento de uma ação, com base neste relatório, elaborado após o segundo turno.               Antes de analisar o pedido, em 20 minutos o Xerifão Morais retaliou: “Monocraticamente” mandou bloquear 22 milhões de reais do Fundo Partidário do PL, ameaçou Valdemar da Costa Neto (sem prerrogativa de foro) e negou peremptoriamente dar provimento à petição, atropelando a instrução processual, que recomenda “abrir vistas” para que o Ministério Público (Fiscal da Lei) se manifestar sobre legalidade do contencioso. Na sequência, parte III (final). Popularidade de Pacheco em alta, e o inconformismo do STF. 

STF RECEBE CARTÃO AMARELO DO SENADO (Parte I)

Complacência sem limites sugere fraqueza, acovardamento ou submissão. O Senado da República e o Congresso Nacional, desde 2016, se tornaram reféns do STF, através das mais extravagantes decisões monocráticas, com caráter puramente intimidatório, extrapolando seus limites e se posicionando acima dos Poderes Executivo e Legislativo. O papel lhes reservado na Carta Magna de guardião foi abolido. Tornou-se um revisor permanente da Constituição (politizado) interpretando e reinterpretando seus artigos, parágrafos e incisos, no seu tempo e momento, atendendo demandas “seletivas”, inclusive as oriundas dos partidos políticos progressistas.

Ontem, 27/11/2023, em duas sessões plenárias, com placar de 52 votos favoráveis e 18 contra, o Senado Federal finalmente resolveu reagir democraticamente, mostrando seu verdadeiro papel, como representante do povo. Começou a pôr freios, limitando os superpoderes do STF, que ainda se considera acima da Lei.

Como menciona o adágio popular, “trair e coçar é só começar”, seguido de outro – “por onde passa um boi, passa uma boiada” – o STF começou a avançar sobre os demais poderes, apoiando a “Operação Lava-Jato”. Permitiu a Polícia Federal prender arbitrariamente um Senador da República, Delcídio do Amaral, com prerrogativa de foro, rasgando o devido processo legal. Nem os militares tiveram tamanha ousadia – caso Márcio Moreira Alves – deputado federal e jornalista do extinto Estado da Guanabara, que havia publicado um artigo, conclamando o povo a boicotar o Dia da Independência, e advertindo as jovens brasileiras a não namorarem cadetes militares.

O então ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e Silva enviou pedido à Câmara dos Deputados para processar Márcio Moreira Alves. A Mesa Diretora realizou uma sessão no dia 12/12/1968, e o plenário negou. Foram 246 votos contrários, e 161 favoráveis. Ao sair do plenário, Márcio Moreira Alves desapareceu e pediu asilo político. Na manhã seguinte, 13/12/1968, o Presidente da República convocou o Conselho de Segurança Nacional e editou o AI-5. Márcio foi o primeiro a ser cassado em 14/12/1968. Sem mandato, todos os cassados poderiam ser presos. Os militares nunca prenderam ninguém estando com mandato popular. Porém, depois de cassado…

Como a prisão do senador Delcídio Amaral foi acatada covardemente pelo Senado, o ministro Edson Fachin – indicado pela Presidente Dilma Rousseff – vingou-se de Eduardo Cunha. Monocraticamente o afastou da presidência da Casa, após o mesmo ter acolhido o pedido de impeachment de Dilma. Proibiu sua presença na Câmara, inclusive acesso a seu gabinete, e o despejou da residência oficial. Acuado, o Parlamento não suportou a pressão, e cassou seu mandato. O juiz Sérgio Moro só autorizou sua prisão quando ele já não dispunha do foro privilegiado.

O mesmo Fachin, que inúmeras vezes junto a seus pares negou os 286 pedidos de Habeas Corpus impetrado pelo advogado de Lula – hoje Ministro do STF – após derrubarem a prisão em segunda instância, o “descondenaram”. Como frisou o ex-ministro Marco Aurélio de Melo, Lula não foi “inocentado”. Alegando conflito de jurisdição, Fachin considerou que a Justiça Federal do Estado do Paraná não tinha poderes para julgar Lula. Seu foro seria Brasília-DF (?). Lula residia no Estado de São Paulo. E, pelo que entendemos, a Justiça Federal abrange todo o território nacional.

Na sequência, parte II.

SUBINDO LADEIRA

            A controversa pesquisa divulgada semana passada pelo Instituto DATAVOX, apresentando dados conflitantes (duvidosos) sobre a avaliação da gestão do governador João Azevedo em Campina Grande, deixou a crônica política cabisbaixa e receosa em opinar sobre seu ceticismo – questionando veracidade dos índices. Blogs, Portais de Notícias, cadeias radiofônicas evitam contrariar a SECOM.  

            O exagerado percentual de 70% de aprovação do governo João Azevedo em Campina Grande, posicionando-o acima do prefeito Bruno Cunha Lima, expõe uma incoerência alarmante, que sugere, no mínimo, erro. Provavelmente não da empresa responsável pela amostragem. Mas, da metodologia aplicada, ou da equipe que esteve em campo coletando dados. Quem tem 70%, transferiria no mínimo 20% para seu pré-candidato a prefeito Jhony Bezerra, que aparece, na mesma pesquisa, com apenas 2%.

            O fato que nos leva a desconfiar da “manobra Jhony” é o silêncio do deputado Adriano Galdino – presidente da ALPB – andarilho dos bairros, ruas, becos e avenidas de Campina Grande, que nunca demonstrou entusiasmo neste projeto “Palaciano”. Pelo contrário, aliado zeloso defensor do governador João Azevedo, continua persistindo no propósito de atrair Romero Rodrigues, como candidato da oposição, para enfrentar o prefeito Bruno Cunha Lima, ao lado dos Rêgo.

            Adriano – como sempre enfatiza – é “acostumado a subir ladeiras”. Sua trajetória foi inspirada no determinismo, obstinação, que lhes custaram paciência e resiliência. Conseguir se impor, como liderança política em Campina Grande e em seu entorno, sonho tentado por muitos, mas, conquistado por poucos. Elegeu seu irmão vereador na Rainha da Borborema, teve coragem de ir para o sacrifício, disputando a PMCG contra Romero Rodrigues (2016). A missão trouxe-lhes aprendizado. Ajudou-o a se consolidar como liderança estadual, com bases espalhadas por todas as microrregiões da Paraíba.  

Na experiência vivida, quando enfrentou a disputa contra Romero Rodrigues (2016), Galdino sentiu o peso de uma Oligarquia sedimentada há décadas na cidade, detentora do “direito de preferência” do eleitor. Não se muda esta performance com retóricas, capaz de quebrar paradigmas, como o conservadorismo do povo campinense. Na visão de Adriano, dividi-los é a forma mais prudente de participar do pleito (2024), com chances de uma disputa.

Quanto a pesquisa, qual foi o “milagre” operado por João Azevedo, capaz de catapultá-lo para patamar de 70%, quando há pouco mais de um ano atrás, usando a “máquina” e o vale tudo de uma acalorada contenda, alcançou apenas 32,63% do eleitorado Campinense? (Segundo turno das eleições de 2022).

 De janeiro deste ano (2023), até o presente (novembro), o governo não trouxe nenhum grande investimento para a cidade, gerador de emprego e renda. Não concluiu nenhuma grande obra. Paradoxalmente, quem está inspecionando obras, é o senador Veneziano Vital do Rêgo. E seu aliado Bruno Cunha Lima, com um programa “obra para todos os lados”, inaugurando pavimentação em ruas nos quatros cantos de Campina.  

Quanto à decisão de Romero, em romper com seu grupo familiar, só existe um homem capaz de convencê-lo: Adriano Galdino, lhes assegurando que, na perspectiva de uma derrota, ele o reconduzirá à Câmara dos Deputados. Romero não confia no governador – que talvez seja candidato ao Senado – muito menos no núcleo ideológico que o blinda, impedindo-o de avançar na busca de abraçar novos aliados. A moeda de troca do mundo político, sempre foi a “palavra” com compromissos cumpridos. Adriano, tornou-se respeitado como “cumpridor de promessas”. Estilo bem-sucedido, usado nas eleições de 2022, quando abdicou de vários redutos, para reconduzir com lealdade a Casa de Epitácio Pessoa, muitos dos seus fiéis amigos com assentos na ALPB.  

SÉRGIO QUEIROZ PODE SER O ELEMENTO SURPRESA

            Estranha-se até o presente, o silêncio da mídia da Capital, que tem esquecido – propositalmente ou não – o nome do Pastor Sérgio Queiroz, como postulante ou integrante de uma das chapa, com vistas às eleições do ano vindouro (2024). Resta perguntar, por que, os Portais de Notícia e Blogs com linha editorial “pautadas” no cotidiano político, nunca demonstraram interesse em entrevistá-lo, e oportunamente averiguar sua predisposição em participar do pleito de outubro (2024).

            Sérgio Queiroz foi a grande surpresa das eleições de 2022. Não foi outsider. Era avaliado pela mídia, como “neófito”, perdido no mundo político/eleitoral, que exibia apenas a ousadia e coragem de ser candidato ao Senado Federal. Sua legenda? o nanico PRTB. Enfrentou “girantes Golias”, estruturas e “máquinas”, como o PT, governo do Estado, PMJP e o poderoso União Brasil, apoiado pelo clã Cunha Lima.  Submeteu todos a uma acachapante derrota em João Pessoa.

            As urnas o revelaram como o primeiro, na preferência dos eleitores Pessoaense, conferindo-lhes 106.885 sufrágios, ou 28,02% dos votos válidos. Para que se tenha noção de sua expressiva vitória, basta observar o pleito municipal de 2020. Cícero Lucena alcançou o segundo turno, com apenas 20,72% (75.610). Nilvan Ferreira com 16,61 (60.615); Ruy Carneiro que disputou voto a voto com Nilvan, 59.730, ou 885 sufrágios a menos. Wallber Virgolino 50.801 (13,92%); Edilma Freire 47.157 (12,93%); Ricardo Coutinho 38.969 (10,68%); Raoni 15.582 (4,57%)…Os demais (oito) candidatos, totalizaram cerca de 29 mil votos.

            Numa leitura mais profunda, com foco na busca de identificar o perfil ideológico do eleitor Pessoaense, constata-se que a grande maioria, desde 2020, se posiciona como Centro, Centro Direita e Direita. João Pessoa não é mais o reduto onde outrora predominou as esquerdas. Cícero Lucena, Nilvan Ferreira, Ruy Carneiro, Wallber Virgolino e Raoni, jamais foram militantes das esquerdas. Juntos (2020) somaram 71,92%. Os “socialistas” da Capital ficaram espremidos no diminuto espaço de 28,8%.

O resultado do primeiro turno, para o governo do estado (2022) repetiu o fenômeno. João Azevedo, com a máquina do Estado e da PMJP (apoio de Cícero Lucena), conseguiu 29,20% do total de votos da Capital. Nilvan 31,10%, Pedro Cunha Lima 26,50%. No segundo turno, pela primeira vez na história, um filho de Campina Grande derrotou um nativo de João Pessoa, em seu próprio território: 58,11 (Pedro), João 41,89. O governador foi “afogado”, por ter mergulhado fundo como “prosélito” das esquerdas.   

Sérgio Queiroz não figurou ainda em nenhuma pesquisa de intenção de votos, registrada e publicada pela mídia. Impossível os atuais pré-candidatos desconhecerem seu potencial. Em amostragens realizadas, para consumo interno – nortear legendas – quando inserem seu nome, ele aparece à frente de Rui e Nilvan, colado em Cícero Lucena. O ex-ministro Marcelo Queiroga, não chega a 4%. Para o prefeito, candidato à reeleição, a fragmentação é sua maior aliada. A cidade está totalmente dividida em “bolhas”. O único capaz de furar todas, e dividi-las é Sérgio Queiroz com seu legado de 2022. Foram 106.885 votos, oriundos da Orla, bairros periféricos… Até nas favelas.  

O CERCO SOBRE CÍCERO LUCENA

            Uma ampla frente de oposição – dividida – está avançando e cercando o território dominado pelo prefeito Cícero Lucena, defendido por um exército numericamente inferior, composto de veteranos, cansados combatentes (lideranças políticas desgastadas) despidas de entusiasmo, afetados pela “fadiga de guerra”.

            Nas pesquisas postadas pelos Portais de Notícias, o prefeito aparece com índices nunca superiores a 33%, tamanho exato da máquina pública. Sua vitória apertada em segundo turno (2020), deveu-se ao recolhimento de Ruy Carneiro – bem avaliado nas classes A, B e C – e o elemento surpresa (apoio) do governador João Azevedo, que aproveitou o ensejo, para se afastar em definitivo de seu padrinho político Ricardo Coutinho. Repetiu-se o fenômeno da “criatura” se voltar contra o seu “criador”, episódio absolutamente previsível e recorrente no meio político.      

Um pequeno gesto, ou aceno de Ruy Carneiro em 2020, na direção de Nilvan Ferreira, teria derrotado Cícero. Entretanto, calejado nas disputas pela PMJP, Ruy enxergou exatamente 2024. Se apoiasse Nilvan, o mesmo seria candidato à reeleição, na onda Bolsonarista, movimento crescente e forte em 2020. Conhecedor dos limites de Cícero, Ruy previu o fato, que ora está  acontecendo. Por que Cícero não fumou o cachimbo da paz com Ruy? Foram tão amigos num passado recente! Vaidade de ambos ou falta de um mediador?

Blogs e Portais de Notícias, registram diariamente movimentações intensas do prefeito da Capital, inaugurando obras de pavimentação de ruas, desenvolvendo programas avançados nas áreas da saúde e educação; recebendo recursos vultuosos de emendas parlamentares, mas, esquecendo de buscar soluções para o principal problema do crescimento desordenado da Capital: mobilidade urbana, transportes públicos de qualidade e vias expressas para locomoção automotiva.

O eleitor “qualificado” de Cícero e Ruy, habitam na Orla, Bancários, Tambauzinho… Por mais que o prefeito invista na periferia “favelada”, nativos desta área se identificam mais com Nilvan Ferreira. Interagem com sua comunicação – originada na Rádio – e seus reclamos veementes, como porta-voz das demandas daqueles que se sentem eternas vítimas do poder público. Esquecidos, abandonados e só lembrados, na fervorosa fé professada pela “Salve Rainha” de Nilvan, que os inserem como degredados filhos de Eva.

Cícero Lucena teve tempo suficiente para mudar sua postura. Atrair lideranças emergentes, criar canais de diálogos com opositores derrotados; mostrar ao povo (humildemente) sua busca pela união de todos, em nome do bem maior, o eleitor; acolher sugestões de seus ferrenhos opositores, e governar com eles. O altruísmo é construtivo conciliador, oposto do egoísmo, divisor e parturiente de mágoas e rancores.

Cícero nada aprendeu com seu mestre, Ronaldo Cunha Lima. Venceu as eleições municipais de Campina Grande (1982) e seu maior adversário na Câmara Municipal, tourou-se líder do seu governo no parlamento mirim Campinense. Quando derrotou Wilson Braga (1990), contava com apenas 10 dos 36 deputados estaduais. No final de seu mandato, o quadro estava invertido.

Os números revelam possibilidades de Cícero Lucena alcançar o segundo turno. Mas, quem o apoiará a partir de então? Repetirá 2016? Chegou ao segundo turno, e não conseguiu uma única adesão, para fortalecê-lo no embate final da disputa? O mapa eleitoral das urnas – segundo turno de 2022 — mostraram claramente o seu limite, e do governador João Azevedo: 29,7% dos votos válidos na Capital.         

NEY SUASSUNA É O NOVO IMORTAL DA ACADEMIA BRASILEIRA DE BELAS ARTES

Com cerimônia de posse marcada para o próximo dia 29/11/2023, o ilustre campinense Ney Robinson Suassuna assumirá a cadeira número 28 da Academia Brasileira de Belas Artes, cujo patrono foi o pintor português – naturalizado brasileiro – José Maria de Medeiros, que ingressou na Academia Imperial de Belas Artes no ano de 1868, e foi contemporâneo, aluno de José Maria Lobo e Vitor Meireles. José Maria de Medeiros foi agraciado em 1884 com a Medalha (comenda) da Ordem Imperial da Rosa, pelo quadro Iracema, até hoje exposto no Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro). O artista imortal foi professor da Escola de Belas Artes durante trinta anos, de 1801 a 1911, ensinando e revelando valores latentes, grandes pintores do século XX.

Ney Suassuna iniciou sua vida profissional (vocacional) no Magistério, em Campina Grande, como professor de desenho e pinturas.

Chegando ao Rio de Janeiro, centro cultural do Brasil, foi acolhido por seu talento na Irmandade Sacre-Coeur de Marie, como professor do mais importante colégio do País, que educava as elites cariocas, por onde passaram os grandes intelectuais do Brasil dos anos sessenta. Em sua biografia, construída pela mídia, registrando apenas fatos perecíveis e parturientes dos acontecimentos quotidianos, esqueceram de investigar seus valores intelectuais.

A neurologia e sua secular pesquisa continua estudando fenômenos sobre pessoas dotadas de elevados níveis de QI, detentoras de imensuráveis capacidade de absorver simultaneamente atividades das mais distintas – capazes de lidar com diversas atividades profissionais – e obter sucesso em todos seus empreendimentos. Infelizmente, este distúrbio funcional impregnado nos meios de comunicação, “rotula” as pessoas, especificamente numa área, espaço que mais se destacam.

Winston Churchill, gênio que atravessou duas grandes guerras mundiais à frente do Almirantado Britânico (Comando da Marinha), na hecatombe de 1940/1945 esteve como Primeiro Ministro do Reino Unido, com os destinos da Inglaterra em suas mãos. Era escritor e amante da pintura. Nos momentos mais tensos da segunda guerra, diversas vezes, seus auxiliares diretos o surpreenderam pintando um dos seus quadros. Escondiam o fato, e passaram a considerá-lo como “excêntrico”. Sua habilidade em unir Estados Unidos, Rússia e a própria Inglaterra, para derrotar o Reich Alemão, não podia ser obra de um escritor ou pintor.

Howard Robard Hughes Jr, até sua morte (1971) o maior bilionário dos Estados Unidos, construtor de aviões e herdeiro de uma petroleira, também foi considerado um “excêntrico”. Era o piloto de teste de seus aviões, tendo sobrevivido a diversos acidentes aéreos. Sua vocação pela arte o levou a fundar um dos maiores Estúdios Cinematográficos dos Estados Unidos, RKO Radio Pictures, que abalou as estruturas de Hollywood. Tinha também uma paixão pela música. Aprendeu na sua solidão tocar o saxofone. Compôs algumas músicas, que só tocava para si mesmo. Nunca permitiu, nem cedeu direitos para gravá-las. Hughes revelou toda a geração de belas atrizes dos anos quarenta. De bons atores. Desenvolveu novos equipamentos (câmeras e áudio). Um belo dia, desistiu de tudo.

A paixão de Ney Suassuna pela literatura e artes nunca foi destacada pela mídia, em função de seu sucesso no mundo empresarial e político. Criou colégios, universidades e desenvolveu novos métodos de ensino, adotados pelo Oriente Médio e Ásia, como a China. Foi Senador da República, Líder do maior partido político no Senado (PMDB), Ministro de Estado, que materializou a transposição das águas do São Francisco. Mas, no seu íntimo, sempre existiu um pintor e escritor.

Saudoso Antônio Ermírio de Moraes, bilionário presidente do grupo Votorantim, era crítico e roteirista de Teatro. Escreveu diversas peças, usou pseudônimo ou doou a alguém da área, temendo que o Brasil o julgasse diferente. Desfrutava o perfil de referência opinativa da economia. Ney Suassuna superou Antônio Ermírio, que tentou dar sequência a sua genética paterna (política), candidatando-se a governador do Estado de São Paulo. Foi derrotado por um guarda da Polícia Rodoviária Federal, Orestes Quércia.

Ney foi Senador da República pelo seu Estado (Paraíba), amigo pessoal de FHC, de quem ouviu apelos para não renunciar o Ministério da Integração Nacional e desistir de ser candidato a governador, momento que foi traído pelo PMDB/PB, pela doutrina “fisiologista” do maranhismo. Como Howard Hughes, Ney desistiu. Ou, deu um basta temporário na política. Talvez ainda volte. Todavia, paraibanos e campinenses devem se orgulhar da mais recente conquista de Ney, hoje ao lado de Pedro Américo e de tantos outros grandes artistas brasileiros, como Cândido Portinari…

IMPORTANDO JHONY

            Os estrategistas políticos – conselheiros do governador João Azevedo – estão cometendo um grave erro de avaliação, superestimando a liderança do atual inquilino do Palácio da Redenção, e subestimando a importância de Campina Grande, importando e impondo o Cearense Jhony Bezerra, como candidato “improvisado” a prefeito da Rainha da Borborema. A cidade é acolhedora, porém “seletiva” e exigente no momento de escolher seus representantes políticos.

Abominamos completamente o argumento de “xenofobia” usado pela mídia palaciana, para rebater um comentário do prefeito Bruno Cunha Lima, cujos ancestrais (paternos e maternos) vieram de outras plagas, aqui se estabeleceram, e ajudaram a construir sua grandeza. São fatos históricos, ignorados pela mídia palaciana, inspirada no comportamento “cosmopolita” hiperativo da Capital, “ventre estéril”. Ao longo do século XX e XXI, fecundou uma única liderança, ex-governador Ricardo Coutinho, posteriormente desterrado pelos seus próprios concidadãos.

Após a redemocratização de 1945, queda do ditador Getúlio Vargas, o primeiro embate eleitoral (1947) eleições municipais, dois “forasteiros” disputaram a Prefeitura de Campina Grande. O Major Veneziano Vital do Rêgo (Limoeiro PE), cunhado do ex-interventor e Senador Argemiro de Figueiredo, e o médico Elpídio de Almeida (Areia-PB), apoiado por Seu Cabral, líder político e econômico da cidade, nascido em Umbuzeiro-PB. Venceu o médico Elpídio. O Major Veneziano foi o mais votado na cidade. Elpídio, na zona rural, que tinha mais eleitores, que a sede do município.

O resultado do pleito, foi o maior baque sofrido pelo saudoso Argemiro Figueiredo. Segundo o inigualável memorialista de campanhas na Paraíba, Médico Alfredo Lucas, no ano anterior, Argemiro tinha elegido dois Senadores e sete, dos dez deputados federais, Constituintes. Entretanto, errou ao impor sua vontade pessoal. Não digeriu a derrota. Em 1951, licenciou-se do Senado, e veio disputar como candidato à PMCG, para derrotar outro “forasteiro” de Pombal-PB, Promotor de Justiça, Plínio Lemos, apoiado por Cabral e Elpídio de Almeida. Foi achatado pelas urnas.

O amigo Arthur Almeida (Bolinha) crítico ferrenho das “familiaridades” políticas de Campina Grande, se revolta e combate o conservadorismo da cidade, que paradoxalmente é um Oásis – centro de referência do empreendedorismo estilo sulista na região – porém, politicamente presa ao atavismo dos Clãs desde 1930.

O governador João Azevedo – sombra de Ricardo Coutinho – depois seu sucessor, teve tempo suficiente para criar e instrumentalizar uma liderança em Campina Grande, capaz de enfrentar os Clãs, ou um dos Clã. Preocupado com a Orla, que lhes impôs uma derrota acachapante na sua reeleição, esqueceu o Planalto da Borborema. Por que não ouviu Adriano Galdino, Murilo, conhecedores da geografia política da cidade, onde são votados e representam seus interesses? Bastava “turbina-los”, com “poder de caneta”.

Optando pelo clã Ribeiro, João Azevedo jamais previu a união dos Rêgo com os Cunha Lima. Enxergou apenas o momento, e esqueceu seu status de “Cristão novo” no meio. Os Clãs têm um único objetivo: defenestrá-lo da política e ocupar sua posição.

A ideia de transformar Jhony num outsider, é um equívoco brutal. O Secretário de Saúde, domina temas de sua área. O perfil do outsider é o oposto de Jhony. Outsiders são figuras excêntricas, revolucionárias, contra tudo e contra todos, independentes e influenciadores da rebeldia. Estouvados, movidos pela imprudência, com postura e discursos anarquistas, que atrai multidões. Jhony não tem esta performance. Se a intenção foi atrair Romero Rodrigues, e “rachar” sua família, João tem memória curta. Romero já o negou, por não confiar nos seus “mentores”. Jhony é, e será sempre bem-vindo a Campina Grande. Mas, observe como a comunidade o aceita: Médico.       

O INSUPERÁVEL NEY SUASSUNA (Final)

            O então prefeito de Campina Grande, Cássio Cunha Lima, após sua reeleição (2000) eliminou toda a oposição local – vitória esmagadora – alcançando 88% dos votos válidos. Lançou-se imediatamente como candidato ao governo do Estado. José Maranhão, reeleito em 1998, teria que se licenciar no ano seguinte (2002) para disputar uma vaga das duas vagas para Senado Federal. Escolheria um nome de sua confiança para sucedê-lo. Seu vice, o “disciplinado” Roberto Paulino, não figurava na lista. Assumiria de “direito” a titularidade do cargo, mas, de “fato”, Maranhão continuaria governando.

            Neste interregno, Ney Suassuna tinha se tornado uma grande estrela, cintilante na constelação política nacional. Seu gabinete em Brasília era uma festa. Diariamente lotado de prefeitos, deputados estaduais, federais – de vários Estados – e da Paraíba, só faltava Luís Couto. O saudoso Wilson Braga, era o primeiro a chegar. Wellington Roberto e vários outros, já tomavam o café da manhã no apartamento de Ney, que morava só.

            Os tempos eram outros, diferentes dos dias atuais. Emendas Parlamentares individuais, de bancadas ou coletivas, eram recursos contingenciados no OGU – Orçamento Geral da União. O limite estabelecido para cada deputado foi fixado em 1 milhão e 600 mil reais por ano. Hoje, 30 milhões e impositivas.

Centenas de Parlamentares, durante seus quatro anos de mandato, com esforço hercúleo, liberavam no máximo 1/3 destes recursos alocados. Mesmo assim, apenas em ocasiões de votações polêmicas, de interesse do governo. Em seu desfavor, tinham ainda que vencer uma burocracia infernal, com regras e normas absurdas, exigidas pelos Ministérios. Ney Suassuna, como trator, “atropelava” todo este “entulho”. Ligação direta com o Palácio do Planalto, liberava as emendas de seus colegas, não só da Paraíba, mas de diversos outros estados.

            As bases do Estado da Paraíba, a partir de vereadores, passando pelos prefeitos, parlamentares estaduais/federais lançaram Ney para suceder Maranhão. A iniciativa não foi de Maranhão. Ele foi puxado pela onda. Mas, se limitava a sinalizar gestos, que concordava. A Paraíba dependia também de Ney, para liberar dezenas de convênios com o governo federal. Maranhão mantinha uma postura de oposição ao presidente tucano FHC, apoiado por Cunha Lima. Seu contato com o Planalto era formal.

            Quinzenalmente, Ney vinha à Paraíba. A festa começava no Aeroporto João Suassuna, com dezenas de figuras o aguardando. Bispo Júlio Paiva, o entrevistava ao vivo, linha direta com a Tambaú FM, ao lado de outros repórteres. Até Didi do jogo do Bicho de Campina Grande, carregando uma obesidade acima dos 100 kg, ia receber Ney no Aeroporto. Estes eventos, incomodavam a bajulação palaciana, que explorava a vaidade de Maranhão. Nos dias que Ney permanecia em João Pessoa, só as moscas e pernilongos frequentavam a Granja Santana. Justificável: para entrar na granja, passava-se pela seletiva Guarita. Se conseguisse a liberação de entrar, o “chá de cadeira” nunca era inferior a três horas, para receber um “não”, ou promessa futura, às vezes vazias.

            Ney, atendia a todos coletivamente. Assuntos que não podiam ser expostos aos presentes, um “cochicho” rápido, num canto de sala, resolvia a demanda. Agia assim no seu gabinete do Senado, Liderança do PMDB, Ministério da Integração Nacional, seu apartamento em Brasília e no Edifício José Primo em João Pessoa. O oposto Maranhão. Três minutos eram suficientes para o “sim”. Dificilmente um “não”. Saudoso amigo Toinho Cabral, foi o primeiro a chamar nossa atenção, sobre a candidatura de Ney ao governo do Estado. Não confiava em Maranhão, e na sua visão, Ney deveria permanecer no Ministério até o final do governo FHC. Era novo, tinha tempo, consolidaria seu nome como a maior liderança política do Estado, e seria governador na oportunidade certa, sem adversários. A leitura de Toinho estava correta.

            No dia 03/04/2002, Ney Suassuna renunciou ao Ministério da Integração Nacional, desincompatibilizando-se para disputar o governo do Estado da Paraíba. Maranhão não fez a festa para recebê-lo como seu sucessor. Pelo contrário, começou a distanciar-se. Esquivou-se da mídia, evitando apresentá-lo como seu candidato. O objetivo doravante, era “desidrata-lo”. Mudou a rotina da Granja Santana, que ao invés de “barrar”, convidava as lideranças para despacharem com o governador. Ney percebeu, que mais uma vez, tudo terminaria saindo do seu bolso, e com valores superestimados. Cansou. Era hora de desistir, e salvar seus negócios no mundo empresarial.

Sem mágoas, rancor, experimentando o desconforto dolorido da traição, e a amargura da ingratidão, abdicou de sua postulação. Para Cássio Cunha Lima, foi o milagre esperado, capaz de torná-lo competitivo.

            O “se” como conjecturas… “Se” Ney decidisse ser candidato, mesmo sem o apoio e empenho de Maranhão, Cássio não teria sido governador. Wilson Braga e Efraim Morais não abandonariam Ney. Maranhão só foi governador, porque Ney elegeu Mariz. Mariz só foi Senador, porque Ney foi o suplente, “trem pagador”. Maranhão não voltaria à Câmara em 1994, havia perdido redutos para Cássio. O partido para prestigiá-lo, o pôs como vice. Mas, o dinheiro, quem gastou foi Ney, para assumir a vaga de Mariz no Senado. Ney elegeu Veneziano Vital do Rêgo, prefeito de Campina Grande. Sonho de Argemiro, de seu avô e de seu pai, derrotado duas vezes. O caixa de Ricardo Coutinho para derrotar Ruy Carneiro, Cássio e Cícero Lucena, saiu da algibeira de Ney Suassuna.

            Ney renovou toda a classe política do Estado. Veneziano em Campina Grande, Ricardo Coutinho em João Pessoa, Maranhão – vice de Mariz – governador por oito anos… Sua última conquista (solitária) foi em 2018, quando no dia 19/09/2018, aceitou ser o primeiro suplente de Veneziano Vital do Rêgo, candidato ao Senado Federal. Estava derrotado. Amanhecia o dia na Granja Santana, colado em Ricardo Coutinho, impedindo-o de pedir o voto preferencial para Luís Couto. Veneziano ficava 24 horas na Guarita da Granja. Se relaxasse, Ricardo mandava votar em Luís Couto. A partir do dia 19/09/2018, quando Ney se registrou como seu suplente, Veneziano desapareceu da Granja e até dos Comícios de Ricardo/João Azevedo. Ney montou sua agenda, e sua rotina se resumia a procurar as lideranças indicadas por ele. Elegeu Veneziano Senador, hoje vice-presidente do Senado Federal.  

O INSUPERÁVEL NEY SUASSUNA (Parte III)

Quando assumiu a Presidência da República, o pai do Real, Itamar Franco, se deparou com um dos piores períodos de secas ininterruptas no Nordeste. Criou o Ministério da Integração Regional – para atender exclusivamente a região – nomeou o ex-governador do RN Aluízio Alves, para comandar a pasta.

O saudoso líder Potiguar procurou na SUDENE soluções definitivas e não ações “paliativas”, para resolver o problema da região, com obras que garantissem às populações envolvidas conviverem com este fenômeno climático. Registros históricos datados desde 1670 já mencionavam períodos de grandes estiagens prolongadas.

Por outro lado, ainda estava viva na memória dos norte-rio-grandenses a tragédia de 1877, quando morreram mais de 100 mil pessoas em Mossoró (RN), cidade sede de um município com 5 mil habitantes, invadida por mais de 100 mil pessoas, que foram buscar alimentos enviados pelo Imperador, mas não chegou a cidade. O navio de alto “calado” não conseguiu atracar no porto de Areia Branca.

A SUDENE entregou-lhes estudos preliminares, realizados sob encomenda de Mário Andreazza, quando esteve no Ministro do Interior. O projeto consistia na transposição de bacias hidrográficas, ligando o Rio Tocantins ao São Francisco, que a partir de sua foz levaria águas para o semiárido (sertão) dos Estados de BA, SE, AL, PE, PB, RN e CE. Aluízio Alves mobilizou toda a região para lutar pela transposição. O movimento ganhou força com o “grito das secas”, movimento criado pela FIEP, tendo à frente o seu presidente, Buega Gadelha.

Criaram uma comissão itinerante para debater, discutir e convencer os Estados de SE, AL e Bahia, contrários à transposição. O poderoso ACM (Antônio Carlos Magalhães), presidente do Senado e líder absolutista da Bahia, estava determinado a pôr um fim no projeto. Mas, Aluízio Alves ainda conseguiu recursos para licitar a contratação do projeto de engenharia, em toda sua extensão. No final de sua gestão, após bons anos de invernos a partir de 1995, o novo presidente FHC suprimiu da sua lista de prioridades a transposição das águas do São Francisco.

No último ano de sua gestão (2001) assumiu o Ministério da Integração Nacional o senador paraibano Ney Suassuna. De origem sertaneja, conhecedor do flagelo provocado pelas secas, desengavetou o projeto da transposição, licitou e contratou as obras da estação de captação, e seu primeiro trecho, levando as águas até a cidade de Monteiro (PB). Obras iniciadas, caminhos sem volta.

Lula assumiu a Presidência da República (2003). Ney já estava fora do Ministério, mas ainda era Senador. Conseguiu assegurar a continuidade das obras, arrancando de Lula o compromisso de executá-la em sua gestão. O presidente “sindicalista” designou o seu vice-presidente, José de Alencar, para comandar o projeto para debelar a sede do Nordeste. Em jogo combinado, entrou o IBAMA, para inviabilizar a transposição. Faltou ação parlamentar. Ney em 2006 não renovou seu mandato. A transposição foi esquecida.

No propósito de complicar a redenção do Nordeste, refém das secas, os “gabinetes” de Brasília sugeriram e criaram o INSA – Instituto do Semiárido, como fonte de pesquisas e projetos destinados a preparar o agricultor com tecnologias adequadas, para o manejo da água e do solo, garantindo sua sobrevivência. Ney Suassuna pulou na frente. Enxergou a manobra, e trouxe para Campina Grande a sede do INSA. Venceu o Ceará, Pernambuco e Alagoas que brigavam pelo órgão.

No momento da instalação, surgiu um problema: onde será a sede (instalações físicas)? Arlindo Almeida, um “campinista” – brilhante tecnocrata – fruto da geração Edvaldo do Ò, procurou Buega Gadelha, presidente da FIEP e apoiador do “grito das secas”. “Vamos perder o INSA por falta de um espaço físico para sua instalação e funcionamento?” Buega imediatamente cedeu as antigas instalações da FIEP, na rua Maciel Pinheiro, edifício Palácio da Indústria e Comércio. O INSA foi instalado.

Ney Suassuna, como Júlio César, foi apunhalado por seus pares, em quem confiava como amigos. Vítima da inveja, não renovou seu mandato em 2006. Foi traído por todos, a partir do governador José Maranhão, que o lançou candidato a governador no propósito de tirá-lo do Ministério da Integração Nacional. O PMDB brilhava no cenário nacional com Ney. Mas, na província, Maranhão era seu chefe e se sentia ofuscado. Iríamos encerrar, como pretendíamos, a história de Ney, neste artigo. Mas, a memória não pode ser atrofiada. Postaremos a última parte amanhã. Economista, grande palestrante, escritor… Ney tem que escrever sua própria biografia.

O INSUPERÁVEL NEY SUASSUNA (Parte II)

A primeira tentativa de Ney Suassuna para chegar ao Senado Federal ocorreu nas eleições de 1982. Ao perceber que sua aspiração era um projeto natimorto, desistiu. Raciocínio lógico: os velhos “caciques” do Estado jamais lhes dariam espaço.
Conheciam – porém propositalmente ignoravam – sua trajetória e bem-sucedida carreira, festejada no mundo empresarial, respeitada pelas elites econômicas cariocas. Na leitura das lideranças políticas paraibanas, Ney poderia despontar como promissora liderança no Estado, criando uma terceira força, ameaçando as oligarquias estabelecidas desde 1945, afeitas e adaptadas à “gangorra” do revezamento pelo poder.

Nas eleições de 1986 – duas vagas para o Senado – o PMDB queimou seu nome no momento da formação da chapa. Esqueceram-no por completo. Humberto Lucena poderia tê-lo convidado para sua primeira suplência. Mas, preferiu continuar ao lado de outro milionário carioca, o industrial Klabin, então maior produtor de celulose do Brasil. Para a segunda vaga, atraíram o tesoureiro da ARENA (depois PDS), Raimundo Lira.

Elegendo 22 dos 23 governadores dos Estados, formando a maior bancada da história do Congresso Nacional (Câmara e Senado), o PMDB saiu das urnas de 1986 como o maior partido político das Américas. Disputou democraticamente, voto a voto – dentro de um sistema pluripartidário – e derrotou dezenas de legendas, representantes das mais diversas classes sociais, inclusive as inspiradas nas distintas correntes ideológicas.

A hiperinflação pós campanha – governo Sarney – começou a arruinar o PMDB. Mesmo apostando na nova Constituição, promulgada em 1988, Ulisses Guimarães, considerado o tetra presidente”, candidatou-se um ano depois (1989) à Presidência da República (PMDB), com apoio do governo Sarney e estimado como pai da Constituição Cidadã, ainda em vigor. Ficou entre os “lanternas” da disputa. Venceu o outsider Fernando Collor de Melo.

No ano seguinte (1990) o PMDB sobreviveu às eleições para governo dos estados, deputados estaduais, federais e senado. Na Paraíba,Ronaldo Cunha Lima teve a coragem de enfrentar a onda “Collor”, o fracasso do governo Sarney, a humilhante derrota de Ulisses e o esvaziamento galopante do PMDB. Lançou-se sem o apoio do governo do Estado (Burity), enfrentando o ex-governador Wilson Braga – nas pesquisas imbatível – e para o Senado Federal escolheu o deputado federal Antônio Mariz (PMDB mais à esquerda) que já havia sido derrotado por Wilson Braga em 1982. Quem bancaria sua campanha? Liso, sem confiança do empresariado, que na época a lei permitia doações, Mariz estava fadado a encerrar sua vida pública. Mas, lembrou-se de Ney Suassuna, que neste interregno, quando foi abominado pelo PMDB/PB, tornou-se milionário até no Iraque.

Quem comandou a campanha de Mariz foi Ney, que obstinadamente desconheceu por completo seus adversários. Mariz fazia um discurso pouco convincente, fora de época. Ney, chegava com a “estrutura”, arrancando o voto para Mariz e puxando Ronaldo Cunha Lima. Se não fosse o empenho de Ney, Ronaldo não teria chegado ao segundo turno. Na missão obsessiva de eleger Mariz, Ney “turbinou” também a campanha de João Agripino Neto, que surpreendeu o Estado, obtendo mais de 300 mil votos, fato que proporcionou o segundo turno. Braga saiu à frente, com mais de 30 mil votos de maioria.

Mariz eleito, Ney primeiro suplente, Burity que havia apoiado discretamente João Agripino Neto, mandou recado para Braga: procurar João Agripino Neto, antes que Ronaldo conquistasse seu apoio. Braga ignorou. Quem fez João Neto apoiar Ronaldo? Mariz. Como? “Respaldo” em Ney Suassuna. Ronaldo venceu. Governou, e Mariz brilhava no Senado, como presidente da CPMI que levou ao impeachment de Collor, setembro de 1982. Após o impeachment de Collor, Mariz foi surpreendido com uma comorbidade mortal: câncer. Ney só assumiu como suplente – alguns dias – forçado pela exigência do afastamento do titular, para tratamento de saúde (cirurgias). Vitória de Ronaldo, Mariz, Braga derrotado… Não faltaram “heróis” para serem condecorados por seus esforços na exitosa batalha. Todavia, mais uma vez, esqueceram a bravura do Ney.

Na sequência, último capítulo sobre a passagem de Ney na política paraibana. Antes que esqueçam.

O INSUPERÁVEL NEY SUASSUNA VISITOU CAMPINA GRANDE – Parte I

ALPB DEBATERÁ CRISE DOS MUNICÍPIOS

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino, realizará amanhã (quarta-feira 23.08.2023) audiência para debater os efeitos da crise instalada nas prefeituras, originada a partir da queda do FPM – Fundo de Participação dos Municípios. O quadro é preocupante e exige ação política imediata, sob pena de comprometer as gestões municipais e o próprio Estado, que tem em orçamento previsões de transferências constitucionais como o FPE – Fundo de participação dos Estados, semelhante ao FPM.

Na visão do deputado Adriano Galdino, trata-se de um “efeito dominó”. A queda de receita nos municípios “compromete serviços básicos e essenciais, como saúde, educação, programas sociais… Atrasa pagamento de fornecedores, paralisa programa de obras, acarretando em desemprego e redução na arrecadação de tributos”.

Carregando em sua bagagem a experiência de ex-gestor municipal, o presidente da ALPB enfatiza a inexistência de prestidigitação, com o uso de números. “Matemática é uma ciência exata. É impossível se administrar um orçamento com despesas fixas e receita variáveis. O correto é o inverso: receita fixa e despesas variáveis, possibilitando ao administrador, avançar – gastar mais em investimentos – ou cortar custos, evitando comprometer o bom funcionamento da Instituição”.

O governador João Azevedo, durante a campanha pela sua reeleição (2022), usou um discurso convincente ao comparar a Paraíba aos demais Estado do Nordeste, exibindo o conceito de AA, conferido pelo Tesouro Nacional e Bancos de Investimentos do Brasil e do Exterior. O Estado superavitário, arrecadando mais e gastando menos. Entretanto, se persistir o recuo gradual no desembolso do FPE e FPM – fato que vem ocorrendo desde janeiro (2023) – seus efeitos podem comprometer em médio prazo a saúde financeira da Paraíba.

Os cortes e contingenciamentos de recursos, atribuídos a equipe econômica do governo federal, irão ampliar o grau de dificuldades na finalização da PEC da Reforma Tributária, ora sendo revisada pelo Senado Federal, que discute cláusulas do Pacto Federativo, garantindo direitos constitucionais de Estados e Municípios, que temem ficar sem “caixa” e passarem a ser literalmente dependentes do governo central.

Deputados Federais, atendendo pleitos de prefeitos – endossados por Deputados Estaduais – estão se sentindo “desconfortáveis” ao saberem que “emendas de custeio” – paliativo para ajudar os municípios atravessarem dias sombrios – não estão sendo pagas (?). Prefeitos de todo o Brasil estão vivendo um “inferno Dantesco”, num ano pré-eleitoral, que estabelece final de mandato para alguns, mas reeleição para muitos. Previsões realistas indicam que mais de 3.000 municípios não conseguirão pagar o mês de dezembro. O prefeito quitará o 13º salário, evitando sua cassação.

Fica difícil disputar uma reeleição com a folha de pagamentos atrasada. Caravanas de gestores municipais têm se deslocado para Brasília, em busca de socorro junto às bases parlamentares de seus Estados – principalmente Norte/Nordeste – vislumbrando solução, inclusive com recuperação de receitas perdidas. Mas, até o presente momento o Congresso Nacional não se sensibilizou com o quadro de adversidade que enfrenta os municípios, e os deixa sem alternativas, senão a decretação de moratórias, caminho sem volta de uma recessão.    

PT CRIA CRISE E TESTA FIDELIDADE DE JOÃO AZEVEDO

A decisão da executiva nacional do PT, reunida virtualmente ontem (14/08/2023), deliberou que a legenda terá candidatura própria em João Pessoa, nas eleições do ano vindouro. Puseram uma pedra no sapato do governador João Azevedo, forçando-o doravante a perder ritmo na sua marcha maratonista e começar a claudicar.

Desmontar a “bomba” armada por Luciano Cartaxo, que se antecipou e já pôs seu nome à disposição do partido, será uma tarefa hercúlea que sinaliza – observando-se sob todos os ângulos – projeto natimorto. Terminará favorecendo o ex-governador Ricardo Coutinho, preferido pelo MDB do Senador Veneziano Vital do Rêgo, que precisa de um palanque na Capital para assegurar sua reeleição (2026).

A ingratidão num eleitorado Cristão pode ser considerada como “heresia”. Veneziano deve a Ricardo Coutinho seu mandato de Senador. A presença e “empenho” de Ney Suassuna foi imperiosa para estabelecer a diferença de votos entre ele e Luís Couto. Todavia, sem Ricardo e a “estrutura do governo”, o neto de Pedro Gondim não teria alcançado o espaço sonhado por seu avô, derrotado em 1982.

As eleições de 2024 diagnosticarão se o PT terá “saúde eleitoral” para sobreviver até 2026. Buscará se fortalecer para a reeleição com Lula, ou lançar Haddad na cabeça de chapa. Nestas circunstâncias, como se posicionará João Azevedo? Lula cobrará fidelidade a ele, e sua legenda. Romperá com Cícero Lucena e abraçará uma postulação petista? Inexiste a posição “neutralidade”. Este tipo de atitude é comum para aqueles que desejam abandonar a vida pública.

Os ventos provocados pelas declarações do secretário de João Azevedo, e seu ato subsequente, confessando a intenção de disputar uma vaga para o Senado Federal em 2026, trouxeram nuvens carregadas, com previsão de tempestades, no curso onde navegava em “mar de Almirante. Aguinaldo Ribeiro, atirando no próprio pé, disparou: “não cabem dois Ribeiros numa chapa majoritária (?)”.

Ninguém ainda conseguiu fazer uma leitura lúcida ou correta, sobre as intenções do líder comandante do Clã Ribeiro.

Em seguida, o governador – na mesma linha de raciocínio – afirma que na majoritária (2026) só cabe uma vaga para o PSB. Quem diz o que quer, escuta o que não quer. Deputado Adriano Galdino falou pelo Republicanos, partido com maior densidade eleitoral na chapa proporcinal das eleições de 2022. Em entrevista se posicionou: sua agremiação quer espaço na chapa majoritária. Caso contrário, a aliança com o governo será rompida.

Sem astrologia ou cartomancia, fica fácil de se interpretar a única alternativa para que todos permaneçam juntos. Copiar a receita de Alagoas, eleições 2022. O Governador Renan Filho renunciou. Seu vice, Luciano Barbosa, em 2020 foi eleito prefeito de Arapiraca. Assumiu o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Dantas – diferentemente de Adriano Galdino – com grande desgaste afastado do cargo por alguns dias. Mesmo assim, conseguiu derrotar o candidato de Arthur Lira e Collor de Melo.

Lucas seria o candidato a prefeito de Campina Grande, para continuarem juntos PP, Republicanos e PSB? Nesta hipótese, Adriano Galdino assumirá o governo e disputará a reeleição. Um quadro perfeito que garante a volta de João em 2030.       

ARTHUR LIRA ENTERRA CPI DO MST

            Usando ato de força, desprezando o diálogo e motivado pela truculência, o presidente da câmara dos deputados Arthur Lira – respaldado em parecer jurídico do parlamento – anulou com uma canetada, a convocação da oitiva do ex-governador da Bahia Rui Costa, Chefe da Casa Civil do governo Lula, que seria inquirido pelos membros da CPI que investiga os desmandos do MST.

            A ansiedade do colégio de líderes – composto pelos presidentes dos partidos com assento no parlamento – na busca arrebatada para se instalar no governo a qualquer custo, fez com que o impossível acontecesse. Não esperaram Maomé ir até a montanha, precipitada, a montanha humana foi ao encontro do profeta. O gesto cobrado pelo esperto ex-líder sindical, veterano e calejado na maestria de usar a pressão, esticando a corda no limite, evitando parti-la, dobrou o oponente que capitulou genuflexoriamente.

            Puxaram o tapete dos deputados federais Coronel Zucco (Republicanos RS) presidente da CPI e do Relator Ricardo Sales (PL-SP). O tombo os levou a beijar o chão. Atingido pelo “fogo amigo”, Coronel Zucco desabafou: “esta casa escreve o pior capítulo de sua história…” Subsequentemente, o deputado Ricardo Salles anunciou que não pediria prorrogação de prazo. Os trabalhos se encerram dia 14/09/2023 – quando apresentará seu relatório – que talvez não seja aprovado por seus pares.

            O avanço das investigações, inevitavelmente chegaria às fontes financiadoras do movimento de invasões. Como “todos os caminhos levam a Roma”, a quebra de sigilos bancários, fiscais e telefônicos atingiria membros do atual governo. Ligações com OCRIM seriam desvendadas, desdobramentos gerariam fatos novos, que poderiam ocasionar um pedido de impeachment do presidente da república. Para quem escapou do mensalão, tropeçou no petrolão e foi alvo da Operação Lava-jato, a CPI do MST tinha que ser abortada.

            Resta a indagação, sobre os poderes superdimensionados conferidos às bancadas do Agro, Evangélica, Conservadora… Por que não resistiram a ousada, intempestiva e inédita ofensiva de Lira? A resposta está nas cúpulas dirigentes do PP, União Brasil e Republicanos, que trocaram sete membros titulares – considerados “Bolsonaristas” – por suplentes que votam com a base do governo, disciplinados e fiéis seguidores das orientações de suas legendas.

A manobra deixou o governo com maioria na CPI e oposição acuada. Doravante, os papéis se inverteriam. Caçadores seriam adejados. Por outro lado, Judicializar o ato discricionário de Arthur Lira? Todos já sabem que o STF é mais “progressista” que Lula.

A maioria do Congresso sempre foi governista. Arthur Lira fez tudo que Bolsonaro pediu, quando esteve na presidência da república. Inclusive, campanha para sua reeleição. Mas, o diplomado pelo TSE foi Lula. A página foi virada, e um novo capítulo se iniciou a partir de 01/01/2023. Fortalecida, a alcateia parte para o ataque. Arrancará três Ministérios e exigirá a destinação dos 60 bilhões, alocados para as obras do novo PAC, para serem endereçados às pastas sob controle do PP, União Brasil, Republicano. O PL começa a fissurar…

ANIMAL POLÍTICO

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, em entrevista exclusiva concedida ontem (08.08.2023) a TV Jovem Pan, teceu considerações sobre o futuro do governo Lula III e o destino do PT. Na sua visão, “Lula acerta ao copiar, erra ao inventar”.  

Com perguntas “venenosas”, a veterana Dora Kramer – ao lado de Cristiano Vilela – puseram em cerco o ex-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, que não se acautelou em descrever o quadro de dificuldades enfrentado por Lula, ora emparedado pelo Congresso Nacional num espaço mínimo que não permite mais “manobras” procrastinatórias, capazes de adiar a entrega de parte expressiva do seu governo ao Parlamento, unido de forma suprapartidária para comandar os destinos da Nação.

Paradoxalmente, ficou perceptível que a briga de Ciro não gira em torno de ideologias (?). A peleja renhida é pela sobrevivência e fortalecimento das siglas. Admite que tem conversado com interlocutores do Palácio do Planalto sobre apoio à governabilidade. Entretanto, considera o ex-presidente Jair Bolsonaro a maior liderança do País – não importa se elegível ou não – e caminhará ao seu lado com o candidato ungido por ele em 2026. No momento, Tarcísio de Freitas ou Romeu Zema.

Usando uma linguagem direta – sem rodeios e com pragmatismo – Ciro antevê que apenas a Reforma Tributária será aprovada consensualmente este ano pelo Congresso. Justifica seu empenho no projeto, alegando tratar-se de um tema que não constava na pauta do atual governo. O texto que dormitava há décadas no Parlamento traz em seu bojo desejo da população por menos impostos, redução do Estado, e maior capacidade de investimentos do setor produtivo.

Paralelamente, CPI (MST) e CPMI dos atos de 08.01.2023 se aprofundam nas suas oitivas, expondo a fragilidade da base governista. Na sessão de ontem (CPMI), com duração de nove horas, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres – preso por quatro meses – com uma única frase desconstruiu toda a narrativa palaciana, pílula “dourada” pela mídia tradicional e militantes: “desconheço os motivos de minha prisão… Se os protocolos de segurança tivessem sido devidamente cumpridos, não teria ocorrido a invasão”. O argumento evidencia a negligência e facilitação proposital de alguém do governo, que ajudou na execução da depredação ocorrida nas sedes dos Três Poderes.

Neste intervalo – em rota de fuga – Lula reunido em Belém do Pará com chefes de Estados que compõem o biombo da Amazônia, em dois pronunciamentos inumou o objetivo da cúpula: “a Amazônia não será um santuário intocável do planeta… Não permitiremos que continue como um depósito de riquezas (inaproveitáveis?) …”. O Brasil detém 70% desta área. Suas palavras acenaram apoio ao agronegócio, e contraditoriamente deixaram pistas sobre a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. O fiasco do encontro estava previsto pela ausência do presidente da França, Emmanuel Macron, que representa o Suriname, considerado “União Europeia”.

A carta – protocolo de intenções – subscrita pelos participantes é considerada como “percurso de Jet ski”: vai do nada, a lugar nenhum. O presidente da Colômbia propôs o fim imediato da exploração de energia fóssil (petróleo e gás natural) em toda a região, pilar de sustentação do discurso progressista. A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) criticou seu próprio governo, alegando que cartas e mais cartas não resolvem o problema, que requer ação. O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) escondeu-se da mídia internacional, que o sopesou como algoz do meio ambiente.

Mesmo diante de todas as adversidades, subestimar o instinto de sobrevivência do “animal político” Lula, é devaneio de amadores. Com todo respeito à experiência do Senador Ciro Nogueira – asseverando que o PT não elegerá ano vindouro nenhum prefeito das vinte e seis capitais dos Estados – inclusive as do Nordeste – Lula não tem dificuldades em se aliar aos seus maiores rivais, para que o deixem concluir seu mandato. Se o preço cobrado for o fim de sua legenda, imitará sem pestanejar Tarás Bulba (personagem do Romance de Nikolai Gogol) que matou seu filho predileto em combate, e em seguida bradou: “só eu que te dei a vida, tenho o direito de tirá-la”. Chega de perder dedos. Que se vão os anéis, e fiquem os nove restantes.

DISPUTA DOMÉSTICA

            Cresce na oposição o nome de Romero Rodrigues, como única alternativa capaz de enfrentar Bruno, aliado com os Regos, no pleito do ano vindouro. Para Romero, mesmo perdendo, mantém seu espaço de líder e pavimenta sua volta à Câmara dos Deputados. Quanto a Bruno, se derrotado, ocupará o lugar deixado por Romero em Brasília. É jogo combinado?

            Os Ribeiros não vão se aventurar com chapa própria. Guardarão sua munição para 2026, quando tentarão reeleger Daniella e Aguinaldo (Senado e Câmara), na expectativa de contarem com Lucas à frente do governo do Estado. O quadro aponta a inevitável desincompatibilização de João Azevedo, obrigado a disputar um mandato sem riscos de derrota. Prerrogativa de foro é imprescindível para “arrastar” as ações judiciais que o envolvem na “Operação Sangria”, que alcançarão prescrição até 2030.

            As últimas declarações de Veneziano, empurraram Romero para os braços de João Azevedo. Seria desconfortável a presença dos dois, no mesmo palanque. Vené não esquece as duas derrotas consecutivas que Romero lhes impôs, principalmente a segunda que foi humilhante, não alcançando o segundo turno.  Por trás dos planos de Romero, está seu tio Catão e o genro Tovar, que espreita a vaga de vice, posição que será exigida pelos Ribeiros – mesmo sem nomes – e o Republicanos, que começa a se estruturar na cidade, sob o comando dos irmãos Adriano e Murilo Galdino.

            Quanto ao radicalismo nacional (Bolsonaro x Lula), os efeitos são mínimos na disputa municipal de Campina Grande, que vota em nomes, não em legendas. E esta disputa vem desde 1945 com Argemiro x Cabral que dominaram politicamente a cidade até 1970. Neste interregno, foram prefeitos Elpídio de Almeida, Plínio Lemos e Newton Rique. Todos com apoio, ora de Argemiro, ora de Cabral, como foi o caso de Elpídio e Newton Rique. Em 1968 foi o último embate da “velha guarda”, quando Cabral enfrentou Ronaldo e Vital do Rêgo, ambos de origens Argemirista: Vital era sobrinho de Argemiro. O vice de Ronaldo, foi Orlando Almeida, genro de Argemiro, filho de Elpídio.

            Em 1972 a eleição foi fria. Cabral havia falecido, Argemiro tinha sido derrotado para o Senado (1970) – assento ocupado desde 1947 – Vital e Ronaldo estavam cassados e impedidos de participarem do pleito. Mas, em 1976, voltou o Argemirismo e Cabralismo, representados por Enivaldo – cunhado de Doquinha, filho de Cabral e Asfora, como vice. Em 1968, foi vice de Cabral. Ivandro foi apoiado pelo Argemirismo.

            Em 1982, Vital dividiu o Argemirismo e foi apoiado pelo Cabralismo, também dividido. Asfora, que era vice de Enivaldo, apoiou Ronaldo. Venceu Ronaldo com apoio da Casa de Argemiro de Figueiredo, através de Orlando e Mirito. Se não tivesse partido prematuramente, Petrônio teria herdado o comando do Argemirismo.

            Campina Grande tem esta característica “conservadora”. Há mais de sete décadas, permanecem na vida pública os herdeiros de Cabral e Argemiro. Entre 1976/2020, estiveram Prefeitos seus legatários: Enivaldo, Ronaldo e Veneziano Vital do Rêgo. Os transitórios foram William Arruda (1965), Evaldo Cruz (1972) , Félix Filho (1992) e Cozete Barbosa, que concluiu o mandato de Cássio (2002). Cai bem uma analogia ao futebol. Treze e Campinense, entre os anos 60/70/80 assumiram a hegemonia do futebol paraibano. A cidade tinha outros times, como o Paulistano e até pouco tempo o Perilima.

 Lamir Mota, que à frente do Campinense conquistou diversos títulos, brigou com a diretoria e fundou o Gavião, que foi campeão estadual no seu primeiro ano. Mas, por falta de torcida, fechou suas portas. Tudo voltou a ser “como d’antes no Quartel do Abrantes”: Treze x Campinense. E na política, a paixão permanece dividida entre Cunha Lima, Rego e Ribeiro. Se por ventura Romero sair vencedor (2024), pode começar a quebrar o padrão, mesmo sendo apoiado – como espera – pelos Ribeiros.

JUSTIÇA ABRIGOU O ILÍCITO

            A vitória de Buega Gadelha sobre a lisura de sua reeleição – terceiro turno tapetão – conquistada no Pleno do TRT-PB (27/07/2023 unanimidade 8×0), nos levou a imaginar, que por questão lógica, restaria a oposição “litigante de má fé” aceitar o resultado e aguardar o próximo pleito. Infelizmente o peçonhento grupo, desagregador e inimigo de Campina Grande, imediatamente escolheu outra rota, com o propósito de implodir a entidade, impedindo sua governança.

            Nesta mesma data (27.07/2023) estava agendada a reunião do Conselho da FIEP, para aprovar o orçamento da Instituição, com vistas a investimentos no ano de 2024. A oposição deliberou pelo boicote. Procurou a Justiça do Trabalho (desta feita a quarta vara) e obteve “liminarmente” suspensão do evento burocrático, ato impensado do titular da Vara, que rasgou irresponsavelmente o Estatuto da entidade. Até quando iremos conviver neste clima de “insegurança jurídica”? A birra dos derrotados, doravante, é impedir o funcionamento da FIEP, SESI, SENAI.

Antes de conseguirem vergonhoso abrigo para o ilícito, ameaças veladas, como postou em seu Portal o Jornalista Walter Santos (wscom) identificou risco de vida para Buega Gadelha e demais membros do Conselho que o apoiam. Chegou o momento das forças políticas de Campina Grande reagirem, como o fizeram nos anos setenta, por ocasião da construção do Estádio “O Amigão”.

O então Superintendente da SUDEPAR, Campinense e carinhosamente conhecido na cidade por “Cao” – filho do saudoso Nô Gomes, irmão de Hélio que era Diretor Financeiro do Grupo São Braz – se posicionou contra a Construção. Na sua visão, bastava reformar o Estádio Municipal Plínio Lemos. A Câmara Municipal se reuniu e lhes conferiu o título de “persona non grata”. O governador Ernani Sátiro o demitiu e construiu o Amigão.

            O poder legislativo Campinense tem o dever de repetir o gesto. Afinal, querem roubar a principal joia da Coroa da Rainha da Borborema. Cao viu sua vida profissional ruir, e o título o impediu de progredir ao lado de Linaldo Cavalcanti, de quem era amigo e um dos seus pupilos.

            Listar os nomes destes inimigos de Campina Grande, sair da defesa e partir para o ataque, é missão do “Campinismo”. Em meio aos dez díscolos, a motivação convergente é a mediocridade que permeia todos. O medíocre é movido pela inveja, sentimento parturiente de todos os males. A própria Bíblia confirma: Caim matou Abel por inveja. Não foi ódio, ressentimento, mágoas, ciúmes…

            Sobre o cálice toxico da inveja, uma das centenas de lendas do conquistador Genghis Khan, relata que em suas guerras para derrotar Russos, Polacos e outros povos, ele escolheu dois Generais para ocuparem a Polônia, que o levaria as portas de Veneza (Itália). Após a vitória, os Generais se apresentaram a Genghis Khan que havia prometido recompensas. Um era invejoso.

           Sabiamente, Genghis Khan se antecipou e prometeu: “o que um pedir, darei o dobro ao outro”. O invejoso prontamente saiu da frente e pediu: “fure meu olho direito”. O dobro seria cegar o outro General. Genghis Khan assim o fez. Em seguida, mandou prender o caolho, que identificou como seu real inimigo. Depois o exterminou. O cego, ele o adotou como seu conselheiro.

            Uma pergunta que não cala: Como Nelma conseguiu entrar na FIEP e por que ele saiu?

O TOPO DA PIRÂMIDE

            Em recente entrevista concedida pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro a mídia paraibana – leitura das entrelinhas – ficou patente que a estrutura do Clã, sob sua liderança, alcançou o limite máximo de sua escalada, chegando ao topo da pirâmide. O desafio doravante, é conseguir se manter na altitude da superfície, obstaculizando outros alpinistas – ousados corajosos e competidores – que sobem pelas escarpas, e não medem esforços para chegar ao cume, forçando membros do Clã descer pelas vértices.

            Aguinaldo Ribeiro, verbalizando seu “calcanhar de Aquiles”, expôs um quadro de fragilidade até o momento fora do alcance do debate público, que compromete o projeto de sua irmã – senadora Daniella Ribeiro – e seu sobrinho Lucas Ribeiro (vice-governador) quando, mesmo sem ser indagado sobre o tema, fez questão de destacar que não tem como acomodar dois sobrenomes (Ribeiro) numa chapa majoritária.

            Por outro lado, confessando que seu grupo não dispõe de um nome para disputar o pleito municipal (2024) na sua principal base, Campina Grande, fortaleceu indiretamente o acordo que vem sendo costurado entre Rego e Cunha Lima, com vistas à reeleição de Bruno. O quadro supostamente “pessimista” de Aguinaldo, gera especulações de uma inevitável “desagregação”, ou racha na família.

Daniella Ribeiro, vem se avultando no Senado da República. Conseguiu ser escolhida relatora do OGU, ostentando o melhor momento de sua trajetória política. Largaria tudo para disputar uma eleição municipal? Esta experiência (2012) foi traumática. Não alcançou o segundo turno. Fez uma campanha deserta de lideranças.

Dos três exércitos políticos aquartelados na Rainha da Borborema – há quatro décadas – o que dispõe (no momento) do menor contingente, são as tropas lideradas pelos Ribeiros. Basta observar a composição da Câmara Municipal, formadores de opinião e principais lideranças de bairros.

 Especula-se que o projeto de Aguinaldo Ribeiro é chegar ao Senado Federal em 2026. Para tanto, terá que sacrificar sua irmã, e seu sobrinho, vice-governador Lucas Ribeiro. “Não se faz omeletes sem quebrar ovos”. Se por ventura, Lucas assumir o governo e for candidato à reeleição – o único projeto que interessa ao governador João Azevedo, conjecturando seu retorno em 2030 – Aguinaldo e Daniella serão reféns da legislação eleitoral, que lhes permite apenas renovarem seus mandatos.

Tudo que Daniella deseja é estar ao lado do filho, no comando do Estado, acompanhando-o nos palanques, para assegurar sua recondução. Todavia, aspirações de Aguinaldo, João Azevedo, Daniella, Pedro Cunha Lima e eventualmente Efraim Morais – fazendo uma analogia ao futebol – grandes craques e “estrelas” individuais de uma Seleção, dependem de um bom time para vencer a Copa.

Para quem tem memória curta, lembramos que o Republicanos consolidou a reeleição do governador João Azevedo. O partido permanece unido, coeso e em expansão. Azevedo foi derrotado em Campina Grande e João Pessoa, dois maiores colégios eleitorais do Estado. O empenho do deputado Adriano Galdino foi de um valor inestimável, vencendo com larga vantagem no imenso reduto que compõe dezenas de municípios com eleitorado abaixo de vinte mil votos. Republicanos e Adriano são “coringas” que formam qualquer jogo. Já combinaram com ele(s)?

PLEBISCITOS E REFERENDOS PARA PACIFICAR O PAÍS

            Quando o Poder Executivo perde suas prerrogativas (força), o Parlamento fica acuado e refém das decisões do Poder Judiciário, que por sua vez passa a legislar atropelando a Constituição, que lhes confere “deveres” e não “poderes” como guardião da Carta Magna, o caos institucional se instala, e as crises põem em risco a democracia.

            Exatamente há sessenta anos (1963) o Brasil acabava de percorrer a “via-crúcis” dos dias de hoje, quando o país foi sacudido pelos efeitos pós renúncia de Jânio Quadros, fato que ocasionou e a Instalação (1961) de um modelo semipresidencialista, com funções parlamentaristas. Este novo sistema político, inaugurado por Tancredo Neves (setembro de 1961) escolhido Primeiro Ministro por sua inigualável capacidade de dialogar em todas as frentes, sobreviveu por apenas quatorze meses. Para evitar um colapso da democracia, a opção foi um Referendo, consolidado em janeiro de 1963.

            Registros históricos resgatados, descrevem a realização de um “Plebiscito”. Mas, de fato, foi um “Referendo”. O eleitor foi convocado, para ratificar ou não, um Decreto Parlamentar, que havia criado o Parlamentarismo. Para surpresa do Congresso, a população votou contra, e foi enfática em responder com um “sim”, a indagação se concordava em entregar todos os poderes de Chefe de Estado e Governo a João Goulart, vice de Jânio Quadros, que havia renunciado.

            Desde a promulgação da Constituição Cidadã (1988), o calendário eleitoral não tem atendido às expectativas da população, que “bissextamente” vão às urnas escolher seus representantes, para o grande debate nacional. O povo não elege Ministros do STF, STJ, TSE, STM e TST. Entretanto, o crescente movimento do “ativismo” Judiciário – encorajado pela mídia tradicional – engajado com a agenda progressista global, tem levado a Suprema Corte do Brasil a entrar em rota de colisão contra as demais instituições, ao suprimir seus artigos e garantias, usando pretextos, como a figura intempestiva do “Estado Democrático de Direito” (?) meramente interpretativa.

             Nossa Constituição permite a realização de Plebiscitos, Referendos e Leis de Iniciativas Populares, como a Lei da Ficha Limpa. Para restabelecer os limites dos poderes constituídos, as alternativas seriam: uma nova Constituição, um Referendo ou Plebiscito, que ponha o STF no seu devido lugar, como Tribunal Constitucional, sem poderes interpretativos, legislando de modo “oportunista” no vácuo do Congresso.

            Por que o Presidencialismo só funciona nos Estados Unidos, e na mais recente democracia da América do Sul, o Chile? A Suprema Corte Americana em 1973, decidiu em favor da liberação do aborto. O Congresso e os Estados reagiram contra. Recentemente, corrigiram o erro da intromissão. Como se tratava de Legislação, só os Estados poderiam decidir através do parlamento, a legalidade do ato. No Chile, as esquerdas elegeram em 2022, o presidente Gabriel Boric, que havia prometido uma ampla reforma na Constituição. E o fez, com apoio do Parlamento. Mas, teria que ser referendada pelo povo. A maioria dos que o elegeram, votaram contra as mudanças realizadas, e a Constituição voltou a sua originalidade.

            A nossa Constituição prevê no seu artigo 14, que o povo pode exercer a democracia direta de três circunstâncias distintas: Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular. Por que nenhum parlamentar – não importa se de esquerda ou direita – toma esta iniciativa? Para que o Congresso aprove a realização de um Plebiscito ou Referendo, são necessárias assinaturas de 1/3 do Congresso (513 deputados e 81 senadores) que correspondem a 198 assinaturas. Uma simples ideia que pode ser o “ovo de Colombo”. O parlamento deveria dividir a responsabilidade com o povo, cuja maioria é soberana.

A CAMINHO DO OSTRACISMO

            Ninguém conseguiria antevê, que em apenas cinco anos – com intensidade meteorítica – o ex-governador Ricardo Coutinho despencaria tão rapidamente dos píncaros da glória, alcançado por cinco vitórias consecutivas entre 2004/2018, triunfos marcantes que fulminou a tradicional classe política paraibana, destroçando oligarquias e removendo do poder lideranças sedimentadas por décadas.

Ricardo Coutinho ter conseguido derrotar José Maranhão e o Clã Cunha Lima, duas vezes consecutivas – dois pleitos distintos – era algo tão inimaginável quanto a sua queda vertiginosa a partir de 2020, tropeçando nos cadarços de seus próprios sapatos.

            Não subestimando a importância da cidade de Santa Rita, o PT permitiu que apequenassem seu maior líder no Estado – ex-governador Ricardo Coutinho – quando concordou com o PCdoB em lançá-lo para encabeçar a chapa da oposição, nas eleições municipais do ano vindouro. E para nossa surpresa, sem a concordância do PV.

O mais humilhante foi a sequência dos acontecimentos, construídos com o nítido e inconfundível propósito de arrastar para “sarjeta” da política paraibana, um ex-prefeito eleito e reeleito da Capital, ex-governador da Paraíba por oito anos, que conseguiu eleger um técnico para sucedê-lo.  A direção estadual da Federação (FEBRASIL) formada entre as três legendas (PT, PCdoB/PV), vetou o nome de Ricardo Coutinho, alegando que aguardaria orientação da Executiva Nacional. Inacreditável!

O mais curioso tem sido o silêncio de Ricardo Coutinho, e sua desatenção em não perceber que estão querendo levá-lo ao ridículo. A manobra deixa vestígios das intenções marotas da direção estadual da sua própria legenda, e da Federação Partidária, em queimá-lo por antecipação, evitando sua provável intenção de disputar a prefeitura da Capital. A quem interessa o afastamento do ex-governador da eleição municipal de João Pessoa? A lógica aponta Luciano Cartaxo e o Palácio da Redenção.

O momento único e oportuno para Lula voltar a praça pública, na busca de ser aplaudido, será por ocasião das eleições municipais do ano vindouro (2024). O Palácio do Planalto jogará pesado para arrancar vitórias nas capitais e cidades com eleitorado expressivo, onde tenha possibilidades de segundo turno. Direita x esquerdas, revanche.

O desafio do PT é mostrar – ou tentar ratificar – o resultado da eleição de 2022, que tem “acuado” o presidente e limitado seu espaço a ambientes fechados, com público seleto, cuidadosamente recrutado para estes momentos. Lula tem evitado ir a Restaurantes. É apupado até no exterior. Em suas viagens, só não foi vaiado na China.

 Na Paraíba, Lula viria para um palanque de Ricardo Coutinho ou Cícero Lucena, apoiado por João Azevedo? Como se posicionará o senador Veneziano Vital do Rêgo, íntimo do Alvorada e Planalto, que recebeu apoio irrestrito de Ricardo Coutinho em 2022 na disputa pelo governo da Paraíba? Veneziano subiria no mesmo palanque de João Azevedo? João apoiaria Luciano Cartaxo, na tentativa de defenestrar para sempre Ricardo Coutinho da política paraibana? Jogar Ricardo para Santa Rita é levá-lo ao ostracismo. Mesmo vencendo, será um grande perdedor. Não conseguirá alicerçar bases, para conseguir chegar à Câmara dos Deputados dois anos depois.

ENGANADOS PELA CUPIDEZ

            Tudo que acontece dentro do PT, e seu megalômano projeto de poder, pressupõe-se que seja obra de autoria do ex-guerrilheiro Zé Dirceu. Do mesmo modo, ocorreu durante o período dos governos Militares, com o General Golbery do Couto e Silva, alcunhado pelas esquerdas, ou apelidado como “o bruxo”.

Golbery criou o IPES – ainda no governo Juscelino Kubistchek – expandiu a rede dos IBADE, foi o autor do programa “Aliança para o Progresso”, trouxe milhões de dólares para financiar as eleições de 1960 – recursos do subsídio do trigo – destinados para campanhas vitoriosas da maioria dos governadores da época, e instalação de um parlamento, com superioridade de deputados e senadores anticomunista.

A tarefa de Golbery era barrar a expansão, do então “socialismo Cubano”, motivo de sérias preocupações da política externa dos Estados Unidos, em plena guerra fria contra a União Soviética, disputando a hegemonia política/ideológica do planeta. O “bruxo” partiu há mais de três décadas (1987). Zé Dirceu, ainda está vivo, lúcido e buliçoso. É a “eminência parda” do governo Lula, longe dos holofotes, controlando tudo à distância. Pôs seu filho Zeca na liderança do partido na Câmara, atropelando até a presidente Gleisi Hoffmann. Para Dirceu, política é negócio, e todos têm preço.

Após às últimas eleições (2022), considerada como a mais traumática da história do Brasil – desde “quartelada” que derrubou o Império e proclamou a República – o esperado pela população – que se sentiu lesada – era uma reação revisora do pleito, através do parlamento recém eleito, cuja maioria esmagadora dos seus membros, estavam no palanque do candidato “supostamente” derrotado. Absurdo!

Pacíficos e ordeiros, os Patriotas Cristãos Conservadores jamais cogitaram o uso da violência, para retificar um erro grotesco, ou um brutal estupro a boa-fé cidadã, que acreditou na lisura do pleito com urnas eletrônicas inauditáveis. Seu Exército do bem (deputados e senadores) defenderiam a causa dentro da legalidade democrática, com o uso de instrumentos como CPÌ, CPMI e PEC – Proposta de Emenda à Constituição.

Presidente do TSE, Alexandre de Morais, agiu como fera acuada e usando todo tipo de parafernália para envergar, confundir e distorcer a lei, tentando lacrar dez garrafas com cinco tampas. O povo estava nas ruas, em frente aos quartéis, mobilizados e em busca da verdade. Mas, o pragmático Zé Dirceu sabia que tudo se resolvia com dinheiro em abundância. E logo veio a ideia da PEC do “fura teto”, criando expectativas de deixar todo o parlamento bilionário.

A partir de então, morreu a CPI para apurar abusos do poder do TSE, investigação das urnas eletrônicas, PEC que limitava em 08 anos o tempo de permanência de um Ministro no STF/STJ; impedimento do Judiciário legislar através de decisões ou Jurisprudências; qualquer sentença polêmica da Suprema Corte, invadindo os demais poderes, a decisão final caberia ao Congresso Nacional, e a Câmara participaria das sabatinas dos futuros Ministros do STF.

Vergonhosamente o parlamento correu atrás da “botija”. A isca foi muito atrativa, mesmo existindo toda uma flora marinha para alimentá-los (emendas) os peixes não resistiram em fisgá-la. Restam pouco mais de 80 dias para o Congresso resolver o problema da urna eletrônica, e criar o voto impresso (para recontagem), com vistas às eleições municipais de 2024. Os pré-candidatos das grandes cidades já sabem que pesquisas, jornalismo militante e Marketing, não garantem vitória. O novo profissional da área é o Hacker. E o principal “cabo eleitoral”, Mesários, que poderão enxertar sufrágios de vivos e mortos, presentes e ausentes no sistema, após o encerramento as 17:00hs, fato constatado em 2022. O parlamento vai ser negligente mais uma vez, está sendo enganado, ou enganando o povo?

RETRATO DA CONFRARIA PERDULÁRIA 

Quando gatos e ratos se juntam numa confraternização – um esquecendo seu papel de predador – o grande lesado é o coitado “dono do Armazém”. Esta imagem (foto) que escolhemos para ilustrar o texto, fala muito – ou quase tudo – sobre caráter e charlatanice da nossa classe política, incorrigivelmente pervertida e perdulária, esbanjadora contumaz do dinheiro do público, gasto em causa própria, para alimentar gula insaciável, sob olhar cabisbaixo que só enxerga seus umbigos. 

            O culpado de manter constantemente nosso país à beira do abismo, nas últimas duas décadas, é o Congresso Nacional – deputados e senadores – que ainda conseguem ludibriar a cada eleição, a boa-fé do eleitor. O Presidente da Câmara Arthur Lira que foi aliado de Jair Bolsonaro – candidato derrotado pelas urnas eletrônicas – só reconheceu publicamente a vitória de Lula, após a ameaça e punição do presidente do TSE, “enquadrando” dentro de uma legislação inconstitucional, o comandante do PL Valdemar da Costa Neto, quando apresentou a mídia, relatório constatando indícios de irregularidades das urnas. 

            A denúncia se ampara em documentos, fruto de uma auditoria realizada por empresas especializadas, com apoio de diversas autoridades em tecnologia, inclusive os genias técnicos da UNICAMP. A reação do intocável Ministro Alexandre de Moraes, foi bloquear imediatamente 22 milhões de reais do Fundo Partidário do PL, e mandar “recados” intimidatórios, endereçados a Valdemar, sugerindo mergulhá-lo nas profundezas do Inquérito do Fim do Mundo (Fake News). Arthur Lira tinha “pendências” no STF. Sentiu-se só, isolado, e rendeu-se aos interesses do “Establishment”. 

           O fato de Arthur Lira ter se procurado em salvar sua pele, é reação natural e instintiva da espécie humana. Principalmente para os que não creem na existência de heróis vivos. Para muitos, “glórias e homenagens”, são destinadas aos que tombam no campo da honra. Todavia, agir irresponsavelmente ao permitir e contribuir para que se derrubasse uma Emenda Constitucional, que limitava o teto dos gastos públicos, mostrou seu lado mesquinho, ardiloso e mercantilista, desconhecido pelo povo. 

            Lira manipulou a mídia, parlamento, povão e ainda infringiu uma derrota ao STF, matando quatro coelhos, com uma única “cajadada”. Ao furar o teto dos gastos – projeto de Lula para abarrotar os cofres públicos e comprar através de medidas populares distributivas de rendas, a simpatia do eleitor que o rejeitou em dois turnos – atraiu o PT e todas as esquerdas, que votaram na sua reeleição para presidente da Câmara. Arrostou a decisão do STF, que havia considerado inconstitucional o Orçamento Secreto. Posou como Bolsonarista resistente, antipetista, e conquistou a confiança do mercado, assumindo postura de escudeiro mor, defensor intransigente do liberalismo. 

            Ao furar o teto dos gastos, a política fiscal que baliza as ações do Banco Central, exigiram imediatamente um texto legal substitutivo do governo, respaldado pelo Congresso, para evitar o aumento da dívida pública. Surgiu a ideia do “Arcabouço Fiscal”. As MP (Medidas Provisórias) dos primeiros dias do governo Lula, começaram a represar na pauta do Congresso. E como o “Arcabouço Fiscal” era pouco convincente para o mercado, veio a necessidade de se votar o CARF – gerador de impostos bilionários – agregado à Reforma Tributária, que pelo texto aprovado, só funciona em sua plenitude em 2033. Demandas que criaram dificuldades, para Lira vender facilidades. Em seis meses, o governo pagou 18,6 bilhões de reais em emendas (individuais, bancadas e coletivas). O valor exato do Orçamento Secreto derrubado pelo STF, que destinava 1,5 bi para cada presidente das duas Casas Legislativas, além de 1,0 bi para o relator. 

            E agora? O ano não terminou e falta o Senado “chancelar” tudo que a Câmara aprovou. Claro que terá um preço a ser pago, usando até a absurda “Emenda PIX” – transferência de dinheiro – sem projeto, destinação específica e total falta de transparência, ignorada pelo “austero” TCU, que se imiscuiu até no processo de auditar as urnas eletrônicas. Estes atos criminosos estão sendo acobertados e festejados pela mídia tradicional, que desesperada corre atrás de sua fatia do bolo, e quer participar da farra. 

            Na foto ilustrativa – cena forte – leva a uma indagação: para quem estava vivo há um ano (2022) e não alcançou 2023, imaginaria que um dia, todos estariam “juntos e misturados”? Lula trocando sua “Guayabera” pela farda da Seleção Brasileira, ausência do vermelhão; Zeca do PT abraçado com PP e Republicanos; Lira por trás de Lula e ao lado do seu irmão siamês José Guimarães, conhecido como “Capitão Cueca”; Gleisi Hoffmann fora, ignorada, amargando o ostracismo ao lado dos petistas raiz, que como os Bolsonaristas, sofrem os efeitos decepcionante da traição de seus líderes ardilosos, hábeis enganadores.     

PERSISTÊNCIA TORPE

Após decisão plenária da Primeira Turma do TRT-PB, em sessão ordinária realizada no último 04/06/2023, por unanime – inclusive com parecer favorável do Procurador do Ministério Público do Trabalho – foi negado provimento da apelação da sentença em primeiro grau, que não acatou o pedido de nulidade da renúncia ex-conselheiro da FIEP Severino Accioly. Na decisão do Juiz, com base nos autos, asseverou que Severino Accioly renunciou por livre e espontânea vontade, oficiando seu ato através de uma carta, argumentando razões definitivas, ao ressaltar seu caráter de irrevogável e irretratável.

Mesmo com todas as decisões judiciais contrárias, persiste o intento da chapa derrotada, em tomar o poder no grito. inverter valores, alterar legislações, rasgar regras da Instituição… E erroneamente, esperam o amparo da Justiça (!?). Uma ação precária, pedindo liminar para afastamento de Buega Gadelha – fato ocorrido há 40 dias – foi concedida por um Juiz de Plantão, que substituía o titular em gozo de férias, e sequer observou que seu ato, simplesmente anulava todas as medidas anteriores. Comportamento considerada nos meios formadores de opinião como desrespeitoso, antiético e anticorporativista. Logo no Poder Judiciário!

Como toda ação provoca uma reação, com a liminar em mãos, a chapa derrotada praticou um ato de puro vandalismo – semelhante ao MST – invadindo as dependências da sede da FIEP, ocupando as salas da presidência, diretorias, tesouraria… O Presidente do TRT-PB Paulo Maia, legalista zeloso da imagem do Tribunal Regional do Trabalho, cassou a liminar, inibindo os invasores de realizarem outro evento de desordem.

A decisão plenária de 04/06/2023, motivou a chapa derrotada realizar mais uma investida. Desta feita, as queixas “descontextualizadas” foram apresentadas a Procuradora Marcela de Almeida Maia Asfora, que em 61 laudas, ofereceu parecer em favor dos reclamantes, “opinando” que o Juiz titular da Segunda Vara ou o Conselho de Representantes da FIEP, considerem o afastamento de Buega Gadelha.

Os dez Sindicatos requerentes, protestaram junto a Procuradora, as dificuldades de reunirem um “Quórum” – segundo eles – excessivamente alto (três quartos) ou 18 dos 26 Conselheiros, para votarem pelo afastamento de Buega. Inacreditável! Eles querem estipular em 10? A minoria se sobrepor a maioria? Onde está a democracia?

Por outro lado, a Procuradora talvez não tenha conhecimento que as eleições foram realizadas sob monitoramento do Ministério do Trabalho. Que o Conselho aprovou as contas de Buega (demanda da oposição em janeiro 2023). Quanto as acusações relacionadas a malversações, pertencem a outra esfera da Justiça. Em tese, caíram por terra, quando o STJ determinou a liberação dos bens de Buega (bloqueados) por não terem encontrado – desde 2014 – indícios de irregularidades nas suas contas.

Ainda bem que o Congresso Nacional não funciona, como pretendem os opositores de Buega, com relação a FIEP. Se não exigissem quórum qualificado de três quintos dos membros do parlamento (Câmara e Senado), para afastar um presidente, com maioria simples e em qualquer sessão plenária no primeiro expediente matinal – deserto de deputados – a oposição teria cassado FHC, Temer, Bolsonaro e Lula. A persistência é torpe.

REFORMA TRIBUTÁRIA REINVENTA A RODA

            Arthur Lira a frente, pilotando o destino da liberação recorde de 7,1 bilhões de reais em emendas parlamentares (individuais de bancadas e coletivas) em apenas 24 horas, aprovou a reforma tributária, demanda legítima do setor produtivo – além de Estados e Municípios – que ao longo das últimas quatro décadas, buscava equilíbrio na distribuição de impostos arrecadados, principalmente pelo governo federal.

            A centralização de receitas e impedimento dos Estados e Municípios legislarem sobre a criação de tributos, fixarem calendários eleitorais e elaborarem leis penais que interferissem na Justiça, data do governo Castelo Branco (1964), num dos seus primeiros Atos Institucionais, que transformou a República dos Estados Unidos do Brasil, em República Federativa do Brasil.

            Neste mesmo ato, Castelo “desmilitarizou” as Polícias dos Estados, desarmando-as e proibindo aquisição, ou uso de armas de ataque. Doravante, as Polícias usariam apenas armas de defesa. Havia o temor que a história se repetisse, tendo como exemplos Revoluções de 1930 (golpe de Vargas) Marcha sobre o Rio de Janeiro, apoiado pela Brigada Militar Gaúcha (Polícia) e Em 1932, Revolução Constitucionalista, que levou o Exército Brasileiro a enfrentar as tropas da Polícia Militar de São Paulo.

            A polêmica sobre a reforma relatada pelo deputado Aguinaldo Ribeiro, não se prende ao fato da tão sonhada redução da carga tributária, ato festejado principalmente pela Indústria, que ainda é setor mais sacrificado, e maior pagador impostos no país.

A crítica vem da classe política – principalmente de alguns Congressistas veteranos e experientes — antevêem seus destinos em jogo, com o entesouramento de todos os impostos pelo governo federal. O poder central terá ferramentas para implantar gradativamente uma Autocracia. Como se pregava (anos 30) século XX, “manda quem tem a chave do cofre e o facão (Forças Armadas).

No texto aprovado, o governo federal avança além dos limites demarcados pela Constituição Cidadã, no que diz respeito à centralização da arrecadação. O período de transição termina em 2033. A partir de então, governadores e prefeitos serão Ordenadores de Despesas, como um Ministro, Secretário de Estado ou de Município. Neste caso, é necessário realizar eleições? qual o sentido de elegê-lo?

Esta experiência já é vivida por mais de 3.000 municípios brasileiros, que vivem de pires na mão, esperando o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) principal fonte de receita, que representa 90% do seu orçamento. Obras só são realizadas, através de emendas parlamentares do OGU, ou convênios celebrados com os governos estaduais, que atendem somente seus correligionários.

Se Governadores e Prefeitos, a partir de 2033, receberão no dia 1º de Janeiro a planilha com valores de quanto receberão mês das transferências da União, como poderão criar programas que envolvam gastos com obras e ações sociais? Que discurso usarão para atrair o eleitor? E o parlamento? Perde também sua finalidade. Tanto o mirim (Câmaras Municipais) estendendo-se aos estaduais (Assembleias Legislativas). Se limitarem suas existências, apenas para fiscalizar, terão que fechar os Tribunais de Contas dos Estados, que já tem know-how, e vêm desempenhando há décadas este papel.

No planeta existem três mecanismos de tributação. Na Alemanha e na maioria dos países da Europa Central (Zona do Euro), o principal arrecadador é o Município, que transfere parte para o Estado e União. Tem municípios que arrecadam até 17 tipos de impostos. Nos Estados Unidos são os Estados que têm alíquotas diferenciadas. O Governo Central arrecada apenas o Imposto de Rendas.

Nas Autocracias como Rússia, China, países da Liga Árabe, seus modelos são centralizadores, semelhantes ao que ora foi aprovado no Brasil. Todavia, ainda restam as votações do segundo turno na Câmara e as duas no Senado. Talvez ocorra mudanças, e consigamos algo diferente, como por exemplo, reinventar a roda.

HERÓIS ANÔNIMOS (parte I)

Após a surpreendente vitória de Ronaldo Cunha Lima em 15/11/1982 – disputando a PMCG e derrotando o saudoso Tribuno Vital do Rego – o então Ministro do Interior Mário David Andreazza veio a Campina Grande, cidade que inexplicavelmente ele havia adotado como sua terra natal, para confortar seu amigo, então prefeito Enivaldo Ribeiro, considerado por ele como um filho, ou irmão.

O Engenheiro José Silvino Sobrinho, na ocasião, já era Supersecretário do governo Buriti I, acumulando duas pastas: Transportes e Obras/Planejamento. Comandava o DER, SUPLAN, PB-TUR, CEHAP, CAGEPA. SAELPA e Defesa Civil. Antes, pelo período de dois anos, havia ocupado a Secretário de Obras de Campina Grande e instalado equipe escolhida a dedo por ele, responsável pela elaboração de todos os projetos da gestão Enivaldo Ribeiro.

Nesta visita que citamos no início do texto, Andreazza pousou em João Pessoa e convidou Silvino para acompanhá-lo até Campina. Estávamos na ocasião com Silvino e pegamos a carona. Após sobrevoar a cidade, Silvino mostrando as obras, o Ministro indagou: “Secretário, depois de tudo que estou vendo, o que levou o candidato de Enivaldo perder a campanha?” Sem rodeios e com sinceridade, Silvino respondeu: “perdi algumas noites de sono procurando onde erramos… Só encontrei uma resposta: faltou votos”.

O Ministro Mário Andreazza, passou a ter grande admiração pelo Engenheiro José Silvino Sobrinho e o Arquiteto Renato Azevedo – valores latentes revelados na época – através de suas ideias inovadoras inseridas nos projetos CURA I, II e III, que foi considerado “piloto” (exemplo a ser copiado) pelo Ministério do Interior.

Silvino e Renato se notabilizaram também por conceberem um novo formato de reordenamento urbano, a partir de um Plano Diretor, inspirado na visão futurista da “mobilidade urbana”, tema que só veio ser debatido duas décadas depois, e hoje é fruto de discussão das grandes cidades e metrópoles do país.

Neste novo modelo de “cidade do futuro”, incluíram a criação de um “Distrito” para concentrar todos os serviços Mecânicos. As ruas centrais de Campina Grande eram praticamente intransitáveis, repletas de oficinas mecânicas, tomando espaços principalmente das calçadas. O Distrito dos Mecânicos de Campina foi o primeiro do Brasil.

No ano abundante de 1982, a Prefeitura de Campina Grande abarrotou seus cofres, a ponto de transbordá-lo. Além de dezenas de convênios com o Ministério do Interior, o Ministro Delfim Neto havia criado o imposto eleitoreiro para a campanha: o Finsocial. Usando o prestígio de Andreazza, Enivaldo conseguiu uma montanha de dinheiro do Finsocial, para ser distribuído com a população de baixa renda, fornecendo material de construção. Caibros, telhas, ripas, tijolos e cimento, de junho (1982) até novembro, toda a população de Campina Grande (carente ou não) usaram, e até se estocaram.

Passada a eleição, surgiu um problema enxergado unicamente pelo então presidente da Câmara Municipal, Vereador Altair Pereira (Bazinho). Na mesma velocidade que o dinheiro entrava, era imediatamente gasto. O gabinete do Prefeito não atentou para a burocracia, que determina um pedido de suplementação orçamentaria a Câmara, e só após sua aprovação, os recursos poderiam serem incorporados ao Orçamento e gastos. O volume de recursos, se não triplicou, pelo menos duplicou o Orçamento previsto para 1982.

Barzinho (Altair Pereira) criou uma força tarefa, e com mão de ferro, convocou sessões quase que diárias, no período de novembro (1982) até 20.01.1983. Uma bronca grande. Vereadores que foram derrotados, não queriam participar das sessões. Os vitoriosos novatos e da oposição, tentavam impedir os trabalhos legislativos, na intenção de deixar Enivaldo condenado e inelegível para sempre, além de ter que devolver recursos, como determina o TCU. Barzinho não só provou sua lealdade a Enivaldo. Protagonizou um ato heroico, altruísta, sem alardes e no anonimato. Quanto a Andreazza, merece ser imortalizado, homenageado com um nome de rua ou logradouro púbico importante. Campina sempre mostrou gratidão, por aqueles que contribuíram com sua grandeza.

 ALDO REBELO FAZ DIAGNÓSTICO DA CRISE

A TV Jovem Pan, entrevistou no dia 05/06/2023, no seu programa Direto ao Ponto, ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro de diversas pastas dos governos petista, Aldo Rebelo. Quem se interessar em se inteirar um pouco mais sobre a história política recente do país, aconselhamos buscar no Youtube (Jovem Pan) a brilhante explanação daquele que conhece os obscuros corredores do submundo da política, e suas consequências nefastas, danosas e contrárias aos verdadeiros interesses da nação.

Rebelo Interpretou com perfeição, os eventos marcantes da geopolítica econômica no final do século XX – cataclisma que ocasionou a queda do Muro de Berlim – acarretando uma derrocada em ordem de grandeza imensurável, causando efeitos colaterais, como o fim de um ciclo, ou período da história, orbitado em torno dos debates radicais estéreis, promovidos pelas ideologias. Paradoxalmente, todas financiadas por uma única fonte: o “dinheiro velho” do grande capital secular transnacional.

Alagoano, natural da cidade de Viçosa, Aldo Rebelo – filho de um vaqueiro do saudoso Teotônio Vilela – ingressou na vida pública através do movimento estudantil, e após ser presidente da UNE, filiou-se ao radical PCdoB. Conseguiu se eleger cinco vezes (consecutivamente) deputado federal pelo Estado de São Paulo, participou de todas as principais comissões temáticas da Casa Legislava, chegando a presidir as mais importantes. Desfrutou de um bom Trânsito nas diversas correntes políticas instaladas no Congresso Nacional, e era respeitado pela sua postura altruísta, sempre em busca da construção do debate convergente, que privilegiasse o Brasil.

Foi o único comunista, que o ex-presidente Jair Bolsonaro respeitou, e pediu em plenário, sua indicação para o Ministério da Defesa do governo Lula II. Chegou à Presidência da Câmara (2005/2007) e aprovou o atual Código Florestal, “gastando apenas saliva, e oferecendo café e água para seus pares”, como desatacou. Diferentemente dos dias de hoje, que cada deputado é um partido, e seu voto tem um preço.

Rebelo amadureceu, e sua lucidez hoje é demonizada pelos comunistas, por ser um defensor ardoroso do Agronegócio, Forças Armadas e opositor dos movimentos ambientalistas, cujo propósito – segundo ele – é “congelar” as riquezas da Amazônia e segurar o crescimento do Brasil. O ex-ministro é também opositor das pautas identitárias. Para ele, estes temas sepultarão as anacrônicas esquerdas, que tem um presidente (Lula), e diferente de 2003/2010, até agora, não conseguiu uma única adesão desde sua posse.

Ao destacar os principais problemas do país, Rebelo aponta como mais grave a insegurança jurídica: “STF são onze Constituições ambulantes”. Presidente no Brasil não governa desde 2015, quando o STF impediu Dilma de nomear um Ministro. Temer também foi impedido, e Bolsonaro não conseguiu emplacar um Delegado da Polícia Federal. Rebelo considera a crise entre os poderes como gravíssima, com tendência de se aprofundar. Na sua visão, a única alternativa seria um “Emendão”, demarcando limítrofes dos poderes, ou uma nova Constituição. A atual Carta Magna, sob seu ponto de vista, está superada, viciada e sem consertos. Lembrou inclusive que sua elaboração foi “politiqueira” e a promulgação (1988) ocorreu véspera da primeira eleição direta, após a redemocratização.

Ulisses Guimarães fez todas as concessões com apoio de Sarney – de caráter revanchista – empoderando setores da sociedade civil, como o Poder Judiciário e Ministério Público. Porém, mesmo sendo o pai da constituinte, ficou na “lanterna” nas eleições que disputou em 1989, e perdeu para um outsider (Fernando Collor de Melo).

Falou sobre suas andanças – neste ano de 2023 – desde janeiro até abril, por toda a região Amazônica, constatando o que já sabia, quando foi Ministro da Defesa. As invasões das ONG, ocupação do narcotráfico, que hoje emprega mais (clandestinamente) em toda a região norte, que Estados e Munícipios. O Estado de Roraima dispõe apenas de 7% do seu território, para exploração econômica. O restante é controlado pelas ONG, inclusive a segunda maior mina de fosfato do mundo, que o Brasil não explora. Importamos da Rússia.

Uma fronteira mineral abundante, em mãos de contrabandistas “misturados” com mais de 15 mil ONGs. Na região denominada “Cabeça de Cachorro”, está a reserva de 90% do nióbio de todo o planeta. Mas, as ONG – que distribuem os índios pela floresta – assentaram por lá uma tribo Ianomami, para impedir sua exploração. Outros temas como expansão do Agro e reindustrialização foram abordados, e como todos sabemos, tudo depende da mobilização de nossas elites econômicas, vontade política e legislação pertinente. Até lá, continuaremos esperando pelo futuro promissor que tarda e não chega.

MALABARISMO

O equilibrismo tem sido a marca registrada do governo Lula III, decorridos 173 dias de sua posse. Discursa para base ideológica, pedindo paciência. Faz gestos apaziguadores para o Congresso – que mergulha cada vez mais fundo nos cofres do tesouro – acenando possibilidades de abdicar, parte de seu poder, em troca de apoio. Por último, estreou nas redes sociais – buscando adesões da população – ambiente hostil, que o rejeita desde a campanha de 2022.  Está difícil encontrar um local para “amarrar seu burro”.

Lula instalou uma equipe de transição (novembro de 2022) composta por mais de 800 membros, escalados para implantar ou adaptar aos 23 Ministérios existentes, um novo programa de governo, com pautas progressistas/sociais, destinadas a redução das desigualdades, superdimensionada na campanha, demagogicamente para atrair votos.

O relatório final do extenuante trabalho desenvolvido por “gênios”, e intelectuais da moderna “engenharia social”, resumiu-se na ousada sugestão de criar 14 novos Ministérios – ampliando de 23 para 37 pastas – expandindo o “empreguismo”, como forma de acomodar as elites petistas e demais siglas aliadas da campanha, desertas de votos, todavia, carente de salários e privilégios. O PT não tinha programa de governo. O foco era o poder.

Nesta aventura irresponsável, Lula e seus aliados perdulários não estão só. Senado, Câmara dos Deputados e Cortes Superiores de Justiça são cumplices do crime perpetrado contra a indefesa população, que usaram a única arma que dispunham: o voto, na esperança de um dia orgulharem-se do gigante Brasil, desenvolvido rico e próspero.

A principal função do Congresso, além de legislar é fiscalizar. Poderia e deveria ter posto freios nesta empreitada megalômana de Lula, e não ter aprovado a PEC do fura teto em 20/12/2022. Mas, movidos pela ganância, pecaram pela gula.

Mesmo justificando que foram levados pela emoção e tiveram que agir de última hora (20/12/2022) – apesar das advertências dos principais agentes financeiros/econômicos e do mercado – tiveram sua segunda chance de corrigirem o erro, quando foi a plenário a MP (Medida Provisória), que redesenha de forma “aloprada” a Esplanada dos Ministérios. O povo pedia menos Brasília (Estado) mais Brasil (livre mercado e empreendedorismo).

Infelizmente o que todos testemunharam, foi Arthur Lira cobrar em nome das lideranças partidárias, “espaços” no governo do PT. Intimidar o executivo, passando a exigir uma “base” parlamentar. E, sem o menor pudor, todos começaram a falar a mesma linguagem: “negociar” (?). O que? A tarefa da Câmara, era mostrar fidelidade com o eleitor que os pôs lá, derrotando a PEC da gastança e impedindo a criação de novos Ministérios.

A resistência de Lula dá sinais de cansaço. Semblante alquebrado, o malabarista, viaja mundo afora para tratar de temas tão importantes para o dia a dia do brasileiro, como a guerra da Ucrânia. Lira toca o governo. Aprova o que quer, e divide o bônus com seus pares. Ontem (21/06/2023) se reuniu com a bancada do Agronegócio, para tratar da reforma tributária. Hoje (22/06/2023) se reúne com todos os governadores. Enquanto isto, Lula visita a Cidade Luz (Paris). O presidente perdeu a credibilidade da classe política? Um tema tão sensível como a questão tributária, Lira é quem vai decidir? Qual a função, e o que faz seu vice Geraldo Alckimin?

A MISSÃO

            O Senador Veneziano Vital do Rêgo, aceitou o abstruso desafio de ser o Relator da indicação do Advogado Cristiano Zanin, para ocupar a vaga deixada por Ricardo Lewandowski no STF. Uma tarefa complicada, principalmente neste momento em que o Senado – enciumado com o prestígio e poder da Câmara – represa votações consideradas importantes para o governo Lula III.

            A Lei da governança das Estatais, Marco Temporal, Arcabouço Fiscal… Dezenas de MP (Medidas Provisórias) ainda não foram pautadas para votação em plenário, por receio de Rodrigo Pacheco, temeroso em tropeçar num resultado desconfortável. A oração de São Francisco não tem alcançado a graça esperada pelo Senado, que vem dando tudo que pedem, e não recebem nada em troca.

Senadores do PP, União Brasil, PSD e Republicanos, que “em tese” são considerados integrantes da base do governo, estão chateados com o tipo de tratamento diferenciado, acrescidos de privilégios dispensados a Câmara – liberação de 1,8 bilhões de emendas – promessas de Ministérios com Orçamentos “gordos”.

Arthur Lira, após rasteira do Orçamento Secreto, adotou postura de um CEO (Chief Executive Officer) presidente de uma “Holding” que controla diversas empresas (Partidos Políticos), focado em resultados práticos. Três derrotas infligidas ao governo, aterrorizaram o Palácio do Planalto. Lira se impôs, e vão ter que engoli-lo até fevereiro de 2025.

  Veneziano enfrenta rito corrido e com riscos. Presidente da CCJ, o Senador David Alcolumbre, deixou 145 dias o Ministro André Mendonça no castigo, para convocar a comissão e votar a aprovação de sua indicação. Agora, em apenas 20 dias irá viabilizar a sessão, agendada para 21.06.2023. O motivo da data e pressa é o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo TSE no dia seguinte, 22/06/2023. Se a Corte Superior da Justiça Eleitoral o tornar inelegível, haverá revanche: Senado reprovará Zanin.

Presidente Rodrigo Pacheco, não cogita possibilidade de espera, e já garantiu que pautará no mesmo dia (21/06/2023) a sessão do plenário. São necessários 41 votos para a aprovação de Zanin. A conquista destes apoios é empreitada de Veneziano. Terá que prometer muito e cumprir. Caso consiga, estreitaria ainda mais sua relação com Lula e ganharia respeito de seus pares.

Rodrigo Pacheco disputou sua reeleição contra um forte adversário – Senador Rogério Marinho – que foi derrotado por manobras no dia da eleição. Veneziano não teve oposição. Quem votou em Marinho, votou em Veneziano.

Ministro Vital Filho do TCU (irmão de Veneziano) cumpriu duas missões dificílimas no governo Dilma Rousseff. Enterrou as CPIs de Carlinhos Cachoeira e Petrobras. Como prêmio, ganhou uma vaga vitalícia no TCU. Caso logre êxito, com aprovação de Zanin, qual será a recompensa de Veneziano?!.

COMEÇA O DEBATE ELEITORAL: BRUNO É CUNHA LIMA, ROMERO NÃO!

Nos últimos trinta dias o deputado federal Romero Rodrigues vem ocupando espaços na mídia e redes sociais, posicionando-se no centro da crônica política, como a principal liderança da cidade. Deixa transparecer que está em gozo de férias no Congresso Nacional, aguardando com ansiedade a contagem dos dias – olho no calendário eleitoral – para seu retorno ao comando dos destinos da Rainha da Borborema em 2024.

O movimento é precipitado. Os arquitetos deste projeto podem deixar Romero fora da vida pública. O ex-prefeito ainda é lembrado como melhor gestor do início deste século XXI. Mas, fato pretérito. Mudanças inimagináveis ocorreram após resultado das urnas de 2022, com episódios marcantes, ratificando a tese de Vargas sobre o “meio político”. “Não existem amigos inseparáveis, nem inimigos irreconciliáveis. Na luta pelo poder, tudo é possível.

A união dos clãs Cunha Lima e Rego – segundo turno das eleições 2022 – mostrou a força dos dois grupos em Campina Grande, quando as urnas lhes conferiram 67,36% dos votos válidos (154.794) contra 32,64% do seu adversário, governador João Azevedo (75.009 sufrágios), que foi “puxado” na cidade pelo clã Ribeiro: Enivaldo, o patriarca, Daniella (senadora da república), Aguinaldo Ribeiro (deputado federal) e o neto Lucas Ribeiro – na época vice-prefeito de Bruno Cunha Lima.

As críticas dirigidas hoje a Bruno são absolutamente idênticas às que foram feitas a Romero Rodrigues, no seu segundo mandato. Não frequentava o Gabinete, eram raras suas aparições públicas, e ainda teve que enfrentar as adversidades de escândalos, como o caso da Merenda Escolar. Mas, massageava o ego do campinense com ruas limpas, bem iluminadas, obras de pavimentações e a erradicação de favelas.

Bruno Cunha Lima se aproxima do final de sua gestão sem nenhuma denúncia de corrupção. Manteve o mesmo “padrão Romero” de limpeza urbana. Pagou o alto custo de passar dois longos anos – se cosendo com suas próprias linhas – para tirar o Município do quadro de inadimplência deixado por seu antecessor.

Comportou-se como seu avô Ivandro – moderado, fiel e nobre – cumprindo silenciosamente sua tarefa de tapar as crateras deixadas nas finanças do Município. Qualquer outro se dirigiria à mídia e justificaria os motivos de ter ficado na trincheira e não ter avançado como sonhara ou planejara. Ambições, diferem de ganância.

Os áulicos de Romero anteveem seu destino em 2024. A reeleição de Bruno o manterá por apenas dois anos na Prefeitura. Terá que se afastar, para não ficar sem mandato. Irá ocupar uma das vagas na Câmara, ao lado de Pedro Cunha Lima, que pretende voltar. E o espaço para Romero? Bruno é um líder de visibilidade local, Pedro estadual. Veneziano vivendo o melhor momento de sua trajetória política emplacaria Ana Cláudia como vice de Bruno. Cássio pode não ter mais musculatura para uma maratona estadual. Mas, o clã que lidera ainda tem raízes profundas na cidade. Bruno é Cunha Lima, Romero não.

PRECEDENTE ATESTA QUE CONGRESSO TEM PODERES PARA DEVOLVER MANDATO DE DELTAN DALLAGNOL

            Ex-Ministro do STF Marco Aurélio de Melo, entrevistado sobre a cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol, considerou que o TSE cometeu o maior abuso de autoridade de sua história, e concorda que foi praticada uma injustiça, motivado pelo abominável e truculento instinto de vingança, ato perpetrado pelo Relator do processo, Ministro Benedito Gonçalves, alvo de delação premiada do seu “amigo” Léo Pinheiro na Operação Lava Jato.

            Triste do poder que não pode. A Câmara, mesmo não tendo o papel de revisor, tem poderes para derrubar decisões absurdas do Poder Judiciário, desde que não altere cláusulas pétreas da nossa Carta Magna. Pelos fatos expostos, até ignorantes sobre legislação eleitoral, enxergam que “rasgaram” as garantias constitucionais de um cidadão, legitimamente eleito com mais de 345 mil votos, num pleito limpo.

            Deltan não cometeu nenhum crime tipificado pela legislação eleitoral vigente. PT/PSOL e outros aliados das esquerdas – disseminadores do ódio ideológico que procura dividir o país – ajuizaram ação embasada numa “narrativa” excêntrica acusando o ex-coordenador da Operação Lava-Jato de ter pedido exoneração do cargo, para tentar se eleger deputado federal, e ganhar prerrogativa de foro, na busca de proteção contra possíveis investigações sobre sua conduta, passiva de condenação.

            Aberração jurídica que foi prontamente abominada em primeira instância e no TER-PR. Feito sob encomenda, o MPE apelou para o TSE, onde o processo paralizou por mais de quatro meses. Por que não julgaram em tempo hábil, antes da diplomação e posse? Simples, aguardaram que o MPF abrisse pelo menos um procedimento administrativo, para amparar a decisão de cassá-lo. Fato que não aconteceu.

            Pior que o caso de Deltan, foi o do saudoso Senador Paraibano Humberto Lucena, presidente do Congresso Nacional, que em 1994 teve seu mandato cassado pelo TRE/TSE em dezembro de 1994 – após sua reeleição – por conduta vedada (crime eleitoral). O TSE havia proibido o uso da Gráfica do Senado de imprimir material caracterizado como propaganda eleitoral. Negligência, descuido ou desinformação, Humberto imprimiu 193 mil calendários e distribuiu por toda a Paraíba, desejando Feliz Natal e Próspero ano novo, convidando todos para estarem juntos ano seguinte (eleições de 1994). Duas violações às regras eleitorais: Além do calendário, a propaganda antecipada (micro período eleitoral) que se iniciou em janeiro de 1994.

            Ministro do TSE na época, Marco Aurélio de Melo, foi quem cassou Humberto a pedido do PGR Sepúlveda Pertence. Senador Antônio Mariz tinha sido eleito governador da Paraíba, e os senadores mais votados foram Ronaldo Cunha Lima, Humberto Lucena e Raimundo Lira, que tentava renovar seu mandato. Humberto cassado, Lira assumiria.

            Como recorda o amigo Alfredo Lucas, na sessão do Congresso de 19/12/1994 Mariz fez a defesa de Humberto, culpando as “elites” do regime Militar pelo fato de Humberto ter sido um dos principais combatentes do antigo regime (?) e teve um desempenho espetacular na Constituição de 1988 ao lado de Ulysses Guimarães. O presidente ainda era Itamar Franco, que tinha elegido seu sucessor no primeiro turno. Itamar namorava a filha de Humberto Lucena. Chamou FHC e ordenou: “quero este problema resolvido”. Veio a posse de FHC, instalação da nova Legislatura, Lira estava absolutamente confiante que ficaria no Senado. Em 19/02/1994, o Congresso convocou uma sessão extraordinária, e votou uma “anistia” em favor de Humberto Lucena. Não deu a mínima para grande mídia, nem opinião pública. Lira apelou para o STF, que salvo engano, até hoje não julgou a ação.

            Arthur Lira, tirou ontem a corda do pescoço, após ser absolvido pelo STF de uma ação que pedia sua cassação por ter sido delatado na Operação Lava-Jato. Tem os mesmos poderes, e caso precedente. Inclusive uma PEC em curso, que pretende anistiar todos os partidos políticos, sobre irregularidades no uso do Fundão Eleitoral. É a única chance de Deltan reaver seu mandato. Resta saber se Arthur Lira guarda rancores.

MILAGRE SÚBITO

            Ontem à noite, em nota de rodapé, a mídia internacional – Europa – divulgou decisão do Parlamento Europeu, reunido com uma comitiva de Parlamentares Brasileiros (Bruxelas) indagando do governo Brasileiro, quais as exigências para assinar urgentemente o acordo do bloco, com o Mercosul (?) Inacreditável!

            Jornalistas da área econômica e profundo conhecedores da geopolítica, não souberam explicar os motivos que levaram a complicada União Europeia, mudar radicalmente seu conceito com relação ao acordo Brasil/Mercosul. Sabia-se que o principal obstáculo era França – explora uma agropecuária caríssima – subsidiada pelo governo, sem preços para competir com o Agro Brasileiro.

            Outras exigências se vinculam à preservação da região Amazônica – fora de seu biombo – rica em minérios e terras férteis, ocupada por mais de 11 mil ONG. O objetivo é explorar e continuar pesquisando a nossa rica biodiversidade, nos roubando através do contrabando. Não estamos nos referindo apenas ao ouro, às pedras preciosas e ao grafeno. Mas, plantas medicinais, usadas em pesquisas avançadas, que traz a possibilidade da cura do Alzheimer, como já denunciou dezenas de vezes o ex-ministro de Lula/Dilma Aldo rebelo – deputado federal por 24 anos – Chefe da Casa Civil; Ministro da Defesa e presidente da Câmara dos Deputados, que aprovou o Código Florestal.

   Aldo Rebelo, que conhece como a palma de sua mão, a região, alerta para os eternos conflitos econômicos de interesses internacionais, que utilizam a retorica do “Meio Ambiente”, para frear a capacidade do Brasil de se tornar maior exportador das mais diversas commodities do planeta. Sem rodeios afirma, que o propósito é frear o país. Rebelo foi um dos sobreviventes da guerrilha do Araguaia, o maior líder do PCdoB até 2014, e hoje as esquerdas o acusam de defender o Agronegócio e os Militares.

Foram pegos de surpresa o Itamaraty, o guru de Lula Celso Amorim e o próprio presidente, que há três dias em seu discurso/desabafo no ABC Paulista, verbalizou que não havia mais interesse em dar continuidade ao acordo União Europeia/Mercosul.

Como nada acontece por acaso, só os tolos assim pensam (Karl Max), a vitória de Arthur Lira com a aprovação do Marco Temporal, talvez seja a razão de toda esta reviravolta. As terras Ianomâmis e a decisão do STF sobre a reserva da Raposa do Sol, riquíssimas em minérios ainda desconhecidos, deixarão de existir, e seus marcos voltarão ao distante 05/09/1988, quando foi promulgada a Constituição Cidadã.

A reserva Ianomâmi é maior que o Estado de Santa Catarina. É mais rica em minérios, solo que qualquer outro Estado Brasileiro. Todo ouro que sai de lá, não deixa um centavo no Brasil. Centenas de garimpos ilegais brasileiros – sem se levar em conta a exploração estrangeira – poderão iniciar sua luta pela legalização. Até o petróleo da Bacia Equatorial, será explorado, com ou não a concordância de Marina Silva, embaixadora dos interesses internacionais, líder defensora das ONG que ainda se apoderam do nosso território.

A causa do petróleo, tem unido esquerdas e direita. Que ganhe o Brasil, com investimentos bilionários e retomada de seu desenvolvimento.

SOBRESSALTO MUDA GOVERNO DE LULA

             Em solenidade realizada ontem em São Paulo, para anunciar a criação da Universidade do ABC (ambiente fechado), Lula aproveitou a oportunidade e mandou um duro recado para os petistas radicais, endereçado principalmente à presidente da sigla, Gleisi Hoffmann e Rui Costa, seu primeiro ministro. Ao se referir a votação da MP de 31/05/2023, exclamou: imaginem se não tivesse sido aprovada?

            Não necessitou concluir a frase sobre os desdobramentos. O público presente (petistas históricos) compreenderam que seria o fim do governo. Por onde passa um boi, passa uma boiada. O Senado “travaria”, e a CPMI dos atos de 08/01/2023 ganharia fôlego suficiente para imobilizá-lo. Acrescente-se os efeitos da CPI do MST, e o fiasco da tentativa de recriar a UNASUL, que culminou na falta de quórum para o Jantar do Itamaraty. Todos foram embora. Ficou só Maduro e Fernandez da Argentina. Os estragos de uma política ideologicamente anacrônica, estão vindo de fora, para dentro do país.

            No seu longo discurso (desabafo), Lula falou de tudo, com exceção da Educação, o tema principal do evento. Advertiu repetidas vezes: “temos que conversar com quem não gosta da gente… Temos que negociar com quem não gosta da gente”. Concluindo foi pragmático: “todas as esquerdas unidas na câmara, só somam 136 votos. Para aprovar qualquer projeto são necessários 257 votos”. Na linguagem popular nordestina, finalmente “entregou o couro as varas”. Vai ser “espichado” na medida da ganância insaciável do PP, União Brasil e Republicanos, que sem o menor pudor aprovaram a MP.

            Bêbados e crianças invariavelmente terminam por falarem a verdade. Como Lula conseguiu vencer uma eleição, se no primeiro turno seus aliados conquistaram apenas 136, das 513 cadeiras da câmara? No Senado, de 27, apenas 05?  Percentualmente esses números representam 26,5% dos votos. Todavia, as regras do pleito não permitia recontagem, e a decisão ficou por conta do “tapetão” (TSE).

            Conceituada como “Casa de Gatos”, a Câmara dos Deputados – por mais se mude seus membros através do voto e a cada eleição – a maioria dos novatos, ao chegarem em seu novo habitat, rapidamente se adaptam ao comportamento dos “bichanos”. Diferente do cão, que segue seu dono e o protege, os gatos escolhem o conforto da casa.

            O Superministro Rui Costa – ora no cadafalso – apostou na sua malandragem baiana. Daria um calote de 19 bilhões nos velhos “profissionais”? Ajoelhou tem que rezar. Nenhuma MP seria aprovada, e o governo cairia no início do segundo semestre (2023). Bolsonaro enfrentou problemas semelhantes, resistiu porque tinha o povo e as ruas para apoiá-lo. Encurralava Congresso/STF. Pagou caro por ser honesto e zelador do dinheiro público. Lula, está despido de popularidade. Não importa de onde vai tirar os 19 bi, que ele com apoio do STF, surrupiaram do Congresso, sob argumento da inconstitucionalidade da “Emenda do Relator”.

            Perplexo, o povão verá que mais uma vez foi usado como “massa de manobra” quando elegeram deputados do PP, União Brasil e Republicanos, exército que esteve na linha de frente defendendo Bolsonaro, em busca apenas de renovar seus mandatos.

A REVANCHE DE LULA

            A sessão da câmara dos deputados do dia 31/05/2023, convocada para votar a MP que hospedará o novo organograma funcional do governo – ampliando de 23 para 37 Ministérios – na vigésima quinta hora salvou o pescoço de lula, mas, mutilou alguns de seus membros e decepou outros. Foi uma vitória de Pirro.

            O presidente Arthur Lira ao chegar no salão verde, às 09:00hs, em uma entrevista “quebra queixo”, mandou o último recado para o Palácio do Planalto: “a base do governo só tem 130 votos”. Abriu a sessão às 09:30, em seguida desapareceu do Plenário e do seu gabinete. Iniciaram-se as discussões, com fortes pronunciamentos dos parlamentares do PL e Novo, que roubaram a cena das esquerdas, em desespero.

            Uma “tropa de choque” partiu para o STF, protocolando ação para suspender e adiar a votação. Quem os recebeu – mesmo alinhado e aliado do governo petista – recusou-se em dar andamento à demanda. “Isto é golpe! O STF não pode intervir desta forma… É um estupro… Vocês estão pedindo que o STF feche o Congresso?

            União Brasil, líderes do PP e Republicanos, atenderam ao chamado de urgência do veterano José Guimarães(PT), que os convidou para irem conversar diretamente com Lula. O presidente prometeu liberar 1,7 bilhões em emendas. Concordaram, desde que as liberações ocorressem até às 18;00hs. Mesmo assim, iriam alterar o texto. O COAF permaneceria no Banco Central e a FUNASA no Ministério da Saúde. E para não “furarem” com a bancada do Agro e Evangélica, os Ministérios do Meio Ambiente e Povos Originários seriam “depenados”.

Em plenário já havia um clima de comemoração da oposição. Mas, às 18:30 Arthur Lira sentou na cadeira de presidente da casa, sorridente, cercado por Maria do Rosário e José Guimarães. Abriu a sessão e o líder do União Brasil, na tribuna, iniciou seu discurso justificando: “este é o último voto de confiança que daremos a este governo”. Ele não avaliou o peso de suas palavras, que se traduz no mais completo desprezo pelo povo brasileiro, quando aumenta em mais de 20 bilhões de reais o custo da Esplanada dos Ministérios, em troca de recursos para vitaminar seus feudos e apaniguados.

Decepção maior foi com o Republicanos e o PP. Não vão mais confundir o eleitor. Temendo o poder das redes sociais, seus líderes não se expuseram em nenhum momento. Se recusaram a ocupar a tribuna, e na hora que o presidente indagava como orientavam suas bancas, o silêncio foi sepulcral. A maioria foi estrondosa 372 votos contra 105 da oposição.

Senador Rodrigo Pacheco – com o DNA e traços hereditários de Joaquim Silvério dos Reis – ontem (01/05/2023), liquidou o debate em pouco instantes: 51 contra 19. O destaque vai para o Senador Jaques Wagner, ironicamente do PT. Pediu desculpas aos seus pares e à nação, pelo “papelão” a que a Casa Revisora se submeteu, em apenas “carimbar” o que já veio pronto da Câmara. Esta não é a função do Senado.

A vingança de Lula foi imediata. O Ministro do STF Dias Toffoli mandou dar prosseguimento a uma ação contra Arthur Lira, que já tinha pedido do MPF para arquiva-la por falta de provas. E lá no Rio Grande do Norte, um Juiz de primeira instância cassou o mandato do Senador Rogério Marinho – tornando-o inelegível – julgando um processo de 2003, fato ocorrido há vinte anos, quando o mesmo era presidente da Câmara Municipal de Natal. Na época foi acusado de contratar funcionários que não prestavam expediente. O Juiz desconhece a prerrogativa de foro de um Senador? Não sou advogado, mas, as leis brasileiras são como “ramas da batatas”, brotam para todos os lados. Arriscamos em opinar que este processo perdeu sua finalidade, e com certeza está prescrito. Todavia, o objetivo é macular a honra do líder da oposição no Senado Federal. A “casta” do Judiciário tenta se proteger bajulando e usando de arbitrariedades.

APAGÃO NO GOVERNO LULA: ARTHUR LIRA 3 x 0

O churrasco do Palácio da Alvorada, oferecido por Lula aos Ministros do STF, deputados federais e senadores “mais chegados”, culminou no terceiro gol consecutivo marcado pela Câmara dos Deputados, que ainda tem um pênalti a seu favor para bater hoje. Fazendo uma analogia ao futebol, Lula pode passar pelo mesmo vexame de Felipão, no apagão dos 7×1 contra a Alemanha. Para os Petistas, Haja Coração!

            Até meia noite de hoje (31.05.2023), a Câmara e o Senado têm que votar e aprovar o projeto de estrutura do governo instalado em 01/01/2023, através de uma Medida Provisória, que caduca amanhã (01/06/2023). O tempo é muito exíguo, para sanar conflitos de interesses abissais. Quatorze Ministérios poderão ser extintos. O organograma volta ao “modelo Bolsonaro”, com apenas 23 ministros. Geraldo Alckmin, Simone Tebet, Marina Silva e mais onze, poderão perder o emprego amanhã.

            Desde o dia 07/11/2022, Lula começou a governar com sua equipe de transição. Por que durante todo este tempo, não conseguiu formar uma base no parlamento que garantisse sua governabilidade? Nove partidos o apoiaram logo na largada. Conseguiu derrubar a Lei do Teto de Gastos – vinda de Michel Temer e mantida por quatro anos de Bolsonaro – criou 14 novos Ministérios, dos quais sete foram para partidos do “centrão”. Mas, na hora das votações na Câmara, só ficam com o PT apenas 155 parlamentares.

            Querendo fugir da realidade, Lula abraçou a ideia de Celso Amorim e sua agenda de andanças internacionais, projeto que resultou em “arruaças”, trazendo descrédito a Diplomacia Brasileira. Pregou a desdolarização na China, não cumprimentou o presidente da Ucrânia no encontro do G-7, e usando improvisos – inspirados pelo álcool –  em Hiroshima causou constrangimentos aos Japoneses: “quem autorizou os Estados Unidos a despejar duas bombas atômicas aqui? O desconforto foi geral.

            Ontem (30.05.2023), ao invés de estar negociando com o parlamento, tentando salvar o país de uma futura recessão, preferiu reunir-se com 11 presidentes da América do Sul, na tentativa de ressuscitar a UNASUL – União das Nações Sul Americanas, aproveitando o ensejo para empurrar “goela abaixo” de seus convidados, o indigesto Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, Arriscou convencer todos, que o sucessor de Hugo Chávez, era vítima de “narrativas” criadas pelos Estados Unidos.

            O comunismo expandiu-se na América Latina (anos 60/70) usando o discurso do “antiamericanismo”. Seus adeptos doutrinados, acreditavam na existência do “paraíso”, como era denominada a União Soviética. Esta retórica é página virada há mais de três décadas. Por que Lula quer reeditar um modelo econômico socialista/comunista, que não foi exitoso em nenhum país do planeta? O que produzem e vendem Cuba, Coreia do Norte, Nicarágua e Venezuela?

            Dois de seus convidados quebraram o protocolo, ao contestarem o anfitrião. O Presidente do Uruguai (direita) e do Chile (esquerda). Ambos denunciaram que não existem “narrativas”, na Venezuela não tem democracia. O presidente do Chile confessou ser testemunha de centenas de milhares de Venezuelanos hoje refugiados em seu país.

 ARTHUR LIRA GOVERNA O BRASIL

            Em nossa última postagem, comentamos trechos de uma entrevista do governador Romeu Zema (MG) na CNN Brasil. Em sua grade da programação, o horário nobre – cremos que de maior audiência da emissora – é o WW com William Waack (ex-Globo News) às 22:00hs. Esta programação rígida, foi quebrada entre 08/05 a 19/05/2023, pelo empresário Abílio Diniz, que apresentou o programa “Caminhos”, entrevistando as principais lideranças do país: Rodrigo Pacheco, Gilmar Mendes; Roberto Campos Neto; Arthur Lira; Romeu Zema; Tarcísio de Freitas; Raquel Lira (governadora de Pernambuco); Fernando Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Entrevistas espetaculares, com perguntas bem formuladas, levando ao telespectador uma mensagem nítida da elite econômica e empresarial que existe no país, pensa no futuro da nação, e está muito além das questões políticas/partidárias ideológicas, parturientes dos debates diário levados a efeito nas redes sociais.

Na entrevista de Arthur Lira, ele usou sua lucidez e sinceridade para descrever os destinos do atual governo. “A direita conservadora ficou por muito tempo acuada e apenas votando contra o PT”. Em 2018, começou a se revelar. E em 2022 elegeu 312 deputados federais”. Continuando, comentou sobre a derrota do governo no Marco do Saneamento: “Nos comprometemos com o presidente, que neste primeiro semestre, não pautaríamos nenhum tema relacionado a gênero, comportamento social e advertimos sobre a decisão de não mudar nada que já tivesse sido aprovado pelo Congresso, como privatizações, fim do imposto sindical, mexer na reforma trabalhista”.

Com todos os entrevistados, Abílio Diniz abordou corajosamente a questão da “insegurança jurídica”, a partir das decisões absurdas do STF. Lira assegurou que quem legisla é o Congresso, e deixou pistas que este embate entre STF e Congresso está prestes a acontecer. No final voltou a repetir o que já havia falado diversas vezes: “o governo não tem base, nem possibilidade de formar maioria para cumprir nenhuma de suas promessas de campanha”. Pelo visto, Lula III, será o nosso Charles III da Inglaterra.

Tudo o que Lira discorreu estamos testemunhando. Aprovaram o Arcabouço Fiscal, depois da sinalização de Roberto Campos Neto (BC). A MP que criou os novos Ministérios foi totalmente modificada – deixaram Marina Silva só com o carro oficial e o motorista – e destinaram poderes só para os Ministros indicados pelo Centrão. Lira pontuou nas entrelinhas, que seu compromisso com Lula, se encerra na votação da Reforma Tributária, independentemente de sua aprovação.

No segundo semestre, a pauta será do Congresso, especificamente da Câmara. Ouvindo o povo e as elites econômicas, empurrarão goela abaixo decisões para o governo cumprir. O país crescerá pouco, mas, longe de ser uma Argentina do amanhã.

             Quanto a Abílio Diniz, apresentou-se como investidor e membro de um seleto grupo que aposta no Brasil, com grandes parceiros internacionais. Fez parte da primeira equipe do COPOM criada no governo FHC. Por fim, evidenciou o que todos sabem, e muitos não acreditam: a economia é quem comanda a política. Seu prestígio e respeito? Nenhuma emissora de TV levaria ao ar, ao vivo e direto de Brasília, os “senhores de nossos destinos” que furaram suas agendas, para serem sabatinados pelo velho guru.

BRASIL ENFERMO

            Em entrevista concedida a CNN Brasil – temporada “Caminhos” apresentado pelo empresário Abílio Diniz – o governador de Minas Gerais Romeu Zema, ao ser questionado sobre a Taxa Selic do Banco Central, foi preciso em sua resposta: “a taxa de juros é o termômetro que mostra a febre de um corpo doente”.

            Aprofundando-se ainda mais sobre o tema, Zema aponta como uma das principais causas da “enfermidade crônica” do país, o gigantismo de um Estado ineficiente, burocratizado, com elevado índice de corrupção, que voltou a prosperar sem o menor pudor após a “deslavajatização” promovida pelas Cortes Superiores de Justiça.

            Dois dias depois da entrevista, o próprio governo divulgou um relatório da CGU, identificando um milhão e seis mil defuntos, recebendo há mais de oito anos, benefício do Bolsa Família – modificado para Auxílio Brasil – hoje com outra nomenclatura “Bolsa Renda”. Como se conseguiu ignorar tamanha fraude, durante tanto tempo? São milhares de quadrilhas criminosas sangrando bilhões dos cofres públicos.

            Além dos defuntos foram detectados cerca de 800 mil beneficiários deste “programa social”, sem CPF (?). Entre defuntos e fantasmas, o prejuízo causado por 1,8 milhões trapaceiros – custo per capita de 600 reais – corresponde a 1,80 bilhões/mês. Em um ano, 21,6 bilhões. Quatro anos são cerca de 85 bi que descem pelo “ralo” da micro corrupção. O governo Lula ainda insiste em mais dinheiro para programas sociais?

            Afirmamos sem medo de errar: todos os municípios do norte/nordeste brasileiro, com população inferior a 20 mil habitantes, seu funcionalismo – direto ou indiretamente através de familiares – estão dentro deste “programa social”. No final do governo Lula I, o Bolsa Renda foi ampliado, e quem passou a cadastrar os novos favorecidos foram as Prefeituras. Cada cidade, montou sua gangue. O chefe do Cadastro Único era – e ainda é – um cargo disputado a tapas. O escolhido é sempre uma figura de alta confiança do Prefeito e dos Vereadores, também usuários da falcatrua.

            Em pleno século XXI, com modernas tecnologias, o IBGE não conseguiu concluir o censo de 2020. Uma das principais justificativas das equipes que coletam os dados em domicílios, é a recusa da população em responder o questionário, que investiga renda, sua origem, emprego informal… A lei que ampara o trabalhador doméstico, foram décadas de luta da categoria. Quando foi aprovada, todos estavam no Bolsa Renda. Se recusaram a usufruir deste direito, temendo perder o benefício. Bolsonaro quando esteve no governo, liberou para que todos buscassem emprego, que não seriam cortados do Auxílio Brasil. Desconfiados, ninguém quis correr o risco.

            Raízes apodrecidas, a árvore não se sustentará. A saída para o país (cedo ou tarde) é um “enxugamento” geral da máquina pública, começando com a extinção de todos os programas sociais. Um freio de arrumação, para identificar quem necessita de ajuda governamental.

A “rede de arrasto” tem que começar pelo Palácio do Planalto, estendendo-se pelos poderes legislativos e judiciário, onde nababescamente ainda vivem os “Marajás” da era Collor de Melo. Uma classe perdulária, repleta de privilegiados, que ignoram por completo a realidade de um país, cujo salário mínimo permanece abaixo de 300 dólares. Infelizmente estamos sem futuro, vivendo de recordações de um passado nostálgico.

VAI FALTAR LÃ ENTRE OS CRISTAIS

A Cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (PODE/PR) pelo TSE no último 16/05/2023, numa sessão única, que após a leitura do voto do Relator, durou apenas 1,44 minutos – recorde digno do Guinness – para que os demais Ministros pronunciassem apenas o “sigo o voto do relator”, abalou o país.

A matéria iria muito além de uma discussão “polêmica”, já que era um caso “inusitado”. O réu que estava sendo julgado, não havia praticado nenhum crime eleitoral – antes, durante nem depois da campanha – que produzisse fato capaz de suscitar dúvidas, quanto a legitimidade da conquista do seu mandato. Nenhum dos sete Ministros se manifestaram em pedir vistas, para averiguar se havia amparo ou razoabilidade dentre as centenas de decisões, jurisprudências; entendimentos, análogo ao tema em julgamento.

Ato imediato e subsequente – no mesmo instante – foi a expedição de autorização para o TRE-PR cassar o diploma de Deltan Dallagnol. Nem os Tribunais de Exceção, em tempos de guerra, executavam com tanta rapidez suas vítimas (inocentes ou não).

A Câmara dos Deputados reagiu prontamente ao ato tirano e abusivo dos Ministros do TSE. Presidente Arthur Lira, concedeu entrevista, confirmando que Deltan permanecia como Deputado. Que se cumprisse o que determina a Constituição. Aguardaria a notificação do presidente do TSE, e despacharia para a Corregedoria da Casa, que lhes garantiria a ampla defesa e a presunção da inocência.

Começou a faltar lã entre os cristais. Neste choque, ou quebram-se os dois, ou um sai inteiro, e outro estilhaçado. A Câmara é representante legítima do povo. Se abrir mão de seu papel Constitucional, está traindo o cidadão. O TSE é um Tribunal que não é guardião da Constituição. Foi criado como última instância, para arbitrar disputas eleitorais, questões partidárias, normas para manter critérios isonômicos durante os pleitos.

Os leitores que não têm tempo de acompanhar todos os detalhes, e o passo a passo dos acontecimentos, deve estar indagando: por que o TSE cassou o um dos Chefes da Força Tarefa da Operação Lava-jato? Por conta de uma ação “aventureira” despida de legalidade, impetrada pela Federação do PT do Estado do Paraná, que tentou impedir sua candidatura, temendo o que de fato aconteceu: o mais votado do Estado com 344 mil votos.

A Ação deve ter sido elaborada por um roteirista de novelas, especializado em criar tramas de cunho conspiratórios e místicos. Acusaram Deltan de ter pedido demissão do MPF, para fugir de uma investigação sobre os gastos da lava-jato com viagens, passagens e hospedagens. O PT já sabia que ele seria condenado? Por quem? E se o fosse, não era só ele, mas toda a Força Tarefa, que contou com mais de 100 Promotores, incluindo o Procurador Geral da República Rodrigo Janot, chefe de todos.

Segundo ainda a “fantasiosa” ação, inspirada na leitura dos destinos – práticas de Mãe Diná e João de Deus – Deltan procurou se eleger deputado federal, para não ser condenado (!?). Logo ele, que teve como bandeira de campanha o fim do foro privilegiado! Aguardemos os desdobramentos. Que seja finalmente demarcada as “quatro linhas”.

CAMINHOS OPOSTOS

            No mesmo dia que Lula embarcou para Londres (05/05/2023) na condição de um, dos dois mil convidadas para a coroação do Rei Charles III, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira, tomava destino rumo aos Estados Unidos, convocado para um encontro com as elites econômicas da maior superpotência do planeta.

            Enxadristas experientes observam com curiosidade, movimentos ousados de peões e cavalos sobre o tabuleiro, mas, não arriscam palpites sobre os próximos e sucessivos xeques que a Câmara dos Deputados executará, para encurralar o governo e deixá-lo diante da perspectiva de um fim de jogo.

            Após sua posse, Lula já esteve nos Estados Unidos, como chefe de governo e convidado oficial Joe Biden, de quem só conseguiu arrancar uma promessa vazia para o Fundo da Amazônia de 52 milhões de dólares. Lula não teve agenda econômica com os grandes empresários, banqueiros e investidores em projetos de longo prazo.

            China, Portugal e Espanha, foram visitas que só renderam dissabores para diplomacia brasileira – hoje perplexa e sobressaltada – com a possibilidade de ser enxergada dentro de num contexto “diferenciado” – rebaixamento pela comunidade internacional – em função da retórica improvisada de Lula, sugerindo radicalismo e posicionando-se pela “desdolarização” do gigante comércio internacional.

            A maior de todas as surpresas (desatino total), foi no dia 1º de maio, dia do trabalhador. Lula foi fotografado para o mundo todo, num evento das Centrais Sindicais, ladeado por petistas radicais doutrinados pelo comunismo, vestido de “Guayabera”. Uma espécie de camisa/túnica, que faz referência ao alinhamento ideológico ao regime Cubano. Traje usado por Fidel e Raúl Castro, Evo Morales; Maduro; Daniel Ortega…

            A reação do grande capital foi imediata. A Câmara dos Deputados derrubou um Decreto Lei de Lula – de cunho estatizante – que alterava regras, e criava obstáculos para entrada dos grandes investidores internacionais, no processo de concessões, construções e explorações de um colossal sistema de saneamento básico e esgotamento sanitário em todo país. Empreendimentos com retorno e rentabilidades centenárias.

            Nos Estados Unidos, Arthur Lira participou da Conferência do Açúcar e do Etanol promovida pela International Sugar Organization em New York. Esteve no Brasil Week, que debate a transição energética para o setor Sucroenergético, promovido pelo Citi brasil e Datagro. Na terça-feira 09/05/2023, palestrará na “Lide Brasil Conference”, evento organizado pelo ex-governador João Dória, o mesmo que em Agosto de 2022, agendou simpósio semelhante, sobre o tema que envolvia os novos caminhos para o novo governo eleito no Brasil (?). Como ele já sabia da vitória de Lula?

            Para quem tem boa memória, deve recordar as figuras que estiveram presentes neste encontro. Bancos tupiniquins, Industriais, Redes Varejistas, membros do futuro governo e os Ministros do TSE, escoltados pela maioria do STF. Mera coincidência?

            Na próxima quarta-feira, 10/05/2023, Arthur Lira havia prometido a Lula votar o “o novo arcabouço Fiscal”. Sem aviso, estará palestrando e sendo homenageado na Câmara do Comércio Brasileiro-Americano. Nenhum membro da equipe econômica do governo foi convidado para estes acontecimentos. Sequer o vice-presidente que é Ministro da Indústria e Comércio. O fato está sendo “ignorado” pela grande mídia.

            Conspiração modelará Lira como o “homem missão”, via Parlamento. Trará pronto o “arcabouço fiscal”, e projeto para o STF voltar a ser um Tribunal Constitucional – com poderes limitados – devolvendo ao país, a segurança jurídica necessária aos investidores.

Caso FIEP: JUIZ SUBSTITUTO DA JUSTIÇA DO TRABALHO EXTINGUE CLÁUSULA PÉTREA DA CONSTITUIÇÃO COM BASE NO ACHISMO

O Poder Judiciário vive sua pior crise desde a Proclamação da República, curiosamente em tempos de democracia plena. Seu “ativismo”, no propósito de se constituir como único poder do país – posicionando-se acima das leis elaboradas pelo Parlamento que representa o povo – tem gerado discórdias, conflitos e crises sobre abuso de autoridade, fator perigoso que ameaça o desequilíbrio dos pilares da República.

Como o exemplo vem de cima, nos dias de hoje, Magistrados avocam para si, o direito de presumir o que é certo ou errado – segundo seu ponto de vista – independentemente do que determina a nossa Carta Magna. Este tipo de comportamento histriônico, tem nos rotulado como eterna “Republiqueta de Bananas”, alvo de chacotas e desrespeito pela comunidade internacional, que só enxerga seriedade em nações que preservem a “segurança jurídica”. O poder político é transitório, a Lei é permanente.

Um grupo minoritário que faz oposição ao atual presidente da FIEP – Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, não aceitando a derrota de sua chapa – eleição realizada em janeiro (2023) – tem buscado na Justiça, o que não conseguiram na disputa: um direito inexistente na democracia, que permita a minoria vencer, e se sobrepor a maioria. Destaque-se que a realização do pleito – marcado para setembro de 2022 – foi judicializada por diversas vezes, e sempre suspensa por força de “liminares” de conteúdo precários, parciais e suspeitos. Uma litigância de má fé, que revela o comportamento e caráter daqueles que desejam usurpar o poder, atropelando regras constitucionais primárias.

Neste interregno – idas e vindas a Justiça do Trabalho – o Juiz titular da Segunda Vara de Campina Grande, pôs um fim definitivo na peleja, desconhecendo por completo os pérfidos e infundados argumentos que davam sobrevida aos direitos dissimulados e dolosos, arguidos pelos opositores da atual gestão, que foi vitoriosa no pleito. A partir de então, nada sobre este tema seria discutido na Justiça do Trabalho.

Entretanto, nos sinistros corredores do Poder Judiciário, existem fantasmas e armadilhas que distorcem fatos, usando a “maquiagem” da suposição para modelar mentiras, capazes de ser confundidas com verdades. Sobretudo quando tem o apoio midiático, disposto a usar o mau jornalismo, enveredando pelo sensacionalismo.

O Juiz do Trabalho Arnaldo José Duarte do Amaral, substituto do titular da Segunda Vara da Justiça do Trabalho em gozo de férias, em apenas 30 minutos, rasgou a Constituição, acabou com a presunção da inocência e feriu a ética, ao desqualificar uma decisão de um dos seus pares, julgador e conhecedor de todos os detalhes do contencioso. Afastou o presidente da FIEP, sob o argumento de uma denúncia do GAECO ao TJ-PB, que envolve investigações de 2016, sobre um fato de aplicação de recursos federais que causaram conflitos em rubricas burocráticas. Todo o Sistema “S” foi alvo desta investigação, que não traz prejuízos ao erário público. Todavia, na Paraíba destacam apenas Buega Gadelha como único neste processo investigatório.

No seu despacho, o Juiz Substituto cita textualmente que afasta Buega, pelo fato dele ter sido denunciado e poderá ser no futuro ser condenado (?). Inspirou-se em Mãe Diná? O GAECO é um órgão sério. Não denunciou a Diretoria da FIEP a Justiça do Trabalho. Por outro lado, temos absoluta convicção, que o teor da denúncia não foi compartilhado com o Juiz substituto, pois tal objeto, está fora de sua jurisdição. O ato de afastamento do presidente da FIEP é insano, rebuscado amadoristicamente com conotações de prevaricação invasiva: determina que o Conselho da FIEP se reúna, e expulse Buega, pondo outro em seu lugar. Um verdadeiro estupro a legislação vigente.

No final desta “peça inusitada”, seu árbitro ainda faz uma ressalva e apelo, para que em seu retorno, o titular não revogue seu truculento, insensato e nefasto ato débil e inconsistente. Pelo visto, só lhes faltou o “chapéu de Napoleão”.

TROPEÇO DE ARHUR LIRA DESEQUILIBRA GOVERNO

Bastaram quatro meses, para o governo do presidente Lula se inviabilizar por completo no Congresso Nacional. A insensibilidade de sua equipe, confundindo resultado de urnas eletrônicas com prestígio e apoio popular – imaginando o povão ao lado do novo governante para “tratorar” o parlamento – foi o maior de todos os equívocos registrado na história política do país. Soberba, insanidade, arrogância ou amadorismo?

Esquecendo a construção de sua própria carreira, trajetória vitoriosa – acertos em cima dos erros de Rodrigo Maia – Arthur Lira não observou o destino infausto de seu antecessor, causado por sua insensibilidade ao ignorar as redes sociais, onde todos postavam suas posições. E, como não bastasse, ainda iam as ruas para ratificá-las.  Maia optou pela “bajulação” ao STF, seguindo Ministros vitalícios, que não precisam renovar seus mandatos a cada quatro anos. Taxava as manifestações pró Brasil, família, costumes e Religião como “domingueiras”, frase cunhada por Gilmar Mendes.

Censurar as redes sociais, entregando seu controle a um governo de esquerda! Lira não percebeu que estava sendo usado para mobilizar a câmara, e editar uma nova versão do AI-5? Veracidade sobre as postagens, seriam avaliadas por Flávio Dino e Palácio do Planalto. Retrocesso ou retorno da “Voz do Brasil”, como única fonte de notícia “confiável”, no período dos governos Militares? Um Pastor, se postasse que não concordava com a união entre pessoas do mesmo gênero, seria punido e banido das plataformas.

O PL 2630 é um estupro hediondo, revestido de violência brutal contra a nossa Constituição, que vem sendo currada pelo uso da força, de um poder que não pode. O STF foi constituído para ser o seu guardião, não seu algoz abusador. O mais intrigante é um parlamentar aceitar perpetrar crime de lesa pátria, em defesa dos interesses de grupos políticos, sob a premissa de se locupletar da ação. Como iriam derrubar uma cláusula pétrea da Carta Magna, com um Projeto Lei, aprovado por maioria simples? Só se extingue uma cláusula pétrea, com uma nova Constituição.

Se porventura esta Lei já estivesse em vigor, jamais veríamos as imagens dos vândalos destruindo o Palácio do Planalto, com apoio do Ministro do GSI, que sequer deu voz de prisão a um membro da gang – recrutada pelas OCRIM do narcotráfico – escaladas para a tarefa de destruir a democracia.

Ministro Alexandre de Morais, o Xerife do país, atravessou a praça dos Três Poderes e foi primeiro ao Senado, para acrescentar suas “sugestões” no PL 2630. O Relator lhes confessou que nada mais poderia ser feito pela Casa Revisora. O poder de alterar o texto, era prerrogativa da Câmara. Sem marcar ou protocolar audiência, Morais se dirigiu para Câmara e entregou a Arthur Lira suas “ideias”, para controlar a opinião pública e silenciar a voz rouca das ruas. Este mesmo Ministro, já se recusou atender inúmeras vezes convite para se explicar sobre seus atos, no Senado e na própria Câmara dos deputados.

Males que vem para o bem: as gigantes Big Tech, hoje com poder destrutivo que supera todo o arsenal atômico do planeta, enfrentou o “sistema” brasileiro em defesa da democracia. Foram as Big Tech que derrotaram Hilary Clinton e elegeram Trump. Em seguida, arrancaram-lhes da cadeira de presidente da maior superpotência do planeta de forma humilhante, bloqueando até suas contas nas redes sociais, impedindo-o que se comunicasse com o povo. Aliaram-se as Big Farma e fecharam o mundo com a COVID-19.   Alexandre de Morais e o STF irão enfrentá-los? É bom lembrar que tudo o que eles falaram, seus passos e conversas, estão arquivados nos algoritmos das Big Tech. Se insistirem, os escândalos virão de fora para dentro do país, em forma de tsunami.

CONGRESSO CONGESTIONADO

            Pela primeira vez na história do Brasil – início de um governo – as atenções da sociedade se voltam para o parlamento, ignorando por completo as expectativas das propostas, programas ou promessas de campanha do Chefe do Poder Executivo, eleito (sob suspeita) pela maioria dos brasileiros, em dois turnos no pleito de 2022.

            Episódio raro, insólito e esdrúxulo num regime Democrático Presidencialista. O povo elege um presidente, conferindo-lhes poderes para determinar os destinos da nação e concomitantemente um parlamento, para apoiá-lo, fiscalizá-lo e ajudá-lo na elaboração de novas leis que facilitem a implantação de regras, metas e métodos na busca de avanços expressivos pela prosperidade. Não é o que estamos testemunhando.

O Congresso Nacional – literalmente congestionado pela enxurrada de MP (Medidas Provisórias) do governo – está paralisado. Ainda não conseguiu sequer votar as principais: bolsa renda, criação dos novos Ministérios e revogação da lei da governança das Estatais. Estamos alcançando a marca dos 120 dias de uma gestão, que vem ordenando e executando despesas às escuras (de fato) sem respaldo do “direito”.

Com uma base precária na Câmara – onde consegue contar apenas com 131 deputados federais – a ampla aliança suprapartidária abrangida no período eleitoral, não se materializou em apoio incondicional dos parlamentares eleitos e suas respectivas legendas. Mesmo prestigiado o União Brasil, PDT e PSD com Ministérios – ainda não oficializados pelo Congresso Nacional – a avidez de seus aliados por cargos com “poder de caneta” e disponibilidade orçamentária, põe o governo no cadafalso.

Tamanha balbúrdia (em parte) é creditada ao desacerto de sua equipe (dividida) e sua surdez mórbida, motivada por uma arrogância “quixotesca”, ao se recusar ouvir conselhos convincentes, como por exemplo, evitar um infortúnio previsível ao tentar ressuscitar velhos temas ideológicos inumados há décadas.

Em suas andanças – programadas por Celso Amorim – o resultado tem sido o oposto do esperado. A cada pronunciamento, um vexame. Instala-se uma crise de credibilidade fora, e dentro do país. Os atropelos em Portugal parece que não foram suficientes. Na Espanha – não há registros na mídia de sua recepção protocolar como Chefe de Estado – se atabalhoou com a história e agrediu a ONU, Israel e Ucrânia (mais uma vez). Porém, desta feita, recebeu um duro contra-ataque dos ofendidos.

Nas últimas vinte e quatro horas silenciou. A mídia até ontem (27/04/2023) não noticiou se ele já está no Brasil, ou permanece na Espanha. Na briga do “toma lá, dá cá”, o núcleo petista postergando entregar o prometido, resolveu testar seu poder de fogo na câmara dos deputados, exigindo a votação em regime de urgência e subsequente aprovação do texto da PEC das “fake News”, já aprovada pelo Senado.

Arthur Lira ficou atônito com o poder de mobilização das redes sociais, meio de comunicação que o governo quer controlar a qualquer custo. Em Plenário obteve 238 votos, contra 192 da oposição. Lira suou a camisa para chegar a este placar, distante dos 476 votos que o elegeram. Entretanto, sua missão era mostrar força ao Palácio do Planalto. Uma vitória de Pirro. Seus “liderados” como o Republicanos, amigavelmente o acompanharam mas, esclareceram: “votar na urgência, não significa votar no mérito.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB), relator do projeto, percebeu que o governo era um leão (felino) cercado por uma manada de búfalos raivosos. Na busca de uma saída, e evitar uma derrota no primeiro embate em plenário, modificou todo o relatório, retirando do texto a censura, sugestões do Min Alexandre de Morais e atendeu a todas as exigências da bancada Evangélica. Pelo visto, tudo permanecerá como d’antes no quartel do Abrantes. Tempo perdido… Queimaram cartuxos em alvos imaginários.

O PREÇO DA DESDOLARIZAÇÃO

            O Presidente Lula, que se considera Nordestino, deveria ter aprendido mais sobre a sabedoria popular da região: “galinha que acompanha pato, morre afogada”. O que espera ganhar Lula acompanhando os passos de Xi Jinping? Foi diplomado pelo TSE, como vencedor de uma eleição, cujo resultado ainda é ignorado e amplamente contestado pela maioria dos brasileiros. Fato periodicamente averiguado em suas aparições públicas, antes, durante e depois do pleito.

            Ouvindo o ultrapassado ex-Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim – eterno comunista ou viúva de Moscou – concordou com uma agenda de viagens internacionais, para promover sua imagem através dos grandes líderes mundiais. Por onde andasse, só receberia “confetes”. No plano nacional, a “mídia militante” o transformaria no grande herói, que estava tirando o Brasil do isolacionismo (?).

            Apareceu na Argentina, Uruguai e no encontro do Mercosul. Repercussão mínima. Criou grande expectativa sobre a viagem aos Estados Unidos. Quebrando o protocolo, a mulher de Joe Biden não foi receber a primeira dama Janja. Uma humilhação sem precedentes, pois foram convidados oficiais e seriam hóspedes da Casa Branca, como determina a tradição. Dormiram no Hotel. Pessoalmente foi duramente hostilizado pela “Direita Trumpista” e a comunidade brasileira que reside nos “States”.

Convicto que as questões climáticas e o tema “Amazônia” encantaria o octogenário anfitrião, decepcionou-se quando lhes foi ofertado uma esmola de 52 milhões de dólares para o Fundo da Amazônia. Valores que não representam o custo semanal dos Estados Unidos com a Ucrânia, para manter um país em guerra, poluindo e destruindo vidas humanas, meio ambiente e infraestruturas seculares.

No Congresso, trazendo de volta o “toma lá, dá cá”, não conseguiu ainda formar uma maioria que lhes assegure a aprovação das Medidas Provisórias editadas nos primeiros dias de janeiro. “Dando com uma mão e tirando com a outra”, o parlamento levou uma rasteira após aprovar a emenda “Fura Teto” e vê o STF, derrubar a Emenda do Relator. Ninguém por lá confia mais nas promessas de Lula.

A CNN – empreendimento deficitário de George Soros no Brasil – usou artilharia pesada contra Bolsonaro por ser amigo de Donald Trump. Os interesses do velho especulador, que já quebrou todos os países emergentes – exceto China – entre 1997 e 2002, estão acima das questões do terceiro mundo. Independentemente de ser Lula ou Bolsonaro, são Estados Unidos (nova Roma desde 1945) e dólar universal.

A mudança na linha editorial da emissora foi radical, quando o governo petista acabou com o teto dos gastos públicos, pôs fim às privatizações e começou a atacar o Banco Central, irmão siamês do FED (Tesouro Americano). Misteriosamente, somente a CNN “furou” a viagem secreta de Celso Amorim à Rússia, para se encontrar com Putin, antes de Lula ir para a China. Isto cheira mais a espionagem (CIA) que jornalismo.

Na China Lula fez o discurso da “desdolarização” do planeta, e culpou a Ucrânia pela invasão Russa. De volta, e em solo guarani, não se desculpou pela gravidade de suas palavras. Vai para Portugal, e lá recebe a notícia que a CNN vazou os vídeos da invasão do Palácio do Planalto, onde o Ministro do Gabinete de Segurança Institucional não deu sequer voz de prisão, a um único vândalo que depredou a sede da Presidência da República, numa nítida demonstração que obedecia ordens, ou cumpria missão.

Quem vazou os vídeos? Por que o Ministro Alexandre de Morais não mandou prender quem entregou o material à CNN? Não puniu os jornalistas? Cadê aqueles prazos de 48 horas? Agindo de forma inversa, Morais determinou a “viralização” dos conteúdos na íntegra, após G. Dias ter revelado na PF, que o Ministro tinha cópias. Onde estão as demais imagens dos terroristas destruindo a Câmara, o Senado e o STF?

 A CNN aguarda a instalação da CPMI e reação da PF, TSE/STF, sugerindo no meio Jornalístico, existência de mais uma bomba: código fonte e resultado das urnas de 2022.

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS É FRUTO DAS GERAÇÕES PERDIDAS

Para identificar os efeitos, basta que se investigue a causa. A onda terrorista causadora do pânico hoje instalado nas escolas – públicas e privadas – do País deixa vítimas indefesas, expostas a ataques violentos (rotineiros), frutos da “frouxidão” das leis, elaboradas nas últimas três décadas sob a inspiração do “populismo”. Desprecavida de suas futuras e inevitáveis consequências, esta irresponsabilidade institucional gerou frutos que estamos colhendo: destruição e inversão de valores nos papeis do sistema de ensino e aprendizado. O lar educa, a escola instrui. A origem desta desagregação se alicerça na banalização do crime, puxada pelo bilionário mercado do consumo das drogas.

Os verdugos truculentos – autores dos atos hediondos que ora permeiam o País – são jovens da segunda geração “Bolsa Renda”, entre 13 e 17 anos, que nem estudam nem trabalham. Entraram no mundo das drogas e, possuídos de uma violência desumana, medonha, irracional, alicerçada no ódio – originários de lares desfeitos e drogados – despidos de amor e amparados pela orfandade das ruas, não escaparam dos abusos. Se tornaram mão de obra ideal para o narcotráfico. Falhou o Estado e nossos legisladores.

O exemplo sempre vem de cima. Bolsonaro foi eleito em 2018 com o discurso “bandido bom é bandido morto”. Para os militantes dos “Direitos Humanos”, que protegem criminosos e esquecem as vítimas – famílias ficam vulneráveis e sequeladas socialmente – Bolsonaro representava a “barbárie”. Entretanto, os verdadeiros selvagens e desumanos são os defensores dos criminosos, que diariamente matam dezenas de trabalhadores, para roubarem seu aparelho celular ou tomarem o dinheiro da feira que alimenta sua prole.

A redução da criminalidade e os recordes de apreensão de drogas durante os quatro anos da gestão Bolsonaro pouparam a vida de quinze mil vítimas anualmente. Quando um policial matava um bandido de alta periculosidade, era condecorado pelo Presidente da República. O que acontece hoje no País? O ministro da Justiça se reúne no maior antro de marginais assassinos narcotraficantes, que ocupam o complexo de favelas Marés (RJ).

Negociaram o fim dos ataques no RN? Prenderam a líder do movimento, entregue por seus comparsas. Em troca (sugere-se) a sigilosa transferência de Beira Mar para o Rio de Janeiro. Antes, logo após a posse de Lula, o Ministério da Justiça – sem justificativas – transferiu Macola de um presídio federal de segurança máxima da região Norte para a “Papuda” DF, onde a expansão da droga está em níveis igual ou superior ao Rio de Janeiro. Para o Ocidente, não bastou o exemplo da China, que perdeu um século para o ópio. Em 1952 viciados e traficantes passaram a ser executados. A Malásia, quando percebeu que sua geração futura estava comprometida com o vício dos entorpecentes adotou – há uma década – pena de morte para traficantes. Já executaram até um brasileiro, e outro está no corredor da morte. Lá o usuário é punido.

No Brasil até usuários da maconha também eram punidos. Por que permitimos que no governo FHC viciados ganhassem status de “dependente químico”, e não fossem reprimidos? Ao invés de criar leis que inibissem ainda mais o uso de drogas – evitando a dependência – o governo federal agiu em favor do crime, desprezando a ideia de criar uma política para desintoxicação. Ex-presidente FHC, com 92 anos, distante do drama quotidiano, ao lado do PT, PSOL, PCdoB persistem na defesa da liberação da cocaína, e o uso indiscriminado de todas as drogas. O caos é parturiente das autocracias.

TORNADO EM FORMAÇÃO NO CONGRESSO

            O deputado federal Nicolas Ferreira, comentou em suas redes sociais, a absoluta falta de articulação do bloco governista na Câmara, que ainda não conseguiu pôr um único tema na pauta elaborada que vai à plenário para debate. Este processo é deliberado pelos líderes partidários – reunidos com a Mesa Diretora – que escolhem quais projetos serão discutidos na semana. O PT e seus aliados, ainda não conseguiram emplacar uma. Oposição navega em “mar de Almirante”.

            O presidente Arthur Lira – esperando o governo – até o momento vem se esquivando de um enfrentamento direto entre seus pares, com perda de prestígio. Para justificar a paralisia, cria “sofismas” como a briga entre ele e Rodrigo Pacheco, sobre composições de Comissões Mistas. Mas, diante da imobilidade e incompetência da bancada governista, é forçado a dar satisfações ao povo e ao próprio parlamento. Resolveu apoiar a instalação da CPI do MST, após invasões do “Abril Vermelho”.

            A incapacidade do PT evitar ou conter as ações deste motim – incentivador da violência no campo – lhes trará perdas irreparáveis. A CPI deverá “amputar” este braço ideológico do governo, considerado última trincheira. Parlamentares e financiadores – dinheiro de origem duvidosa – serão investigados e expostos. Surgirão novas leis, para criminalizar o movimento e extingui-lo.

            No Senado, o presidente Rodrigo Pacheco – insone – tem seus cochilos despertados pelo pesadelo da CPMI dos atos de 08.01.2023. Prevê um catastrófico tornado em formação, e vai procurar abrigo para não ser levado pelo redemoinho. Deu tempo suficiente para o governo agir (cooptar) retirada de assinaturas. Tentando ganhar mais alguns dias, cedeu à pressão da oposição, e leu pedido de instalação da CPI das ONGs da Amazônia. São mais de 14 mil. Se levado a sério a investigação, virá à tona escândalos que irão abalar além do Brasil, todo o mundo. É a maior lavanderia de dinheiro do planeta.

            Identificarão garimpos clandestinos, seus financiadores, contrabandistas e compradores internacionais que são as grandes corporações. Ouro, pedras preciosas; grafeno; madeiras nobres como o Mogno; Jatobá; Ipê; Peroba Rosa e Jacarandá. Um m3 de Jacarandá custa U $5,500. Rotas de narcotraficantes; laboratórios… Estas ONGs, sabotam a exploração legal e controlada de nossas riquezas, impedindo o acesso a 28 milhões de habitantes de toda região. Pacheco, com este “disparo acidental”, pode ter atingido mortalmente parte expressiva da classe política do Norte, envolvida e financiada pela bandidagem predatória do nosso território.

            Para se ter noção do poder econômico por trás dessas ONGs, não esqueçamos que no início de novembro (2022) o governador do Pará, Helder Barbalho, foi convidado especial de uma delas, para participar da COP-27, realizada no Egito. Levou Lula – recém eleito pelas urnas eletrônicas – em sua bagagem. Não tinha sequer sido diplomado.

 Armaram uma tenda para 200 convidados, incluindo a equipe do consórcio midiático, com todas as despesas pagas por esta entidade. A tenda – “Estúdio Cinematográfico” – foi montada para que grande mídia militante corrompida, criasse a maior Fake News de todos os tempos, produzida pela antiga grande imprensa nacional, noticiando Lula como convidado do evento e palestrante oficial. O gesto de Hélder, teve como gratidão de Lula a nomeação do irmão Jader Filho, para o Ministério das Cidades.

 Quem representou o Brasil, e o então presidente Jair Bolsonaro na COP-27, foi o Ministro do Meio Ambiente. A farsa midiática é sem precedentes na história. Foi protagonizada pelos aldrabões formadores de opinião da velha mídia, sustentada com os recursos de origem “suspeita”, angariados pelo Consórcio Midiático. O embuste só veio atestar a perda de credibilidade do jornalismo profissional militante, e o fim de carreira dos “Capitães de Empresas”, que ainda vivem o devaneio de um poder que perderam: o de manipulação das massas. Vida longa às redes sociais.

O EMPRÉSTIMO DE BRUNO

            De repente, todos os holofotes da mídia local e estadual, despejaram suas luzes sobre a Casa Félix Araújo – Câmara Municipal de Campina Grande – onde o povo começou a enxergar seus atuais representantes. Figuras opacas e sombrias, sem brilhos, que “vampirescamente” ora compõem a mais “escura” de todas as legislaturas da sua história. O motivo do alarde? Pedido de autorização do prefeito Bruno Cunha Lima ao poder legislativo, para contrair um empréstimo no valor de 52 milhões de dólares.

            O prefeito Bruno Cunha Lima, durante três anos ininterruptos não experimentou o “xarope amargo” de uma oposição barulhenta – com cobranças às vezes até abusivas – pautas bombas e insistentes pedidos de investigações sobre sua gestão. Lidou sem grandes preocupações com algumas exigências soltas ou perdidas, fora do alcance da tela do radar da população e formadores de opinião. Mesmo atravessando uma eleição para governo, presidente e parlamento, voou até agora, em céu de Brigadeiro.

            É difícil saber a medida exata, ou a dosagem necessária, sobre o equilíbrio entre as críticas (indispensáveis) que provocam reações do elogio alucinante. Governar sem oposição é confortável. Entretanto, para se manter no meio político, é imperioso despertar paixões. Como bem avultou o genial Nelson Rodrigues “toda unanimidade é burra”. Tivemos um exemplo histórico desta assertiva: Ivan Bichara Sobreira.

           Dr. Ivan Bichara tinha sido deputado estadual no início da década dos anos cinquenta. Homem culto, bom, honrado e distante da mesquinhez político/partidária. Desde o início dos anos sessenta, residia no Rio de Janeiro. Era Secretário da Associação Comercial, casado com a sobrinha preferida do ex-ministro José Américo de Almeida. Teve seu nome indicado para suceder Ernani Sátiro, a pedido do General Reynaldo Almeida, Comandante do 1º Exército, e Militar mais respeitado daquele momento.

            Filho do Ministro José Américo, General Reynaldo foi indicado pelas Forças Armadas para suceder Médici. Declinou do convite e indicou seu amigo Orlando Geisel, que não aceitou, por se considerar já velho para a tarefa. Mas, sugeriu seu irmão Ernesto, que apesar de não ter o “perfil consensual”, obteve o apoio e empenho do General Reynaldo – orientado por seu pai – costurou nos bastidores, entre os comandantes das três forças e o EMFA, o nome de Ernesto.

Durante os quatro anos da gestão Ivan Bichara Sobreira, ele não conseguiu suplantar o colossal programa de obras e ações deixadas por Ernani Sátiro. Era distinguido como um vulto distante, uma pessoa simples e acessível, poupado de críticas, convivendo pacificamente com uma oposição silenciosa.

Não fez grandes obras, porque durante seu governo, foi obrigado a pagar todas as contas deixadas pelo seu antecessor, sem nunca ter “resmungado” da herança maldita recebida. Um argumento que, se usado, justificaria seu baixo desempenho. Licenciou-se, foi disputar o Senado, e para surpresa da Paraíba, perdeu para as sublegendas do MDB. Foi mais sufragado que Humberto Lucena. Mas, os votos de Ari Ribeiro (52 mil) no entorno de Campina Grande, e João Bosco Braga Barreto (mais 30 mil), levaram-no à derrota. Acontecimento incomum na história política do país, e até então da Paraíba.

Alguém despertou Bruno – para não repetir o erro do Dr. Ivan Bichara – fazendo-lhes enxergar que sua gestão tem se resumido em pagar as contas deixadas por Romero Rodrigues, o compromisso de manter a velha equipe militante, e concluir as obras por ele iniciadas. Subliminarmente, para população, Romero é um prefeito em férias. Não existem “siameses” na vida pública. Só um ambicioso programa para transformar a cidade num canteiro de obras até 03/10/204, é capaz de reverter este quadro de expectativas. Uma ação que ensejará Bruno a granjear notoriedade, produzir um discurso com argumentos que convença o povo, da imperativa necessidade de seu continuísmo, tornando-se indispensável para a continuidade do desenvolvimento da cidade. O empréstimo divide opiniões, e cria um discurso de sobrevivência para a oposição.

CRISE ENTRE CÂMARA E SENADO É FACTÓIDE

            A mídia nacional dedicou todo seu espaço nos últimos cinco dias, à tarefa de “oxigenar” as chamas de uma “crise” no Congresso, sobre demarcação de direitos, poderes e deveres das duas Casas. Mais um factoide.  Arthur Lira e Rodrigo Pacheco “fingem” brigar pelo controle – através da proporcionalidade – na formação das comissões mistas.

A Constituição não impõe. Admite a criação de Comissões Mistas, como medida para acelerar projetos prioritários, facilitando a tramitação até o Plenário, onde pode ser totalmente modificado, através de emendas e destaques, e obstruída de votação.

            A dúvida reinante é se a “historíola” é invencionice da própria mídia, ou do Palácio do Planalto, para aliviar a pressão sobre o presidente Lula, acuado pelos seus tropeços nos cem primeiros dias de gestão. O imbróglio paralisou as atividades do Congresso. Um fôlego para Lira e Pacheco, na esperança que o “fato novo” leve o povo a esquecer temporariamente a temerosa CPMI dos Atos do dia 08.01.2023.

  Só está garantida a CPI do MST, imposição que Lira não pode fugir e deu sinal verde ontem (20.03.2023), para instalação imediata, com objetivo de barrar o movimento “Abril Vermelho”. Investida do MST, com invasões de terras em todo o país, no dia 01.04.2023. Exigência da bancada Agropecuária, com 300 deputados federais.

Ideologias já são temas superados, e quem as defender não sobreviverá no mundo político de Brasília. O parlamento, ao fortalecer-se, se transformou numa savana, habitada por ferozes “animais políticos” – semelhantes a felinos – diuturnamente em caça. O que os une e os separa, é o modus operandi alicerçado na “palavra”, cuja exigência é ser honrada, e seus compromissos cumpridos. Malandragem não cola mais.

O presidente Lula – Doutor Honoris Causa – com aprendizado no manhoso meio sindicalista, tentou aplicar golpe de esperteza, engendrando “artifício” após ter negociado a PEC do “Fura Teto” com o Congresso, que acreditou na sua palavra e cumpriu o prometido. Por trás – com um soco abaixo da linha de cintura – usou seus aliados para “Judicializar” no STF a Constitucionalidade da Emenda do Relator.

A intenção era fazer todos de “trouxa”, e “abocanhar” 230 bilhões de reais, engordando seu Orçamento. Lira e Pacheco foram “nocauteados”. Todavia, sinalizaram revanche. Criaram a crise, e a exigência é o acerto do “racha” não cumprido.

São 28 MP (Medidas Provisórias) que terão prazo de validade até o final de Abril. Arthur Lira esteve ontem (28/03/2023) com Lula pela manhã no Palácio da Alvorada. Almoçou na residência oficial do presidente do Senado com Rodrigo Pacheco, que à noite permaneceu reunido com Lula e seus ministros palacianos, durante três horas no Planalto. Tudo que prometem ao presidente, é trazê-lo de volta aos holofotes, como figura mediadora da crise “fabricada”, para recuperar os efeitos negativos do seu destempero emocional, no episódio que envolveu o Senador Sérgio Moro.

A corda está esticada. Mas, não será partida ou torada. O Congresso quer – e vai arrebatar – os 230 bilhões do “Fura Teto”. No final da noite (ontem), Lira admitiu encaminhar apenas três MPs para as comissões analisarem e votarem em Plenária: a do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, e a que cria os 15 novos Ministérios. As demais, serão apreciadas após resolverem o problema (?) das Comissões Mistas.

 O grave é que as 25 restantes, são promessas de campanha, para alavancar a imagem de Lula. Como já reconheceu o presidente, quanto mais tempo passar, custará mais caro. Em meio a toda balbúrdia, ainda tem a chegada de Bolsonaro amanhã (30/03/2023) fato que mobilizará a nação. Mais um prego no sapato de Lula.

LULA E WOODROW WILSON

O presidente Lula suspendeu sua viagem à China, oficialmente por ter contraído uma “leve” pneumonia bacteriana. O “Fico” de Lula, é medo da ameaça real de seu governo desmoronar inesperadamente nos próximos quarenta dias, prazo máximo para o Congresso Nacional aprovar ou rejeitar suas Medidas Provisórias. Lula ainda não conseguiu formar uma base de apoio que lhes garanta governabilidade. Claro que o Congresso jamais legislará contra o povo. Aprendeu a respeitá-los, a partir das duas últimas eleições.

A Câmara em 2018 renovou 277 dos 513 parlamentares. Muitos com vários mandatos… Em 2022, foram 200 que não retornaram. No Senado em 2018 nem o seu presidente Eunício de Oliveira, conseguiu retornar. Em 2022, dos 27 senadores que buscaram “os caminhos da volta”, apenas cinco conseguiram chegar ao destino final.

A única MP (Medida Provisória) que será aprovada, que previamente já está aprovada é o Auxílio Emergencial – criado por Bolsonaro – rotulada agora por Lula de Bolsa Família, acrescendo 150 por crianças até seis anos de vida. As demais, como a criação de 15 novos Ministérios, pode ser rejeitada e deixar Lula de calças curtas. Presidentes da Petrobras e BNDES, correm o risco de perder suas funções, caso seja derrotada a PEC que modifica a Lei da governança das Estatais, exigindo uma quarentena de três anos, para quem exerceu funções políticas, ou é dirigente partidário.

A mudança no Congresso – especialmente na câmara dos deputados – é fruto da pressão exercida pela opinião pública. Lula tem mais conforto no Senado, pela longevidade do mandato de seus titulares: oito anos. Na Câmara, são apenas quatro. Na história da democracia, Lula não seria o primeiro presidente a permanecer no cargo de forma figurativa, como o atual Rei da Inglaterra.

Nos Estados Unidos, berço da democracia plena, o presidente Thomas Woodrow Wilson que governou entre 1913 e 1921 – durante toda a primeira guerra mundial – foi imobilizado pelo Congresso, episódio bem mais grave que o provável “congelamento” de Lula. Ambos venderam o que não dispunha na prateleira, ignorando o Parlamento.

Em setembro de 1918, os Alemães começaram a perder seu poder de ataque, pela falta de tropas reservas nas linhas que combatiam os aliados na Europa Central. Lutavam em duas frentes: contra os Russos (Leste) e Italianos, Ingleses e Franceses no ocidente. Os aliados tinham perdido a guerra em 1916, na sanguinária Batalha de “Somme”, quando o grosso das tropas Inglesas colapsaram. A rendição incondicional era questão de dias.

Só a nova potência industrial (USA) os salvaria, enviando tropas, armas; suprimentos/víveres. O Tratado de Balfour – doando o Iraque e demais países sob o domino e influência dos Inglesas no Oriente Médio aos Estados Unidos, trouxe os Americanos para combaterem na Europa. A Alemanha não tinha como repor suas perdas, os Americanos cobriam – além das baixas dos aliados – a ampliação numericamente milhares de novos combatentes treinados.

Restou ao Alto Comando Alemão, acatar a ideia de um Armistício – cessar fogo – nos moldes do que foi celebrado na frente Russa, tratado de Brest Litovski (março de 1918). Porém a condição “sine qua non” era o aval do presidente dos estados Unidos Woodrow Wilson, como mediador.

Wilson viajou para Paris e garantiu as negociações de “paz em separado” aos Alemães, pondo fim as hostilidades no dia 11.11,2018 às 11hs. Convocou realização do Tratado de Versalhes, onde seria discutido sua proposta dos 14 pontos, iniciando-se pela criação da Liga das Nações, doravante, foro de discussões permanentes entre as potências bélicas, para evitar futuras hecatombes em larga escala.

Após os Alemães entregarem suas armas e desmobilizarem as tropas, a Câmara dos Representantes (deputados) e o Senado dos Estados Unidos, revogaram todos os atos de Wilson. Não ratificaram o acordo de Versalhes, e se recusaram a integrar a Liga das Nações, adotando a política do isolacionismo. Wilson fingiu-se doente, vítima de um AVC. Era fotografado numa cadeira de rodas, mas, cumpriu seu mandato até 1921 (?).

VEXAME E DESFEITA

O comportamento anormal do presidente Lula ontem em Campina Grande, originou comentários impresumíveis – relatados e explanados com consternação – inclusive por setores “partidarizados” da mídia militante perfilida nas esquerdas progressistas.

Lula chegou calado e saiu mudo. A ausência da militância – no Aeroporto João Suassuna e na cidade de Santa Luzia – foi uma prova inconteste que, de fato, procede a desconfiança da população sobre o resultado das urnas eletrônicas. Nas imagens, o semblante do presidente mostrava desconforto, decepção ou choque de realidade irrefragável, enxergando que sem apoio do povo, seu governo não se sustentará.

O Governador João Azevedo – o tempo todo ao lado de Lula – por mais que se esforçasse, não conseguiu arrancar uma única palavra de afago do presidente. Ainda tentou sensibilizá-lo, buscando um gesto de reconhecimento de sua indiscutível competência, por ter conseguido atrair investimentos do setor privado, na ordem de 3,5 bilhões, para produção de energia limpa. Seus relatos foram ignorados.

Lula desembarcou na Paraíba com uma “baita ressaca moral”, pelo vídeo “viralizado” nas redes sociais – furado por entrevistadores – usando palavras de baixo calão, ao expressar seu ódio e desejo de vingança contra o ex-Juiz Sérgio Moro. Não se fala em ódio e vingança num país, onde 90% de sua população é cristã. Os valores da fé pregada pelo Cristianismo, se alicerçam no dom do perdão: oferecer a outra face.

Quem condenou Lula foram seus delatores – a partir do seu ex-ministro da economia Antônio Palocci – confirmando provas materiais e circunstâncias, oriundas das investigações do Ministério Público Federal – através da “Operação Lava-Jato” – Força Tarefa montada pelo Procurador Geral da República, para estancar a hemorragia da corrupção sistêmica que estava levando o país ao estado de Coma. Ao Juiz – quer fosse Sergio Moro ou outro qualquer – caberia apenas sentenciar.

Por que Lula não odeia, nem quer se vingar dos Desembargadores do TRF-4, que elevaram a pena de Lula em mais quatro anos, considerando que Moro tinha sido generoso? E o STJ, que por unanimidade confirmou a sentença do TRF-4? O próprio STF, que lhes negou habeas corpus? Até Fachin, que ao “descondená-lo”, não o inocentou. A manobra monocrática foi para torná-lo elegível. Todos os processos com provas robustas foram transferidos de Curitiba para Brasília. No bojo desta “manobra”, surge o benefício da figura jurídica “prescrição”, que ajudará Lula a não voltar para a cadeia.

Em entrevista concedida após a partida do presidente, o governador João Azevedo – que foi de Campina Grande a Santa Luzia no helicóptero presidencial – relatou que no percurso, renovou os pleitos da pauta já encaminhada ao presidente, destacando as prioridades do Estado, que dependem de investimentos do para continuar progredindo.

Subliminarmente, sua intenção foi fornecer subsídios para o discurso de Lula, que não aconteceu. O presidente não quis se comprometer com João, assumindo publicamente que o ajudaria, com transferência de recursos Ministeriais, para coroar sua segunda gestão. É chegada a hora do governador encarar a realidade: ele não pertence ao time de Lula. Por mais que force a barra, as portas permanecerão sempre fechadas. Lula na Paraíba (22.03.2023) foi um vexame para João Azevedo, e uma desfeita para bancada da Paraíba no Congresso Nacional, que ainda se compromete em garantir sua “governabilidade”.

O DESENCANTO DE BRUNO

A crônica política que noticia o quotidiano do prefeito de Campina Grande, vem fazendo registros simplórios e as vezes subliminarmente deletérios, sobre seu desempenho – caracterizando como mortiço – no terceiro ano de sua gestão, fato diagnosticado pelos seus opositores em avaliação “qualificada”, como incompetência.

Entretanto, seu comportamento funcional pode ser enxergado sob outro prisma: inapetência, desencanto, desapontamento com os que o cercam – figuras do seu próprio meio (político) – cuja maioria são carreiristas, imediatistas; desleais; defensores de projetos meramente pessoais, afastados do interesse público; insensíveis as nítidas aspirações dos aguerridos e sonhadores habitantes da Rainha da Borborema.

Neste aspecto (no momento) Bruno Cunha Lima pode ser considerado a pessoa certa, no lugar errado. Fazendo uma analogia ao futebol, um “canhoto” – que só chuta com a perna esquerda – escalado para ponta direita. A exigência precípua para personalizar ou configurar uma liderança política – além de um mínimo de vocação – é a capacidade de conquistar simpatizantes para condescender com seus ideais altruístas, inspirados nos anseios da população, que os elegem através do voto, para conduzir seus destinos.

Existem políticos que espontaneamente atraem votos (carismáticos). Outros (de bastidores) com aptidão de criar boas equipes, e alcançar seus objetivos colimados. Os que se transformam em políticos – em função circunstancial ou momentânea – e os herdeiros naturais desta atividade, sequenciadores de um aprendizado doméstico. Isto acontece comumente em famílias de médicos, advogados e engenheiros. Seus descendentes se inspiram nas carreiras de seus avós, pais, tios…

Em Campina Grande testemunhamos ao longo do tempo, todos estes experimentos. Saudoso Edvaldo do Ó foi um grande político sem voto, nem mandato. Tinha uma capacidade ímpar para revelar talentos e valores latentes, apostar nas novas ideias e renovar as elites intelectuais, políticas e econômicas da cidade. Campina sempre grande.

Ex-prefeito Evaldo Cruz – escolha circunstancial – grande técnico de sobeja e inquestionável competência, contava os infindáveis dias para concluir seu mandato, e afastar-se definitivamente da vida pública. Homem manso, poucas palavras, um grande coração que não conseguia expressar seus sentimentos de empatia pelo seu povo.

Enivaldo Ribeiro, de origem completamente adversa do mundo político, tinha vocação nata para se transformar numa grande liderança. Ao lado de Vergniaud Wanderley, foram os dois maiores prefeitos de Campina Grande do século XX. Sua gestão transformou completamente a cidade, equipando-a com estrutura para crescer nas duas ou três décadas subsequente, o que de fato aconteceu.

Poeta Ronaldo Cunha Lima – maior “arrebanhador” de multidões da história da Paraíba – sucedeu Enivaldo. Possuidor de uma retórica hipnotizante e apaixonante, dono de um irresistível fascínio, consolidou a mais longeva oligarquia política de Campina Grande: vinte e dois anos ininterruptos à frente dos destinos da cidade.

Governou o Estado, elegeu seu filho Cássio como seu sucessor na cidade – com quatro mandatos – o pôs no governo e no Senado Federal. Mesmo com a saúde debilitada, reconquistou o espaço perdido por oito anos para os Rêgo.

Bruno Cunha Lima se encaixa no figurino perfeito, exigido para moldar a nova geração de polípticos que alcançarão a metade do século XXI. Todavia, sua postura foi formatada no Legislativo, o oposto da “tranqueira” que representa o Executivo. A regra é “bom executivo, mal legislativos”. E, vice-versa. Resta questionar se o desconforto por estar no Executivo é dele, ou fruto de escolhas equivocada dos que ora compõe sua equipe, e não entregam ao povo resultados satisfatórios.

MURILO GALDINO NA CCJ DA CÂMARA

A Paraíba começa a se posicionar de forma surpreendente no Congresso Nacional, criando espaços e aspirando oportunidades que há décadas o Estado não desfrutava. Os novos tempos, prometem trazer novos ventos, que irão “arejar” a perspectiva de voltarmos a figurar no cenário político nacional – protagonizando momento histórico marcante para o país – sobretudo na atual conjuntura geopolítica da nova ordem econômica mundial, momento que avançamos na trajetória de conquistar em definitivo a posição de principal celeiro do mundo, responsável pela segurança alimentar do planeta.

Deputado Federal Murilo Galdino – eleito no pleito de 2022 – estreou mostrando competência, vencendo o primeiro round da contenda – “acotovelamentos” entre pares – (513 parlamentares), sobressaindo-se com a conquista expressiva de uma das vagas da mais cobiçada Comissão Temática da Câmara dos Deputados, a CCJ-Comissão de Constituição e Justiça. Por lá, obrigatoriamente tramitarão todas as PEC, a nova Âncora Fiscal, Reforma Tributária; demarcação dos limítrofes dos Três Poderes – imbróglio que vem alimentando um amplo debate na sociedade – consignado nas ações da nova Legislatura, já com dezenas de CPIs e até pedidos de impeachment protocolados.

As votações na CCJ, são sempre exaustivamente debatidas e com resultados apertados. Suas decisões (votadas) demandam no envio a Plenário, para ser referendadas, quer seja por maioria simples ou quórum qualificado. Participar ativamente de toda legislação produzida ou revisada nos próximos dois anos, opinar sobre as Medidas Provisórias dos primeiros dias do governo Lula III, é desejo de todos os 513 parlamentares. Murilo Galdino assume responsabilidades além das divisas da Paraíba.

O vice-presidente do Senado – reeleito sem disputa – fato que pode ser considerado como “aclamação”, é Paraibano. Espera-se de Veneziano, estreitamento nas relações com Efraim Filho e Daniela Ribeiro, afinando um discurso em prol da Paraíba. Na Câmara dos deputados, Aguinaldo Ribeiro é Relator da Reforma Tributária, projeto que visa equilibrar as diferenças regionais na distribuição dos impostos arrecadados, com destinação mais justa e equitativa nas cotas destinadas a União, Estados e Municípios.

O líder do Republicanos Hugo Mota, ganhou respeito e admiração do país, ao posicionar-se contra a Emenda do “Fura Teto”, defendendo na tribuna os riscos de o país desacelerar seu crescimento e ancorar na estagnação econômica. Acompanhamos na TV Câmara o seu desempenho na Tribuna – falando de improviso – porém preciso com dados, números e projeções econômicas, demonstrando profundo conhecimento sobre o tema.

O governo vislumbra uma colisão inevitável com o Congresso – bússola que norteará os destinos da nação. Desde 2015, o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN) presidindo a Câmara dos Deputados, oficializou a alforria do Parlamento tornando as emendas impositivas. Acabou definitivamente com o poder de barganha do Palácio do Planalto, que engessava o OGU “contingenciando-a”. A cada votação polêmica, um gesto genuflexo dos parlamentares – sempre de pires nas mãos – curvando-se a arrogância imposta pelos governos de plantão, na esperança de liberar recursos para suas bases.

Existe um símbolo no hieroglifo Chines – com duas interpretações – que visto fora de contexto, ambas podem ser interpretadas como “crise” ou “oportunidade”. Em sua cultura (sabedoria) milenar, todas as crises são parturientes de oportunidades. O momento para o futuro da Paraíba, exige que nossos representantes se unam suprapartidariamente, e enxerguem este instante ímpar, como uma chance imperdível para o desenvolvimento da Paraíba. O altruísmo de nossa bancada – que precisa amadurecer – deve lutar pela união de todos. O resultado é uma vitória da Paraíba e sua gente.

ARTHUR LIRA ARROSTA ALEXANDRE DE MORAIS NA FGV

Desde o período dos governos petistas, a FGV tem avançado (se imiscuindo) em temas complexos, cujo foro de direito é o Congresso Nacional, onde estão os legítimos representantes do povo, democraticamente eleitos pelo voto secreto e livre. Seu comportamento “doutrinário” é algo muito parecido – se não for cópia – com o extinto IPES – Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, criado e comandado pelo General Golbery do Couto e Silva, cuja função era instituir novas lideranças a partir de 1960, para inibir o crescimento das esquerdas em franca expansão no cone Sul, especialmente no Brasil. Seus efeitos culminaram na Operação Brother Sam, fuga do ex-presidente João Goulart – temendo uma guerra civil no País – início do processo de governos militares.

O Centro de Inovações e Pesquisa do Judiciário – setor criado pela FGV – em parceria com a Rede Globo e apoiado pelo IDP – Centro de Desenvolvimento e Pesquisa, realizaram ontem (13.03.2023) no seu Centro Cultual Seminário sobre “Liberdade de Expressão, Redes Sociais e Democracia (?). Convidados palestrantes: Flávio Dino (Ministro da Justiça), o Delegado Geral da Polícia Federal; Ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes; Desembargador representando o TJ-RJ; Arthur Lira e Rodrigo Pacheco (Congresso Nacional); Diretor de Relações Governamentais do Google no Brasil Marcelo Lacerda; Diretores Jurídicos da Rede Globo; Jornalistas da Folha de São Paulo.

O ministro Alexandre de Morais defendeu a regulamentação e controle das redes sociais, como única alternativa para combater a “Fake News”. Explicitou sua falta de modéstia ao julgar suas próprias ações (inconstitucionais), que sob sua ótica foram imprescindíveis para o “equilíbrio” do pleito de 2022. Sugeriu que as redes sociais devem se comportar e se espelhar na mídia tradicional e profissional ora existente no País.

O ministro jamais esperava o tom do discurso (escrito) de Arthur Lira, falando em nome da Câmara dos Deputados: “os poderes da República precisam encontrar os caminhos do meio para tratar sobre este tema”. Acrescentou que as redes sociais são veículos de liberdade de expressão e da democracia, que não podem ser facilmente restringidas – seja punindo jornalistas ou parlamentares – com um mero clique. Só com equilíbrio, encontraremos a fórmula de preservar os dois direitos”.

Finalizou afirmando ser contra a prisão de jornalistas – sem o devido processo legal – mesmo que seja constatado a Fake News. “Não podemos, e jamais iremos abrir mão das liberdades que nos foram consagradas pela Constituição Federal… As redes sociais são uma expansão na nossa capacidade de nos comunicarmos… Regulamentar pode significar também uma retração na nossa liberdade constitucional de manifestar ideias e opiniões”. Gilmar Mendes: “nem foi a favor, nem contra, muito pelo contrário”.

A partir da posse da nova legislatura em 01.02.2023, o experimentado ministro Gilmar Mendes “subiu no muro”. Especulações apontam o isolamento de Alexandre de Moraes por seus pares, que enxergando seus umbigos temem a PEC que limita o tempo de um Ministro do STF na função, debate que domina nas redes. Estão corretos. Se não mudarem as pedras, criarão limbo. Imaginem Alexandre de Morais no STF até o distante ano de 2043, quando a compulsória o fará trocar a toga pelo pijama!? O Congresso está no seu papel. Legislar em defesa dos direitos da maioria.     

BANCADA AGROPECUARISTA REGULARÁ O GOVERNO

            Cientistas políticos que desfilaram ontem (08/03/2023) nos noticiosos da CNN, mostraram uma realidade existente dentro do Congresso Nacional, que vai além da polarização PT x Bolsonaristas – tira-teima alimentado pelas narrativas produzidas por um batalhão de repórteres que cobrem os acontecimentos do dia – gerando notícias perecíveis, com validade que não se sustentam por mais de quarenta e oito horas.

            O recuo do governo sinalizando ao MST que não está preparado – nem dispõe de meios – para promover a “Reforma Agrária” prometida em 2015, foi um balde de água fria, para aqueles que apostaram no fenômeno da desagregação do campo, como um movimento capaz de aquecer a popularidade de Lula, nos moldes 2003/2010.

            A “esquerda festiva” que se incorporou ao PT, patrocinou o “Carnaval Vermelho” – invasões de terras na Bahia, São Paulo e outros locais isolados – como “balão de ensaio”, para avançarem sobre o Agronegócio, por considerá-lo “Bolsonarista”. Esqueceram que o Agronegócio (hoje) não se limita apenas a plantadores de soja. É toda uma imensa cadeia de produção de grãos, que tem como aliado a gigante Pecuária e a Indústria Brasileira: Celulose, Café, Etanol; Massas; Laticínios; Frigoríficos…

            Esta cadeia produtiva, se tornou na fonte inesgotável de emprego e renda – pagadora de impostos diretos e indiretos – responsável também por grande parte do setor de serviços, transportes; geradora de vultuosas divisas para o país. Foram esquecidos por décadas, levando-os a aprender se “coserem” com suas próprias linhas. Enfrentam um conflito permanente, para se manterem na posse das terras produtivas, desejadas ser ocupada (invadida) por devastadores que não queriam cultivá-las.

            Integrantes do governo Lula, que enxergam o país completamente diferente de 2003/2010, contemporizam a ameaça feita pelo líder da Bancada da Agropecuária na Câmara dos Deputados, sobre a instalação imediata de uma CPI para identificar quem patrocina, orienta e coordena as ações da anarquia no campo. Tremeram nas bases. Cabeças insuspeitas rolariam, com efeitos negativos e crises imprevisíveis.

Não só o Palácio no Planalto, até os veteranos jornalistas da CNN ficaram atônitos quando averiguaram o número de parlamentares que “supra-partidariamente” defendem o setor organizado produtivo, a partir do presidente Arthur Lira: 344 deputados federais e 44 senadores da república. Derruba qualquer governo com um impeachment, não importando o crime que lhes seja imputado.

A Justiça imediatamente já determinou a desocupação dos latifúndios baianos, concedendo reintegração de posse a Cia. Suzano de Papel e Celulose. A área é avaliada em 200 milhões de reais. O Ministério do Desenvolvimento Agrário dispõe no orçamento de 2023, apenas R$ 2,0 milhões, para desapropriações.

Por outro lado, no Pontal do Paranapanema e região de Presidente Prudente (SP), área de domínio da FNL – Frente Nacional de Lutas no Campo e na Cidade – movimento liderado por Zé Rainha – a polícia ao prendê-lo por extorsão, encontrou em vários acampamentos, armas de fogo, Seguranças Armados (?) e toda uma estrutura de mobilidade, ônibus, caminhões, tratores… equipamentos domésticos como freezer, cozinhas, e barracas apropriadas para camping. Ficou explicado a origem do dinheiro: extorquiam os proprietários, sob a ameaça de invasão.

Deixando os “petistas festivos” pendurados no pincel, o governo tirou sua escada e deu ao Agronegócio, anunciando linha de crédito no valor de 30 bilhões de reais – empréstimos com juros subsidiados – para incrementar ainda mais seu crescimento. Com uma retórica governista o PT se reconfigura, distanciando-se do MST e FNL: “Em tempos de pouca farinha, primeiro o meu pirão”.

A PARAÍBA PODE EMPLACAR O SUCESSOR LEWANDOWSKI NO STF

            Apesar do presidente Lula já ter admitido indicar seu advogado Cristiano Zanin, para suceder o Ministro Ricardo Lewandowski (STF) que se aposenta compulsoriamente ao completar 75 anos em 11/05/2023, existe uma trincheira dentro do Senado Federal armada para desaprova-lo na sabatina. O Fato causaria – além de “vexame” um estrago desmoralizante imposto a Lula, sem precedentes na história da República.

            Cristiano Zanin “pavimentou” os caminhos de sua ambição, com apoio dos Ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Lewandowski. Mas, mesmo sendo indicado, a última palavra é do Plenário do Senado. Na visão de um, dos 81 assentos, Lula teria que gastar metade da PEC do “fura teto” para cominar seu capricho.

Aproveitando a provável desistência de Zanin, o Ministro da Justiça Flávio Dino tenta alavancar seu nome, ou do seu irmão Nicolao Dino, que foi subprocurador Geral da República de Rodrigo Janot. Figurou na lista como primeiro, para suceder Janot, entretanto, o ex-presidente Michel Temer quebrou a regra e preferiu Raquel Dodge.

O STJ sugeriu – nos bastidores – defender o nome de sua ex-presidente Laurita Vaz, como forma de homenageá-la e avultar a importância daquela Corte de Justiça, que desde a gestão petista, não consegue comemorar a indicação de nenhum de seus membros para o STF. Na visão dos meios jurídicos/acadêmicos, a lógica seria que todo Ministro do STF, tivesse passagem pelo STJ. Argumento válido e bem fundamentado: Ministros do STJ são Juízes de carreira. A maioria passa antes pelos TRF – Tribunais Regionais Federais. Mas, Laurita Vaz tem 74 anos. Passaria apenas um ano na Suprema Corte?

Existe um consenso no novo Senado, empossado em fevereiro último, de minimizar o ativismo político da Suprema Corte, sobretudo seus exageros partidários ideológicos. Sem alardes, correndo por fora, adotando uma postura prudente e discreta, existe um trabalho para indicação do vice-presidente do TCU, Ministro Vital Filho.

É advogado, foi Senador da República e tem relevantes serviços prestados ao PT, como “homem missão”. Enterrou a CPI de Carlinhos Cachoeira – livrando Dirceu e Lula de uma tragédia anunciada – cumpriu sua tarefa na CPI da Petrobras, e disputou em 2014 a eleição para o governo do Estado da Paraíba, com o objetivo de levar o pleito para o segundo turno. Obteve 110 mil votos, que foram integralmente transferidos no segundo turno para Ricardo Coutinho. Cássio foi o mais votado no primeiro turno. Ricardo reeleito, derrotou o então imbatível Cássio Cunha Lima.

O desgaste da empreitada foi cobrado, e a conta foi reconhecida pela então presidente Dilma. Com apoio de Lula, indicam-no para o TCU. Vital Filho exibe uma trajetória de acertos na vida pública: ganha até quando perde. Tem um bom trânsito no Congresso, elegeu (2018) seu irmão Veneziano Vital do Rêgo a vice-presidência da Casa, mesmo enfrentando a adversidade de ser oposição a Bolsonaro.

A atuação de Veneziano tem surpreendido até seu irmão. É cortês e afável, admirado pelos seus pares, querido pela presidente do PT Gleisi Hoffmann. Continuaria vice-presidente (reeleito) em quaisquer circunstâncias. A chapa de Rogério Marinho, não tinha escolhido um vice previamente. Na segunda sessão, para eleger o vice, e Mesa Diretora, o PL não apresentou candidato. Foi votado por todos.

O plano é perfeito. A renúncia de Vital Filho para assumir o STF, abre uma vaga no TCU, que será a vez do Senado indicar um candidato. O resultado do pleito para o governo do Estado (2022), deixou Veneziano combalido por não ter alcançado o segundo turno, mesmo como candidato de Lula, do PT e MDB. Em fevereiro último, a Câmara fez sua indicação para o TCU, agora será o Senado Federal. Veneziano Vital do Rêgo seria o indicado pelo presidente Rodrigo Pacheco, MDB, PT e toda base de apoio do governo.

O STF é herdeiro da Instituição mais antiga do país, criada em 1808 com a chegada da Casa Real ao Brasil. D. João VI designou como “Casa da Suplicação do Brasil”. Em seus 215 anos de existência, a Paraíba teve apenas três membros na Suprema Corte: Epitácio Pessoa, Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Melo e Luiz Rafael Mayer. Por mais ousada que pareça a tentativa, é bom não duvidar. Ney Suassuna ficará feliz em retornar ao Senado, com mais quatro anos de mandato.

CONGRESSO X POVO

            A instalação da CPMI que investigará os atos de vandalismos ocorridos no dia 08.01.2023, será a primeira prova de fogo para a nova Legislatura instalada no último dia 02.02.023. A renovação na Câmara dos Deputados, fruto das eleições de 2022, alcançou 39% dos 513 deputados eleitos em 2018, ano que ocorreu a maior reforma – via voto popular – na história do parlamento brasileiro: 47% de suas cadeiras foram ocupadas por “inexpertos” figurantes desconhecidos no cenário político nacional.

As redes sociais, desde 2016, vêm protagonizando a grande discussão política, usando a “rotulação” como bússola, orientando aqueles que não entendiam o que era direita nem esquerda, a se posicionarem no amplo debate e assumirem posições. Este movimento espontâneo de conscientização do povo – impedindo a permanência do “status quo” da perversa manipulação das massas – ainda é considerado pela crônica política da velha mídia “ensaboada”, como “radicalismo”.

            A partir de 2018, surgiu a “Direita Conservadora”, estruturada nos sentimentos patrióticos e alicerçados nas Igrejas Cristãs (Católicas, Pentecostais e Neopentecostais). O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos maiores países Cristãos do mundo, com 90,2% de sua população ou 175,7 milhões de pessoas batizadas no Cristianismo. Perde apenas para os Estados Unidos, que tem 246 milhões. É um admirável contingente, que jamais aceitará as pautas das esquerdas, imposta pelas minorias, que ostentam questões sensíveis (privadas e/ou pessoais) como a “diversidade identitária”, por exemplo, o movimento doutrinário do LGBTQI+ e a linguagem neutra do “tudes”.

            Com apenas 130 deputados federais, acrescidos de mais 80, que se consideram “centro” – apoiaram o PT no segundo turno – o governo fica sem retaguarda para a longa guerra de quatro anos que se inicia agora. As esquerdas formaram a menor bancada desde 2022. O misterioso quadro de saúde de Zé Dirceu, levou Gleisi Hoffmann a assumir o papel de Chanceler, “Cahncelera” ou “Chancelarina” do PT e seus aliados comuns, com discurso instituindo o “patrulhamento ideológico”, deixando o governo de calças curtas. Critica Fernando Haddad, Simone Tebet, Diretoria da Petrobras e exigência (ontem) do imediato afastamento do Ministro das Comunicações, por ter usado indevidamente uma aeronave da FAB para participar de um leilão de cavalos em São Paulo.

            Neste ínterim, Zeca Dirceu – líder do governo – avançou na Câmara e “convenceu” dois deputados federais a retirarem suas assinaturas para a instalação da CPMI. O Jornalista Caio Junqueira da CNN, “plantado” no Palácio do Planalto, se mostrou na última sexta-feira (03.03.2023) pessimista quanto às possibilidades do governo impedir que o processo avance. Foi enfático – mesmo de modo desajeitado – admitindo existência de algo de errado, que à luz de uma ampla investigação como uma CPI, alguns fatos podem respingar no presidente Lula.

Seus companheiros de bancada, no “WW com William Waack”, pela primeira vez abordaram o tema, que há 40 dias está nas redes sociais. Citaram o provável comprometimento do Ministério da Justiça, ABIN, GSI que foram notificados 48 horas antes do dia dos transtornos. Por outro lado, Lula impõe sigilo sobre a divulgação das imagens do circuito interno de câmeras instaladas no Palácio do Planalto.

O que veremos nas próximas semanas, é quem vai ocupar o espaço na mídia e redes sociais. Arthur Lira ou Lula? Lira, se olhar no retrovisor, distinguirá o “travento” destino de Rodrigo Maia, quando se posicionou contra o povo, chamando as manifestações de “domingueiras”. Mudou de cidade (Rio) ficou impossibilitado de andar nas ruas, não teve sequer a coragem de registrar sua candidatura a deputado federal. As chuvas e enchentes de março fechará este verão?

STF ATIRANDO PARA TODOS OS LADOS

Uma “Torre de Babel”. De repente, os ministros do STF começaram a falar em línguas diferentes, deixaram de se entenderem e decisões esdruxulas são tomadas a toque de caixa, aumentando ainda mais a insegurança jurídica das instituições.

Neste entremeio, na corte petista o clima de desentendimento entre ministros – cuja miopia não consegue enxergar que o mundo mudou desde 2010 evoluindo a partir de transformações profundas na macroeconômica globalizada – impede que o governo avance com suas promessas de campanha, alicerçadas em programas sociais retrógrados, vivos e presentes apenas no pequeno núcleo sectário do PT, e seu líder Lula. Flávio Dino, Gleisi Hoffmann querem medidas “distributivas”, na esperança de ressuscitar o Lula de 2003.

O ministro da Economia Fernando Haddad não mudou absolutamente nada da política implementada por Paulo Guedes no governo Bolsonaro. Pelo contrário, demonstra uma avidez colossal por arrecadação de tributos, se antecipando ao previsível fiasco do “Arcabouço Fiscal” que prometeu ao mercado, carta que não tem sob a manga. Não há registros de milagres em economia. Como bem salientou o ex-presidente norte-americano Ronald Reagan “no serviço público não existem gênios, estão todos na iniciativa privada”.

Corroborando com todo este quadro de caos, o STF ainda despreza a existência de um Congresso forte, ignorando a realidade do País desde o governo Bolsonaro, quando implantou um regime semipresidencialista de fato. Atacaram o Parlamento – numa manobra conjunta com o PT – derrubaram a Emenda do Relator (20.12.2022).

O poder de Artur Lira estreitou o corporativismo da Casa. Em apenas dois dias, votaram uma PEC e restauraram parte do “tesouro” que seria saqueado pelo Governo Federal. A confiança na Suprema Corte a esta altura é definitivamente “cristal quebrado”. Desde o acordo (descumprido) para manter a prisão de Daniel Silveira, com a promessa de liberá-lo oito dias depois, não se leva mais a sério o que a Suprema Corte promete. Silveira passou dez meses encarcerado. Retornou após o fim do seu mandato para o presídio, e até hoje tem todos os seus bens e contas bancárias bloqueados.

Ontem (27/02/2023) o ministro Alexandre de Morais decidiu que todos os militares suspeitos, denunciados ou envolvidos nos atos de 08/01/2023, serão julgados pelo STF, atropelando o STM. Anunciou também que levará a julgamento pelo STF mais de mil manifestantes presos, fato que será registrado no Guinness como o maior julgamento da história, superando o Tribunal de Nuremberg que julgou entre novembro de 1945 e outubro de 1946, 185 pessoas: políticos, militares, civis e colaboradores com o regime Nazista.

Paradoxalmente, todos os processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro estão sendo encaminhados para a primeira instância, pela perda do foro privilegiado. Todavia, nenhum dos presos em 08.01.2023 têm foro privilegiado. O STF mais uma vez está atropelando a Constituição? A PGR pediu em 24.02.2023 a libertação de 700 dos mais de 800 manifestantes que continuam presos na Papuda, e em outros locais em Brasília.

Ignorando completamente o pedido de instalação de uma CPMI no Congresso, sobre os atos de 08.01.2023, a velha mídia – segurada pela promessa de empréstimos emergenciais via BNDES – sequer noticiou a mudança repentina do ministro Gilmar Mendes, que aparenta ter se distanciado de seus pares.

Atendendo um pedido da senadora Soraya Thronicke, que colheu 36 assinaturas no dia 10.01.2023 para instalar uma CPI sobre os eventos do fatídico 08.01.2023, expediu ofício dando o prazo de 10 dias para o senador Rodrigo Pacheco se explicar sobre tal negligência.

A LUTA PELA CPI DA VERDADE

O jovem deputado federal André Fernandes de Moura (PL-CE) – campeão de votos no seu Estado no pleito de 2022 – ganhou destaque nas redes sociais no último final de semana (24 e 25/02/2023) quando postou as assinaturas de 32 senadores, seguidos por 172 pares da Câmara dos Deputados, números suficientes de signatários para instalação da CPMI que investigará os atos de vandalismos ocorridos no dia 08.01.2023.

O Palácio do Planalto tenta abortar a ideia, com uso e apoio da velha mídia profissional, que silencia sobre o movimento dos parlamentares por recomendação do governo. A gravidade da CPMI e seus desdobramentos estão respaldadas nas denúncias preliminares feitas pelo Senador Marcos do Val, sobre o inteiro conhecimento do Ministro da Justiça Flávio Dino e do presidente Lula, informados pela ABIN e GSI com antecedência de 48 horas que ocorreria uma “quebradeira” planejada por sabotadores (pagos) já infiltrados no acampamento dos “Patriotas” em frente ao Quartel do Exército em Brasília.

Um farto material com vídeos – armazenado nas câmeras de segurança do Congresso – Palácio do Planalto e STF, estão na PF, que tem áudios de monitoramento do grupo de marginais registrando que desde as 14:30, quando já estavam dentro das sedes dos três poderes, aguardando a chegada da marcha dos manifestantes em deslocamento do setor Militar, até a esplanada dos Ministérios. Chegaram as 16:30. Tudo já estava destruído.

A expectativa da população é sobre sua instalação. Deputado André Fernandes aponta o artigo 21 do Regimento do Congresso Nacional, que determina: “uma vez requerida por 1/3 das duas Casas Legislativas, CPI tem instalação automática”. O grande obstáculo, não enxergado pelo corajoso parlamentar, são as Comissões Temáticas, cujos membros ainda não foram escolhidos. A CCJ, por exemplo, está sendo exigida pelo PT, que votou na eleição de Arthur Lira. Inevitavelmente este pedido de CPI passa pela CCJ. Arthur Lira pautou esta discussão para iniciar-se a partir de hoje (27.02.2023).

Para os céticos imediatistas, as CPI terminam sempre em pizza. Não é bem assim. Lula viveu os efeitos da CPI do “mensalão” e dos “bingos”. Quase foi arrastado por elas. Se não fosse a interferência de Sarney, teria sido derrubado por um impeachment. Na época, a oposição do Senado levou muito tempo para se mobilizar.

O líder do DEM, José Agripino Maia, defendia a tese que Lula teria que “sangrar”. ACM concordou, afinal, já tinha caído Zé Dirceu, o Superministro da Casa Civil, José Genoíno – ícone da legenda – ,João Paulo presidente da Câmara eleito com 334 votos, marca só superada agora por Arthur Lira; Pedro Cordeiro e outras “vacas sagradas” do “lulapetismo”.

O erro foi aguardarem o resultado da CPI dos Bingos e de Carlinhos Cachoeira, Valdomiro e todo o crime organizado do Rio de Janeiro. Márcio Tomaz Bastos teve que renunciar o Ministério da Justiça, para advogar no Senado um constituinte contraventor – Carlinhos Cachoeira – que ameaçava derrubar a República. Antônio Palocci, ministro da Economia, renunciou. Mas, a Globo negociou com Sarney a escalação de Franklin Martins para comandar a SECOM – Secretaria de Comunicação do Governo Federal – distribuidora de bilhões de reais em verbas publicitárias, para tirar da pauta do jornalismo o escândalo que sacudiu a Nação. Lula escapou com uma só versão: ‘não vi, não sei, nem ouvi’.

Orientado por Sarney, criou interlocução com a “cumpanheirada”, para numa entrevista, assumindo “mea-culpa” por ter escolhido e confiado em tantos – sem citar nomes – que traíram sua confiança. A grande mídia com cofres abarrotados encerrou o assunto criando roteiro para Lula. Viagens internacionais, política externa, extrapolar o Bolsa Renda, “Minha casa Minha Vida”; FIES…Limpando sua imagem, e com ajuda das velhas urnas eletrônicas, reelegendo-o em 2006. A diferença de 2003 para 2023, foi o tempo de “lua de mel” petista desfrutado ao lado da população. Assumiu em 2003 e o mensalão estourou em 2005. Agora em 2023, a CPI pode alcançá-lo em 90 dias de gestão.

REFORMA TAMPÃO E INOPORTUNA (parte III) RASGANDO A CONSTITUIÇÃO

Relatamos nas postagens anteriores a percepção de ACM sobre o avanço sem controle das Cortes Superiores de Justiça, atropelando o Parlamento Brasileiro e se imiscuindo nas prerrogativas constitucionais do Poder Executivo. Com sua partida, não surgiu um sucessor para dar continuidade à causa. A Câmara dos Deputados aprovou em julho de 2015 PLC 75/2015 que deu origem a lei 13.165/2015 estabelecendo a obrigatoriedade do voto impresso.

A comissão da Reforma Política trombou com uma celeuma no Senado, que em princípio atendeu recomendações dos técnicos do TSE, alegando que imprimir votos custaria muito caro. Aécio Neves – derrotado pelo sistema do voto eletrônico – não engoliu. Levou o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados ao plenário do Senado e aprovou de imediato o voto impresso, para ser implantado nas eleições municipais de 2016.

Dilma Rousseff, ainda Presidente e suposta beneficiada pela urna eletrônica vetou, alegando que custaria 1,8 bilhões a impressão do voto. O veto foi derrubado somente em dezembro do mesmo ano (2015), em votação plenária com apoio de 368 deputados e 56 senadores. Entretanto, como a Constituição exige um ano de antecedência para Leis Eleitorais entrarem em vigor – a derrubada do veto foi em dezembro após 03 de outubro – eleições de 2016 não teriam o voto impresso. Mas, definitivamente, no pleito de 2018 as urnas poderiam ter recontagem e serem auditadas.

A decisão extemporânea da PGR Raquel Dodge em 2018, que entrou com uma ação no STF pedindo liminarmente a suspensão do voto impresso, é um mistério que ninguém até hoje conseguiu desvendar. Raquel Dodge alegou que o voto dos deficientes visuais poderia ser manipulado. E antes? Por que nunca foi? Mesmo antes das urnas eletrônicas? A liminar foi concedida por Gilmar Mendes. Somente as urnas eletrônicas conseguiriam levar Fernando Haddad para um segundo turno.

Após as eleições, com vitória de Jair Bolsonaro, os recados foram dados. Primeiro o de Zé Dirceu: “perdemos uma eleição, mas, vamos tomar o Poder”. O segundo, da Ministra Rosa Weber, na ocasião da diplomação de Bolsonaro presenteando-lhes com uma cópia da Constituição, passando uma mensagem “subliminar” que o Poder pertencia ao STF, mesmo não sendo eleito. Veio a entrevista do ex-presidente do STF/TSE Carlos Ayres de Brito: “a lei está acima de todos. Mas, acima da Lei, está a Suprema Corte” (?).

O atropelo “inconstitucional” do STF impedindo a execução de uma Lei aprovada pelo Congresso Nacional – voto impresso – retornou ao debate em 2019, com uma forte movimentação que chegou a colher assinaturas para uma CPI denominada “Lava-Toga”. Duas ou três assinaturas foram retiradas, impedindo sua instalação. Um dos líderes deste movimento era o senador Randolph Rodrigues, na busca de vingança pela prisão de Lula.

Passado o susto da CPI, o STF em 15/09/2020 julgou em plenário a ação de Raquel Dodge. Com o placar de 8×2, ficou proibido a implantação do voto impresso. Indignados, os congressistas não aceitaram a decisão. A deputada federal Bia Kicis, já prevendo que o STF iria por abaixo a minirreforma eleitoral do voto impresso, se antecipou e colheu assinaturas para a PEC 135/19, explicitando que o voto após ser registrado na urna eletrônica, seria impresso e depositado numa outra urna, anexa a máquina eletrônica.

Arthur Lira acabara de assumir a presidência da Câmara dos Deputados. Criou uma “Comissão Especial” para analisar a PEC de Bia Kicis, atropelando a CCJ que já havia aprovado o texto. Ministro Luís Roberto Barroso – Presidindo o TSE – cruzou a praça dos Três Poderes, foi à presidência da Câmara e se reuniu com Lira, mais 16 líderes de outros partidos. Lira tinha alguns processos no STF, acusado por improbidade administrativa. Trocaram a maioria dos membros da “Comissão Especial”, pondo seus suplentes. A “Comissão Especial” rejeitou a PEC de Bia Kicis. Mesmo assim, por “desencargo de consciência” e jogando para a platéia, Lira levou a votação a plenário. Ricardo Barros e inúmeros deputados pediram regimentalmente que a votação fosse adiada. Pleito negado. Em plenário o resultado foi 229 favoráveis ao voto impresso, e 218 contrários. Para a PEC ser aprovada eram necessários 308 votos.

Após a votação, Lira disse que “cumpriu com seu dever”. Nos corredores do Congresso, o ministro Barroso descuidou-se: “eleição não se ganha, se toma”. Ano passado (2022) em Nova York, ao responder a um brasileiro, arrematou: “perdeu mané, não amola”. Nada de Reforma Tributária. Sem a Reforma do Judiciário e a Eleitoral, a fraude fica definitivamente institucionalizada.

REFORMA TAMPÃO E INOPORTUNA (parte II)

Após desconfiança de fraude ocorrida na reeleição de Dilma Rousseff em 2014, o Congresso Nacional percebeu tardiamente os legítimos motivos da última batalha do saudoso ACM – senador Baiano Antônio Carlos Magalhães(DEM-BA) – falecido em meio ao combate que travava no Senado (2007) pela Reforma do Judiciário. Em 2015, a Câmara dos Deputados aprovou o voto impresso, com vistas às eleições de 2016.

Na concepção do senador ACM, a democracia brasileira não poderia ser dessemelhante das demais do Ocidente. O Brasil teria uma “Justiça Única”, extinguindo o TSE, TST, STM e os TRF. Restariam duas Cortes Superiores de Justiça: STJ como última instância – atendendo exigências da Constituição Cidadã de 1988 – e STF, para discutir exclusivamente “Constitucionalidade” de litígios provenientes da evolução, mudanças dos costumes, enquadrá-los em um dos 360 artigos da Carta Magna, a maior do planeta.

ACM que havia apoiado Lula em 2002, após o escândalo do “mensalão” (2005) viu a morosidade processual da PGR e STF para julgar – fatores que contribuíram para a reeleição de 2006 – e desvendou a existência de um projeto de poder do PT, através do aparelhamento do Judiciário. Ministros escolhidos desde 2003, todos tinham uma ligação lírica com “histórico” de militância na sigla comandada por Zé Dirceu e Lula.

Ano vindouro (2024) o calendário eleitoral confirma eleições municipais para prefeitos e vereadores. Depois de tudo que ocorreu em 2022 o povo e futuros candidatos terão dúvidas sobre o resultado legítimo do pleito. Como determina a Constituição, alterações na legislação eleitoral e tributária (criação de impostos), exige-se antecedência de um ano para entrar em vigor.

A prudência recomenda que o Congresso vote e aprove até 03/10/2023 pelo menos o voto impresso, que assegure a recontagem em casos de dúvidas flagrantes. Esta seria a urgência do Parlamento para 2023. Salvar a credibilidade da democracia, que não se resignou diante das decisões estapafúrdias do STF/TSE antes, durante e depois dos dois turnos de 2022. Reforma tributária? É um amplo debate entre o setor produtivo, envolvendo Estados e Municípios mexendo com o Pacto Federativo.

A grande mídia, que continua tendenciosa, não aborda o tema eleitoral. Destacam apenas a Reforma Tributária. Fez campanha e ainda defende a segurança das urnas eletrônicas. O argumento pífio que Bolsonaro foi eleito por estas mesmas (2018) cai por terra quando se depara com as circunstâncias em que se encontravam Zé Dirceu e Lula. O primeiro, em prisão domiciliar, com Tornozeleira Eletrônica. O segundo, encarcerado na PF em Curitiba, onde passou 580 dias.

Dirceu foi preso em 2013, ao lado de outros 24 condenados no mensalão. Em 2014, ficou em prisão domiciliar. No final de 2015, caiu na 17ª fase da Lava-jato, operação “pixuleco”. No presídio de Pinhais, região metropolitana de Curitiba, recebeu duas condenações do então Juiz Sérgio Moro que totalizaram 32 anos de cadeia. Neste interregno (2016) foi indultado pelas condenações do mensalão.

Em março de 2017, um pedido de Habeas Corpus foi julgado na segunda turma do STF e pôs o “Chefão” petista em prisão domiciliar. A decisão era precária, poderia ser revista a qualquer hora e revogada. Corria o risco de retornar ao presídio. No julgamento, o Ministro Relator Edson Fachin negou sua liberdade qualificando sua periculosidade: “ousadia e desprezo pela persecução criminal”. O Ministro Celso de Mello o acompanhou. Mas, seu ex-advogado Ministro Dias Toffoli, foi contra, seguido por Ricardo Lewandowski. Gilmar Mendes, votou pelo desempate em favor de Zé Dirceu.

Nas eleições de 2018, além da tornozeleira Dirceu estava sendo monitorado pela PF e cumprindo uma série de restrições impostas por Sérgio Moro. O TRF-4 não havia julgado sua apelação, nem confirmado a sentença de Moro, justificativa do Habeas Corpus. Bolsonaro eleito, briga pela Reforma da Previdência, TRF/RS confirma sentença de Sérgio Moro, reduzindo a pena para 22 anos e 08 meses. Dirceu em liberdade apelou para o STJ, que em 19/04/ 2022 confirmou a sentença do TRF-4, reduzindo em 07 meses. Nova apelação: STF. O processo está nas mãos do Ministro André Mendonça. Na próxima postagem, cronologia dos fatos, avanço do STF e volta do Comandante Dirceu.

REFORMA TAMPÃO E INOPORTUNA (parte I)

O novo governo instalado há 45 dias, que nunca esteve preparado para assumir os destinos do País – vindo de uma campanha vazia de propostas – enxergou na Reforma Tributária a única saída do labirinto que se encontra perdido. Antes de assumir, botou o carro na frente dos bois – PEC da Transição – criando um déficit de 230 bilhões, na promessa de cobrir com arrecadação no exercício fiscal de 2023. Impossível.

As principais reformas que levariam o País à pacificação e resgataria o prestígio das instituições seriam a Eleitoral e a do Judiciário. Todas as crises que o País atravessou nos últimos 30 anos o principal protagonista foi o STF/TSE. Iniciou-se com o impeachment de Collor – renunciou 72 horas antes da sessão plenária que o condenou –, a ação perdeu seu objeto com a abdicação. Mas, o objetivo era garantir sua inelegibilidade por oito anos. O STF concordou.

Em seguida (2006), a cassação de uma enxurrada de governadores – eleitos ou reeleitos em 2002 – para atender caprichos de Sarney e tirar Jackson Lago, para por sua filha derrotada Roseane. Os vices foram impedidos de assumir sob alegação de litisconsorte. O STF atropelou o TSE e salvou só Luís Henrique, estrela de quinta grandeza do PMDB. Anulou o processo porque o vice não foi citado.

Em 2014, o PSDB não aceitou o resultado das urnas eletrônicas que reelegeram Dilma Rousseff. Entrou com pedido de recontagem dos votos ou auditoria das urnas, rogação recusada pelo TSE alegando que não dispunha de meios para atender a demanda. Era impossível recontar votos das urnas eletrônicas(?). Dentre as petições para impugnar o pleito, uma foi sobre abuso do poder político e econômico. Gilmar Mendes aconselhou não arquivar o processo, mesmo com pedido do MPE. E quando Michel Temer assumiu, ele tirou o processo da prateleira e levou a julgamento. Michel Temer só concluiu seu mandato graças ao voto de desempate do próprio Gilmar.

Com o estouro (acidentalmente) da operação Lava-jato, STF/TSE “mergulharam”. No decorrer das investigações, delações e prisões, o STF – com exceção de Lewandowski e Dias Toffoli – se posicionou a favor do combate ostensivo à corrupção, e como bem frisou o ministro Luís Roberto Barroso “as devoluções milionárias, até de gerentes, provava corrupção sistêmica do PT”. Gilmar Mendes foi mais fundo: “O PT terá dinheiro para disputar as eleições presidenciais até 2038”.

O atual titular da AGU – Advocacia Geral da União foi a pessoa escolhida por Dilma Rousseff para levar até Lula um ato nomeando-o Chefe da Casa Civil, caso a PF o pegasse antes da publicação e sua chegada a Brasília para ser empossado. Áudio “vazado”, imediatamente Gilmar Mendes proibiu Dilma Rousseff de empossar Lula, ou nomeá-lo para qualquer cargo com Foro Privilegiado. Um absurdo! Esta foi a primeira intromissão fraudulenta do STF, que rasgou a Constituição e se posicionou acima da Lei.

O PT foi reconhecido pelo STF/STJ como uma ORCRIM. A Direita se organizando, vibrou com a decisão de Gilmar Mendes, sem atentar para o fato que um dia poderia ser vítima do mesmo abuso. Aquele foi o momento do Congresso intervir. Mas, todos estavam acuados e assistiram passivamente à prisão do Senador Delcídio do Amaral, ignorando sua prerrogativa de foro, sem pedir autorização ao Congresso.

Renan Calheiros presidia o Senado. Reuniu as principais lideranças partidárias da Casa e foi enfático: “se deixar isto acontecer os togados tomarão o Poder”. Foi voto vencido. Quando deixou a prisão temporária, às vésperas da instalação do processo de impeachment de Dilma, Renan exigiu que o Senado cassasse o mandato de Delcídio. Era desmoralizante a presença de um delator, votando no impeachment. Delcídio foi cassado numa única sessão, atropelando o debate do Conselho de Ética e da CCJ.

Aprovado o impeachment, processo presidido pelo ministro Ricardo Lewandowski, eis que rasgaram a Constituição mais uma vez. A Lei deixaria Dilma inelegível por oito anos. Por exigência de Lewandowski, ela continuou elegível (?). Em meio à bagunça instalada, o ministro Marco Aurélio de Melo, tentando salvar o STF, julgou uma ação – dez dias antes de terminar o período de Renan na presidência do Senado – determinando seu afastamento. Renan não cumpriu.

Com os superpoderes do Judiciário, e a cada eleição novas regras, o País passou a ser a única democracia do mundo governada por quem não é eleito pelo voto direto, secreto e universal. Só a Reforma do Judiciário e Eleitoral restabelecerá a ordem e a interdependência dos Poderes Constituídos. A Tributária? É mais uma “Cortina Fumaça”.      

CRISTÃO NOVO

Texto publicado no portal MaisPB em 09/02/2023 (espaço Opinião) sugere o desprestígio da Paraíba – subentende-se governador João Azevedo – que não foi consultado durante todo o período pós campanha para indicar um titular dos trinta e sete Ministérios que compõem o governo Lula. Destaca o redator que mesmo tendo sido derrotado em 2018 na Paraíba, Bolsonaro entregou o Ministério da Saúde, segundo maior orçamento da União, ao desconhecido Marcelo Queiroga. E identificou a competência de Sérgio Queiroz, presente em sua gestão a partir da equipe de transição.

Bolsonaro estruturou sua equipe usando o critério da “Meritocracia”, sem observar o passado dos escolhidos, como por exemplo Tarcísio de Freitas, que não esconde sua gratidão pela oportunidade que lhes foi dada para comandar o gigante Ministério dos Transportes. Entrou no serviço público em 2011 – governo Dilma Rousseff na CGU (reeleita em 2014) – e permaneceu na função. Após o impeachment, Michel Temer o nomeou provisoriamente para o DNIT. Bolsonaro eleito o transformou em Ministro. O indicou e apoiou para disputar o governo de São Paulo. Com sua vitória, comandará os destinos do maior Estado do Brasil, responsável por 1/3 do PIB da Nação.

João Azevedo mergulhou fundo (2022) no projeto “Lula Presidente”, pondo em risco sua reeleição. Foi destratado duas vezes, mas manteve-se fiel à posição que havia tomado. Lula gravou vídeos pedindo votos para Veneziano, não dando a mínima para a reação do governador. No segundo turno, num outro vídeo ao lado de João, se limitou em falar “agora é com João” … Norteado pela vaidade exacerbada, Lula considerava que os votos da Paraíba já eram seus e não dependia de João Azevedo. Ademais, tinha ao seu lado Ricardo Coutinho, Veneziano Vital do Rêgo, a mãe (Nilda) também Senadora, Luíz Couto e os Ribeiros (Daniela e Aguinaldo). Com três senadores da República, o padrinho político de João Azevedo e seu histórico de vitórias no Estado era o suficiente.

Após sua diplomação, Lula começou a montar um quadro de auxiliares (políticos) privilegiando o “campo majoritário PT”, com Ministérios que abocanharam 80% do Orçamento. Na titularidade destes cargos seus “mais chegados”, conscientes de seus papéis figurativos: “poder de caneta” é exclusivamente do Presidente. As demais legendas (esquerdas) e os aliados do momento para garantir a governabilidade se contentaram com pastas dispondo de recursos só pagar a folha e suas mobilidades.

João Azevedo tem tudo para se superar em sua segunda gestão, sem necessitar de gestos genuflexos a Lula. Como destacou nos debates da campanha, a Paraíba é avaliada pelas Agências de Classificação de Riscos, com o conceito AA +. Talvez seja o único Estado do Nordeste nesta posição, com crédito para levantar 1 bilhão de dólares para investimentos, juros baixos e pagamento em longo prazo.

Hoje, Lula depende mais de Veneziano na vice-presidência do Senado – calcanhar de Aquiles do seu governo – do que do apoio de um governador. Além de Veneziano, Lula conta com o prestígio e influência do seu irmão, Ministro do TCU Vital Filho, o “homem missão do PT”, que enterrou a CPI de Carlinhos Cachoeira e a da Petrobrás.

Recursos extras destinados para a Paraíba? Muito difícil. Terá que passar pelo crivo de Veneziano, Ricardo Coutinho e Luíz Couto. Os dois últimos, decanos da legenda na Paraíba, comandam o “Santo Ofício” da sigla. João era e é do PSB, Cristão Novo*.

BLOGUEIRO DO SISTEMA PARAÍBA DE COMUNICAÇÃO ATACA BUEGA GADELHA COM DENÚNCIAS PRECÁRIAS

            No Jornalismo é necessário se observar a existência de uma linha muito tênue, que separa a informação da manipulação. A bateria de denúncias que o Sistema Paraíba de comunicação vem divulgando contra a FIEP – processo de desconstrução – nos últimos meses, cujo alvo principal é o presidente Buega Gadelha, sugere uma obsessão compulsiva – infectada pelo capricho e vaidade pessoal – no intento de impedir a reeleição da atual diretoria da entidade.

 Litigando de má fé, a chapa da oposição – contando com apoio midiático do Sistema Paraíba – conseguiu adiar o pleito por diversas vezes, sempre com uma liminar concedida pela Justiça do Trabalho. Agora, com a data da eleição marcada para o próximo 14/02/2023, desceram o nível e quebraram as regras da disputa sadia e civilizada, batendo abaixo da linha de cintura. Quem não sabe perder, não sabe vencer.

Usando como “elemento surpresa” uma investigação realizada em 2020, aproveitaram-se do blogueiro João Paulo, o “fantasiaram” de repórter investigativo, levando-o “carnavalescamente” a postar matéria com propósito explicito de denigrir a imagem e honra de Francisco de Assis Benevides Gadelha e Marcone Tarradt Rocha, acusando-os de praticarem corrupção, através de recebimento de propinas. O blogueiro deve desconhecer por completo a história de vida dos dois cidadãos, que está perversamente vitimando, sem provas cabais que macule suas condutas ilibadas

Vamos aos fatos. João Paulo postou no Jornal da Paraíba a existência de uma investigação da Polícia Federal, batizada de “Operação Cifrão”, realizada em 2020 e que apenas “há semanas atrás” foi concluída (?). Não diz a data, não cita o nome do Delegado que comandou a operação; se existe inquérito instaurado; quando ouviram testemunhas; se houve delações…Pelo visto, sequer existe processo! O Ministério Público Federal já os denunciou? O Juiz acatou? mandou processar? Tudo blefe de uma narrativa ensaboada, na tentativa de deixar escorregadio os membros votantes que compõem a chapa da situação. E se ainda existe tal investigação, correr em segredo de Justiça? Vazamento de conteúdo, enseja o seu arquivamento.

Por outro lado, o blogueiro deveria conhecer um pouco da Lei, que pune a desinformação. Na mesma Constituição que confere o direito de liberdade de expressão e opinião, tem um artigo que preserva a “presunção de inocência”. Só deve-se atribuir a um cidadão responsabilidade de um crime, se o mesmo tiver seu processo com trânsito julgado em última instância. Mesmo com condenações na primeira e segunda instância, ele ainda é considerado suspeito. Qual o crime que Buega e Marcone praticaram? Foram pelo menos acusados?

Toda ação corresponde a uma reação igual ou contrária. Lei da Física, usada como reflexão no comportamento humano. Cabe ao blogueiro ter provas robustas e inequívocas sobre o que postou. Esta sugestão é de quem tem quarenta e oito anos de jornalismo, e por diversas vezes foi parar nas barras da Justiça, sendo processado por ex-prefeitos, ex-secretários de Estado; Assembleia Legislativa; Senador da República… Acusando-nos de calúnia, difamação e exigindo além de retratação, indenização financeira por danos morais.

“Fake News” é a bola da vez. A Justiça vem agindo com rigor. Tem “cascas grossas” do Jornalismo nacional, fora do país, outros presos e alguns usando tornozeleiras eletrônicas. Quanto ao uso da redes sociais, até deputado federal com prerrogativas de Foro foi parar na cadeia. Que o blogueiro reveja seus conceitos sobre as figuras que ele conspurcou suas reputações. Em tempo: “galinha que acompanha pato, morre afogada”. Fica a dica.

O BRASIL DO FUTURO IGNORADO NO PRESENTE

            A CONAB anunciou ontem (08.02.2023) resultado da safra recorde de grãos de 2022, que cresceu espantosamente 14% em relação a 2021, atingindo o volume de 310 milhões de toneladas. O país se agiganta, brigando com os Estados Unidos, disputando o primeiro lugar no ranking mundial de exportação de grãos. Em entrevista, o presidente da CONAB explicou o conflito de números com o IBGE, que havia anunciado 302 milhões de toneladas em dezembro. Para a CONAB, a safra é entre setembro e março. Erroneamente o IBGE divulga os números de janeiro a dezembro do mesmo ano.

Como ainda temos imensas áreas disponíveis para cultivo ou plantio, solo fértil, pesquisa e tecnologia de ponta – superando a produtividade das demais nações – se a política ideológica não nos atrapalhar, em oito anos, alcançaremos a invejável posição de maior celeiro do planeta, bem à frente dos demais produtores de grãos como China (que não é autossuficiente) Estados Unidos e Rússia, exportadores. A produção de soja em 2022 foi de 135,8 milhões de toneladas. Batemos todos, e assumimos o primeiro lugar, ao lado do Açúcar, que o Brasil produz hoje 1/3 de todo o cultivo mundial.

Registramos com absoluta convicção, que o sucesso deste setor (agronegócio/grãos) responsável em 2022 por 44,9% (média) das exportações mensais do país, foi fruto da perseverança e obstinação da inciativa privada, que só teve apoio governamental no seu surgimento – governo do ex-presidente João Figueiredo – “Plante que o João garante”, quando saltamos de 80 para 100 milhões de toneladas. Períodos de Collor/Itamar Franco; Michel Temer e Jair Bolsonaro. Na atual composição do PIB Brasil, 27% vem do agronegócio, posição outrora ocupada pela Indústria.

O Agro sofreu perseguição predatória por oito anos do governo FHC, mais quatorze da era petista. Foram vinte e dois anos consecutivos, totalmente perdidos. Se tivesse mantido o ritmo de crescimento a partir de 1983, hoje estaríamos num patamar de 800 milhões de toneladas ano.  Lula e Dilma apoiaram a anarquia do MST, que invadiu, ocupou, depredou áreas nobres, e hoje seus assentamentos são verdadeiros “favelões” rurais, que não produzem absolutamente nada. Exceto o Rio Grande Sul, onde o sistema cooperativista funcionou com sucesso. Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste foi uma verdadeira tragédia.

O novo governo que se instalou, em nenhum momento fez aceno para investir na infraestrutura deste segmento, nem fomentar apoio através do BNDES. Pelo contrário, na campanha, Lula em entrevistas repetiu diversas vezes, que o Agronegócio era Fascista e Nazista. Ao assumir (01/01/2023) prometeu emprestar 600 milhões de dólares para Argentina, recursos subsidiados, oriundos do BNDES. Imaginem se os 15,8 bilhões de dólares que os governos – Lula/Dilma – emprestaram a Cuba, Venezuela, Nicarágua e outros países ideologicamente alinhado com o PT, com prazo para pagamento em 25 anos, tivessem sido investidos na infraestrutura do Agro, e numa política que evitasse a desindustrialização do Brasil! Estávamos na OCDE.

 A Lula, um apelo: mais Brasil, menos PT. Chega de protecionismo a ideologias superadas pelo tempo. Invista em nossos empreendedores e deixe os brasileiros trabalharem.

A OMISSÃO DA OAB COMPROMETE SUA CREDIBILIDADE

            Entidade considerada “madrinha” da democracia brasileira, por seu histórico de lutas em defesa das liberdades de opinião e expressão, perdeu o seu conceito, respeito e admiração – edificado ao longo dos seus 89 anos – quando elegeu Felipe Santa Cruz (2019) presidente. Enganou a todos, partidarizando politicamente a instituição, que desceu de nível, igualando-se à extinta UBES dos anos 60, e seu sectarismo ideológico.

            Decisões monocráticas, inquérito do fim do mundo com poder de polícia – onde o ofendido é autor da denúncia, investiga julga e condena quem ele considerar culpado, desrespeitando os papeis Constitucionais do Fiscal da Lei MPF/PGR, se constituíram nos verdadeiros atentados ao Estado Democrático de Direito. A OAB não se manifestou?

Uma mudança ardilosa e imprudente no Regimento Interno do STF – artigo que prevê punição através de processo penal, para qualquer membro ou servidor daquela Corte de Justiça que lançasse suspeita sobre a conduta de um seus membros – poder limitado a sede física do STF, foi despoticamente “elastecido” para alcançar todo cidadão brasileiro, inclusive aqueles que gozam de Foro Privilegiado.

Um ato monstruoso, canhestro e truculento desta ordem – sem amparo nem legitimidade Constitucional – fruto de uma decisão de 11 Ministros não eleitos, imposta a 513 deputados (Câmara) e 81 Senadores, escolhido pelo povo como seus representantes para elaborar e revisar nossas Leis, deveria ter sido imediatamente combatido como uma aberração abominável e imoral pela OAB, primeira vítima de seus efeitos, no livre exercício de seus profissionais.

Quem nos protegeria de tamanho arbítrio, que rasgou a Constituição? A classe política? Também. Mas, a bandeira da legalidade, repudiando a intolerância, deveria ter sido empunhada pela OAB que angaria amplo apoio da população, Associações de Magistrados, MPF; Comissões de Constituição e Justiça da Câmara e Senado… Infelizmente a falta de um grito (da OAB) levou todos a se calarem. A omissão inibiu demais instituições de se insurgir. O medo, que sugere covardia, os levou a salvar suas próprias peles.

            Estado Novo – ditadura de Getúlio Vargas – instalada em 10/11/1937 e derrubada em 29/10/1945, foi o período da escuridão. Toda a classe política foi defenestrada, o calendário eleitoral foi rasgado e proibiram eleições em todos os Estados. Extinguiram os partidos políticos, governadores e prefeitos passaram a ser nomeados como Interventores, e o parlamento – em todos os níveis – foi fechado. A Suprema Corte funcionou algumas vezes, por determinação do Ditador, para deliberar casos em seu favor, como o inusitado Habeas Corpus de Olga Benário, impetrado em junho de 1937, pelo advogado destemido e corajoso da OAB, Heitor Lima.

            A peça é considerada “inusitada”, porque foi o único habeas corpus que, paradoxalmente, pediu a permanência da paciente presa. O Ministro da Justiça queria extradita-la para Alemanha, e entrega-la aos Nazista. Olga era Judia e estava grávida de Luís Carlos Prestes. Advogado Heitor Lima (OAB) argumentou que ela deveria permanecer presa, garantindo a saúde da gestante, e o direito à nascitura.  O processo foi liquidado em 72 horas. A Suprema Corte não acatou o habeas corpus e autorizou a deportação. Qualquer semelhança com as prisões e celeridade da justiça nos dias de hoje, não é mera coincidência. É um abuso que se repete.

 Getúlio Vargas sentiu-se traído, cobrou fidelidade da OAB, cuja origem em 18/11/1930 foi seu primeiro ato como Presidente da Junta Governativa Revolucionária. Para sua insatisfação, o foco de resistência à sua ditadura se alojou nas trincheiras da OAB. Vargas revogou milhares de Decretos, exceto o que criou a OAB. O Brasil espera que a OAB recupere seu respeito e enfrente a insegurança jurídica dos nossos dias.

A ATONIA DO GOVERNO LULA

            Desde sua posse (01/01/2023) Lula tem buscado espaços na mídia, para chamar a atenção do público, com o intento de apagar os rastros deixados pelas dúvidas, sobre a legitimidade de sua vitória nas eleições de outubro (2022).

A empreitada até o presente tem sido mal sucedida. Continua distante do povo, isolado pelos seus aliados da campanha – ideologicamente desiguais – como PSD, PSDB dentre outros, que temem ser contaminados pelas reações raivosas e adversas à figura “presidencial” em público. Irrequieto, o petista parte para declarações estapafúrdias na mídia, causando vexames ao jornalismo aliado e militante do período eleitoral.

A CNN nos últimos trinta dias, tem se mostrado completamente irreconhecível. No horário de sua maior audiência às 22:00hs – programa WWW com William Waack – estão batendo no governo e no presidente, sem dó e piedade. Empregando o jargão do futebol de várzea, “abaixo do pescoço, tudo é canela”. Quem diria!

 Raquel Landim, Felipe Moura Brasil, Caio e “cientistas” políticos convidados para participarem do debate diário – na bancada comandada por William Waack – os festejados “Medalhões” do jornalismo brasileiro, buscam recompor suas imagens e posturas, tentando voltarem-se para informação com imparcial. O que nos deixa intrigado, é que todos conheciam Lula e suas limitações. Se surpreendem agora?

Postamos neste espaço há três dias, um texto sobre as “manobras” nos bastidores do congresso, para implantar um Regime de Governo Semipresidencialista. Para nossa surpresa, o assunto foi ilustrado em um editorial de autoria de William Waack e debatido na mesma noite. Claro que ele não leu, nem se inspirou em nosso artigo. Todavia, explicitou a sintonia que existe no meio, que observa o movimento para “limitar” os poderes de Lula, deixando-o dentro dos padrões do novo “Rei da Inglaterra”.

A sua mais recente decepção, que dilacerou o âmago da sua vaidade, ocorreu nas eleições dos presidentes da Câmara e do Senado. Em seus discursos de posse, ambos não agradeceram o seu apoio, nem citaram seu nome. Falaram sobre trabalhar para pacificar o país, evitar atos antidemocráticos e preservar o Estado de Direito. Abstrações confusas e ininteligíveis, forjadas pelos intelectuais das esquerdas – para se tornarem tema de debate estéreis – tão ludibriante quanto o “politicamente correto”.

Na intenção de usar Medidas Provisórias para alavancar o governo, implantando programas oriundos das promessas de campanha, foi desaconselhado pelos presidentes da Câmara e Senado, que o advertiram da validade (120 dias) e não assumiram a responsabilidade de aprová-las em Plenário. Lula quer revogar a Lei do teto de gastos, governança das estatais e insinuou intervenção na autonomia do Banco Central. Mapa ou trajeto perfeito, para chegarmos à bancarrota.

A Lide Brazil Conference, entidade presidida por João Dória e Luiz Fernando Furlan – aquela que em agosto de 2022 – marcou o “Encontro de Nova York” para o dia 15 de novembro, ambiente que discutiriam a política do “novo governo” do Brasil, mesmo sem saber que Bolsonaro seria derrotado, desde o dia 02/02/2023 está reunida em seu segundo encontro, com os mesmos personagens (inclusive do STF) no Hotel mais luxuoso de Lisboa (Portugal), ocupado por 250 convidados. A única figura “estranha no ninho” é a Ministra Simone Tebet. Convidado de honra e principal palestrante, foi o ex-presidente Michel Temer, que ontem expôs em sua palestra, a necessidade do Brasil adotar o Semipresidencialismo. Para tanto, prometeu sua disposição em ajudar e orientar o presidente Lula, que há dez dias o chamou de “golpista”. Em tempo: os Ministros do STF com DNA “petista raiz”, não estão presentes. Só Alexandre de Morais, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Luiz Roberto Barroso. E quem modera o debate é Merval Pereira (Globo), que ainda joga sinuca com um taco de dois bicos. A NOM está em marcha

VULGARIZAÇÃO DAS PESQUISAS DE OPINIÃO

O descrédito generalizado das pesquisas de opinião, a partir de 2018/2020, levou o resistente IPOBE a trocar seu nome de fantasia, agora conhecido como IPEC. Surgiram inúmeros outros “picaretas” na área, que atuam sem ética ou responsabilidade, aproveitando apenas a oportunidade de “faturarem” sazonalmente a cada dois anos, ocasião dos períodos eleitorais.

Genial/Quaest (fundada em 2016) tinha como objetivo principal, monitorar as redes sociais, com o propósito de identificar e construir mecanismos para atrair investidores dos grandes Bancos tradicionais, conquistando suas contas para as carteiras de investimentos das novas plataformas digitais. Todavia, resolveu intrometer-se numa área que desconhece, e começou a fazer pesquisas eleitorais, sobre a tendencias do eleitor no pleito deste ano (2022).

Ganhou (espantosamente) grande destaque nos veículos que integram o “Consórcio Midiático Profissional”, que passaram a divulgar resultados de suas amostras. Cada pesquisa, para entrevistar – pelo celular – dois mil brasileiros, cobram 286 mil reais. E quem paga? Bancos e Financeiras, que inclusive de forma disfarçada, usam como compensação de seus anúncios, o release divulgando os dados.

Em sua penúltima pesquisa, realizada há cerca de trinta dias, a diferença entre Lula e Bolsonaro permanecia em 15%, pró candidato petista. Neste mesmo período, o Instituto Paraná, Data-povo; Brasmarket já apontavam empate numérico e ou vantagem de Jair Bolsonaro. Para fechar o quadro, a 6-Sigma constatou que Bolsonaro estava à frente de Lula. O desconforto do eleitor de Bolsonaro é não vê estes resultados, divulgados pelo Consórcio Mediático: Globo, Estadão; Folha; Uol; Veja; Época…

A TV Jovem Pan convidou o CEO – Chief Executive Officer – denominação “modista americanizada” de Diretor ou Presidente de uma empresa – para comentar sobre os números, processo de coleta de dados, valores cobrados e discorrer ainda sobre a metodologia aplicada. Afinal, apenas duas mil pessoas entrevistadas, num contingente de 156 milhões de eleitores – não representa sequer 0,001% – é suficiente para atestar quem está bem na campanha, e com chances de vitória?

O entrevistado gastou quase todo o tempo, falando sobre seu currículo. Mestre, Doutor; Professor de Estatística… Professor de Universidades norte-americanas… Para quem desconhece os “meios acadêmicos”, existe a figura do “Professor Convidado”, que durante alguns dias ou meses, lecionam em Faculdades famosas, apenas para enriquecer seus currículos. Um reforço para se inserir no mercado de trabalho, levar vantagem nos Concursos Públicos, no quesito eliminatório de “prova de títulos.

A comentarista Fabiana Barroso, fez uma pergunta simples, que todo brasileiro faria, relacionada a curiosidade do processo de escolhas de áreas ou pessoas. E, concluiu comentando que nunca tinha sido entrevistada por um Instituto de Pesquisas. Nem ela e ninguém que conhece ou é próxima. A resposta foi “genial” do CEO da Quaest: “a possibilidade de um cidadão ser escolhido e entrevistado, numa amostragem nacional, é a mesma de acertar na Mega Sena” (?).

Neste caso, a possibilidade de acerto é a mesma?

Ao lado da Genial Quaest, só restam o Poder Data – parceira afiliada – IPEC (ex-IBOPE), Uol e Estadão. Seus resultados são tão seguros e confiáveis, quanto aos produtos de marca importados do Paraguai.

ESQUERDAS DA PARAÍBA DEPOIS DO VENDAVAL

Após as últimas convenções partidárias, realizadas no último 05/08/2022 – pontilhadas de contradições e surpresas – a bússola que doravante norteará o pleito de 02/11/2022, mostra sua agulha magnética, apontando o “norte” da disputa nacional entre direita x esquerda. Sob este prisma, as esquerdas paraibanas ficaram presas num “serpentário”. PSDB (Pedro); Veneziano (MDB); João Azevedo (PSB). Vamos ver “cobra, engolindo cobra”, para alcançarem o segundo turno, contra a direita. Impossível uma disputa restrita apenas às esquerdas, que se dividiram para eternizar-se no poder.

            Pedro Cunha Lima, vinha adotando comportamento “amistoso” na sua relação parlamentar com o governo federal. Mas, “negou” três vezes Bolsonaro em Plenário da Câmara, e deu as costas ao povo. Votou contra o Auxílio Emergencial, Piso da Enfermagem e foi favorável a “saidinha” da bandidagem de alta periculosidade, privilegiando a impunidade reinante no país. Perplexos, seus correligionários não entenderam sua decisão de disponibilizar seu palanque, para abrigar Ciro Gomes, com quem – segundo ele – se identifica ideologicamente (?).

            Governador João Azevedo (PSB) – masoquista? – ratificou seu apoio a Lula, mesmo sendo “satanizado” diuturnamente pelo PT. O quadro é de indulgência, pela pressão que sofrerá da base dos Republicanos, eleitores de Efraim, paradoxalmente companheiro de chapa de Pedro (PSDB). Será que só João não percebeu a “sabotagem” dos seus conselheiros políticos, ao lançarem Polyana Dutra para o Senado? O intuito é barrar a “máquina” e não subtrair os votos de Ricardo Coutinho. Acordo?

A esta altura o “foguete” que não engata marcha ré, está sem GPS. Integra a base do presidente Jair Bolsonaro, e dificilmente atingirá seu alvo. Seu palanque atacará frontalmente a chapa do PL.  Por sua vez, Adriano Galdino presidente da ALPB – esbanjando otimismo – vê em sua “bola de cristal” a eleição de quatro deputados federais e nove estaduais. Isto sem combinar com o povo. Não sabe ele, que seu irmão Murilo, já está na mira do “fogo amigo”.

Premido entre Ricardo Coutinho e Gervásio Maia (presidente do PSB com Fundão Eleitoral nas mãos) o homem que desfrutava da confiança do líder Girassol, está obstinado em retornar à Câmara. Adriano já foi vítima de ambos. Ricardo Coutinho, forçou-o a abdicar de disputar sua reeleição para presidência da ALPB (2016). Obrigou-o a ceder, e eleger Gervásio, que conquistou uma vaga na câmara dos deputados (2018).

A direita, que sempre foi maioria no país, passa por um processo de reorientação, e este ano vem demarcando seu espaço, separando o “joio do trigo”. Os velhos “currais eleitorais”, que sempre se reinventaram, dificilmente sobreviverão. “Boiadas” vendidas correm o risco de não serem entregues. A vinculação voluntária do voto, será o primeiro passo dado pelo povo na direção de acabar “projetos de poder”, concebidos em Cortes Palacianas, usando o povo como “massa de manobra”.

  BOLSONARISMO CAMPINENSE FAZ NILVAN ATRAVESSAR O RUBICÃO

A força das redes sociais e os desacertos das esquerdas, alavancaram a campanha de Nilvan Ferreira em Campina Grande ontem (05.08.2022) na convenção do PL, que homologou sua chapa majoritária para disputar o pleito de outubro próximo: Nilvan Ferreira (governador); Arthur Bolinha (vice); Bruno Roberto (Senador). PL atravessou o (*Rubicão).

Convidado no dia anterior pelo amigo Alfredo Lucas, para passarmos rapidamente no Garden Hotel, as 10hs – onde se reuniriam os então pré-candidatos – e definiriam o vice, fomos conferir se tinham acatado a sugestão e “costura” de Alfredinho, que defendia o nome de Arthur Bolinha.  Resolvemos chegar por lá, as 11:30, prevendo atraso costumeiro.

O que não esperávamos, foi a surpresa com que nos deparamos. Muitos carros já deixando o local, não por ter encerrado a convenção, mas, por falta de espaço físico dentro do Centro de Convenções e no estacionamento (um caos) totalmente lotado. Ficamos convicto, que o deputado federal Wellington Roberto jamais esperou tamanha multidão. Principalmente pelo improviso ou decisão sua, de realizar o evento em Campina Grande, e não na Capital, principal reduto de Nilvan Ferreira.

As pessoas que encontramos lá, vestidas de verde, e com cores da Bandeira Nacional, nos deixou perplexo, por serem – até onde sabíamos – seguidores de Pedro Cunha Lima ou Veneziano Vital do Rego. Pequenos e médios empresários, feirantes da Feira Central; cristãos frequentadores das mais diversas Igrejas (Católica e Evangélicas) com suas famílias. Pastores e seus rebanhos; gente humilde que habita no entono do Hotel, na Vila Cabral e Santa Terezinha… Não detectamos caravanas do sertão, nem de João Pessoa. Mas, não podia ser diferente. Se não tinha uma “atração nacional”, e em cima da hora!

Campina Grande não conhece Nilvan Ferreira. Entretanto o identifica como o único alinhado com o seu perfil político, formado em sua maioria esmagadora pela direita Cristã Conservadora Bolsonarista. Ninguém mudou de lado desde 2018, quando as urnas da Rainha da Borborema conferiram a Jair Bolsonaro 60% dos votos válidos, no primeiro e segundo turno. Por que trocariam de posição agora?

O candidato do MDB, Veneziano Vital do Rego – Campinense – resolveu fazer sua convenção na Capital, ao lado das esquerdas radicais. Isto nos fez lembrar uma resposta de Ronaldo Cunha Lima ao saudoso Vital do Rego, quando o Tribuno o acusou, que após sua cassação (1969) ele havia “se mudado” da cidade. E Vital – também cassado no mesmo ano – ficou na cidade. O poeta respondeu: “eu me mudei, você mudou”. Ambos foram candidatos em 1968 pelo MDB, partido que disputaram a prefeitura de Campina Grande.

Veneziano e Pedro Cunha Lima “mudaram”. Campina, permanece a mesma. O “ex-cabeludo” traz a tiracolo em sua chapa, Ricardo Coutinho, que quase mata de sede a Rainha da Borborema. É “Lulista”, defensor dos ideais da esquerda, LGBTQIA+ abortista, contra a família. Pedro Cunha Lima, desequilibrou-se do “centro”, onde sempre esteve seu avô (Ronaldo) e o seu pai (Cássio). Deu uma guinada à esquerda, e passou a se espelhar na conduta comunista anacrônica do Frei Anastácio, arqui-inimigo dos Cunha Lima e de Campina Grande, defensor do “quanto pior melhor”, herança do comunismo dos anos 60.

A postura parlamentar de Pedro Cunha Lima nas últimas votações da Câmara dos Deputados, fez “vela corar”. Votou ao lado de Anastácio contra o Auxilio Emergencial. Não sabe o valor de 200 reais, para quem ganha metade de um salário mínimo. Como se não bastasse, foi contra também ao piso salarial da Enfermagem. E para concluir o desacerto, se posicionou favorável a “saidinha” de assaltantes, assassinos e marginais de alta periculosidade, que se aproveitam desta aberração da lei, para matarem, estuprarem, assaltarem e debandarem, não voltando mais ao presídio para cumprirem suas penas.

*Rubicão – Roma aquartelava um grande exército. Júlio César havia se rebelado contra o Senado. Voltava dos campos de batalha, com 1/3 das tropas que estavam em Roma, para “negociar” o poder. Todos acreditavam que ele não teria coragem de atravessar o Rubicão, rio próximo a Roma. Se o fizesse, seria esmagado. Quando Júlio César o atravessou, a elite de Senadores correu, e o grande exército que guardava a Capital do Império se entregou, e se incorporou as tropas de César.

INDESEJADO

             Eventos estonteantes geraram fatos inusitados na corrida eleitoral polarizada entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula (registrados na última semana 17/07 a 24/07/2022), com episódios marcantes, que mudaram totalmente o cenário da política nacional. Doravante, questiona-se as prováveis, ou até inevitáveis, repercussões nas campanhas dos candidatos aos governos dos Estados em todo o país.

            A ausência de Lula e Alckmin em São Paulo, na convenção que oficializou suas candidaturas, teve como resposta dia seguinte, uma gigantesca “motociata” do presidente Jair Bolsonaro, encerrada com um colossal comício em Vitória (ES). Para ratificar sua incontestável preferência da maioria (no momento), a convenção do PL ontem (domingo 23.07.2022) lotou o Maracanãzinho num clima de “Copa do Mundo”.

 Estes acontecimentos foram desconcertantes para os velhos caciques da política, habituados a formarem chapas – priorizando suas conveniências – e empurrarem goela abaixo no povão. As grandes mudanças no mundo político, geralmente assemelham-se aos fenômenos da natureza como “furacão”, “tornados” ou tsunami. Os estragos provocados, são devastadores.

 No Nordeste, todos os candidatos da oposição ao presidente Jair Bolsonaro, travaram uma batalha renhida, lutando pela presença de Lula em seus palanques. Bahia, Alagoas e Pernambuco os efeitos contrariaram estas falsas expectativas, criadas pelos Institutos de Pesquisas com repercussão na mídia tradicional. ACM Neto, no pós Lula, consolidou sua vitória. Em Alagoas, Renan desmorona. Pernambuco, um “racha” geral, favorecendo o candidato do presidente Jair Bolsonaro. Lula hoje é indesejado nos palanques de oposição no Sul, Sudeste, Centro Oeste e Norte do país. E Nordeste?

Governador João Azevedo, marcou sua convenção para o dia 05/08/2022, último dia do prazo concedido pela Justiça Eleitoral. Veneziano Vital do Rego, candidato oficial de Lula, agendou a mesma data, temendo que Lula participasse também do evento do PSB. Depois de tudo que ocorreu em apenas cinco dias, João Azevedo ainda fará campanha pró Lula, e terá a coragem de levar o ex-presidente para sua Convenção? Sua campanha está alinhada com um grande exército Bolsonarista, respaldada no apoio popular de Cristãos, Conservadores e Patriotas.

O PL do presidente Jair Bolsonaro tem um candidato na Paraíba. Um comunicador humilde, que diariamente entra nos lares dos paraibanos, conversando com os telespectadores, sobre as agruras do quotidiano. Nilvan Ferreira é admirado pelo grande contingente de eleitores das classes “C”, “D” e “E”, por abraçar suas causas e cobrar ações do Poder Público. Desafiou poderosas estruturas partidárias nas eleições municipais de 2020 – na Capital – e alcançou o segundo turno, deixando na poeira Ricardo Coutinho, Rui Carneiro…

O “controle” de sua legenda está nas mãos de Wellington Roberto, que para sorte de João Azevedo, tem usado mais o” freio” que o “acelerador”. Pesquisas de consumo mostram Nilvan a frente de João Azevedo em João Pessoa (maior Colégio Eleitoral do Estado) com 2% de vantagem. No restante do Estado, patina entre a terceira e quarta posição, atrás de Pedro Cunha Lima e Veneziano Vital do Rego. Oficialmente a corrida começa a partir do próximo dia 15/08/2022. Em 45 dias, veremos quem tem fôlego, e se o pleito será levado para o segundo turno.

JOÃO AZEVEDO E CÁSSIO SE APROXIMAM DO ACORDÃO

O PSB pretende realizar sua convenção no dia 05.08.2022, aos 45 minutos da prorrogação. qual a razão? Esperando a difícil costura que está sendo cuidadosamente alinhavada nos bastidores, por interlocutores de Cássio Cunha Lima e João Azevedo. Depois da “rasteira” que levou de Veneziano Vital do Rêgo, a coordenação política que conduz o projeto da reeleição do governador, reconheceu que seria imprescindível uma junção de forças com os Cunha Lima, para vencerem o pleito em primeiro turno.

O primeiro passo foi procurar Romero Rodrigues – que esteve como pré-candidato a vice por algumas semanas – e sem explicações, gravou um vídeo de curta duração, comunicando apenas sua desistência da empreitada. Hoje percebe-se que foi um ato de grandeza de sua parte, para não dividir o Clã. Cássio, que continua no comando como “Eminência Parda”, discordou de sua atitude. Em seguida, o próprio Cássio, se furtou em participar do lançamento da pré-campanha do próprio filho ao governo (?).

Deputado Aguinaldo Ribeiro, que diuturnamente tem apregoado sua presença na chapa majoritária como o Senador de João, precipitou-se ao comprometer-se em resolver o problema, garantindo que levaria os Cunha Lima a apoiar ele e João. Até hoje o núcleo do projeto reeleição de João, aguarda o agendamento deste encontro.
A maioria dos atuais conselheiros políticos do governador, são os mesmos que estiveram ao lado dos Cunha Lima em 2010, quando Ricardo Coutinho derrotou Maranhão, com apoio de Cássio. O fato era considerado “impossível”. Ricardo Coutinho tinha sido o maior articulador da cassação do governador tucano, reeleito em 2006. Como se não bastasse, deixou suas digitais na cena do crime, ao nomear imediatamente (como recompensa) Marcelo Weick, para Procuradoria Geral do Município de João Pessoa.

Não se trata de “ilações”, são informações “privilegiadas”. O “acordão” pode até não se concretizar. Mas, os sinais são muito claros… Bruno Cunha Lima, no encerramento do Maior São João do Mundo, agradeceu o governador João Azevedo pela estrutura de segurança oferecida pelo Estado. Não é por acaso, que a bancada de sustentação de sua gestão na Casa Félix Araújo, está migrando para apoiar João Azevedo, e Bruno finge não perceber. Esqueceu que seu primo é candidato?

O pragmatismo aponta para o “cofre” e o “poder de caneta”. Fechando com os Cunha Lima, fica difícil qualquer candidato derrotar o Governo do Estado, maioria da ALPB, Prefeituras de João Pessoa e Campina Grande. A dúvida é se Pedro é o vice, ou Romero sai Senador e Efraim vice. A eleição do filho de Cícero Lucena ficaria prontamente garantida. Rui Carneiro retornaria a Câmara. E na hipótese de Pedro ou Romero não figurarem na chapa majoritária, três vagas na Câmara estarão asseguradas.

Cássio poderá até deixar a vida pública. Mas não antes, de uma desforra, dando um “abraço de afogado” em Ricardo Coutinho, Veneziano Vital do Rêgo e Aguinaldo Ribeiro. Ele nunca os perdoará pela derrota de 2018, eleição perdida em uma semana, por falta de “estrutura financeira”. E se quiser continuar na vida pública, seria a segunda opção para o senado, ao lado de João – caso seja reeleito – no pleito de 2026.

A SURPRESA HERON CID

Coordenação política do governador João Azevedo optou por “estratégia militar”, para enfrentar guerra eleitoral de outubro próximo, usando sua principal arma: “o elemento surpresa”. Convidou o Jornalista Heron Cid, para disputar uma das vagas na Câmara dos Deputados pelo PSB. O fenômeno mexeu com todos. Principalmente com os atuais deputados federais aliados do governador que tentarão se reelegerem. E os novos postulantes? Ricardo Barbosa e Murilo Galdino? Em entrevista que acabamos de ouvir/assistir no Youtube – já do outro lado do balcão como entrevistado – Heron Cid deixou pistas que também poderá ser candidato ao Senado (?).

Jornalistas, Radialistas e Comunicadores (apresentadores de TV) de um modo geral, sempre estiveram presentes na vida pública, tanto no Parlamento, como no Executivo. Chagas Freitas, Jornalista e depois dono do seu próprio matutino “O Dia” (RJ), foi governador do Estado do Rio, e do Estado da Guanabara. Não teve filhos, seu herdeiro político foi o Jornalista Miro Teixeira. Carlos Lacerda, contemporâneo de Chagas Freitas, governou também o Rio de Janeiro, levou Vargas ao suicídio, Jânio a renúncia e foi um dos principais mentores da queda de João Goulart. Barbosa Lima Sobrinho, o Jornalista fundador, e eterno Presidente da ABI – Associação Brasileira de Imprensa, governou Pernambuco. Na briga das oligarquias, foi a escolha (tércio) apaziguadora de Vargas.

O Clã político dos Alves no Rio Grande do Norte, foi fundado pelo Jornalista Aluízio Alves. Deputado Federal Constituinte de 1947, esteve no Parlamento seis vezes e foi governador do RN. Puxou seu irmão Agnelo Alves, igualmente Jornalista que foi prefeito de Natal, Parnamirim; deputado estadual e elegeu seu filho três vezes Prefeito de Natal. Garibaldi Alves, sobrinho de Aluízio (radialista) foi deputado estadual, prefeito de Natal; Senador da República por duas vezes, e governador eleito e reeleito.

Álvaro Dias e Osmar Dias do Paraná, iniciaram suas vidas profissionais como radialistas. impulsionados pelos ouvintes, ambos conquistaram mandatos de deputado estadual, federal, senador e governador.

Heron Cid, nos últimos quatro anos é o nome mais conhecido da Paraíba. Comanda uma cadeia de emissoras de rádio, é ouvido diariamente nos mais distantes grotões do Estado. Tem um Portal de Notícias, onde escreve. Está conectado com as redes sociais, onde é visto (telespectador). Quem desfruta de gigante audiência atraindo ouvintes, leitores; telespectadores e seguidores, se não lhes faltar habilidades, converte seus “cativos” em eleitores, com status de “cabos eleitorais”.

Ao atender a chamada do governador para disputar um mandato de deputado federal, evidente que lhes garantiram “estrutura”, o que causará grande ciumeira entre os demais. Quem cederá sua vaga? Se a tese for a de “puxador de votos”, mesmo assim alguém vai sobrar. Neste caso, todos irão querer “tangê-lo” para o Senado, que talvez seja sua grande oportunidade. Será o “outsider” de 2022 na Paraíba. Despido de radicalismo, hoje mais conhecido que Ricardo Coutinho, Aguinaldo Ribeiro e Efraim Filho. Ficha Limpa e com credibilidade. Seus opositores terão dificuldade para “desconstruir” sua imagem.

A força da mídia já fez milagres eleitorais no Brasil. Elegeu Antônio Brito, comentarista político da Rede Globo, governador do Rio Grande do Sul, derrotando o candidato de Leonel Brizola. Hélio Costa, Senador de Minas Gerais, derrotando um governador licenciado. Em tempo: José Sarney foi Jornalista, antes de ser deputado estadual. Como deputado federal, no Rio de Janeiro antiga Capital do Brasil, escrevia na Tribuna de Imprensa de Hélio Fernandes, ao lado de Lacerda, Aluízio Alves; Agnelo Alves… O tempo das brigas exauriu-se. O prazo final para as convenções se encerra em 29 dias.

CONGRESSO EM PÂNICO

            Noventa dias antes das eleições de outubro próximo (2022), o Congresso Nacional aprovou “pacote” de medidas para combater a recessão instalada no planeta, desde a pandemia do COVID-19. Inimaginável. O conjunto de benefícios oferecidos à população vulnerável do país, é um ato de socorro do presidente Jair Bolsonaro – candidato à reeleição – cujos efeitos positivos serão colhidos a partir de agosto, ensejando-lhes um forte discurso, difícil de ser rebatido por seus adversários.

            Temendo enfrentar mais de 145 milhões de eleitores, as duas Casas Legislativas flexibilizaram, com receio de reação radical, alicerçada na antipatia deixada pelas gestões de Rodrigo Maia (Câmara) e David Alcolumbre (Senado). Excederam-se nas sabotagens para inviabilizar um governo eleito por 58 milhões de votantes. Ignoraram 128 Projetos Leis oriundos das promessas de campanha de 2018, desejos da população. Bolsonaro era para estar mais impopular que Temer, Dilma ou Geraldo Alckmin.

            Até 2014, nenhum governo resistiria a 20 minutos do Jornal Nacional, com matéria sendo repercutida em O Globo, Estadão; Folha; Veja; IstoÉ. Bolsonaro suportou por três anos e meio a impiedosa, insana e brutal “pancadaria”. O malogrado plano de usarem – mais uma vez – os Institutos de Pesquisas para desestimular seus seguidores, aumentou a fúria de parte expressiva da população, que se sente traída, até pelo STF. Até a Igreja Católica – fora de questões políticas/partidárias desde 1965 – estão fazendo campanha pró-Bolsonaro. Os evangélicos? A maioria é esmagadora, não absoluta. O Brasil tem raízes Cristãs, conservadoras, desde sua Independência.

            O Congresso, STF e a mídia tradicional, não percebeu que o mundo mudou rapidamente, pela gigantesca expansão da Cibernética, deixando-os para trás. O povo não tinha noção dos superpoderes do STF, apesar de sua Emissora de Televisão transmitir seus trabalhos. Hoje, todo brasileiro é Advogado e Doutor em Direito Constitucional. Citam artigos, parágrafos e incisos da Constituição Cidadã de 1988, questionando as decisões das Cortes Superiores de Justiça, amplamente debatidas com paixão – semelhante a do futebol – no Facebook, Telegram; Twitter; Instagram…

Foi este o “ninho” que acolheu Bolsonaro (redes sociais) exposto pela grande mídia nacional, para ser devorado pela velha política profissional, na selvagem “savana” do Congresso Nacional. Dezenas de manifestações – boicotadas pela grande mídia – foram realizadas com sucesso nas ruas de todo o país (últimos três anos), defendendo temas tão polêmicos e intrigantes, como a Reforma da Previdência, que mexe diretamente com o futuro do próprio cidadão trabalhador. Despertaram na população um adormecido sentimento passional – origem latina – quando “vitimizaram” o presidente.

A PEC que propõe a redução e cobrança isonômica do ICMS (17%) sobre o preço dos combustíveis, foi aprovada por 71 dos 81 Senadores, com um único voto contra, o do Senador de São Paulo José Serra, no ocaso de sua vida pública. O Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prometeu ao Senador Jorge Kajuru, convocar o Ministro Alexandre de Morais para se explicar sobre seus atos monocráticos. Por outro lado, o General Girão (Senador pelo Ceará) aprovou na CCJ, a convocação de Barroso, Fachin e Alexandre de Morais, onde serão “inquiridos” sobre suas decisões intempestivas.

A Câmara dos Deputados, sensível a ouvir de seus experientes “veteranos”, habilmente vem tentando abrandar a ira do povão, elencando como culpado o STF. Na hora do “salve-se quem puder”, uma PEC está sendo apreciada nas Comissões Temáticas, cujo teor limita os poderes do STF, e até suas sentenças, que terão que ser ratificadas em plenário pelo Congresso. Determina ainda, o tempo de permanência dos Ministros na Suprema Corte, fixando seu período em 08 ou 09 anos. No seu bojo, derruba a PEC da bengala.

O povo despertou para retomar o que lhes é de direito: a escolha de seus representantes e governantes. Isto é Democracia… Parlamentares que desejarem renovar seus mandatos, aceitem as exigências da maioria dos eleitores, que de fato e de direito, são seus legítimos empregadores.

EMBARAÇO DAS OPOSIÇÕES

            Terminou na última terça-feira (31.03.2020) o prazo da manobra arquitetada pelos “Caciques” que comandam as grandes legendas – Federações Partidárias – movimento que trouxe grandes prejuízos aos pré-candidatos a governadores de todo país. Restam apenas 120 dias para o primeiro turno. Como as oposições irão recuperar o tempo perdido? Quase impossível.

            Após o consumação da data limite para troca de legendas (02/04/2020), todos os pré-candidatos a governo dos Estados, esperavam pôr o pé na estrada e iniciar o recrutamento de voluntários para formarem seus exércitos, com vistas a baralha de outubro. Nilvan, o que mais carece de “tropas” para avançar, ficou e ainda estar acuado. Veneziano Vital do Rego e Pedro Cunha Lima, tentaram ensaiar esta marcha. Mas, foram impedidos, por não saberem que destino tomariam seus partidos, que estão enxergando o pleito sob outro prisma.

            Quem governa o país é o Congresso Nacional. Rodrigo Maia e David Alcolumbre levaram o parlamento brasileiro a viver os piores dias da história, no início do governo Bolsonaro. Foram inúmeras as manifestações de repúdio da população nas ruas – a partir da Reforma da Previdência – nas “domingueiras”, como denominou o Ministro do STF Gilmar Mendes, também atingido pelos protestos. Mas, ele não depende de renovação de seu mandato, para continuar Ministro.

            Este “ranço” deixado por Rodrigo Maia e David Alcolumbre, ainda exala um cheiro ruim, impregnado nas redes sociais. Chegado o ano eleitoral, todos querem voltar ou continuarem com privilégios de “Príncipes da Nação”. Em Brasília, “amadorismo ideológico”, ficou no século passado, antes da virada do milênio.

            MDB através de seu presidente, fechou acordo com a Federação PSDB/Cidadania. Simone Tebet será a candidata. Pactuaram que onde o MDB ou PSDB tiverem candidatos para governos dos Estados, com chances de disputarem, um recua para o outro, ou se unirão. Neste caso, como funcionará aqui na Paraíba? Sai Veneziano ou Pedro? Os dois, as regras da Federação não permite. São Paulo Haddad e Márcio França só permanecem como candidatos, porque o PSB não Federalizou-se com o PT.

O União Brasil, detentor de 1/5 do Fundão Eleitoral lançou seu candidato à presidência, Luciano Bivar, que já liberou seus “pupilos” escolhidos e que talvez retornem pela força da grana, para votarem no presidente Jair Bolsonaro, já no primeiro turno (?). E, se convencer ACM Neto (BA), desistirá e apoiará imediatamente Bolsonaro. Bivar tem a pretensão de comandar uma bancada com 60 parlamentares. A Federação PT, PCdoB e PV somou apenas 68 deputados. PT em sua fase áurea, tinha o dobro. Quem terá legenda negada para o Senado, Ricardo Coutinho ou Rangel Júnior?

Este imbróglio só será resolvido – com perdas e rompimentos – nas convenções, final de Julho. Restará agosto para registro das candidaturas, e início da campanha. Governador João Azevedo, pré-candidato a reeleição, diariamente puxa prefeitos e vices de todas as siglas. Se aproxima do apoio do total de 170 (76%) dos 223. Indiscutivelmente formou um grande exército, a partir do apoio do prefeito que comanda o maior colégio eleitoral do estado, João Pessoa. Na eleição passada (2018) andou longe de ter um contingente tão expressivo e venceu no primeiro turno.

A DERROTA DE DÓRIA E SEUS EFEITOS COLATERAIS

Instintivamente comentamos em uma de nossas últimas postagens, as barreiras criadas na legislação eleitoral, com fim das coligações, o surgimento do bilionário “Fundão Eleitoral” e as “nominatas”. Em dezembro (2021) surgiu mais uma figura esdrúxula, “Federação Partidária”, mecanismo de controle absoluto das legendas pelos seus eternos “Caciques”, que deixaram de ser “figurativos” e passaram a ser “dono da bola”. Irão escalar os times, e sem eles, não tem jogo.

Hoje (23.05.2022) a desistência do ex-governador de São Paulo João Dória – abandonando a corrida presidencial das eleições de outubro próximo – deixou um nítido recado com conotações “feudalistas”, dos presidentes das tradicionais legendas para seus filiados, pondo-os nos seus devidos lugares. Dória, ou saia pela porta da frente, ou seria expulso pela dos fundos. MDB, PSDB e Cidadania vão impor Simone Tebet ou Temer. Quem tentar “furar” a regra, será defenestrado.

Ao longo do tempo, Deputados Federais e Senadores se elegeram usando estas legendas. Após empossados nos respectivos cargos, seu partido doravante estampava as “cores” de seus interesses pessoais. A retórica partidária havia sido deixada nos palanques. Cada deputado ou senador era uma sigla individual, que atuava da forma que bem entendesse no Congresso. Criavam as mais abomináveis alianças (unindo rivais ideológicos) nas votações de temas que envolvessem “muito dinheiro”, para se locupletarem nestas ocasiões. PT, PSL, DEM e PSOL estiveram inúmeras vezes juntos em plenário, desprezando literalmente as recomendações de seus partidos.

Com o MDB encabeçando uma chapa presidencial, todos os candidatos a governadores ou senadores dos Estados da Federação, terão que se submeterem as diretrizes das executivas nacionais de seus partidos. Isto causa danos ou efeitos colaterais, em algumas alianças já montadas, principalmente no Nordeste. Em Alagoas, Renan não vai poder exibir Lula em seu palanque no primeiro turno. O mesmo acontecerá no Rio Grande do Norte, onde Walter Alves (MDB) já havia sido escolhido vice na chapa da governadora Fátima Bezerra (PT) que disputa a reeleição.

Na Paraíba, Veneziano Vital do Rego (MDB) que ainda não tem um vice, ficará sem o companheiro para o Senado – Ricardo Coutinho (PT) – e não terá a exclusividade de Lula em seu palanque. Pedro Cunha Lima, se quiser manter sua candidatura, terá que se unir ao MDB e Cidadania. A esta altura, Pedro e Vené já podem serem considerados projetos natimortos.

O único candidato sem problemas é o governador João Azevedo (PSB) que marcha buscando num estilo partidário “ecumênico”, sua reeleição. Seu partido não é “Federalizado” com PT. E Ricardo Coutinho? Encaixa-se num velho adágio popular: “perdeu a besta e o chocalho”.

MORUBIXABAS INVIABILIZAM CANDIDATURAS DE PEDRO E VENEZIANO

Os velhos “Caciques” que por décadas integram o comandam dos Diretórios Nacionais das principais legendas do país, com histórico políticos que datam do processo de “redemocratização” – consolidado com a Constituição Cidadã de1988 – cansaram-se de ficar nos bastidores, reféns do humor de seus deputados e senadores, que só enxergavam seus umbigos e trocavam de siglas quando bem entendem, desde que seja vantajoso para si.

A janela partidária, popularmente conhecida como da “traição”, permite o Parlamentar, Governador ou Prefeito – seis meses que antecede o pleito – abandonar sem punição a sigla que o elegeu, trocando-a por outra que facilite a renovação de seu mandato. Todo deputado era um partido (?) Regras e disciplinas teriam que ser aplicadas. E a oportunidade surgiu com a criação da Federação Partidária (Dezembro2021), instituto que tem prazo dilatado após a “janela”, para tomar rumos como a união a outros partidos.

Trancados no “galinheiro” os irreverentes e oportunistas “mutantes” – contumazes reincidentes – doravante terão seus destinos políticos controlados pelas “raposas”, que além das chaves do galinheiro, tem o segredo do cofre onde estão guardados 5,0 bilhões de reais do “Fundão Partidário”.

Gerir dezenas e ou centenas de milhões de reais, empodera presidentes das legendas, e os privilegia com direito de escolherem seus fiéis “pupilos”, a quem premiarão com mandato nas Assembleias Legislativa e Congresso Nacional, para assegurarem seus prestígios e renda. Pragmáticos, PSDB, MDB e Cidadania (ex-PCB), decidiram lançar uma chapa para disputar a corrida presidencial, denominada como “terceira via”, obra criada pela grande mídia esquerdista, com propósitos de atrair o eleitor Bolsonarista, que erroneamente ainda insistem em considerá-los como “antipetista”.

Numa exibição de força, os Morubixabas “tucanos” extirparam (ontem 17.05.2022) das entranhas do PSDB, a pré-candidatura de João Dória, arrancada a “fórceps”. Um ato de desrespeito ao processo democrático das “prévias” previstas no Estatuto do Partido, embate vencido por Dória, contra seu opositor Eduardo Leite. Bruno Araújo, presidente e “carrasco” do PSDB, ao asfixiar a carreira política de Dória, foi claro em suas declarações a mídia: os três partidos indicarão uma chapa. Exigirão postura de fidelidade, sob pena de punições prévias, como negarem legenda ou cassá-los por infidelidade.

Na “pajelança”, ficou decidido que a “cabeça da chapa” ficará com o MDB. O candidato será Simone Tebet ou de Michel Temer. O vice será escolhido pelo PSDB e Cidadania. Esta decisão hierárquica imposta de cima para baixo, desmonta palanques de Pedro Cunha Lima, Veneziano Vital do Rego (PB); Fátima Bezerra (PT) e Walter Alves (MDB) no RN e trará problemas para Renan Calheiros (AL) que já estava fechado com o PT e Lula.

Particularizando a Paraíba, a postulação de Pedro Cunha Lima (PSDB) tinha a aprovação e tratamento “diferenciado” por João Dória. A de Veneziano, do ex-presidente Lula, e parte do PT-PB. A terceira via exigira que ambos se juntem, evento que marcará o fim de Bruno Cunha Lima e Romero Rodrigues, se apoiarem uma chapa com Veneziano na “cabeça” e Pedro vice. Dificilmente a posição será invertida: Veneziano é Senador e vice-presidente do Senado, não abrirá para Pedro. Ricardo Coutinho será o anfitrião e companheiro de desventura de Lula. Como previu Artur Lira – verdade das pesquisas só no final de maio – hoje na sondagem da Genial/Quaest, Bolsonaro já está à frente de Lula na espontânea, e empata na estimulada. Cresce 5% a cada mês, nos últimos 90 dias. Caminho longo… ainda restam 140 dias para o primeiro turno.

DESABAFO DE TASSO JEREISSATI RETRATA REALIDADE POLÍTICA DOS PARLAMENTARES NORDESTINOS

Na última sexta-feira (13.05.2022), Mário Sérgio Conti em seu programa Diálogos – transmitido ao vivo pela TV Globo News – entrevistou o Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) com a nítida intenção de “auscultar” um tucano de alta plumagem, que lhes permitisse diagnosticar indícios de “comorbidades” visíveis, que vem debilitando a saúde da legenda, enferma e desidratada de popularidade em todo o país.

Calmo, falando mansamente como Cristão Católico em Confessionário, Jereissati (confiteor) surpreendeu o entrevistador quando assumiu sua “mea-culpa”, pelo desgaste que ora vive o PSDB. Lamentou a falta de renovação e ausências de novas lideranças, processo que teria evitado a desagregação da legenda, que vem trilhando os mesmos caminhos dos extintos PDS, PFL e DEM. Historicamente, o partido foi responsável por grandes mudanças no país, como o fim da hiperinflação, modernização do Estado – Lei de Responsabilidade Fiscal – início das privatizações; regras no setor econômico que permitiu o Brasil se inserir no bloco de potências emergentes, dentro de um cenário internacional, pré-globalização (final dos anos noventa século passado) gestão FHC.

A agremiação começou a perder força com o envelhecimento biológico de seus quadros, seguido de perdas insuperáveis, como Mário Covas, Marcelo Alencar; Sérgio Mota; Sérgio Guerra…Lideres como Téo Vilela, FHC; José Serra; Aluízio Nunes… Alcançaram a compulsória… Desta geração, restou apenas Geraldo Alckmin, que após uma derrota acachapante em 2018, trocou de sigla e se abrigou no PSB.

Quando indagado sobre o futuro do partido, Jereissati não respondeu diretamente à pergunta, e começou a discorrer – sobre que todos sabem – o casuístico comportamento dos Congressistas. O vício das Emendas Parlamentares, por quatro anos ininterruptos destinados a municípios escolhido pelos Parlamentares, em troca de apoio para renovação de seus mandatos. “Ninguém ali está pensando no país… Concluiu a narrativa, revelando seu desencanto recente, quando foi montar a nominata tucana no Ceará. Fizeram um leilão! iriam para quem ofertasse mais, não importando posições ideológicas ou compromissos com a sociedade, que defendem publicamente.

Surpreso com declarações “sincericidas”, o entrevistador fez sua última pergunta: “então você está deixando a política? Não vai renovar o mandato? “Não, respondeu. A política está me deixando”. Sobre os presidenciáveis, Jereissati não acredita na candidatura de João Dória (PSDB); não votará em Bolsonaro por acha-lo “difícil” (?) omitiu a dificuldade. Lula traria de volta os de sempre, carregados de rancor. Vê esperança em Simone Tebet.

Este drama do Ceará é o mesmo de todos os Estados da Federação. Renovar um mandato de Senador, custará uma fortuna ainda incalculável no presente. Um deputado federal – se for “Bolsonarista” e as redes sociais abraçarem sua causa – sai mais em conta.

Paraíba também pertence ao Nordeste e vive o mesmo dilema do Ceará. Sobram candidatos para o Senado – dispostos a comporem a chapa governista – convictos da perspectiva que João Azevedo (irresponsavelmente) disponibilizaria as chaves do cofre, para usarem o erário público no financiamento de suas campanhas. Quando um milionário de berço (Tasso Jereissati) desiste de voltar para onde sempre esteve (Senado Federal), fica evidente que os custos comprometem suas economias pessoal e o caixa de suas empresas.

UM POUQUINHO DE SORTE

            Ex-senador Ney Suassuna – conhecido pela maioria dos paraibanos apenas como político rico – foi um grande professor, e achamos que apesar da idade, ainda é um excelente palestrante sobre Economia. Assistimos uma de suas palestras – cerca de duas décadas – onde discorreu sobre origem do dinheiro, empreendedorismo; expansão monetária; crédito… Em sua narrativa, sempre citava um exemplo de sucesso e acrescentava: “mas, para que aconteça, tem que ter um pouquinho de sorte”.

            Em sua trajetória vitoriosa como empresário – origem humilde – acreditamos que a sorte esteve diversas vezes ao seu lado. No mundo político, deve tê-lo abandonado em algumas ocasiões. Ou, como ensina a Alquimia, não observou os “sinais”, a exemplo do prefeito da capital Cícero Lucena (Alquimista) peregrino de Compostela, que provou em 2020: o universo sempre conspira em favor dos predestinados, que perseguem seu sonho. Fora da vida pública por mais de uma década derrotou – há dois anos – Ricardo Coutinho, Rui Carneiro e Nilvan Ferreira.

            Atual governador João Azevedo, se constitui em mais um exemplo do místico “fator sorte”. Venceu uma eleição em 2018 no primeiro turno. Desde que foi instituído o segundo turno, até hoje, foi o único a conseguir tamanha façanha. Após a vitória, fez o oposto de seus antecessores: não tripudiou os derrotados. Desceu do palanque e foi cumprir a missão que o povo paraibano lhes confiou, a tarefa de governar.

            Balizado pela decência, prestigiou seu antecessor e seu séquito radical, fazendo vistas grossas aos contínuos arroubos de Ricardo Coutinho, que se auto proclamava dono dos votos da Paraíba. Se ele tinha esta convicção, porque não disputou o Senado da República? Comportando-se como um “martelo”, que só enxerga “pregos”, João Azevedo voltou-se para o governo, e pôs tapume nos ouvidos. Gastando saliva e solado de sapato, não parou de andar e dialogar com todos. A paz política foi estabelecida. As velhas intrigas sucumbiram ao debate. Despido de ideologias, quem quis fazer o melhor pela Paraíba, foi acolhido. O contraditório teve espaço, vez e voz.

As mudanças (lentas e graduais) começaram a ofuscar o brilho incandescente do ex-governador Ricardo Coutinho, que tratava seu aliado – eleito para substituí-lo – como “fantoche”. Impunha nos bastidores, o dever de João abraçar suas encrencas e caprichos pessoais. Rompimento unilateral de Coutinho, foi uma manobra mal sucedida. Imaginou que reuniria maioria da classe política e enfraqueceria o governador. Ledo engano…

João Azevedo sobreviveu a três longos anos, escapando de armadilhas e emboscadas. A sorte continua bafejando-o. A última e mais ousada das insídias, foi protagonizada pelo Senador Veneziano Vital do Rêgo, com seu rompimento intempestivo, desnudo de motivações, justificativas ou fatos desabonadores que atestasse desprestígio da Corte Palaciana.

Se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro. Um pequeno “cochilo” do governador, quase o levou a se distanciar da sorte. Declarou na primeira hora, apoio ao ex-presidente Lula. A recíproca foi um “coice” de Ricardo Coutinho, Lula e Gleisi Hoffmann, através de um vídeo, documentando Lula verbalizar que seu candidato é Veneziano. Um grande contingente de eleitores Cristão Conservadores (Igrejas e antipetista), não votarão num postulante, que se identifique com o perfil de Lula.

João Azevedo, praticamente não tem rejeição no “Núcleo Cristão Conservador”. Estadualizado a disputa, numa posição de “centro”, atrai eleitores dos extremos.

PRIMAZIAS

            Diariamente o pré-candidato do MDB-PB, Senador Veneziano Vital do Rêgo, posta nas redes sociais fotos com o ex-presidente Lula, afirmando ser o preferido do PT na disputa pelo governo do Estado da Paraíba. Sábado (09/04/2022) as declarações vieram do Coordenador Geral da Campanha, extremista radical Randolfe Rodrigues, que não é “petista”: “Lula só terá um candidato e palanque na Paraíba: Veneziano Vital do Rêgo. Onde fica o PSB que tem em seus quadros Geraldo Alckmin, anunciado vice de Lula? Os votos de João Azevedo e seus aliados, são abjetos e dispensáveis?

            Existência de dois palanques do PT – para acomodar conflitos locais e regionais – foram “engodos” estratégicos usados em 2006/2010 e 2014. Tropeçaram no vizinho Rio Grande do Norte (2014), e o preço cobrado pelos ludibriados foi o impeachment de Dilma Rousseff. Deputado Federal Henrique Eduardo Alves (onze mandatos ininterruptos no Parlamento), presidia a Câmara dos Deputados. Ex-Presidente Lula forçou sua candidatura ao governo. Costuraram o maior arco de alianças da história política Potiguar. Ficou fora apenas o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Robinson Farias, magoado por não integrar a chapa majoritária, disputando a vaga do senado.

            Fechada a coligação, a deputada federal Fátima Bezerra (PT), candidata ao Senado, alegou questões éticas/pessoais, que lhes impedia estar ao lado de Henrique nos palanques. Ficaria “solta”, porém, seguiria as determinações do partido. Mentiu. Robson Farias (PSD), com apoio de Gilberto Kassab, lançou-se candidato ao governo. Imediatamente a deputada federal Fátima Bezerra (PT) começou a pedir votos para Robinson Farias (PSD). Ninguém levou a sério.

            Iniciada a campanha, Lula através das redes sociais e em comícios, pedia aos potiguares que votassem em Henrique Eduardo Alves. Dilma Rousseff, candidata à reeleição e com poder de caneta, “oxigenava” financeiramente a campanha da deputada Fátima Bezerra – disputando o Senado – e por extensão, Fábio Farias (PSD), concorrendo ao governo. Henrique, segundo pesquisas e apoios, venceria com esmagadora maioria. O pleito foi levado para o segundo turno e Henrique amargou uma derrota acachapante. Culparam Dilma e Lula pela traição “arquitetada”.

            Retornando à Câmara para concluir seu mandato como presidente, Henrique deliberou deixar um legado histórico – sonhado pelos integrantes daquela Casa Legislativa – cuja maioria se solidarizou com ele, quando foi exposta a trama petista para derrotá-lo, e deixá-lo – pela primeira vez (desde 1970) – distante do seu inseparável broche da lapela.  Desengavetou e aprovou a PEC do Orçamento Impositivo, tirando todo poder de barganha da Presidente. Alforria para Deputados e Senadores, que não mais se submetem aos caprichos palacianos, para liberarem suas emendas.

 A vingança de Henrique – com apoio do Parlamento – levou a ex-presidente Dilma Rousseff ao desespero. Foi advertida pelos seus conselheiros petistas, que o jogo havia mudado e para pior. Só concluiria seu mandato se o presidente da Câmara fosse seu aliado. Escalou interlocutores para “negociar” a sucessão de Henrique, oferecendo-lhes o direito de escolher qualquer nome, e o nomeou Ministro do Turismo. Sem rodeios, Henrique indicou Eduardo Cunha. Não satisfeita, e tripudiando o derrotado Henrique Alves, no último minuto, Dilma quis eleger Arlindo Chinaglia (PT). Derramou um rio de dinheiro, mas venceu o indicado de Henrique. A traição de Dilma contra Henrique e Eduardo Cunha, despertou em ambos, um sentimento de desforra. O resto da história, todos conhecem. Cunha perdeu a Presidência da Câmara, o mandato, e foi parar na cadeia. Porém, deu um “abraço de afogado” em Dilma: o impeachment e seus desdobramentos, levou uma ex-presidente a ser derrotada para o Senado em seu Estado, Minas Gerais (2018). Com “Emendas Impositivas”, pereceu projeto do PT de se perpetuar no poder.

PLEBISCITO DE OUTUBRO

            Não é novidade. Todos sabem que o instituto da reeleição no sistema democrático, é plebiscitário. O eleitor optará pelo “sim” ou “não”, sobre a permanência do governo, facultando-lhes a oportunidade de renovar seu mandato por mais quatro anos, tempo para concluir projetos e ou, obras inacabadas iniciadas em sua gestão.

            Na Paraíba, a eleição “adequada” ao processo das escolhas – buscando a preferência da maioria dos eleitores – será a do ano de 2026. Ocasião para o surgimento de novas propostas, ou avanço no continuísmo do projeto de gestão, com mudança apenas no seu comando. No momento, o julgamento de João Azevedo por sua atuação administrativa, registra com clarividência – segundo pesquisas – o desejo da maioria pela sua permanência à frente dos destinos da Paraíba (40% das intenções de votos).

            Aqueles que ora se apresentam como opositores diretos, ao atual inquilino do Palácio da Redenção – exceto o tucano Pedro Cunha Lima – não passam de dissidentes insatisfeitos, movidos pela megalômana ganância de usurpar o poder a qualquer custo, para recuperar seus privilégios e se locupletar pessoal ou “familiarmente” do cargo.

            Ricardo Coutinho, detentor do primeiro lugar no “ranking” do histórico de traições da política paraibana, vem agora com discurso de “traído” (?) É cômico. Veneziano Vital do Rêgo, eleito Senador com a maioria dos seus votos colados com João Azevedo, participou e apoiou três anos de sua gestão. Indicou um verdadeiro Exército de séquitos, para ocupar cargos comissionados e estratégicos, rompeu e se voltou contra quem lhes prestigiou. Isto não é oposição, se configura como “oportunismo”.

            Politicamente fazer acordo com “sabidos”, é o mesmo que se dispor a enfrentar “valentões”. Os “bestas” e “frouxos”, invariavelmente terminam como vencedores. Sob esta premissa, saudoso José Maranhão tomou três derrotas consecutivas: governo (2006), reeleição (2010) Prefeitura de João Pessoa (2012). Após ter derrotado Ronaldo Cunha Lima em duas convenções, sentiu-se dono da verdade e “senhor da razão”. Peso e medida eram aferidos por sua opinião, subestimando lideranças influentes junto ao povo. Equipes eram auditórios só para aplaudi-lo. Quem opinasse era “pessimista”.

            Ninguém sabe como terminará esta união entre os dois “sabidos”, Ricardo Coutinho e Veneziano Vital do Rêgo. Todavia, o prejuízo registrado até o momento ficou na conta de Veneziano, que perdeu a oportunidade de renovar seu mandato em 2026, tendo sua mãe, Nilda Gondim, como governadora. Quanto a Ricardo Coutinho, o sentimento de vingança (pessoal) se alimenta do ódio. É impossível ser “coletivizado”.

            Apostar que o combate travado em nível nacional – radical disputa de “esquerda” x “direita” – se transforme numa cruzada a partir de municípios e estados, alcançando todo o país, é pura utopia. O povo aprendeu a separar eleições presidenciais das eleições estaduais e municipais, quando compreenderam a questão das acomodações partidárias.   A realidade é que até o dia de hoje (08/03/2022), só existem dois candidatos que estão se enfrentando e ocupando espaços na mídia: João Azevedo e Ricardo Coutinho. O curioso é a “excentricidade” deste episódio: um disputa sua reeleição para o governo do estado. O outro, pretende chegar ao Senado da República.

 

Federações Partidárias: O GOLPE DOS CACIQUES

A 56ª Legislatura instalada em 01/02/2019, que se encerrará em 31/01/2023, será lembrada pela história como o período mais caótico da República do Brasil, onde se inverteram os papéis, por conseguinte a ordem constitucional dos três Poderes, pilares da democracia. Um Parlamentarismo “branco” foi imposto à Nação, a partir do completo domínio do Orçamento da União, atributos constitucionais do Poder Executivo, através do Presidente da República.

Por outro lado, em meio à desordem, o Poder Judiciário legislou da forma como bem quis e entendeu. Prendeu deputado federal, atropelando o “Foro Privilegiado”, encarcerou jornalistas ignorando a liberdade de expressão (garantia constitucional), retirou poderes do Presidente da República, desrespeitando de modo imoral um Decreto de Calamidade Pública Nacional, sub-rogando seus poderes para governadores e prefeitos… Por um milagre não ocorreu uma crise institucional, com a intervenção dos militares e o STM assumindo as funções do STF, caso o presidente Jair Bolsonaro tivesse usado o artigo 142 da nossa Constituição.

A fuzarca extrapolou o limite, quando um ministro do STF (Alexandre de Mores) mandou a Polícia Federal intimar – com hora marcada – o Presidente da República, para ser interrogado e depor num inquérito aberto pelo próprio ministro, investigado por ele e julgado também pelo mesmo. A ousadia fazia parte da tática intimidatória. Se o Presidente, que não pode ser preso – estando no exercício do poder – cumprisse este capricho absurdo, dia seguinte a guarda municipal o prenderia para averiguação, ou por perturbar a ordem, através das “motociatas”.

Apesar de cinco mandatos como deputado federal, Jair Bolsonaro – como classificou perversamente a jornalista militante Eliana Cantanhede – um parlamentar de “fundo de plenário”, aquele que senta na última fileira, com pouca luz onde as lentes das redes de TV não o alcança, desconheceu a própria “Casa” onde já viu “boi voar”. Imaginou que o fato de ter sido eleito com mais de 57 milhões de votos, o Congresso o respeitaria em função de sua popularidade. Esqueceu que Collor e Dilma pensaram o mesmo, e sofreram impeachment.

Ao assumir, Bolsonaro encarou com surpresa a transformação de seu conterrâneo “carioca” Rodrigo Maia, na presidência da Câmara. David Alcolumbre – baixíssimo clero – que com sua ajuda chegou à presidência do Senado Federal, tornou-se seu principal algoz. Foram 125 derrotas do governo no Congresso, e tudo que se ouvia dos presidentes das Casas Legislativas era: “tem que se conversar” (?). O Orçamento do ano 2020, aprovado pelo Congresso (2019) derrubou todos os vetos do Presidente, deixando-o apenas com verbas de custeio: pagamento dos juros da dívida, precatórios; pessoal; INSS e manutenção. Se o presidente quisesse fazer obras, que cortasse no custeio, demitindo pessoal, extinguindo funções, economizando nos gastos do cotidiano, a partir dos cartões corporativos.

Em 2021 a regra seria a mesma. Neste momento, os “conselheiros” entraram em ação. Todos os ministérios poderiam ter recursos para investimentos, desde que fossem alocados através de Emendas Coletivas, de Bancadas e Individuais dos Parlamentares. A fórmula deu certo para o governo. Deputados e senadores voaram em céu de brigadeiro. Prefeitos e governadores tinham que “se acertarem” antes com o Parlamento, senão nada receberiam.

Mas, como nos ensina o velho adágio popular, “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”. Este ano, encerra-se o “carnaval”. Tem eleições e todos querem voltar. Todavia, pisaram na bola na minirreforma eleitoral de 2019, quando acabaram com as doações de campanha, e as famigeradas “coligações”. Como voltar em 2023, mesmo com 5,9 bilhões para o fundão eleitoral? Atualmente são 30 partidos com assento no Congresso Nacional. Mesmo assim, cada parlamentar se sente um partido, na hora de “negociar”. Nas eleições de 2018, dos 513 parlamentares apenas 12 atingiram o coeficiente, e se elegeram sem precisarem das “sobras” das coligações.

Os velhos “caciques” entraram em ação e criaram as “Federações Partidárias”. Mesmo que tudo funcione a contento, metade dos que lá estão, não retornarão.  PSL e DEM formalizaram a primeira “Federação”. Na reunião comandada pelo embusteiro Luciano Bivar, dos 70 deputados das duas legendas apenas 30 compareceram. A revoada vai ser grande. Mas, não altera o valor do “fundão” e fundo partidário: 1,1 bilhões de reais, nas mãos de Bivar, que procura o MDB para ampliar esta montanha de dinheiro, apoiando a senadora Simone Tebet para presidente. Como ficarão as postulações para os governos dos estados? Na Paraíba, Veneziano Vital do Rego fica impedido de se aliar com Ricardo Coutinho e o PT. A Federação com o PSOL, PDT e PSB, veta o MDB e o PSDB.

Governador João Azevedo, se permanecer no Cidadania vai colidir com Pedro Cunha Lima. A intenção da maioria dos “tucanos” é “Federalizar” com o Cidadania. O PSD de Gilberto Kassab, já admite unir-se a Lula ainda no primeiro turno, ampliando a “Federação das Esquerdas”. Entretanto, deputados federais para escaparem, contavam com a “janela da traição”. O prazo para regularizar as Federações se vencia em 31/03/2022, os parlamentares tinham até o dia 03/04/2022 para “pularem a cerca”. Para infelicidade destes, o ministro Barroso, presidente do TSE, deu ontem um tiro de misericórdia nos prováveis “fujões”. Pisando no pescoço da Lei, por unanimidade a Corte Eleitoral estendeu o prazo das Federações até o final de maio. Não escapará ninguém.

Com todas estas manobras nefandas, os caciques e TSE esqueceram um pequeno detalhe: o povo. O mesmo que se rebelou e elegeu o deputado “fundo de plenário”, está se amotinando nas redes sociais, e a palavra de ordem é não votar em candidatos de Federações. Chafurdaram tudo. Onde rola bilhões, a ética é um palavrão. Pedro e Veneziano ainda serão candidatos? João pode formar uma nominata com um único partido. Como previmos, a disputa na Paraíba continuará a ser pelo Senado da República. E, distante do povo, os caciques de sempre buscam eternizarem-se: Bivar (PSL), Lupi (PDT); Roberto Jefferson (PTB); Valdemar Costa Neto (PP); Republicanos (Igreja Universal) … Deputados Federais estão “no mato sem cachorros”.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte VIII)

            O desalento dos Cunha Lima (1981) sinalizava abandono em definitivo da vida pública. Só restava Ivandro – mesmo respeitado e admirado por seus pares no Senado da República – não tinha o comando do partido. Era o suplente de Rui Carneiro que assumiu em 1977 e seu mandato se encerraria no ano seguinte (1982).

            Na Paraíba, o governador que assumiu em 15/03/79, José Tarcísio de Miranda Buriti, vinha realizando uma gestão inovadora, futurista, conquistando admiração em todos os segmentos da sociedade, com avançados programas de obras, serviços e ações sociais. Entretanto, os “cabeças” da sua brilhante equipe de Secretário, haviam desfalcado Enivaldo Ribeiro. Inclusive um dos principais, José Silvino Sobrinho.

            Em quatro anos (1977/1981) Enivaldo Ribeiro ganhou visibilidade estadual. As eleições para governador do ano seguinte (1982) seriam diretas. Os Gaudêncios (importante grupo político de Campina Grande influente no Cariri e Curimataú) lançaram-no candidato a governador. Formaram a “Frente de Campina”, movimento suprapartidário, com apoio do “Grupo da Várzea” e lideranças de João Pessoa. Enivaldo estava eleito governador – um ano antes do pleito – episódio que o fez tirar o foco da sua sucessão, não preparando um candidato para 1982.

            Setembro de 1981, a fatalidade começou a operar suas enigmáticas mudanças no curso da história. Presidente Figueiredo após sofrer um infarto, licenciou-se do cargo e viajou com destino a Cleveland, nos Estados Unidos, para fazer uma cirurgia de ponte de safena. Assumiu o vice Aureliano Chaves. O Congresso aproveitou a oportunidade e apresentou uma PEC, derrubando a sublegenda. Aprovaram para o governo do estado. Para os Prefeitos, houve resistência. Com a volta de Figueiredo, o tema saiu da pauta.

Após queda da sublegenda a “Frente de Campina” procurou imediatamente Buriti. Mas, o governador havia perdido o controle do PDS, no tumultuado processo da troca do nome da sigla. A agremiação estava nas mãos do deputado Soares Madruga, Secretário Geral do Partido, com os Livros de Atas escondidos a sete chaves. Madruguinha recusou-se a dialogar com a Frente de Campina. O movimento esfriou …

  Humberto Lucena deu um xeque-mate nas pretensões do Clã Cunha Lima de comandar o PMDB. Trouxe João Agripino e Antônio Mariz para legenda, garantindo-lhes o direito de indicarem a chapa majoritária (1982). O neto de Solón de Lucena assumiu definitivamente o partido, que comandou até sua morte. Se Ivandro “topasse”, teria que enfrentar Buriti, já com campanha nas ruas (blefando) para o Senado, exibindo 81% de aprovação de sua gestão. Quem iria enfrentá-lo? Ivandro? Jamais. Seria loucura.

Janeiro de 1982, todos ainda queriam ser o candidato de Enivaldo. Raimundo Asfora (seu vice), os Gaudêncio; Edvaldo do Ó … até William Arruda, depois de 14 anos fora da vida pública, queria voltar a ser Prefeito. Dia 19/01/1982 foi promulgada a Lei nº 6.978/82 que estabeleceu o voto vinculado, “engessando” a opção do eleitor, que só poderia votar numa única legenda, escolhendo de vereador a prefeito, deputado estadual; deputado federal; governador do estado e senador. Em março de 1982 o governador Tarcísio Burity renunciou e passou o governo para seu vice, Clóvis Bezerra. Continuou “blefando” que disputaria o Senado.

Humberto Lucena lançou Antônio Mariz para o governo e João Agripino para deputado federal. Em Campina Grande, Enivaldo estava acossado, sofrendo pressões para escolher um nome, capaz de agregar todos que compunham seu enorme bloco. O MDB procurava a casa de Ivandro, que esperava a opinião de Ronaldo. Junho se aproximava, período das convenções e início oficial da campanha. Delfim Neto aprovou no Congresso o “FINSOCIAL” (25.05.1982) contribuição temporária que se tornou lei até hoje (COFINS). O dinheiro seria fonte de financiamento de campanha do PDS.

Vence eleições quem anda mais, erra menos e gasta bem. Enivaldo Ribeiro cometeu todos os erros – até os inimagináveis – para que Ronaldo crescesse em cima de seus disparates. Ficou “queimado” com os meios universitários quando atropelou a eleição de Moaci Carneiro como Reitor da FURNE e usou um ato de força, nomeando Vital do Rêgo como Pró-Tempore. Ocorreram até greves. Margarida Mota, Moací Carneiro e Jeremias Jerônimo arrastaram a FURNE e formaram linha de frente na campanha do poeta. Wilson Braga escolheu o respeitado empresário José Carlos da Silva Júnior para ser seu vice. Buriti surpreendeu a todos, quando cedeu seu lugar para o Senado ao deputado federal Marcondes Gadelha, provocando baixa expressiva no MDB-PB. E foi eleito com a maior votação da história (proporcionalmente) até hoje.

Reuniões diárias eram realizadas para chegarem a um consenso sobre “quem” seria o candidato de Enivaldo. Foram as convenções divididos Vital e William Arruda que saiu candidato pelo PDS-1, Vital no PDS 2. Enivaldo não teve maioria no Diretório? Argumentos para William Arruda desistir? Manter os Gaudêncios à frente da campanha? Segurar Raimundo Asfora? Fiel da balança,         que desprestigiado declarou apoio a Ronaldo Cunha Lima. Em troca, Ivandro lhes deu o sonhado mandato de deputado federal. Edvaldo do Ó entra no jogo, apoiando Ronaldo. Mesmo assim, a maioria da população ainda acreditava que Enivaldo elegeria seu sucessor. William Arruda descobriu que estavam enganando-o. Critérios para distribuição do FINSOCIAL determinavam 60% para o 1º da legenda, e 40% para o segundo. Vital estava ficando com os 60%. Convocou uma coletiva, e não só desistiu, mas, pediu que votassem em Ronaldo.

Como o voto era vinculado, Wilson Braga e o empresário José Carlos da Silva Júnior foram vítimas do “voto camarão” em Campina Grande. Dados do arquivo do companheiro Dagoberto Pontes: Mariz 39.760 votos, Wilson 31.530, maioria de 8.230 sufrágios. Quanto a Vital, a maioria de Ronaldo foi de 12.054 votos. Ronaldo voltara a ser prefeito, repetindo 1968: Vital do Rêgo “rachando” mais uma vez a maioria, desagregando o gigante PDS de Campina, cometendo todos os erros e contradições inexplicáveis, como a falta de apoio e diálogo com seu sogro Pedro Gondim, que foi candidato ao Senado na chapa de Mariz. Como votou D. Nilda? Contra seu pai, ou seu esposo? O tropeço involuntário de Enivaldo (1982), consolidou a liderança do Clã Cunha Lima na cidade, que comandou por 22 anos ininterruptos. Na sequência, conquista do governo, volta do Clã ao Senado e primeiro racha na família já Oligárquica.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte VII)

            A partida súbita, repentina e inesperada do amigo Aluísio Cunha Lima (29/09/79), desfalcou o Clã, já abalado com o dano irreparável provocado pela tragédia que vitimou Fernando (28/09/78), um ano antes. Restava Ivandro, no Senado da República, e Ronaldo, que já tinha readquirido seus direitos políticos, suspensos em 1969. Atônito diante do indecifrável mapa do destino, o poeta não sabia por onde começar, ou recomeçar. Ficaria no Rio, ou voltaria para Paraíba? Deve ter lido José Américo de Almeida (A Bagaceira) e se inspirado na frase cunhada pelo imortal da literatura: “Voltar é uma forma de renascer, ninguém se perde nos caminhos da volta”.

            Nos anos cinquenta do século passado (XX), quem não pertencesse ou descendesse de uma família politicamente oligárquica, só havia um caminho para ingressar na vida pública e conquistar uma vaga como agente político: ser líder estudantil. Fernando Cunha Lima foi o primeiro do Clã a se tornar líder estudantil. Eleito e reeleito presidente do CEC-Centro Estudantil Campinense, no início dos anos 50. Estabeleceu liderança e foi sucedido por seu irmão Ivandro, depois Ronaldo, no caso já como vice-presidente. “Espinho que tem de furar, mesmo pequeno mostra a ponta”. Os Cunha Lima não esconderam desde o movimento estudantil, que espaços ocupados, não se abdica nem se regateia. Não se aceitam “composições”, só “adesão”.

            Nas eleições municipais de 1959, Campina Grande testemunhou uma disputa de titãs. Talvez tenha sido o pleito mais “esbanjador” da Rainha da Borborema. Dois banqueiros disputaram a Prefeitura: Severino Cabral x Nilton Rique. Ronaldo Cunha Lima, com 23 anos, candidatou-se a vereador pelo PTB. Seus irmãos mais velhos consideraram loucura, aventura e precipitação. O poeta, com apoio da classe estudantil e dos inúmeros amigos conquistados em suas turnês quotidianas nos bares da cidade – não importando o bairro ou classe social – conseguiu surpreender todos, obtendo 950 votos e se elegendo. Sorte de principiante? Talvez…Teve uma brilhante atuação no legislativo mirim, graças a sua retórica em verso e prosa.

            Sonhava com voos mais altos. Entretanto evitando atritos domésticos, não os externava no ambiente familiar. Em 1962, mais uma vez – sem ouvir conselhos – lançou-se candidato a deputado estadual. A família vinha prosperando… Aluísio já era Lojista, Ivandro era dono de um Cartório e Fernando tinha se tornado um hábil profissional em movimentar ativos financeiros, na área de captação e investimentos. Já dispunham de meios para ajudar o poeta, financiando pequena estrutura em sua nova empreitada. A sorte já não seria de principiante. Ronaldo elegeu-se deputado estadual. O Clã começou a ser respeitado pelas tradicionais famílias e lideranças políticas da cidade.

            Em 1963, eleições municipais, o Prefeito de Cabaceiras José Aurélio, convidou Fernando Cunha Lima – já proprietário e latifundiário no município –  para sucedê-lo. A eleição seria um passeio… Ronaldo , discursando em versos, Fernando, um grande orador; terra de Félix Araújo com quem tinham laços políticos e apoiados pelo prefeito? Não tinha como perder. Os irmãos Cunha Lima se uniram e entraram na luta determinados a vencê-la. Mas, por ironia do destino, o impossível aconteceu: foram derrotados. Fernando perdeu para Abdias Aires, que a partir de então, tornou-se um líder por décadas na cidade.

            Volta a questão mística do destino. Se Fernando tivesse sido eleito prefeito de Cabaceiras, jamais teria alcançado o sucesso como empresário empreendedor, importador e exportador; aberto espaço político para a família em nível nacional. Teria ficado no tamanho e dimensão de uma liderança municipal do Cariri Paraibano.

            Os irmãos Cunha Lima cresceram rapidamente em seus projetos pessoais. Aluísio, Fernando, Ivandro; Roberto. Em 1966, Ronaldo vai à luta para renovar seu mandato de deputado estadual. O maior memorialista político do Estado, nosso amigo Médico Alfredo Lucas, confirmou a estrondosa votação de Ronaldo: o segundo do Estado, perdendo apenas para Clóvis Bezerra, posteriormente ex-governador da Paraíba.

            Chegamos ao ano de 1980. O destino do Clã Cunha Lima estava lançado. Como anteviu Aluísio, após a morte de Fernando, Humberto Lucena iria tomar a frente do MDB-PB. Era neto de Solon de Lucena, que governou a Paraíba nos anos 20. Ronaldo iria ou não ser candidato, para enfrentar o indicado de Enivaldo?

            A “sorte” mostrou que seria sua companheira inseparável. Logo que se instalou a nova legislatura (março 1980) o deputado federal Anísio de Sousa (GO) apresentou uma PEC, para prorrogar o mandato dos prefeitos e vereadores eleitos em 1976, até 1982. A justificativa era a permissão para criação de novas legendas, e não teria tempo suficiente até 15 de novembro. O Palácio do Planalto simpatizou com a ideia da eleição geral de vereador a senador da república e diretas para governos estaduais. Com maioria, o governo aprovou a PEC. Surgiram o PT, PTB, PDT e PP. Ronaldo, escapou de uma provável derrota… Teve tempo para se estruturar, acompanhar seu irmão Ivandro no Senado, e confortar a família, adaptando-os a conviver com as perdas de seus irmãos em 1978/1979. Na sequência, eleições 1982, instalação do Clã e o início dos 22 anos de comando dos destinos de Campina Grande.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte VI)

            O mês de dezembro de 1978, teve um verão com noites quentes, longas e insones, para classe política brasileira, quer seja governo ou oposição (Arena/MDB). Uma reviravolta na história do país tinha data e hora marcada para acontecer, até o dia 31. Presidente Ernesto Geisel tinha promulgado a Emenda Constitucional nº11, em 13 de outubro – trinta e dois dias antes do pleito de 15 de novembro – revogando todos os 17 Atos Institucionais que se sobrepunha a Constituição desde 1964, inclusive o temido AI-5. Todavia, só entraria em vigor a partir de 01/01/1979.

            Oposição e esquerdas levantaram tese, que a Emenda era uma “cilada clientelista”, para recuperar momentaneamente popularidade eleitoral do regime. Queriam assegurar maioria na Câmara e Senado, Mesmo com Senadores Biônicos e ampliação das bancadas do Norte/Nordeste. Contra argumentavam indagando: por que esperar até 31 de dezembro? Em 15 de novembro fizeram ampla maioria no Senado. Na Câmara, acrescentaram apenas cinco deputados a atual da ARENA. Havia muito ceticismo… Não acreditavam na abertura política com redemocratização.

            No dia 29 veio o susto. Estávamos no cafezinho São Braz com Aluísio Cunha Lima – já era Calçadão – por volta das 20:00, quando de repente o ambiente ficou lotado. Cervejaria Flórida permanecia aberta com todas as mesas ocupadas. Formaram-se diversas rodas de bate papo… A voz do Brasil acabara de noticiar, que o Presidente Geisel havia usado o AI-5. Extinguiu a CGI – Comissão Geral de Inquéritos, parturiente dos IPM – Inquéritos Policiais Militares, processo estabelecido para cassar e prender comunistas e corruptos. No mesmo ato, abolia também o AI-16, acabando com os banimentos. Acaloradas discussões foi até a madrugada. Pessoas que nunca tinham frequentado o papo, estavam por lá. Ninguém se arriscava opinar. “Figuras” conhecidas como suspeitas de serem informantes, mostravam-se enigmaticamente sorridentes.

            Nos afastamos do local e comentamos com Aluísio sobre possibilidades de retrocesso. Vão fechar tudo? Se todos os 17 Atos seriam extintos em dois dias, por que “pinçar” só o 16? “Não vai acontecer nada, contrapôs o amigo. Tudo ocorrerá como Fernando falou. Se extinguiram a CGI, como irão cassar mandatos sem IPM”? O Congresso estava em recesso de final do ano, o Senador Ivandro Cunha Lima deveria estar na cidade. Após a tragédia de Fernando, Aluísio se omitia em falar sobre política. A curiosidade nos impeliu a aborda-lo: Ivandro deve saber de algo… Se vai acontecer ou não o que estão comentando. Aluísio, com gesto de impaciência respondeu que o último a saber seria Ivandro, era do MDB.

            Dois dias depois, 31/12/1978, a TV Borborema anunciou durante todo o dia, em sua programação, uma Edição Especial do programa Confidencial, “ancorado” por Chico Maria, que iria ao ar às 00:01. Após o apagar das luzes, Chico Maria ao vivo apareceu ao lado Ronaldo Cunha Lima. A Emenda nº 11 entrará em vigor. Mesmo ainda faltando alguns meses para Ronaldo terminar seu período de dez anos de suspensão de seus direitos políticos, sem AI-5, não havia mais “cassados”. O poeta se dirigiu a Campina Grande bastante emocionado. O Estúdio estava lotado por seus ex-secretários e colaboradores de 1968… Mas, não falou que seria candidato a Prefeito no ano seguinte (1980), quando terminaria o mandato de Enivaldo Ribeiro. Chico perguntou se teria coragem de repetir 1968, ele disse que sim. E que traria toda sua equipe com ele – exceto um – para concluir seu projeto interrompido. Vez por outra, as lágrimas brotavam, a voz embargava…

            Até 15/03/79, quando Geisel passou a faixa presidencial para Figueiredo, os acontecimentos e surpresas do dia a dia – sem o AI-5 – fez todos esquecerem a velha política “paroquiana”. Cinema sem censura… Capitólio e Babilônia lotavam todos os dias. Músicas proibidas tocando no Rádio, revistas pornográficas expostas nas bancas ao lado da Play Boy… A sensação entusiástica expressada pela população jovem, era semelhante a quem acabara de atravessar o deserto, e ter chegado num lago em meio a pradarias verdejantes. De todos os governos Militares, Geisel foi o que mais criou Empresas Estatais. Seus quadros dirigentes eram formados por “Militares da Ativa”, a partir de Major. O próprio Geisel exonerou todos, e os levou de volta a Caserna.

            Meados de Junho, com o povo já se acostumando a democracia, o tema político voltou a pauta: eleições para prefeito e vereadores ano seguinte, 1980. Infelizmente o amigo Aluísio estava a cada dia mais deprimido. Enviou o primo Élcio Cunha Lima para o Rio Grande do Sul, gerenciar uma Indústria de Carrocerias que era de seu irmão Fernando. Checar outros ativos e imóveis, que havia dúvida se ainda existiam. Fernando foi um dos sócios de Tião Maia – o Rei do Gado no Brasil – e foram os primeiros a importarem a raça Nelore, para abate. Aluísio não tinham noção do tamanho do rebanho, nem onde se encontrava.

            Mesmo assim, certa noite o provocamos: algumas lideranças “emedebistas” estão planejando a volta de Ronaldo ano vindouro (1980). A resposta foi ríspida. “Estão todos cegos, ou não querem enxergar o volume de obras que o prefeito (Enivaldo) está fazendo”. A cidade e tempo são outros, diferentes de 1968. Passaram-se dez anos, e o eleitorado se não duplicou, triplicou. Quem terá coragem de enfrentar um candidato apoiado pelo Prefeito? Um milionário? Ronaldo não tem dinheiro. Pela estrutura deixada por Fernando, e seus votos de Campina, se não disputar uma vaga de deputado Federal pelo Rio em 1982, terá chances aqui. Mas logo agora (1980) é utopia.

            Na manhã do dia 28 se setembro de 1979 – exatamente um ano do trágico assassinato de seu irmão Fernando – um infarto fulminante levou nosso amigo Aluísio para outro plano. Era ainda muito jovem, tinha apenas cinquenta anos. Mas, um guerreiro cansado. Foi outra tragédia na família… Um balde de água fria, na “fervura” da pré-campanha de Ronaldo – já ebulição – projeto de voltar a PMCG. Na sequência, elemento “sorte”, desacertos de Enivaldo, racha de Asfora e volta triunfal de Ronaldo.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte V)

            O assassinato de Fernando Cunha Lima provocou grande comoção em Campina Grande e todo Estado. Silêncio profundo abateu-se sobre os habitantes da Rainha da Borborema, amargurados pela tragédia, que trouxe sentimento de consternação e dor.

            Imediatamente surgiram boatos de que o crime tinha sido obra dos Militares. Na época “suspeitos de sempre” – por tudo de ruim que acontecia no país. A rua Monte Santo e Cemitério lotado. Carros de som reproduziam discursos de despedidas dos oradores presentes. O candidato a deputado federal Marcondes Gadelha, levou a multidão às lágrimas. Acompanhamos tudo ao lado de William Tejo, que tinha voltado ao batente, atendendo nosso convite, então Gerente da Sucursal do Correio da Paraíba.

            Saímos após o encerramento das exéquias com Tejinho, e fomos nos confortar com alguns goles de conhaque. Ele iria escrever um artigo, sob a ótica de crime político. Naquele momento, não havia outra explicação. Pedimos na ocasião cautela. Iríamos conversar com Aluísio e saberíamos o que estava pensando a família, sobretudo ele, o líder (Alpha) que esteve sempre na retaguarda. O momento era de dor imensurável. O senso de oportunidade nos recomendava esperar a hora exata. Nada mudaria o trágico acontecimento. Palavras de conforto, não repararia o dano.

            Dia seguinte ao sepultamento, no final da tarde, Aluísio nos ligou e nos convidou para nos encontrarmos e conversarmos. Iria à casa de seu tio João Cunha Lima – chefe do Cartório de Ivandro que funcionava na rua Afonso Campos – seu amigo e confidente, com quem tratava os assuntos de família. Passou no Calçadão e fomos para outro local.

            Sua aparência nos chocou. Pálido, petrificado, com aspecto ausente… Numa linguagem rasteira, a “ficha ainda não tinha caído”. Perguntamos se já tinha sido confirmado o que a cidade comentava: atentado político. Não, respondeu de imediato. Nada de política. Quem o matou foram seus sócios, picaretas que ele os considerava como amigo e parceiros de negócios. Conspiraram contra ele. A Polícia já tem vários suspeitos. Mas, foi alguém muito próximo. Apesar de não ter guarda-costas ou seguranças, Fernando era precavido. Conversamos longamente e no final nos disse que estava com viagem marcada para o Rio, para cuidar do espólio. Eram muitos e grandes negócios. Fernando tinha crescido com rapidez, e não teve tempo de se organizar.

            Aluísio esteve fora por quase todo o mês de outubro. Quando ocorreu a tragédia, restavam apenas cinquenta dias para as eleições de 15 de novembro. O MDB-PB estava literalmente destroçado. Em dois anos havia perdido Janduhy Carneiro, Petrônio Figueiredo, Rui Carneiro e seu sucessor que ressuscitou a legenda Fernando Cunha Lima.

            Com a lacuna deixada pela ausência de Fernando no comando da campanha, Humberto Lucena foi derrotado. Aliás, diretamente contra Ivan Bichara perdeu o pleito. O ex-governador obteve 303.154 votos, contra 269.795 de Humberto Lucena. Mas, o MDB havia lançado duas sublegendas: o vereador Ary Ribeiro e João Bosco Braga Barreto. O assassino Farah era filho ou sobrinho de um Gen. do Exército da reserva. Para teoria da conspiração, Farah estava a serviço dos Militares.

Ary Ribeiro se elegeu vereador (MDB) dois anos antes (1976) com 2.903 sufrágios. Para Senador da República, as urnas de Campina Grande despejaram uma avalanche de votos totalmente imprevisível: 48.784. Seu discurso era sobre o assassinato político de Fernando Cunha Lima. Tinha sido Delgado na cidade, fez um bom trabalho, conquistou o respeito da população que lhes pôs na Casa Félix Araújo. Quando ele falava que Fernando havia sido assassinado, o povão acreditava no Delegado. João Bosco Braga Barreto foi na mesma linha, e de modo mais contundente, cobrando de Ivan Bichara o que ele não tinha realizado por Cajazeiras, terra natal de ambos. Saiu das urnas com 50.032 votos. Somados os votos das sublegendas – Ivan Bichara não tinha sublegenda – perdeu para Humberto. Corrigindo: a ARENA (303.154) e MDB (368.611) Quem venceu foi o MDB, maioria de 65.457, não Humberto.

  Marcondes Gadelha, desconhecido em Campina Grande e sem apoiadores, só pelo discurso no sepultamento de Fernando, a cidade lhes presenteou com quase 13 mil votos. Recorde até então, obtido por um deputado federal na cidade. A “estrutura” financeira de Ary e Bosco, estavam pagas por Fernando, antes de sua trágica partida.

Após as eleições, no final de novembro, reencontramos Aluísio. Desta vez, percebemos seu estado emocional. Abalado, machucado e deprimido. Os suspeitos já estavam presos. José Carlos Succar Farah, sócio minoritário, porém de confiança de Fernando, que era Presidente da ITN Trading Company S.A., Holding que comandava 18 empresas de exportações. O comparsa de Farah, era José de Abreu Ferraz, que tinha uma revenda de veículos importados. Trabalhava com dinheiro de Fernando.

Neste longo relato, Aluísio descreveu sua chegada ao Rio, e o quadro devastador de “terra arrasada” que encontrou. O rombo na Trading era gigantesco. Desapareceram todos os “haveres” recebíveis, e só constavam dívidas vencidas e vincendas. Inúmeros contratos de gaveta (promessa de compra e venda) pertencentes a Fernando, não tinham sido encontrados. Letras de Câmbio – uma espécie de cheque ao portador – que o governo Collor de Mello acabou, era um papel seguro neste tempo. Servia como reserva, ou moeda para negócios imediatos. Fernando tinha falado a Aluísio quanto dispunha. O encontrado foi muito aquém. A família desconhecia outros locais onde ele guardava documentos. “Roubaram e mataram meu irmão”, confessava Aluísio, até o dia em que também partiu, antes da missa de primeiro aniversário pelo falecimento de Fernando. Viveu estes poucos dias, na busca de recuperar parte do patrimônio do irmão. Sua angústia e amargura aumentava a cada dia, pois mesmo que a Justiça condenasse os assassinos, ele já tinha os tinha sentenciado. A vingança era uma questão de honra inegociável. Não recuaria nem a pedido do criador. O plano já estava elaborado e em curso.

Tentando confortar o amigo, sugerimos que nem tudo estava perdido. Ivandro estava no Senado. Bastidores de Brasília apostavam na promessa de Geisel de revogar o AI-5 até o final de dezembro. “Política na família nunca mais”. E Ronaldo? indagamos. “Se ele quiser voltar, que seja pelo Rio de Janeiro. Na Paraíba não”. Na sequência, a morte de Aluísio, volta de Ronaldo, elemento “sorte”. Brigas, mágoas e rompimento no Clã.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte IV)

            O ano de 1978 foi de temor, muitas dúvidas e boatos desassossegadores no Congresso Nacional. A Paraíba, particularmente Campina Grande, foi marcada por uma tragédia brutal e hedionda, que arrancou os alicerces do Clã Cunha Lima, em construção. O Exército dividido, maioria dos Quartéis querendo o recrudescimento do regime. General Sílvio Frota, Ministro do Exército, pretendia ser o sucessor de Geisel, apoiado por expressiva parte das Forças Armadas e da ARENA. Foi exonerado e preso em domicílio. Geisel trocou quase todos os Comandantes, a partir do seu Chefe do Gabinete Militar, General Hugo Abreu, o homem que acabou com a guerrilha do Araguaia.

            Contra tudo e quase todos, lançou o General João Batista Figueiredo, Chefe do SNI – Serviço Nacional de Informações, como seu candidato. Chamou as lideranças da ARENA – partido que dava sustentação ao governo no Congresso – e os fez engolir “goela abaixo” sua excêntrica escolha. Um candidato do SNI? Órgão que aterrorizava todo o país? Tinha Jarbas Passarinho, Costa Cavalcanti, Mário Andreazza… Que eram Militares e políticos, abertos ao diálogo, defensores da transição que vinha sendo conduzida por Petrônio Portela: “Distensão”. Mas, os Generais que ficaram ao lado de Geisel, foram enfáticos: “não aceitavam civil, nem batiam continência para Coronéis”. Temendo mais uma crise, Geisel promoveu Figueiredo para quatro estrelas, e o pôs na reserva.

            Nosso termômetro era Aluísio Cunha Lima, que conversava com Fernando e nos transmitia os acontecimentos de bastidores. Fernando havia assegurado a Aluísio que boatos de retrocesso não passavam de “escaramuças”. As eleições estavam asseguradas, e os Militares “descontentes” iriam trabalhar sorrateiramente o nome do General Euler Bentes Monteiro, como adversário de Figueiredo, candidato pelo MDB. Todavia, o Colégio Eleitoral não se resumia ao Congresso Nacional. A ARENA elegeria Figueiredo. Euler Bentes tinha sido voz dissidente do “pacote de Abril”.

            No apagar das luzes de 1977, Aluísio nos ligou e pediu para irmos até sua loja na Rua João Pessoa. Lá nos mostrou o Contrato Social da CLIVEL- Cunha Lima Veiculos Ltda. Empresa recém fundada, que seria Concessionária da FIAT em Campina Grande, João Pessoa; Natal e Mossoró. Aureliano Chaves, governador de Minas Gerais, tinha trazido a FIAT para seu Estado, arrancando-a de última hora do ABC Paulista.  Fernando Cunha Lima, tinha conseguido através de sua recomendação, estas quatro Concessionárias. Na ocasião, nos ofereceu a função de gerente no Rio Grande do Norte. Sabia que gostávamos do Jornalismo. Mas, argumentou que seria uma experiência diferente, que se eu não me encontrasse no ramo, poderia voltar a fazer o que gostava.

            Milton Cabral (Senador da República) entrou na briga com Fernando pelas concessões de João Pessoa e Campina Grande, com a SIBRAL Veículos. Em Junho a FIAT decidiu por Milton Cabral. Levantamos a hipótese, que deveria ter o “dedo” dos Militares na escolha. Não, respondeu Aluísio. Foi questão “cadastral”. Patrimônio apresentado por Milton Cabral, ninguém possuía na Paraíba. Só na Av. Vieira Souto (Rio de Janeiro), na época o metro quadrado mais caro do planeta, Milton tinha 22 apartamentos e a maioria “coberturas”. Propôs antecipar pagamento referente a dois anos de quotas à vista. Até este dia, não sabíamos que Milton Cabral era genro de Drault Ernani, um dos homens mais ricos do Rio de Janeiro. Banqueiro, maior acionista da única Refinaria de Petróleo privada do país na época (Manguinhos); dono do Recreio dos Bandeirantes… Muito influente na política nacional. Para uma multinacional, o perfil de Milton suplantava Fernando. Mas, o Rio Grande do Norte permanecia com a CLIVEL.

            Em Junho(1978) ninguém conseguia mais se aproximar de Fernando Cunha Lima. Onde ele estivesse – em Campina Grande ou João Pessoa – sede do comando da campanha, tendo à frente o ex-ministro Abelardo Jurema, tinha uma imensa fila que queria falar com ele. Todos prontos para apoiá-lo, e muitos queriam disputar uma vaga na Assembleia Legislativa com seu apoio. Humberto Lucena não desgrudava dele. Lançou-se candidato ao Senado, imaginando que enfrentaria Milton Cabral e não Ivan Bichara, que se licenciou do governo para disputar uma das duas vagas. Milton era candidato dos interesses petrolíferos do sogro bilionário. Teria derrotado Humberto.

            Saudoso gênio e intelectual Machado Bittencourt, Cineasta, Fotógrafo, Historiador e Jornalista, foi contratado por Fernando Cunha Lima para produzir todo material audiovisual da campanha. As fotos coloridas vieram da Editora Bloch (Revista Manchete). Todo tipo de equipamento foi fornecido por Fernando. Câmeras Fotográficas importadas, filmadoras de 08 e 16 milímetros… A campanha seria documentada para posteridade, mostrando o início de uma carreira política de longevidade. Estúdio foi montado num galpão construído ao lado da casa de Machado, no final da Rua João Suassuna. Após a campanha, iria para o Rio, realizar seu sonho de produzir bons filmes.

             Dia 1º de Setembro (1978) foi eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa, Tarcísio Buriti para o Governo do Estado e Milton Cabral para o Senado Federal. Ainda em Setembro (15), o Colégio Eleitoral elegeu João Batista Figueiredo presidente, pela ARENA, com 355 votos. Euler Bentes Monteiro pelo MDB obteve 266 sufrágios. Restava só 15 de novembro, para o eleitor indicar Deputados Federais, Estaduais e um Senador. 26 de setembro a noite, Fernando Cunha Lima deixou seu escritório no Rio, e foi jantar com sócios e amigos. Não apareceu no dia seguinte. Dia 28 pela manhã encontraram seu corpo a 50 km da cidade. Destino ou acaso? A notícia paralisou a Paraíba, o Rio e teve repercussão em todo país. Havia dúvidas… Procuramos imediatamente Aluízio, mas não o encontramos. À tarde veio a confirmação. Abelardo Jurema reconheceu o corpo no IML. Presumimos que o projeto político do Clã – mesmo com Ivandro há dois meses no Senado – havia sucumbido com a vítima, que foi sepultada ao lado dos sonhos de muitos. Por outro lado, mesmo morto, levou outros a vitória. Na sequência, “Fênix” ressurge das cinzas, racha na família; sorte ou destino, determinando o curso da história do Clã.

HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte III)

            O ano de 1977 foi marcado por grandes inquietações políticas no cenário nacional. No dia 1º de Abril, o presidente Ernesto Geisel surpreendeu o país, fechando o Congresso Nacional. O AI-5 – arma de defesa dos Militares – sem uso desde 31/12/69, foi acionado para alterar a legislação. Fazer mudanças no Poder Judiciário – impedidas pelo Senador Paulo Brossard – e uma Emenda Constitucional que ampliava vagas na Câmara dos Deputados – beneficiando Estados do Norte/Nordeste – criando também mais uma vaga para o Senado (por Estado) através das eleições indiretas, juntamente com governadores ano seguinte (1978).  O episódio ficou conhecido como “pacote de abril” e os novos Senadores, “qualificados” pejorativamente pela mídia, como “Biônicos”.

            Em meio a todo o pandemônio, Aluísio Cunha Lima nos convidou para ir ao Aeroporto João Suassuna, receber Fernando, que vinha no seu próprio Jatinho, acompanhado do deputado federal Humberto Lucena e do ex-ministro Abelardo Jurema. Nos dirigimos para uma granja, de propriedade de Aluísio, localizada nos Cuités. Hoje não sabemos mais se ainda é granja, ou área urbana. A presença de Fernando era muito marcante. Possuidor de carisma tão impactante quanto Ronaldo, Porém, se expressava de forma absolutamente distinta. Dominava o ambiente, centralizava a discussão…Todos queriam apenas ouvi-lo. Explanou sobre geopolítica, macroeconomia; política internacional; a acelerada falência da Rússia e leste Europeu – fato ainda ignorado por todos – e o “milagre Japonês” … Na época, o Japão estava para o mundo, como hoje está a China. Era a segunda maior economia do Ocidente.

            Um otimista que transmitia segurança. Escutamos e ficamos boquiaberto com seus relatos, sempre citando opiniões e pontos de vistas de figuras respeitadas como Celso Furtado, de quem era amigo pessoal, Oscar Niemeyer; Adolpho Bloch – que o tinha como um filho – Condessa Pereira de Carneiro, dona do Jornal do Brasil; Aureliano Chaves – então governador de Minas Gerais, eleito vice-presidente de João Batista Figueiredo nas eleições indiretas de 1978… Ao cabo de três horas de conversa, quando todos já estavam saindo, Aluísio nos chamou e se dirigiu a Fernando: “este é o amigo que te falei…” Memória privilegiada, Fernando respondeu de imediato, o do Rio Grande do Norte? Sim, respondemos. Conhece Cortez Pereira? Não, apenas sabemos que foi governador e misteriosamente afastado.

            Ele ainda conseguiu implantar o projeto “Serra do Mel”, comentou Fernando. Apesar de ser Potiguar, morava em Campina Grande, e não sabia que projeto era este. Muito tempo depois, tomamos conhecimento. Fernando junto com Cortez, trouxeram para o Rio Grande do Norte um grupo de investidores Judeus, aproveitaram uma área inabitada, das mais críticas do semiárido – apesar de se localizar a 50 km do litoral – consideradas terras devolutas da União. Cortez desapropriou e começou a instalar um “kibutz” no estilo Israelita. Hoje Serra do Mel é um município, e o maior produtor de castanha de caju do RN, que é o maior produtor do país. Os Judeus transferiram apenas Know-how. Não investiram porque havia impedimentos burocráticos.

            Nosso primo Bandeira (o General), continuou Fernando, foi quem fez a transição suave, sigilosa e sem danos morais para Cortez. Não foi cassado, afastou-se. Indagamos se o problema tinha sido corrupção, pois Cortez era Udenista e tinha respaldo do líder dos Militares no Senado, Dinarte Mariz. “Briga de cachorro grande”, respondeu Fernando. Nossa última pergunta foi sobre o “pacote de Abril”: haverá retrocesso? A pergunta era pertinente, estávamos em maio de 1977. “Não. Quem foi cassado? Ninguém. Quanto tempo durou o recesso? Duas semanas. Geisel tem compromissos com Jimmy Carter e a comunidade financeira internacional. O Exército voltará aos Quartéis até 15 de março de 1979”. Os acontecimentos ocorreram exatamente da forma que ele discorreu. Isto não é “previsão”, nem “bola de cristal”. Estava tudo planejado. E fica mais que explícito, sua participação nos bastidores da “transição”.

            Noventa dias após o fim do recesso do Congresso (1977) no dia 20/07/1977 morre o Senador Rui Carneiro, líder do MDB no Estado e um dos mais expressivos políticos paraibano no Congresso Nacional. A perda de seu irmão Janduí, deputado federal de 1945 até 07/06/1975 – quatro meses após o início do seu oitavo mandato, o tinha deixado profundamente abalado. Foram dois irmãos no Congresso por três décadas. Janduí na Câmara e Rui no Senado. Rui e Janduí tinham sido reeleitos em 1974. O suplente Otacílio Queiroz, concluiu o mandato de Janduí. Outra perda irreparável do MDB, setembro ainda do fatídico 1975, foi do deputado federal Petrônio Figueiredo, filho do ex-senador Argemiro de Figueiredo. Concluiu seu mandato Arnaldo Lafayette, suplente com 1.700 votos. Quem era o Suplente de Rui que continuaria em seu lugar no Senado até abril de 1983? Ivandro Cunha Lima. Voltamos a indagar: destino ou acaso? Ivandro perdeu a eleição municipal de 1976. Se tivesse sido eleito, não teria ocupado por cinco anos, uma cadeira no Senado da República, conquistando inclusive, o ambicionado cargo de 1º Secretário da Mesa Diretora, cargo que administra a Casa. Fernando fortaleceu-se, e se tornou o herdeiro natural dos ideais de Rui Carneiro.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (Parte II)

            Ex-prefeito Evaldo Cruz estava encerrando sua gestão (1976). Eleito em 1972, sucedeu Luís Mota Filho – segundo interventor nomeado pelos Militares – para substituir Ronaldo da Cunha Lima (cassado) e seu vice Orlando Almeida, impedido de assumir. Na realidade o eleito (1972) tinha sido Juracy Palhano. O pleito foi “tomado” pelo Major Câmara, então Comandante da 5ªCia de Infantaria, hoje 31º Batalhão de Infantaria Motorizado, aquartelada aqui em Campina Grande.

            Após o traumático pleito de 1968, a inesperada derrota do Senador Argemiro de Figueiredo (1970), falecimento de Seu Cabral e as cassações de Ronaldo e Vital do Rego, a Rainha da Borborema vivia seu “Saara” político. Luizito Mota (1972) indicou Evaldo Cruz, então Diretor da CANDE – fábrica de tubos que concorria com a Tigre – empresa de Humberto Almeida, irmão de Orlando Almeida, o vice que não assumiu. Parecia ser candidatura única…Até o dia em que o então Vereador Everaldo Agra, começou a anunciar que seria candidato para enfrentar Evaldo.

            Dois empresários emergentes entraram na disputa. Antônio Gomes, como vice de Evaldo Cruz. Juraci Palhano, bastante conhecido na cidade como Professor, ex-radialista; ex-funcionário do Banco do Brasil; proprietário de Colégios; Agropecuarista e investidor imobiliário na cidade… Convidado por Everaldo Agra – conversa intermediada pelo Jornalista Aécio Diniz – inverteu os papéis: ele seria “cabeça de Chapa” e Everaldo vice. Foi uma das mais belas campanhas da cidade. Contagiante, a partir do jingle de Juracy. Em noventa dias, saíram do zero e chegaram ao topo.

            Em sua última visita ao Diário da Borborema (1975), Major Câmara foi se despedir. Havia sido transferido para Natal. Desconhecendo a história de Aécio Diniz e sua ligação com Juraci Palhano, fez um longo relato/desabafo sobre o combate ao comunismo que realizou na cidade. A narrativa culminou na confissão: “o tal do Juraci estava eleito prefeito… Uma comissão de “Senhores Responsáveis”, defensores da gloriosa Revolução, foi até o Quartel no final do primeiro dia de apuração dos votos, e nos informou quem estava por trás do tal candidato: Vital do Rego, os Cunha Lima… E citou uma lista de cassados”.  Finalizou: “Naquela noite mandei uma escolta trazer até o Quartel o presidente da Junta Apuradora, e fui direto: não quero saber de votos. O prefeito é Evaldo Cruz. Se o resultado for outro, prendo todos vocês comunistas”.

            No primeiro dia de apuração, Juraci estava dando 2×1 em Evaldo Cruz. No dia seguinte o quadro se inverteu. Teve urnas no bairro da Liberdade – maior reduto de Juraci e Cunha Lima – que não foi contabilizado um único sufrágio em seu favor. Terminada a apuração, Evaldo Cruz saiu em passeata. Os eleitores de Juraci também. A passeata de Juracy (derrotado) tinha o dobro de pessoas que a do eleito. William Tejo e Tarcísio Cartaxo, perplexos com o fato que testemunharam, sempre falavam que fora algo inédito – treta descarada – que jamais seria visto na história política da Paraíba.

            Voltando às eleições de 1976, Evaldo Cruz – amigo e respeitado pelo então governador Ivan Bichara Sobreira, entregou-o à tarefa de escolher o seu sucessor. Ligado ao Grupo da Várzea, o consenso foi indicar Enivaldo Ribeiro, deputado estadual de primeiro mandato, eleito em 1974. Carismático, popular, Enivaldo pôs imediatamente a campanha nas ruas, pois já tinha um adversário: Juracy Palhano, que vinha para o tira-teima. Mas, o MDB preferiu sair do anonimato e lançar seu próprio candidato. Não iriam mais apoiar Juraci (Arena 2) sublegenda. O nome escolhido – julgamos que forçado – foi o de Ivandro Cunha Lima, suplente de Senador de Rui Carneiro.

            Como conversávamos diariamente com Aluísio, não sentimos entusiasmo pela escolha de Ivandro. Sensato, Aluísio enfatizava que o tempo era outro, diferente de 1968. Enivaldo vinha com a máquina do governo. Andava rua acima, rua abaixo, puxado por um cordão de bêbados, povão pedinte; entrava em todas as casas… Ivandro era um Gentleman, cordial; cavalheiro; todos na cidade gostavam dele, não tinha inimigos, nem sequer quem o invejasse. Entretanto, não tinha o perfil de Enivaldo e do próprio Ronaldo, na facilidade de se envolver com o povão. Jamais iria fazer um discurso contundente contra o “Regime”. Era conciliador e estava correndo o risco de ter um grande prejuízo material: dividirem seu Cartório – até hoje – o único da Cidade de Registros. A lucidez de Aluísio era impressionante.

            Passamos a conversar nos finais de tarde, em sua Loja na Rua João Pessoa. Tinha deixado de frequentar o “Cafezinho”. Só voltaria após a campanha.  Temperamento forte e pavio curto, não levava desaforo para casa. Segundo Aluísio “Ivandro estava passando por uma provação. Deus vai escolher a sua melhor derrota. Perguntamos sobre Fernando. Tem a mesma opinião que a minha, respondeu. Mas, não pôde deixar de atender a Rui Carneiro. Realmente Fernando veio a Campina Grande só na última semana da eleição. Iria conversar com Juraci Palhano, para que o mesmo desistisse de sua candidatura e viesse apoiar Ivandro. A turma do boato espalhou que Fernando veio “comprar” Juraci. Episódio que feriu os brios de Juraci, que sequer aceitou o encontro. Foi até o final, dividindo votos da oposição. Enivaldo venceu. Ivandro foi sossegar. Mas, o projeto de Fernando permanecia mais vivo que nunca. Seria posto em prática apenas dois anos depois, a partir de 1978.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (Parte I)

Destino ou acaso? A história do Clã Cunha Lima teve suas origens – ascensão – de forma bem distinta e com desfechos não previstos pelos principais líderes da família – irmãos mais velhos de Ronaldo – Aluísio; Fernando e Ivandro. Janeiro de 1974, aos 18 anos, fomos admitido no Diário da Borborema. Seis meses depois, assumimos um cargo de direção, indicação do Superintendente e mestre Aécio Diniz de Almeida.

 Começamos a frequentar o atual Calçadão – na época o Cafezinho São Braz – e participar do bate-papo bacurau. As conversas se estendiam até altas horas da noite. As rodas dos participantes, eram bem divididas. Tinha a turma dos Comunistas Moscovitas, dos Chineses; da política local; do futebol; dos negócios (grandes empresários) conseguimos “penetrar” nos debates de todas. Ora ouvindo, ora opinando… Conhecemos o então o saudoso amigo Aluísio Cunha Lima. Através dele, começamos a conhecer a história política e sócio/econômica da cidade. Passamos a conversar diariamente, nos encontrando até após o almoço, no Cafezinho. Para tabagistas, três ou quatro goles da preciosa “rubiácea”, pós refeição, é indispensável.

Quando indagávamos sobre a volta de Ronaldo, Aluísio sempre desconversava. Enfatizava que o poeta estava muito bem no Rio de Janeiro, e com certeza logo que os Militares deixassem o poder, conquistaria um mandato de deputado federal (pelo Rio). E quanto a Paraíba? Respondia: “o homem” será Fernando. Têm grandes negócios, forte influência e apoio dos meios empresariais do país. Será governador em 1982.

Aos poucos foi relatando o prestígio de Fernando Cunha Lima… Amigo pessoal de Juscelino Kubitschek, tinha sido Diretor do Banco DENASA de Investimentos – que era do ex-presidente – trabalhava com capital externo, atraindo investidores internacionais… Braço direito do Senador Rui Carneiro, representante no Brasil do Chase Manhattan Bank, aqui com o nome de Banco Lar Brasileiro. Fernando dispunha de todas as ferramentas necessárias para o projeto do Clã, além de “informações privilegiadas”.

Na curiosidade de saber mais – sempre que havia oportunidade – abordávamos sobre a cassação de Ronaldo. Ele tinha ligações com os comunistas? Era amigo dos banidos de 1964? O afastaram pelo simples fato de ter sido eleito pelo MDB? Baixava um pouco a cabeça, olhava-nos sobre os óculos, e respondia: um dia você vai saber. Eu vou te contar. E para que não insista mais sobre este assunto, saiba que o General Bandeira (linha dura temível da época) é primo legítimo nosso. Ele é sobrinho de minha mãe (Dona Nenzinha) e amigo de todos nós: é sangue.

Em Junho deste mesmo ano de 1974, começaram as eleições para renovar 1/3 do Senado Federal. Rui Carneiro mais uma vez foi candidato. Perguntamos a Aluísio se Fernando seria seu suplente. “Não… Vai ser Ivandro”. O projeto de Fernando começará em 1978, elegendo-se o deputado federal mais votado do Estado. Os Militares voltarão aos Quartéis no final deste governo (Geisel). Julgamos impossível, e questionamos: esta informação é de Fernando, ou do General Bandeira? De ambos respondeu. Em 15 de novembro (1974) Rui Carneiro foi eleito Senador, para tentar cumprir seu último mandato. Ivandro, que nunca tinha sonhado com política, era seu primeiro suplente. Um resultado que surpreendeu a Paraíba.

Saudoso amigo Jornalista Tarcísio Cartaxo, nos levou até a Coordenação da campanha de Rui em Campina Grande, para negociarmos as matérias pagas e inserções de anúncios publicitários do candidato. Foi nesta ocasião que conheci, na Rua Dr. João Moura – em sua residência – o amigo Tribuno Vital do Rêgo. Ele era quem estava comandando a logística da campanha na Rainha da Borborema, de Rui e Ivandro. Exatamente Vital, que seis anos antes, tinha sido derrotado por Ronaldo, e em 1965 foi adversário de Rui, na Campanha fraudada que levou João Agripino ao Governo (1965).

Duas décadas depois, no programa Debate Borborema, horário que dividíamos com o companheiro Dagoberto Pontes, fizemos um comentário (2004) que a história Vital x Ronaldo, só tinha uma explicação: “Carma”. Filosofia Mística da Índia, que aborda sobre o destino programado pelos Deuses aos homens. Algo como “escrito nas estrelas”. Na sequência, apontaremos fatos, relatos esquecidos e não registrados historicamente, sobre a trajetória do Clã, suas tragédias e perdas, 1978/1979.

TRAGÉDIA DE MARÍLIA MENDONÇA DEIXA RECADO DE SOBREVIVÊNCIA PARA MÍDIA TRADICIONAL

Passaram-se sete dias do fatídico desastre aéreo, que culminou na morte de cinco pessoas, dentre as quais a cantora Marília Mendonça. Pouco mais das 17hs do último dia 05 de novembro (2021), as redes sociais congestionam-se. Transbordaram as postagens de fotos dos destroços da aeronave, da cantora; família – mãe e ex-marido – vídeos de seus shows; músicas recentes…Até no Twitter (radical) vinte e quatro horas no ar, só com debate político – houve trégua.

A mídia tradicional, também conhecida como “profissional” – que abomina as redes sociais – registraram no primeiro momento o fato. Porém, quando perceberam (horas depois) que a perda de Marília Mendonça provocou uma comoção nacional, correram atrasados em busca de levantar matérias sobre a artista, e identificar o que ela representava para o Brasil, que eles ignoram e desconhecem. No meio artístico, quem não estiver no eixo Rio/Bahia, aparecendo diante das câmeras das quatro redes de TV, não tem talento nem público.

Observemos o último feito desta “Grande Mídia Nacional” que equivocadamente insiste em não olhar para frente. Encetaram com estardalhaços o “seriado” CPI da COVID-19, na esperança de recuperar espaço e audiência perdida. Por cinco meses, todos juntos e a todo minuto, tentaram destruir a imagem do presidente Bolsonaro. A novela chegou ao seu final com índice de audiência inexistente. Fim de carreira para os velhos atores que protagonizaram as cenas: Renan, Aziz, Randolfe Rodrigues…

No dia que Marília Mendonça deixou este plano terrestre, fomos conferir sua popularidade no Instagram. Tinha 38 milhões de seguidores. Hoje, uma semana depois, aumentou, e aparece com 41 milhões. O Brasil está em terceiro lugar no ranking mundial de usuários desta plataforma, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Índia. Até 2020, eram 69 milhões de brasileiros, ligados diuturnamente no Instagram. Percebem o quanto era querida a Jovem cantora de 26 anos, simples; humilde e em plena ascensão, sem cobertura da “Grande Mídia”?  De cada dois perfis do Instagram, mais de um deles a segue.

Se juntar todas as “vacas sagradas” que levaram bilhões da Lei Rouanet na era petista, seus seguidores (hoje) não alcançam a metade do patamar desfrutado por Marília Mendonça. Gil, Caetano, Chico Buarque; Ivete Sangalo; Cláudia Leite…

Nas eleições presidenciais de 2018, a Globo, capitaneando todo o grande “sistema” de comunicação do país, só noticiaram que Bolsonaro seria candidato no dia de sua convenção. Não observaram que ele vinha usando a mais popular ferramenta da internet (Facebook), com milhões de seguidores e fazendo diariamente “lives comícios”.

Um seguidor nas redes sociais é um fã, amigo ou admirador. Ninguém segue quem detesta. Hoje, Bolsonaro tem mais de 40 milhões de seguidores. E fazendo um comparativo com seus prováveis adversários ou concorrentes veja o quadro atual: Bolsonaro no Twitter 7,128 milhões; Facebook 10 milhões; Instagram 19 milhões. Lula no Twitter 2,853 milhões; Facebook 4,148 milhões; Instagram 3,4 milhões. Sergio Moro no Twitter 3,336 milhões; não tem Facebook; Instagram 2,5 milhões.

Estes dados revelam tendências bem diferentes das viciadas pesquisas, patrocinadas pela “velha mídia”. Amostragem de simpatia, com possibilidades de se converterem em votos. Fica a pergunta: ainda há tempo da “velha mídia” ser aceita nas redes?

O PREÇO DO SILÊNCIO

A experiente Senadora Nilda Gondim – com seu prudente e disciplinado silêncio – que talvez confundam com submissão, tem representado ao longo do tempo, papéis secundários para quem a considera apenas como viúva do saudoso tribuno Vital do Rego, filha única do ex-governador Pedro Moreno Gondim, liderança que governou a Paraíba por duas vezes, e elegeu seu sucessor.

A vida é um eterno aprendizado, e suas lições alcançam até os “disléxicos” ou hiperativos, considerados pela Neurologia, pacientes de TDAH. O que não é o caso da Senadora, que teve habilidade por décadas, de ser a esposa, companheira; confidente e mãe de três filhos, do genial e excêntrico Vital do Rego. No anonimato e sem “glamour”, segurou a “barra”, desempenhando o delicado papel de “lã entre cristais”, evitando choques entre seu pai, seu esposo e demais familiares próximos e influentes.

Semana passada, após recentes “escaramuças” intempestivas e desagregadoras protagonizadas por Veneziano e Ana Cláudia, Nilda encontrou-se causalmente no Senado da República (Brasília), com o governador João Azevedo. Fez a festa…O abraçou, e exclamou: “meu governador!”. É impossível dimensionar o nível de tolerância de Nilda. Sobrou-lhes habilidade e sacrifício, para manter o equilíbrio da convivência extremada, entre seu esposo e filhos (Vital e Veneziano), cujos projetos políticos sempre estiveram em rota de colisão.

Saudoso amigo, Advogado Luís de Marillac Toscano – que conheceu Nilda desde criança no Palácio da Redenção – nos falou algumas vezes sobre seu poder de renúncia ao abdicar do espólio político deixado por seu pai, ainda em vida, quando foi cassado. Em sua visão, ela deveria ter sido deputada federal em 1970. Citava o exemplo de Aluízio Alves – governador do Rio Grande do Norte – amigo e contemporâneo de Pedro Gondim, com quem esteve ao seu lado até na cassação, vinda da inesperada lista de 1968, onde incluía o esposo de Nilda, Vital do Rego. Por que Nilda não foi deputada federal em 1970? Henrique Eduardo Alves (RN) filho de Aluízio, se elegeu com 21 anos. Cortaram a árvores, em seu lugar brotu uma semente.

Antes tarde que nunca. Quem curiosamente observa a distância a vida de Nilda Gondim, conclui que sua existência foi resumida a “deveres”, sem a menor chance de ter uma única vez “direitos”, de ser ouvida, mostrar o que pensa; suas ideias… Ou simplesmente, saber se seu sonho político, são valores latentes da genética paterna.

Esteve sempre sob a “copa das árvores”, sombreada até por suas próprias crias – que em tese – impediram seu crescimento. A esta altura da vida, talvez tenha chegado o momento de exigir “alforria”. Talvez tenha decidido ser Nilda Gondim, e não a filha de Pedro, viúva de Vital; mãe de Vital Filho e Veneziano. Se desejar continuar na vida pública, e julgar que João Azevedo – ainda aliado – é um líder no processo eleitoral de 2022, que atrele seu destino ao dele. Pelo que aprendeu ao longo de sua existência, com certeza – no mínimo – resta-lhes uma simples lição doméstica: “não se faz omeletes, sem quebrar ovos”.

Rosalba Ciralini é esposa de Carlos Augusto Rosado, que foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Rosalba não tinha tradição político/familiar: Rosado/Maia, Medeiros/Mariz nem Alves, Oligarquias do RN. Mas, foi tudo o que seu marido (Rosado) sonhou e não conseguiu. Até hoje, vivem felizes. Prefeita de Mossoró por cinco vezes, realizando sonho de Carlos Augusto. Elegeu-se Senadora da República e Governadora do Rio Grande do Norte. E se Nilda Gondim, filha de Pedro, tivesse desfrutado desta oportunidade a partir de 1970?

A CORRIDA PARA CHEGAR AO SENADO

Acordo Romero Rodrigues e João Azevedo está consumado. A reunião de Brasília foi pretexto para Romero e Eva ouvirem Gilberto Kassab. Resta agora, a disputa pela vaga do Senado. Nilda Gondim será candidata a reeleição? Seu filho Veneziano Vital do Rego, ainda claudica na busca de chegar ao Palácio da Redenção, através de uma ampla frente de oposições, onde estarão Ricardo Coutinho, Luís Couto e todos os investigados da “Operação Calvário”. Palanque que só desmontará, em troca de espaços na chapa majoritária, e com repercussão contundente: reduzir a cinzas a chapa “Ricardistas”.

            Aguinaldo Ribeiro foi madrugador e tem trabalhado com afinco seu voo para o Senado. Estaria numa posição bem mais confortável, se a postulação tivesse surgido do povo ou lideranças representativas. É possuidor de um sistema de comunicações (Rádios) totalmente inaproveitável para suas ambições políticas. Dispõe de uma assessoria (desconhecida) que ao invés de aproxima-lo do eleitorado, blinda-o. No seu estilo “sorrateiro” esqueceu até a “sintonia” da mesa de jantar.

            Quando Daniella Ribeiro fez algumas declarações severas, contra o governador João Azevedo no início deste ano (2021), alegando que o mesmo teria que “conversar” sobre política e eleições, deveria ter dado demonstração práticas de seu descontentamento. Era para ter se lançado pré-candidata, e iniciado andanças por todo o Estado, visitando cidades onde foi votada. Hoje teria poder de barganha para assegurar a vaga de seu irmão. Ou Quiçá, consolidado uma postulação de oposição.

            Como não existe espaço vazio, o Senador Veneziano Vital do Rego – figura política mais aquinhoada com cargos no governo do Estado – julgou que havia chegado seu momento. Mas, João disputando o Senado, e ele como candidato a inquilino da Granja Santana. Sua ousadia, espantou o núcleo governista. João Azevedo, como homem função (politico), representa o projeto de um grupo, onde ele é o “cabeça”. São mais de 18 deputados estaduais, pelo menos metade da bancada da Câmara dos Deputados, que estão no mesmo barco que João é o timoneiro. Um exército de veteranos profissionais – não aventureiros – que dependem do mandato, como único meio de sobrevivência.

            Comenta-se agora, que Veneziano Vital do Rego pode rever sua postura e unir-se ao “grupão”, ao lado de Romero, João Azevedo; Cícero Lucena… A condição seria Romero abrir mão da vaga de vice, para Ana Cláudia, e disputar o Senado Federal. Injunções “suprapartidárias” já estariam sendo feitas junto a Gilberto Kassab, sob o argumento que para o PSD seria melhor um Senador, que um vice-governador.

            Esta especulação desconexa, está sendo criada para fortalecer a posição de Veneziano como “coringa”. Esqueceram de um detalhe: parentesco. Caso João Azevedo seja reeleito, e renuncie para disputar o Senado (2026), Ana Cláudia assumindo, deixaria Veneziano inelegível para disputar o governo. Só poderia disputar a renovação de seu mandato. Ana é sua parente em primeiro grau. Nilda ainda poderá ser a surpresa…

            Pela mais absoluta falta de apoios em redutos expressivos como Campina Grande e João Pessoa, Efraim Filho não tem cacife para enfrentar Aguinaldo ou Nilda. Seria um candidato pesado e “puxado” pelo chapão de João Azevedo. A não ser que seja o “Trem pagador” da campanha. Neste caso, o acomodarão.

VÃO SACRIFICAR ROMERO OU PEDRO?

O Clã Cunha Lima, sabe perfeitamente que não tem quadros para encabeçar uma chapa de oposição, com chances de enfrentar o pré-candidato a reeleição, governador João Azevedo. Esta mesma realidade insofismável, é concebida (intramuros) pelo MDB, ao observar a falta de entusiasmo da classe política, que não enxerga estrutura no desejo “utopista” do Senador Veneziano Vital do Rego, e sua “solitária” empreitada de chegar ao Palácio da Redenção em 2022.

Ex-governador Cássio Cunha Lima, “machucado” por duas derrotas consecutivas (2014/2018), está sem discurso “motivacional” que o estimule a uma terceira tentativa “majoritária”. A inteligente “distensão” imposta por João Azevedo, esvaziou o “pastoril” Cunha Lima x Ricardo Coutinho x José Maranhão, este último, em seu repouso eterno.

A dinâmica da política pôs o PSDB em declínio. Uma agremiação que corre o risco de se tornar “nanica” em nível nacional, após o pleito de 2022. A aventura João Dória – referência tucana – será mais desastrosa que a de Geraldo Alckmin em 2018.  Alckmin até se afastar do governo – próximo ao pleito – era muito bem avaliado pelo seu Estado (SP), responsável por 1/3 do PIB do Brasil. Mas, a onda “Bolsonarista” radicalizou a eleição entre direita e esquerda. PT x Bolsonaro. O que mudou desde então? Nada.

O acordo João Azevedo/Romero Rodrigues, foi a costura mais que perfeita para sobrevivência política dos Cunha Lima, principalmente para aqueles que integram a ala “Cassista”. Com o fim das famigeradas coligações, só o governo e sua “máquina” têm condições de eleger metade dos parlamentares federais e estaduais.

João Azevedo – que perdeu para o desconhecido Lucélio (2018) em Camina Grande – não subestima o comportamento “sincericida” da cidade, que detesta o PT, abomina as esquerdas e despreza comunistas. A direita – quem a represente ou se identifique com ela – sempre venceu na Rainha da Borborema. Collor de Melo – Ronaldo era Prefeito do PMDB e não conseguiu votos para Ulisses Guimarães – Fernando Henrique Cardoso; José Serra; Geraldo Alckmin; Aécio Neves e Bolsonaro.

O pleito certamente será “estadualizado”, distante do radicalismo nacional, para ser consumado no primeiro turno. Bolsonaro pode até perder em todo o país. Mas, em Campina Grande, se repetira o fenômeno “antipetista” das eleições de 2006: a única cidade do interior nordestino que o tucano venceu.

A rebeldia desagregadora de Cássio Cunha Lima – se for aceita por Romero – terá um custo: sacrificará a carreira política de seu filho Pedro, a de Romero Rodrigues ou de ambos. Ele substituirá Pedro, como candidato a deputado federal? PSDB, em quaisquer circunstâncias, dificilmente elegerá três representantes para Câmara dos deputados. Cássio ou Pedro, Rui Carneiro e Romero? Pelo coeficiente eleitoral previsto – algo em torno de 200 mil votos – a legenda terá que obter cerca de 600 mil, número de sufrágios conquistados por Cássio em 2018 para o Senado, ficando em quarto lugar (601.333). Entre 2014/2018, Cássio – se não os perdeu – tomaram-lhes mais de 400 mil votos.

Perda de apoios importantes como o de Cícero Lucena, prefeito do maior colégio eleitoral do estado, tem um peso significativo. Esta peripécia contará com apoio de Cabedelo, Patos; Sousa e Cajazeiras?

Quanto a Campina Grande, Bruno Cunha Lima é muito jovem. Tem que escrever sua própria história, realizando uma gestão diferenciada e voltada para recuperar a autoestima do povo desta terra: o “Campinismo”. Sua eleição será plebiscitária – em 2024 – e não ano vindouro. Queimará cartuxos numa batalha perdida, ou os guardará para usá-los em sua defesa no “Campo da Honra” de 2024?

A FEIRA DE CAMPINA

Na história das civilizações, todas as grandes cidades surgiram as margens dos Rios, Lagos e Oceanos. Sem água não existe vida. Mesmo assim, os aglomerados urbanos se consolidavam pela existência de atividades econômicas, dentre as quais, a principal era a de entreposto comercial (feiras).

Em nossa última postagem, mostramos a baixa taxa de crescimento populacional e econômico de Campina Grande – nas últimas três décadas – que perdeu a posição de maior cidade do interior nordestino para Feira de Santana (BA) estamos no mesmo patamar de Caruaru/Toritama (PE); seguido de perto por Petrolina (PE) englobando Juazeiro (BA). No caso desta última, a diferença é a vantagem geográfica. Separada por uma ponte, ambas se localizam as margens do Rio São Francisco, conta com a navegação e tem uma das maiores áreas irrigadas/produtiva do país e em plena expansão.

Destas quatro cidades do interior nordestino, que esbanjaram progresso no século XX, a mais bela história – até inexplicável do ponto de vista geográfico – é Campina Grande. Todavia, todas cresceram a partir de suas Feiras Livres. Caruaru era um Distrito da cidade de Bezerros. Com a instalação de um terminal ferroviário, iniciou-se a grande feira de gado. Feira de Santana (BA), o nome já revela a sua origem. Sua localização num entroncamento rodoviário, promoveu seu crescimento ininterrupto – acima da média regional – durante os últimos trinta anos.

Campina Grande, sem Rios, Lagos e distante do Oceano, no topo de um Planalto, começou a crescer como entreposto comercial, a partir de sua Feira Livre. Segunda década do século XX, ocorreu sua grande explosão demográfica – entre 1912/1945 – quando o Trem chegou à cidade. A feira era enorme, vendia-se e comprava-se tudo. Seu espaço (onde está até hoje), estrangulou. Surgiram os atacadistas nas Ruas Maciel Pinheiro, Marquês do Herval; João Pessoa; João Suassuna; Cardoso Vieira… Áreas residenciais às pressas transformadas em zonas comerciais.

A Estação do Trem – hoje Museu do Algodão ao lado do Bompreço – ficava distante da Feira Livre. Havia uma farta disponibilização de mão-de-obra. Potiguares, Cearenses e Pernambucanos – trabalhadores e investidores – correram para Campina Grande. Em 1930, dezoito anos após a chegada do Trem, começaram a surgir bairros populosos e a necessidade de transporte para população. O Pernambucano de Limoeiro, Heráclito do Rego, associou-se com Salvino Figueiredo (pai de Argemiro Figueiredo) e implantaram linhas de Bonde na cidade, movidas por tração animal. Major Veneziano Vital do Rego, irmão de Heráclito, veio gerenciar as linhas de Bonde de Campina Grande. Conheceu uma das filhas de Salvino Figueiredo (a poetisa Vicentina) e casou-se com ela, tornando-se cunhado do futuro Interventor da Paraíba, e seu maior amigo.

Em todo o interior do RN, PE; CE, quem tinha o que comprar, vender ou trocar (escambo), só tinha um destino: Campina Grande. A Feira Livre trazia bovinos, caprinos; ovinos… Que oportunizou a fundação dos primeiros Curtumes Industriais: Os Mota, Vilarim; Alvino Pimentel… Em apenas duas décadas, a cidade se transformou no maior polo coureiro do Nordeste. As Algodoeiras se instalaram simultaneamente: João Rique, Fleury Soares; Cassiano Pereira; Pedro Ribeiro; Claudino Colaço… Chegaram a mais de duas dezenas, inclusive com uma multinacional: SAMBRA.

Entre 1935/1945 todas as grandes Companhias de Petróleo instalaram seus depósitos em Campina Grande. Shell, Esso; Atlantic… O Álcool era monopolizado por João Felinto. Com o início da Segunda Guerra Mundial, Campina Grande se tornou o único centro abastecedor de todo o interior nordestino, até para Capitais como Natal, João Pessoa e a distante Fortaleza. Entre 1912 e 1945, a cidade cresceu de oito mil habitantes, para 145 mil. Sua importância era inquestionável, a ponto de Getúlio Vagas, nomear o Campinense Argemiro de Figueiredo como Interventor do Estado. Sem água, Rios; Lagos e Oceano; a cidade tinha uma economia pujante, alicerçada na maior Feira Livre do Nordeste. Infelizmente, hoje, 109 anos depois, a Feira ainda é do mesmo tamanho físico de 1920, funciona no mesmo local, e mal abastece a cidade. Mataram a nossa “galinha dos ovos de ouro”.

Caruaru e Feira de Santana, não deixaram suas Feiras morrerem. Reinventaram-se, modificando o seu formato original. Continuaram crescendo com entreposto comercial. Como o futuro sempre esteve no passado, o que se espera do prefeito Bruno Cunha Lima é que imite a ação do “ovo de Colombo”. Construa uma nova área, que permita a retomada da realização de Feiras, para que consigamos voltar a ocupar o espaço que perdemos nos últimos 60 anos. Daremos sequência a história do progresso, estagnação e perdas da cidade que já foi a mais próspera do Norte/nordeste.

JOÃO AZEVEDO É VITIMA DE INCIDENTE MINI CAMPESTRE

Superestimando a importância política de sua esposa Ana Cláudia em Campina Grande – nivelando por baixo o governador – Senador Veneziano Vital do Rego fez mais uma tentativa de se afastar de João Azevedo (como vítima) e tocar seu projeto de candidato pelas oposições, nas eleições do ano vindouro (2022). Qual o motivo da sanha? Ana Cláudia não estar na mesa da entrevista coletiva, concedida pelo Governador (?).

Com este tipo de comportamento excêntrico, o Senador Veneziano Vital do Rego está
esquecendo que os papéis – sob sua visão politicamente estrábica – foram invertidos. Quem
deveria estar presente, era ele próprio, que preferiu embarcar para uma visita a cidade de
Imperatriz no Maranhão. Onde estão seus votos?

Vivemos numa democracia. Quem governa é a maioria. Ao eleger-se governador, João
Azevedo assumiu o comando dos destinos de todos os paraibanos. Não apenas – e tão
somente – daqueles que votaram nele. Mesmo sob este prisma, Veneziano Vital do Rego é
“minoritário” na Rainha da Borborema desde 2012. Não conseguiu eleger sua candidata
Tatiana Medeiros… Quatro anos depois (2016) obteve pouco mais de 50 mil votos – foi
esmagado por Romero Rodrigues que se reelegeu – e ano passado (2020), Ana Cláudia não
teve os sufrágios necessários para alcançar o segundo turno. João Azevedo teria que ser
“tutelado” por Ana Cláudia na Rainha da Borborema?

Senador Veneziano Vital do Rego, carece de sensibilidade para a vida, aquela que é
vivida pelos humanos comuns e mortais. Despertar e observar a filosofia simplista dos adágios
e sabedorias populares. Só assim perceberá que os “Cemitérios” estão todos ocupados por
“insubstituíveis”. A sua presença hoje (08.10.2021) em Campina Grande tinha o papel de
“abre alas”. Ou ele não viu o calendário de eventos que o governador veio cumprir em sua
cidade? Onde ele foi vereador, prefeito, deputado federal e Senador (mesmo ficando na
terceira colocação) acima apenas, do estranho e indigesto Luís Couto.

Romero Rodrigues – se tiver um mínimo de inteligência política – ligará ainda hoje para
João Azevedo, hipotecando solidariedade ao desconforto de ser “arrostado” por uma auxiliar
de sua equipe, nomeada por ele (Cargo de Confiança). A mesma, se comportou de modo
desrespeitoso, abandonando sua comitiva, ignorando sua autoridade como Chefe do Executo
Paraibano. A resposta a uma atitude desta, por parte de qualquer outro governador – exceto
o saudoso Ivan Bichara Sobreira – seria uma imediata “Edição Extra” do Diário Oficial,
exonerando todos os cargos indicados pelo Senador amotinado.

Algo semelhante ao episódio de hoje, ocorreu no Clube Campestre (1998), aniversário do
Senador Ronaldo Cunha Lima. Ferido em sua vaidade e a procura de um simples pretexto – o
poeta não suportou os dez minutos de foguetório patrocinado por Expedito Pereira então de
Bayeux – saudando a presença do governador José Maranhão, aproveitou o ensejo, não
entendido pela maioria dos presentes, para romper de modo grosseiro; destemperado e
agressivo. Foi a oportunidade que teve para justificar sua intenção de voltar ao Palácio da
Redenção.

Acotoveladas, empurrões, cadeiras jogadas… A festa acabou. Me confessou Mário
Silveira, que ao saírem do Campestre, Maranhão e sua equipe foram direto para casa de
Ivandro Cunha Lima. Lá, Maranhão pediu para o próprio Mário redigir uma carta renúncia,
abdicando de sua postulação a reeleição, que tinha como vice Ivandro. Saudosa Walnyza
Borborema – esposa de Ivandro – o interrompeu. Não aceitou a ideia. “Se Ronaldo queria
voltar ao governo, porque não comunicou a Maranhão ou ao próprio Ivandro, seu irmão?” A
atitude de Ronaldo, movida pela ansiedade, alicerçava-se na “bajulação” excessiva de seu
séquito. O poeta esperava um clamor de toda a Paraíba por sua volta. Mas, o “poder de
caneta” estava com Maranhão. Veneziano ainda sonha com “fatos novos” na “Operação
Calvário”, que provoque recuou de João Azevedo. Para o poeta, o castigo foram duas
derrotas, em duas convenções partidárias subsequentes, e ficar sem legenda para disputar o
pleito. Quanto a Veneziano…

OS SEMELHANTES SE ATRAEM

Diariamente a narrativa da crônica política – como numa transmissão radiofônica de uma partida de futebol – mostra que a equipe comandada por Romero Rodrigues, chegou a grande área e está prestes em marcar o “gol” do acordo político que fechará a chapa, com vistas ao projeto de reeleição do governador João Azevedo.

Nas leis da física – corpos celestes e força da gravidade – aprendemos na escola que os opostos se atraem. Nas relações humanas é o contrário: os semelhantes se completam. Observemos posturas idênticas do governador João Azevedo e Romero Rodrigues. Comungam a “distensão”. Superaram ódios e rancores que marcaram o período “pastoril” da política paraibana por mais de duas décadas. Percorreram os mesmos caminhos. Romero, sombreado por Cássio Cunha Lima, João Azevedo como “opção” de Ricardo Coutinho.

Antes de Romero, ex-governador Cássio Cunha Lima fez duas tentativas com o saudoso Rômulo Gouveia. Duas derrotas seguidas para os Regos em sua principal base, Campina Grande. João Azevedo teve seu nome para ser o candidato de Ricardo Coutinho a PMJP e foi preterido. Entrou numa lista e após suplantar seus concorrentes – Buba Germano era o preferido – conseguiu ser o candidato para enfrentar os irmãos Cartaxo e José Maranhão (2018).

Romero Rodrigues deve parte de suas conquistas ao saudoso Rômulo Gouveia e principalmente Gilberto Kassab. Na sua primeira eleição (Prefeitura de Campina Grande 2012), foi o último candidato a por sua campanha nas ruas. Não tinha dinheiro para o material, fotos, adesivos… Rômulo Gouveia o levou a Gilberto Kassab, que lhes deu um milhão de reais. Ao chegar ao segundo turno, Kassab veio a Campina Grande trazer mais dois milhões.

Gilberto Kassab hoje precisa mais do que nunca, de companheiros como Romero Rodrigues (PSD) para que sua legenda não sofra grandes estragos ano vindouro. É contra o radialismo Bolsonaro x Lula e defende uma “terceira via”. Sugere o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, como candidato.

Recentes declarações do governador João Azevedo, afirmando que não dividirá o palanque com Ricardo Coutinho, deixa claro que Romero Rodrigues reúne todas as qualidades para compor sua chapa, como Vice ou candidato ao Senado. O ex-prefeito de Campina Grande mostrou que sua densidade eleitoral na Rainha da Borborema está absolutamente consolidada. Foram quatro derrotas impostas aos Regos entre 2012 e 2020.

Romero derrotou Tatiana (2012). Em seguida (2016), foi reeleito e deu uma verdadeira “surra de votos” em Veneziano. Praticamente três por um. Para o Senado, veneziano obteve pouco mais que metade dos votos de Cássio Cunha Lima, candidato de Romero. E ano passado (2020), Bruno Cunha Lima apoiado por Romero, bateu Ana Cláudia (esposa de Veneziano Vital do Rego) no primeiro turno do pleito.

João Azevedo é filiado ao CIDADANIA. Se sua equipe política aprimorar na “costura”, poderá receber apoio das Prefeituras de Campina Grande e João Pessoa. Cícero Lucena poderá indicar Aguinaldo Ribeiro para o Senado e seu filho ocupará esta vaga na Câmara. Romero, terá a paciência de esperar quatro anos para ser o sucessor de João Azevedo. Reconduzirá com facilidade Pedro Cunha Lima e Rui Carneiro. Isto, se Cássio Cunha Lima não decidir disputar a vaga de Edna. Lígia Feliciano já foi reeleita como Vice.  Seguindo este roteiro – sempre conversando e com cautela – não precisa combinar com o povo. O povo é que correrá atrás.

BRUNO CUNHA LIMA: UMA GESTÃO POLITICA OU TECNOCRATA?

A “Tecnocracia” foi um termo forjado (maldosamente) pela grande mídia, defensora da velha politica de então – sempre apostando contra o país – período dos governos Militares. O termo ironizava os Generais, que resolveram buscar nas nossas Universidades Públicas, seus melhores e mais talentosos alunos, e por mérito, convidaram-nos para ocuparem todos os escalões do governo. Este processo exitoso, que fez o Brasil elevar seu PIB em até 15% em um ano, perdurou por doze anos, encerrando-se no final do mandato do presidente Ernesto Geisel.

Graças a “Tecnocracia”, Campina Grande na época sentiu-se orgulhosa – hoje simplesmente esqueceu – o seu gênio Linaldo Cavalcanti de Albuquerque, Diretor da Escola Politécnica, que estava transformando-a na FURNE, modelo para todo o Nordeste. A ideia logo chegou ao Palácio do Planalto. Imediatamente o convidaram para assumir a Reitoria da UFPB. Seu Chefe de Gabinete era o ex-governador Tarcísio Buriti.

Um ano depois, foi “catapultado” por méritos, para ocupar o ambicionado cargo do MEC – disputado pelos meios acadêmicos que se concentravam no eixo Rio/São Paulo –  Departamento de Assuntos Acadêmicos e Universitários. Linaldo convenceu o Presidente Médici, a descumprir o acordo firmado entre o Brasil e Estados Unidos, denominado MEC/USAID (1968) que  extinguia e proibia a Universidade Pública e Gratuita.

Nosso Paraibano esquecido, fez um belo projeto, e contando com a colaboração da maioria de seus amigos da Paraíba: Luís Almeida, Atila Almeida; José Silvino Sobrinho; Edvaldo do Ó; Stenio e seu filho Marcelo Figueiredo Lopes; Lopes de Andrade… Sua ideia foi aprovada por Médici, com brigas colossais nos quartéis. Ao invés de privatizar totalmente as Universidades, Linaldo propôs e conseguiu a “Expansão Universitária”: uma Universidade Pública em cada Estado da Federação. Criou o intercâmbio (hoje fracassado projeto denominado Ciências Sem Fronteiras) e foi escolhido – último posto no governo federal – para tarefa de criar o CNPQ (governo Geisel).

As gestões de Ernani Sátiro; Enivaldo Ribeiro e o primeiro mandato do ex-governador Tarcísio Buriti, marcaram época. Ambos, adotaram o modelo “Tecnocrata”. No seu segundo mandato, Buriti optou pela “gestão politica”. Conseguiu apagar tudo de bom que fez na Paraíba em seu primeiro mandato.

Ao convidar Eva Gouveia e Pimentel Filho para dirigirem a URBEMA, Bruno está enveredando pela gestão “politica”. Ambos entendem tanto de URBEMA, quanto o próprio Prefeito de Física Quântica. O politico para obter êxito em sua carreira – sempre ascendente –  tem que enxergar uma década a sua frente. Nem Eva, Pimentel ou o Prefeito conhecem as razões da existência da URBEMA. Foi criada pelo então Prefeito de Campina Grande Enivaldo Ribeiro, por sugestão de José Silvino Sobrinho e Renato Azevedo.

A ideia original era que a URBEMA seria uma “Usina” de projetos para consolidar a Região Metropolitana da Rainha da Borborema. Tinha autonomia tanto para projetar obras, como executa-las ou terceiriza-las. A necessidade se impôs, após as conquistas (hoje bilionárias) dos projetos CURA I,II e III. A cidade não tinha empreiteiras para realizar um gigantesco volume de obras. A URBEMA, poderia participar da execução. Por outro lado, a  URBEMA seria uma extensão de apoio a CONDECA. Quem da atual classe politica Campinense – clientelista e mercenária – sabe pelo menos selecionar uma equipe para elaborar projetos? Entretanto todos têm um “projeto politico” para si, usando a “maquina”.

Bruno é muito jovem, com certeza não conhece a historia da cidade cujo comando do seus destino hoje está em suas mãos. Escolha a “Meritocracia” como senha de acesso a sua gestão. Despreze a “politicagem”  seus “politiqueiros”. Pense figurar no futuro como um gestor diferenciado, que reordenou as vocações de Campina Grande, evitando que ela se perca num cenário voltado para o século XXI.

BASTIDORES

Tem sido difícil para classe política da Paraíba, aceitar o fato que a eleição de João Azevedo encerrou abruptamente um capitulo em sua história, e com ele, desapareceu muitos personagens que compuseram os diversos roteiro das tramas e intrigas – desde o episódio do Clube Campestre – racha do MDB de Humberto/Ronaldo, com José Maranhão.

A longa “trilogia” trouxe reeleição de José Maranhão, eleição e reeleição de Cássio Cunha Lima; Ricardo Coutinho igualmente eleito e reeleito, transformando-se no personagem principal de sua época, pelo fato de ter elegido seu sucessor, sem contestações. Desde 1960, em eleições diretas, fenômeno triunfal só alcançado por Ronaldo Cunha Lima – elegeu Antônio Mariz – e Ricardo Coutinho, João Azevedo.

A eleição de João Agripino Maia (1965) candidato apoiado pelo governador Pedro Gondim, foi fraudada na cidade de Cajazeiras. O número de eleitores foi superior à sua população. Eram Cearenses. Após a recontagem dos votos, e certificação do domicilio dos eleitores, no final de seu mandato – quatro anos depois – o TRE o cassou. João apelou, e duas décadas depois, saiu a decisão final do TSE: o governador eleito foi Rui Carneiro, e não João Agripino Maia. Ambos já tinham falecido. A única reparação feita, foi a pensão vitalícia de ex-governador, que concederam aos herdeiros de Rui Carneiro, e ficaram de postar sua foto na Galeria de ex-governadores, no Palácio da Redenção. Não sabemos se cumpriram. Num tempo que existia “vergonha”, voto impresso e recontagem roubavam eleições, E hoje? Urnas eletrônicas sem recontagem? É brincadeira…

Imaginem a “bronca” para mais de 30 mil funcionários nomeados por João Agripino, um governador que não foi eleito? O medo de perderem seus cargos… E os barnabés que foram exonerados? Muitos tiveram suas vidas destruídas por “embusteiro”. Hoje, talvez poucos estejam vivos. Mas, a mácula da fraude comprometeu a imagem de João Agripino. Não na Paraíba, pois o fato era considerado “boato” e nunca foi divulgado com amplitude… Sequer registrado na mídia! Mesmo assim, João Agripino quando quis voltar a governar a Paraíba – sucedendo Ernani Sátiyo ainda no período dos Militares – indicado por Golbery, não conseguiu. O austero SNI o barrou.

Estender-me no texto, é uma forma de contar um pouco de nossa História, que muitos desconhecem, e consideram “Estória”. Voltando aos “bastidores”, onde ganha fôlego o projeto do Clã Rego em chegar ao governo do Estado – antes sonho do Ministro Vital Filho – hoje “empreitada” já abraçada por seu irmão Senador Veneziano Vital do Rego, a “partida” se constitui em dois lances, no tabuleiro do xadrez político. O primeiro é um “xeque” no governador João Azevedo. Estão propondo sua desistência da reeleição, e apoiar veneziano. Em troca, a vaga de Senador. Oferta bastante tentadora. Porém, João não é mais dono de seu destino político. Ao seu lado, tem vários grupos de correligionários, que não esperam serem abandonados pelo Comandante, em plena batalha.

Se João concordasse com a ideia, receberia o “empenho” e “estrutura” de Ney Suassuna, suplente de Veneziano. O PSB voltaria a elogiá-lo. O PT de Lula, teria um nome na Paraíba, que ainda não está no “SERASA” das condenações por corrupção. Ricardo Coutinho sabe que uma “ação” de Lula no STF, mudará o destino da “Calvário”, que se tornaria semelhante a “Lava-jato”. Ricardo ainda Indicaria o Vice, e asseguraria sua vaga na Câmara dos Deputados.

O segundo “xeque”, é desafiar o governador, trazer Lula para o palanque de Veneziano, se compor com Ricardo Coutinho – mesmo depois de ter lhes dado as costas e ficado na base do governo João Azevedo – com mais de duas centenas de cargos; “azeitar” sua assessoria jurídica, para arrancar uma decisão que envolva João Azevedo na “Calvário” e o deixe inelegível.  Com relação a Justiça, é questionável uma sentença estapafúrdia, antes de junho de 2022, período das convenções e registros de candidaturas.

Se o plano for um fiasco, Veneziano não perde nada. Continuará Senador, se posicionará como a segunda força política do Estado, pavimentando sua volta, ou nova tentativa de se abrigar no Palácio da Redenção. Seus peões tem avançado, ocupado espaço e cercado os “cavalos” e “bispos” que defendiam Romero Rodrigues como candidato da oposição. Tudo muito bem pensado. Falta só um detalhe: “estão combinando com o povo”?

UM CANDIDATO SEM DISCURSO

Blogs seguidores do Senador Veneziano Vital do Rego, começaram a divulgar sua candidatura ao Governo do Estado (eleições 2022) como um projeto do ex-presidente Lula, enxergado hoje como “estrela cadente” na grande constelação da politica nacional. Suas últimas aparições em público, e as manifestações do dia 12.09.2021 – não só do PT – mas reunindo todas as esquerdas, mostraram que o partido perdeu força e apoio popular.

A precipitação do Senador, revela seu lado desagregador, quando opta por seus projetos pessoais ou devaneios – mesmo que Quixotescos – que venham nutrir seu desejo de ser inquilino do Palácio da Redenção, como fora seu avô materno Pedro Gondim.

Esta sua ansiedade momentânea, pode ser enxergada como uma característica genética ou hereditária. Seu pai, o saudoso tribuno Vital do Rego, era detentor – por competência – de uma das carreiras politicas mais promissoras da Paraíba no final dos anos sessenta (século passado). Entretanto, movido pela inquietação, cometeu dois erros cruciais, com consequências desastrosas para seu futuro, oportunizando o surgimento do Clã Cunha Lima, que comandou ininterruptamente Campina Grande por vinte e dois anos.

O Jovem Vital do Rego – para os mais íntimos Tonito – sobrinho do Senador Argemiro de Figueiredo, filho do Major Veneziano; era deputado federal desde 1963. Casado com a filha única do governador Pedro Gondim, de quem foi líder do governo e residiu no Palácio da Redenção. Participou ativamente da campanha para o sucessor do seu sogro (1965), João Agripino Maia, com o compromisso de ser o candidato a prefeito em 1968.

O Tribuno Vital havia se superado. Conseguiu amainar as mágoas que guardavam os Figueiredos do grande líder Seu Cabral, que compôs a chapa de João Agripino como Vice. Seu pai, o Major Veneziano era presidente da SANESA (hoje CAGEPA). E, tudo ocorria as mil maravilhas até o fatídico 1968. Próximo as eleições, Seu Cabral resolveu ser candidato, e se despedir da vida pública, como prefeito pela última vez de Campina Grande.

Antes houve conversas de bastidores. Os tempos eram outros… Pedro Gondim fazia oposição ostensiva ao Governo Militar. João Agripino era muito respeitado pelos Quartéis. Argemiro não era simpático aos sucessores de Castelo Branco. Vital do Rego era muito jovem (trinta anos), o vice ideal para Seu Cabral. Teria sido o único herdeiro do grande espólio politico de Seu Cabral/Argemiro de Figueiredo. Mas, a ansiedade…

Conselhos e apelos não faltaram. Vital permaneceu irredutível. Não aceitava ser o Vice. Tentaram ainda convencê-lo  sair candidato na sub-legenda da ARENA, partido de Seu Cabral, que já era imbatível. O MDB claudicava com a candidatura de Ronaldo Cunha Lima e Orlando Almeida. Era uma “barbada”. Confiante na teoria do “fato novo”, Vital rompe com a ARENA e se filia ao MDB como sub-legenda de Ronaldo Cunha Lima. Resultado do pleito: Ronaldo 12.800 votos, Vital pouco mais de 12 mil votos; Seu Cabral 23. 200 votos. O prefeito eleito para surpresa da cidade, foi Ronaldo que suplantou Vital com 800 votos.

O que levou Vital a derrota? A falta do discurso. No entender do povão, ele cuspia no prato que comeu. Exibia uma carta compromisso, assinada por João Agripino. Mas, a radicalização da época, levou-o a ser considerado “traidor”. Por mais que ele insistisse que era  “o barra limpa”, slogan de sua campanha, o povo não entendeu o por quê dele ter rompido com Seu Cabral. Poderia ter chegado ao Governo do Estado, pois Agripino não tinha nomes para sucedê-lo. Foi forçado a entregar a seu inimigo Ernani Sátiro.

O segundo erro do tribuno, fica para outro artigo. Mas, quem saiu ganhando mais uma vez, foram os Cunha Lima. Veneziano ao se lançar contra João Azevedo, se torna no oxigênio imprescindível para que os Cunha Lima voltem a respirar politicamente. Parece que a história “Karmica” vai se repetir.

Jogo Perigoso:

O PACTO DE CAMPINA

            Crônica política paraibana foi surpreendida nesta semana, com um “furo” vazado propositalmente, sobre as conversas de bastidores envolvendo o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), e o senador Veneziano Vital do Rego (MDB). Ao ser indagado sobre a veracidade dos “colóquios”, Veneziano tergiversou… Falou sobre maturidade política, e enfatizou que os “temas” discutidos são conjunturais e “Republicanos”. Cássio, segundo o ex-cabeludo, trabalha na área de consultoria (?) no Senado Federal. Que tipo de Consultoria?

            O equívoco da mídia é acreditar que Veneziano espontaneamente, “conversaria” com seu principal rival político, a quem sempre desprezou e fez ferrenha oposição desde que entrou na vida pública, assumindo a postura de líder do anti-Cunha Limismo. O “bônus” foi um mandato de Vereador, quase foi eleito (42mil votos) deputado federal; sua eleição e reeleição para prefeito de Campina Grande, quebrando uma série de vitórias do Clã, na época liderado por Ronaldo, que permaneceu 22 anos no poder.

            Ex-governador Cássio Cunha Lima, diferente de Veneziano, sempre esteve aberto a qualquer tipo de “acomodação”, desde que permaneça em sua zona de conforto e assegure seu espaço no poder. No período pré-convencional das eleições do ano 2000, procurou ao lado de Arthur Cunha Lima, seu maior adversário- ex-prefeito Enivaldo Ribeiro – e lhes propôs ser o seu vice, com garantias que assumiria a titularidade em 2022, quando disputaria o governo do Estado.

Enivaldo respondeu que não tinha como dizer a Campina que decidira se agrupar com os Cunha Lima. Cássio ainda deu-lhes uma semana para pensar e avisou: “se não vier, vou tritura-lo”. De fato aconteceu. Fechou com a então radical Cozete Barbosa (PT) – algo impossível ou inimaginável – e saiu das urnas com 82% dos votos válidos.

Para chegar ao Palácio da Redenção, trouxe Wilson Braga, Efraim Morais. Para alcançar o Senado, juntou-se com Ricardo Coutinho e toda a turma “girassol” que o detestava. Depois de duas derrotas consecutivas (2014/2018), o tucano sabe que sua última chance de voltar a vida pública (Senado Federal) é através dos Regos, e tendo Veneziano como candidato ao governo do Estado. Romero e Bruno, entrarão em xeque-mate: não tem como traírem o primo. Os Ribeiros que se cuidem…

O leitor com certeza indagará: quem é capaz de montar toda esta trama, tão bem maquinada? Vital Filho, Cassio Cunha Lima e Ney Suassuna. O único obstáculo seria o ex-senador José Maranhão, que não resistiu o COVID. Veneziano, sem nenhum demérito, politicamente age como “autista”, num mundo que só ele conhece. Seu irmão Vital Filho, ardiloso e perspicaz sempre decidiu por ele. O Fato de estar no TCU, o impede de formar na linha de frente. Mas, corre solto e sem marcação, nos bastidores. Sabe separar o “homem ser, do homem função” parafraseando seu pai, o saudoso Tribuno.

Ney Suassuna, todos sabem que em 2018 só veio garantir a vitória de Veneziano, depois de acordar sua volta ao Senado Federal por mais quatro anos.

Em uma de nossas postagens recentes, não previmos este episódio. Destacamos que o governador João Azevedo “navegava em mar de Almirante”. Entretanto era impossível em grandes travessias, a inexistência de tempestades.

O QUE CAMPINA GRANDE ESPERA DE BRUNO CUNHA LIMA?

            Passaram-se seis meses da posse do prefeito Bruno Cunha Lima, a cidade ainda desconhece na prática suas ideais ou projetos, voltada para o propósito inspirador dos habitantes da Rainha da Borborema: Campina Grande sempre.

            Até o presente, Bruno vem desempenhando o melancólico papel de “síndico de condomínio”, executando serviços de manutenção e conclusão do gigantesco complexo de obras de infraestrutura, deixadas por seu antecessor Romero Rodrigues – um dos três maiores gestores da história da cidade – ao lado e Vergniaud (pronuncia-se Verniô) Wanderlei e Enivaldo Ribeiro.

            Campina Grande hoje é uma das raras cidades do país, que não tem déficit habitacional, mesmo se aproximando de meio milhão de habitantes. Para sua dimensão, pode e deve exibir com vaidade, seu sofisticado sistema de “mobilidade urbana”, que permite o cidadão de onde esteja – bairros norte/sul/leste/oeste – chegar ao centro ou outro destino qualquer, sem engarrafamentos, no tempo mínimo de 15 minutos.

            Este modelo extraordinário, teve origem no Plano Diretor concebido na gestão Enivaldo Ribeiro, obra de autoria do saudoso – infelizmente esquecido na memória dos Campinenses – Arquiteto Pernambucano Renato Azevedo, que como muitos, se apaixonou pela cidade.

            Ao jovem Bruno Cunha Lima, indiscutível vitorioso na guerra pelo voto em 2020, resta a observação: “o exército de combate nunca deve ser o mesmo de ocupação”. Enivaldo Ribeiro nomeou um Secretariado eminentemente técnico. José Silvino Sobrinho (era Diretor do CCT com pós graduação em transportes público no Japão), Renato Azevedo, um dos mais promissores Arquiteto Urbanístico do país (na sua geração). Zélice Pereira de Morais… A CONDECA, presidida por Marcos Ribeiro (seu primo), cedido pela Telpa, escola do competente engenheiro Alemão Jost Van Damme…

            A Tecnocracia estava vivendo o seu auge e Campina tinha as melhores “cabeças” de toda região, como por exemplo, Linaldo Cavalcanti de Albuquerque. Ao lado do obstinado Edvaldo do Ó, haviam fundado a FURNE (hoje UEPB). Linaldo foi escolhido no governo Médici, por meritocracia, para dirigir o DAU – Departamento de Assuntos Universitários do MEC, que com competência e sensibilidade impôs a expansão das Universidades. Posteriormente, Reitor da UFPB. Em seu mandato (UEPB), na hora de escolherem o governador para suceder Ivan Bichara Sobreira (eleição indireta) o Palácio do Planalto indicou seu ex-chefe de gabinete (Buriti), e não ele, o merecido esquecido.

            Nos primeiros seis meses de governo do então prefeito Enivaldo Ribeiro, todas as rotas de transportes Coletivos da cidade, estavam sendo asfaltadas. Uma surpresa inacreditável para população, que só via asfalto na Praça da Bandeira. O “gargalo” da antiga “Volta de Zé Leal” – entrada de Campina Grande por Bodocongó – tinha sido extinto. A Av. Floriano Peixoto, estava atravessando o Açude Novo, cortando a Rua da Independência e rumando em busca do Hoje Hospital de Traumas. Foi projetada por Renato e Silvino para ser a maior Avenida da Paraíba.

            Estas foram obras do primeiro ano de Enivaldo Ribeiro. Acompanhamos de perto o ritmo alucinante das equipes, como Assessor de Imprensa da CONDECA, estatal municipal que graças a Renato e Silvino, trouxeram a Campina Grande Robert McNamara, ex-secretário de Defesa dos presidentes Kennedy e Lyndon Johnson, então presidente do BIRD, para nos doar 22 milhões de dólares. Investimento destinado a financiamento de projetos arquitetônicos e de infraestrutura da Rainha da Borborema. Destaque: estes recursos só poderiam ser aplicados em Capitais. Todas concorreram. Recebia quem apresentasse o melhor projeto. Campina só entrou, por conta da CONDECA, que era uma empresa voltada para captar recursos com vistas a projetos de infraestrutura para se fortalecer como cidade polo regional. Foi a vencedora.

            O Prefeito Bruno Cunha Lima, talvez não tenha percebido que a “meritocracia” é o novo formato que sucede a “Tecnocracia” de outrora. Se entregar sua gestão aos políticos, estes só trabalharão seus projetos pessoais de poder. Os “veteranos” (Vereadores ex-deputados e ou suplentes) buscarão a renovação de mandatos. Os “noviços”, sonham apenas em se projetarem individualmente, para num futuro próximo, ocuparem o espaço dos ora “tarimbados”. Que destino dará Bruno Cunha Lima ao futuro de Campina Grande?

A HORA MAIS ESCURA

            Restando cinco meses para o alvorecer eleitoral de 2022, os caciques políticos da Paraíba vivem sua hora mais escura. As mudanças foram profundas, com perdas e danos irreparáveis, tanto pela pandemia, quanto pela “Operação Calvário”.

            A pandemia provocou baixas inestimáveis, com a perda de diversas lideranças, em vários e importantes redutos do Estado. Um dos principais Marechal de Campo – Senador José Maranhão – que comandava um grande exército (MDB), foi abatido pelo vírus. Seu sucessor foi uma surpresa para “tropa”: Senador Veneziano Vital do Rego. Aquele que o havia abandonado nas eleições de 2018, votando em quem traíra Maranhão e o derrotara por duas vezes, ex-governador Ricardo Coutinho. Vivo, José Maranhão jamais passaria o comando da legenda para o ex-cabeludo.

            Cícero Lucena, Prefeito de João Pessoa, não esconde sua escolha e preferência pelo projeto de reeleição do governador João Azevedo. No pleito do ano passado –disputa pela prefeitura – carecendo da inestimável ajuda do governo, não hesitou em abandonar o ninho tucano, e se livrar do herdeiro de Ronaldo Cunha Lima, a quem devia o mandato de vice-governador, Secretaria com status de Ministério (Integração Regional) e dez meses como governador (1994) a frente dos destinos da Paraíba. Cássio derrotado em 2018 de forma humilhante, e sem mandato… Cícero apesar de sertanejo, raciocinou como “brejeiro”: em tempos de pouca farinha, primeiro o meu pirão.

             Romero Rodrigues e os irmãos Cartaxo (Luciano e Lucélio) tiveram sua oportunidade em 2018. O primeiro ainda elegeu um Deputado Estadual, seu irmão, com pouquíssimos votos. Cássio perdeu para Daniella, Pedro teve uma desidratação inimaginável em seus sufrágios e o atual Prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, perdeu para a esposa do saudoso deputado estadual João Henrique, outro que tombou ao enfrentar o vírus. Luciano e Lucélio não elegeram o vice Manoel Júnior.

            João Azevedo continua navegando em “mar de Almirante”. Mas, é bom alerta-lo que não existem grandes travessias, sem tempestades. Ricardo Coutinho será candidato. A queda de braço PT x Bolsonaro, pode não influenciar no pleito estadual. Entretanto, não é prudente esquecer que Ricardo – mesmo com a desventura de 2020 – não tem nada a perder. Quanto a questão da “elegibilidade”, o STF não o negará. Na Corte Alta de Justiça do país, ainda tem sete Ministros indicados por Lula, patrono da causa de Ricardo Coutinho.

            Alguns cronistas do quotidiano político, ainda apostam na candidatura de Cássio Cunha Lima, como “legítima” oposição. Mas, ele conta com quem mais, para formar este bloco? Paradoxalmente, é tudo que o governador deseja: dividir seus oponentes e evitar o “voto útil” no primeiro turno.

Governo João Azevedo:
OS EFEITOS DA POLITICA DE DISTENSÃO

Saudoso Petrônio Portela, Ministro da Justiça do ex-presidente Ernesto Geisel, após episódio Abril de 1977- quando o governo usou o AI-5 e fechou o Congresso Nacional – eliminando as esperanças dos políticos cassados de retornarem a vida pública, apareceu como um grande moderador, criando o que ele batizou de “distensão”. Entretanto, todos os sinais apontavam para um recrudescimento pior que 1968, haja visto restar apenas um ano, para escolha do sucessor de Geisel.

Eleições diretas para governadores, prefeitos das capitais e cidades consideradas áreas de segurança nacional? Nem pensar! Pleito direto para presidência da república? Impossível. O radicalismo insano do MDB – manipulado nos bastidores integrados pelas esquerdas radicais e setores da economia insatisfeitos com o crescente processo de privatizações – levou as grandes lideranças pró democracia a medir forças com governo.

A distensão foi uma grande obra cívica construída tijolo, por tijolo. Petrônio Portela – patrono esquecido da causa – convocou a classe política para discutir “Brasil”, despido de qualquer ideologia radical importada. Ouvir os anseios da sociedade civil organizada, alheia as demandas da “guerra fria”, em seu auge: Jimmy Carter x Leonid Brejnev. A distensão, relaxou a tensão, culminando com o fim do AI-5, e a Lei da Anistia Ampla Geral e Irrestrita (agosto de 1979) presidente João Batista Figueiredo.

Governador João Azevedo, conhecedor ou não da história, instintivamente está buscando os mesmos caminhos percorridos por Petrônio Portela, usando a “distensão política”, para defenestrar o “radicalismo” plantado desde o “episódio do Clube Campestre” (1998). Neste ínterim, só quem perdeu foi a Paraíba: mais de duas décadas sem Emendas de Bancadas e Coletivas. Centenas de milhões de reais perdidos, tão necessário para investimentos em infraestrutura. Dividida em dois “lados”, ora Ronaldo/Cássio x Maranhão; Maranhão x Ricardo Coutinho (preposto de Cássio); Ricardo contra todos, que só provou, que o saudoso cronista Nelson Rodrigues estava certo: “toda unanimidade é burra”.

Já percebemos que velhos radicais aproveitadores e beneficiários da intriga politiqueira, tentam colocar palavras na boca do governador, forçando-o a se posicionar ideologicamente no plano nacional. Não acreditamos que João Azevedo irá repetir o erro de *Baggio e Zico: perder um pênalti, que marcou suas vidas para sempre.

*Roberto Baggio um dos mais populares jogador da Seleção Italiana, brigado com o técnico e contundido, errou o pênalti que levaria Brasil ou Itália ao tetra campeonato. Zico o melhor da Seleção de Telê, perdeu um no México, quando fomos eliminados pela França.

MANOEL LUDGÉRIO ESQUECEU ADRIANO GALDINO?

A sugestão do deputado estadual Manoel Ludgério – em entrevista ao Portal Maispb – apontando alternativas como celebração de um “acordão” envolvendo os Cunha Lima e o governador João Azevedo – evitando uma disputa no pleito do ano vindouro – deixa transparecer a fragilidade da pré-candidatura do ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, cuja postulação permanece restrita aos limítrofes do município.

Ludgério – nas entrelinhas de suas palavras – revela o que seria um segredo: Romero Rodrigues (hoje) não tem condições de arregimentar um “exercito”, com tropas suficientes para enfrentar o contingente aquartelado no Palácio da Redenção. Faltam-lhes “meios” e tema que sustente um forte discurso de oposição, capaz de sensibilizar o eleitorado paraibano. Inspirado no ditado popular que “o homem é senhor do que cala e escravo do que fala”, o “silêncio” de João Azevedo tem emudecido os Cunha Lima, Ricardo Coutinho, PT… Não se sabe se isto é uma estratégia, ou pura intuição.

Uma paz pública é o que defende Manoel Ludgério, quando não existe guerra entre João Azevedo e seus “supostos” adversários. Cita o Rio Grande do Norte como exemplo, porém, não conhece a história da paz que culminou em desastres.

A primeira paz pública no Rio Grande do Norte foi celebrada para reconduzir Jessé Pinto Freire ao Senado Federal, nas eleições de 1978. Liberaram Aluízio Alves (ainda cassado e antes da anistia) para subir em palanques, discursar e fazer campanha. Aluízio indicou o vice de Lavoisier Maia (Geraldo Melo), que posteriormente foi govenador. Quatro anos depois (1982) Aluízio foi candidato ao governo e perdeu para o neófito José Agripino Maia. Este foi o preço que Aluízio pagou pela “paz pública”: levou velhos aliados apaixonados para os braços dos Maia, de onde se recusaram a sair em 1982.

Tentando escapar quatro anos depois (1986) Aluízio Alves “rachou” parte da base dos Maia, que elegeram dois Senadores, mas, perderam por 14 mil votos para Geraldo Melo, candidato dos Alves. Aos poucos o Clã foi se recompondo, e criou-se a alternância do poder entre Alves e Maia. Num cochilo dos Alves, Vilma de Farias se elegeu governadora, na sucessão de Garibaldi depois de oito anos governando o RN.
Mais e Alves pela segunda vez se sentaram para “conversar” em 2006 e celebrarem outra paz pública. Tinham que derrotar Vilma de Farias, que tentaria se reeleger e emplacar uma “terceira força” política. Primeira pesquisa: Garibaldi 67%, Vilma de Farias 19%. Seria uma vitória acachapante se não tivessem esquecido o presidente da Assembleia Legislativa Robson Farias, que estava há quatro anos no comando do poder legislativo Potiguar. Robson tinha uma estreita relação com os deputados. E, decidiu apoiar Vilma, na condição de ser o seu sucessor em 2010.

O voto é secreto, e no mundo político, compromissos “cumpridos” nem dinheiro cobre. Vilma chegou ao segundo turno, e de virada, derrotou o imbatível Garibaldi com mais de 100 mil votos de maioria. Fez uma excelente gestão. Cometeu apenas um erro que lhes custou toda a sua carreira política: não cumpriu o prometido a Robson Farias, que permanecia como presidente da Assembleia já no quarto mandato.
Caminhando lado a lado desde 2006, Alves e Maia costuraram um acordão envolvendo até o PT e o governo federal e lançaram Henrique Eduardo Alves (2014) para o governo do estado. O filho predileto e sucessor de Aluízio, com 10 mandatos de deputado federal, na época era presidente da Câmara dos Deputados. Esqueceram mais uma vez o sempre ignorado, Robson Farias. Orgulho ferido, o presidente da AL-RN se lançou candidato contra Henrique, e com apoio imperceptível – sem alardes – dos seus amigos deputados estaduais, venceu o único que não tinha como perder.

Atualmente nenhum membro da família Maia tem mandato no Rio Grande do Norte. Dos Alves, só resta um, Walter, deputado federal que dificilmente se reelegerá (2022). Manoel Ludgério não reconhece o espaço e importância de Adriano Galdino? Indicou seu irmão Secretario de Articulação Política do Governo e pala terceira vez presidi a ALPB. Quem somaria mais para uma reeleição de João Azevedo: Romero Rodrigues ou Adriano Galdino? Se Romero entrar pela porta da frente do Palácio da Redenção, os Regos saem pela porta dos fundos. Regos não convivem com Cunha Lima.

ESCRITO NAS ESTRELAS?

Em apenas duas décadas (2001/2021), as transformações ocorridas nos quadros políticos da Paraíba – com ascensões e quedas de seus principais protagonistas – exceto os alcançados pela compulsória, foi algo inimaginável e distante de qualquer previsibilidade, antevista pela crônica do quotidiano e seus futurologistas.

Em 2001 – um ano antes do pleito de 2002 – Jose Maranhão governava a Paraíba – gestão das águas – Ney Suassuna, seu grande aliado, era Senador da República licenciado e ocupando o poderoso Ministério da Integração Nacional. Popularidade em alta, já era considerado “governador em férias”. Ronaldo Cunha Lima, convalescente de um AVC – no deserto PSDB – não sabia se ainda iria ser candidato a reeleição.

Saudosos Wilson Braga e Tarcísio Buriti – lideranças de peso por serem ex-governadores – compunham o exército imbatível das forças políticas sob o comando de José Maranhão (2001). Esperavam serem indicados como seu companheiro de chapa para o Senado. Roberto Paulino (vice) assumiria, e a vitória de Ney era inquestionável. Efraim Morais, primeiro Secretário da Câmara dos Deputados era o Escudeiro Mor de Maranhão.

Ex-governador Cássio Cunha Lima, ainda estava como prefeito de Campina Grande, já percorria todo o Estado em campanha para o governo, com apoio de Cícero Lucena prefeito da Capital. A classe politica considerava “Quixotesco” o projeto de Cássio Cunha Lima, pela falta de apoios regionais expressivos.

Uma das boas produções de Hollywood no ano de 1985, foi o filme “De Volta Para o Futuro”. Roteiro que emaranha aventura, ficção científica e comédia romântica, de estrondoso sucesso na bilheteria. Dois jovens procuraram um velho professor, que projetou um veículo para eles voltarem no tempo até 1950. E os viajantes conseguem conversar com Albert Einstein, a quem confidenciam que vinham do futuro, do ano de 1985. Na cena, Einstein se mostrando perplexo e desconfiado, Indagou: quem é o presidente dos Estados Unidos no ano 1985? Ronald Reagan, responderam os garotos. Impossível! Retruca Einstein. Um ator medíocre, presidir a grande nação Americana!?

Imaginemos esta mesma viagem do tempo realizada nos dias de hoje (2021), voltando até o ano de 2001. Quem conseguiria prevê a ascensão e queda de Ricardo Coutinho? Prefeito duas vezes da Capital, e duas vezes governador? Derrotas de Wilson Braga e Buriti para o Senado Federal? Eleição de Cássio Cunha Lima e Efraim Morais? O sonho do saudoso tribuno Viral do Rego ter se realizado em seus descendentes, com dois filhos, e agora sua esposa, passando pela Casa Revisora do Congresso Nacional?

Duas derrotas consecutivas do Clã Cunha Lima em Campina Grande, perdendo a Prefeitura para Veneziano Vital do Rego; duas derrotas consecutivas de Cássio Cunha Lima, após eleito e reeleito governador, disputando seus retornos ao governo e ao Senado; Daniella Ribeiro se eleger Senadora da República? Aguinaldo Ribeiro ter ocupado o Ministério das Cidades, liderança do governo na Câmara e atualmente líder da maioria? Damião Feliciano deputado federal e sua esposa duas vezes vice-governadora? João Azevedo de simples eleitor chegar ao Governo do Estado? Será que tudo isto é obra do místico “destino”, ou estava “escrito nas estrelas”? O que tramam os astros para 2022? A derrota dos invencíveis – como 2001 – ou a vitória dos previamente derrotados?

OS REGOS LARGARAM NA FRENTE

Com dois assentos no Senado Federal (mãe e filho), filiação de Veneziano Vital do Rego ao MDB – momento importantíssimo para a legenda que lançou uma candidata para disputar a presidência da Casa Revisora do Congresso Nacional – o clã Rego se transforma no maior e mais importante aliado do governador João Azevedo, com vistas a seu projeto de reeleição.

O processo constante de distanciamento dos extremos – sobretudo das esquerdas – tem conduzido naturalmente João Azevedo para o “centro”. Ao abdicar do radicalismo doutrinário e “raivoso” protagonizado pelo seu antecessor, criou-se naturalmente a oportunidade de diálogo, anseio da classe política – independente de siglas – que elegem sempre como prioridade, temas de equilíbrio e crescimento gradual do Estado, mesmo em tempos de pandemia.

Como um bom enxadrista, João Azevedo fez lances importantes nas eleições municipais de 2020, livrando-se de muitos “xeques”. “Flertou” com o PP de Cícero Lucena (Capital), apoiou a oposição de Campina Grande, e na maioria dos principais redutos do Estado, manteve apoios “formais”. Não fechou portas, nem criou “labirintos” para sua jornada do ano vindouro (2022).

Evidente que como Prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena buscará ampliar seu território político. Tentará se inserir no projeto João Azevedo – única alternativa – após seu rompimento traumático com os Cunha Lima. Talvez queira indicar um vice e eleger um deputado federal. Mas, não dispõe de “cacife” como os Regos. Uma chapa do PP/PSDB, a esta altura é projeto natimorto.

Resta saber o que fará os irmãos Cartaxo. Estéreis politicamente, não aproveitaram a oportunidade de 2018, que seria Luciano e não Lucélio, e sobraram na curva em 2020. Luciano fez uma boa gestão na Capital. Entretanto, faltou-lhes a coragem e ousadia do saudoso Luciano Agra, quem lhes deu o primeiro mandato. No presente, tudo o que pode almejar é uma vaga para a câmara dos deputados.

Restam Romero Rodrigues e o PP, com Daniella e Aguinaldo. Só quem pode “queimar cartuxos”, sem riscos de ficar sem mandato, é Daniella Ribeiro que tem mais quatro anos no Senado Federal, e mesmo derrotada, seu nome não ficará “congelado” por tanto tempo. Como se posicionará Romero Rodrigues? O melhor prefeito de Campina Grande do século XXI! Reunirá condições e apoios para enfrentar João Azevedo? Ou terá que dividir espaços com Aguinaldo, Pedro Cunha Lima para retornar ao seu mandato de deputado federal, interrompido quando se elegeu prefeito de Campina Grande em 2012?

Quanto a Senadora Nilda Gondim, provavelmente passará um bom tempo no Senado. Apesar de está se recuperando com sucesso do COVID-19, pelos depoimentos dos sobreviventes que estiveram na UTI, as sequelas são terríveis. Além do temor de uma reinfecção, o que seria fatal.

DECISÃO DO STF CULMINA EM MOTIM DA POPULAÇÃO

As manifestações ocorridas no Estado da Amazônia, contra o novo decreto do governador que impõe mais um lockdown – evitar proliferação do COVID-19 – gerou um quadro de desobediência civil, quando a população foi as ruas desafiar sua autoridade. Em resposta, o chefe do poder executivo da Amazônia tomou medidas extremas, como ordenar a Polícia Militar a abrir fogo contra os insurretos. Felizmente, a tropa se conteve ao perceber que o povo não recuava, gesto que evitou um banho de sangue.

A cidade de Búzios (litoral do Estado do Rio de Janeiro) já havia feito o mesmo. Estado de São Paulo, dezena de municípios anunciaram esta semana que não cumprirão o decreto do governador João Dória. Ato que além do lockdown, suspende a gratuidade do transporte público aos usuários acima de sessenta anos. O Brasil vive sua maior crise institucional das últimas sete décadas, algo somente comparável ao fato histórico ocorrido após o suicídio de Getúlio Vargas, quando o presidente da Câmara dos Deputados Carlos Luz, estava interinamente como vice-presidente, “internou” o vice em exercício Café Filho e com apoio da Suprema Corte, pretendia implantar uma Ditadura, impedindo a posse do presidente e vice eleitos (outubro de 1955) Juscelino Kubistchek e João Goulart.

Marechal Henrique Teixeira Lott – um dos tenentes de 1922 – estava como Ministro da Guerra. Usou sua coragem cívica para impedir um golpe de Estado, dando um contragolpe e restabelecendo a ordem Constitucional. Ordenou que as tropas do Exército cercassem o Palácio do Catete (sede do governo) no Rio Janeiro então Capital da República, Câmara dos Deputados; Batalhões da Polícia; Correios e Telégrafos…Ato seguinte (ainda em novembro de 1955) o vice-presidente do Senado Nereu Ramos, com apoio do Marechal Lott, convocou o Congresso, que cassou o mandato de Carlos Luz e votou o impeachment de Café Filho. Fechou a Suprema Corte e decretou “Estado de Sítio” até 31 de janeiro de 1956, quando Juscelino e Goulart foram empossados.

A ingovernabilidade da época tinha origem na corrupção desenfreada movida pela ganancia insaciável: “em casa de pouco pão, todos gritam e ninguém tem razão”. O Tesouro Nacional não era o suficiente para alimentar a “fome” do Congresso e seus parasitas de sempre. Se não fora a “espada de Lott”, que garantiu todo o governo de JK, abortando outras rebeliões ou “quarteladas”, não se tem noção do que teria sido o destino deste país.

Quando nos reportamos as “semelhanças históricas”, é que percebemos hoje no Brasil de 2020, repetição de 1955. O povo elegeu um Presidente (2018) que o Congresso e STF não querem deixa-lo governar. Vargas foi eleito, não conseguiu e suicidou-se. Bolsonaro resiste, pelo apoio popular, graças as redes sociais. A grande mídia golpista, em conluio com a maioria dos governadores dos Estados, quer depô-lo a todo custo. Resta saber se aparecerá em tempo hábil, um Marechal Lott do século XXI. Não estamos fazendo apologia ao intervencionismo. Mas, qual o poder do Presidente da República?

Quem está provocando todo este “clima” de insegurança e governabilidade? O STF. Quadro de pandemia é o mesmo que “estado de guerra”. O Presidente da República, com a poio das Forças Armadas é a única autoridade Constitucional competente, para legalmente está a frente da crise. O STF tirou-lhes estes poderes e os transferiu para Estados e Municípios. Esvaziou sua autoridade mais uma vez, constantemente atropelada pelo Congresso Nacional. Como se não bastasse, rasgou a Carta Magna pela enésima vez, e decidiu pela obrigatoriedade da vacina, com punição aos desobedientes. Isto é Ditadura! Basta observar-se o número de sentenças, liminares e decisões colegiadas do STF em 2020: 100 mil. O país está “engessado” na Justiça. Com certeza o Presidente Jair Bolsonaro não assinou 100 mil decretos neste ano de 2020. Da mesma forma, os Presidentes das duas Casas Legislativa (Câmara/Senado) estão longe de alcançar o STF.

Eleições para Presidência da Câmara e Senado:
GOVERNO BOLSONARO TEM QUE ENTRAR NO JOGO E ESCOLHER DOS MALES O MENOR

O comando do Congresso Nacional a partir de fevereiro de 2021 será decisivo para concretização de parte do projeto político do presidente Jair Bolsonaro, quer seja candidato ou não a reeleição, ano seguinte em 2022.

Desnecessário destacar que a atual legislatura – na Câmara e Senado – eleita popularmente pelas urnas em 2018, se constituíram na pior de toda a história de nossa República. Tão inconsequente que levou o povo as ruas por mais de meia dúzia de vezes, pedindo o seu fechamento e da Suprema Corte. Durante todo o ano de 2019, graças a ansiedade do Ministro Paulo Guedes – por não ouvir as raposas políticas – discutiu-se só a Reforma da Previdência. A mídia militante fez sua parte, descaracterizando a figura do Presidente plantando diariamente manchetes sobre comportamento de seus familiares.

No descortinar de 2020, veio a pandemia do coronavírus – e do jeito que o diabo gosta – os presidentes da Câmara e Senado afundaram o tesouro nacional contra tudo e todos (o povo), criando dezenas de gastos perdulários como o Fundão Eleitoral, ampliação do Fundo Partidário; legislando sempre em causa própria e atendendo as demandas do cartel FEBRABAN: um conluio de ladrões que concentram a renda e expansão do crédito no Brasil, travando a nossa economia. Só após o primeiro ano, Paulo Guedes percebeu finalmente que Congresso, STF; Bancos e grande parte do nosso “setor produtivo”, estiveram sempre apojados nas tetas do governo.

Propostas importantes do Presidente Jair Bolsonaro – de anseio popular – na área de segurança pública; desmantelamento das OCRIM; porte de armas; combate ostensivo a corrupção… Foram projetos boicotados e sabotados nas votações realizadas pelo Congresso Nacional, a partir do “pacote” anticrime do então Ministro Sérgio Moro. Rodrigo Maia, David Alcolumbre e Dias Toffoli, formaram um “Triunvirato” e transformaram o presidente Bolsonaro em “Rainha da Inglaterra”.

As opções do governo para atravessar 2021 e chegar a outubro de 2022 são raras, pouquíssimas ou quase nenhuma. Os poucos Congressistas que têm seriedade e compromissos com o destino do país, se porventura lançarem-se para presidir as duas casas legislativas, serão atropelados pelo “centrão”. Resta saber se será melhor apoiar um membro do “centrão” do baixo clero, ou um “cabeça pensante” ideológico, que também estará a serviço da corrupção e ainda dará uma “puxadinha” para esquerda.

Palácio do Planalto terá que escolher dos males o menor. Decisão que provavelmente trará prejuízos a popularidade de Jair Bolsonaro, junto a direita conservadora, setor onde se concentra a maioria de seus apoiadores. Irão questioná-lo, se ele irá adotar o que sempre combateu: toma lá, dá cá.

Infelizmente o destino que nos aguarda a partir de março de 2021 – pós-pandemia e imunização da população através das vacinas – assemelha-se a um náufrago e sua confusão mental de não saber em que praia, ilha ou rochedo escapará ou encalhará.

MEMÓRIA CURTA

Seu Cabral (Severino Bezerra Cabral) uma das maiores lideranças política de Campina Grande do século XX – que se elegeu, e elegeu o Prefeito de sua preferência na Rainha da Borborema de 1947 até 1968 – tomou a decisão de se imortalizar através da construção do Teatro Municipal de Campina Grande. Uma obra gigante, para uma cidade que tinha um perfil de entreposto comercial e pouca vocação para cultura. Seu projeto arquitetônico, avançado e único, sem as “curvas” do concreto – inovação proposta pelo gênio Oscar Niemeyer – tinha um modelo de navio. Quando perguntavam a seu Cabral se era um navio, ele respondia que achava parecido.

A inauguração seria no final de seu mandato (1963), e a curiosidade reinante era o nome que receberia o Teatro. Na época, a Câmara Municipal tinha grandes intelectuais como Raimundo Asfora, Ronaldo Cunha Lima; Figueiredo Agra… Que começaram a sugerir nomes como Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida; José Lins do Rego; Assis Chateaubriand…  Mas, seu Cabral resistia, e insistia que o nome seria surpresa.

Analfabeto funcional, seu Cabral depositava toda sua confiança em Souza da Pipoca, vereador que atuava como um líder informal na Câmara e nos bastidores da política. Mesmo grau de instrução de seu Cabral. Quem tivesse algo complicado para resolver com seu Cabral e Souza não resolvesse, podia desistir. Asfora, Ronaldo; Figueiredo Agra… E quase a unanimidade da Câmara cobraram de Souza um nome ideal para ser eternizado na obra mais bela de Campina Grande dos anos sessenta. Imbuído da importante missão, Souza enfrentou seu chefe: “o nome tem que sair seu Cabral…” Sem rodeios, seu Cabral foi na bucha: Teatro Severino Cabral. Souza o aplaudiu e concordou com a ideia. Entretanto, quando chegou com a noticia na Câmara, a reação por parte dos parlamentares intelectuais foi um protesto veemente, ameaçado de não ser aprovado. Cabral era um analfabeto… Uma agressão a memoria e cultura da cidade… Isto jamais.

Souza foi o portador do descontentamento da bancada. E, instruíram-no para argumentar: “seu Cabral não era escritor, artista, poeta…” Seu Cabral ouviu e mandou um recado de volta: vai ser Severino Cabral e vou está presente na sessão. Todos temiam Cabral por sua coragem pessoal. Alto, 1,90, as vezes intolerante, sua mão sempre ia ao pé do ouvido de alguém, que de forma desaforada o ofendesse. Chegou o dia da sessão, e Cabral estava presente. A turma dos intelectuais usou mais uma vez Souza. Quando a propositura foi apresentada e posta em votação, Souza argumentou: “seu Cabral tem que ser um nome ligado as letras, artes; poesia… Cabral o interrompeu: “Souza pergunte a quem mandou você discordar de mim, em qual time jogou Getúlio Vargas e Plinio Lemos? Os dois campos de futebol da cidade são em nome deles”. Silêncio reinante, a propositura foi aprovada por unanimidade.

Seu Cabral se imortalizou. Mas, por ironia do destino, os dois maiores Prefeitos do século XX de Campina Grande foram Vergniaud Borborema Wanderley (pronuncia-se Verniô) e Enivaldo Ribeiro. O primeiro demoliu o centro antigo da cidade e construiu ruas e avenidas largas. O segundo, fez o Plano Diretor que até hoje está aí, e foi um recorde em obras. Todavia, não deixaram nada escrito sobre suas obras. Agora está se despedindo de sua gestão Romero Rodrigues. Em nossa opinião o maior Prefeito de Campina Grande do século XXI. Cometendo o mesmo erro de Vergniaud e Enivaldo. Em duas décadas, poucos se lembrarão de sua gestão.

MEXERAM COM O LEÃO FERIDO

Adágio popular: “você entra na política pelos amigos, não sai pelos inimigos”. Mas, quem são estes inimigos? Frase cunhada pelo saudoso Senador do RN Dinarte Mariz: “politica é a arte de atrair adversários e trair correligionários”. Evidente que os inimigos são aqueles que sempre estiveram ao seu lado, bajularam; ocuparam espaços e se projetaram sob a hipócrita insígnia da “lealdade”.

Ávidos pelo poder, no mundo político são raras as “criaturas” que controlam a ganância, e se contêm para não se voltarem e destruírem o seu “criador”. Willian Shakespeare – em sua obra Júlio César – descreve de forma brilhante os instintos da traição pelo poder, sempre perpetrados por aqueles que estão em sua volta, gozam de privilégios, confiança; intimidade, e posicionam-se acima de qualquer suspeita. Este é o “elemento surpresa”, imprevisto por conta da “gratidão”, sentimento nobre, porém, jamais cultivado pela maioria daqueles que ambiciona alcançar o topo da pirâmide.

Nas eleições de 2018, enquanto Cássio Cunha Lima procurava viabilizar sua volta para o Senado Federal, todos se uniram e conspiraram para derrota-lo de forma humilhante. Os irmãos Cartaxo, sua companheira Daniella Ribeiro; Ricardo Coutinho; Ney Suassuna; dissidências em sua própria família… Tudo sob o olhar perplexo de outro traído: Jose Maranhão. Os Regos não podem figurar nesta lista. São seus únicos inimigos políticos autênticos e históricos. Ricardo e José Maranhão, foi ou são ainda circunstanciais. Todos tinham um projeto político e Cássio era o poste no meio da ponte.

Sangrando como Júlio Cesar (2018), após seis punhaladas, Cássio Cunha Lima sobreviveu. Ficou fora de combate, abandonado pelos amigos; fiéis seguidores e ex-companheiros de jornadas, sem forças sequer para sustentar a espada e o escudo. Optou pelo silêncio. Cuidou em sarar as feridas da alma, mesmo sabendo que ficariam as cicatrizes como lembrança permanente.

Eis que agora em 2020, chega Brutus (Cícero Lucena), o único que não apareceu na emboscada de 2018. Tinha que cravar também uma adaga, no peito do já considerado moribundo político, Cássio Cunha Lima. Até tu Cícero? A carta desabafo do ex-senador foi pertinente. Após o assassinato de Júlio César, surgiu o Cristianismo, como Religião e Filosofia. A gratidão está intrinsicamente ligada aos dois principais mandamentos desta ordem humanista que prega a paz entre os homens, a fé e esperança ao recomendar o dom do perdão e o poder da renúncia.

Cássio renunciou a política e perdoou seus agressores, como um bom Cristão. Mas, como esquecer? E agora, depois de Cícero? Com certeza vai voltar ao campo da honra e travar mais uma batalha em 2022. Provavelmente este não seria seu desejo. Mas, perder, reconhecer a derrota e ser eternamente tripudiado! Mexeram com um leão ferido O instinto de defesa o moverá para um contra-ataque feroz, mortal e talvez até irracional.

O DESASTRE ELEITORAL DE 2020

A ausência de uma Legislação Eleitoral permanente, infelizmente constantemente alterada a cada dois anos – ajustando-as as conveniências do Congresso Nacional – culminou num modelo que se exauriu em definitivo no pleito deste ano de 2020, quando foi posto em prática o excêntrico Fundo Especial de Financiamento de Campanha, ou “Fundão Eleitoral”.

A nefasta experiencia do “Fundão Eleitoral” agora em 2020, instituiu (provavelmente) em definitivo, a compra obrigatória de votos – crime eleitoral que vem sendo combatido após 1986 – ocasião em que se realizou o pleito com vistas a instalação da Assembleia Nacional Constituinte de 1988. Na época, os mais diversos setores da economia do país, investiu em candidatos para defenderem seus interesses na elaboração da nova Carta Magna – atual Constituição Cidadã.

Neste ano de 2020, todos os votos foram comprados, e venceu quem gastou mais. Inexistiu os debates ideológicos. Valores e preparos intelectuais dos postulantes foram nivelados por baixo. Estabeleceu-se o “leilão”: quem pagou mais, levou o sufrágio. Não se discutiu o hoje e o amanhã do município, numa perspectiva futurista da nação, debatendo modelos econômicos e conjunturas político/social. Esmagadora maioria do eleitorado adotou a “Lei de Gerson” (levar vantagem em tudo) ao saberem que 3,0 bilhões de reais destinados a candidatos, para serem gastos em suas eleições.

Depois de quarenta anos, com todos os avanços tecnológicos e acesso a informação instantânea (internet), as declarações de Pelé, o Rei do Futebol – contemporânea a publicidade de Gerson veiculada na mídia vendendo as pilhas Rayovac – estão imortalizadas: “o brasileiro não sabe votar… Ainda não conhece o valor de um voto”.
O desastre 2020, só vem constatar que nunca houve vontade politica do Congresso Nacional em acabar com a corrupção no país, processo que se inicia a partir das eleições. O experimento do “Fundão Eleitoral” e das “nominatas partidária” foi um tiro no pé. Se estas regras prevalecerem para 2022, nenhum parlamentar do famigerado “Centrão” retornará as Casas Legislativas do país.

O custo de um mandato de deputado federal será de no mínimo 10 milhões de reais. Estadual, metade. E de um Senador da República, inimaginável. Isto tendo como base, valores do voto para vereador (2020) que oscilou entre R$ 300,00 e 600,00 dependendo do tamanho da cidade: quanto menor, mais caro o sufrágio. O fenômeno da pura democracia vivida em 2018, disputa renhida entre Direita x Esquerda, conservadores e progressistas – sem o abuso do poder econômico – culminando na vitória de Bolsonaro – ora pode se considerar como um fato raro e inusitado, instante de lucidez e cidadania que jamais se repetirá em nossa história.

Operação Calvário:

STJ MOSTRA A FORÇA DO CORPORATIVISMO

A decisão “corporativa” de manter a liminar que determinou soltura do líder da OCRIM girassol, Ricardo Coutinho – concedida pelo plantonista provisório à época Ministro Napoleão Nunes Maia – amplia mais ainda o profundo fosso que separa uma nova sociedade em mutação (sedenta por Justiça) do distante e inatingível Poder Judiciário, regiamente pago pelo suor do trabalhador brasileiro, que almeja punições severas contra os ousados e arrogantes malbaratadores do erário público.

Alcançado pela compulsória marcada para este ano, precisamente em 30/12/2020, quando completará 75 anos, Napoleão Maia foi salvo por seus pares da 6ª turma (STJ) ontem (18/02/2020) placar de 4×1. Em final de carreira, ser punido por companheiros, mesmo que por erro grave e insanável? Mancharia sua “biografia”. A opção em “salvar” o Ministro de sua ultima travessura, culminou em danos à figura de um Desembargador do TJ-PB probo, digno e de conduta ilibada, que por méritos chegou ao TJ-PB, dispensando qualquer apoio político de sua ilustre família.

A 6ª turma do STJ não avaliou a periculosidade de um quadrilheiro em liberdade… Doravante irá destruir provas, intimidar testemunhas; chantagear autoridades e obstruir a Justiça. Qual a diferença entre os crimes praticados por Ricardo Coutinho e Sérgio Cabral? Provavelmente seja a figura do julgador: Juiz Marcelo Bretas que o meteu na cadeia, e quando vislumbrou que seria boicotado pelas Cortes Superiores, sentenciou-o a 180 anos de cadeia. Mostrando seu destemor do mundo político e suas influencias, encarcerou Pezão, no exercício de suas funções como governador do Rio de Janeiro, saindo algemado do Palácio da Guanabara.

Quem assistiu ao julgamento no TSE (24.04.2018) do então governador Ricardo Coutinho – transmitido pela TV Justiça – percebeu a “indisfarçável simpatia” do Ministro Napoleão Maia pelo réu socialista, fundador da quadrilha girassol. Amor à primeira vista? Mesmo sendo o relator, não leu seu voto, sequer teve a preocupação de fundamentá-lo usando qualquer “entendimento” da confusa e ininteligível legislação eleitoral. A remissão fiscal de impostos como IPVA, ICMS (gol de prata); Multas e Taxas do DETRAN-PB, prejuízo ao erário estimado em 36 milhões de reais, em plena campanha eleitoral de 2014, na visão de Napoleão Maia não desequilibrou a disputa do pleito. Absurdo! Dezenas de milhares de votos de proprietários de motocicletas foram trocados pelo perdão da dívida do IPVA.

“Assistencialismo necessário” (?) foi à tese vergonhosamente “improvisada” pelo Ministro Relator Napoleão Maia, alegando que motocicleta no Nordeste era um “jumento motorizado”. Que conhecia a pobreza da região, e que todo tipo de “assistencialismo” – mesmo em período eleitoral – era importante e bem vindo, para amainar o sofrimento desta gente. Sem “assistencialismo” o nordestino morre de fome e sede. Onde se encontra esta lei, artigo ou Jurisprudência? Finalizou alegando que a vontade popular deveria ser respeitada. Mas, não houve “vontade” e sim “motivação” do eleitor pelo dinheiro e os benefícios da máquina pública.

 A Ministra Rosa Weber tentando minimizar o vexame, não escondeu sua sinceridade: “no meu entendimento este tipo de ação é conduta vedada e desequilibra qualquer pleito”. Concordou com o Vice Procurador Geral Eleitoral, Nicolao Dino – irmão do governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) – que compõe o arco de alianças dos partidos de esquerdas, onde se inclui o PSB. Separando o “homem ser, do homem função”, Nicolao Dino pediu a cassação da chapa de 2014, por considerar uma “aberração” o TRE-PB não ter observado os crimes cometidos durante a campanha.

  Jornalista Flávio Lúcio, que tripudia com ironia em seus textos o Desembargador Ricardo Vital e GAECO-PB, após resultado do julgamento da 6ª turma, lhes pôs uma “alcunha” de o “Sérgio Moro da Paraíba”. O zelo, conhecimento e preparo do Desembargador Ricardo Vital, em nada difere do respeitado Juiz, homenageado em todo o planeta, por sua coragem de prender e condenar o Chezfe de Estado mais corrupto da história do século XX e XXI, do mundo civilizado.

Sérgio Moro do Paraná, não esperou fechar o “conjunto da obra” da corrupção contumaz que sorveu dos cofres públicos trilhões de reais, instalada no país desde 2003. Bastou o Triplex do Guarujá. Demais criminosos envolvidos na gang, seriam pegos pelas delações e seu efeito dominó. Teve que encarar o Ministro Teori Zavascki, que atendendo pedido da então Presidenta Dilma, concedeu liminar a Renato Duque. Duque tinha diversos crimes, porém, bem menos graves que os de Ricardo Coutinho. Duas semanas depois, o Justiceiro do Brasil o pôs novamente na cadeia. E, cuidou em sentenciá-lo, evitando que o exemplo encorajasse outros delinquentes, e se criasse a esperança da impunidade.

Para Ricardo e seus comparsas, tudo está dentro do planejado: em 120 dias terá sua candidatura a prefeito registrada e ficará impedido de ser preso até 31/12/2020, a não ser em flagrante delito. A Justiça, neste período engajada no processo eleitoral, dificilmente terá tempo para julgar um processo, que a cada dia fica mais extenso.

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Operação Calvário:

ESTRATÉGIA POLÍTICA DE RICARDO PODERÁ VENCER O JOGO

Já não existe mais o que se delatar sobre os desvios milionários da gestão Girassol. Para se condenar um ladrão, não precisa provas que roubou milhões ou irrisórios centavos, a pena é a mesma. O que o GAECO- PB ainda não alcançou foi à estratégia dos advogados de Ricardo Coutinho, e onde pretendem chegar, quando exibirem troféu de uma vitória, debaixo do nariz do Poder Judiciário da Paraíba.

            Decorreram-se quatorze meses de investigações, prisões; delações com revelações tão estapafúrdias, que se não fossem amparadas em materialidades, o conjunto das provas seria difícil de merecer credibilidade, em função da ousada selvajaria da quadrilha e seu chefe – ex-governador Ricardo Coutinho – que ainda chegou a ser detido provisoriamente. Entretanto, como um prolixo discurso de bêbado, tudo já foi dito, mas, ainda não sabemos quando irão finalizar esta “peça” de retórica.

 O processo se arrasta… Aguardam mais delações? As que já existem são suficientes para um século de cadeia. Uma queda de braço entre o GAECO-PB, MP e PGR, quer a volta de Ricardo Coutinho ao cárcere. Para que? Virá Gilmar Mendes ou Dias Toffoli e põe ele na rua, usando o mesmo “entendimento” e até decisão da Suprema Corte sobre prisão em segunda Instância. Neste caso, estão fazendo o “jogo” do ex-governador, ou morderam a “isca” de seus advogados?

Chegamos ao mês de fevereiro (2020). Em Junho, se inicia o período eleitoral. É exatamente esta oportunidade que Ricardo Coutinho aguarda para sair pela porta da frente, sem fugir da Justiça. Carnaval, Páscoa e São João, e pelo visto, o chefe da OCRIM Girassol não será condenado. Se isto não ocorrer – o que achamos pouco provável – será candidato a Prefeito de João Pessoa.

A partir do registro de sua candidatura, não pode mais ser preso, a não ser em “flagrante delito”. Quanto à possibilidade de uma condenação em pleno período eleitoral, mesmo que ocorra, uma “liminar” de plantão o deixará disputar o pleito. Se porventura vencer, será diplomado e empossado. Os processos da Operação Calvário iniciarão sua longa jornada procrastinatória, com vistas alcançarem a prescrição.

O Desembargador continua “notificando” mais suspeitos, o GAECO-PB mantém sua “volante” procurando encontrar mais comparsas do bando, quando o líder já está cercado? Redundância absurda! A grande noticia seria: “processo concluso para julgamento”. Aí, a expectativa seria – não pelos anos de cadeia de seus prováveis condenados – mas, pela inelegibilidade de Ricardo Coutinho no pleito que começa em 130 dias. O Chefão da Máfia Girassol continua “ficha limpa” para a Justiça Eleitoral.

Dispondo de milhões de reais, indiscutivelmente Ricardo Coutinho disputa com chances de vitória as eleições da Capital. Seu discurso deixará o eleitor “tonto” e inseguro: “sou ficha limpa… Não tenho nenhuma condenação na Justiça… Investigam-me por delações de ladrões que roubaram no meu governo, traíram minha confiança… Se eu fosse culpado, não estaria aqui pedindo seu voto”. Alguém duvida? Aguardem!

Em tempo: Ricardo Coutinho nunca sofreu uma derrota no TRE-PB, não tem contas rejeitadas pela Assembleia Legislativa; nenhum outro tipo de condenação, sequer pelo PROCON. Para o eleitor e opinião pública, já saturada com tanta ação do GAECO-PB sem reação imediata do TJ-PB, se ele esteve durante todo este tempo no bordel, vestido de Freira, fica uma incógnita: talvez estivesse apenas em meio às prostitutas.

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CASA EPITÁCIO PESSOA:

NÃO VÃO SEPARAR O JOIO DO TRIGO?

            O pastor Shimidt, guardião da fé dos fieis de uma pequena cidade da Alemanha, durante o momento mais difícil da II Guerra (final de 1944), confessou quando interrogado pelas tropas aliadas – qual seu papel no conflito e por que estava na prisão quando os vencedores derrotaram os Nazistas.

            A resposta do líder religioso foi simples e intrigante: “vou procurar saber, se é que ainda existe alguém que possa me explicar”. Continuando, elucidou: “primeiro prenderam meu vizinho da direita, por entenderem que ele era comunista. Eu não era. Em seguida vieram e levaram o da esquerda, suspeito de ser Judeu. Não sou Judeu. Um dia me levaram (?)”. O clima de vingança pela inevitável queda do III Reich culminou na busca de culpados, criando em seguida à rota de fuga do “salve-se quem puder”.

            A Operação Calvário, desencadeada pelo GAECO-PB, teve origem no Rio de Janeiro, chegou à Paraíba, Goiás e Rio Grande do Sul. A metástase deste câncer talvez tenha atingido todo o país, de forma direta e indireta. Entretanto, o envolvimento da unanimidade da classe política paraibana é discutível e inaceitável. Todos estavam participando destas atividades criminosas? Até a oposição? Não acreditamos. Esta na hora de separar o joio do trigo.

            Por que a Assembleia Legislativa não instalou imediatamente uma CPI, para apurar quem participou deste assalto aos cofres públicos? Silenciou ou se intimidou? O fato estapafúrdio do TCE – Tribunal de Contas do Estado, órgão de Assessoria do Parlamento ter sido denunciado, e o Poder Legislativo Paraibano – independente segundo a Constituição – não instalar um inquérito, admite a culpa de todos, inclusive a dos deputados não importando sua legenda ou posição política, por omissão.

            Início de Janeiro deste ano (2020) faleceu o ex-deputado federal Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara dos Deputados no ano de 1992, que corajosamente aceitou a denuncia, e pôs em Plenário o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo. Um ano depois – setembro de 1993 – “estourou” o escândalo dos “Anões do Orçamento”. Ibsen, inocente, foi forçado a renunciar para não ser cassado. O fato acabou com sua vida pessoal e política. Teve que mudar de cidade, deixar a barba crescer; perdeu todos os amigos e foi condenado ao eterno ostracismo.

            Crise de consciência do gerente da sucursal da revista Veja em Brasília, vinte e dois anos depois, numa entrevista ao programa de Jô Soares, confessou que a matéria estava errada. A cópia do depósito feito por Ibsen tinha data atrasada. Na hiperinflação, o governo tinha cortado três zeros. Portanto, o que seria três mil Cruzeiros, figurou na reportagem de capa como três milhões de cruzeiros. Antes de a revista circular, o gerente ligou para o editor na sexta-feira e toda a hierarquia da Editora Abril. Tarde demais… Recusaram-se a mudar a capa. O efeito foi devastador.

            Canalhice maior foi o comportamento delinquente dos maus profissionais da grande mídia, que sabiam do erro que cometeram – assassinato da honra de Ibsen – não se recusaram em ser agraciados com o Prêmio Esso de Jornalismo, e mesmo depois de revelado a trama, ninguém até hoje devolveu a honraria para justificar a falta de caráter.

            A instalação de uma CPI pela Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, para apurar com rigor o coro de denuncias vulgarizadas pela mídia – objetos de delações premiadas – é ato de ofício da Casa, que representa um poder independente. Não é para inocentar culpados. O Parlamento dispõe de mecanismos para investigar, apurar, poder de policia para convocar membros do GAECO e se inteirar – não só da veracidade dos fatos – mas, como se procederam desenrolar dos acontecimentos.

            A operação Gautama (2007) desencadeou uma série de outras denúncias e outras operações como a “Navalha”. Todos os caminhos levavam ao então Presidente do Senado Renan Calheiros. E em meio a tantas revelações, surgiu a existência da “Sala Cofre” do Senado, onde continha os “Atos Secretos” e provavelmente farto material sobre o funcionamento da Casa Revisora do Congresso, desconhecido pelo público. A Policia Federal obteve autorização para busca e apreensão no Gabinete do Presidente do Senado e da Sala Cofre. Mas, a reação de Renan os impediu de cumprir o mandado.

            Ao tomar conhecimento que a PF viria ao Senado, Renan Calheiros convocou a Polícia Legislativa – armada até os dentes – e passou a ordem: “não discutam, o primeiro que entrar, arrombando a porta, atirem para matar”. Em seguida, respaldado pela Constituição, pediu Tropas Federais para guardar o Congresso. Ministro e PF recuaram. Mas, semanas de negociações, a PF foi levada a Sala Cofre e colheram os documentos que procuravam. Renan foi afastado da Presidência. Permaneceu como Senador e depois voltou a comandar o Senado por duas vezes. Errado ou não, ganhou respeito de seus pares.

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CUBA: SESSENTA ANOS DE SOLIDÃO DA ILHA

No dia 31/12/1959, meia noite e um minuto, Havana foi invadida por dezenas de milhares de agricultores armados, caminhões militares lotados de guerrilheiros que estavam escondidos em Sierra Maestra, disparando fuzis para o alto, e autofalantes anunciando a vitória da revolução.
Ditador Fulgêncio Batista, retirou-se imediatamente das festividades, rumou com a família para o Aeroporto e do alto via as explosões de fogos de artifícios, canhões, e artilharia pesada comemorando não o ano novo, mas, sua queda. Desinformado, em menos de quarenta e oito horas dois quartéis haviam sido tomados pelos revolucionários, e os demais não ofereceram resistência evitando derramar sangue de inocentes: os revolucionários usaram o povo como escudo humano, para invadir as casernas onde se concentrava o maior poder de fogo.
A ganância do Ditador vinha passando dos limites. Exigia sociedade nos empreendimentos norte-americanos na Ilha, ameaçando nacionaliza-los. Cuba explodia em prosperidade. Distante 200 milhas dos Estados Unidos, com sol durante todo o ano sobre suas belíssimas praias, vinha disputando com a Côte d’Azur da França: Mônaco, Nice; Capri… Locais frequentados pelos bilionários de todo o mundo.
A bagunça foi generalizada. Invadiram Hotéis, Cassinos; Restaurantes; Casas de Show… Depredaram tudo. A turba armada e embriagada marchou rumo à avenida beira mar – seis quilômetros de extensão – onde os Bangalôs no estilo Hollywood pertenciam a milionários norte-americanos e os grandes astros do cinema, música; esporte e TV dos Estados Unidos. Saquearam bens de valores e ocuparam-nos como moradia. Hoje, uma favela em ruínas.
Fulgêncio Batista pediu inúmeras vezes apoio aéreo ao então presidente Dwight Eisenhower, que enviou seus F-15, mais bombardeavam sempre e propositalmente distante de Sierra Maestra, ponto onde estava Fidel e seus pouquíssimos seguidores.
Dia primeiro de Janeiro (1959) o Aeroporto e o Porto estavam congestionados. Todos os Americanos temendo por suas vidas, deixavam a Ilha. Fidel, por volta das 15h00min, ocupou o Rádio e fez um discurso de sete horas ininterruptas. Hubert Matos e outros tentaram interrompê-lo para falar algo, mas, sem sucesso. Era prolixo e adorava microfones. Na plateia mão tinha proletários. Só funcionários públicos, estudantes e toda a classe média da Ilha, que o apoiou e financiou a derrubada do tirano, corrupto, Fulgênio Batista. Criaria uma Junta Governativa provisória, e marcaria eleições gerais.
Concluído seu discurso inaugural, pediram-no para tirar o psicopata assassino Ernesto Che-Guevara da Sacristia de uma Igreja, onde já tinha começado um fuzilamento desde as primeiras horas da manhã, embriagado e matando pessoas comuns como guarda civis, vigilantes e até Militares colaboradores com a causa. Guevara foi para um quartel, dormiu e ao acordar, reiniciou os fuzilamentos em diversas unidades Militares. Fidel ocupado com Embaixadores, empresários; industriais; comerciantes, e dando entrevistas, não teve tempo de conter a fúria do assassino Argentino.
Foi uma semana de paralisação na Ilha. Quando finalmente foram cuidar das Forças Armadas, todos tinham desertados. E as armas? Che-Guevara tinha dado ao povo com munição suficiente: “A revolução não tem retorno, vocês serão nosso Exército”. Dois meses, começaram as cobranças dos Estados Unidos para regularização da Ilha. Fidel não tinha como explicar o desastre que cometera, a partir de sua família.
O pai de Fidel era um dos grandes latifundiários de Cuba. Exceto Raul, os demais irmãos, tios e primos fugiram, temendo serem mortos. As terras foram invadidas por homens armados, que desconheciam o privilégio dos Castros. Cuba pertencia doravante a Revolução e ao povo (?). Com imagem e prestígio em alta, Che-Guevara fazia seus comícios incentivava as invasões e ocupação, principalmente de propriedades norte-americanas. A única alternativa de refrear Guevara era removê-lo com promoção. Foi nomeado Presidente do Banco Central de Cuba e Chefe do Tesouro.
Fidel para chegar a Havana, loteou a ilha com facções de esquerda e direita ligadas a trabalhadores e empregadores. Imaginou que em seguida, se livraria de todos. Mas, esqueceu-se de Che-Guevara. Seis meses de Junta Governativa, a Ilha estava totalmente desabastecida. Faltava do alimento ao combustível e principalmente o necessário para as termoelétricas. Hotéis, Restaurantes e Cassinos fechados. Chamou Che-Guevara e determinou usar o dinheiro para suprir as necessidades mínimas. Para sua surpresa, não havia mais um centavo no Banco Central. Guevara havia distribuído com o povo – a quem forneceu as armas – dinheiro suficiente para se alimentarem por um ano. Gastaram tudo e não tinha mais onde se comprar uma refeição básica
Não houve outro caminho, a não ser o apontado por Trotskista Guevara: pedir socorro a Moscou. Navios de combustíveis e alimentos começaram a chegar à Ilha, e a distância entre os Estados Unidos tornou-se um fosso profundo –  tão extenso – onde se tornara impossível construir “pontes”.
Fidel sobreviveu e morreu bilionário no poder. Porém antes, enterrou os sonhos e esperança de seu povo, que viviam na prosperidade, e hoje são sobreviventes da miséria. Passou a ser o espião número um da CIA e de Moscou. Guevara pagou caro pelo mal que fez a Fidel e Cuba. Primeiro o mandaram para Angola – combinado com os Estados Unidos – para evitar a presença de Moscou. Conseguiu sair com vida da guerrilha revolucionária. Ao chegar a Cuba, despacharam-no para Bolívia. Lá o mataram. O comunismo Soviético chegou a 72 longos anos, até que a queda do muro de Berlim simbolizar seu fim. Cuba completa 60 anos de sofrimento. Será que ainda aguentará por mais 12 anos? A Ilha de São Domingos, seu vizinho mais próximo, hoje é um dos locais turísticos mais caros, visitados pelos norte-americanos. Um paraíso em todos os sentidos. Como dizem os Cubanos, a Ilha se afunda, mas, o regime não cai.

Qual o futuro das Universidades Públicas?

O DRAMA DOS DOUTORANDOS

Cinco anos de Engenharia Mecânica para produzir esta estrovenga

Desde o ano 2000, os cursos das mais diversas áreas das Engenharias ofertados pelas Universidades Públicas, vêm sofrendo pesadas baixas, a partir do processo de acesso (antigo vestibular/ENEM) até sua conclusão. Nesta última década, a crise se aprofundou. Os resultados são os piores possíveis e inimagináveis.

Disponibilizam cinquenta vagas no primeiro semestre e cinquenta no segundo. Nos últimos cinco anos, os que conseguiram aprovação no ENEM e se matricularam, não conseguiram formar uma turma de quarenta alunos. Findo o primeiro semestre a deserção atinge 30%. Primeiro ano, metade. No último ano, restam apenas 10 ou 12 que concluem o curso, motivados pela carreira acadêmica – bolsas de Mestrado e Doutorado – não pelo mercado de trabalho.

Engenharia Civil, Mecânica; Produção; Pesca; Química; Materiais… Estão se nivelando a Pedagogia, Letras; Filosofia; Ciências Sociais e Economia: o aluno entra na Universidade, optando por estes cursos, em função do baixo nível de concorrência. Mesmo assim, ainda têm que serem “alavancados” pelo sistema de quotas, que privilegia os alunos oriundos da escola pública, afrodescendente; deficiente físico; pardo… E recentemente, a mais esdrúxula das quotas, crida no nordeste: nativos da região do semiárido ganham um peso elevadíssimo. Somando-se todas as regalias, basta não “zerar” na redação, que a vaga na Universidade está garantida.

A UFRN criou um curso de Medicina no Campus Avançado da cidade de Caicó (RN). No ENEM de 2018 o “ponto de corte” foi um dos maiores do país: 850 pontos. Os concorrentes que foram aprovados, não tinham 10% da capacidade e nível de conhecimento ou competitiva da USP. Mas, quando levavam os atestados da Escola Pública, afrodescendentes ou pardos, e nascido no semiárido, liquidava os pobres miscigenados de olhos claros, que chamam de brancos. Qual a serventia desta Universidade, que despreza em seu processo seletivo o conhecimento, e valoriza a cor da pele, origem e passagem pela Escola Pública?

O momento mais marcante do estudante universitário de Engenharia (anos 70) era o dia do seu baile de formatura. Belíssima festa após, ou concomitantemente com a Colação de Grau. Ocasião triunfal e inesquecível para família, evento marcado pelas despedidas da turma concluinte, jovens que acabara de vencer a belíssima jornada do aprendizado. De mala pronta, dia seguinte hora de partir. Enfrentar novos desafios como profissionais, no promissor mercado de trabalho do sudeste do país, onde estavam instaladas e se instalando, grandes plantas industriais. A nação na época chegou a crescer 14% ao ano. Hoje já não existem mais os bailes das Engenharias. Colação de grau de todos e num único dia, juntando um “punhado” de cada curso. Triste!

Particularizando os conhecimentos acadêmicos da Engenharia Mecânica, sua metodologia permanece “congelada” no distante tempo do final dos anos setenta. Não houve nenhum tipo de avanço em mais de quatro décadas. Algo semelhante a tentarmos alfabetizar nossos netos, usando a Cartilha de Sarita, onde aprendemos a soletrar as primeiras palavras. Ou estudar a Matemática Moderna do autor Osvaldo Sangiorgi, movimento renovador do modelo de aprendizagem para o antigo curso Ginasial.

Ao iniciar o curso de Engenharia Mecânica, o aluno tem que optar em desenvolver a didática absorvida, pondo em prática estes conhecimentos construindo ao longo de todo o curso, um protótipo de automóvel fora de estrada denominado “Baja”. Um carro esportivo, que transporta só o seu piloto, nunca vendido nem adquirido no mercado ou pelas montadoras de automóveis. A segunda opção é a construir miniatura de avião (Aeromodelo), hoje peça de museu depois do Drone.

Em 2015, o Brasil produziu 2,4 milhões de automóveis, das mais diversas marcas e montadoras. Não tem um único genuinamente brasileiro. Suas peças e componentes, não pertencem à indústria nacional. Absolutamente tudo é importado, ou licenciado para ser produzido no país, usando mão de obra mais em conta. Por que as 127 Universidades públicas – afora Campus Avançados – em quase meio século nunca desenvolveram um motor de automóvel? Banhado pelo Oceano Atlântico, O Brasil tem 9.200 km de litoral navegável.

As nossas Universidades Públicas mostraram-se literalmente incompetentes em criar através de suas Engenharias (Mecânica, Elétrica; de Materiais; Produção…) possibilidades de se desenvolver no Brasil uma Indústria Naval, com centenas de Estaleiros produzindo todo tipo de barco, navios de transportes, de passageiros e cargueiros. Que se destaque o grande mercado consumidor, a região norte, em especial a Amazônia, onde 80% do transporte de pessoas e cargas são através dos rios que compõe sua gigante bacia hidrográfica.

O Brasil hoje é o 8º maior produtor de Motocicletas do mundo. As nossas Universidades foram incapazes de desenvolver através de suas Engenharias um simples motor para locomoção em duas rodas. Aqui montamos: Honda, Yamaha; Suzuki; Shineray; Kawasaki… Mas, o “sindicalismo universitário” consome 100 bi anualmente.

Os Doutorandos das Engenharias – verdadeiros heróis em perseverança – além de terem sido ludibriados por um sistema perverso de doutrinação, e não aprendizado se depara com a dura realidade: para receber o diplomado, a Universidade exige um estágio. Em toda região norte/nordeste não existem indústrias Mecânicas ou Químicas que se enquadrem dentro dos padrões exigidos pela Universidade. Se não existe vaga para estágio gratuito, haverá emprego? Sem o estágio, não concluem o curso. Milhares abandonaram e outros tantos foram jubilados. Vale a pena manter estes cursos?

Daremos continuidade ao tema, mostrando em outros artigos, as “excentricidades” das nossas Universidades Públicas, que perdeu o “bonde” da história, como coadjuvante na construção de uma grande nação.

QUAL O FUTURO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA?

Em beijaço, estudantes protestam em frente à Faculdade de Direito da UFMG (Foto: Guilherme Coura e Isabela Finelli/Arquivo Pessoal)

As nossas Universidades Públicas – desde 1980 – entraram num processo lento e gradual de “sucateamento”, na medida em que suas estruturas cientificas foram confundidas com processo político/populista de inclusão, priorizando especificamente a “diplomação” do terceiro grau maior. O Orçamento Geral da União – dinheiro dos impostos pagos pelo trabalhador brasileiro – destina ao Ministério da Educação 140 bilhões de reais anualmente, dos quais mais de 80% é consumido pelo ensino superior, para alimentar um gigante complexo de 127 Universidades além dos IF.

Estas Instituições abrigam mais de seis milhões de jovens estudantes – esperançosos em assegurarem para sua vida um futuro promissor – infelizmente ora perdidos na contra mão da história, em virtude do conteúdo curricular assimilado, literalmente ultrapassados e distantes da realidade do mercado formal de trabalho, que antes se reinventa a cada década, hoje anualmente.

Confere o adágio popular nordestino: “em casa de Ferreiro o espeto é de pau”. Universidades são centros de estudos e principalmente pesquisas. Entretanto, propositalmente nunca realizaram a mais primária de todos: averiguar quais as profissões do futuro. Este ano comemorou-se cinquenta anos da chegada do homem a Lua. Todos os técnicos e cientistas envolvidos neste fato histórico passaram pelas Universidades, onde desenvolveram pesquisas aproveitadas pela indústria: aeronáutica, química; elétrica; mecânica; eletrônica; física; médico/biológica, a exemplo de como reagiria o corpo humano sem a gravidade.

As constantes descobertas de novas tecnologias – que não pedem permissão a Universidade Publica do Brasil para se expandirem – estão sendo desenvolvidas e avançando por todo o planeta, “engolindo” postos de trabalho através da “automação” ou de “aplicativos” inseridos na internet, deixando nossos “Doutores” com diplomas desempregados. Quantas profissões já desapareceram nestas duas últimas décadas? Quantas sucumbirão até 2030? Para que se tenha noção do amanhã, exemplificamos um fato previsível para década (2020/2030) que se inicia ano vindouro: a rede bancária funcionará totalmente através da internet. Este segmento profissional (Bancários) em declínio e extinção, ora ainda emprega milhares de trabalhadores “qualificados” através de diplomas universitários nas áreas de Administração, Ciências Contábeis; Economia; Engenharia; Matemática… O que farão a partir da década de 2030/2040?

No quadro deplorável em que se encontra o país – herança dos governos social/populistas instalados desde 1995 – todas as demandas dos diversos setores da sociedade são prioritárias: saúde, educação; segurança pública; infraestrutura; matriz econômica – com política de distribuição de rendas – inspirada na versão século XXI… No caso da educação – ensino superior – a gravidade identificada é se existem chances de “recomeço”. Talvez o governo tenha que refundar este sistema.

Inútil tentar remodelar um método anacrônico e inadequado, através de simples processo de “reciclagem”. Seria o mesmo que utilizar toda tecnologia dos atuais automóveis, num chassis de um Ford T-34  modelo 1930.

Pesquisas oriundas dos Centros Acadêmicos avançados  das Universidades dos países que progrediram no século XX, reposicionaram suas perspectivas num mundo futurista, como “locomotiva” na jornada do progresso científico, puxando o comboio dos mercados de trabalho e consumo. E o que ocorreu no Brasil? Chegando ao poder, as esquerdas adotaram o atávico sistema “sindicalista” dos anos 30 (século passado), posto em prática na Itália de Benito Mussolini (era Fascista), copiado por Getúlio Vargas e que perdura até os dias de hoje.

As Universidades Públicas Brasileiras sindicalizaram-se, priorizando o emprego e garantindo a estabilidade de seus integrantes. Com autonomia financeira, tornaram-se independentes do MEC. Passaram a eleger seus quadros dirigentes (Conselhos) e até Reitores (?). Absurdo visto apenas no Brasil e Cuba. Ao invés do Concurso Publico, optaram pelos “Processos Seletivos”, cuja nomenclatura por si já expressa seu objetivo: só para “cumpanheirada”. Todos seus Reitores da imensa rede de Universidades Públicas (até 2018) eram militantes políticos do PT, PCdoB; PSOL. Tornaram-se difusores e doutrinadores de ideologias, convertidas em “formação de opinião”, que se expandiram de forma geométrica, explorando a ignorância política da juventude de forma perversa, transformando-os em “talibãs”.

Paralelamente, as Universidades Privadas estão se posicionando rapidamente no ranking classificatório – em alguns Estados – bem a frente das públicas. Os Cursos à distância estão sendo moldados dentro das exigências do mercado, garantindo emprego imediato em novas profissões ou atividades, sintonizadas com o mundo globalizado do conhecimento prático. Qual o destino das Universidades Públicas? Opinião sobre este tema com completa radiografia sobre este “sistema”, não permite se encerrar num único artigo. Daremos sequencia. Próximo tema: O DRAMA DOS DOUTORANDOS.

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Emboscada:

ESQUERDAS E CENTRÃO PREPARAM ATAQUE FULMINANTE

Manobras e sabotagens levadas a efeito, desde a posse do presidente Jair Bolsonaro – apenas com de dez meses de gestão – têm sido orquestradas e ganham ênfase, ao se perceber a perfeição do plano para derrubá-lo. As peças soltas deste quebra-cabeça, aos poucos estão se “encaixando” e mostrando a imagem prevista por Zé Dirceu, entrevista publicada pelo El País há um ano: perdemos uma eleição, mas, tomaremos o poder, o que de fato é o mais importante.
As esquerdas, aliadas ao centrão e com apoio logístico do STF, preparam uma emboscada fulminante, onde as chances de sobrevivência do governo Bolsonaro são mínimas, para não dizer “milagrosas”. Os motivos não se atêm ao presente, se impõem por força do inapagável passado de corrupção, que envolveu todos, e culminou na operação lava-jato. A queda de Dilma – eleita por urnas eletrônicas fraudulentas – foi um ato suprapartidário dos patronos da corrupção institucionalizada. A presidente não conseguiu frear a devastadora operação lava-jato, que avançava no formato “efeito dominó”: um a um começou a “cair” e logo todos estariam no chão.

A trama contou com os principais partidos que lhes davam apoio e contraditoriamente, estavam “apojados” nas “tetas” do governo: PMDB, PP; PTB; PR; DEM… Consolidou-se com o “racha” dos ideológicos PDT/PSB. No STF, Ministros nomeados por Dilma – inclusive o último – Edson Fachin, foram incapazes de criarem Jurisprudência procrastinatória, em virtude da “contaminação” da Corte, com nomes de alguns dos seus membros citados pelos grandes empresários delatores da lava-jato. Todos preferiram salvar a pele. Que viesse Temer e parasse a lava-jato.

O candidato Jair Bolsonaro (2018) passou a se constituir como o principal inimigo da “Central” das OCRIM da corrupção. Tomou uma facada – não por questões ideológicas – mas, para eliminar por antecipação um provável justiceiro, considerado algoz da bandidagem do colarinho branco. Escapou do atentado e venceu o pleito. Cumprindo o que havia prometido a seus eleitores, convidou o Juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça. Hoje, se percebe que houve precipitação de ambos. Do convite de Bolsonaro e da concordância do Juiz. Talvez se ainda estivesse em Curitiba, toda a “corja” estaria agora na cadeia.

Michel Temer mudou o foco do país e tentou parar a lava-jato. Esqueceu-se do Procurador Geral da República Rodrigo Janot, que acelerou a mega delação da Odebrecht e pegou os gatunos da JBS e Funaro. Com eles, encurralaram o presidente, levando a corrupção à sala de estar do insuspeito Poder Executivo. Curioso foi a Câmara que cassou Dilma por “pedaladas fiscais”, não ter cassado Michel Temer por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Observem a força do “corporativismo”, que independente de legendas se une para escapar da lei.

O processo silencioso com propósito de derrubarem o governo Bolsonaro, prossegue em ritmo célere, sem a percepção do povo. Aqui, acolá, deixaram “pistas” soltas, ignoradas pelos mais perspicazes observadores, que consideram ainda impossível tamanha ousadia. Mas, a vaidade do Ministro Gilmar Mendes, em uma entrevista concedida a Mário Sérgio Conti da TV Globo News (14/11/2019) deixou marcas evidentes das peadas na trilha por onde caminha o “golpe”. Segundo o Ministro “Lula merece um julgamento justo pelo STF e seu processo pode ser anulado, mesmo com as condenações do TRF-4/STJ”. Culpou a mídia e acusou STJ de medroso (?).

Gilmar Mendes apontou corrupção na Força Tarefa da lava-jato, sugeriu conluio do Juiz Sérgio Moro com os Promotores do MPF; considerou Moro como facilitador da vitória de Bolsonaro, por ter vazado a delação de Palocci nas vésperas da eleição; sobre prisões de Moro ele avaliou como “tortura psicológica”, com objetivo de colher confissão. Criou um roteiro sugerindo que as ações do atual Ministro visavam cegar ao Ministério. Gilmar mostrou-se fiel ao script, e cumpre seu papel na missão da “conspiração”: denegrir e desmoralizar Sérgio Moro, MPF e Força Tarefa da lava-jato.

Paradoxalmente, a única vez que o Ministro Mendes se referiu ao Presidente Jair Bolsonaro foi para elogiá-lo, por ter nomeado para PGR o Procurador Aras – fora da lista do MPF – instituição que ele abomina e denuncia como “corporativista e imoral”. Enalteceu o presidente, por não ter escolhido um nome da Força Tarefa da lava-jato.

Paralelamente, trabalham a quatro mãos em outra frente, o presidente do Senado Federal David Alcolumbre e o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia. Alcolumbre não instalou – e nem instalará – a CPI da lava-toga, impeachment de quatro ministros do STF; votação do fim do foro privilegiado.

Rodrigo Maia por sua vez, tirou o COAF das mãos do Ministro Moro e “guilhotinou” o Secretário da Receita Federal. Já colheu 200 assinaturas para PEC 0037/2019 – criada inexplicavelmente em março – inicio do governo, cujo objetivo é impedir o General Mourão assumir o cargo de Presidente, em caso de cassação, morte ou impedimento do titular Jair Bolsonaro. A PEC não precisa mais passar pela CCJ da Câmara. Pode ser levada a Plenário a qualquer hora, provavelmente antes do recesso do final deste ano, por ocasião da última sessão prevista para 20 de dezembro.

Se em Abril de 2020, o TCU apresentar relatório recomendando a desaprovação das contas do presidente Jair Bolsonaro, será o suficiente para se iniciar um processo de impeachment, numa casa legislativa onde o mesmo está sem partido e em minoria. Só povo pode impedir de acontecer, o que está fatidicamente consumado: Poder Legislativo e Judiciário unidos para derrubar o governo e se salvarem do fantasma da corrupção que os persegue.
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CÁSSIO É ATROPELADO PELO FATOR SURPRESA

 O prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues construiu a maior obra da cidade dos últimos tempos: complexo habitacional ou cidade Aluisio Campos. Segurou o quanto pode o evento da inauguração – entrega das quatro mil unidades habitacionais – na certeza que este “momento” o consagraria historicamente como a maior liderança política da Rainha da Borborema, isolando-se dos demais, e ganhando fôlego para no início do próximo ano, lançar seu candidato a sucessão. Certamente no seu imaginário – e do meio político – derrota sofrida em 2018 pelo grupo Cunha Lima, afastava qualquer perspectiva de um membro deste clã reunir condições para uma disputa municipal.

            E o que se passava pela cabeça de Cássio Cunha Lima? Eleito aos 21 anos deputado federal Constituinte, iniciou uma jornada sucessiva e ininterruptas de vitórias por uma longa temporada de 28 anos. Prefeito de Campina Grande, três vezes; deputado federal duas vezes; governador do Estado duas vezes; senador da República um mandato. Seu primeiro tropeço (derrota) foi em 2014. Mesmo assim, venceu o governador candidato a reeleição Ricardo Coutinho no primeiro turno. No segundo, perdeu por mais de 120 mil votos.

            Em 2018, ao tentar renovar seu mandato para o Senado, foi atingido por um tsunami: Ricardo Coutinho “obrando milagres” avançou nos redutos “Cassistas” e sem piedade o deixou na quarta posição – última – dos que disputaram as duas vagas. Perdeu até em Campina Grande para Daniella Ribeiro, muito embora tenha ficado bem a frente de se concorrente direto, Veneziano Vital do Rego. Entretanto foi “atacado” pelo desconhecido Luís Couto, que lhes arrancou 44 mil votos.

O Marechal “tempo” transformou os “milagres” de Ricardo Coutinho num “calvário”. Está sendo castigado por ter saqueado os cofres públicos. Da  Cruz Vermelha foram desembolsados 200 milhões de reais para compra de votos. Estimado em 100 reais – per capita – compraram o equivalente a dois milhões de sufrágios.

            Além da Cruz Vermelha, já estão surgindo nomes de dezenas de empresas, através das delações premiadas dos envolvidos no maior “esquema” de corrupção da história da Paraíba, estimado pelo GAECO em dois bilhões de reais desviados nos últimos oito anos. Evidente que a visão deste quadro, só pode ser observada agora, depois da prisão e confissões de membros da quadrilha. No pós-campanha de 2018, todos atribuíram a derrota de Cássio, ao cansaço de sua liderança. Esqueceram até de mencionar a “maquina” do Estado usada como “Blitzkrieg”, cujo alvo principal era varrer a resistência “tucana” em todos os redutos da Paraíba.

Sob a ótica de Ricardo Coutinho, a reeleição de Cássio Cunha Lima, ameaçaria seu projeto de voltar ao governo em 2022, passando antes pela PMJP. Para tanto, faltou-lhes coragem de renunciar e disputar uma das vagas do Senado. Talvez este tenha sido o motivo de sua ira: ficar imobilizado, sem mandato e agora sem prerrogativa de foro. Cássio, num tom de desabafo, declarou precipitadamente que estava mudando seu domicilio para Brasília, deixando subentendido que havia abandonado da vida pública.

A ironia do destino, considerado como “fator” surpresa no dia 11/11/2019 – não “elemento” surpresa que é cuidadosamente preparado e planejado – inverteu completamente as expectativas de toda a classe política de Campina Grande e da Paraíba. O primeiro episodio foi à descortesia “oficial” do governador João Azevedo, que deveria ter ido receber o Presidente da República no Aeroporto, devolvendo a gentileza que teve Jair Bolsonaro em recebê-lo em audiência no Palácio do Planalto. Um ato de grosseria. O segundo equivoco foi do Senador Veneziano Vital do Rego, que não soube explorar politicamente a ocasião, oportunidade que destacaria a “paternidade” da obra: governo petista de Dilma Rousseff, hoje sua aliada.

Romero Rodrigues, que deveria ter chegado ao lado de Cássio, talvez tenha avaliado que o ex-senador estivesse com receio de ser apenas um a mais no palanque, completamente perdido no tempo, sem o velho aconchego do povão. Todos erraram e só Cássio que chegou cautelosamente temendo ser percebido, foi ovacionado de modo emocionante como nos velhos tempos e com rasgados elogios de Bolsonaro.

Curioso, imprescindível e imprevisível é a troca repentina de projetos, e o mapa que começa a se redesenhar nas hostes Cunha Lima. Se Romero Rodrigues guardava sob a manga um candidato a sua sucessão, a preferência agora é do ex-senador  Cássio Cunha Lima. Enivaldo Ribeiro pode ser o vice de Cássio, tem direito a uma reeleição. Só, Veneziano jamais enfrentaria Cássio Cunha Lima. Caso venha disputar e vencer o pleito, aquilo que foi planejado por Ricardo Coutinho, quem executará será Cássio Cunha Lima. João Azevedo não terá estrutura para enfrentar o governo federal e provavelmente até 2022, Ricardo Coutinho esteja inelegível.

Cássio Cunha Lima doravante tem que “assoprar” a fogueira, e não deixar a chama baixar. Não repetir o erro cometido em 2014, quando por três anos afirmou que não seria candidato ao governo e apoiaria a reeleição de Ricardo Coutinho. Deixou para  se lançar sete meses antes do pleito, perdendo parte de seu Exército e ganhando o estigma e discurso de traidor.

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NÃO ESPEREM OS MILITARES

Por ocasião do início da “Operação Lava-Jato”, começou a surgir um movimento nas redes sociais, pedindo intervenção das Forças Armadas nos três poderes da república. O povo exigia ampla investigação e punição severa a todos que levaram nas ultimas três décadas o país a bancarrota. A suspensão temporária do processo democrático – continua sendo reivindicação da maioria dos brasileiros – é um fato incontestável que sugere franca demonstração de insegurança, e completa desconfiança nas instituições, exceto nos Militares, particularmente no Exército Brasileiro.

Ao longo dos últimos trinta e cinco anos, a sonhada democracia aspirada por uma “minoria” que tinham sede de poder – não pela maioria do povão – sequestraram uma gigante nação com apoio da grande mídia, e mantiveram sua gente presa no escuro cativeiro da ignorância. Desterraram de suas mentes as conquistas ocorridas entre 1964/1978, período “satanizado” como “a era do chumbo”. Silentes, os Militares não se manifestaram (até o momento) em responder ao clamor popular. Foram “despolitizados” em 1978, pelo ex-presidente Ernesto Geisel, ao perceber que as esquerdas estavam chegando aos quartéis. Tirou-os da vida pública e das ruas, e os conduziu de volta para Caserna, de onde não surgiu mais novas lideranças.

A Lei da Anistia (ampla geral e irrestrita de 1989) – perdoando sequestradores, assassinos; guerrilheiros e seus mentores – teve dois pesos e duas medidas. Os Militares que apenas cumpriram ordens foram vítimas de um golpe cultural/midiático (1986) quando as esquerdas chegaram ao poder, e com revanchismo criaram à fantasmagórica “Comissão da Verdade” para humilhar publicamente as Forças Armadas. O discurso antes de alcançarem o poder era revelar a “roubalheira” dos governos Militares. Como não encontraram nenhum erro, optaram pelo processo de “desconstrução” da história.

Picharam imagens de octogenários – ainda vivos – que se dedicaram em servir ao país, criando mentiras e enredos hediondos. Reescreveram temporariamente este capitulo no formato “quadrinhos”, onde guerrilheiros  assassinos tornaram-se heróis e Militares que defenderam a nação e povo impedindo a instalação de uma verdadeira ditadura comunista, foram considerados vilões truculentos e torturadores. Absurdo!

Os Militares, desde a Independência, tiveram um papel preponderante na história do Brasil. Consolidaram um gigante território de dimensão continental – dentro de um país – falando uma única língua. Contiveram diversas levantes separatistas, com combates e milhares de vítimas. Porém, em julho de 1922 o Exército foi abalado pelo movimento “tenentista”, que exigia mudanças na política e renovação nas Forças Armadas, fato marcado pelo episódio dos dezoito do Forte.

A partir de então, as inquietações foram uma constante nos quartéis que se politizaram. O movimento “tenentista” ganhou força ao longo das décadas que se seguiram, sempre reprovando com intransigência os privilégios da velha política, corrupção e “entreguismo” de nossas riquezas a novos colonizadores travestidos de “investidores”.  Sobreviveu ao Estado Novo – ditadura Vargas – governo de transição do General Gaspar Dutra; crise do suicídio de Getúlio (1954); asseguraram o mandato de Juscelino Kubitschek – abortando algumas sublevações – garantiram a posse do pleito que elegeu Jânio Quadros, mas, não estavam esperando o golpe mais duro: sua renuncia. A partir de então, começaram a estruturar a intervenção.

Com a renúncia de Jânio, por não ceder à gula da “camarilha” que se apoderou do Congresso Nacional, queriam impedir a posse – e até o retorno do vice-presidente João Goulart – que estava em visita oficial a China. Os “tenentes” asseveraram sua volta e posse. Mas, o Congresso promoveu um golpe político na calada da noite, mudando a Constituição e criando um Parlamentarismo, transformando o presidente em “Rainha da Inglaterra”. Usando de poderes Constitucionais, João Goulart um ano depois, convocou um plebiscito e a maioria do povo optou pelo Presidencialismo, defenestrando os abutres congressistas da época (1963) que nada difere dos atuais (2019).

Alguns historiadores consideram 1964 como o fim do ciclo “tenentista” de 1922. O presidente Castelo Branco Chegou ao poder, eleito pelo Congresso Nacional e começou a implantar as sonhadas reformas, através de Atos Institucionais, cassando mandatos de corruptos inveterados, expatriando muito deles; enxugou a máquina pública; extinguiu salários de vereadores, permitido apenas para cidades com mais de 200 mil eleitores; pagou toda a dívida externa; liquidou o rombo e calote da previdência, unificando numa só: INSS. Extinguiu o famigerado “Subsidio Parlamentar” hoje renomeado como “Emendas”. Nenhum dos poderes tinham autonomia financeira (duodécimo sobre o orçamento) e a folha de pagamentos era centralizada no governo federal. Poder Legislativo e Judiciário foi proibido de contratarem e criarem qualquer tipo de despesa extra.

Uma intervenção Militar neste momento seria o ideal para desbaratar as OCRIM que operam dentro e fora dos poderes. Exigira austeridade para se instalar auditorias com IPM – Inquérito Policial Militar; cassação de mandatos; sequestros de bens; concentração das finanças públicas; redistribuição de rendas; muitas prisões e uma nova Constituição. Para por a nação nos trilhos, o tempo presumido será de no mínimo uma década. As Forças Armadas do Brasil tem excelentes comandantes Militares. Mas, será que estão preparados para governarem a nação? Não Esperem os Militares…

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Sucessão Municipal:

A DISTRAÇÃO DE ROMERO

Restam pouco mais de trezentos dias para as eleições municipais de outubro de 2020. O tempo passou muito rápido, roubando a atenção de toda classe política, envolvida ou sobressaltada com a enxurrada de denuncias e operações policiais, promovida pelo MP no seu incansável combate a corrupção. Nos últimos três anos, o país amanhece diariamente repleto de surpresas, quer seja nos municípios, estado; governo federal; Congresso Nacional; STF… Momentos conturbados para muitos, que terminaram por esquecer-se de olharem o calendário e enxergarem que a democracia tem seus prazos com data e hora marcados, para celebração de sua festa cívica: eleições.

            Campina Grande passou por uma grande transformação urbana nestes últimos sete anos. O prefeito Romero Rodrigues vai deixar marcas históricas de sua gestão, mesmo com adventos indesejáveis, como denuncias de desmandos (corrupção) que envolve membros de sua equipe. Eventos que talvez “pessoalmente” não lhes renda desgaste em curto prazo, todavia, cria roteiro para inspirar fortes discursos da oposição, por ocasião da campanha com vistas a sua sucessão. Mais grave tem sido sua distração em não ter ainda começado a preparar seu candidato, na certeza que o tempo esperará por seu momento. A desatenção para este pequeno detalhe, criou um vácuo dentro da aliança partidária que o apoia, abrindo-se espaços que começam a ser preenchidos por nomes alheios ao seu meio.

            Formadores de opinião da sociedade começam a especular sobre dois importantes nomes, como pré-candidatos. Dalton Gadelha da UNIFACISA, que está dando uma grande contribuição para a cidade se tornar um polo regional de educação e saúde, e o médico Geraldo Medeiros, consagrado como excelente gestor na área da saúde pública, probo – acima de qualquer suspeita – distante das investigações que apuram os desvios da “operação calvário”, praticados pela Cruz Vermelha.

            Na medida em que a administração Romero Rodrigues avança, com conquistas extraordinárias para cidade – destaque-se o fim do déficit habitacional – e a gigantesca obra do complexo habitacional “Aluizio Campos”, paradoxalmente ele se distancia no ranking que elenca as principais lideranças políticas do Estado. Nestes últimos sete anos, tenta enxergar no empoeirado retrovisor de sua trajetória, onde “se apeou” o seu líder,  ex-senador Cássio Cunha Lima, com duas derrotas consecutivas: 2014/2018.

A queda brutal da popularidade do deputado federal Pedro Cunha Lima; reeleição “suada” de seu contraparente Tovar; Daniella Ribeiro suplantando Cássio na Rainha da Borborema (?) absurdo! Bruno Cunha Lima sendo derrotado por Edna para câmara dos deputados… Acrescente-se ainda, baixas inestimáveis registradas por deserção do valente exercito que compunham a “Legião de Honra” do Ronaldismo/Cassista.

 Dalton Gadelha, despido de ambições ou projetos políticos, está no comando do maior empreendimento da cidade: UNIFACISA. Concluirá até o inicio de 2020, um dos mais bem equipado hospital do país, com tecnologia de última geração. Profissionais vindos do exterior, através de cooperação técnica/científica – objeto de convênios celebrados com os grandes centros de pesquisas da área médica – propiciará um  intercâmbio com o centro médico da UNIFACISA, cujo curso de Medicina recebe “cinco estrelas” do MEC, posicionando-se acima ou a frente da UFCG e UFPB. Não se sabe em qual legenda Dalton pertence – muito menos se é filiado a algum partido – nem se aceitará disputar as eleições de 2020. Porém, seu nome desponta como forte candidato.

Quanto a Geraldo Medeiros é o nome ideal para o governador João Azevedo. Não tem a rejeição do senador Veneziano, e está apto a conquistar o eleitorado do ex-cabeludo. Abre inclusive à perspectiva de acomodar o atual vice-prefeito Enivaldo Ribeiro – que pode ser candidato à reeleição – trazendo para seu palanque a senadora Daniella Ribeiro e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que têm interesse em se aproximar do governo do estado, fortalecendo a aliança que apoia João Azevedo.

Finalmente, Romero Rodrigues sai com quem? Félix Araújo Neto?

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Operação Calvário:
O SILÊNCIO SEPULCRAL DO TRE-PB

Desde as primeiras diligências da “Operação Calvário”, investigação hoje merecedora de elogios ao GAECO-PB – que inúmeras vezes criticamos sua lentidão, confrontando com a agilidade do GAECO-RN – a Paraíba espera uma reação do TRE-PB, manifestando-se sobre duas dezenas de ações ajuizadas pelas coligações derrotadas em 2018, todas acusando o PSB de praticar abuso do poder econômico e o ex-governador Ricardo Coutinho pelo uso da máquina pública em favor de seu candidato.
O TRE-PB tem um comportamento estranho. Nunca deu “provimento” a uma ação eleitoral contra o ex-governador José Maranhão, desde o imbróglio das convenções que derrotaram o então senador Ronaldo Cunha Lima nas convenções do PMDB de 1988. As ações contra o ex-governador Ricardo Coutinho se arrastaram por longos quatro e oito anos para serem julgadas. Uma foi parar no TSE, cujo julgamento envergonhou a nação. O Ministro Relator demonstrou claramente que não leu o processo. Discorreu sobre sua passagem pela Justiça Federal na Paraíba, e seu saudosismo deste período (?).
Contra Veneziano Vital do Rego – então prefeito de Campina Grande – o descaso com a lei passou dos limites. Algo jamais visto em nenhuma Corte de Justiça, a não ser em Tribunais de Exceções, quando o réu vai apenas ouvir o veredicto formal do que já foi decidido. Atropelaram até o Regimento da Corte. A Sessão se iniciou e o Juiz Relator votou pela cassação do mandato do então prefeito Veneziano Vital do Rego reeleito em 2008, exibindo farta materialidade de provas que atestavam abuso do poder econômico e uso da máquina. Foi seguido por mais dois desembargadores.
Quando o quarto Desembargador se preparava para pronunciar seu voto, decidindo a cassação, o presidente da Corte – que só vota em caso de empate – se antecipou e pediu vistas. Duas sessões seguintes, a Corte volta a se reunir e o Relator mudou seu voto – posicionando- se contra a cassação – e foi seguido por todos (até pelo presidente) que fez questão de votar. Em apenas sete dias, reverteram um 3×0, em 7×0. A gravidade dos fatos trouxe a então Ministra Eliana Calmon, presidente do CNJ a Paraíba, para exigir uma correição sobre o episódio, logo arquivado pelo TJ-PB.
O saudoso Tribuno Vital do Rego sempre mencionava com certa insipidez, a “politização” instalada nos TRE e no TSE, Corte que ajudou na sua formatação, Constituição de 1988. Este comentário ganhou ênfase por ocasião da cassação do mandato do ex-governador Cássio Cunha Lima, ocorrido dentro de um rito de celeridade sem precedentes na história, numa única sessão de cinco horas de duração.
Oito meses após sua posse, Cássio Cunha Lima teve seu mandato cassado pelo TRE-PB. Sua permanecia no governo, por pouco mais de um ano, deveu-se a inúmeros embargos da defesa e pedido de vistas dos Ministros (TSE). O saudoso Tribuno, que foi participar como convidado da sessão de julgamento do TRE-PB confessou-me seu estarrecimento com o comportamento excêntrico da Corte, a partir de seu presidente, que queria empossar após o encerramento e cassação, o então Senador José Maranhão, antes da publicação dos acórdãos e notificação do cassado, assegurando-lhes o direito constitucional da “ampla defesa”.
Todas as delações feitas até agora pelos investigados da “Operação Calvário”, se reportam diretamente a caixa dois e propinas destinadas para compra de votos nas eleições de 2018. A Cruz Vermelha registra desembolso de 200 milhões de reais, dinheiro que desequilibraria uma campanha presidencial, imagine uma eleição para governo. O nome de João Azevedo ainda não foi citado. Em nossa opinião, talvez jamais seja. Ele poderia até  suspeitar o que estava acontecendo em seu derredor. Mas, dá ou receber dinheiro, não cabe dentro da moldura do seu perfil.
O conteúdo de todas estas delações está sendo encaminhado ao Ministério Público Eleitoral? Elas se constituem em provas, preenchendo lacunas das denuncias feitas pelas coligações derrotadas em 2018. O que ainda espera o TRE-PB para fazer estes processos andarem? Todos ainda dormitam no protocolo, aguardando despachos e designação de Relatores. Enquanto isto, quinto Constitucional, afia facas e garfos para o grande banquete.

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A REVANCHE ALEXANDRE DE MORAES É A SALVAÇÃO DO STF

O ex-presidente Michel Temer, logo após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, se preparou para ser reeleito no cargo. Gozando de popularidade momentânea imposta pela grande mídia nacional, era festejado pelo Congresso, STF; STJ. Mas, esqueceu a PGR (Procuradoria Geral da Repúbica) e a figura polêmica de seu titular Rodrigo Janot, escudeiro e protetor do MPF, patrocinador da operação Lava-Jato.

O inesperado e fatídico acidente (?) que culminou na morte do Ministro Teori Zavascki (STF), deu a oportunidade para Michel Temer escolher o sucessor. Optou pelo “tucano” Alexandre de Moraes, ex-secretário de segurança pública do governo Geraldo Alckmin, indicado Ministro da Justiça e Segurança Pública no início do governo Temer pela bancada do PSDB, que o escalou para importante missão de limitar as investigações da lava-jato, restringindo-as no âmbito do PT. Nada de avançar contra o PSDB, PMDB; PP… Com o PT “desalojado” do Planalto Central, criar-se-ia uma agenda de “revezamento do poder”. Senado, Câmara e Presidência da República estavam sob o comando do PMDB: Renan, Eduardo Cunha e Michel Temer. PSDB foi convidado para sentar a mesa, na condição de reciprocidade: apoio no Congresso Nacional. Tudo acertado, mas, esqueceu-se de consultar Rodrigo Janot.

Quem ouviu, assistiu ou leu atentamente o discurso de posse de Rodrigo Janot, não se enganou com os desdobramentos da operação lava-jato e outros atos ousados como a delação dos irmãos Batistas (JBS), primeira denuncia contra o ex-presidente Michel Temer por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução a justiça. Na sequencia, prisões de ex-ministros – até então “insuspeitos” – e honoráveis lideranças políticas, que aparentemente sugeria respeitabilidade incontestável. Homens grisalhos, com dezenas de anos na vida pública, foram algemados e encarcerados como ladrões, quadrilheiros e bandidos da pior espécie.

Quando esteve como Ministro da Justiça e Segurança Pública, Alexandre de Moraes tinha o controle da Força de Segurança Nacional, Polícia Federal e Advocacia Geral da União (AGU). Seu papel era “estreitar” o relacionamento com o STF e “engessar” a PGR, matando por asfixia a operação lava-jato. Ex-presidente Michel Temer navegava em “mar de Almirante”… Em apenas onze meses, Alexandre de Moraes teve seu nome indicado para o STF, apoiado pelos ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Luiz Fux, que enfrentaram publicamente a oposição de alguns parlamentares, criticando a indicação como “partidária”.

Não se sabe se Alexandre de Moraes tentou cumprir a parte mais difícil de sua incumbência: propor a recondução de Rodrigo Janot na PGR, em troca, sepultar à lava-jato. Talvez lhes tenha faltado coragem ou oportunidade. Mal se sentou na cadeira (STF), veio à surpresa: pedido de prisão de Eduardo Cunha, Moreira Franco; Eliseu Padilha; Gedel Vieira Lima; denuncias contra Aécio Neves; Aluisio Nunes; prisão da irmã de Aécio Neves; Michel Temer apontado – em segunda denuncia – como chefe de organização criminosa, após delação do doleiro Lúcio Funaro. O mundo ruiu. Não era só o PT que roubava, segundo Janot e a PGR, eram quase todas as legendas.

O que fazer para conter Janot? Quando tomou conhecimento que não seria reconduzido por mais dois anos, concedeu entrevista e foi claro: “enquanto houver bambu, teremos flechas”. Ex-presidente Michel Temer escolheu uma opositora do Procurador Geral: Raquel Dodge. Entretanto, os estragos feitos pelo “bombardeio” de Janot, popularizou a lava-jato transformando-a na única instituição justiceira do país. Notabilizou a coragem do Juiz Sérgio Moro, hoje herói nacional. E, provocou uma reviravolta no mundo político, culminando na eleição do presidente Jair Bolsonaro. Não esqueçamos que, se ao invés de Rodrigo Janot estivesse na PGR um Sepúlveda Pertence, não existiria lava-jato, Sérgio Moro e Jair Bolsonaro.

Um fato que ocorreu em 2017 – Janot ter desejado assassinar Gilmar Mendes – narrado e confessado em áudio dois anos depois, ser merecedor de uma reação tão forte como a do Ministro Alexandre de Morais, causou perplexidade e medo em todo o país. Principalmente após o Senado ter coibido – através da Lei de Abuso de Autoridade – atos arbitrários deste tipo, inimaginável ser cometido contra alguém que tem Foro Privilegiado. Invadir o apartamento de um Procurador da República, sem denúncia e sequer um Boletim de Ocorrência! Apreender sua arma – posse e porte garantidos pela Constituição – e o mais grave: levar seu computador? Qual a finalidade da apreensão do computador? Ele põe em ameaça a vida de Gilmar Mendes ou a existência do STF? A vingança foi explicitada de forma tão clara e indiscutível, semelhante a “batom na cueca”. O que não se esperava era a precaução de apreender o computador de Janot.

A última manifestação do Ministro Barroso – voto vencido contra o perdão ao crime do colarinho branco – defendido por seus pares da Corte, reforçou seu argumento historiando passo a passo todos os atos orquestrados pelo STF, para acabar com a lava-jato. Mostrou que país está em rota de colisão frontal com suas instituições e o desastre é inevitável. Não dá para esperar mais três longos anos por uma nova eleição.

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ANO VINDOURO QUAL O PALANQUE DE RICARDO?

            Desde o final do governo Buriti (I), que todo “ex” é considerado um governador em férias. Começou com o próprio Buriti, que retornou depois de quatro anos (1986), rompido com o candidato que elegera (Wilson Braga) e a máquina do Estado no comando de Milton Cabral. Derrotou Marcondes Gadelha e o próprio Braga para o Senado. Este resultado acachapante, não tirou do homem do Canaã o status de “governador em féria”. Nas eleições de 1990 – a primeira com dois turnos – venceu no primeiro para Ronaldo Cunha Lima. As alianças para o segundo o derrotaram.

            Ronaldo, Maranhão e Cássio, todos ocuparam a posição de “governador em férias”. Ganhando ou perdendo – as disputas sempre foram renhidas – o embate se inicia a partir das eleições municipais dois anos antes. Hora de mostrar força política nos principais colégios eleitorais, especialmente na “espinha dorsal” do Estado: Cabedelo, João Pessoa; Guarabira; Campina Grande; Patos; Sousa e Cajazeiras. A oposição sempre vencia nestes redutos, turbinando a candidatura do “governador em férias”.

            Passaram-se apenas oito meses – fora do governo – Ricardo Coutinho surpreende a todos, por ser o primeiro ex-governador a atingir sua compulsória na vida pública, sem chances sequer de ser considerado mais um “governador em férias”. Previmos neste espaço, que a lua de mel entre um “ex” e seu sucessor, nunca completa o primeiro aniversário. Extraordinariamente, só no caso de José Maranhão que era vice de Antônio Mariz. Ambos não tinham “bases”, nem quadros políticos. Mariz não teve tempo de formar sua equipe. Maranhão deixou Ronaldo – no Senado Federal – governar por quase três anos. O único remanescente da equipe de Mariz, Mário Silveira – após o episodio do Clube Campestre – foi quem criou a estrutura para enfrentar Ronaldo, não através das urnas, mas, em duas convenções partidárias (PMDB 1998).

            Combatendo em diversas frentes – criadas por ele mesmo – Ricardo Coutinho já sinaliza desespero, ao perceber que pode se tornar algo tão excêntrico na história política da Paraíba, quanto a sua imprevista eleição para a PMJP em 2004. O efeito “fermento” que deu robustez a sua trajetória até 2018 foi trocado por pela formula “sonrisal”. Sua liderança alicerçada no medo – usada de forma intimidatória – provocou uma debandada no núcleo girassol estranhamente movida pelo sentimento de “alforria” (?). Dissolveu-se no governo, na ALPB; e se diluiu em sua própria legenda, PSB.

A crônica política especula que irá liderar as oposições, divididas pelo abandono do ex-senador Cássio Cunha Lima e a inapetência do senador José Maranhão. Mas, como fará isto? Ser oposição ao governo que ele elegeu e esteve lá até noventa dias atrás? Desqualificam-se suas duas gestões. João Azevedo é continuísmo em obras, serviços e ações, em expansão, concebidas pelo próprio Ricardo.

Recomeçar se elegendo novamente prefeito da Capital? Falta-lhes o principal: discurso. Enfrentar duas máquinas? PMJP e governo do Estado? Seria um ato de ousadia inimaginável. Já sofreu duas derrotas consecutivas para os irmãos Cartaxos. A operação Calvário – calcanhar de Aquiles – não tem data e hora para terminar. E, quem subirá no seu palanque? Alias, em que palanque ele estará? Como ensina algumas correntes filosóficas, os “ativos” (fortes) sempre são derrotados pelos “reativos” (fracos). Ricardo superestimou a si mesmo, e subestimou valores de todos que o cercavam.

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Manifestação em Monteiro:
RICARDO COUTINHO AVISTA DECLÍNIO DE SUA LIDERANÇA

Em tempos de internet e a velocidade de suas informações, os políticos começam a se perderem ao medir seu prestigio, iludidos pela mídia tradicional que ora vende o que não dispõe mais na prateleira: credibilidade. Ricardo Coutinho – endeusado desde 2004 pelos plantonistas da comunicação oportuna – acreditou que era tão insuperável, quanto o notabilizaram seus assessores de comunicações e marqueteiros. Elegeram-no como guia de um povo, que por múltiplas razões o consagraram em triunfos extraordinárias. Os métodos? Pouco importa. Em guerras, à ética é pisoteada pelo cego propósito de vitória.

O comício ontem na cidade de Monteiro – evento marcado por um fiasco sem precedentes – deve ser considerado como o primeiro, dos seus piores momentos da vida pública, de outros que ainda poderão advir, resultado de um conjunto e erros e abusos praticados pelo próprio Ricardo Coutinho. Que imagem levou Fernand Haddad, Gleisi Hoffmann; o filho de Eduardo Campos e outros parlamentares petistas do nordeste, daquele que se propunha assumir uma liderança nacional na campanha Lula Livre, e no combate direto ao presidente Jair Bolsonaro?

Inaceitável foi à maneira como enganaram os pouquíssimos presentes. Os locutores anunciavam: “daqui a pouco, presença do governador e sua comitiva”, subtendendo-se que seria João Azevedo. Quando Ricardo Coutinho chegou, os locutores continuaram: “acaba de chegar o governador Ricardo Coutinho” (?). Senador Veneziano Vital do Rego estava num restaurante na entrada da cidade, certamente esperado João Azevedo. Alguém deve ter ligado para ele. Apressou seu almoço e partiu. Do palanque os locutores anunciavam seu nome, mas, lá não apareceu. Da cidade de Monteiro talvez tivesse 100 pessoas. O resto veio nas caravanas de Ônibus.

Arrogância e prepotência são vícios adquiridos na longevidade do poder. O modo como o ex-governador Ricardo Coutinho passou a tratar seu sucessor, foi algo tão abominável pela população, que chegou a comover até a insensível classe política composta pelos que cercavam e se abrigavam na mesma legenda do “socialista”. João Azevedo recebeu apenas as chaves da granja Santana. Na visão de Ricardo e seus asseclas, já estava de bom tamanho. Tudo continuaria como d’antes. Que loucura!

A deserção de Monteiro foi mais uma vitoria de João Azevedo, que não entrou na briga e jamais procurou este tipo de enfrentamento. Seguiu Ricardo Coutinho desde os tempos de prefeito da Capital, despido de qualquer ambição política. Foi tão sincero e correto, que terminou sendo escolhido como candidato de “confiança” do ex-governador. Será que cofundiram sinceridade com ingenuidade? Talvez equivocadamente sim, já que a figura de João é desprovida de vaidade.

Alguns saudosistas da era “Ricardista” querem atribuir o fracasso de Monteiro a falta do “poder de caneta”. Neste caso, Ricardo nunca foi um líder. Antes da “caneta” ele sozinho – como vereador – juntava mais gente. Por que não se observa o evento sob outro prisma? Operação Calvário, por exemplo. No palanque, exceção feita apenas ao filho de Eduardo Campos, a constelação era de estrelas cadentes: todos respondem a processos por corrupção, formação de quadrilha… O povo está mudando seus conceitos sobre lideranças, paradoxalmente “mitificadas” por eles mesmos. Os tempos são outros, que o diga Ricardo Coutinho hoje, após o inesquecível “momento de Monteiro”.

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DESTERRO DOS GIRASSÓIS

            Ex-governador Ricardo Coutinho – professor da área de Saúde da UFPB – demonstra profunda desprezo ou ignorância pela história, ao desaperceber que o futuro sempre esteve no passado. Os eventos se repetem em forma de espiral, e as lideranças se esgotam em si mesmo, nos limites da mediocridade permeada pela vaidade exacerbada. Perder uma disputa pelo comando de sua própria legenda (PSB)?  Quem não tem a capacidade de liderar seu próprio exército, perde as dragonas que carrega sobre os ombros e o respeito da tropa.

            Humildade é a palavra mais pronunciada pelos políticos, muito embora (paradoxalmente) poucos a exerçam na pratica, ou interpretem seu real significado. Poder não se transfere, se conquista. Não importa os métodos, carisma ou sorte de João Azevedo – mesmo que os “girassóis” o considerem “cria” do ex-governador Ricardo Coutinho – são inquestionáveis suas conquistas, a partir da escolha do seu nome como candidato do PSB ao governo do Estado em 2018. Derrotar em primeiro turno dois opositores de peso, não é tarefa fácil. Um representando o PSDB, apoiado pelo ex-senador Cássio Cunha Lima, prefeito da Capital; prefeito de Campina Grande… O outro, senador da república, ex-governador que já comandou três vezes os destinos da Paraíba. Nem o próprio Ricardo, nos seus melhores dias, conseguiu tamanha façanha.

            Na história de todas as civilizações, o poder sempre foi “piramidal”. Roma no auge de sua expansão – período republicano – até que tentou modificar este método, criando um Triunvirato. Não funcionou. Ex-governador Ricardo Coutinho, quando passou o “bastão” para João Azevedo, foi aconselhado pela maioria dos seus amigos “mergulhar” temporariamente, e deixar seu sucessor “tocar o barco”. Experimentar as primeiras tempestades, criar seu próprio estilo e tomar gosto pela governança. Nos momentos difíceis, necessariamente o procuraria para contemporizar as “meditas” na aliança partidária que sustentaria a governabilidade. Isto era o obvio e o mais prudente. Mas, a vaidade, alimentada pela bajulação midiático-palaciana o transformou num árbitro do governo. Uma “Eminência Parda” que de “fato” governava até quem de “direito” ocupava o cargo governador. João Azevedo foi muito tolerante…

            Ricardo Coutinho começou a arrostar de forma autoritária o governo federal – legitimamente eleito pelo povo – que já não suportava mais o PT e a quadrilha composta por seu séquito de aliados. Postura que obstruía os caminhos de João Azevedo na busca de apoio financeiro para sua gestão. Difícil… Em seguida, “Operação Calvário” prende por corrupção e formação de quadrilha a supersecretária Livânia Farias. A Paraíba descobre que a Secretária de Finanças do Governo do Estado era a “companheira” do ex-governador Ricardo Coutinho. Boquiaberto, o povão estarrecido indagava: João Azevedo é mesmo governador?

Gilberto Carneiro – General quatro estrelas das tropas “Ricardistas” se afasta voluntariamente, após sua “imediata” ser presa. Neste caso, só restou ao governador João Azevedo a alternativa “Djalma Marinho”*: “ao Rei tudo, menos a honra”. Com ou sem delações que o envolva no desvio constatado de 200 milhões de reais, a imagem de Ricardo Coutinho desgastou-se rapidamente, ao ponto de perder o respeito e prestígio da maioria dos diretorianos da legenda que o abriga. Sua ira foi punir Edvaldo Rosas, presidente do PSB: destituí-o de forma ilegítima e por um ato de força da executiva nacional. Um verdadeiro absurdo praticado por quem defende a democracia.

Apesar de ter um semblante arrogante, prepotente, Edvaldo Rosas demonstrou que sabe o significado da palavra “humildade”. Foi o “carregador de piano” do PSB e Escudeiro Mor de Ricardo Coutinho desde seu primeiro mandato como prefeito de João Pessoa. Considerado como da “cozinha” de Ricardo, Edvaldo desde 2004 que prepara banquetes para receber convidados que querem sentar a mesa de jantar do poder: Gervásio Maia, Adriano Galdino; Ricardo Barbosa; Efraim pai e filho; família Mota de Patos; Veneziano Vital do Rego… Para ele, a refeição viria das sobras, ou se serviria após os convivas sentirem-se regalados. Candidatou-se a deputado federal, perdeu. Estadual, idem. Nunca ocupou um espaço de prestígio no primeiro escalão da era “Ricardista”. Viu todos seus adversários de outrora atropelarem-no, por ser absolutamente invisível dentro do poder, e para quem servia. A vingança é um prato frio… Represálias são atos absolutamente necessários e indispensáveis no mundo político. Afinal, com quem Edvaldo Rosas aprendeu? Com aquele que traiu Nadja e Herbert Palitot, Luciano Agra; Roseana Meira; Nonato Bandeira…

*Djalma Marinho – deputado federal do Rio Grande do Norte, udenista depois arenista. Líder do governo na câmara, quando estourou a bronca dos militares, pedindo licença para processar Márcio Moreira Alves. Jornalista e deputado federal que fez um artigo bobo, pedindo às moças que não dançassem a valsa com os cadetes formando no baile da AMAN. Este episódio culminou no fechamento do Congresso e cassação de vários parlamentares, lista encabelada por Mário Covas. Na hora de votar, Djalma fez um rápido pronunciamento sobre sua lealdade. Mas, no final votou contra os militares e justificou: “ao Rei tudo, menos a honra”. Não foi punido nem cassado.

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DECISÃO ESTÁ NAS MÃOS DO SECRETÁRIO ROGÉRIO MARINHO 

            Desde o ano de 2008 que escrevemos sobre a OAB, os conflitos jurisdicionais absurdos e ilegais que mantêm a instituição, como “filtro” para atestar a capacidade de trabalho e atuação dos Bacharéis diplomados pelo MEC. Combatemos também sua intromissão “politiqueira”, indevida, descabida e absurda, nas discussões dos grandes temas Republicanos de competência dos três poderes. Comportam-se como se fossem um quarto poder, mesmo diante de sua ilegitimidade. A OAB foi extinta no ano de 1991, pelo Decreto nº 11*, que revogou o Decreto 19.408 de 18 de novembro de 1930.

Atualmente existem mais de dois milhões de Bacharéis em Ciência Jurídicas – diplomados pelo MEC – que foram selecionados para ingressarem na Faculdade de Direito através de vestibular ou do Enem – impedidos de exercerem sua profissão. Frustrados? Bem pior que isto! São vítimas de um conluio que age como cartel, para controlar a livre concorrência no mercado de trabalho. Não é fácil concluir um curso com 10 períodos semestrais, cumprindo calendário de provas mensalmente aplicadas – testando o nível de conhecimento adquirido em cada matéria estudada – e ao final da extenuante jornada, com o “canudo” na mão, ficar impedido de trabalhar. Exige-se outra prova (Exame da Ordem) para adquirirem apenas uma carteira. Absurdo! Médico recebe o diploma, vai ao CRM, onde lhes conferem um número cadastral, confecciona seu “carimbo” e começa a clinicar imediatamente. O mesmo acontece com todas as demais profissões: engenheiros, dentistas; enfermeiros; professores…

Ao admitir o exame da OAB, o Estado está mentindo ou ludibriando o estudante de Direito desde 1994? Segundo a Carta Magna, é competência exclusiva do Ministério da Educação, o direito e dever de diplomar estudantes, através dos cursos ofertados pela instituição que formata suas grades curriculares de aprendizado e ensino. Por que o MEC nunca deu um basta no abuso que vem sendo cometido há 15 anos pela OAB? Uma entidade classista, corporativista que se “agarra” a um Estatuto incoerente e posiciona-se acima da Constituição? A OAB atropela não só o MEC, mas o Ministério do Trabalho (hoje Secretaria) que considera Advogado, o profissional diplomado por uma Faculdade que tenha a chancela do MEC, não de uma entidade cuja responsabilidade se limitada na fiscalização de conduta.

Um dos três pilares da nossa República é o Poder Judiciário, representado pelo colegiado do STF – Superior Tribunal Federal. Para ser Ministro do STF, não precisa ser advogado, muito menos ter a “carteira” da OAB. A Constituição exige apenas “notável saber jurídico”. Ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa não tinha carteira da OAB. Ao se aposentar exigiu sua carteia, e a OAB emitiu (?). Como? A lei não vale para todos? Por que dispensaram o ex-ministro de fazer o Exame da Ordem?

Durante toda sua existência, a OAB só se posicionou apenas duas vezes em defesa da cidadania e do Estado de Direito. Em 1969, após o recrudescimento do regime militar com a promulgação do AI-5 – que despia o cidadão de garantias individuais – introduziu a “Censura Prévia” e limitou os direitos de expressão e manifestações, e em 1984 na campanha das “Diretas Já”. PEC do deputado federal Dante de Oliveira, que defendia eleições diretas para Presidência da República. Entretanto a OAB se mostra contraditória, por nunca ter realizado eleições diretas para eleger seu próprio presidente.

A luz no fim do túnel para os Bacharéis vitimados pela tirania da OAB foi à reforma trabalhista (2017) e a eleição do presidente Bolsonaro. A extinção do Ministério do Trabalho e uma nova política para Sindicatos e Conselhos Classistas que será implantada pelo Secretário Rogério Marinho, amplia mais as possibilidades de por um fim nesta abissal ilegalidade do Exame da Ordem. O corajoso Ministro da Educação Abraham Weintraub precisa ser provocado e entrar em cena, para decidir se o estudante de Direito deve ser diplomado pelo MEC, ou simplesmente se preparar como autodidata (rábula) e fazer o exame da Ordem para ser Advogado.

Antes que esqueçamos, o “caixa” da OAB deve ser auditado pelo TCU a pedido do MEC. Desde 1994 que cobram uma taxa caríssima de inscrição para o exame ou prova da Ordem. São bilhões de reais entesourados, de origem e destino questionável. O MEC autorizou a OAB fazer este exame? Quem elabora estas provas, pertence aos quadros da Secretaria de Ensino Superior do MEC, que abona a grade curricular do curso de Direito? Neste caso, a OAB se apropriou indevidamente de recursos que podem ser confiscados pelo MEC em ação patrocinada pela Advocacia Geral da União.

*Decreto nº 11 de 18 de janeiro de 1991, extinguiu a Ordem dos Advogados do Brasil como Autarquia vinculada ao Poder Judiciário, responsável por fiscalizar o exercício da profissão de Advogado no Brasil, criada pelo Decreto 19.480 de 18 de novembro de 1930, ato do Presidente da Junta Governativa Revolucionária de 1930 (Ditadura Vargas). Quando uma Lei é extinta, os efeitos que ela provoca só voltam a valer se houver repristinação. Para maiores detalhes e amplo esclarecimento, conferir o link https://jus.com.br/artigos/64547/oab-uma-autarquia-que-foi-extinta-em-1991

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Escândalo da Merenda:

A BUROCRACIA FORMA QUADRILHAS

            O ex-prefeito de Campina Grande, Williams de Souza Arruda – eleito vice de Newton Rique, cassado em 1964 – antes de concluir seu mandato publicou um aviso nos jornais e emissoras de rádio comunicando que quem tivesse débito a receber do município, se dirigisse a seu gabinete para recebê-lo. Bons e saudáveis tempos… Onde os gestores não eram obrigados a seguirem leis, decretos nem portarias sobre sua conduta administrativa. Só deviam satisfações a Câmara Municipal, a quem caberia aprovar ou não suas contas.

            Williams de Souza Arruda recebia dos Secretários o pedido de compra de materiais e insumos, e ele mesmo ia fazer as compras. Percorria a Rua João Pessoa, Feira Central e centro da cidade, onde o preço fosse mais barato, comprava, pedia a nota fiscal e pagava na hora com um cheque da PMCG. Não existia possibilidade de corrupção. Poderia até ocorrer desvio de materiais no almoxarifado, mas, logo que detectado o responsável era preso e demitido por justa causa. Infelizmente, nos anos 70 o Governo Federal se deparou com casos da corrupção, pelo tamanho do Estado que estava se agigantando, e a administração que aos poucos foi sendo descentralizada. Criou-se então a necessidade de uma lei, com conjunto de regras para compra e aquisição de materiais e equipamentos, sobretudo contratação de obra de engenharia: Decreto Lei 200. Um modelo simples e eficaz, semelhante ao dos Estados Unidos. Os órgãos tinham uma lista de preços, a Comissão de Licitação divulgava o edital, e venceria quem mais se aproximasse do preço oferecido pelo órgão licitante, que permitia uma oscilação de 10%, para mais ou para menos.

            Enquanto vigorou este decreto – substituído por outro pelo presidente FHC – não ocorreram casos de superfaturamentos. Mas, a formação de “times das licitações” foi inevitável. As exigências burocráticas foram aumentando, os editais começaram a enxertar exigências esdrúxulas – não havia garantia de pontualidade dos pagamentos – fato que levou a maioria das grandes empresas abandonarem os certames. A Lei em vigor que vem de FHC afastou todos definitivamente, e só permaneceu quem era do “ramo”. Para fornecer mil toneladas de alimentos, basta ter um escritório em casa, uma firma registrada com Capital Social que atenda as exigências do edital, cerca de 40 certidões atualizadas. Não precisa de galpões, estoques ou armazenamento. Quem vence as licitações, compra onde bem quer e entende, e entrega no Almoxarifado destinado. Atestada a nota, aguarda o pagamento, fazendo promessas com todos os Santos e prometendo vantagem a funcionários corruptos – em postos exigidos pela burocracia – para que ponha seu processo em andamento. Com muita sorte, amizade e propina (em alguns casos), do dia da licitação até receber o dinheiro são no mínimo 120 dias. Quem criou tudo isto? O empreguismo político, os Tribunais de Contas; os órgãos de fiscalização e controle que em nada ajudam – só atrapalham – e criam espaço para que prospere a corrupção.

            Se fosse aos tempos de Williams Arruda, a Secretária de Educação da PMCG jamais teria sido presa. Nem Romero Rodrigues passaria pelo vexame ou dissabor das críticas politiqueiras, que nestas ocasiões se “alopram” e confundem a população desinformada. Ao assumir o Governo do Estado da Paraíba no ano de 2003, Cássio Cunha Lima se deparou com o inesperado. A barragem de Camará, com a metade de sua capacidade tinha rompido, causando prejuízos até hoje incalculáveis á população, e para o governo federal, algumas dezenas de milhões de reais. Quem foi o culpado? Não se sabe, nunca apareceu. José Maranhão disse que entregou a obra, poucos dias antes de deixar o governo. Cássio não tinha culpa porque a garantia do Construtor é de cinco anos. O processo ainda “rola” na Justiça, outra obra foi construída, e não apareceram responsáveis. De fato e sob o ponto de vista lógico, quem deveria ser punida era a burocracia. João Agripino em seu governo – mesmo período de Williams Arruda era prefeito – construiu a BR 230. Quem vistoriava a obra era ele – em pessoa – antes de liberar o pagamento das medições. Se algo de errado acontecesse, era o único responsável, como Williams Arruda no caso de PMCG. O povo conhece um processo licitatório? Claro que não. Está na hora de começarmos a lutar para derrubar esta burocracia infernal, que inexiste em regimes democráticos, são úteis em regimes de força, nas ditaduras ou autocracias.

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Reforma da Previdência:

CÂMARA DOS DEPUTADOS VAI COBRAR A CONTA

            A alegria do povo em saber que foram as ruas e conquistaram a reforma da previdência, foi frustrado antes da votação de ontem, pela entrevista publicada no site O Antagonista, concedida pelo presidente da câmara Rodrigo Maia. Um detalhe simples, (imperceptível) revelou mais uma vez que a história não erra: é impossível uma mudança sem rupturas. Não se faz omeletes sem quebrar ovos.

            Acompanhamos todos os passos do deputado federal Rodrigo Maia, após a última manifestação que referendou nas avenidas e praças públicas do país – mais uma vez – a vontade popular da maioria dos brasileiros em fazer a Reforma da Previdência, apoiar o pacote anticrime do Juiz Sérgio Moro e manter a operação lava-jato. Por mais que disfarçasse sua revolta contra estes movimentos cívicos, Rodrigo Maia não conseguia esconder seu desprezo pela identificação de o governo do presidente Jair Bolsonaro, com os anseios da nação. Psicótico, continua crendo que a câmara dos deputados é soberana, e que em algum momento, o governo cederá a seus caprichos.

             Rodrigo Maia isolou-se do Ministro Paulo Guedes, por ter demitido o “homem função” Joaquim Levy, que prestou serviços ao Bradesco, governo de Sérgio Cabral; ex-presidente Dilma Rousseff e FMI, criminosamente desrespeitando a “quarentena”. Só Deus sabe quais foram os “mapas das minas” que deixou por lá, em troca deste emprego. Como ensina um adágio nordestino, Levy “amarra o burro onde o dono manda”. A ira de Rodrigo Maia foi algo tão estapafúrdio, que pegou de surpresa a crônica política: taxou como ato de covardia do Ministro Paulo Gudes e do presidente Jair Bolsonaro (?). Coitado… Triste do poder que não pode. A missão do presidente Bolsonaro é “despetizar” o país e impedir que o comunismo do século XXI se instale em solo guarani. O que pretendia Rodrigo Maia com Joaquim Levy no BNDES?

            A votação de ontem do projeto da Reforma da Previdência custará ao governo e o povo brasileiro – inicialmente – um bilhão de reais. Claro que Bolsonaro nada sabe sobre esta conta. Mas, Rodrigo Maia ontem na entrevista ao site O Antagonista revelou o preço para por em Plenário, 510 deputados. Vão aumentar o Fundo Eleitoral em um bilhão de reais. Saltará de 2,7 bilhões para 3,7 bilhões. Isto sem levar-se em conta, quase um bilhão que é destinado anualmente aos partidos políticos, como Fundo Partidário. Assumindo os destinos do Brasil, o Congresso através da OCRIM “Centrão” legislará doravante, em causa própria. O povo que se dane.

            Ontem no twitter, abrimos esta discussão ou debate: Por que o povo tem que pagar a candidatos e financiar suas campanhas? Um dos melhores negócios do mundo é ser presidente de um partido político no Brasil. Por mais inexpressivo que seja a sigla, recebe dez milhões de reais por ano, dinheiro “rachado” com meia dúzia de meliantes da política. O que vimos nas eleições do ano passado foram “laranjas” atestando despesas milionárias e obtendo 100 votos. Notas frias, recibos falsos, desvios através de doações de assalariados… Um roubo descarado do suado dinheiro do contribuinte.

Esta gente (Centrão) é bandida em nada difere de Macolla, Nem ou Beira Mar. Só não usam armas de fogo para nos assaltar. Pior, usam a lei e legitimam seus furtos. A maioria dos brasileiros, pouco ou nada sabe sobre o “Fundão Eleitoral” e o Fundo Partidário. Se convocarem um Referendo, todos votarão contra. Infelizmente nos empurraram goela abaixo em 2017, uma legislação abusiva – aproveitando-se da fragilidade do ex-presidente Michel Temer – que não poderia vetá-la, por está vivendo momentos difíceis – evitando sua cassação – com um laço da corda no pescoço, na outra ponta a OCRIM “centrão”. O aumento do “Fundão” será uma nova lei que tem prazo para ser aprovada pela Câmara e Senado: até 30/09/2019 para que possa entrar em vigor nas eleições municipais do ano vindouro. Imaginem os milhares de “picaretas” plantados como candidatos a vereadores e prefeitos, todos “laranjas”. Recebendo a dinheirama e devolvendo aos partidos, que por sua vez, dividirá com os ocupantes da casa do povo, Congresso Nacional. O povo aceitará calado?

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OS PREGOS DA CRUZ VERMELHA

            O percurso do “calvário” para finalizar processo de uma operação que investiga formação de quadrilha, desvio do dinheiro público; corrupção e lavagem de dinheiro na Paraíba – acrescentem-se compra de votos para reeleição de 2014 e eleições de 2018 – alonga seu itinerário, criando rotas com vistas a cansar o público que acompanha o trajeto ou o préstito da justiça. O pachorrento GAECO-PB não esconde mais sua inapetência em dar continuidade ao processo instalado pelo MP do Rio de Janeiro. Antes, já foi inútil em não reagir ao volume de denuncias – desde que a Cruz Vermelha se instalou na Paraíba. O que se constata nesta longa jornada é sua deficiência locomotiva, auditiva e visual. Em nenhum instante ouviu a classe médica ou lideranças políticas. Sua miopia o impediu de ler os pareceres da Procuradoria do TCE. Não deu um único passo, além do solicitado para fechar as investigações solicitadas pelo MP-RJ.

            Prenderam uma ex-secretária de Estado, um motorista e uma adjunta da Procuradoria. Todos já foram liberados. Suscitou-se a possibilidade de delação premiada. Pelo visto não. A colossal burocracia brasileira evidencia que para roubar dinheiro público, tem que existir cumplicidade, que origina “quadrilha”. Toda organização criminosa só funciona com o chefe. Na ocasião da CPI do mensalão, quem assumiu este ônus foi José Dirceu, blindando Lula. Muitos acreditaram que o ex-presidente tinha sido vítima de traição da confiança. O tempo mostrou o contrário: ambos estão trancafiados. Por que na “operação calvário” da Paraíba, a Justiça sequer ousa descobrir quem é o verdadeiro chefe da gang? Todos que foram presos, já estão em liberdade. O processo? Acomodado num armário empoeirado, aguardando prescrição.

            O que ainda resta da crônica política independente, alegava que faltavam os “pregos” para crucificação. Finalmente agora apareceram. Mesmo sem o GAEGO-PB procura-los, ato do governador João Azevedo revelou o exorbitante volume do desvio ao longo de oito anos: Respeitado Jornalista Heron Cid, em sua coluna “Bastidores”, postou no último 03/07/2019 às 15:55: “Sem Cruz Vermelha, Estado economizará 3,7 milhões por mês”. No texto, Heron Cid cita a intervenção no Hospital Senador Humberto Lucena e a substituição da Cruz Vermelha pelo Instituto Acqua (?). A matéria acrescenta que o valor pago a mais, daria para comprar cinco tomógrafos de última geração. Agora as contas fecham… Foram 72 meses, que ao multiplicar-se por 3,7 milhões, totalizam R$ 266,4. Divididos por duas campanhas, chega-se a 133,2 milhões para cada pleito. O voto custando 100 reais per capita, daria para comprar 1 milhão e trezentos mil sufrágios. Isto, sem levar-se em conta a “máquina”, codificados; cargos comissionados… Jamais qualquer adversário venceria o “sistema” Girassol. Se o Instituto Acqua presta o mesmo serviço da Cruz Vermelha, subtraindo 3,7 milhões de reais, fica claro que o valor a mais foi superfaturado. Rastreando o dinheiro, prenderão todos os membros da OCRIM e seu chefe. Resta saber se os paraibanos ainda acreditam que os assaltantes do dinheiro público sejam pelo menos denunciados. Julgados? Talvez nunca. Mídia comprada, comunicadores devendo ao “Empreender”. Sites e blogs subsidiados… Longe do noticiário, o quotidiano dirige o cidadão para temas alhures.

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RIBEIRO E REGO NA DISPUTA MUNICIPAL

            Os últimos acontecimentos da lava-jato, envolvendo o PP, são presságios para noites de angústia e dias de ansiedade para o Clã Ribeiro. Indiciado como réu no STF, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro terá que ter muita fibra, fé e sorte, para escapar incólume de um julgamento realizado por uma Corte com 11 ministros, que vive o seu pior momento de credibilidade na história da Justiça brasileira. Ex-governador Ronaldo Cunha Lima preferiu renunciar, que enfrentar o STF, não por corrupção: tentativa de homicídio contra o ex-governador Tarcísio Buriti. O poeta foi precavido… Pouco tempo depois, os Ministros indicados pelo PT (seis) passando pelo crivo de Zé Dirceu, puseram não só ele na cadeia, mas os grandes símbolos da legenda como José Genoino, Delúbio Soares; da Igreja Evangélica como Bispo Rodrigues… Todos trancafiados na “Papuda” (presídio de Brasília), pelo escândalo do “mensalão”. Vinte e seis, dos trinta e oito denunciados e acusados pela PGR, foram condenados por corrupção ativo/passiva lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Isto nos bons tempos “petistas”, quando a legenda mandava no país – apoiada pela mídia profissional – que “abafou” o quanto pôde blindando o ex-presidente Lula e tratando a notícia de forma seletiva. Se na época as “redes sociais” tivessem o alcance de hoje, Lula teria sido impedido de governar.

            Duas apostas exitosas do pepista Aguinaldo Ribeiro romperam o limite da “ambição”, e se transformaram em “ganância” compulsiva pelo poder. No primeiro mandato como deputado federal, alcançou a vice-liderança do PP. No segundo, Ministro das Cidades. Com impeachment de Dilma Rousseff, líder do governo na câmara dos deputados, e principal cabo eleitoral que elegeu o atual presidente Rodrigo Maia. Em 2018, aumentou o lance, e elegeu sua irmã Senadora da República. Estava convicto que ocuparia qualquer ministério, pouco importando qual fosse o presidente eleito. Mas, foi Bolsonaro… Baixíssimo clero no parlamento, ignorado pelo PP. O “mito” conhece de perto todo o “centrão”. Observou e sempre denunciou às “manobras” para ocuparem espaços e desfrutarem de privilégios do governo central. Perdida no Salão Azul se encontra sua irmã Daniella Ribeiro. Seu partido é o “abre alas” do “centrão”, o mais queimado por toda população brasileira, por obstruir a governabilidade em nome do toma lá, dá cá. A legenda não conseguirá nada da gestão Bolsonaro. Para não encerrar a carreira política no Senado Federal, e ressarcir os custos do investimento em sua campanha feito por seu irmão, Daniella Ribeiro precisará de “poder de caneta”. Disputara ano vindouro o pleito municipal, partindo com uma boa performance: 103.870 obtidos nas urnas de 2018.

            Quanto aos Regos, o destino é semelhante aos Ribeiros. Ministro do TCU ex-senador Vital Filho é réu da lava-jato em Curitiba (primeira instância). Terá mais chances para recorrer de quaisquer decisões desfavoráveis, vantagem que não desfruta Aguinaldo Ribeiro, que será julgado pela última (STF). Acima desta, só a justiça Divina. Mas, o senador Veneziano Vital do Rego que sempre sonhou em ser governador, a passagem pela Prefeitura de Campina Grande é indispensável para alçar este voo. Vive o mesmo dilema de Daniella: está preso a uma legenda “demonizada” pelo governo Bolsonaro: PSB. Que se faça justiça: Veneziano é um “estranho no ninho”. Nunca foi comunista, seus ancestrais não deixaram rastros nos caminhos trilhados pelas esquerdas, e se sente desconfortável em fazer um eventual papel de ridículo, representando um “contrão”. Senador Ney Suassuna – “suporte” de sua vitória – em entrevista radiofônica semana passada, afirmou que existe um acordo para Vené lhes ceder parte de seu mandato. A oportunidade pelo visto, seria logo agora em 2019. Ney tem ligações com o governo Bolsonaro, não esconde sua pretensão em ajudá-lo no Senado Federal. É bom não esquecer, que o Prefeito Romero Rodrigues terá um candidato, quer seja um Cunha Lima ou não. Está muito bem posicionado nas pesquisas de aprovação de sua gestão e sonha também com o governo do estado (2020). A campanha será atípica. Talvez semelhante ao que previu Albert Einstein, numa resposta “quebra queixo” feita por um repórter, após a bomba de Hiroxima: “Como o senhor acha que será a terceira guerra mundial”? Einstein respondeu: “a terceira eu não sei… Sei que a quarta será com pedras e paus”.

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FAVORITISMO DE ROMERO RODRIGUES

            O enigmático mundo político e seus resultados imprevisíveis são semelhantes aos efeitos do futebol ou quadros de guerras. Comummente usa-se “alegorias”, comparando os campos de batalhas e as disputas esportivas, aos inesperados resultados das urnas, na hora da contagem dos votos: sempre surpreendentes.

            O “favoritismo” do candidato (ainda desconhecido) a prefeito de Campina Grande, apoiado por Romero Rodrigues – seja quem for – segundo pesquisas que apontam elevado índice de aprovação da sua gestão, é tão imbatível quanto às duas seleções dirigidas pelo técnico Telê Santana (1982/1986). Mesmo figurando na lista dos melhores técnicos do mundo até 2018, Telê teve duas chances de conquistar o tetra campeonato, na melhor fase craques do nosso futebol. Não conseguiu chegar as finais.

            Romero Rodrigues ainda tem dezoito meses de governo. Hoje já desponta na historia, como um dos melhores gestores da cidade no século XXI, a exemplo de Vergniaud Wanderley e Enivaldo Ribeiro no século XX: ambos expandiram a Rainha da Borborema, modernizaram-na e investiram muito em infraestrutura urbana. Ao se aproximar do final de seu mandato, Romero está deixando Campina Grande cada vez mais bela e apaixonante. Sem uma única favela, e quase toda pavimentada.

            Vergniaud Wanderley governou por duas vezes: 1935/1938 e de 1940 a 1945. Mudou completamente a fisionomia da cidade, construindo novas ruas e avenidas largas, atraindo prosperidade e um crescimento extraordinário, alcançando uma população 141.226 habitante (1945) maior que várias capitais brasileiras da época. Seu prestígio foi reconhecido por toda a Paraíba que o elegeu Senador Constituinte nas eleições de 1947. Enivaldo Ribeiro foi eleito em 1974 e teve seu mandato prorrogado por dois anos. Romero Rodrigues foi eleito 2012 no segundo turno. Reeleito em 2016 no primeiro, com uma maioria esmagadora, sem registros precedentes na memória das disputas eleitorais da cidade. Entretanto, existe algo “anormal” ou “místico” de difícil interpretação ou compreensão da crônica política. Crescendo eleitoralmente desde o segundo turno de 2012, Romero Rodrigues tem uma enorme dificuldade em transferir votos, mesmo para os que lhes iniciaram na vida pública. Seu primo, ex-senador Cássio Cunha Lima foi derrotado para o governo do estado em 2014. Bem, pode ser alegado que a disputa era estadual… Mas, o compartimento da Borborema – 48 cidades no entorno da Capital do trabalho – onde é refletida a imagem do prefeito de Campina Grande, Cássio foi mal… Perdeu na maioria destas cidades que orbitam em torno da Rainha da Borborema.

            Nas eleições de 2018, Cássio Cunha Lima, recorde em gestões como Prefeito de Campina Grande (três veze), duas passagens pela câmara dos deputados; governador do estado reeleito; senador da república que não conseguiu renovar seu mandato, quando o eleitor escolheu outros dois Campinenses em seu lugar: Veneziano Vital do Rego e Daniella Ribeiro. O primeiro (ex-cabeludo) esteve a frente dos destinos de Campina Grande por duas vezes (2004/2008 até 20142), foi deputado federal com uma votação expressiva (2014), porém, em 2016 ao enfrentar Romero Rodrigues, saiu das urnas com um resultado pífio – metade da votação obtida em 2004 – pouco mais de 53 mil votos. Romero Rodrigues ultrapassou os 138 mil sufrágios. Daniella Ribeiro atingiu seu ápice nas eleições municipais de 2012 – não alcançando o segundo turno – recebeu 36 mil votos. O que houve de errado com Romero Rodrigues, que permitiu Daniella Ribeiro ser consagrada campeã de votos em Campina Grande (2018) para o senado, com 103.877 votos? Cássio ficou atrás com quase nove mil votos de diferença (94.560) e Veneziano se recuperou do “tombo” de 2016, crescendo em mais de 21 mil votos (74.485). O mais grave foi o “cochilo” que permitiu o estranho e forasteiro Luís Couto “arrancar” do “Campinismo” 42.204 votos. Tragédia semelhante ao “apagão” da seleção brasileira comandada por Felipão em 2014: 7×1 para Alemanha.

            Ano vindouro Romero Rodrigues confirmará ou não, o histórico do fadário destinado aos grandes prefeitos da Rainha da Borborema. Vergniaud Wanderley não concluiu seu mandato de senador. Foi nomeado para o TCU em 1951, faleceu em 1986, esquecido politicamente. Enivaldo Ribeiro tentou quatro vezes voltar ao “Palácio do Bispo”. Nas eleições de 2000 foi “patrolado” pela chapa Cássio/Cozete Barbosa. Com quatro mandatos de deputado federal, em 2002 foi batido nas urnas em Campina Grande por um estranho Mikika Leitão (?). Ninguém jamais viu este cidadão na cidade. Aliando-se a seus arqui-inimigos (políticos) – Cunha Lima – lançou sua filha Daniella Ribeiro como vice de Rômulo Gouveia em 2004. Perderam por apenas 686 votos. Numa manobra misteriosa e ainda não desvendada, Romero Rodrigues com reeleição garantida, substituiu Ronaldo Cunha Lima Filho – irmão de Cássio – por Enivaldo Ribeiro. Uma homenagem para evitar o esquecimento, no ocaso de sua carreira política?

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O SILÊNCIO DE VENEZIANO

            O companheiro Marcos Marinho comentou ontem (31/05/2019) em artigo postado na sua página do Faceboock, a possibilidade de uma união entre Ricardo Coutinho e o Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, com vistas a “isolar” politicamente o senador Veneziano Vital do Rego, deixando-o fora do pleito municipal do ano vindouro. Ressalvou Marinho com ceticismo, que as informações partiam do blog assinado pelo radialista Milton Figueiredo (Resumo PB) frequentador da Corte dos Rodrigues, fato que mereceu destaque e repercussão no blog “Polêmica PB” do comunicador e respeitado marqueteiro Gutemberg Cardoso.

            Com um olho no peixe e outro no gato, temos acompanhado o quotidiano paroquiano da política local e estadual, muito embora nossa atenção esteja mais focada em Brasília, onde as mudanças são radicais. Como adverte um velho adágio sertanejo, à situação é de “vaca desconhecer bezerro”. Nos seus estertores, a velha política agoniza. E a “nova” ainda é uma imagem desfocada como filme fotográfico preto e branco. Todavia, logo mostrará seus traços fisionômicos. O fogo amigo do PSB-PB tem atingido o Senador Veneziano Vital do Rego, que segundo os mais “chegados” de Ricardo Coutinho, já recebeu diversos “carões” do ex-governador, por não assumir uma posição frontal contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Será? Só Veneziano sabe o que sofreu nas unhas de Ricardo Coutinho de junho até 19 de setembro de 2019, quando Ney Suassuna aceitou ser seu suplente.

            Mais de 60 dias insone e tonto, sem ter a quem recorrer. Só ia dormir quando sabia que Luis Couto estava em casa e roncando. Amanhecia na Granja Santana, ou onde estivesse o então governador Ricardo Coutinho. Colado o tempo todo. Qualquer “vacilo”, o líder girassol pedia o voto para Luís Couto, e “marcava” com outro nome que não fosse Veneziano. Em nenhum momento – até a chegada de Ney – Ricardo se empenhou pela eleição de Veneziano. Os motivos são óbvios: ainda não existia a “operação calvário”, e o ex-governador pretendia – se ainda pretende é louco – voltar a governar a Paraíba. Veneziano seria uma ameaça… Poderia liderar uma frente de oposição. Luís Couto desejava encerrar sua carreira política no Senado Federal. Mas, o “lance” de Ney foi a jogada mais brilhante e já vista nas últimas campanhas da Paraíba.

            O que espera no momento Ricardo Coutinho de Veneziano? Ele é quem deve muito ao ex-cabeludo, que deixou seu partido (PMDB), onde tinha a mesma vaga que disputou pelo PSB, poderia ter sido reeleito deputado federal e ter lançado sua esposa Ana Cláudia como vice de Maranhão. Foi cortejado pelos irmãos Cartaxos, porém, acreditou na palavra de Ricardo Coutinho. Foi salvo por Ney Suassuna. Não só pela questão de “estrutura financeira”, mas pelo próprio peso e força que Ney ainda tem no Estado. A crônica política – em sua maioria desmemoriada – esqueceu que Ney foi Ministro da Integração Nacional e todos os 223 municípios da Paraíba receberam verbas orçamentárias e extraorçamentárias, independente de partido e suas cores pastoris da época. Ney nunca deixou de cumprir seus compromissos. Não se tem noticia de políticos da Paraíba reclamarem, que Ney prometeu e falhou. Isto foi muito importante na campanha de Veneziano. Ney tinha “credito” político para assumir e cumprir depois.

            Eleição e posse de João Azevedo, Veneziano era – continua sendo – um ilustre desconhecido no Palácio da Redenção, que só mudou a posição na mesa do jantar. Na cabeceira, João Azevedo. Ricardo Coutinho deve ter ouvido Juscelino Kubistchek: “não importa a posição na mesa, a cabeceira é onde eu estiver sentado”. Nomeou quem quis no governo, ignorando os inúmeros pleitos do senador Veneziano Vital do Rego. Mesmo depois das rusgas recente, onde parte do parlamento já pede que João se afaste de Ricardo, Veneziano ainda não foi procurado pelo governador “de direito”, para discutirem a gestão, e perspectivas para as eleições de 2020. O silêncio de Veneziano ainda é prudencial. Se em seu lugar estivesse o saudoso Tribuno – seu pai – já tinha rompido e procurado outra legenda. A postura de que o homem é “senhor do que cala, e escravo do que fala”, mostra que o ex-cabeludo amadureceu.

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JUSTIÇA SURDA

            O CAEGO da Paraíba sempre foi muito lento, apoucado ou temeroso, comparando-o aos demais, como por exemplo, o grupo destemido e ágil do vizinho Rio Grande do Norte. O deputado Wallber Virgolino, que esteve como Secretário de Estado no RN, presenciou cenas do CAEGO inimagináveis e nunca realizada em outros Estados. Prisões dentro do TJ-RN, afastamento de três Desembargadores com prisões domiciliares; prisão da esposa do Secretário de Segurança – um General do Exército – onde quase se deflagrou um conflito armado, pela resistência do General, desconhecendo o envolvimento de sua consorte na Secretaria de Saúde, mandou a PM cercar o condomínio e os policiais federais que estavam lá. Na Assembleia Legislativa, operação “Dama de Espada” encalacrou todo o parlamento, afastou o presidente e no imbróglio que foi esbarrar no TJ-RN, 11 dos 15 Desembargadores se averbaram “suspeitos” em julgar habeas corpus, tangendo-o para o STJ: nepotismo cruzado.

            Nos últimos dois anos, já foram realizados mais de 20 novas eleições no RN por cassações de mandatos dos prefeitos eleitos no pleito de 2016, acusados de compras de votos ou abuso do poder econômico. E na Paraíba? A prática é a mesma e vulgarizada universalmente em todos os grotões deste país. Quantas cassações ocorreram? O respeito hoje desfrutado pelo GAECO-RN é impressionante. Fato que justifica a população seus bons salários, pois o povo se sente confiante e paradoxalmente, protegidos por eles. Os habitantes das pequenas cidades potiguares, não procuram mais a polícia. Vão direto até o Promotor. A demanda é imensa, a partir de briga de vizinhos, lâmpada queimada na rua, ou o buraco na avenida… Só quem resolve é o Promotor.

            A “operação calvário” realizada pelo GAECO-PB foi um avanço que nos deixou perplexos, mesmo sabendo que a iniciativa foi do MP do Rio de Janeiro, Estado onde o GAECO-RJ descobriu uma saída para a lei, no gigantesco labirinto da corrupção que envolve de forma associativa todos os poderes constituídos. O GAECO carioca pôs na cadeia todos os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Prendeu todo o Secretariado do ex-governador Sérgio Cabral; o próprio governador (Pezão) no exercício de suas funções no Palácio Guanabara; Presidente da Assembleia Legislativa e toda sua mesa diretora… A lei começa a ser temida e respeitada. Criminosos são tratados de forma isonômica, independente de sua posição sócio/econômica ou política. Militares, Milicianos; temidos narcotraficantes; bicheiros; deputados e senadores se nivelaram na forma da lei, aos ladrões de galinhas ou batedores de carteiras, sem levar-se em conta a cor de sua pele.

            Simbolicamente a Justiça se apresenta como “cega”. Privilégio que a lei não permite ser usufruído pelo MP e o GAECO. Sua miopia ou estrabismo comprometeriam a fiscalização da aplicação da Lei. Para se tornarem mais eficazes, criaram um grupo de combate à corrupção e o crime organizado. Mesmo se apresentando como “cega” a Justiça não é surda, nem tem tapumes em seus ouvidos. Um “operador” da corrupção da “operação calvário” foi preso e delatou o primeiro escalão do ex-governador Ricardo Coutinho. Ato subsequente, prisão da supersecretária Livânia Farias. Sua liberação – com duas preventivas – sugere colaboração ou “delação premiada”. Vídeo mostra o ex-governador Ricardo Coutinho desembarcando no Hangar do governo do estado, Aeroporto Castro Pinto. Ex-governador vai ao rádio e responde que estava despachando verbas para o projeto Empreender com dois secretários (?) o Governador não é João Azevedo? No passo de tartaruga do CAEGO-PB, prenderam a número dois da Procuradoria do Estado, delatada como tesoureira da campanha de João Azevedo. E o úmero um, Gilberto Carneiro? Só busca e apreensão? Dia seguinte a Secretária de Finanças do governo João Azevedo renuncia. Para espanto da Paraíba, é esposa ou companheira do ex-governador Ricardo Coutinho. Neste caso, João não governa.

            O GAECO-PB “cochichou”, o povo alarmou, e a mídia alternativa – não subsidiada pelo Palácio da Redenção – fez um estardalhaço sobre fatos reais, de uma ficção montada pelo governo girassol. Só resta uma pergunta: a Justiça também é surda? O que ainda resta para prestar contas à sociedade, revelando o desmantelamento de uma quadrilha que por oito longos anos ininterruptos saqueou os cofres públicos da Paraíba? Com a palavra, o silente GAECO-PB e nosso respeitado TJ-PB.

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UM HOMEM DE SORTE

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi o convidado especial do jornalista José Roberto D’Ávila, na última segunda-feira 30.04.2019, no seu programa na TV Globo News exibido às 23:00 hs. Tivemos algumas surpresas em suas respostas, e por sua excelente performance – para quem já alcançou 87 anos – exibindo aparência física de um cinquentão. Aspecto inconfundível de quem está feliz e amando. O desconcertante foi constatarmos o inexpressível índice de audiência da emissora, no dia seguinte, ontem (01.05.2019) ao observarmos que não houve um único registro nas redes sociais da excelente entrevista sob o ponto de vista histórico: Twitter, Instagram; Faceboock e grupos do Whatsapp… Só eu que assisti?

Acusando o governo Bolsonaro de políticas equivocadas, destacando o fim dos cursos de Filosofia e Sociologia – o que não é verdade o MEC irá cortar 30% do orçamento das Universidades na área das Ciências Humanas – FHC deu ênfase à falta de diálogo, alegando que é impossível se governar divorciado do parlamento (?). Logo ele, que governou só com Medidas Provisórias (MP), razões que levaram o congresso alterar as regras desta prerrogativa do poder executivo! O Plano Real que o elegeu, foi criado através de uma MP por Itamar Franco a partir da URV, regulamentada anos depois. O sucesso do Real se deu através de outras MP – como a criação do FEF – Fundo de Estabilização Fiscal – que confiscou 42% das transferências constitucionais para Estados e Municípios: FPM – Fundo de Participação dos Municípios e FPE (Estados). Outra MP desobrigava o gasto de 18% do orçamento com a educação – Lei Calmon – que previa 25%, desceu para 18% e com o Plano Real em seus primeiros três anos, não havia obrigatoriedade de cumprir esta meta. A DRU – Desvinculação das Receitas da União tem origem em uma MP de FHC, sem esquecer a CPMF. Bolsonaro assumiu o governo com um déficit de 160 bilhões, não criou nenhum tipo de imposto e nem se apropriou de transferências constitucionais. Não tem caixa.

O despertar da sorte de FHC foi azar do Congresso, em seus dois momentos de infortúnio. O impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo – posse de seu vice Itamar Franco que convidou o Senador FHC para ser Ministro das Relações Exteriores – e o instante que o parlamento sofreu um enorme desprestígio jamais vivido em sua história. Um ano depois de ter votado (arrotando moral) um impeachment, acusando um ex-presidente por corrupção, estourou o escândalo dos anões do Orçamento (setembro 1993). Instalaram uma CPI e o relator Roberto Magalhães (PFL-PE) pediu a cassação de 19 deputados federais a partir do presidente da câmara. PFL, PMDB; PPR; PTB e PP, todos envolvidos acusados de receberem 100 milhões de propinas pagas pelas empreiteiras (as de sempre). Meu Deus… Na era petista isto foi gorjeta para garçons. Itamar Franco governou 1993/1994 sem pagar emendas parlamentares, e nem as de bancadas. Quem tinha moral para cobrar? Mesmo assim, se não fosse a imprudente visita do presidente ao Sambódromo no carnaval de 1994 e ter ficado ao lado da modelo Lilian Ramos, que foi fotografada de baixo para cima, mostrando suas genitálias (sem calcinhas), FHC não teria sido presidente.

A foto ganhou primeira página nos jornais do Brasil e de todo o mundo. Durante 20 dias Lilian Ramos foi à mulher mais famosa da década. Escondido na sua chácara em Juiz de Fora, o presidente viu que o congresso se preparava para revanche: processá-lo e afastá-lo por quebra de decoro. Só restou a Itamar, procurar FHC que se tornou seu protetor e confidente para mediar à crise. Mas, FHC insistia em jogá-lo as feras: tinha que conceder entrevista, se explicar, minimizar o fato, e isto iria render muito. Aconselhado ou não, o presidente usou o “elemento surpresa”. Quando estava toda a imprensa nacional e internacional reunida em Palácio, ele apareceu. E, antes que alguém fizesse a primeira pergunta, criou o fato novo: “vim anunciar meu candidato a presidente, o ministro Fernando Henrique Cardoso”. Esqueceram Lilian para sempre.

No segundo e último bloco da entrevista, FHC mostrou seu lado pusilânime Marxista. Não comunista – analfabetos funcionais doutrinados – guiado pelo ódio. Disse que era neto de um General e tinha um bisavô Marechal em sua árvore genealógica. Que gostava dos Militares, e o General Mourão era um homem sensato, equilibrado e muito preparado (?). Apagando fogo, usando extintor com gasolina… Que alguns Militares não gostavam dele, porque ele havia acabado com a promoção automática de uma patente a mais, quando iam para reserva. Esqueceu-se de dizer que foi ele quem acabou com a Casa Militar, os Ministérios Militares (Exército, Marinha e Aeronáutica); nomeou um Ministro Civil para a Defesa, e reduziu o prestigio do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas (cargo com status de Ministério). Durante oito anos, cortou orçamento e sucateou todas as forças de segurança da nação.

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POR ONDE ANDA A JUVENTUDE?

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Ninguém tem a curiosidade em saber por onde anda nossa juventude? Tão silenciosa nestas três últimas décadas… Os conflitos de gerações – se é que ainda existem – são imperceptíveis. Despareceram os rebeldes imberbes dos 14 aos 18 anos, e a feminilidade desafiadora, explodida pelos hormônios. Os jovens sempre marcaram o fim de um ciclo, ou iniciaram uma transformação inovadora no comportamento político e social. No Brasil, a última vez que foram vistos (nas ruas) foi no impeachment de Collor e em 2013. Esta fuga do momento – ainda não pesquisada ou discutida – tem refletido nos meios da comunicação e do entretenimento, desertos de audiência a cada dia que passa.  A “telinha” ditava a moda, o livro; a poesia; a música de sucesso e até gírias passageiras… O Show-Business desconhece seu futuro, não sabe mais como reconquistar sua principal fonte de consumo: a juventude.
Os jovens ocuparam as redes sociais – como forma de rebeldia fugindo do convencional – usando inicialmente o extinto Orkut. Mudaram-se para o Faceboock, Twitter e SMS, onde permaneceram até 2014. Depois, começaram a desertar e se dispersaram entre o Youtube e Instagram. A mutação trouxe sequelas danosas ao entretenimento profissional do teleteatro (novelas), que mesmo de forma apelativa – mostrando cenas fortes e temas complexos – não tem mais público desta faixa etária. A maior abstenção eleitoral da história do país, onde o voto é obrigatório e facultado a partir dos 16 anos, ocorreu em 2018. Quase 30% do eleitorado não compareceu as urnas. Se pesquisarem, perceberão que a grande ausência foi a dos jovens.
Metade dos anos 50 (século XX), o Rock estourou nos Estados Unidos e foi alastrando-se mundo afora. O estilo musical era enlouquecedor e suas letras incentivaram a juventude a enfrentar a hipocrisia doutrinária de sua época. Uma agitação encorajadora trouxe a reboque a independência feminina – abalou as estruturas de todas as Religiões e suas Igrejas – a partir da chegada e comercialização aberta do anticoncepcional, no início dos anos 60. Enquanto a mídia conservadora se preocupava com a terceira guerra mundial, quatro cabeludos da cidade de Liverpool-Inglaterra (os Beatles), no embalo do Rock erradicaram por completo as gerações milenares que se inspiravam no heroísmo de “campos de batalhas”. Entre 1914/1918 se mataram em nome de patriotismos. Depois, 1939/1945 morreram todos defendendo ideologias.
Pregando paz e amor, os Beatles deram origem ao movimento hippie que chegou a todos os continentes. Acabaram com a guerra do Vietnã e consolidaram os Diretos Civis nos Estados Unidos, que viveu seu maior período de violência desde sua independência. Políticos e Polícia foram incapazes de impedirem que negros e brancos passassem a frequentar a mesma escola, bar; bairros; transportes públicos, restaurantes e elevadores. A Guarda Nacional e o próprio Exército norte-americano esteve nas ruas para conter as revoltas que perdurou por oito anos.

A partir de 1965, este efeito “furacão” chegou ao Brasil. Veio para arrebentar… Os garotos deixaram seus cabelos e barbas crescerem, as garotas encurtaram suas saias até o meio das coxas… Foi uma loucura total! Ideologias? Nem pensar. Comunismo? Só com sexo abundante, sem trabalho nem violência. Aboliram o Jazz, Samba; Tango; Boleros; Valsas; infelizmente com até a nossa Bossa Nova – rica em melodia e poesia – e a tropicália esquerdista… O rolo compressor da juventude e sua rebeldia esmagou Filósofos, Pensadores contemporâneos; clássicos da literatura… Ninguém queria mais saber disto. Botaram abaixo a “doutrinação” das esquerdas nos colégios públicos, e acabaram com o seu patrulhamento ideológico: todos se assumiram “alienados”.

Jamais iriam deixar de ouvir Roberto Carlos, Erasmo; Wanderleia; Renato e seus Blue Caps… Porque as esquerdas não os aceitava. Paixão era coisa de pequeno burguês? Todos passaram a se comportar como burgueses. Sem a juventude como “massa de manobra”, as esquerdas veteranas universitárias partiram para a loucura da luta armada.
Um dia o Rock parou. O cinema fechou e o rádio suavizou a música. Tudo se transformou em nostalgia… Não houve a terceira guerra, o muro de Berlim caiu; Rússia e China se tornaram capitalistas estatais e a Europa há mais de 70 anos não briga mais entre si. Outros movimentos musicais surgiram, mas, sob a inspiração da televisão que invadiu todos os lares do mundo entre 1975 a 2010. Ideologias? Pelo visto só quem precisa delas para viver, são os retrógados privilegiados da era petista.

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*ESPÓRTULAS CONSTRANGEDORAS

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Ontem (23/04/2019), a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados – após uma longa sessão de 14 horas – aprovou admissibilidade da PEC da reforma da Previdência, com 48 votos favoráveis e 18 contrários. Pelo que observamos alguém está vendendo o que não dispõe na prateleira. O famigerado “centrão” se perfilou entusiasmado ao lado do governo (?). Até o presidente da câmara se fez presente, acompanhando toda a movimentação para conferir a “mercadoria” que estava sendo entregue. Em entrevista concedida a TV – logo que se encerrou a votação – Rodrigo Maia bastante eloquente se referiu umas três vezes ao Ministro Paulo Guedes, uma a Onyx Lorenzoni e citou o nome do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Maia, a reforma da Previdência é um projeto do Brasil, não de um governo. Assegurou que o governo não tem base nem votos para aprovar qualquer tema polêmico em plenário.

Nestes primeiros 114 dias de gestão, Jair Bolsonaro tem enfrentado problemas historicamente semelhantes aos de Jânio Quadros, no distante ano de 1961. A única diferença é na política externa, onde Bolsonaro não criou animosidades conflitantes com os Estados Unidos e seus interesses comerciais. Jânio Quadros quando assumiu a “carestia” (nome da inflação na época) era crescente e desenfreada. Corrupção e muita burocracia. Endividamento do país pela construção de Brasília e um parlamento que não o permitiu governar. Faltou a Jânio um Marechal Henrique Teixeira Lott (tutor de Kubistchek), ironicamente derrotado por ele. Lott garantiu a posse de JK (31.01.1955), após o tumultuado final do ano de 1954, quando o então presidente da Câmara dos Deputados Carlos Luz, forçou uma licença para tratamento de saúde do presidente Café Filho – no poder após o suicídio de Getúlio Vargas – decretou Estado de Sítio e deu um golpe de estado com apoio do parlamento. Em cinco dias, o Marechal Lott depôs e prendeu Carlos Luz, obrigou a Câmara votar seu impeachment e do vice Café Filho, manteve por quase noventa dias o Estado de Sítio, tendo a frente da presidência da república, o senador Nereu Ramos, então presidente do Senado. Resgatamos três registros esquecidos em nossa história: dois impeachments antes de Collor, o primeiro presidente Sindicalista – João Café Filho – e um Estado de Sítio em plena democracia, com recesso na Câmara, Senado e Suprema Corte.

O ex-presidente Kubistchek, mesmo com a proteção de seu Ministro da Guerra Marechal Lott, não conseguia governar sem as “espórtulas constrangedoras”. A cada votação no Congresso, tinha que “negociar” individualmente com os parlamentares, dando-lhes cargos, benefícios pessoais e dinheiro, regras herdadas de Getúlio Vargas. Quando Jânio Quadros assumiu, deixou claro que cumpriria o prometido em campanha: fim da regra das “espórtulas”. Mandou uma série de projetos para câmara e se antecipou em muitos decretos, como o corte do subsidio do câmbio, do papel para impressão de jornais (Estadão e O Globo desceram-lhes a lenha sem piedade), congelamento dos salários impostos pelos sindicatos; centenas de inquéritos e demissões por corrupção; limitação em 10% das remessas de lucros das multinacionais para seus países de origem…

Abriu relações diplomáticas com a extinta União Soviética, Cuba e China. A mídia apoiada pelos Estados Unidos e Carlos Lacerda – líder absoluto da UDN – governador da Guanabara, se uniram ao parlamento para boicotá-lo e derrubá-lo. Jânio os surpreendeu renunciando. Alguém negociou por Jânio o pagamento das “espórtulas constrangedoras”, para agosto. O Congresso aceitou e prometeu paz. Mas, ele se recusou. Durante toda sua vida, sempre que se referia a sua renúncia, explicitava: “com aquele congresso, ninguém governaria…”.

Presidente Jair Bolsonaro está atravessando a mesma crise vivida por Jânio. Sabotado pela grande mídia nacional, suspendeu sua verba publicitária. Não aceita o “centrão” e o toma lá, dá cá – versão do século XXI das “espórtulas constrangedoras” – cortou em definitivo o imposto sindical, verbas para ONG; bate de frente agora com a OAB acabando o exame da Ordem; passou a emitir carteiras de estudantes, deixando a UBES, UNE e PCdoB sem dinheiro… E dentro de seu governo, o desconforto das “posições” de seu vice. O vice de Jânio era seu adversário, João Goulart, porém eleito. Quem prometeu ontem ao centrão, as “espórtulas constrangedoras”? Combinaram com o presidente Jair Bolsonaro? Getúlio se queixava de “forças ocultas”, Jânio de “forças terríveis”, graças à cibernética, hoje sabemos que Bolsonaro se queixa do “centrão de picaretas” e da extrema-mídia.

*Espórtulas – Cesto usado para entregar pães ou subornos em forma de presentes ao Senado Romano na época dos Césares. Em Português arcaico, gorjeta, esmola, ajuda financeira…

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A TUMULTUADA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

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Grande comunicador da fase áurea da televisão brasileira – Abelardo Barbosa – “Chacrinha”, repetidas vezes em seus programas de auditório, ia ao encontro da câmera e falava: “eu vim para confundir, não para explicar”. Seu público (povão) nunca entendeu o recado, direcionado aos colunistas de jornais e revistas, críticos do rádio, TV e cinema, que apesar de o detestarem e o “detonarem”, jamais conseguiram lhes roubar sua audiência. A Reforma da Previdência do modo como está sendo divulgada e debatida, veio para confundir. Por que não explicar numa linguagem simples, comunicando-se diretamente com o povo, a exemplo de Chacrinha? Perder tempo com a mídia tradicional, CCJ; Comissão de Seguridade Social; Comissão Especial é tentar estabelecer um diálogo “sui generis”, ininteligível entre um surdo e um mudo.

A menor distância entre dois pontos é uma reta. Tantos “arrodeios” terminam confundindo o povão, cético, desconfiado e sabedores que, aquilo que é bom para o congresso é ruim para a população. O ministro Paulo Guedes deveria resumir tudo num conversa direta: “a partir da nova reforma, um pedreiro, gari ou servente receberá o mesmo que um deputado, senador; ministros das cortes de justiça, juízes; promotores… Salvo quem contribuir mais”. Feito isto, quem iria defender a reforma era o povo, que se sentiriam “justiçados”. Argumentos esclarecedores a população, mostrando funcionários do BB, CEF e Petrobras percebendo seus proventos de aposentados integralmente – como se estivessem na ativa – convenceria a todos da importância dos Fundos de Pensões. Pouparem, para desfrutarem de seus rendimentos dignos quando alcançarem à compulsória. Existe alguma dificuldade neste tipo de interlocução?

A principal dúvida, ou ponto não discutido pela equipe econômica – pelo menos até o presente – está no impacto sobre um grande “bolsão de pobreza” da população, presa as exigências de tempo de contribuição e idade mínima. A década perdida – 1985/1995 – o país passou por três hiperinflações e seis mudanças de planos econômicos, inclusive com três trocas de moedas. Dezenas de milhões de empresas faliram, seus bens foram à haste pública, e os trabalhadores deste período não têm como comprovarem recolhimentos. Como e quando esta gente se aposentará? O presidente Jair Bolsonaro prometeu em campanha e após eleições, idade mínima de 62 anos para homens e 57 anos para mulheres. Tempo mínimo de contribuição comprovado de 15 anos. Algo que seria até justo, para algumas categorias, como a de servidores públicos. Mas, empregados da iniciativa privada – que não fizeram carreira profissional nas grandes corporações – e entraram no mercado de trabalho no início dos anos oitenta, durante todo este tempo ainda são reféns dos fluxos crescentes e decrescentes da nossa combalida economia, cheia de improvisos, consertada com “remendos” a cada gestão.

As limitações físicas dos sexagenários são visíveis em várias atividades profissionais como pedreiros, faxineiros; taxistas; vendedores; bancários da rede privada… Observemos nos supermercados; shoppings… Não se consegue vê um senhor ou uma senhora (com mais de 55 anos) nas vitrines ou nos showroom das grandes lojas. É toda uma geração, que num curto intervalo de tempo, foi engolfada pela automação e a cibernética, sem a menor chance de aprenderem a lidar com os sofisticados programas e plataformas da internet. Trabalhadores da indústria gráfica, oriundos das tipografias; vendedores e representantes que viajam pelos grotões deste imenso país; filmes da Kodak – a empresa tinha 189 mil funcionários – incluam-se uma cadeia produtiva de milhares de fotógrafos e seus respectivos profissionais dos laboratórios de revelações; milhares de lojas onde se locava fitas de vídeo cassete, depois DVD, todas desativadas. As grandes editoras e sua rede de distribuição de vendas e vendedores… Esta era a classe média consumidora, que se transformou em indigentes do estado.

Segundo o IBGE, os desesperançados que não procuram mais trabalho, e que estão exatamente nesta faixa etária (pré-sexagenária) somam um contingente de seis milhões de pessoas. Adicione aqueles que estão há cindo anos a procura do primeiro emprego (mais 6 milhões) e alcançaremos toda a população de Portugal. Superaremos muitos países da Europa como Suécia, Suíça, Finlândia; Dinamarca; Áustria… O total do somatório alcança 27 milhões de pessoas, ou pelo menos uma dezena de pequenos países da Europa Ocidental e Leste Europeu.

O novo governo da Itália, contra todos os banqueiros e seus “mercados” decidiu reduzir o desemprego com aposentadorias aos 60 anos. Medida que criou uma inesperada distribuição de rendas, abrindo novas vagas, e soerguendo a economia com o aumento do consumo. Por que o ministro Paulo Guedes não copia o modelo Italiano? Pelo menos, cinco milhões de trabalhadores ainda jovens e aptos ao novo modelo do mercado de trabalho, reduziriam nossos índices alarmantes. E Sexagenários com exatos 60 anos, aposentados, contribuiriam através da ampliação do meio circulante, para geração de mais emprego e renda, através do surgimento de pequenos empreendedores.

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A FUGA DA EDUCAÇÃO

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O presidente Jair Bolsonaro, por mais que tenha se debruçado sobre sugestões para reforma do ensino, jamais imaginou sua complexidade diante de um gigante Ministério, que abriga quase uma centena de outras pequenas “pastas” orbitando em um eixo, comparável ao “sistema solar”. Não basta apenas trocar de Ministro – ou no jargão Militar – mudar o General, se a “sargentada” for independentes e não se engajar na luta. A visão do novo ministro, de ampliar e incentivar o ensino a distância (doméstico) é uma arriscada experiência excêntrica, sem embasamento comparativo de sucesso em países (comunidade internacional) que ocupem pelo menos, os vinte primeiros lugares no ranking da qualidade do ensino. Uma criança numa escola e segura é um delinquente a menos nas ruas. Isto não implica em coibir a opção da família, contudo, põe em xeque cláusula pétrea de nossa Carta Magna, sobre o dever do Estado em assegurar educação, saúde e segurança a seus cidadãos. Pelo que se percebe, o Estado está em fuga, ensarilhando as armas e reconhecendo que não tem capacidade de combater os grupos ideológicos, que se aquartelaram por décadas nas estruturas do ensino público do país.
Tirar um aluno da escola ou sala de aula compromete sua visão de socialização e atrofia seu aprendizado – sobre coisas boas e ruins existente em nosso meio – indispensável a sua formação como cidadão. Por outro lado, a gigantesca rede física de escolas públicas, se tornarão escombros em menos de uma década. Efeitos colaterais advirão com o fim da carreira do magistério. O professor – profissão ou sacerdócio – respeitado em todos os países desenvolvidos será substituído (no Brasil) por plataformas robóticas? A constatação que as escolas públicas hoje são pontos de recrutamento para viciados em drogas é uma verdade insofismável. O Estado foi incapaz de combater e evitar em tempo hábil – a partir do final dos anos oitenta – uma tragédia anunciada: ocupação das universidades a partir da fundação do PT. Os pais (famílias) entram em pânico, ao se depararem com a realidade de que entregaram seus filhos à escola – na esperança de vê-los alcançarem conhecimento – e os receberem viciados em entorpecentes, apologistas da discussão de gêneros; falando uma linguagem chula, adquirida no “gueto cultural”, onde predomina a rebeldia e libertinagem não condizente com o mundo globalizado em que vivemos.
O MEC foi à origem, e continua sendo o problema, sem solução a vista. Há décadas que concebe modelos, norteados por conceitos políticos de doutrinação, criando um universo de analfabetos funcionais, úteis como massa de manobra para movimentos partidário das esquerdas. No interregno da gestão de Vélez, muitos dos dirigentes de áreas estratégicas foram nomeados e exonerados com o ministro, sem nunca terem despachado com o mesmo (?). Qual a nova política para reformar a velha instituição? O que trouxe o ex-ministro, além da recomendação do filosofo Olavo de Carvalho?
O General Heleno (GSI), vice-presidente Mourão; Gen. Santos Cruz… Todos que compõem o círculo de conselheiros do presidente Jair Bolsonaro, sabem que a maioria dos 58 milhões de brasileiros foi às urnas em 2018, não foram movidos pelas propostas da “direita”, mas para tirar definitivamente as esquerdas do poder. Por onde deveria ter começado este expurgo? Pela economia (reforma da previdência)? Ou pelo O MEC, ultima trincheira da resistência. Este grupo tem em mãos, nomes e currículos de todos os resistentes ao velho modelo do MEC – ainda em vigor – e não se sabe os motivos que os impede de resolver o problema. Uma lista de Doutores, sem vinculações partidárias; experiência comprovada nas mais diversas áreas do ensino; autores de livros; trabalhos publicados e respeitados pelo mundo acadêmico, não foram ouvidos nem convidados.  O novo ministro – pode ter uma excelente experiência como gestor – mas, de nada serve no momento para o MEC que além de gestão, carece de “instrução”. Em quatro anos, o garoto que entrou na escola este ano (2019) está na metade do ensino fundamental. Outros concluindo. Quem iniciou o ensino médio, estará na faculdade, e muitos que ingressaram no terceiro grau (universidade) se encontrarão em fase de conclusão de seus cursos. Na educação não cabe improvisos, nem experimentos. Basta olhar no retrovisor da história para perceber que nossa crise de hoje, está no ontem, e a inapetência pela solução exigida no agora, se refletira no amanhã.

PEDRO BIAL TENTA FRITAR SÉRGIO MORO

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Para quem conhece do ramo (jornalismo) a intenção do “global” Pedro Bial ao entrevistar o ministro da justiça Sérgio Moro, ontem (09/04/2019), foi cuidadosamente concebida dentro de um projeto de maldade, de dupla intenção. A primeira, ferir os brios da concorrência, que abre espaços para o novo governo e se comportam profissionalmente dentro dos critérios da informação, levando ao telespectador conhecimento de fatos que permitam a construção de uma visão crítica, despida de manipulação. A segunda, o desvio de comportamento, a partir do convite: o ministro Sérgio Moro foi esclarecer pontos de seu “pacote” anticrime. Tema que não foi discutido. Dois blocos, sem uma única pergunta sobre a propositura de um novo conjunto de leis, com vistas a combater o crime organizado e a corrupção sistêmica.

Se fosse Paulo Guedes ou a ministra Damares que estivesse sendo “fritado” – como tentou fazer Pedro Bial com Sérgio Moro – eles teriam ido embora. O programa não foi ao vivo, gravado e com cortes. Este tipo de risco, os demais ministros devem evitar. Não adianta imaginarem que dentro da nova ordem das savanas, os leões (globo) se tornarão vegetarianos. Morrerão famintos porque já nasceram “felinos”.

A pauta foi elaborada usando os velhos métodos delituosos da “desconstrução”. Pedro Bial iniciou com um ataque frontal, mostrando vídeos e áudios, do auge da operação lava-jato, questionando se houve abuso de autoridade do Juiz Sérgio Moro. Destacou a condução coercitiva do ex-presidente, e a divulgação do áudio vazado na conversa entre Dilma e Lula, que originou o “tchau querida”. Moro “franziu o cenho”, demonstrando surpresa, e só então percebeu sua posição de “cordeiro” diante de um lobo gigante. A esta altura, sua única esperança era que o “lobo” não estivesse de estômago vazio, fato que o levaria a escapar da refeição do momento. Reagiu: “a operação lava-jato faz parte do meu passado… Quero debater o futuro do país”. Bial mostrou suas garras, aludindo sobre sua provável vaidade, e a oportunidade de exacerbá-la com a prisão do ex-presidente Lula, episódio que lhes rendeu popularidade. Em seguida, Quis diminuí-lo e encalacrá-lo jogando pesado: “o senhor foi assessor da ministra Rosa Weber do STF, como o senhor vê o ministro Gilmar Mendes e suas opiniões sobre as sentenças e investigações da lava-jato”? Para a maioria da população, “assessor” – depois da era petista – tornou-se um termo vulgarizado e depreciativo, nominado a um cidadão incompetente e apaniguado.

O ignorante Bial desconhece que quem prepara todas as sentenças de Juízes, Desembargadores e Ministros são seus assessores jurídicos. Eles apenas assinam. E no caso particular da ministra Rosa Weber, o Juiz Sérgio Moro foi escolhido através de seu currículo, que o destaca como exímio conhecedor de operações das OCRIM, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Rosa Weber pertence à carreira do Judiciário da área trabalhista, desconhece completamente a esfera criminal. Mesmo assim, já cansado, Moro, rindo, preferiu não responder. Bial “cavou” uma opinião do ministro Moro sobre Rodrigo Maia, e criticou sua nova postura sobre política, quando o ministro fala em “negociar” com o parlamento. Para finalizar, entrou na vida pessoal do entrevistado, sugerindo comportamento dúbio ou fragilidade como cônjuge: “Sua esposa, usando as redes sociais, na campanha manifestava claramente apoio ao presidente Jair Bolsonaro… Era com sua permissão, ou o senhor não teve como contê-la”? Educadamente Moro confessou que amava sua esposa, e sua relação só era ótima, porque havia respeito mútuo sobre pontos de vistas distintos.

Enfim se Pedro Bial em sua nova temporada – depois de anos de fracasso e sem audiência – imaginou matar dois coelhos, com uma só cajadada, não conseguiu. Danilo Gentili e seu “The Noite” no SBT, exibindo a funkeira Lexa segurou 6,2 contra 6,1 de Bial. Existe um adágio popular que sentencia: “o mal, depois de destruir todo o bem, se arruinará enfrentando o próprio mal”. A Globo colhendo o que plantou.

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O POVO VOLTA ÀS RUAS EM PROTESTO INUSITADO

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Quando pensávamos que já tínhamos visto e testemunhado tudo de mais excêntrico no comportamento impulsivo do nosso povo, eis que surge o inusitado: ontem, domingo 07/04/2019, o povo voltou às ruas manifestando sua indignação contra a Suprema Corte, em defesa da operação policial de combate a corrupção lava-jato e repudiando a mídia tradicional (grande imprensa), formadora de opinião da nação. Isto jamais foi visto nas democracias ocidentais… O povo contra o poder Judiciário? Pedindo sua extinção ou impeachment de seus Ministros!? Historicamente o movimento se assemelha com queda da Bastilha, que culminou na revolução francesa.

O impressionante é que desta feita, não houve apoio de movimentos organizados como MBL, Vem Prá Rua… Diversos outros grupos considerados de “direita”, que se aparelharam nos períodos das manifestações (três vezes) pedindo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Este povão – desacreditado pela grande mídia e subestimado pelo Poder Judiciário e o Legislativo – já havia mostrado seu rosto na campanha que realizaram através das redes sociais, apoiando e elegendo o presidente Jair Bolsonaro. Candidato literalmente sabotado pelos nossos “cidadãos Kane”, que ainda não conseguem entender os motivos da rebelde alforria coletiva da senzala, controlada pelos Capitães de Mato, proprietários dos grandes grupos de comunicação do país.

A partir de hoje, segunda feira (08/04/2019) se tivesse como conferir, saberíamos o tamanho do estrago na audiência da rede globo, pelo boicote na cobertura dos eventos e registros sem mostrar o tamanho das multidões – sobretudo em São Paulo – avenida paulista. Até onde eles (extrema-mídia), acham que derrotarão a vontade popular? As imagens que foram suprimidas pelas redes de TV, foram exibidas em tempo real pelo Youtube, Faceboock; Instagram; Twitter; grupos de Whatsapp…

A convocação partiu do twitter, sem apoio de nenhum político. Os motivos foram simples: a intenção de legitimarem seu voto pelas mudanças, ratificando que fizeram a escolha certa nas eleições presidenciais (2018); desmentindo as pesquisas e seus índices desmerecedores de crédito; mostrando que não são robôs que disparam mensagens automáticas nas redes sociais, como tentam justificar seus fracassos, os “jornalões” e revistas semanais do sudeste. As esquerdas, em número inexpressivamente inferior – se organizaram e também esteve nas ruas – pedindo a liberdade do ex-presidente Lula, preso por corrupção, lavagem de dinheiro e condenado a 12 anos de cadeia, em uma das duas sentenças da Justiça Federal do Paraná. Neste evento, o destaque da TV foi maior, mas, não mostraram “gigantismo” da multidão, na nítida intenção de compará-las em igual volume.

Surpreendido pelo evento, o STF – ainda incrédulo – se limitou a divulgar uma pequena nota, afirmando que é legítimo o poder de manifestações (?). Contra a Suprema Corte? É uma anomalia inédita e desmoralizante, com repercussões internacionais de proporções inimagináveis. O que a história registra é o contrário, o povo contra as ditaduras que fecham as Supremas Cortes de Justiça, deixando a população civil a mercê dos tiranos e seus tribunais de exceção. Que tipo de segurança jurídica representa hoje o STF, quando o povo vai às ruas protestarem contra seus atos? Como nos avaliarão nos demais países e continentes? Empreendedores e turistas viriam a um país, onde seu próprio povo não confia em sua Justiça? O que fará o próprio STF a partir de hoje? E os demais poderes, como agirão depois de um voto de desconfiança da população, dado a um dos pilares de nossa democracia? Estamos a caminho de uma ditadura popular, exigida pelo povo? Sem Legislativo e Judiciário?

As multidões querem respostas. As famílias abdicaram de seu lazer dominical, sua praia, seu churrasco e foram pedir nas avenidas de diversas capitais brasileiras, Justiça para Justiça. Seria risível, se não fosse tão trágico e desconcertante. Ou Senado instala os processos de impeachment protocolados – ora levados de barriga pelo Senador David Alcolumbre – ou pelo menos quatro dos atuais ministros do STF terão que renunciar, pelo bem da democracia e da paz da nação. Do contrário, as próximas mobilizações serão bem maiores e mais amplas e contundentes, incluindo o congresso. Os promoventes? Serão os legítimos donos e senhores do poder: o povo, que em sua maioria – segundo o Datafolha – tem optado por um governo autoritário.

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ONDE ESTÃO OS ROWAN DO EXÉRCITO DE BOLSONARO?
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No ano de 1889, coincidentemente há 130 anos, iniciou-se a guerra entre os Estados Unidos e a Espanha. O epicentro do conflito violento era a ilha de Cuba, colônia Espanhola. O presidente dos Estados Unidos Mac Kinley precisava urgentemente dar instruções ao General Garcia, insurgente aliado, perdido com suas tropas em algum local da ilha, por trás das linhas inimigas. Surgiu um voluntário: solado Rowan. Recebeu das mãos do presidente a carta e partiu. Quatro dias depois, estava em uma das praias desertas da ilhas. Em duas semanas, após cruzar o território hostil, frente a frente com o General Garcia, entregou a mensagem.
O Exercito do Presidente Jair Bolsonaro necessita de alguns Rowan. Por enquanto, só o ministro Sérgio Moro, e – para surpresa do país – o corajoso Paulo Guedes, provando sua bravura no “batismo de fogo” que enfrentou na CCJ da câmara dos deputados. Os demais estão confortavelmente seguros e entrincheirados, expondo o Marechal de Campo (Bolsonaro), esquecendo que depois da batalha vencida o herói pode ser alvo das “minas” e atiradores de elites, sobreviventes e dentro do rescaldo do confronto, pronto para abatê-lo.
Este evento ficou visível na sabatina de aproximação (hoje 05.04.2019) com a “alcateia” unida – extrema-mídia – que não esconde sua ansiedade e o momento oportuno de atacá-lo. O presidente Jair Bolsonaro sinalizou que fará modificação no MEC. Concordamos com o preparo intelectual do atual ministro. Um estudioso teórico, porém, profundo desconhecedor do lado prático (gestão) da máquina mais complexa do governo, responsável pela política do ensino e aprendizado – da mais tenra idade até a universidade. O atual ministro deveria estar como embaixador na UNESCO, combatendo o inimigo sem rosto que se expande geometricamente por todo o planeta: o comunismo do século XXI. Como enfatizou o assassino Cesare Batisti, em recente entrevista confessando seus crimes, a luta armada não se adéqua aos dias de hoje. As guerras das esquerdas será travada nos meios socioculturais, em nome da doutrina da desigualdade.
A extrema-mídia festejou o encontro com o presidente Jair Bolsonaro, de quem arrancou a promessa de ativar a SECOM, tendo a frente um publicitário. Elogiaram a decisão sobre a exoneração do ministro, cientes que a “lacuna” será objeto de desejo incontido do parlamento, ou da gang “centrão”. Para tanto, o senado através do seu presidente, já sugere que o MEC fique com a casa revisora do congresso. Se este fato for consumado, trás de volta em definitivo o toma lá, dá cá. Ao longo da história o povo testemunhou que “quando o congresso vai bem, o governo vai mal”. Isto não é recente, vem desde 1930. Na promessa de garantir a “governabilidade”, senadores prometem que se receberem o MEC, aprovarão a reforma da previdência.
Senador Izalci Lucas está sendo escolhido pelos seus pares do senado, como o nome ideal para o MEC (?) absurdo! O povo sabe quantos cargos importantes, com poder de caneta tem o MEC? Mais de uma centena, por onde circulam os destinos de incontáveis bilhões de reais, direto e indiretamente. Sem meias palavras: o “esquema troca de preferências, mas permanecerá escolhendo os “preferidos”, para compras, contratações de serviços; licitações bilionárias dirigidas e empregabilidade de exímios “operadores”, apaniguados por portadores de mandatos.
Se a escolha tem critérios técnico, por que o “Estado Maior” do governo não examina currículos? Por exemplo, está no Linkedin todo o histórico e artigos do Professor Moací Alves Carneiro.

Doutor, escritor e ex-reitor. Palestrante e consultor de larga experiência nas instâncias do ensino fundamental, médio e universitário. Conhece a estrutura do MEC por dentro e por fora. Ainda jovem e imberbe, compôs a equipe do saudoso paraibano Linaldo Cavalcanti de Albuquerque, que selecionado sem patrocínio político, ocupou o cargo de diretor do DAU – governo Médici – executando o ambicioso projeto da expansão universitária, criando uma universidade pública em cada estado da federação. Cumpriu com brilhantismo sua tarefa, e no governo Geisel, fundou, e foi o primeiro presidente do CNPQ.
O soldado Rowan quando recebeu do presidente Mac Kinley a mensagem para Garcia, não perguntou onde estava Garcia, como chegar lá, nem questionou sua sobrevivência. Com quem votou o ministro Onyx Lorenzoni na eleição para presidência da câmara em 2017? Claro que com o candidato do “centrão”. Jair Bolsonaro também foi candidato, e não obteve 10 votos. Quem fez a cabeça de Paulo Guedes para apoiar a recondução de Rodrigo Maia? Onyx, que ao lado de Maia – e já ministro da Casa Civil – vendeu o que não tinha na prateleira para eleger David Alcolumbre presidente do senado. Com tantas conquistas, onde estava Onyx nas duas derrotas recentes que Bolsonaro sofreu na câmara? E há quatro dias, porque não evitou que o senado aprovasse em dois turnos, numa tarde, uma PEC – emendas de bancadas impositivas – que cria um rombo anual de 4,5 bilhões de reais para o governo? Onyx e Maia ainda tentaram a volta de Mendonça Filho para o MEC. Os porquês, já foi explicamos acima. Próxima segunda-feira completam 100 dias de governo. O presidente e seu “Estado Maior” deve avaliar o desempenho de seus “Rowan”. Aproveitar o ensejo para fazer uma completa mudança nos seus comandos, sob pena de repetir o erro primário cometido por Erwin Von Rommel (raposa do deserto), que avançou suas tropas e os aliados o isolaram, cortando sua linha de abastecimento.

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MENTIRA INSTITUÍDA

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Em todo o ocidente, primeiro dia do mês de abril, se comemora o dia da mentira. Escolhemos a data, para registrar um “desmentido”, oriundo de uma “mentira” que por décadas vem sendo instituída como “verdade”. Desde o final do governo Sarney, a mídia começou a se referir ao governo militares, como “ditadura”. Uma colocação polêmica, para um sistema de governo excêntrico que provavelmente graças a sua extravagância – se é que de fato ocorreu tal ditadura – ocorreu uma única vez, e no Brasil. Toda “ditadura” tem o um “ditador”. Alguém que usurpa o poder com o uso da força, encarcerando a céu aberto a sociedade civil organizada, tomando-lhes seus direitos, títulos, domínios e propriedades; fuzilando adversários e membros do governo deposto. Isto ocorreu no Brasil de 1964? A verdade é que existia um golpe em curso, ou mais uma “quartelada”. O evento foi abortado pelo próprio ex-presidente João Goulart, que preferiu deixar o país – criando vacância no cargo – que ocupava como vice em exercício. Cruzou a fronteira do Uruguai e evitou derramamento de sangue.

Generalíssimo Francisco Franco Bahamonde foi um ditador na Espanha. Uma liderança militar que surgiu após o final da sangrenta revolução em 1939. Houve prisões, expatriações e fuzilamentos. Esteve no poder por trinta e seis anos e de lá saiu para o cemitério em 1975. Antes, nos estertores de sua existência, devolveu o poder a Monarquia, e mandou coroar o Rei Juan Carlos. Ditadores não tem sucessores, a não ser através de outro golpe, ou revolução armada. Strossner no Paraguai, Fidel em Cuba; Salazar em Portugal… No Brasil entre 1964 e 1978, ocorreram eleições indiretas, realizadas pelo Congresso Nacional e com candidatos da oposição ao governante de plantão. Sejamos sinceros: isto realmente foi uma ditadura?

Além da questionável mentira da “ditadura”, o pior é o embuste sobre o seu período, que a mídia e os atuais historiadores insistem em afirmarem: vinte e um anos (?). Com esta estupidez jamais concordaremos. Anualmente, pelo menos umas cinco vezes – em oportunidades distintas – e comentando sobre temas paralelos, destacamos propositalmente que o fim dos governos militares ocorreu em 1979, quando terminou a gestão do ex-presidente Ernesto Geisel. Entre 1964 e 1969 foram editados 17 atos institucionais, inclusive o mais severo de todos, AI-5. Geisel revogou todos em 01 de janeiro de 1979. Quinze anos pode ser considerado como “período de exceção”, apesar da existência da Constituição de 1967, que os “intelectuais” dos meios jurídicos – a luz da história – ignoram. Nunca vinte e um anos, como insistem os mentirosos historiadores do Brasil. Querem contar os seis anos de mandato do ex-presidente Figueiredo como “período dos militares” ou da “ditadura”. Um engodo esdrúxulo, descabido, que o povo não deve aceitar e jornalistas ou historiadores – têm por obrigação reescrever este capítulo – admitindo erro abrutalhado, ideologicamente imposto pelas esquerdas, após chegarem ao poder. Ex-presidente Figueiredo foi eleito não mais pelo Congresso Nacional. Criou-se o “Colégio Eleitoral”, e quem concorreu com ele foi o General Euler Bentes Monteiro, pelo MDB, tendo como vice Paulo Brossard. Figueiredo obteve ao lado de Aureliano Chaves, 355 votos. Euler Bentes e Brossard, 255 sufrágios. Isto é regime “Militar” ou ditadura?

O mais perfeito argumento da inexistência de um governo militar no período do ex-presidente João Figueiredo, foi à promulgação da “Lei da Anistia” – ampla geral e irrestrita – em agosto de 1979, retroagindo e beneficiando todos que praticaram crimes desde 1961 (quatro anos antes da intervenção militar apoiada pela maioria da população brasileira). Para reforçar a tese, o arqui-inimigo dos governos militares era o saudoso nacionalista Leonel Brizola, anistiado (1979) e eleito governador do Rio de Janeiro em 1982 pelo PDT, quando o ex-presidente Figueiredo extinguiu o bipartidarismo. Voltaram o PTB; PSB; renomearam ARENA (PDS) MDB (PMDB) e criaram o PT. João Baptista Figueiredo era um General da reserva do Exercito Brasileiro, como Dwight Eisenhower foi também um General da reserva do Exército dos Estados Unidos – comandante das tropas aliadas na segunda guerra – eleito presidente pelo Partido Republicano. Aos senhores respeitáveis professores de história, fazemos aqui um apelo: por favor, não continuem ensinando errado aos nossos netos, que o Brasil viveu uma ditadura de 21 anos. Se quiserem “nominar” o período entre 1964/1979 como ditadura, reconheçam que foram 15 anos. Registro lúcido contestatório, de uma testemunha da história.

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CÂMARA SE INSTRUMENTALIZA PARA DERRUBAR BOLSONARO

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O presidente da câmara dos deputados, Rodrigo Maia, insistia em alegar que para aprovar a reforma da previdência, seria necessário “negociar”. Postergou além de todos os limites da tolerância, impedindo propositalmente que o governo avance milímetros, na sua quilométrica caminhada em busca de resgatar valores e remodelar o país. Para que se tenha noção do verdadeiro boicote, basta que se observem as dificuldades criadas para nomear a CCJ, em seguida um relator para o projeto; criação da embaraçosa e anômala comissão extraordinária (?) para analisar os impactos da reforma – quando já existe uma instalada e permanente – Comissão de Seguridade Social e Família, por onde tramitam obrigatoriamente todos os projetos (inclusive este) relacionados ao sistema previdenciário público, privado; urbano; rural… Empecilhos para ganhar tempo e na primeira oportunidade, derrubar o governo. Olhando no retrovisor da história, ressurge as mesmas “forças ocultas” que levaram Jânio Quadros a renuncia (Agosto 1961).

O curioso é que para previdência, não tem votos suficientes. Mas, não faltou quorum para aprovar a PEC (legislando em causa própria), que torna o orçamento impositivo, obrigando o governo pagar as emendas de bancadas. Pouquíssimas pessoas sabem o que significa “emenda de bancadas” – banidas na era petista – sob pena do presidente se transformar em “Rainha da Inglaterra”. É um ato brutal, um estupro parlamentar (coletivo) no indefeso presidencialismo.

O povo ainda não tem noção da periculosidade deste parlamento e sua verdadeira ameaça a ordem democrática. Basta seguirmos os passos do seu presidente, olhar quem o acompanha, e o monstruoso fosso que ele está aprofundando para separar a câmara de um governo legitimamente eleito. No final da semana que passou (22.03.2019) o sogro de Rodrigo Maia (pai por afinidade) Moreira Franco, estava preso no Rio de Janeiro. Pai por afinidade, porque seu pai biológico César Maia, quer vê-lo muito bem, mas, longe dele. Onde estava Rodrigo Maia, depois que visitou Gilmar Mendes? Em São Paulo, ao lado do governador João Dória – já em campanha para presidente – armando para aprovar a PEC das emendas de bancadas impositivas. Explicando melhor: um parlamentar (deputado federal) tem o limite de até 10 milhões de reais – roubo escandaloso do dinheiro do contribuinte – para apresentar no orçamento como emenda individual, destinando estes recursos a quem lhes interessar: prefeituras, ONG; Fundações… Não se dando por satisfeitos, apresentam uma emenda de bancada. Reúnem-se e propõem valores estratosféricos para serem “investidos” em seus Estados. O lobby dos deputados, o governador paga. Imagine São Paulo? São 70 deputados federais. E no restante do país? Multipliquemos por 513 para atender 27 Estados! Se o presidente não cumprir? Será cassado por improbidade administrativa. Acreditam?

Uma luta desigual… Enquanto o novo governo economiza um ou dois bilhões, a câmara cria uma despesa impositiva que leva tudo que foi poupado. Cabe ao Senado agora, cumprir com seu papel de “Casa Revisora” e derrotar esta propositura. Mas, será que este foi o preço “negociado” pelo superministro Paulo Guedes? Se não resistiu a pressão, abriu a porteira. Roubar, trair e coçar, é só começar. Segunda etapa do previsível golpe está sendo protagonizada pelo PT. No Brasil as ideologias sempre foram desprezadas quando entrou em cena o poder e o dinheiro.  Mais de 200 assinaturas já foram colhidas para apresentar uma PEC destituindo a função do vice-presidente da republica. Caso o titular seja cassado ou ocorra algo que não possa concluir seu mandato, o vice-presidente assume apenas por 90 dias e convocará novas eleições, realizadas inclusive de forma indireta, pela câmara dos deputados. A “velha mídia”, silencia e pauta o debate da reforma, discussão semelhante a dos sexos dos anjos pela Igreja Católica, que perdurou por seis séculos, para decidirem que anjos não têm órgãos reprodutivos como as espécies. Estão conspirando para engessar o governo até o final do ano – apostando num inevitável desgaste – e em 2020, derrubam Jair Bolsonaro, levando com ele também seu vice Hamilton Mourão. Até dezembro, a oposição começará protocolar pedidos de impeachment.

O maior erro do presidente Jair Bolsonaro – conhecendo a casa onde esteve por 27 anos – foi ter confiado que o seu superministro Paulo Guedes tinha conquistado Rodrigo Maia, a quem apoiou para continuidade na presidência da câmara. Teria sido melhor um “petista”, pelo menos o eleitor de Bolsonaro entenderia que qualquer manobra, seria “armação” de um inimigo derrotado, rancoroso e revanchista. Alguém lembra o que fez a câmara dos deputados em 2017 e 2018? Rodrigo Maia foi imposto como presidente, pelo seu sogro (pai político) Moreira Franco, ministro de Michel Temer e ex-primeiro escalão da gestão Dilma Rousseff. Como ele pagou a Temer? Acatando duas denuncias que pedia seu impeachment, promovendo uma das maiores “farras” da história feita com o dinheiro público. Foram 15 milhões para cada deputado em cada uma das duas votações. Depois “negociou” mais duas PEC. A da reforma trabalhista e da previdência. Recebeu pelas duas e entregou apenas uma. Em dezembro (2018) sabendo que não tinha chances de voltar a presidir a mesa diretora, garantiu aprovar a reforma da previdência até a posse da nova legislatura em fevereiro. Quando se sentiu eleito, alegou indisposição dos derrotados, mas garantiu que no final de março o caso estaria resolvido. Sem o menor pudor, jogou para Abril. Antes da prisão do “sogrão”, estimou junho. Agora… Final do ano. Se o povo não forem às ruas e enquadrá-lo… Ele e seus comparsas botarão abaixo o atual governo.

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SEQUESTRADORES DA NAÇÃO
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Numa das últimas pesquisas do Instituto Datafolha, divulgada pela TV Globo News (eleições 2018 primeiro turno) ouvindo um público de 20 mil entrevistados, continha no questionário qualitativo “recortes” de opiniões do eleitor, objeto de investigação e análise dos comentaristas políticos, para interpretarem o sentimento popular dos brasileiros – desertores da mídia tradicional – interagindo nas redes sociais.  Duas perguntas e suas respectivas respostas calaram a crônica. A primeira era se o eleitor desejaria um governo autoritário. A resposta veio de 58% dos consultados dizendo “sim”. A segunda era sobre a importância da câmara dos deputados, 49% da população manifestou o desejo de extinguir a casa legislativa. Jornalista Merval Pereira, olhos arregalados – surpreso com revelação – tentou minimizar o estrago, arriscando justificar: “acho que autoritarismo, o povo entendeu como governo com autoridade” (?). Esqueceu a lógica, ignorando que os 49% que defenderam o fechamento da câmara dos deputados defenderam o “autoritarismo”.
O parlamento brasileiro foi sempre uma pedra de tropeço nos caminhos de nossa democracia. Desde 1930 (fim da república velha) até hoje, apenas quatro presidentes eleitos diretamente pelo voto, concluíram seus mandatos. Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso; Lula da Silva e Dilma Rousseff (sua primeira eleição). Em quase nove décadas, ocorreram dois golpes de estado e diversas eleições indiretas (congresso nacional). Quem é culpado por todos estes desacertos? O povo ou o parlamento? Desde que o voto se tornou obrigatório (1934), apenas em duas ocasiões às “massas” foram às urnas votarem em parlamentares. Na Constituinte de 1947 por razões ideológicas – comunismo x democracia – e em 1986, atraídos por um derrame de dinheiro sem precedentes na historia, empurrado pela popularidade do presidente Sarney (plano cruzado), considerado posteriormente como “estelionato eleitoral”.
Tem sido frustrante para democracia brasileira, votar em um presidente e ser governado por um parlamento com caprichos sinistros, ilícitos; defensores de interesses escusos e parturientes de “crises” para engessar a nação. O erro começa pela coincidência do calendário eleitoral. Eleições presidenciais eram para ser “solteiras” ou gerais. No ano de eleições parlamentares, não se elegeria prefeitos, governadores e presidente da república. Nos Estados Unidos, eleições parlamentares ocorrem na metade do mandato presidencial. O voto não é obrigatório, deputado federal e senadores exercem suas verdadeiras funções constitucionais: proposituras de leis, aprovação de orçamento e fiscalização da gestão financeira do poder executivo.
Os brasileiros não escondem seu asco pelo parlamento. Poucos são os que se recordam do nome do deputado federal ou estadual, em quem votaram no último pleito. Cobram pelo voto – recebem de muitos postulantes – e no dia fazem a escolha optando pelo maior lance. Esta tem sido a alternativa que a população encontrou para puni-los. Porém, os cínicos sedentos de poder, consideram a gastança um “investimento”. Que legitimidade tem este “poder”? Algo tão aberrante, que em 2017 o STF tinha aproximadamente 600 processos contra parlamentares acusados de corrupção, caixa dois; compra de votos; formação de quadrilha… Onde esteve à mídia por todo este tempo, que não divulgou maciçamente (como o caso Mariele) estes dados? Teor dos processos, nomes desta lista – curiosamente tem quase o mesmo número dos integrantes do Congresso Nacional – 513 deputados federais mais 81 senadores. Cerca de 20% deste total (exceção) não respondem processos. Já seria triste se a regra fosse à exceção, imagine o contrário? Esta é a realidade insofismável dos nossos dias… A câmara dos deputados mantém refém um presidente eleito com 58 milhões de votos. O povão está com seus sonhos e esperanças, sequestrados pela câmara dos deputados. Para resgatá-los e liberar seu governante, a população terá que voltar às ruas. Mobilizar-se contra o Congresso, STF e todas as instituições que lhes pertencem. Afinal, estamos numa democracia, onde o poder emana do povo.

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A OUSADIA DO IRREVERENTE RODRIGO MAIA

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Conta à fábula, que uma grande comunidade de ratos vivia tranquila e se reproduziam rapidamente num velho armazém. Por mais que seu proprietário tentasse envenená-los, não conseguia. Ratoeiras? Nem pensar, cardápio diferente… Era melhor continuarem nos grãos. Até que cansando, o dono do depósito resolveu botar um gato. Na primeira noite, três vítimas. Durante o dia ou a qualquer hora, o gato atento, mesmo dispensando refeição extra, matava-os por instinto predatório. Em uma semana, as baixas foram grandes. Os ratos acuados se reuniram para discutirem o destino da comunidade. Surgiu a ideia de botar um chocalho no gato, pois ao andar, com o som do chocalho, eles localizariam onde estava o bichano. Todos concordaram. Então veio à pergunta irrespondível: quem vai botar o cocalho no gato? Não apareceu o voluntário.

No sábado (17.03.2019), um dia antes de o presidente Bolsonaro viajar para os Estados Unidos, o irreverente Rodrigo Maia convidou-o para um churrasco íntimo em sua casa, onde discutiriam “minúcias” sobre a reforma da Previdência. No encontro, apenas ele, o ministro Onyx Lorenzoni e o convidado (Jair Bolsonaro). Desconfiado da cortesia e conhecedor da “malandragem carioca”, o presidente foi. Mas, levou consigo 17 convidados. Dentre eles, alguns generais, o ministro Heleno do Gabinete de Segurança Institucional. Para surpresa de todos, quem estava lá era o Ministro Dias Toffoli, presidente do STF, David Alcolumbre (presidente do Senado) e seu ex-ministro da Casa Civil,  Gustavo Bebianno (?).

A ousadia do destemido Rodrigo Maia, pressionado e instigado pelo famigerado “centrão”, é de um afoito inominável. Ao lado de David Alcolumbre – presidente do Senado – “armaram” para tentar botar o chocalho no gato (Bolsonaro). Mas, para o bem geral da nação, o ímpeto foi abortado pelo excesso de testemunhas. A partir da “cabeça” do ministro Sérgio Moro, ocupação de cargos estratégicos (com dinheiro) pelo centrão; barrar pedidos de impeachment de ministros do STF; impedir instalação da lava-toga e fim da lava-jato, tudo seria discutido e pleiteado. Um registro fotográfico discreto seria providenciado, e espalhado nas redes sociais, fato que geraria suspeitas no eleitorado de Bolsonaro e em toda a sua equipe de abnegados da causa de mudar o país. A foto ainda foi feita e divulgada. Mas, não conseguiram esconder o Gen. Heleno, delegado Waldir, ministra Damares…

O “centrão” é um movimento de deputados federais suprapartidário, que surgiu das cinzas do “baixo clero” – aglomerado de parlamentares espertos – que elegeram em 2005 o pernambucano Severino Cavalcanti para presidência da câmara, uma candidatura avulsa, derrotando o pretendente do governo (PT) e adversários lançados por composições das grandes legendas de então, PMDB, PFL; PDT; PTB… Severino Cavalcanti durou pouco mais de 07 meses como presidente. Em manobras para abortar o mensalão, fazendo todo tipo de negociação espúria e trancando a pauta com o apoio da gang que o cercava, foi alvo do MPF em investigação destinada, onde descobriram um “mensalinho” pago a ele pelo concessionário que explorava os serviços de restaurante da câmara. Temendo ser cassado, renunciou a presidência e seu mandato.

A tática do centrão é levar o governo de plantão ao desgaste. Na medida em que o governo se impopulariza, cresce o centrão, passando a coupar a explanada dos ministérios e negociando pessoalmente (deputado por deputado) votos para projetos que tragam benefícios diretos para o povo e o governo brasileiro. De bolsos cheios, renovam seus mandatos com folgas. Até as eleições de 2014, os campões de votos por estado, eram todos do centrão. O “baque” veio em 2018. Mas, com o aprofundamento da crise, a pressão do centrão empurra o presidente da câmara para chantagear o executivo até que ele ceda. O destempero do presidente Rodrigo Maia não é por acaso. Já disse que “a câmara não é cartório para registrar queixas do povo” (?). Depois disparou com outra: “a câmara e seus deputados são soberanos…” Um internauta respondeu que “soberano” não se elege, já nasce soberano. O povo vota em representantes. Quarta-feira (20.03.2019) foi à vez de agredir e humilhar um dos nomes mais respeitados do país, o Juiz Sérgio Moro. “Ele é funcionário de Jair Bolsonaro… Está trocando as bolas, eu converso com o presidente”. Ontem, quita-feira, veio à prisão de seu sogro, ex-governador do Rio Moreira Franco. Seus comparsas quiseram atribuir a uma retaliação corporativa do Juiz Marcelo Bretas, em defesa de Sérgio Moro. Rodrigo Maia conferiu que o mandado de prisão foi expedido um dia antes 19.03.2019.

Queiram ou não, para aprovar a reforma da Previdência, Bolsonaro terá que botar um “gato” (PF e lava-jato) na câmara. E Rodrigo Maia, se tiver juízo, renuncia imediatamente a presidência e seu mandato. Imagine se na busca e apreensão na casa de seu sogro, a PF tiver encontrado algo como “doação de campanha não declarada”?

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JOAQUIM LEVY BNDES E UMA GRANDE DEPRESSÃO   

            Em entrevista concedida no dia 13/02/2019 (semana passada), ao Jornalista João Borges da TG Globo News, o presidente do BNDES Joaquim Levy deixou transparecer em suas respostas, que continuaremos vivendo neste quadro penúria. Demonstrou possuir visão limitada e estéril, incapaz de não enxergar nada além de um “livro caixa” e totalmente inabilitado para gerar ideias que possam fazer o Brasil retomar o crescimento. É um bancário de carreira, com um currículo entesourador, imediatista e controlador da expansão do crédito. Um homem certo para Bradesco, Itaú ou Santander, no lugar totalmente errado, Banco de Desenvolvimento Econômico Social, que investe em projetos de longo prazo. Quem o indicou? Amigos de Paulo Guedes, ou a turma do COPOM? Ele jamais frequentou a mesma “praia” do presidente Bolsonaro. Era da cúpula petista de Dilma a quem não poupou críticas pelos investimentos errados em Cuba (porto) e Moçambique (aeroporto). Muito embora tenha sido membro do governo.

            Provavelmente Joaquim Levy tenha visto nos noticiosos da TV (ontem 20.03.2019) longas reportagens sobre o desemprego e falta de trabalho no Brasil. O assombroso índice de 32,7% de famílias absolutamente sem rendas, mostra que nos aproximamos de um inevitável caos social. Não se trata mais de recessão. É depressão. Os reflexos estão na pesquisa do IBOPE – descontando 5% de exagero – mesmo assim, mostra que a popularidade do presidente despencou. Manifesto espontâneo de frustração da população, principalmente no índice de confiança e aprovação do seu modo de governar.  Infelizmente sua equipe econômica – que caiu na armadilha da “reforma da previdência” – ainda não deu um único passo em direção a uma nova política que gere empregabilidade ou ocupação remunerada. Mesmo assim, o COPOM se reuniu ontem e pela oitava vez – com novo presidente do Banco Central – ao longo do período de um ano, os juros (taxa selic) permaneceram os mesmos 6.5% ao ano. Motivo? Desconfiança no governo (?) e insegurança dos mercados. Presidente da câmara Rodrigo Maia promete que a reforma (talvez) seja votada até o longínquo junho. Seria risível se não fosse trágico. A desculpa era mudança no regime previdenciário dos Militares. Ontem foi entregue. E agora? Vão continuar levando de “barriga”? É Claro. O “centrão” quer a grana. Cargos com autonomias de compras milionárias, licitações bilionárias e poder de caneta, para pagarem suas contas de campanha, ou fazer caixa para a próxima. Afinal, do “centrão” que voltou (2018), poucos foram os que gastaram abaixo de 15 milhões de reais. Não importa direta, esquerda ou centro. Eles querem o dinheiro que gastaram.

            O presidente Jair Bolsonaro acreditou – e nos fez acreditar – que o superministro Paulo Guedes entendia tudo sobre economia, e tinha um projeto fantástico que se posto em prática, o Brasil seria alavancado de uma “planície” comprometida pelo aprofundamento das “erosões” socialistas de quando as esquerdas estiveram no poder. A cada entrevista, Paulo Guedes tona-se mais eloquente, e pouco producente. O Brasil começa a mergulhar na depressão, e  Joaquim Levy na TV, prometendo o “milagre” de emprestar dinheiro para micro e pequeno empreendedor com taxa de 15% ao ano,  ainda “verificando certos critérios”. Meu Deus…É injetar na veia de um paciente hipertenso, soro a base de cloreto de sódio. Se este for o tratamento, todos morrerão. O que ainda falta ao presidente Bolsonaro? Continuar esperando por Paulo Guedes? Por que não consultar outros da área? O Brasil precisa de seu “New Deal*”. Que vá a TV, use as redes e explique ou denuncie, a chantagem do parlamento. O povo o elegeu, por sua coragem. Se o legislativo resistir, resolva do modo como já se espera em Brasília, via artigo 142 da Constituição Federal: Intervenção Militar. Se necessário, fechando o Congresso para garantir a ordem.

*New Deal – nome dado à série de programas governamentais dos Estados Unidos,  entre 1933 e 1937, sob o governo do presidente Roosevelt, com o objetivo de recuperar a economia norte-americana da grande depressão após a queda da Bolsa em 1929. Investimento maciço em obras públicas na construção de usinas hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos etc. Tais obras geraram milhões de novos empregos. Redução da jornada de trabalho, com o objetivo de abrir novos postos. Fixação de um salário mínimo, criação do seguro-desemprego e seguro-aposentadoria (para os maiores de 65 anos). Distribuição de rendas que acabou o desemprego.

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CADASTRO POSITIVO É RECESSIVO

O estado de recessão da economia do país deve se aprofundar – segundo dados de pesquisas do setor – que revelam índices apavorantes, como o endividamento de 62% das famílias brasileiras, cadastradas como “caloteiras” junto aos órgãos de informação e proteção ao crédito (SERASA e SPC). Este gigantesco contingente de sobreviventes a caminho da miséria são vítimas do desemprego em massa, herança da era petista, que acumulou os estoques remanescentes do período “tucano” (FHC). Há 25 anos os governos usam “artifícios” manipulando dados e pesquisas – trocando constantemente métodos – para calcularem inflação, desemprego e IDH. Uma “mentira oficial”, apoiada pela grande mídia, e vergonhosamente endossada pelas “respeitáveis” autoridades econômicas, cujos currículos têm mais pagina que a Bíblia Sagrada.

            Estamos no início de um novo governo, que nos garante ser diferente de tudo o que vimos nos últimos 30 anos, fazendo-nos crer nas promessas de uma mudança radical na política econômica. Superministro Paulo Guedes assegura que o Brasil voltará a crescer, e o mercado absorverá a mão de obra de 12% de sua força de trabalho, ora desempregada, além de gerar a primeira oportunidade para outro índice alarmante de 15% da população, compostas de jovens esperançosos, na busca de ocupação remunerada. Para que se ponham em prática esses ambicioso programa, a expansão do crédito é fundamental. Sem dinheiro novo, não existira investimentos nem empregabilidade. O crédito financia a produção e o consumo. Com investidores e consumidores “negativados” o programa do presidente Jair Bolsonaro, aos cuidados de Paulo Guedes jamais alcançará o êxito desejado.

            Os Bancos que sempre mandaram no país – exceto nos governos Costa e Silva e Médici – criaram uma “cláusula de barreira” para abrirem as algibeiras, e permitir que Paulo Guedes desenvolva suas ações: reforma da previdência. Sem reformas, não haverá crédito para expansão monetária, ora vigiada e proibida pelo famigerado COPOM, com apoio do Banco Central (independente) que não admite intromissão do governo (?). Puseram Paulo Guedes num quadrado. Sério: alguém acredita que a Previdência necessita mesmo de uma reforma? Só se esta viesse para repor o prejuízo causado por FHC, a centena de milhares de contribuintes que recolheram sobre 20 salários mínimos, e foram “achatados” pelo mísero fator previdenciário.

            Infelizmente o governo e o próprio Paulo Guedes, caíram na armadilha dos banqueiros. Reforma da Previdência era para ter sido divulgada como programa de austeridade da nova gestão, promovendo “cortes” e fim dos privilégios. Não foi o que aconteceu. O povo tem a sensação que continuará sendo roubado. O governo se esqueceu de olhar mo retrovisor – apagar das luzes da gestão do ex-presidente Michel Temer – meados de dezembro 2018, quando o Congresso as vésperas do recesso e sob a pressão do Banco Central criou quorum, votou e aprovou o acordo de leniência dos Bancos, crime lesa pátria, perpetrado contra o cidadão contribuinte. Este acordo espúrio, acobertado pela “mídia profissional”, impede que os Bancos sejam processados, punidos criminalmente; multados; seus diretores presos, por cumplicidade com a gang da corrupção desbaratada pela lava-jato. Os Bancos foram os grandes facilitadores da evasão de divisas e fiéis depositários das propinas, além de colaborarem de modo “operacional” com a criação de contas fantasmas. Desde dezembro, graças a Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, todos se salvaram e estão impunes. Será que ninguém viu isto?

A cegueira “histérica” do momento – discussão da reforma da Previdência – desviou o foco do povão, e o congresso nacional voltou a agir criminosamente em favor dos Bancos mais uma vez. Mesmo tendo sido atingido por uma renovação expressiva em suas duas casas legislativas, deputados e senadores aproveitaram-se da ocasião, e na calada da noite, o Senado Federal nos mostrou que nossos destinos (governo povo e nação) continuarão sob o mais absoluto controle dos Bancos. Aprovou o “Cadastro Positivo”, criando um gueto para os endividados. Legalizaram um crime que fere direitos constitucionais, como a privacidade do individuo. O presidente Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, certamente ignoram completamente os efeitos devastadores deste cadastro positivo, que passa a ser super-recessivo. Se o presidente não vetar, o país se enterrará definitivamente. Com 62% de suas famílias inadimplentes, como ocorrerá expansão do crédito? Legalmente o congresso nacional permitiu que os Bancos criem a partir de agora, a listas negras dos “negativados”. Dinheiro só para os “positivados”. Quem e quantos? Isto não existe em nação nenhuma do planeta terra! O povo tem que voltar às ruas, usar as redes sociais e pedir um lava-jato para “limpar” o Congresso.

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SILÊNCIO COMPROMETEDOR

            A insônia se instalou na granja do governador. Noites longas e sombrias causam estranha sensação de medo, no espírito do já intranquilo novo inquilino, que não consegue se desprender dos fantasmas obsessivos e sua insistência em demonstrarem – via ameaças veladas – que ainda detêm os mesmos poderes de quando vivos, mesmo depois de mortos. Os insepultos tornam os dias do engenheiro João Azevedo atormentados e mais curtos e desconcentrado. Discursivos, e com uma agenda de aconselhamentos bizarros, onde surgem ideias que vão da lucidez a insanidade.

 Tudo que o governador deseja no momento, é um afastamento voluntário da sua gestão de todos implicados que poderão ser punidos pela crucificação. Mas, os inconformados “kamikazes” querem dividir com ele, a aflição de seus calvários. O que pode fazer o governador? Confessar que sabia de tudo? O povo, estarrecido, ainda o tem como vítima. O “poste”, a escolha; guardião da confiança, capaz de cumprir todo um roteiro elaborado para perpetuação no poder do seu líder e mentor “socialista” Ricardo Coutinho. A via-crúcis começou… O trajeto todos sabe onde termina: no local da crucificação. Querem que o governador João Azevedo tome a cruz para si, e a carregue? Mesmo que o faça, ele deve pelo menos escolher – historicamente e para posteridade – a posição onde será crucificado, não ficando nem à direita, muito menos a esquerda.

A Secretária Livânia e Gilberto Carneiro talvez jamais tenha visitado uma cadeia. Imagine um presídio! Lugar isolado mundo, com regras desumanas impostas por criminosos impiedosos, desesperados e arruinados. O delator não suportou uma simples prisão “recreativa”. Vomitou tudo que havia degustado no banquete dos socialistas por oito anos. É de bom alvitre alertar o governador João Azevedo, sobre o exemplo Pezão (RJ) e Beto Richa (PR). No caso Paraná, foi um secretário delator, cujo processo ainda carecendo de provas mais robustas, as evidências foram suficientes para por atrás das grades um ex-governador licenciado, e em campanha para o Senado Federal.

Os tempos são outros, e o Poder Judiciário está sendo encurralado pelo povão a partir da Suprema Corte. Como numa guerra ou revolução, pouco se sabe como começa, impossível adivinhar como termina. O desmonte das OCRIM pelo Ministro Sergio Moro – que ainda vai passar pelos estados, municípios e congresso nacional – tem agradado a população a cada reviravolta e seus inesperados acontecimentos. O caso do assassinato da vereadora carioca Mariele, causou surpresa não por ter sido desvendado e os sicários presos. Mas, pelos 107 fuzis AR-15 ainda em embalagem industrial, apreendidos na casa de um ex-PM. A Policia, Milícias; políticos e bandidos do narcotráfico estão agora dentro de uma nova linha de investigação – a partir da ALERJ – causando suspense por não se saber onde, e nem em quem irá esbarrar tudo isto.

A delação antecipada da Secretária Livânia, seria sua única salvação, preservando o governo. Todavia, os investigadores sabem que ela além de não agir só, sempre foi disciplinada, e cumpria ordens apenas o “número um”. Quanto a João Azevedo, seu silêncio é comprometedor. Bem pior é sua falta de atitude em não usar a caneta. Talvez seja inocente, e consiga salvar sua pele. Mas, se não agir em tempo hábil, a amizade pode se transformar em cumplicidade, que causará dificuldades em salvar seu mandato por mais 47 longos meses. O delator foi preciso e expôs todo sobre o caixa dois: nome de pessoas, empresas, data de pagamentos em espécie… É batom na cueca.

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SÉRGIO MORO CONTINUA SABOTADO PELA GRANDE MÍDIA

            Cinquenta e três dias a frente do Ministério da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro – tendo sob seu comando a Polícia Federal e o COAF – desenvolveu ações surpreendentes no combate ao crime e o narcotráfico, que levariam décadas, ou jamais seriam operacionalizadas. Enfrentar as OCRIM sob a premissa que “o crime organizado não irá vencer o Estado” – foi uma promessa feita pelo Ministro, ao cético povo brasileiro que já consideravam derrotados nesta guerra hedionda. Mal sentou na cadeira, o PCC tentou amedrontá-lo criando um quadro de terror no estado do Ceará. A “farra” durou duas semanas. O braço nordestino do PCC foi literalmente desarticulado, com prisões e transferências de todos os seus temíveis líderes, espalhados hoje pelos distantes presídios federais do país. Por que a grande mídia não destacou isto como uma vitória do Estado Brasileiro? O Ceará está em paz.

            Criminoso de alta periculosidade – Marcola – supremo comandante da OCRIM PCC, há décadas aterroriza São Paulo. Sua última investida na capital (15.05.2006) ocorreu com 115 ataques terroristas, 58 assassinatos dentre as vítimas 38 policiais. O medo apavorou a maior cidade do país por uma semana. Mais de uma centena de ônibus, Vans; veículos particulares foram incendiados. Metralharam fachadas de todas as delegacias de bairros… O governador Cláudio Lembo teve que (vergonhosamente) às escondidas, negociar com este bandido, para que os ataques fossem suspensos, aceitando imposição de nomes para dirigirem diversos presídios, e cadeias públicas.

Marcola, após a posse do Ministro Sergio Moro, enviou áudio a todos os grupos do whatsapp, convocando suas tropas para um enfrentamento, ameaçando desta feita, incendiar todo o país. Numa operação espetacular, Ministro Sérgio Moro o transferiu e prendeu 391 bandidos, que compunha seu exército fora das grades. Funcionou a tática do “elemento surpresa”. O temido Chefão do PCC jamais esperaria ser removido de São Paulo. Seus “infiltrados” em todos os setores do “Estado” e mundo empresarial falharam. Na grande mídia, apenas discreto registro.

            A bela cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, foi alvo nas duas últimas semanas de uma operação que chamou atenção da Europa (em particular a Holanda). Apreenderam 4,2 toneladas de cocaína (pasta pura) camufladas em embalagens de melões. Claro que a maioria das pessoas não tem a menor ideia do tamanho do prejuízo causado aos grandes Cartéis e financiadores das drogas. Um quilo de “pasta pura” custa o equivalente a 20 mil reais na Bolívia e Colômbia. Quatro toneladas representam 160 milhões de reais, valores que são multiplicados por três, até a ponta final (consumidor). A apreensão no porto de Natal e a informação da rota náutica da fruticultura até Amsterdam oportunizou a polícia Holandesa apreender mais duas toneladas por lá. Esta ação culminou na quinta-feira (21.02.2019), porto de Amsterdam, uma das maiores operações das últimas décadas: 10 toneladas de pasta em um navio que passou em portos e águas brasileiras. Noticiário da grande mídia (Globo) não noticiou.

            Dia seguinte (22.02.2019) sexta-feira, decidimos passar o dia e a noite “plantado” frente à TV Globo News, esperando noticiarem o desmantelamento de uma das maiores gangs do país – totalmente desconhecida – onde foram presas 43 aeronaves que transportavam 400 toneladas (cada uma) de cocaína dia, usando os mais diversos planos de voos clandestinos. Estes supertraficantes não têm passagens pela polícia, são disfarçados de “empresários”, fazendeiros criadores de rebanhos bovinos; proprietários de postos de gasolina; frigoríficos… Um fato tão espantoso e extraordinário que o DEA – agencia especial de combate ao trafico dos Estados Unidos – enviou força tarefa para o Brasil, na intenção de descobrir as ramificações desta quadrilha com a droga que entra na América do Norte. A TV Globo News não notificou absolutamente nada. Esperamos até o Jornal das 10 (noite) e o assunto policial que abordaram foi sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (14.03.2018) com uma nova denuncia que envolve policiais militares, civis e até um delegado da PF. Sérgio Moro já tem causado prejuízos ao grande crime transnacional que representam bilhões de dólares. Registramos historicamente o fato, para que a memória coletiva do povo brasileiro enxergue que estamos no caminho da paz e segurança, fatos que a grande mídia boicota.

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QUAL É O PLANO  DO MINISTRO PAULO GUEDES?

            Nenhum ministro na história da república teve tanto poder, quanto o atual superministro da economia Paulo Guedes. Não se ousa questiona-lo em nada, pelo contrário, em seu próprio “meio” (economistas) existe um quadro de expectativas sobre suas decisões, que podem transformar em definitivo os rumos do país. Será que seu pescoço suporta o peso da coroa?

            Infelizmente nas últimas décadas, melhores quadros que surgidos no conceito do novo pensamento econômico (cabeças pensantes), quer seja no Brasil (FGV) nos Estados Unidos (Harvard) ou na Inglaterra (Oxford/Cambridge) demonstraram interesse exclusivo sobre a administração e expansão de “ativos financeiros” dos grandes fundos de investimentos, ou “mecanismos” que ampliem as garantias do entesouramento dos grandes bancos. Inexiste a concepção lógica: como criar a riqueza, sem o trabalho?

            Desde que assumiu o superministério da economia, Paulo Guedes ainda não moveu uma palha, para desmontar a política “monetarista” que mantém o Brasil “engessado” por quase quatro décadas. Imaginávamos que um de seus primeiros atos seria extinguir o famigerado COPOM, algo semelhante a um cassino com roletas viciadas, onde só quem ganha é a “casa”. O COPOM é a extensão da Banca do FED (tesouro dos Estados Unidos) privatizado, historia que já narramos em artigos anteriores. O alarmante aumento da desigualdade dos norte-americanos se deve ao FED, que impõe via Parlamento, política oposta a da China, hoje em franca expansão.

Será que o ministro Paulo Guedes irá continuar admitindo que o COPOM estabeleça taxa de juros (selic), remunerando uma dívida de origem duvidosa para o governo (nossa), definindo ainda percentual ínfimo de crescimento do PIB e inflação? Neste caso os cargos de Presidente, o Parlamento; e Ministérios são meramente (de direito) figurativos, pois quem nos governará “de fato” são “eles”. E o povão? Tem que continuar fazer sacrifícios para a economia não piorar? Isto é o mais cruel de todos os tipos de terrorismo. Mas, “levando de barriga”, os teóricos do “livre mercado” impõem sempre uma meta a ser cumprida. Caso seja alcançada, teremos investimentos externos. Isto jamais ocorrerá. Pelo que percebemos o ministro Paulo Guedes não é da escola “Keynesiana”, que provou ser indispensável à “intervenção do estado” no mercado, para recuperação da economia e pleno emprego. Método eficaz testado por duas vezes, e em momentos cruciais da história das nações.

Agendado para o final de março vindouro a retirada definitiva da Inglaterra da zona do euro, os “grandes fundos” – aqueles que aguardamos chegarem ao Brasil – quebraram a ilha Britânica. Em uma semana, transferiram 1,0 trilhões de libras para Bancos da zona do euro. Mais que metade do PIB do Brasil. Quem salvará a Inglaterra? Hjalmar Schacht, nomeado ministro da economia por Adolf Hitler, em quatro anos acabou o desemprego na Alemanha Nazista. O governo investiu o dinheiro que não tinha, através de emissão de títulos, que investiam em obras, gerando o emprego, consumo e a poupança interna. Funcionou. Franklin Delano Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos, seguindo o exemplo da Alemanha, criou o “New Deal” a partir de 1933, acabando com a recessão (1937). O economista inglês John Maynard Keynes, observando os sucessos de Hjalmar Schacht e dos Estados Unidos publicou sua obra clássica “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”. Tratado que deu origem ao Plano Marshall posto em prática na Europa após a segunda guerra (contra os banqueiros), assegurando já 70 anos de paz e prosperidade no continente (zona do euro).

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O PREVISÍVEL BOLSONARO

            A recente crise do PSL produzida pela velha mídia (Estadão Folha Veja e Globo) teve como objetivo – mais uma vez – tentar encurralar o presidente Jair Bolsonaro. É impressionante a resistência desta gente, em não admitir que o país deva mudar. Diariamente nos noticiosos da TV Globo News, seus comentaristas políticos perseveram a questão da governabilidade, que segundo eles, só será possível se “negociar” com a “base parlamentar”, que procura ocupar espaços no governo (?). Caso o presidente Bolsonaro admita esta sugestão, terá despenho semelhante a seus antecessores, que levaram o Brasil a bancarrota. Na verdade quem está à procura deste “espaço” são os próprios comentaristas, escaldos por seus patrões, que não conseguem mais sobreviverem sem as tetas do estado.

            Este tipo de jornalismo – pago pelo governo – se iniciou (discretamente) na gestão do ex-presidente João Figueiredo. Seu antecessor, Ernesto Geisel nunca pagou nenhuma veiculação de matérias em jornais. O Rádio e a TV eram obrigados a divulgarem suas inserções gratuitamente, por serem concessões do governo federal. Até então, só as empresas estatais patrocinavam com anúncios institucionais, eventos e matérias especiais – a título de colaboração – sobre seus desempenhos. Ao assumir a presidência da república, José Sarney criou um Ministério com atribuições de elaborar e veicular a propaganda oficial do governo, paga. Desde então, a conta só fez crescer e não importa quem esteja no poder, se não gastar, será desgastado. Chantagem, extorsão e intimidação são “embrulhadas” para o leitor e telespectador, num formato de jornalismo independente. Batem e assopram, atendendo as duas pontas e salvando seus interesses. Collor de Melo sofreu um impeachment, tentando se livrar da extorsão, flagrado quando estava criando seu próprio sistema de comunicação.

            Ex-presidente Itamar Franco, teve que ceder – mesmo de forma tímida – aos glutões da mídia que se livraram de Collor de Melo. Só não gastou bem mais, graças ao escândalo dos anões do orçamento, episodio que deixou o parlamento desmoralizado e de joelhos. Concluiu sua gestão usando o orçamento ainda do ex-presidente Collor de Melo, acrescentando anualmente 10% como determina a lei. FHC estabeleceu quota anual fixada – após seu projeto de reeleição – em 1 bilhão de reais, dos quais 350 milhões para o sistema Globo. Lula, com a instalação da CPI do mensalão, perdeu totalmente o controle. Foi à era de ouro da mídia, fartura que jamais se repetirá na história do país. Centenas de bilhões de dólares. Quando o PT sugeriu criar um sistema de comunicações – copiando a ideia de Collor de Melo – o jornalista Franklin Martins (rede globo) exclamou: por que criar isto se já temos a globo, revistas e os jornais?

            Adágio popular insinua: “queres conhecer uma pessoa, ponha dinheiro ou poder em suas mãos”. A mudança é factível no comportamento, não na essência. Jair Bolsonaro deixou a “Caserna” pela política. Durante toda sua existência não fez outra coisa a não ser defender ferrenhamente o período dos governos Militares, enaltecendo a prosperidade alcançada pelo país, o anticomunismo e a inadmissibilidade de corrupção. Por que iria mudar agora? Quando ocorreu o atentado, o povo viu sua casa no Rio de Janeiro, localizada num condomínio de classe média baixa. Móveis simples dentro do padrão da classe trabalhadora. Seu estilo de vida? Café da manhã com pão francês e margarina. A residência de sua sogra, em Brasília, é localizada no contorno de uma das cidades satélites, semelhante a uma “casa de conjunto” de qualquer bairro periférico situado nos mais distantes grotões do país. Aos 64 anos, vindo do baixíssimo clero do parlamento, como ele mesmo confessou a TV Globo, nunca fez nada que contrariasse a legislação em benefício de si mesmo, porque agora faria para outrem? Se seu filho Flávio Bolsonaro for incriminado, ele jamais irá interferir e comprometer sua imagem para salvá-lo de punição cabível. Se o PSL estiver envolvido nesta “mutreta”, não será surpresa Jair Bolsonaro se desfiliar da legenda. Para estar presidente, não é necessário pertencer a uma sigla. Talvez seja a escolha ideal, para evitar o pede, pede dos deputados do PSL, que foram eleitos pegando carona no discurso da mudança de Bolsonaro, entretanto, querem manter os mesmos privilégios perdulários de seus antecessores megalômanos, que saíram, mas deixaram um “vírus do privilegio” alojado no corpo do velho Congresso Nacional.

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O SILÊNCIO DENUNCIA O CULPADO

Uma das principais características da marcante personalidade política do ex-governador Ricardo Coutinho foi seu instinto de defesa e reação: “bateu, levou”. Não deixava nenhuma crítica sem resposta, acusação sem severa repreensão, criando desconforto para todos os que o criticavam – não como pessoa – como homem público. Sua vitrine tinha blindagem contra estilingues. Raras vezes calou-se diante de fatos onde não dispunha de argumentos para defesa. Nestes casos (raríssimos) silenciava. Porém, atacava de forma indireta – via seus asseclas – desviando o “foco”, ignorando literalmente as evidências, suprimindo a informação investigativa antes que prosperasse. Nestes episódios encontravam sempre um “suspeito” – mesmo que inocente – para retaliar a titulo de exemplo, intimidando fontes que municiavam os “sniper”.

Arrostava e chamava para o desafio “peito aberto”, seus principais adversários não importando se fossem da mídia ou do parlamento. Despido de remorso, defenestrava correligionários, castigava seus mais “chagados” ou desprezava aqueles que não eram mais úteis aos seus ambiciosos projetos de poder. Utilizando de uma poderosa ferramenta belicosa argumentativa, transmitida através das cadeias de emissoras de rádio, TV; sites; Portais de Notícias e blogs – pagos com o erário público – Ricardo Coutinho com um discurso ameaçador, “desconstruiu” com desenvoltura todos os processos – ainda em formação – que buscassem união de oposições durante 14 anos. Sua tática era evitar o fortalecimento de movimentos que ameaçassem sua trajetória política sempre ascendente, que redobrava sua autoconfiança após resultados de cada pleito vencidos. Foram cinco vitórias consecutivas, quando disputou vaga pela conquista do poder executivo (municipal e estadual).

Onde se escondeu este gigante imbatível? Fugiu da luta após perder a “armadura” da caneta? Cadê seu grande exército de defensores? Como guerrilheiros indisciplinados, que ignoram os conceitos de formação das casernas, todos “bateram” em retirada, no formato silencioso da sublevação do “salve-se quem puder”. Boatos dão conta que Ricardo Coutinho está foragido, por ter obtido informação privilegiada que seria preso por obstrução de justiça. Sua liberdade – no momento – estaria atrapalhando as investigações, por coagir testemunhas; impedir instalação de uma CPI; instruindo a destruição de provas materiais incriminadoras oriundas do escabroso “esquema” de desvio e lavagem de dinheiro, corrupção e propinas, patrocinada pela Cruz Vermelha.

O silêncio de Ricardo Coutinho diante de tudo que já foi divulgado sobre a Cruz Vermelha, se constitui numa prova inequívoca de sua culpa. O MP e MPF sabem que toda OCRIM tem um líder. Ricardo Coutinho sempre foi um gestor egocêntrico, razões que a lógica questiona: como toda esta roubalheira aconteceu, e por tanto tempo, sem que ele tomasse conhecimento? Se estivesse ao dado da verdade imaculada, aos berros estaria na mídia denunciando perseguição política e a sanha de seus inimigos.

Em xeque, a saída honrosa de Ricardo é muito difícil. Escamotear a verdade não é o melhor caminho, ou a escolha ideal. Basta mirar-se no exemplo de seu líder maior Lula da Silva, ora sem previsão de deixar a cadeia – e mesmo que consiga uma liberdade condicional ou prisão domiciliar – as sentenças não mais o permitirão voltar à vida pública. Mais acusações ainda virão. Provavelmente com o tempo e por questões humanitárias (saúde, debilidade e demência) fique em um domicílio. Não deixará legado político, herdeiro ou seguidor de sua “seita”. Um triste fim para ele e “outros” que um dia confundiram o Brasil com Cuba.

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 PARLAMENTO PARAIBANO TEM O DEVER DE INSTALAR A CPI DA CRUZ VERMELHA

            Discordando da opinião do Jornalista Heron Cid – artigo postado hoje 07/02/2019 em seu Portal de Notícias – alegando “ineficácia” de uma CPI para apurar os estragos bilionários – danos irreparáveis – ao erário público de um estado pobre (?). Enfatizamos que segundo a Constituição, este é um dos principais papeis do parlamento: fiscalizar as contas do poder executivo. Principalmente neste caso, onde a Assembleia Legislativa já havia aprovado e considerado lícito os pagamentos, contratos e seus termos entre o governo do estado e a Cruz Vermelha. Para mostrar transparência e seriedade da Casa Epitácio Pessoa, seus membros têm o dever de mostrarem ao povo que o MPF está equivocado, ao acusar agora a Cruz Vermelha de praticar crime por lavagem de dinheiro, pagamento de propinas; uso ou desvios para atividades político/eleitoral… Calar-se diante de tudo isto? Onde ficará o respeito e prestígio do Poder Legislativo da Paraíba junto aos seus representados (eleitores)?

            Outro engano do nobre companheiro é sobre a incapacidade de produção de novas provas. Imaginemos que aquela cena, onde um cidadão grava em vídeo no momento em que paga uma propina de três mil reais a um diretor dos Correios e Telégrafos? O corrupto foi preso. Mas, uma CPI foi instalada para apurar o “fato”. No primeiro momento, “tangeram” o problema para o então senador Ney Suassuna, que de imediato respondeu que não se tratava de alguém indicado por ele, sim por Roberto Jefferson. A reação do líder do PTB foi “extemporânea” e fora dos padrões da “Casa” em se tratando de denuncia. Exigiu do então Ministro da Casa Civil José Dirceu que apagasse tudo, e o livrasse daquele episódio. A resistência de Dirceu levou Roberto Jefferson a denuncia-lo, fato que culminou em sua renúncia da Casa Civil, voltar ao parlamento como deputado e ter – com os desdobramentos da crise – a obrigação regimental da CPI de enfrentar Roberto Jefferson em uma acareação na CCJ. Foi aí que surgiu a ponta do iceberg da ladroagem do PT, hoje ainda longe de se chegar a sua base.

            Na acareação vista ao vivo por todo o país, Roberto Jefferson indagou de José Dirceu: O Sr. conhece o publicitário Marcos Valério? Dirceu empalideceu. Balbuciou qualquer coisa como “isto está fora do propósito… o tema aqui é outro…” Jefferson disparou: Marcos Valério é o responsável pelo grande esquema de roubalheira comandado por V. Excia no PT, desde as eleições (2002). A CPI dos Correios desaguou na CPI do mensalão onde foram presos até o presidente da Câmara dos Deputados o “insuspeito” João Paulo e sua esposa. Diretores do Banco Rural, empreiteiros como diretores da Camargo Correia; dezenas de deputados renunciaram e outros, após o julgamento foram parar na cadeia, como Pedro Correia que ainda está em prisão domiciliar. A Polícia nem o MPF jamais chegariam aos “Comandantes em Chefe” da corrupção da época, se encerrasse o caso com a prisão do diretor dos Correios.

            A crise política incendiou o Congresso Nacional. Surgimentos de outros fatos macabros – fruto de denuncias dos investigados nas CPI dos Correios e Mensalão – levou a instalação de uma terceira CPI, a dos Bingos, que de saída provocou a renuncia do ex-ministro Antônio Palocci. Mais renúncias de parlamentares, prisões de funcionários do alto escalão do governo, e quase se chegou à convocação dos filhos do ex-presidente Lula. Infelizmente naquela época faltava um Sérgio Moro, e sobrava um Márcio Tomaz Bastos, maior protetor de corruptos e bandidos da república. A ideia foi do ex-ministro, em desviar todo o “foco” para Carlinhos Cachoeira. Por sua vez, renunciou o Ministério, e mostrou na TV sua verdadeira face, ao acompanhar um bandito líder de OCRIM e defendê-lo numa CPI numa sessão transmitida ao vivo pela TV Senado. O presidente da CPI, então Senador Vital Filho (PMDB-PB), “adoeceu” e teve que ser hospitalizado em São Paulo. Sua inesperada “enfermidade” ocasionou uma trégua, seguida do arquivamento do processo.

            A CPI da Cruz Vermelha mostrará se procede ou não – segundo estimativas – rastros de doações oriundas das propinas, nos fundos de campanhas de pelo menos 17 dos atuais 34 deputados estaduais da Paraíba. Isto não deve ser passado a limpo? Depoimentos de inúmeros “pombos correios” aqueles considerados como “raia miúda”, pode nos revelar grandes segredos sobre o pleito de 2014 e 2018.

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TELHADO DE VIDRO

            O forte e convincente discurso do ex-governador Ricardo Coutinho, que nos últimos 14 anos se autoproclamou como o novo “paladino” da moral, ética; austeridade e “zeloso guardador” do erário público da Paraíba começaram a desmoronar desde o último domingo (03.02.2019) quando a TV Globo, no programa “Fantástico” prenunciou que o mar de lamas de Brumadinho poderia alcançar o Rio Paraíba, e soterrar o Palácio da Redenção, onde se hospeda o governador João Azevedo e sua gestão de apenas 33 dias.

A prisão do servidor público Leandro Nunes de Azevedo ligado diretamente a Secretária Livânia Farias levou o governador a exonerá-lo prontamente. Secretários Waldson de Souza e Livânia de Farias, que integram o primeiro escalão da atual gestão nas funções de Secretário de Planejamento e Administração respectivamente, tiveram busca e apreensão de pertences em seus locais de trabalho e residência. Até hoje ainda não vimos um único caso que se inicie com “buscas e apreensões”, para não culminar em prisões. Governador João Azevedo deveria ter imediatamente afastado os dois secretários envolvidos, até que as investigações comprovassem engano ou os inocentassem. Tomasse a mesma atitude que o levou a decretar intervenção nos Hospitais de Traumas de Campina Grande e João Pessoa. Busca e apreensão tem um objetivo meramente “protocolar” para encontrar “rastros” e confrontar com o material que a Polícia já tem em mãos.

Aturdido com estrondo, sem tempo para raciocinar sobre seus efeitos, João Azevedo divulgou nota a imprensa qualificando a matéria como sensacionalista e elogiando o bom desempenho da Cruz Vermelha, segundo o MP e PF, uma OCRIM. Faltou alguém para recomendar prudência ao governador, evitando que indiretamente ele venha ser envolvido pelo episódio.

A vitória de João Azevedo (2018) – jamais prevista para primeiro turno pelos cuidadosos decanos da mídia paraibana que escrevem a crônica política do quotidiano – foi um fato inusitado, sempre atribuído ao ex-governador e não ao candidato, o que é um erro grosseiro. As preferências do ex-governador Ricardo Coutinho eram Buba Germano e Cida Ramos. Três pesquisas, em épocas distintas e na proximidade das convenções, exibiram João Azevedo como o melhor nome e bem a frente dos outros  dois. Os paraibanos começaram a enxergá-lo como um homem sério, sem envolvimento com denuncias de corrupção; hábitos familiar e cristão; conservador, pré-requisitos indispensáveis (pode ser modismo) em nível nacional, para todos os postulantes das eleições gerais de outubro de 2018.

Em suas primeiras entrevistas após o pleito, João Azevedo agradeceu sempre o empenho do ex-governador que o apoiou e destacava – como o fez repetida vezes na campanha – que sua gestão seria de “continuidade”. O que politicamente não significa o mesmo que “continuísmo”. A continuidade que o João Azevedo se referia, era a do projeto de governo, em obras, serviços e ações. Jamais disse que seu desempenho e equipe teriam as mesmas “digitais” (continuístas) de Ricardo Coutinho.

Em apenas 30 dias como governador, João Azevedo se depara com dois grandes problemas: o ato de rebeldia da Assembleia Legislativa e a surpresa do escândalo da Cruz Vermelha. Processo constantemente denunciado pela oposição, Tribunal de Contas do Estado e MP. Mas, seu antecessor levava todos no “grito”. A mídia acovardada, se autoamordaçou em defesa de suas vísceras, silenciava e a Ricardo Coutinho que usava a superada tática: “melhor defesa é o ataque”. Com este gesto, esqueceram o Jampa Digital, seu irmão Coriolano & Cia; Urquizas… Ricardo com todo seu telhado de vidro ainda teve a ousadia de jogar pedras nos vizinhos.

Entretanto, cabe agora ao governador João Azevedo, medidas urgentes, já que ele teve a sorte de “ouvir a sirene” que não funcionou em Brumadinho, e evitar ser “engolfado” por um grande mar de lama. “Ao Rei tudo, menos a honra”. Frase do saudoso deputado federal Djalma Marinho (RN) líder do governo Costa e Silva que pedia (1968) autorização a Câmara dos Deputados para processar o deputado federal Jornalista Marcio Moreira Alves. O governo foi derrotado com o voto de seu líder. A revanche foi o AI-5 que cassou muitos, só não Djalma Marinho, por sua honestidade, seriedade e sinceridade.

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PLANOS DE PAULO GUEDES: ELE COMBINOU COM O COPOM?

            Presidente Jair Bolsonaro promete: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, só não do COPOM – Comitê de Política Monetária, cujos poderes se estendem muito além do divino. O esperado do novo governo – como primeira medida – era um decreto extinguindo o COPOM – que não tem amparo Constitucional, iniciativa que fortaleceria o programa do Ministro Paulo Guedes. Presidente Jair Bolsonaro, apesar de 20 anos no parlamento, provavelmente não tenha a menor noção de como “opera” este criminoso mecanismo criado por FHC, por uma simples circular em 1996 modificada em 1987.

            Nunca ouvimos ou tomamos conhecimento de registros na mídia sobre como funciona a “engrenagem” do COPOM. Alguém sabe o nome de seus membros? Quando começa e terminam seus mandatos? Do parlamento (Câmara e Senado) jamais se viu sequer um pronunciamento a respeito desta organização “sabotadora” da economia do país. Já se criou todo tipo de CPI no Congresso, porém, jamais uma para investigar o COPOM. Será que todos são absolutamente ignorantes, ou integram uma gigantesca conspiração contra o povo brasileiro? Comentaristas da área econômica – usando a linguagem “economês” – através de ilustrações (gráficos), projeções e estimativa, falam na TV como “papagaio de pirata”. Limita-se a ler o “release” que o COPOM lhes envia. Nenhum se aventurou até hoje a contestar o COPOM, a partir de sua criação.

            O Brasil tem um Banco Central, que normatiza e fiscaliza toda a política financeira do país. Qual a finalidade de um Comitê (COPOM)? A maioria – quase totalidade – dos membros do COPOM são obrigatoriamente diretores do Banco Central (?) o que sugere uma sobreposição inexplicável, e inversão de poderes, pois quem dita às “políticas” para expansão do crédito, taxas de juros; regulação da liquidez (redução do meio circulante “dinheiro”) ao Banco Central é o COPOM. Não dá para entender. Seria o mesmo que todo ato, decreto; lei ou medida provisória que o presidente Jair Bolsonaro fosse editar tivesse que passar antes, pelo “crivo” do Conselho da República, Comitê que monitoraria sua governabilidade.

A estrutura do COPOM é uma cópia do FED norte-americano (Tesouro USA) que é uma instituição privada e não pertence ao governo (desde 1912). Pequena parte da população norte-americana veio tomar conhecimento desta verdade, quando o FED tentou encurralar Barack Obama, impedindo-o que ele pusesse em circulação 600 bilhões de dólares no auge da crise da “bolha imobiliária”. Obama usou a Constituição e mandou imprimir o dinheiro, que o FED ameaçava considerar “sem lastro”. Uma Agência de Classificação de Riscos (ousada) chegou a rebaixar a nota do Estados Unidos de “A” para “AA”. Deu errado, e ela ficou “queimada”.

Como os supercapitalistas do “dinheiro velho” que controlam o mundo desde 1630, ainda não puderam privatizar o BC do Brasil, impuseram a FHC criar um “Comitê” para controlá-lo. O COPOM desde 1996 força contração de dívida do tesouro nacional, em seguida estipula uma taxa de juros (Selic). Determina metas para inflação, crescimento do PIB; limites de endividamento do governo… Por mais que o Ministro Paulo Guedes queira “pisar fundo” no acelerador da economia, o COPOM usa os freios hidráulico e o mecânico (de mão), para manter a prioridade exclusiva da manutenção de juros estratosféricos, remunerando o grande capital internacional. Destaque-se que o COPOM já estipulou metas de inflação e crescimento até 2020. Um absurdo!

A sabedoria oriental vem nos mostrando sua capacidade de superar a inteligência desenvolvida pelo capitalismo cumulativo (ocidental), motivado pela inesgotável ganância do “ter” muito, e cada vez mais. No Japão há quase uma década os juros são negativos. Quem tem depósitos em Bancos – que estão operando no vermelho – pagam 1% ao ano, para a instituição guardá-lo. Não tem inflação, nem desemprego, mesmo com seu crescimento estagnado (PIB). No Brasil, ainda estamos numa profunda recessão, e os juros a partir da taxa selic 6,5% ao ano, são os maiores do mundo. Seria proveitoso que os “Economistas” explicassem como é possível numa economia em recessão, com deflação de preços, os lucros bancários (Bradesco, por exemplo, em 2018) alcançarem 3,0 bilhões em um trimestre. Em todas as recessões que ocorreram ao longo da história no planeta, quem primeiro quebra é os Bancos. No Brasil é o único segmento que cresce acima da meta, e ainda tem garantias de não quebrarem (excrescência do PROER) mais um absurdo da era FHC. Um adágio popular dos anos trinta, século passado: “governa quem tem a chave do cofre e o facão na mão”. A chave do cofre está com o COPOM. O facão (força Militar) agora está nas mãos de Bolsonaro.

            Ex-Ministro do Cruzado (era Sarney) Luís Carlos Bresser-Pereira ao deixar o Ministério da Fazenda, assumiu um cargo executivo no grupo Pão de Açúcar do empresário Abílio Diniz. Curiosamente Abílio Diniz, que acabara de entrar no clube dos bilionários entre 2000/2006, se afastou de todos os seus negócios e foi morar em Brasília (governo Lula) onde esteve como “Conselheiro” do COPOM por dois anos. Hoje, segundo a FOBES tem um patrimônio de 14,3 bilhões de reais.

            “Dê-me o controle do dinheiro de uma nação e pouco me importa quem faça suas leis”. Mayer Amschel Bauer (Rothschild) fundador do império bancário mais bem sucedido da história, ainda controlando o mundo das finanças em pleno século XXI. Estão dentro do FED, FMI; Banco Central da Alemão; Banco Central Europeu; Tesouro da Inglaterra; Banco Central da França; Holanda… No prejuízo e perdendo o controle, só em Hong-kong, com os Chineses.

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NAS MÃOS DO MINISTRO SÉRGIO MORO

            Tudo que o país viveu nos últimos cinco dias – ressurgimento do patriotismo, esperanças no novo governo que acaba de se instalar e perspectivas de voltar a sonhar como a grande nação do futuro no cenário internacional – deve-se ao Juiz Sérgio Moro, sua ousadia e coragem cívica, ao desencadear a operação lava-jato. Iniciada em março de 2014, com pequenas peças soltas o Juiz Moro montou um gigante quebra-cabeça que já alcançou a sua 58ª fase, culminando em prisões e encarceramentos ex-presidente, ex-ministros; ex-presidente da Câmara dos Deputados; deputados federais; ministros de estado; ex-senador; ex-governador e governadores no exercício do mandato; Um desmonte sem precedentes com objetivo de erradicar a corrupção sistêmica hospedada nos três poderes da república. O povão? “Dormia em berço esplêndido”.

Infelizmente (talvez) o Ministro Sérgio Moro não percebeu, que todo o seu colossal trabalho na lava-jato, representa a descoberta de uma pequena ponta de um imenso iceberg. Não importa o número de sentenças condenatórias que já tenha prolatado. Não foram, nem nunca serão suficientes, para desencorajar uma corja de maus políticos que há trinta anos não conhece outra atividade, serão roubar o tesouro da nação. Basta observar o que estamos vendo no momento: semelhantes a bandidos comandantes de OCRIM, os Congressistas “veteranos” que renovaram seus mandatos e sobreviveram às urnas de 2018 – gastando dezenas de milhões de reais em compra de votos – estão tentando reconduzir Rodrigo Maia para presidir a Câmara e o reincidente Renan Calheiros comandar o Senado Federal. Só o “COAF” e Sérgio Moro serão capazes de salvar o país de mais um atentado contra a indefesa população.

Deputado Federal Rodrigo Maia tornou-se “marionete” do centrão, encabeçado pelo PP – que antes – já tinha posto e cassado Eduardo Cunha na presidência da Câmara. Por que não abrem a “caixa preta” do PP? A permanência da maioria de seus parlamentares na cena política estão “instrumentalizando” Rodrigo Maia para presidência da Casa, com a missão de “emparedar” o presidente Jair Bolsonaro, acreditando que de cedo ou tarde, ele se renderá as suas ganâncias como refém.

            O Ministro da Economia Paulo Guedes foi escolhido como o primeiro alvo. Nada conhece sobre “bandidagem política”, e está deixando-se ser seduzido por Rodrigo Maia, que já enxergou sua ansiedade em mostrar resultados imediatos. Esquece Paulo Gudes, que sua atitude traz para dentro do governo o “centrão”. Em seu discurso de posse, o superministro da economia criticou duramente o comportamento dos bancos estatais. Mas, não atentou para o fato que o Presidente que ele exonerou da Caixa Econômica Federal – má gestão – foi imposto a Michel Temer pelo PP, através do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, Eminência Parda da legenda, que comanda o centrão. Foi Ministro das Cidades de Dilma Rousseff, votou pelo seu impeachment e logo em seguida conseguiu a posição de líder de o governo Michel Temer na Câmara dos Deputados. Incrível! Quem exigiu que Aguinaldo Ribeiro fosse líder do governo Temer? Rodrigo Maia, eleito e reeleito com apoio do centrão.

 Será que o novo governo vai consentir a continuidade de Rodrigo Maia na direção da Câmara? Se o fizer, estará se permitindo a propostas indecorosas, semelhantes a do traficante Carioca “Nem” (Rocinha), que através do Presidente do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro, encaminhou sugestão para o governador (preso) Luis Pezão, garantindo-lhes que reduziria metade da criminalidade da Cidade Maravilhosa – antes da intervenção Militar – se o transferissem do presídio de segurança máxima de Manaus, para o complexo prisional de Bangu (Rio).

            Todos os atuais parlamentares que renovaram seus mandatos em 2018 – com raríssima exceção – estavam com “lastro” financeiro inesgotável. Tiveram cinco grandes oportunidades, e saquearem os cofres públicos sem o menor pudor. Impeachment de Dilma Rousseff (faturaram dos dois lados); duas denuncias contra o presidente Michel Temer; PEC do teto dos gastos públicos e reforma trabalhista. Esgotaram o caixa do governo, que não conseguiu emplacar a reforma da Previdência. Alguém deve recordar a cena do apartamento de Gedel Vieira Lima. Oito horas para contarem – com ajuda de maquias – 52 milhões de reais. Algumas destas malas deixou mistério ainda não revelado: o dinheiro tinha saído direto da Casa da Moeda com autorização do Banco Central, e não passou por depósito obrigatório em um “Banco de Linha”, quer seja estatal ou privado. Se não fosse a PF Gedel hoje seria Senador da República pela Bahia. Quantos “Gedeis” ainda tem hoje na Câmara e no Senado?

             As boas intenções do novo governo e sua equipe esbarram nesta gente inescrupulosa que nunca temeram o Juiz Sérgio Moro. O risco e seus cinismos faz parte do negócio. Salvo se o atual Ministro da Justiça conseguir dá celeridade nas centenas de denuncias do MPF, mandar a PF investigar e concluir estes inquéritos e mostrar que leões não são vegetarianos. Isto geraria um fato novo, que provocaria inevitavelmente uma “dança” nas cadeiras do parlamento, com muitas prisões e cassações de mandatos de membros da “velha turma” do Gedel.

            O Presidente Jair Bolsonaro tem que se manifestar a respeito, evitando se “misturar” com esta anturragem, e ver sua popularidade despencar. É preferível sofrer grandes derrotas na Câmara dos Deputados e mostrar ao povo quem são seus verdadeiros inimigos, que negociar com uma única destas legendas, literalmente abominadas pelos 57 milhões de brasileiros que acreditaram na firmeza de caráter do candidato que elegeram. A força está na ira e revolta do povo. Avante, Sérgio Moro.

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A PROMESSA

            A desinformação dos jornalistas que opinam sobre política internacional – se não for conspiração – é ignorância ou “alienação” ao omitirem os verdadeiros motivos da viagem do primeiro ministro de Israel Benjamim Netanyahu ao Brasil, e sua disposição em construir uma agenda de negócios (acordos bilaterais) com o futuro governo de Jair Bolsonaro. Em quais das esquinas do mundo o Brasil estará nos próximos quatro anos? Israel tem tecnologia de ponta em armas – inclusive nuclear – sem nunca ter sido vistoriado pela Agência Internacional de Energia Atômica, apesar dos milhares de pedidos feitos pelos 22 países que integram a Liga Árabe. Posicionou o Mossad como a mais eficiente agência de inteligência (espionagem) do ocidente, superando a CIA.

            Guerra entre judeus é “briga de cachorro grande”. Sempre se desentenderam ou se dividiram para governar o planeta. Mas, neste século XXI Surgiram os Chineses, que nada têm em comum com os judeus. Nos Estados Unidos – bunker que abriga a maioria – estão os donos do FED (Tesouro Americano) que é privatizado, não é estatal (?). Quem autoriza a emissão de moedas (dólares) é o FED e não o governo, através do Tesouro Nacional ou um Ministério da Fazenda sob seu domínio. Uma longa historia (desde 1912) contraditória, difícil de ser compreendida ou interpretada pelo mundo e seus “gênios” do jornalismo histórico. Modelo impossível de ser posto em prática por qualquer país, porém na terra do Tio San, funciona. Também nos Estados Unidos estão os maiores especuladores (judeus) do mundo – Lobos de Wall Street e suas Bolsas, gigantes corporações bancárias a exemplo de Salomon Brothers; principais Agências de Classificações de Riscos como a Moody, S&P (Standard e Poor) e Fitch. O FMI que representa o “dinheiro velho”, tentáculos dos Rothschild que financiam Rockfeller, J. P. Morgan… Acolhe também perigosos aventureiros, como o predador George Soros.

            Apesar de residirem nos Estados Unidos, Inglaterra; Holanda e Alemanha, estas famílias que controlam o grande capital, e todo o meio circulante dos cinco continentes, fundaram e têm como pátria Israel. Porém, Israel tem suas restrições a alguns dos seus filhos “adotados” pela religião (Judaísmo) como Húngaro George Soros, que no momento financia o comunismo do século XXI, provocando os grandes processos migratórios – ora ocorrendo na Europa (zona do euro). Desconfia-se de sua influência na marcha da América Central sobre os Estados Unidos, drama do momento vivido pelo presidente Donald Trump.

Os fundadores do Estado de Israel andam preocupados com futuro do capitalismo “monetário” e começam a se inquietarem com o avanço da China que hoje controla uma população equivalente a 2/3 do planeta, onde se insere a Ásia (4,463 bilhões de habitantes). São os maiores investidores da África com 1,216 bilhões; Maior exportador para as Américas com 1,001 bilhões (do Alasca a Terra do Fogo) ficando fora apenas à velha Europa, berço de nossa cultura com 747 milhões de habitantes.

Quando os Ingleses devolveram Hong-kong aos Chineses (01/07/1997) depois de mais de cem anos de arrendamento (a partir 1842), jamais conceberam que estariam voluntariamente doando a maior joia de seu inesgotável tesouro. Imaginaram que contr olariam todo o sistema financeiro através do Banco HSBC (único da China) pertencente aos Ingleses (Rothschild). Entretanto, aos poucos foram sendo “engolidos” pela produção Chinesa e o fortalecimento de sua moeda o Yuan. A dívida dos Estados Unidos com a China correspondente a 1/3 de toda sua dívida externa, atingindo 1,13 trilhões de dólares em títulos do governo. Atrelado a um déficit anual de 200 bilhões de dólares na balança de pagamentos entre os dois países. A recente ousadia dos Chineses em querer substituir o dólar, como moeda universal, pelo Yuan provocou a ira dos entesouradores do “dinheiro velho”. A China boicota a Libra Esterlina, Franco Suíço e o Euro, ao defender uma nova moeda única e universalizada.

Todo guerreiro ou gigante imbatível tem seu “calcanhar de Aquiles”. O da China é não ser autossuficiente na produção do seu consumo, e ter o Brasil como o maior fornecedor de commodities (alimentos e matéria prima). Não é por acaso que os Chineses reagiram às palavras de Bolsonaro: “queremos continuar vendendo para China nossos produtos, não o Brasil”. Mais adiante: “escolheremos parceiros sem viés ideológico”. Os Chineses, que estavam comprando terras no Brasil, alegaram que não são mais comunistas, e tem cobrado do presidente eleito gesto de gratidão pelos investimentos realizados aqui, desde a era de FHC até a fase petista. Mas, geopoliticamente os orientadores de Jair Bolsonaro estão considerando esta oportunidade (guerra comercial entre China e USA e vandalismo divisionista da zona do Euro) como a última e imperdível oportunidade do Brasil, para embarcar no trem da história, e deixar a “zona de rebaixamento” do terceiro mundo “emergente”.

Indiscutivelmente Benjamim Netanyahu está em “missão” no Brasil, buscando integrar nosso gigante, na construção de um “novo capitalismo” do século XXI, inspirado pelos seus parentes históricos que comandam a economia global desde a Revolução Francesa. Suas palavras foram claras: “Israel é a terra prometida, o Brasil é a promessa”. A eleição de Bolsonaro nos permite enxergarmos que o Brasil sempre foi a “noiva” da vez do século XXI, disputada pelos capitalistas e superpotências do planeta.

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RICARDO E JOÃO DEIXOU CAMPINA APEQUENADA

            Por tudo que lemos, ouvimos (relatos históricos) e acompanhamos nos últimos quarenta anos – mesmo recuando ao distante 1945 (queda da ditadura Vargas) – Campina Grande jamais tinha sido tão detratada e com tamanho desprezo quanto agora, por ocasião da escolha do secretariado que comporá o futuro governo João Azevedo. Após o anuncio, guardamos uma semana esperando manifestação da mídia, entidades representativas da Rainha da Borborema e sua classe política, protestarem contra tamanho desrespeito aos valores e importância de uma cidade, que logo alcançará a expressiva população de meio milhão de habitantes. Mas, para nossa decepção, triunfou o silêncio da cumplicidade, bajulação; traição e submissão – principalmente da classe política – que perdeu o norte de grandeza do “campinismo”, optando “consagrar” uma liderança (estranha ao seu ninho), porém indiscutivelmente em permanente ascenção: o ainda governador Ricardo Coutinho.

Onde estavam ou estão os deputados estaduais – votados em Campina Grande e eleitos – que seguiram a liderança de Ricardo Coutinho? Não foram ouvidos? Claro que não. Ele não dá este tipo de cabimento a quem “comeu do seu pirão”. Têm que ficarem calados, senão “tomarão do seu cinturão”. E o Senador Veneziano Vital do Rego? Não conseguiu sequer segurar sua esposa Ana Cláudia como Adjunta? É vergonhoso… Talvez não tenha sido convidado para a solenidade da “anunciação”.

Desde o governo Ernani Sátiro acompanhamos a política Campinense e passamos a admirar o orgulho da cidade, que impunha respeito a qualquer governante de plantão. Mesmo no período dos Militares, Campina Grande jamais foi subestimada. A Rainha da Borborema sediava as “engenharias” (antigo CCT hoje UFCG). Tinha a FURNE hoje UEPB; sede da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba; posteriormente instalou o segundo Parque Tecnológico do Brasil; Embrapa e o centro nacional de pesquisa do algodão; o INSA – Instituto do Semiárido; hoje é centro de referência regional na área de educação, com mais de cinco grandes universidades privadas; centro regional de medicina… Exportadora de talentos para o Vale do Silício (Estados Unidos) e o reconhecimento internacional do laboratório e curso de Engenharia Elétrica (UFCG). Ricardo Coutinho e João Azevedo não encontraram nenhum talento em Campina Grande? São todos medíocres?

 Desnorteado com o acontecido, procuramos com cautela nos inteirar sobre o que ocorreu nos “bastidores”, ouvindo opinião de um experiente sobrevivente – considerado mobília do Palácio da Redenção – que atravessou os governos Ronaldo, Maranhão; Cássio e Ricardo Coutinho, a quem indagamos sobre os motivos de Ricardo Coutinho ou João Azevedo não ter sequer ouvido o Senador Veneziano Vital do Rego. A resposta foi pragmática: por que ele iria ouvi-lo? Os votos que João obteve em Campina Grande são de Ricardo Coutinho. Ficamos estarrecido… O interlocutor prosseguiu com seus argumentos: Quantos vereadores tem o PT em Campina Grande? De pronto respondemos “zero”. E acrescentamos que Campina detesta o PT.

 O rebate nos nocauteou: “então me explique como Luís Couto saiu das urnas de Campina Grande com 42.204 votos?” Engasgamos-nos… O defensor do “socialista” fez questão de destacar a popuidade de Ricardo Coutinho em Campina Grande, afirmando que os votos conquistados por Veneziano em sua terra natal, foram pouco mais de 21 mil sufrágios e com a ajuda da “maquia”. Explicou-nos que em 2016, o ex-cabeludo foi candidato a prefeito de Campina Grande e só obteve 53.837 votos. Portanto, os 42.204 sufrágios de Luis Couto foram totalmente “casados” com os de Veneziano. Fato incontestável, pois seria impossível o eleitor de Cássio e Daniella votar em Luis Couto, e vice-versa. A chapa governista fechada era João, Veneziano e Luís Couto. João obteve 69.370 votos, Veneziano 74.425 e Luis Couto 42.204. Na visão do nosso informante “palaciano”, Ricardo e João não devem nada a Veneziano e muito menos aos deputados que foram “puxados” pelo prestígio de Ricardo. Incrível! Mesmo assim, “adoçaram” a vice-governadora que exigiu a permanência de seu filho. Fábio Maia permaneceu onde sempre esteve – informante de Ricardo – e Geraldo Medeiros por inquestionável competência técnica, foi promovido a um cargo “Adjunto” denominado Secretaria Executiva de Gestão Hospitalar (?).

Contra fatos… Sob o prisma de Ricardo Coutinho, as duas principais lideranças de Campina Grande (Cunha Lima e Rego) estão em decesso. Basta debruçarmo-nos sobre os números do pleito de 2018 para enxergar com bastante nitidez que o impossível começa a ser factível. Campina ficou apequenada… Até a presidente da Câmara Municipal Casa Félix Araújo, Ivonete Ludgério, não poupou elogios a Ricardo Continho, matéria divulgada pelos blogs, considerando-o um grande gestor.

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O CERCO SOBRE O STF

            Episódio marcante (ontem 04.12.2018) dentro de uma aeronave –voo São Paulo/Brasília – entre o Ministro do STF Ricardo Lewandowski e o advogado Cristiano Caiado de Acioli, que “verbalizou” sua indignação com o comportamento da Suprema Corte, culminou numa inusitada prisão do advogado que foi liberado somente depois de prestar depoimento na PF do DF. Este entrevero pode ter sido a gota d’água da tolerância acerada da população, sobre as extravagantes decisões do STF ao longo dos últimos quatro anos, precisamente quando começou a operação lava-jato.

 Em todos os comentários das redes sociais o Ministro é acusado por prática de “abuso de autoridade” (?) Salvo engano a PEC que disciplina ou “tipifica” este crime, cometido por autoridades do Poder Judiciário e Ministério Público ainda está no Senado Federal, impedida de ir a plenário para votação, pelo então presidente Renan Calheiros.

            Desde o início do período pré-eleitoral (junho 2018), a população brasileira vem se manifestando contrária aos superpoderes do STF e seus respectivos atos polêmicos praticados por alguns Ministros, considerados “partidaristas” em causas que envolveram a classe política. O Habeas Corpus negado a Zé Dirceu pelo Ministro Fachin – Relator da lava-jato – derrubado pela segunda turma sob o comando do atual Presidente Dias Toffoli, causou surpresa até nos meios Jurídicos, por desconhecerem o Regimento Interno da Corte, se permite ou não, a um de seus integrantes, revogar a decisão de outro.  Na dúvida, imitamos o narrador esportivo Galvão Bueno: isto pode Arnaldo?

 A impopularidade vem se agravando ou se “alastrando”, na medida em que o STF legisla sem observar a Carta Magna (interpretando) a sua maneira, e ultimamente em causa própria, como o aumento de seus próprios salários acima do índice da inflação, representando o dobro que foi concedido ao salário mínimo do trabalhador brasileiro. Um alvoroço nas redes sociais e um abaixo assinado já com 800 mil assinaturas – até domingo último – pede a extinção do STF com a deposição de seus atuais membros. Isto é muito grave, por não se tratar de insubordinação civil, mas, direito da população de apresentar PEC, como a da “ficha limpa”.

Um dos principais críticos do episódio que envolveu o Ministro e o Advogado, General da reseva Paulo Chagas – que publicou manifesto de repúdio ao ato – ratificou o que vem afirmando desde 2015: “nossa Suprema Corte é a maior fonte de problemas para estabilidade interna e para a democracia brasileira. A garantia da impunidade é o seu carro Chefe”. Sobre o aumento dos salários do STF uma legião de Juristas arguiram a nitidez da lei: “em ano de eleições e durante o período eleitoral é vedado promoções, aumentos salariais, remoção de servidores públicos, seis meses antes do pleito e seis posteriores, considerando como data 03/10”.

A semana começou tempestuosa para os Ministros do STF. Segunda-feira, usando a tribuna do Senado, o senador Lasier Martins (PSD-RS) em pronunciamento contundente chamou a responsabilidade do presidente da Casa, para “desengavetar” o processo de impeachment do Ministro Gilmar Mendes. Denunciou que são mais de quarenta pedidos de impedimentos contra diversos membros do STF, engavetados por Eunício de Oliveira. Terça-feira foi à vez de o Ministro Dias Toffoli ser denunciado pelo Procurador da Fazenda Nacional Matheus Farias Carneiro, que pede seu impedimento por não ter se averbado suspeito no julgamento de crimes financeiros, destacando apenas o do Banco Mercantil, do qual Dias Toffoli foi relator, onde tinha empréstimos milionários (1,4 milhões) e após a sentença foi “agraciado” com um parcelamento em 17 anos. Para Matheus Farias Carneiro é mais um crime de improbidade administrativa.

O povo, que entusiasticamente vem tomando as rédeas da nação, com garantias Constitucionais – todo poder emana do povo… – pede a revogação da PEC da bengala (?) Não se pode revogar uma PEC. A solução é votar outra. Mais uma vez incorporo Galvão Bueno: estou certo Arnaldo? Movimento maior – já convocado para 06/01/2019 – chama o povo para irem às ruas para pedirem o afastamento de todos os atuais Ministros STF – e nomeação de novos Ministros. Aí, achamos complicado… Como se não bastasse – pondo mais lenha na fogueira – a ex-ministra Eliana Calmon, que presidiu o CNJ – Conselho Nacional de Justiça, em entrevista na terça-feira (04.12.2018) ao Jornal “El Pais”, conclama o povo brasileiro que exijam do novo Ministro da Justiça, extensão da lava-jato ao Poder Judiciário, tendo como alvo principal o STF. Hashtag começaram a ser levantadas no twitter pedindo a operação “Lava-Toga”. O “cabo de guerra” pode esticar ainda mais: os caminhoneiros estão discutindo apoio à paralisação contra o STF.

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A COMUNICAÇÃO NO GOVERNO JOÃO AZEVEDO

            O atual Secretário de Comunicação do governador Ricardo Coutinho, Jornalista Luís Torres, demonstrou ao longo dos últimos anos, sobejada capacidade de superar crises e se manter firme num dos cargos mais cobiçados – objeto de sonhos dos que buscam notoriedade – militantes veteranos da tradicional mídia palaciana.

            Conhecemos o jornalista Luís Torres, na época em que dirigíamos a Rádio Sanhaua e tínhamos um horário das 17 as 19 hs ao lado do competente e corajoso companheiro Maurílio Batista. Fomos apresentados através do deputado estadual Flaviano Quinto no restaurante Tererê. Luís Torres na época acabara de fundar o Clickpb, site patrocinado pelo então prefeito Cícero Lucena.

            A ascenção de Luís Torres foi rápida. Adotando a linha do “denuncismo” seu site cresceu, mas, sob as “amarras” dos interesses políticos do seu proprietário – conduta que atrofiava suas pretensões de conquistar respeito via imparcialidade – terminou por abandonar seu projeto inicial e buscar suporte nas grandes redes estaduais de comunicação. Deve ter percebido que na grande mídia, as regras eram as mesmas. O “pastoril” político exigia opções entre os cordões azul ou vermelho.

            Esteve nos dois lados, exibindo uma extraordinária habilidade de adaptação circunstancial, trocando apenas de “alvo”, mas, mantendo a mesma “metralhadora giratória” e sua precisa pontaria, que causavam efeitos funestos nas vítimas que porventura cruzassem sua linha de fogo. Para o governador Ricardo Coutinho um guerrilheiro “ideológico” contumaz, (solitário) relutante combatente das oligarquias políticas e seus conchavos, Luís Torres era o combatente ideal para atuar no seu front – pela coragem que exibia em não temer os riscos de suas missões – em movimentos constantes de ataque e recuou, seguindo suas ordens e orientações.

            A SECOM – Secretaria de Comunicação do Governo do Estado ficou completamente descaracterizada de suas funções, tornando-se um órgão atípico aos padrões ora existentes e similares nos demais estados da federação. Luís Torres assumiu as funções de “porta voz”, interlocutor do governo junto à classe política; fiscal da mídia que veiculava a publicidade institucional do estado; autor de “fake news”; “pautador” dos seus confrades formadores de opinião, que se escondiam usando nome de familiares no grande exército dos “codificados” de Ricardo Coutinho…

            Confissão do ex-ditador Cubano Fidel Castro: “nosso grande problema não foi administrar a guerrilha, mas, saber que destino ou o que fazer com os guerrilheiros após o triunfo da revolução”. Nas guerras, os exércitos regulares – perdendo ou ganhando – pagam pensões vitalícias a seus heróis combatentes. Principalmente na Europa e extinta União Soviética. Nos Estados Unidos, soldados que têm carreira profissional nas Forças Armadas, continuam empregados e aquartelados. Os voluntários são recomendados pelo Estado, através da CIA, a encontrar emprego formal na indústria ou grandes corporações multinacionais.

            A “guerrilha” ideológica de Ricardo Coutinho foi triunfante (eleições 2018). Qual o destinado dos seus “guerrilheiros”? O futuro governo João Azevedo terá que contar com a imprescindível colaboração dos derrotados, desarmados de espírito e dispostos a esquecerem-se dos acalorados combates, tocando doravante, a vida que se segue. Onde se inserirá o papel de Luis Torres neste contexto? João Azevedo necessitará de um bom publicitário – a partir do seu segundo ano de governo – e bons jornalistas para compor sua assessoria de imprensa. A interlocução política será através dele próprio, e se criar o cargo de porta-voz, este assumira o papel de divulgar apenas sua agenda, trabalhando ao lado do Chefe do Cerimonial. Luis Torres se adaptará a esta grande mudança?

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PREFERÊNCIAS DISTINTAS

            Fingindo equidistância da luta travada nos bastidores pela Presidência da Assembleia Legislativa, governador Ricardo Coutinho dá seus últimos palpites (antes de 01.01.2019) sugerindo composição de uma “mesa” consensual, evitando mobilizações que possa torná-la eclética ou suprapartidária. O processo se inicia errado, começando por quem está terminando um mandato. Quem tem algum poder de barganha, e caso queira exercê-lo fazendo uso da “máquina” é o governador que será empossado no dia primeiro de janeiro, não o que está saindo.

            Por mais que tente, Ricardo Coutinho não consegue esconder sua predileção pelo deputado estadual Buba Germano. Faz o seu estilo, tornou-se mais íntimo e conquistou sua confiança. O próprio João Azevedo deve saber disto, pois Buba e Cida Ramos tiveram seus nomes inseridos nas pesquisas realizadas pelo “socialista” (até meados de 2017), para identificar qual o melhor dos três na opinião do eleitor. Em todas as sondagens, João Azevedo ficava bem à frente, e distante dos seus dois concorrentes.

            Estas pequenas intromissões são nocivas à nova gestão que se instalará em trinta e oito dias. Ricardo Coutinho sabe perfeitamente que no mundo político/partidário, só se repeita o “poder de caneta”. Ele próprio só se firmou – tanto na prefeitura de João Pessoa quanto no governo do estado – quando “tratorou” até seus mais chegados. Por que ele não deixa seu sucessor ensaiar seus primeiros passos com o parlamento opinando sobre o futuro presidente da ALPB?

            Se escutarem João Azevedo, com certeza ele irá sugerir o nome do deputado estadual Adriano Galdino. São muito semelhantes, disciplinados e previsíveis. Cumpridores de compromissos e suficientemente competentes para manterem o equilíbrio frente a grande mudança no plano nacional. Não se sabe por quais razões, Ricardo Coutinho despreza a experiência de Adriano Galdino, que presidiu o parlamento paraibano e como combinado, passou o bastão sem resistência para um indicado pelo “socialista” – Gervázio Maia – que acaba de se despedir da vida pública ironicamente com uma vitória para a Câmara dos Deputados. Razões que justificam sua velada intenção de também participar da eleição do seu sucessor, tentando preservar alguns de seus redutos que serão inevitavelmente invadidos rapidamente pelos seus colegas com assento na Casa Epitácio Pessoa.

Gervázio escolheu o pior momento para alçar voo mais alto. Fim do centrão e inauguração de uma nova era onde as negociações do governo serão realizadas através das “bancadas temáticas”. Todos os seus passos serão vigiados por Julian Lemos (PSL-PB), que fará de um tudo para boicotar suas ações junto ao governo federal. Aliás, as recentes indicações para compor o futuro Ministério do Presidente Jair Bolsonaro (Itamaraty e Educação) são literalmente de cunho ideológico, onde não cabe o PSB saudosista do lulapetismo, legenda que abriga o campeão de votos da Paraíba.

 Ideias sobre alternativas que venha conciliar as preferências distintas, sugerindo o nome de Hervázio Bezerra ou outro qualquer, não evitará o desconforto da “melindrosa” decisão que agradará apenas um. Ricardo Coutinho deveria fazendo o oposto do que vem praticando, se colocando como lã entre cristais.

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O PREÇO DA HONRA

            O descrédito da mídia impressa, que vem resultando no fechamento das redações de centenas de periódicos em todo o país, erroneamente é atribuído à internet e a adesão maciça da população as redes sociais, como fonte segura de informação e opinião independente. Do ponto de vista crítico, a “velha mídia” nunca fez sua “mea culpa”, admitindo que permitiu passivamente ações de maus profissionais, gananciosos, subornáveis; que buscavam a fama a qualquer preço – através do “denuncismo” sem fundamentos – gerador de receitas extras para si e seus patrões. Não houve uma providência em tempo hábil capaz de reestabelecer a confiança na informação correta, e na opinião imparcial. Jornal Folha de São Paulo, Revista Veja e Época, já estão neste “corredor da morte”, condenados pelo público, julgados por seus irascíveis radicalismos e o  ódio implacável, originado na doutrinação que ainda crê no poder da manipulação “partidarista”. Ignorou completamente o leitor, razão de suas existências.

            O fenômeno “fake news” – uma descoberta semelhante ao “ovo de Colombo” – atribuída ao presidente Donald Trump, há décadas que já existia no Brasil, porém, faltava-lhes um nome de batismo, ou a existência de uma linha que hoje demarca o limite da verdade, e o descalabro antiético da mentira indecorosa institucionalizada. Em artigo recente, intitulado “ A Desordem na Ordem” o Jornalista Heron Cid chamou a atenção dos comunicadores paraibanos – blogueiros e portais de notícias – sobre o baixo nível que vem sendo adotado por alguns “marqueteiros” que trabalham para candidatos da campanha da OAB-PB, cuja eleição está marcada para o dia 28.11.2018. Tratando com polidez alguns de seus colegas que enveredou pelos caminhos da “desconstrução”, produzindo dados falsos e motivando o sensacionalismo, o escriba do portal Maispb adverte que do modo como está sendo conduzida a campanha, a grande derrotada será a OAB-PB. Referiu-se diretamente ao candidato Sheyner Asfora e uma matéria que sugere atos perdulários da gestão do atual Presidente Paulo Maia, onde  gastos de um ano, foram considerados como mensais. Absurdo! Em tempo a “barriga*” proposital foi rebatida, mas, o candidato agressor ainda não se desculpou, o que sugere má fé.

            O fato nos fez lembrar o caso “criminoso” patrocinado pela Revista Veja, praticado covardemente contra o Deputado Federal Ibsen Pinheiro, ex-presidente da Câmara dos Deputados, que acatou a denuncia de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo. Gaucho de São Borja – cidade natal de Getúlio Vargas e João Goulart – Ibsen Pinheiro (PMDB) estava como pré-candidato das eleições presidenciais de 1994, gozava de respeito e admiração de seus pares no Congresso Nacional, quando foi surpreendido (setembro 1993) com uma “fake news” fatal, que culminou na cassação de seu mandato, causando-lhes danos irreparáveis.

            O Jornalista Luis Costa Pinto (Lula da Veja) pernambucano e recém-formado em Jornalismo, teve uma ascenção profissional meteórica. Do Jornal do Comércio, foi catapultado para Revista Veja como correspondente do Nordeste, e em pouco tempo (com apenas 25 anos) foi promovido como editor da Sucursal em Brasília. Aproximou-se com facilidade do parlamento, tornando-se amigo de Ibsen Pinheiro, considerado uma de suas “fontes” privilegiadas. Através de Ibsen conseguiu dois “furos” sobre o impeachment do ex-presidente Collor que lhes rendeu diversos prêmios, inclusive o “Esso” de Jornalismo. Veio o escândalo dos anões do orçamento, e a instalação de uma CPI. Lula da Veja – que não conseguia separar-se de seu víeis ideológico – tinha ligações com Waldomiro Diniz assessor da bancada do PT na CPI e “fonte” do principal líder da legenda, então deputado federal José Dirceu. Após exaustivas investigações, a CPI só encontrou sete deputados federais e um  senador – todos do baixo clero – fato que não comprometia a imagem da Câmara. Para “desqualificar” a instituição, tinham que encontrar algum nome de peso, como líder da roubalheira. Waldomiro Diniz (uma figura curiosamente desaparecida desde o mensalão) com três comprovantes de depósitos, trouxe ao incauto Lula da Veja, mais um “furo”que o deixaria ainda mais “famoso”. Ao converterem os valores dos depósitos em dólares, totalizava um milhão. A capa da Revista Veja: Até tu Ibsen? A matéria foi repicada por todo o país e por longos dias e meses. Ibsen Pinheiro procurou Veja com os cálculos e resposta. Não foram publicados. Teve seu mandato cassado, e viveu o dilema de mudar de bairro, não ser cumprimentado pelos amigos, envergonhar a família – a partir de seus filhos – tornar-se um preso domiciliar voluntário. O crime de Lula da Veja foi não reconhecer seu erro, e atender à advertência do Diretor de Redação Paulo Moreira Leite, que após a impressão de 1,2 milhões de capas, foi chamado a atenção pelo revisor sobre o equivoco do cálculo da conversão. A hiperinflação havia cortado três zeros. O valor corespondia a mil dólares e não um milhão. Lula foi imediatamente contatado por Paulo Moreira. Temendo perder o emprego – segundo Lula da Veja – pediu a Benito Gama (relator da CPI dos anões do orçamento) para atestar o cálculo correto. Dostoievski em seu livro Crime e Castigo afirma que o pior Juiz não é o que o condena. Mas, sua consciência. Onze anos depois, Lula da Veja – não sendo mais útil a Editora Abril nem ao PT – enviou uma carta através de e-mail, confessando a Ibsen Pinheiro o mal que lhes causou, narrando todo o roteiro da premeditação. Ibsen recebeu e permaneceu calado. Lula da Veja não satisfeito, pediu pauta ao programa Jô Soares. Em entrevista “rasgou tudo”. Só então, Ibsen convidado por Jô, confessou em seu programa todo o drama de seu calvário vivido por uma calúnia do mau jornalismo. Na época, ainda não existia as milagrosas e justiceiras redes sociais…

            A atitude precisa da zelosa equipe que compõe a chapa de Paulo Maia, tendo a frente o Advogado Assis Almeida, reagiu a “fake news” plantada por assessores de Sheyner Asfora – confrontando com uma matéria amplamente divulgada, a verdade insofismável – sobre a mentira criminosa que atingiria de cheio a honra do presidente da OAB-PB – evitando que o mesmo caísse em desgraça e (guardando as devidas proporções) vivenciasse o drama de Ibsen Pinheiro. Não há indenização financeira que pague um dano de tamanho poder destrutivo. Quanto custa o preço da honra?

*Barriga na linguagem da imprensa, erro grosseiro, provocado pela ansiedade de se conseguir um “furo”. Merecedor de desculpas e nota de esclarecimento.

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CARLOS FÁBIO NA AREIA MOVEDIÇA DA CONTRADIÇÃO

A ignorância política aliada ao radicalismo obtuso alicerçado no extremismo doutrinado é parturiente da intolerância aterrorizante, que permite o surgimento da “miopia adquirida”, resistente em não enxergar a realidade da lógica.

Disputa pela presidência da OAB-PB (28.11.2018) vem se revelando com as mesmas características delinquentes das manobras eleitorais ocorridas na eleição passada em que Carlos Frederico tentou golpear a honra de Paulo Maia com impropérios indizíveis, e irrepitíveis no seio familiar.

Mas, a má influência exercida de Carlos Frederico, localizada na retaguarda da campanha de Sheyner Asfora, será contada em outro capítulo.

A falta de discursos consistentes, ausência de programas que se limitem dentro do que é possível tem originado o “clientelismo” oportunista por parte das oposições ao atual presidente e candidato a reeleição Paulo Maia. Dificuldades eleitorais obrigam-nos ao uso de promessas do “céu é o limite”. Seis anos no exercício do cargo e só agora Carlos Fábio promete “Residência” ao advogado.

Mas o carro chefe de sua campanha reside na acusação de quebra de compromisso Paulo Maia que se manifestou pelo fim da reeleição. Para se agravar ainda mais o baixo nível da disputa, as chapas das oposições tentam se “cacifar” de modo ardiloso, atacando sem pena a honra de Paulo Maia, envolvendo até mesmo sua família, no mesmo tom ofensivo da honra utilizado pelo então candidato Carlos Frederico na campanha anterior contra Paulo Maia. Também usam indevidamente lideranças políticas, com intuito de trazer para a entidade o debate ideológico discutido arraigadamente, como é o caso do presidente da Subseção de Campina Grande, aliado de Carlos Fábio, conhecido como “Jairo do PT”.

O candidato Carlos Fábio, que está acabando de cumprir uma reeleição de si próprio – frustrado por ter sido preterido por José Mário e Odon Bezerra e pelo próprio Paulo Maia como candidato à presidência da OAB – nas respectivas épocas, guarda um ranço, principalmente ao atual presidente, tanto que centra nele críticas, com viés contraditório em desfavor do que ele próprio vivencia. Diante da grande dificuldade de enfrentar Paulo Maia, sai do debate propositivo para alocar seu discurso num mesmo estribilho, apostando na possibilidade pouco sutil do desconhecimento daqueles que não acompanham o quotidiano da OAB-PB.

Mesmo enfrentando uma sensível redução orçamentária, o professor Paulo Maia tem sido uma máquina a trabalhar para a categoria e a sua força está exatamente na sua dedicação e independência que é testemunhada do litoral ao Sertão. Carlos Fábio e o outro candidato sabem ser muito difícil apagar as ações e os movimentos rápidos de Paulo Maia, que parece estar em todos os lugares do Estado ao mesmo tempo.

Por isso Carlos se apega ao fato de que Paulo prometeu não ir à reeleição, decisão pessoal que tem servido de alimento à oposição. Eleito, na primeira reunião do Pleno, Paulo submeteu ao Conselho Estadual mudança no Regimento Interno, vetando a reeleição. E o Conselho a aprovou. Porém, o Conselho Federal da OAB, determinou a revogação do ato, por ferir o Estatuto, o Regulamento Geral e a própria legislação interna, além de criar combustível e estímulo para descumprimento da legislação por todas as Seccionais do País. Legalmente possível a reeleição, os que sabem da densidade eleitoral de Paulo e por esta singelíssima razão, passaram a usar o tema como arma para atacá-lo, pressionando-a a desistência, quando só então poderiam se nivelar num embate. Na democracia, o único caminho para a vitória é a trilha da aceitação popular, e esta é alcançada pelo carisma, pela leveza e pela densidade eleitoral.

Sentindo-se Carlos Fábio à deriva dessa habilitação, fato constatado em todo estado, repete mil vezes o mesmo refrão, esquecendo-se que 79% da categoria reconheceram a excelência da administração de Paulo Maia e 64% disseram sim à reeleição. Dos onze presidentes das Subseções, nove pediram a reeleição de Paulo Maia. Por esse chamamento, ficou decretado que a categoria considera que a reeleição de Paulo é necessária porque a advocacia não pode dispensar a continuidade de uma administração profícua, ao alento ainda de que agora caminhará unida à Caixa, indo à frente com liberdade para somar novas medidas às dezenas de ações já concretizadas, diante de um novo tempo, que não mais contemplará as amarras de um segmento golpista.

O mais intrigante é que Carlos Fábio sucumbe ao abismo de sua própria contradição. Ataca a reeleição, mas ele próprio estar acabando de exercer – em sequência – o cargo de presidente da Caixa de Assistência. Mais contraditório: se ele é contra a reeleição de Paulo Maia, por que apoia a reeleição de Jairo de Oliveira da Subseccional de Campina Grande?  E o próprio Jairo Oliveira, que também criticou a reeleição e propagou que passaria o bastão para outro colega, hoje se submete à reeleição? Carlos Fábio faz críticas exacerbas a Paulo, e paradoxalmente faz discurso aplaudindo a decisão de Jairo Oliveira que busca sua recondução.

Restam a Carlos Fábio o argumento que Jairo não prometeu e Paulo sim. Nesse tom, esquece que Jairo se firmou e veiculou na Rainha da Borborema desde o princípio que não iria para a reeleição. E esse discurso somente não foi mais audível e retumbante que o eco de sua defesa intransigente e aberta do PT, e dos líderes dessa agremiação. Para Jairo é um direito, mas, para Paulo Maia, um pecado. Esquecem ambos que a quebra da promessa pessoal de Paulo hoje é exigência da categoria configurada na aprovação de sua administração e na declaração esmagadora de que votará nele na próxima eleição.

 Um conselho pode ser dado a Carlos Fábio: não queira retirar do páreo Paulo Maia, deixe que os advogados o julguem nas urnas, circunscreva-se ao debate democrático, apresente suas propostas – mesmo demagógicas – como a do “Clube do Advogado”. Demagógicas, porque teve seis anos para propô-lo e não adotou qualquer iniciativa durante todo esse tempo, mesmo sendo atual vice-presidente do FIDA, órgão de investimento e desenvolvimento das ações da advocacia, gerido pelo Conselho Federal, e de onde fluirão, segundo o próprio Carlos, os recursos para a realização desse projeto.

Que Carlos Fábio vá ao debate sem sofismas, e se explique a categoria,  só assim evitará se atolar de vez na areia movediça da contradição.

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MANOBRA INTRIGANTE

A dissidência aberta pelo Presidente da Subseção da OAB-PB de Campina Grande, em apoiar repentinamente a chapa de oposição à reeleição de Paulo Maia, tornou-se um fato curioso, por ser despido de motivos que justifiquem a atitude – provavelmente “caprichosa” – do advogado Jairo de Oliveira que optou disponibilizar seu nome na chapa encabeçada por Carlos Fábio.

Justificando o caráter de sua decisão, Jairo de Oliveira argumenta que em seu discurso de posse, Paulo Maia havia afirmado que não seria candidato a reeleição. Todavia, as circunstâncias o fizeram mudar de opinião, quando a maioria dos filiados da OAB-PB passou a defender sua recondução, por considerar sua gestão além de exitosa, ainda em processo de consolidação das metas estabelecidas em seu programa de campanha exaustivamente debatido em 2015.

Para quem não se recorda, Paulo Maia quebrou um continuísmo (politizado) da OAB-PB, cristalizado ao longo de décadas, tornando a eleição do ano 2015 uma das mais disputadas da história da instituição. Votaram 7.361 Advogados, na acirrada disputa na qual Paulo Maia conquistou 3.806 votos contra 3.362 obtidos por seu concorrente Carlos Frederico. E para nossa decepção, 193 membros da Ordem anularam seu voto.

A “sombria” decisão do “incausado” Jairo de Oliveira – se não for algo pueril – encontra amparo apenas no adágio popular que recomenda: “faça o que digo, mas, não faça o que eu faço”. Sua birra – segundo o que comentam – é em função da mudança de opinião do Presidente Paulo Maia, que decidiu ser candidato a reeleição. Por que então o próprio Jairo aceita ser reeleito, e não permite a Paulo Maia gozar deste mesmo direito? Para ser absolutamente coerente com o que defende, Jairo de Oliveira deveria abdicar do direito de disputar sua permanência na Subsecional da Rainha da Borborema.

Política classista difere muito da prática partidária. Todavia, dentro da OAB-PB sempre existiu esta ousada tentativa (atípica) de se “misturar” cores e bandeiras dos partidos políticos, por ocasião de suas disputas internas. Entretanto, este comportamento nunca foi visto no CREA, CRM; COREM… E tantos outros Conselhos que agrupam as mais diversas categorias de profissões liberais do país. A história nos mostra que a OAB tem se manifestado no plano político institucional, quando está em jogo nossa Constituição e os direitos de liberdade e expressão, inerentes ao regime democrático como determina nossa Carta Magna.

Resta observar ao longo de todo este mês de novembro – até o dia 28 – se a manifestação “excêntrica” do Presidente da Subsecional de Campina Grande da OAB se restringe apenas em ser oposição, para ser “contrão”, ou se por trás desta “manobra”, existe de fato uma questão partidária.

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REDE DE CONSPIRAÇÕES

            O obtuso comportamento da “democracia” petista reacionária, tem causado além de perplexidade, revolta dentro da própria grande mídia nacional – que sentiu sua credibilidade afetada nas eleições deste ano (2018) – ao perceber que o povo procurou se informar mais sobre seus candidatos, usando a internet e acessando as redes sociais.

            Os jornalões, as revistas semanais e a poderosa rede Globo de televisão perceberam que o peso de suas influências numa campanha eleitoral, perdeu totalmente a importância para leitores e telespectadores. Os poderes de “enterrar” o mensalão e reeleger Lula (2006), pertence a um passado saudosista, quando o império do quarto poder, exigia um gesto genuflexório de cumplicidade a qualquer político que tentasse ser presidente da república, ou permanecer no cargo após eleito. Manchete do Estadão, Folha; capa da Veja e 15 minutos do Jornal Nacional era suficiente para “queimar” definitivamente a imagem de um cidadão por toda sua existência.

            Ontem, 19/10/2018, o impossível aconteceu. A Folha de São Paulo, após produzir uma matéria totalmente tendenciosa (18/10/2018) de autoria de uma jornalista que se confessou esquerdista – com características de encomenda do PT – acusando a campanha de Jair Bolsonaro de usar “fake news” contra o candidato de Lula, foi confrontada pelo Estadão, através de um longo editorial em defesa do postulante do PSL, apontando todos os erros, mentiras e jogo sujo que tenta fazer o PT, para se salvar de uma derrota bem mais acachapante que a prevista nas pesquisas. Na TV Globo News, programa Central da Eleições – dentro do Jornal das Dez – coube ao decano da crônica política da emissora, Merval Pereira descaracterizar a manobra dos petistas, que de forma absurda pede anulação da eleição em primeiro turno de Jair Bolsonaro e sugere ao TSE torna-lo inelegível por oito anos. Pode parecer brincadeira, mas não é. Para Merval Pereira, o propósito de Fernando Haddad (ou seu mentor) vai além da desculpa pela derrota prevista. Querem criar um clima de “desconforto” no presidente pós-eleito, deixando-o refém do TSE e do Congresso Nacional. A ação não terá tempo de julgamento antes do dia 28.10.2018. Mas, pode levar anos, como bem exemplificou e comparou Merval Pereira, a semelhança da denuncia de Haddad com a feita por Aécio Neves, acusando Dilma Rousseff por abuso de poder – via Correios – agilizando na ultima semana, entrega de milhões de cartas com seu programa de governo.

            Quem estava votando em Aécio Neves (2014), jamais mudaria seu voto por conta de uma correspondência enviada por Dilma Rousseff. O mesmo “fake news” que os grupos de whatsapp dos seguidores de Jair Bolsonaro produzem e espalham, não diferem aos do PT. Ambos têm conteúdos destrutivos. Tudo como era antes nos “palanques” e seus comícios, cujo propósito dos candidatos eram atacar de forma impiedosa seus adversários. A  lei maior (Constituição) garante-nos a livre manifestação e liberdade de expressão. O TSE vai censurar? Os que se sentirem prejudicados – como sempre ocorre em todas as eleições em seus mais diversos níveis – tem o direito de buscar na Justiça reparação de danos. Mas, anular uma eleição? Lula bebe e quem se embriaga é Fernando Haddad?

            Existe algo de estranho no ar, que está longe e fora do alcance de todos nós, pobres mortais a mercê dos poderes constituídos. Cremos que nem a grande mídia nacional tenha sequer rastros que justifiquem os motivos das reuniões prolongadas e ininterruptas durante toda esta semana que passou, entre o Ministro da Segurança Nacional e a Presidente do TSE. Outra entre o Ministro da Segurança Institucional, o Chefe do Gabinete Institucional, General do Exército Sérgio Westphalen Etchegoyen que comanda a ABIN, e os Ministros Fachin, Barroso e a Presidente do TSE Rosa Weber. Isto nunca foi visto antes. Evitando especulações, a Presidente do TSE pediu aos advogados dos dois candidatos, que minimizassem comentários nas redes sociais sobre fraudes eleitorais nas urnas eletrônicas. Por que membros da OEA vieram acompanhar as eleições no Brasil no primeiro turno? Quem teve a ideia de convida-los? Vieram de livre e espontânea vontade? Lembremo-nos que o atual Secretario Geral da OEA já pediu a renuncia de Nicolas Maduro (Venezuela), sua expulsão como membro da organização e o acusa de ditador. Neste nicho ideológico de inspiração Cubana, alem da Venezuela, se inserem a Bolívia, Equador, Argentina e Brasil de Lula, Dilma e Haddad. Os boatos de fraudes nas urnas eletrônicas, aplicados em 2006, 2010 e 2014, se repetiram em menor escala neste ano (2018). Mesmo assim com um dado ainda preocupante: oito milhões de votos nulos. Não existe a tecla para se votar “nulo”. Foi erro do eleitor? A maioria destes registros foi no sudeste, sul, sudoeste e norte, regiões onde Jair Bolsonaro exibia maioria exorbitante. Pode ser coincidência… Todavia, depois de tantas eleições com urnas eletrônicas, testes, retestes e aperfeiçoamento, por que ainda houve substituição de 2,4 mil urnas com problemas no dia 07/10/2018?

            Não se deve esquecer que a economia sempre foi parturiente de guerras e grandes hecatombes. Investidores da grande comunidade financeira internacional perderam mais de um trilhão de dólares nos últimos dez anos na Venezuela, com as “expropriações” ou estatizações do governo de Nicolas Maduro. Alguém tem ideia de quantos trilhões de dólares e Euro estão investidos no Brasil? Claro que não vão permitir que as urnas brasileiras apresentem resultados “viciados” semelhantes as da Venezuela. Depois do segundo turno, as pesquisas mudaram. Os Institutos não mais seguraram por três semanas o candidato do PSL, na margem de erro  – como no primeiro turno – deixando para o ultimo dia, uma oscilação pouco convincente. O resultado atestado no dia – amostragem de “boca de urna” – não conseguiu evitar o erro grosseiro de 6% dos números exatos conferidos na apuração final. Aguardemos um segundo turno com mais segurança, e confiança do eleitor.

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O ESPÓLIO DEIXADO PARA JOÃO AZEVEDO

            A mídia da Capital – prevendo a longa travessia dos sistemas distante das tetas do poder – começa especular quem continua ou desiste (involuntariamente) do primeiro escalão do governo do estado, na nova gestão que  mudará as cores do girassol. Engenheiro João Azevedo enfrentará a partir de janeiro (2019) o desconforto de ser oposição explicita (visita de Ricardo Coutinho a Fernando Haddad) a um governo federal que se estruturará promovendo corte de gastos e cobranças de dívidas de estados e municípios, com vistas a cobrir o rombo fiscal de 149 bilhões nas contas públicas. Um corte linear de 10% da arrecadação de 1,4 trilhões de reais, no primeiro ano.

            Diferente de João Azevedo, Jair Bolsonaro – se eleito – não ficará devendo sua vitória a nenhum partido ou cacique político. Sua interlocução será direta com o povo, sedento de justiça e a procura de culpados pela recessão duradora que tem nivelado todos por baixo. Lula saiu vitorioso das urnas em 2002, mas, com um governo já “loteado”, pelos apoios que recebeu de Sarney e todo o PMDB;  ACM e o PFL; Miguel Arraes e todo PSB; PCdoB e Aldo Rebelo; Eduardo Jorge e o PV… Bolsonaro até o momento, tem rejeitado apoios de toda esta gente.

            Os Ministros do novo governo – alinhando-se ao discurso do candidato  eleito – estarão comprometidos com a austeridade e transparência. Promoverão “auditorias” para apurar desvios e justificar cortes de subsídios a ONG, privilégios dos cartões corporativos; fechar estatais que funcionam só no papel – como o Trem Bala – que nos últimos quatro anos consumiu 12,6 bulhões de reais sem ter trilhos, trem, nem sequer projeto. São 43 empresas deste tipo que surgiram a partir de 2003, e são mantidas como “cabides de empregos” sustentadas com o dinheiro do resignado contribuinte brasileiro. Este será o processo de “despetização” do país. Foi uma ideia do Presidente Temer,  “abortada” com a delação dos irmãos Batistas.

            Aqui na nossa “pequenina”, João Azevedo iniciará a tarefa de suportar as dores do seu calvário, herança da gestão “socialista” que lhes exigirá habilidade, coragem e sorte, para enfrentar seu “criador”, iniciando com o pesado fardo de cortar imediatamente milhares de “codificados”, ato indispensável para manter a folha de pagamento do funcionalismo em dia. Buscar meios de resolver o “rombo” da PBPREV (10 bilhões) que desde 2013, os gestores do governo Ricardo Coutinho vem comentando crime de “apropriação indébita”. Descontam a contribuição na folha de pagamento do servidor, e não recolhem os valores ao Instituto de Previdência, delito passivo de cadeia. A questão é sobre quem irá ficar atrás das grades, o governador Ricardo Coutinho não é “ordenador de despesas”. Neste caso, o presídio aguardará todos os Secretários e dirigentes de Autarquias, ou apenas os titulares da Administração, Finanças e Procuradoria Geral?

            Empréstimos contraídos ainda na gestão do ex-governador José Maranhão, para construir e recuperar as estradas – obras realizadas na gestão “girassol” – começarão a se vencer e serão descontados diretamente nas transferências constitucionais como FPE – Fundo de Participação dos Municípios, Royalties  e outros tributos. Ocorrerá uma queda brusca nas receitas liquidas correntes. A indenização condenatória por quebra de contrato com o Banco do Brasil, no valor de 300 milhões de reais. Ainda resta a do Santander, que entrou em processo de execução. Com a instalação do novo governo central, emendas parlamentares e de bancadas esperadas para 2019, não serão pagas. Um dos motivos é que a maioria de seus autores, não renovaram seus mandatos. E a Lei que torna o orçamento “impositivo” obriga o governo federal pagar até 40% do que foi aprovado, caso exista empenho prévio. Se Deus nos ajudar, poderemos ter um bom ano de inverno em 2019. Mas, as torneiras do Ministério da Fazenda estarão “lacradas” para abastecer estados e municípios.

            Todo engenheiro conhece cálculo. A matemática é uma ciência exata, e em matéria de economia, ainda não se registrou existência de milagres com semelhanças bíblicas, como a multiplicação dos peixes e dos pães. João Azevedo terá que se “coser” com suas próprias “linhas”. O ex-governador Tarcísio Buriti, em seu primeiro mandado (1979/1983) fez uma brilhante gestão, acima da média da região (nordeste). Wilson Braga o suplantou. Ironicamente coube ao próprio Buriti – em seu segundo mandato – pagar a conta que ele mesmo fez. Deixou o governo de forma melancólica… Estado quebrado, folha de pagamentos atrasada, fornecedores falidos.

            Senador Cássio Cunha Lima, quando reelegeu-se governador (2006), para por a folha de pagamento em dia, teve que tomar duas medidas extremamente antipáticas. Voltou a cobrar o imposto antecipado, e cortou milhares de gratificações sobrepostas nos contracheques de sua militância “adquirida” ao longo do tempo. Em um ano, conseguiu fazer “caixa”, que lhes permitiu criar os PCCS (Plano de Cargos Carreira e Salários), pagar ao funcionalismo dentro do mês trabalhado e antecipar o décimo terceiro salário, antes pago de forma improvisada, tomando dinheiro emprestado ao banco através do próprio Servidos Público.

            Resta saber, se Ricardo Coutinho e seus fiéis seguidores irão compreender que “não se faz omeletes, sem quebrar ovos”. Para os inconformados, a sentença: Rei morto, Rei posto.

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OSTRACISMO

            O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin – recentemente derrotado no primeiro turno da campanha presidencial (2018) – em uma longa entrevista no ano de 2008, explicou o pânico de um político, com muitos anos na vida pública, quando perde um mandato e vai para casa. Desde 1974, quando se elegeu vereador pela cidade de Pindamonhangaba – interior do estado de São Paulo – até abril de 2006 ao renunciar para disputar a presidência da república pelo PSDB, enfrentando o ex-presidente Lula candidato a reeleição, foram-se 32 anos de rotina estressante, na qual se habituara. Após o segundo turno, vencido por Lula, Geraldo Alckmin aos 54 anos, foi para casa. Em seu relato, visitas, reuniões, encontros e telefonemas aos poucos se reduziram. Em janeiro de 2007 ninguém o procurou mais. Seu telefone emudeceu, adoeceu e foi ao médico.

            Realizou uma bateria imensa de exames, e tudo estava normal com sua saúde física, exceto a mental. Seu Clínico o encaminhou para um psiquiatra. Na primeira consulta, o diagnostico veio de imediato: volte a fazer o que você sempre fez. O ex-governador indagou: ser professor? Pode ser… Mas, se seu mundo sempre girou em torno da política, volte à vida pública. A recomendação foi cumprida. Depois de uma viagem por seis meses pelos Estados Unidos, em meados de 2007 começou sua campanha com vistas às eleições municipais de 2008. Candidatou-se a Prefeito de São Paulo, após ter sido vice-governador por duas vezes de Mário Covas, ter governado o estado  por dois mandatos. Até bem próximo às eleições, esteve com 30% das intenções de votos. Mas, no final de agosto, o rápido crescimento de Gilberto Kassab – vice-prefeito em exercício – constatado pelo Datafolha, se consumou. Geraldo Alckmin ficou fora do segundo turno. Para muitos, era o fim de sua carreira política. No segundo turno, Geraldo Alckmin apoiou Kassab, levando consigo todo o PSDB. Em Janeiro de 2009, o então governador do Estado de São Paulo José Serra, o convidou para ser Secretário Estadual de Desenvolvimento, cargo que ocupou até abril de 2010, quando renunciou, se candidatou novamente ao governo do estado e venceu. Em 2014 foi reeleito e hoje é recordista de tempo e mandatos a frente do estado de São Paulo, que governou por quatro vezes.

            A recente derrota acachapante do ex-governador Cássio Cunha Lima, que não conseguiu renovar seu mandato para o Senado da República, pode ter surpreendido muitos – principalmente seus fieis seguidores que o acompanham há 32 anos – desde 1986, quando se elegeu deputado federal com apenas 21 anos. Para a crônica política, especialmente os jurássicos, seu insucesso era previsível em função de vários erros cometidos ao longo deste ano (2018), destacando como um dos basilares, a divisão da oposição. Tornou-se alvo do governador Ricardo Coutinho, da ira do PT (leia-se Luís Couto); de seus eternos adversários (Clã Rego); das ambições camufladas do ex-ministro das cidades deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que só mostrou suas “garras” na reta final do pleito, marcando o voto de sua irmã  em 80 municípios onde tinha  apoio “chapa branca” (Prefeitos). Desidrataram os votos de Cássio Cunha Lima na segunda opção do eleitor. Paradoxalmente, o único candidato que desejava sua eleição, era seu velho concorrente do ex-PMDB José Maranhão, que trabalhou com afinco para alcançar o segundo turno. Todavia, como Cássio, foi sabotado dentro de sua própria legenda e por correligionários “acima de qualquer suspeita”. A campanha passou. José Maranhão voltou para o Senado, onde ainda tem mais quatro anos de mandato. Todos se foram… E Cássio? Até 02 de fevereiro está no Senado. Dia seguinte, começará seu ostracismo… Irá para casa como Geraldo Alckmin em 2007? Ou com humildade voltará a reconstruir seus caminhos?

Depois de duas derrotas consecutivas, e uma queda de 47% na sua votação, que há 12 anos estava acima de um milhão de sufrágios, o quadro pode ser desanimador. Todavia, 2019 será um ano de grandes mudanças na política brasileira.

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O BRUXO NEY

            Após o resultado das urnas paraibanas do último 07.10.2018, procuramos ler e ouvir todos que compõem a crônica política do estado, uníssonos em “creditar” os números “inesperados” ou impressionantes do pleito, ao governador Ricardo Coutinho. Por outro lado, “debitam” ao senador Cássio Cunha Lima, a derrota da chapa “Bateau Mouche”, sob o ambíguo argumento de “desgaste” provocado pela longevidade de sua imagem na vida pública, fato que teria gerado “fadiga” na população (?).

            Puxando pelo que ainda nos resta da memória, recordamos ter ouvido do Jornalista Tarcísio Cartaxo (1973) um de seus relatos sobre a derrota do imbatível Argemiro de Figueiredo, nas eleições do ano de 1970 (Senado Federal), vencido pelo neófito e desconhecido Domício Gondim. Chico Pereira, deputado estadual da região de Pombal – PB e “Agripinista”, questionou a candidatura de Domício Gondim: “governador (João Agripino) o senhor está louco? Enfrentar Dr. Argemiro com este homem que ninguém Sabe quem é?” João Agripino o fitou, demonstrando perplexidade e rebateu: “Chico, você parece que está desinformado ou não conversa mais com o povo. Domício é bilionário, o Rei do Zinco no Brasil”. Chico Pereira esperto, concluiu: “Ah! Eu é que não entendi direito o nome, mas, em Pombal o povo só fala nele”.

            O misticismo  nos leva a crer na alquimia, em milagres cristãos; força do pensamento; poder de energias desconhecidas pelo mundo científico, e até nas “bruxarias” populares oriundas do candomblé, onde são usados misteriosos poderes para o bem e o mal, depende do cliente, e quanto ele dispõe pagar pelos “trabalhos”. Todavia, a “bruxaria” sadia e iluminada – doutrinada pelo consagrado escritor Paulo Coelho – têm poderes fenomenais. Alguém que chegue ao Rio de Janeiro hoje, pode perguntar em qualquer Restaurante, taxista ou nos morros cariocas quem é Ney Suassuna, que ouvirão a resposta: um dos homens mais ricos do Rio. Escritor Paulo Coelho, que é carioca “da gema” e mora na Cidade Maravilhosa, talvez não seja tão conhecido quanto Ney Suassuna, mesmo morando atualmente em Miami (USA). Ney e Paulo devem ter se encontrado, e um ensinou ao outro o que precisavam saber. Paulo Coelho deve ter transformado Ney num Bruxo, e por sua vez, Ney o ensinou como ganhar dinheiro e ser milionário.

            Questionamos recentemente neste espaço, num artigo intitulado “O Efeito Ney”, que forças “misteriosas” o teriam movido para deixar a tranquila Miami (USA) e voltar à Paraíba (19/09/2018), com um único propósito: inscrever-se como primeiro suplente do candidato ao senado federal Veneziano Vital do Rego. Dia seguinte à chegada do “Bruxo”, os milagres começaram acontecer. Mais de sessenta Prefeitos – que compunham o exército de correligionários do ex-ministro das cidades e líder do governo Temer, Aguinaldo Ribeiro, encontraram uma “razão” para escolherem o segundo voto para o Senado. Trocaram Cássio Cunha Lima – parceiro de Daniella Ribeiro – por Veneziano Vital do Rego.

            Diferente do presidenciável Cabo Daciolo que subiu a montanha para jejuar e ficou solitário durante todo o período eleitoral, Ney Suassuna preferiu ficar distante de seu apartamento na praia de Manaíra (Edifício José Primo) e escolheu a Fazenda Campo de Boi, próxima (seis quilômetros) de Campina Grande, que pertenceu ao saudoso tribuno Vital do Rego. Cabo Daciolo não recebeu ninguém, provavelmente pela baixa frequência de suas “vibrações” espirituais. Ney Suassuna atendia diariamente uma verdadeira “romaria” prefeitos, ex-prefeitos; candidatos a deputado estadual, federal; vereadores… E sua “reza” era rápida, porém eficiente. No máximo cinco minutos de “pregação”, e a contagiante fé – que move montanhas – mudava repentinamente as intenções de votos. O único momento em que deixou “Campo de Boi” foi para ir visitar um amigo em João Pessoa. Coincidentemente encontrou no mesmo endereço o deputado Aguinaldo Ribeiro. Supomos que suas “orações” também foram direcionadas para a senadora eleita Daniella Ribeiro.

Alguém me falou, e chegou a cogitar que Ney Suassuna veio como o “trem pagador” de uma campanha, desejando apenas uma posição de suplente. Discordamos prontamente. Ney  nunca gastou um centavo de seu bolso em campanhas eleitorais. Nas vezes em que disputou mandatos, a lei permitia doações de campanhas de todas as origens e espécies. Ney sempre foi um bom arrecadador de fundos eleitoreiros. Para tanto, depois de ter sido líder de seu partido no Senado, Ministro da Integração Nacional, José Maranhão o escolheu como seu candidato para o governo do estado em 2002. Ney desistiu as vésperas das convenções, após uma ríspida conversa com José Maranhão, no hangar do Aeroporto Castro Pinto – João Pessoa. Ney mostrou a Maranhão a planilha com os custos da campanha, 30 milhões de reais. José Maranhão disse que não estava entendendo. Que também era candidato e gastaria o dinheiro dele, com ele mesmo, que Ney gastasse o seu, pois do estado não sairia um tostão. Ney encerrou a conversa avisando: amanhã convoco uma coletiva e desisto. Assim  o fez.

Se gastaram dinheiro nesta campanha, e através de Ney Suassuna, podem acreditar que o dinheiro não era dele. O dono era alguém que confiou nele.

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O BOMBARDEIO EM CAMPINA GRANDE

            Desde domingo (20hs) até ontem pela manhã (terça-feira 09.10.2018), os bairros do Catolé, Liberdade e José Pinheiro – que identificamos – viveram dias de Berlim no final de Abril de 1945, quando as tropas Russas lançaram seu massacrante e impiedoso bombardeio sobre a destruída capital do III Reich. Em intervalos de uma hora, a artilharia pesada ensurdecia todos. Respeitaram apenas a madrugada do domingo e segunda. A ação não foi improvisada. A execução sincronizada apontava planejamento. Só acabou, quando zerou o estoque de fogos artifícios no comércio da cidade.

            Infelizmente não ficou claro os motivos das “salvas” do gigantesco foguetório. Eram comemorativas? Ou provocativas, tripudiando os derrotados? Que nos lembre, houve algo semelhante duas vezes na Paraíba. A vitoria de Wilson Braga em 1982, quando Sousa-PB foi bombardeada, e em 1994, na cidade de Conceição – PB quando Lúcia Braga foi derrotada.

            O triunfo inesperado de João Azevedo – eleição disputada por três fortes estruturas – vencida em primeiro turno, ou derrota de Lucélio Cartaxo e José Maranhão, não justificava exacerbada celebração. Dentre os três, não existe um Campinenses. A “vibração” foi pela derrota do Senador Cássio Cunha Lima?

O Jângal do mundo político continua repleto de feras peçonhentas, felinas e artificiosas. Basta olhar no retrovisor, ou rever aquela “velha fita” de 16 anos atrás (2002), que encontramos rostos de centenas de personagens, hoje “Ricardistas”, na época ferozes “Cassistas”. Lembramo-nos do saudoso Edvaldo do Ó, parafraseando um adágio popular deste obscuro meio: “você entra na política pelos amigos, e não sai pelos inimigos”. Constata-se isto com o natural exercício das mudanças: adversários de hoje, correligionários do amanhã. Enquanto perdurar no Brasil, este abominável método que simboliza o atraso, adotado por suas “elites” – usar o poder político como fonte inesgotável de privilégios e caminhos mais curtos para o enriquecimento – não teremos eleições com escolhas meritórias. Continuaremos reféns do processos de “manipulação” das massas, completamente cegas e incapazes sequer de analisarem o caráter dos postulantes e suas capacidades de nos representar.

            Nunca imaginamos que o Senador Cássio Cunha Lima tivesse em tão pouco tempo, adquirido tantos inimigos na Rainha da Borborema. Ele deve está no mínimo perplexo com a dimensão da sanha de seu povo, que observado a partir de sua biografia – três vezes prefeito da cidade – sempre consagrado com votações estupendas desde 1986 até 2014. Jamais deve ter imaginado ser atacado com tamanha agressividade. Como encontrar razões lógicas para se diagnosticar o surgimento de um movimento tão brusco, resultante neste quadro de hostilidade selvagem?

            Senador Cássio Cunha Lima foi o primeiro político a ultrapassar a barreira de hum milhão de votos na Paraíba nas eleições de 2006. Cassado pelo TRE-PB e TSE, massacrado pela mídia que lhes fazia oposição sistemática, quatro anos depois (2010) manteve sua performance. Para o Senado Federal, conquistou 1 milhão e quatro mil votos. O tamanho do seu exercito  foi visto em 2014 – que mesmo sendo derrotado – obteve 1 milhão e 14 mil votos. O que aconteceu com o “Comandante” Cássio em 2018? Uma deserção “voluntária” de 415.525 fieis soldados de sua causa! Isto representa 49,5% de perda. Até onde enxergamos, não ocorreu nada de conflitante no seu comportamento, como incoerência, traição ou oportunismo, atributos comuns para justificar derrotas acachapantes. Cássio e José Maranhão podem até terem sido vítimas destes atos. Mas, não há registros de tê-los praticados ao longo de suas vidas públicas.

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PSB E MÍDIA ESCOLHEM ADVERSÁRIO PARA O SEGUNDO TURNO

            Um estranho Instituto de pesquisa, do distante estado de Minas Gerais, deve ter sido regiamente pago para realizar uma pesquisa de intenção de votos na pequenina e pobre Paraíba, usando uma “metodologia” até os dias de hoje desconhecida pelos meios acadêmicos da Estatística.

            Apresentando resultado completamente adverso a todos os demais cenários de outras sondagens realizadas – faltando apenas sete dias para as eleições – o quadro revelado no último domingo pelo Veritá alavancou (como elemento surpresa) o candidato do governador Ricardo Coutinho (João Azevedo) para sonháveis 35,5% das intenções de votos, deixando bem atrás Lucélio Cartaxo (PV/PSDB) com 19,1%, tecnicamente empatado com José Maranhão com 18,7%. O fato torna visível a inequívoca sabotagem contra a postulação do Senador José Maranhão, cujo propósito é deixá-lo fora do segundo turno. Lucélio seria o candidato ideal para ser derrotado por Ricardo Coutinho? É o que sugere a mídia da capital, na esperança de uma “festança” sem precedente: três tesouros públicos para serem “sangrados”: PMJP; PMCG e Governo do Estado, neste suposto quadro projetado para o segundo turno (2018).

            Ricardo Coutinho entrará para o “guines”, pelos recordes consecutivos em derrotas, quando se trata de transferência de votos para eleger seus preferidos. Até mesmo para o parlamento federal, nunca conseguiu por um representante do PSB na Câmara dos Deputados. Perdeu duas campanhas seguidas para a Prefeitura de João Pessoa, e para o Senado Federal em 2014, quando José Maranhão – todos imaginavam ter alcançado a compulsória da política após o insucesso nas urnas pela disputa municipal de 2012 na capital – derrotou Lucélio Cartaxo – candidato de Ricardo Coutinho com uma maioria de 126 mil votos. Lucélio tinha a máquina do governo do estado, da PMJP; do PSD de Rômulo Gouveia, e a “estrutura” de Gilberto Ka$$ab. Em Campina Grande? Ricardo Coutinho Jamais conseguiu competir com o clã Cunha Lima, Rego ou Ribeiro. Que fato tão estapafúrdio aconteceu nestes últimos 30 dias, para seu candidato crescer tanto? A contradição é tamanha, que um dos seus postulantes ao Senado (PT) defende o odiado Lula, e o desprezado Haddad, que luta para chegar ao segundo, ou não ficar atrás de Ciro Gomes e Alckmin no próximo domingo 07.10.2018. Quem está sendo “desidratado” rapidamente é o PT e seus aliados, não José Maranhão.

              Desde 1965, o único governador eleito que conseguiu emplacar seu sucessor (Antônio Mariz) foi Ronaldo da Cunha Lima. Pedro Gondim (1965) pensou ter passado o bastão para João Agripino. Mas, as eleições uma das mais disputadas na história da Paraíba que tinha 334.479 eleitores, os mapas mostraram João Agripino com 168.712 votos e Rui Carneiro 165.785 sufrágios. Porém, houve fraude nas urnas de Cajazeiras. A cidade apresentou um número de votos superior à população. João Agripino foi cassado pelo TRE-PB na última sessão do ano de 1970, faltando três meses para terminar seu mandato. O STF confirmou que João governou sem ser eleito, quando todos já haviam falecido: Rui Carneiro, Argemiro de Figueiredo (vice de Rui) e João Agripino.

Tarcisio de Miranda Buriti não foi eleito diretamente. Elegeu como seu sucessor Wilson Braga, numa eleição atípica, com o fim da sublegenda e voto vinculado de vereador a senador da república. Ricardo Coutinho mudará a tradição?

Para conquistar seu primeiro mandato (2010) foi alavancado por Cássio Cunha Lima que desde 2002 tinha quebrado a barreira dos 800 mil votos. E em 2010, obteve 1.004 mil acrescentando mil votos a mais no resultado de 2006 1.003 mil. Ricardo Coutinho contou ainda com a ajuda do ex-governador Eduardo Campos, tesoureiro regional da campanha de Dilma Rousseff. Em 2014, além da máquina do estado, conseguiu a adesão do prefeito da capital Luciano Cartaxo. Hoje, Ricardo tem como adversário os três responsáveis por suas vitórias. José Maranhão (PMJP), Cássio Cunha Lima (governo do estado) Luciano Cartaxo (reeleição 2014). Eduardo Campos deixou o plano terrestre.

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NA RETA FINAL DISPUTA PELO SENADO SE COMPLICA

            Em discurso ontem (26.10.2018) na cidade de Cacimba de Dentro, o deputado federal Benjamin Maranhão revelou – para delírio do público presente – que havia conversado com o Senador Cássio Cunha Lima e dele obteve a garantia que no segundo turno, estaria ao lado de Romero Rodrigues no mesmo palanque de José Maranhão. O fato evidencia que a “pesada” chapa *Bateau Mouche – encabeçada por Lucélio Cartaxo – começa adernar.

            Botando a “faca nos dentes”, o Senador Cássio Cunha Lima partiu para o ataque  e ao lado de Daniella Ribeiro, conquistaram o apoio da candidata à deputada federal Tatiana Medeiros, uma das principais integrantes (de confiança) do núcleo político comandado pelo Clã Rego em Campina Grande. É bom destacar, que nas eleições municipais de 2012, com apoio do então prefeito Veneziano Vital do Rego, Tatiana Medeiros levou o pleito para o segundo turno, obtendo praticamente o dobro da votação de Daniella Ribeiro (PP): 65.195. No segundo embate, cresceu para 89.887, que não foram suficientes para derrotar Romero Rodrigues (130.106). Tatiana Medeiros tem um bom trabalho no estilo “corpo a corpo” pelos bairros da cidade, e defende as cores do Senador José Maranhão.

É interessante analisar os números através dos quais podemos avaliar o desempenho em Campina Grande, entre Veneziano e Tatiana, atestados pelo resultado das urnas de 2016, quando Romero Rodrigues se reelegeu com 138.996 sufrágios (acrescentando algo em torno de 8 mil votos a mais que em 2012), e o então “cabeludo” na disputa contra Romero, ficou abaixo de Tatiana Medeiros em relação ao primeiro e segundo turno (2012) aferindo apenas 53.837.

Todos os Institutos de pesquisas – do Bigdata ao IBOPE – mostram a estagnação da campanha de Lucélio Cartaxo. No quadro que se apresenta a “briga” pelas duas vagas do Senado, Cássio Cunha Lima se isola de Veneziano (segundo colocado) que mantém uma distância em torno de 12% para Daniella Ribeiro e Luís Couto, empatados tecnicamente. Luís Couto não tem mais por onde se expandir. Está preso nos limites de seu radicalismo. Esbarra em Cássio, Daniella e na indicação da segunda opção de José Maranhão, nitidamente explicitada através dos gestos de Benjamim Maranhão, Roberto Paulino e do próprio Wellington Roberto, sem grandes alardes, votando em Cássio Cunha Lima. A campanha de Daniella está “paralisada” por conta do seu irmão, deputado federal Aguinaldo Ribeiro. Neste caso (familiar) quem tem que resolver a “bronca” é Enivaldo e Dona Virgínia Veloso Borges, acabando com esta birra infantil e  domestica.  Das 80 Prefeituras que apoiam o ex-ministro das cidades e líder do governo Temer, numa rápida sondagem da espionagem tucana, constatou-se em alguns dos principais municípios, material de campanha de Daniella Ribeiro “colado” somente com Aguinaldo. Onde está Cássio? A contrapartida? Daniella tem procurado “grudar” no tucano. Só falta adotar o sobrenome Cunha Lima, já  que é desprezada por um Ribeiro – seu irmão – responsável pela “estrutura”  de sua campanha. Em João Pessoa, por exemplo, Daniella tem 9% de intenção para o primeiro voto. Mas, transfere apenas 3% (segundo voto) para Cássio Cunha Lima. Toda ação, corresponde a uma reação…Lei da Física. Daniella ainda tem espaço para “disparar”. Mas, o que espera sem surpresas o “tucanato”, é um Nelson Júnior sair com 160 mil votos, colados em Daniella. O fato “desidrata” a votação de Cássio. Contudo, não ameaça sua reeleição, quer seja como primeiro, ou segundo colocado. Se o destino de Daniella continuar nas mãos de seu irmão, como em 2012, ela não alcançará índices para disputar a segunda vaga.

*Bateau Mouche foi o barco que naufragou no dia 31 de dezembro de 1988, próximo a praia de Copacabana com 142 passageiros, dos quais 55 morreram afogados. Dentre eles, a atriz global Yara Amaral e o ex-ministro do planejamento Aníbal Teixeira que escapou. O barco fora projetado para navegar com 62 passageiros. Mas, seu proprietário fez uma reforma – primeiro andar – e conservou a estrutura do calado (casco). Maré em alta, ondas acima de 1,5 metros, levaram o barco a naufragar.

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SISTEMAS COMPROMETIDOS E SUAS VÍTIMAS

            O Pleno do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, concedeu habeas corpus ao Jornalista e Radialista Fabiano Gomes, preso há algumas semanas, porém, sem explicações encarcerado no PB1 – segurança máxima – destino de bandidos perigosos e reincidentes que praticaram crimes hediondos como latrocínio, tráfico de drogas; estupros; assaltos e formação de quadrilhas. O presídio é adequado para um Jornalista? Que perigo tão extraordinário ele oferece a sociedade?

            À distância, acompanhamos um pouco de seu drama ou via-crúcis – não pelo fato de está trancafiado – especialmente por sua doença crônica (diabetes) que requer cuidados e tratamento especial. Chegou ao nosso conhecimento, que além do uso contínuo e emergente de insulina, Fabiano Gomes estava sendo tratado por Neurologistas e Psiquiatras, que buscavam controlar seu nível de ansiedade e depressão.

            Infelizmente o desavisado “homem bomba” foi mais uma, das dezenas de vítimas dos capitães da mídia radiofônica da Paraíba, que aproveitando sempre da imaturidade e  ambições desmesuradas de jovens comunicadores, usam-nos em defesa de seus interesses próprios, com a missão de “detonarem” os poderosos de plantão. Depois do “estrago”, através da chantagem, cortam seus pescoços e entregam suas cabeças numa bandeja, aos que se sentiram seriamente prejudicados pelos exageros das críticas. Na ânsia de mostrar resultados, ou na busca da falsa notoriedade, estes recalcitrantes ultrapassam os limites da racionalidade e enveredam pela intimidade, cometendo um verdadeiro atentado ao homem “ser”, esquecendo que o alvo é o homem “função”. Os efeitos culminam em danos irreparáveis.

            Fabiano Gomes foi amigo e inimigo (ocasional) de Ricardo Coutinho, Luciano Cartaxo; Cássio Cunha Lima e todos os Presidentes da ALPB. Era “o cara” do sistema Correio, sistema Arapuan; cortejado por muitos e temido por todos. Quem destes foi visita-lo? Pelo visto, nem recursos dispunha para pagar um bom advogado, capaz de conter o “abuso de autoridade” perpetrado pela Justiça, ao misturá-lo com a criminalidade institucionalizada cruel e perversa – que já não cumprem pena – residem no presídio. Torcemos para que doravante, Deus o ilumine, devolva-lhes a saúde e recupere sua consciência profissional.

            A Paraíba tinha uma boa mídia (anos 70/80), formadora de excelentes profissionais. Mas, em meados dos anos 80, a radiofonia da Capital começou a tomar rumos estranhos, num formato que fugia da notícia, entretenimento ou instrução: o denuncismo irresponsável. Quem não se recorda do famoso Luís Otávio? Demitia Secretário de Estado através de pesadas críticas, antes de terminar seu horário na emissora. Faleceu precocemente pobre, sem respeito ou audiência, por seu truculento comportamento como comunicador. Depois surgiram Toni Show, J. Ferreira; Jair Santana… Foram tantos… Todos, vítimas da mesma tragédia.

            Os governos de plantão (alvo predileto dos Capitães da mídia), não resistiram à tentação de suas vaidades e começaram a explorar a radiofonia. O modelo chegou aos jornais e a televisão, que supostamente iriam abrir caminhos, para popularizar quem pagava a pesada fatura. Até que funcionou por algum tempo. Mas, o ouvinte, leitor e telespectador – que não são burros – observaram o jogo e começaram a separar o que é lógico, do inconsequente. Na virada do século – em 2002 –  Sistema Correio não foi capaz de derrotar o candidato ao governo do estado Cássio Cunha Lima. Que ironicamente, o derrotou pela segunda vez em sua reeleição. Só Deus sabe o quanto foi gasto em verbas publicitárias, e quantas gratificações foram implantadas nos contracheques dos “formadores de opinião”, todos com um vínculo com o Estado. No governo, Cássio Cunha Lima cometeu o mesmo erro de seu antecessor e investiu pesadamente também na mídia. Isto não o levou a uma vitória em 2014, contra o governador reeleito Ricardo Coutinho. Se este tipo de mídia elegesse alguém, João Azevedo ou Luciano Cartaxo estariam eleitos. Todavia, o que percebemos é uma outra realidade. Distante destes “comunicadores” e seus veículos, José Maranhão começou a ser visto pelo povo como humano, bondoso; experiente e pacifista. Não tem ninguém colocando palavras em sua boca, que inspirem o ódio, a rixa ou desconstrução. Pelo que as pesquisas apontam, está no segundo turno. Aquele que for derrotado, não terá nenhum obstáculo em apoiá-lo. Vem fazendo uma campanha limpa, alicerçada na verdade e nos debates, mostrando apenas o obvio. Será que os “sistemas” ainda sobreviverão?

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VOLTA DE NEY SUASSUNA AO CENÁRIO POLÍTICA PROVOCARÁ MUDANÇAS NO RESULTADO DAS ELEIÇÕES PARAIBANA

            Ao aceitar ser o primeiro suplente do candidato ao Senado Veneziano Vital do Rego, Ney Suassuna criou um quadro de expectativa inimaginável nas três chapas que disputam o governo do estado. Jamais esperavam uma reviravolta desta dimensão numa reta final de campanha. O gesto já assegura a vitória do ex-cabeludo em 07 de outubro próximo, com amplas possibilidades de conquistar o primeiro lugar, deixando o tucano Cássio Cunha Lima na segunda posição, envolto em preocupações, temendo um avanço de Veneziano sobre seu segundo voto – capitaneado por Ney – e um crescimento de Luís Couto com “reforço” extra de Ricardo Coutinho, capaz de levá-lo a derrota.

            O mistério desta decisão se assemelha a um gol repentino originado numa cobrança de um “tiro de meta” no último minuto da prorrogação (fazendo uma analogia ao futebol) com o goleiro sendo coberto, fora da sua grande área. Estes fatos só serão conhecidos bem depois das eleições. Todavia, ao que parece, Ney recomeçou nos moldes de 1990, quando foi eleito primeiro suplente de Antônio Mariz, que renunciou em 1994, quando venceu as eleições na Paraíba e governou o estado por apenas oito meses. Ocupando a vaga de Antônio Mariz no Senado, Ney foi reeleito em 1998, derrotando o ex-governador Tarcísio de Miranda Buriti, com apoio de José Maranhão e a “ajuda” dos Cunha Lima, que marcaram o voto (206.006) na vereadora Campinense do PT, ex-prefeita Cozete Barboza. Historia que já relatamos.

            Desde sua traumática derrota em 2006, Ney Suassuna se afastou da política. Foi convidado a retornar, por todos os lados e legendas da Paraíba e do Rio de Janeiro, onde concentra seus negócios, e continua repeitado como grande empresário. Estava praticamente  morando em Miami (USA). De repente, aceita ser vice de Veneziano? Antes se negou em compor uma chapa como titular e não suplente, ao lado dos Cunha Lima, de Ricardo Coutinho ou de José Maranhão.

A importância de Ney como suplente de Veneziano, se avultará pelo conhecimento e credibilidade. Ney quando esteve no Senado destinou emendas para todos os municípios da Paraíba, ocasião em que foi líder do então PMDB. Conhece todos os atuais – ou ex-prefeitos do estado – vereadores; deputados estaduais e federais, com os quais sempre cumpriu tudo que prometeu. Como Ministro da Integração Nacional, viabilizou recursos para a obra da adutora de Patos-Pb e região do sabugy, trazendo água do sistema Coremas/Mãe d’água. Foi o patrono da verba para construção de Acauã, e iniciou o primeiro trecho da transposição das águas do Rio São Francisco. Veneziano Vital do Rego conseguiu  a duras penas, se viabilizar como segunda opção para o Senado – até o momento – mas, “com um olho no peixe outro no gato”. Temia manobras das velhas raposas da política: ir dormir eleito e acordar derrotado. Amparado por Ney, agora pode “relaxar”, e abandonar a desconfortável posição de “marcação cerrada” como vigilante vinte e quatro horas por dia, dos passos de seus companheiros de jornada da “majoritária”. Estava absolutamente certo. Afinal, quem trai são amigos.

            O que deixa todos curiosos é como se comportará o “irrequieto” Ney, na disputa pelo governo do estado. Irá apenas buscar o seu voto (Veneziano) ou se incorporará a campanha de João Azevedo? É bom lembrar que foi Ney quem lançou e apoiou Veneziano para derrotar os Cunha Lima (eleições municipais de 2004), e garantiu a “estrutura” para Ricardo Coutinho se eleger no mesmo ano Prefeito de João Pessoa.

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O BADALO E A HORA DA MISSA

            No pleito de 1994, estávamos no RN, exercendo as funções de Prefeito Municipal de nossa terra natal. Meados de setembro – como agora – começavam as pressões dos liderados sobre as lideranças, em busca de “meios” para concluírem seu trabalho de dois meses de andanças, na busca de votos. A meta de um Prefeito é eleger como mais votado em seu município, o governador, senadores; deputado Federal e Estadual. Para  presidente (na época FHC x Lula) já não se “brigava” mais pelo voto.

            O saudoso vereador José Barbosa – analfabeto que apenas assinava o nome – era um gênio em matéria de política corpo a corpo. Líder de um distrito (zona rural) onde conhecia todos, e suas manhas. Começou a nos pressionar, alegando que tinha uns pedidos para atender. Coisa pouca, besteiras… Mas, se não fossem atendidos… Indaguei se era material de construção (comum naquele período este tipo de solicitação). Não, respondeu o vereador. Trabalho com “material maneiro”… (dinheiro) para não chamar a atenção. Quis me aborrecer e comecei a argumentar: construí o maior açude do município lá. Posto de saúde; poços; pavimentação da área urbana; luz em toda a região… E o povo ainda quer dinheiro? Calmo ele respondeu: eu sei que o senhor fez tudo isso. O senhor pegou o chão limpo e começou fazendo a sapata. Levantou as paredes, fez a igreja; botou o piso, botou os bancos; fez o altar e botou os santos. Colocou até o sino… Mas, sem o “badalo” para bater, ninguém sabe a hora da missa.

            Para o governador Ricardo Coutinho, Prefeitos Romero Rodrigues e Luciano Cartaxo, chegou a hora de bater o “badalo” e fazer as primeiras chamadas da missa. Restam só 19 dias. A oposição – voto dos insatisfeitos que buscam mudanças – quem vem conquistando é o Senador José Maranhão, por não dispor de “máquina” administrativa. O voto “chapa branca” ( Prefeitos e portadores de mandatos) são caros. Eles geralmente cumprem o prometido. Desde que haja disponibilidade do “material maneiro”. As obras e ações de governo, garantem apenas o “direito de preferência”.

            Desconhecemos a capacidade financeira da PMJP, e o arrojo do Prefeito Luciano Cartaxo, que pode até surpreender nesta reta final de campanha. Entretanto, em Campina Grande, Romero Rodrigues já esticou a “liga” no seu limite. Se puxar mais um pouco, ela se parte. Médicos e funcionários da PMCG estão reclamando salários atrasados. Ele terá coragem de comprometer sua boa gestão? Em 2019, pelo que se desenha no horizonte,  não será apenas um ano de mudança de governo no plano central. Ocorrerá uma completa transformação no país. Enxugamento da máquina pública, revelação de escândalos sobre gastos das gestões anteriores; contingenciamento do OGU; quebra-pau gigante entre Congresso e o novo presidente, que seja lá quem for, não permitirá mais excrescências como o “centrão” e outras mazelas (burocracia) que sempre funcionaram em conluio com parlamento. Um ano em que Romero Rodrigues não poderá acrescentar mais nada ao que já fez. No máximo, concluir. E, ano seguinte (2020) é sua despedida. A travessia de 2019 será difícil, talvez o seu maior desafio seja chegar “inteiro” na disputa pela sua sucessão, com capacidade de elegê-lo.

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INSTITUTO GALLUP E O DATAFOLHA

Algo de errado e muito grave vinha ocorrendo com o Instituto DATAFOLHA, desde as eleições presidenciais de 2010. É indisfarçável o “pacto de sangue” entre  o Instituto e Jornal da família “Frias”, com a poderosa Rede Globo de Televisão, no fraudulento processo de manipulação das massas em períodos eleitorais. A Rede Globo opera o “clima” nas campanhas, através da manobra “freezer/micro-ondas, usados nos candidatos. O datafolha pulveriza os efeitos da militância midiática da emissora – que ainda lidera em audiência no país – divulgando pesquisas favoráveis aos seus “escolhidos” e “desconstruindo” os adversários.

 Antes do Datafolha, IBOPE participou deste conluio. Mas, aos poucos foi saindo deste artifício delinquente, e hoje busca recuperar sua credibilidade, como o fez o Instituto Gallup, que por mais de uma década, era o preferido pela Rede Globo – não para fazer “maracutaias” – mas constatar com precisão científica os resultados inquestionáveis de suas sondagens. Instituto Gallup, empresa norte-americana fundada em 1930 pelo Estatístico George Gallup, hoje atua em 163 países do planeta – inclusive no Brasil – mas, em terras tupiniquins, ausente da política desde 1985. Os motivos? As primeiras eleições para Prefeitos das Capitais e cidades consideradas como áreas de segurança nacional no ano de 1985. O Gallup acertou em todas as cidades e capitais. Exceto em Fortaleza, Capital do Ceará. O Estado comandado por décadas pelos três Coronéis – Virgilio Távora, Adauto Bezerra e César Cals – quebraram a regra do “revezamento do poder” – e estavam dividido no pleito.  Paes de Andrade e Lúcio Alcântara, polarizaram a disputa. A terceira via, mito distante era a petista Maria Luiza Fontenelle, segundo o Gallup, sem a menor chance de vencer. Nesta época, ainda não existia o segundo turno. O modelo era os mesmos dos dias atuais As concessionárias da Globo contratavam as pesquisas. E quem fazia o trabalho de campo – coleta de dados – eram estudantes universitários, orientados e treinados para a tarefa. A Globo do Ceará – TV Verdes Mares – estava nas mãos do grupo Edson Queiroz, sogro de Tasso Jereissati que não escondia sua intenção de derrotar os Coronéis, abrindo espaços para si mesmo.

Empate técnico até na última pesquisa – “boca de urna” – entre Paes de Andrade e Lúcio Alcântara. Após apuração, venceu Maria Luiza Fontenelle do PT. Segundo dados de pesquisas anteriores, a candidata nunca figurou com chances vitoria em nenhuma das consultas feitas ao longo da campanha. Maria Luiza 159.846, Paes de Andrade 148.437 e Lúcio Alcântara 121.326. A primeira vitória do PT em uma Capital. O Instituto Gallup distribuiu nota através da imprensa, se comprometendo realizar uma auditoria para verificar onde havia errado. Uma equipe de auditores veio dos Estados Unidos. Um ano depois, o Gallup rompeu com a Globo. Justificando a fraude, a TV Verdes Mares alegou que a “surpresa” estava no eleitorado feminino, superior ao masculino (?). Sempre foi maior em todo o país. Na verdade, a manipulação foram nos dados colhidos pelos contratados diretos pela TV Verdes Mares, sem interferência ou seleção feita pelo próprio Gallup.

            Na última pesquisa presidencial (eleições deste ano 2018) não tendo mais como esconder a maioria de Jair Bolsonaro, o Datafolha em 14.09.2018 resolveu contemplá-lo com mais um crescimento atingindo 26%. Estranho… Na amostragem realizada quatro dias depois do atentado, Bolsonaro cresceu apenas 2%. O Instituto alegou que a “comoção” não influenciou no eleitorado, como todos esperavam. E ressaltou que no segundo turno, o candidato do PSL seria derrotado por qualquer outro concorrente (?) Segundo turno é outra campanha, absolutamente distinta da primeira, a partir do tempo de rádio e TV que serão iguais para os dois postulantes. Se Bolsonaro cresceu com 15 segundos, imagine com 10 minutos? Como o Datafolha antevia uma derrota, sabendo que uma única frase mal colocada em um debate, arruína um candidato no segundo turno? Porém, recuou na última sexta-feira, e afirmou que apenas Ciro Gomes poderia vencer Bolsonaro no segundo turno (?).

            O IBOPE, dia seguinte (12.09.2018) anunciou números diferentes. Bolsonaro crescendo mais, e com 26%, mesmo resultado dia do datafolha (14.09.2018). Empatando tecnicamente no segundo turno com todos os concorrentes. Até o Banco BTG Pactual apoiador de João Amoedo candidato do NOVO, divulgou pesquisa reconhecendo Bolsonaro com 30% das intenções de votos. XP Investimentos, confere o mesmo percentual. Na amostragem do IBOPE, sobre o voto espontâneo, quando o entrevistador pergunta diretamente: O Sr. já tem candidato para Presidente da República? Quem é? (sem mostrar a relação ou disco) Bolsonaro aparece com 23%. E, curiosamente Lula caiu de 15% para 8% (no IBOPE). De fato, Lula não é mais candidato. Porém, o povo mesmo assim se manifesta. Ciro Gomes 5%; Geraldo Alckmin 4%; Haddad 3%; Marina 3%; Amoedo e Meireles 1%. O voto espontâneo é cristalizado. Praticamente sem chances de mudanças.

            Ainda na fatídica sexta-feira 14.09.2018 – dia que o datafolha começou a se redimir de seus erros, na entrevista do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Ferraz, cobraram de Fernando Haddad – em nome do PT – uma “mea culpa” pela corrupção institucionalizada e operada de forma sistêmica desde 2003 até 2015. A recusa de Haddad irritou os entrevistadores, e o atrito foi inevitável. Haddad tornou público denuncia de crime da rede globo, sobre sonegação fiscal, junto a Receita Federal. Pode ter atirado no pé. Nesta mesma noite, a Globo News o aguardava para outra entrevista. Ele não apareceu. A cadeira foi mostrada vazia. PT rompido com a Globo não é nada bom. Lula já não “garante” mais. E critica abertamente a Globo. Franklin Martins, intermediário da reeleição de Lula e da eleição de Dilma, foi defenestrado pela ex-presidente nos primeiros meses de sua gestão em 2011. Em quem a Globo confiará no PT?

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ÁLVARO NETO: UM CANDIDATO FICHA LIMPA

            Observando o guia eleitoral, ainda não vi – mesmo em forma de recado telegráfico – a participação do candidato a deputado federal Álvaro Neto.  Observei a veiculação de mensagens de muitos que estão, ou estiveram envolvidos em denúncias de corrupção e malversação do erário público, quando passaram pelo poder executivo mesmo que temporariamente. Por que o amigo “Alvinho” ainda não apareceu na “telinha”? É boicote do seu partido? Ou a coligação está sabotando sua campanha?

 Ao destacarmos Álvaro Neto como candidato “ficha limpa”, não o fazemos por ouvir dizer, ou para agradar um velho amigo de juventude, que conhecemos antes de seu primeiro mandato como vereador de Campina Grande. Mas, por ter presenciado uma cena e ação, digna de registro histórico, que ainda permanece viva em nossa memória.

Ex-presidente Lula assumiu o comando da nação no primeiro dia de 2003. Mesmo sem pertencer aos quadros do PT, Álvaro Neto (PFL) segundo suplente de Deputado Federal, foi indicado para Transpetro – maior subsidiária da Petrobras – escolhido como Diretor Administrativo e Financeiro. Por suas mãos, passaram bilhões de dólares entre 2003 a 2006.

Neste período estávamos em Brasília. E comumente frequentávamos no final da tarde – para tomar um cafezinho e revê amigos da Paraíba – o gabinete do Senador Ney Suassuna. Uma “Romaria” de Prefeitos, Deputados Estaduais, Vereadores… E muitos empresários. Numa destas tardes, conhecemos um grande empresário de Minas Gerais, “ciceroneado” pelo saudoso Aladim Cordeiro, que vinha alguns dias procurando uma “conversa particular” com Ney Suassuna, o que era impossível. Ney conversava com todos, na presença de todos. O empresário indagou-me se eu era da Paraíba, e se conhecia Álvaro Neto. Respondi que além de conhecê-lo, era seu amigo. Minha resposta despertou imediatamente o interesse do cidadão, que me pediu para falar com “Alvinho”, e marcar um encontro com ele. Santinha, secretária de Ney, fez a ligação, e o que mais impressionou o empresário foi o pronto atendimento de Álvaro Neto. O empresário imediatamente convidou-me para ir ao Rio no dia seguinte e acompanha-lo até a Transpetro, para ele conversar com Álvaro Neto. Viajamos dois dias depois, pela manhã, eu com passagem de volta comprada para o mesmo dia. No Rio fomos a Transpetro. Era mais fácil entrar no Palácio do Planalto que na Estatal. Muita complicação, e até foto tiravam do visitante, antes de adentrar no andar onde ficava a Diretoria de Álvaro Neto. O empresário expôs seu problema, que datava de um mês antes de Lula assumir, portando, apagar das luzes do governo FHC. Álvaro pediu o número do protocolo e ficou de verificar. Como se aproximava a hora do almoço, Álvaro Neto nos convidou para almoçar. No restaurante veio à surpresa. Uma fatura de 160 milhões de reais, encalhada desde novembro de 2002. Friamente o empresário falou: “Dr. Libere a fatura, que 5% fica como ajuda para seu partido ou sua próxima campanha”. Álvaro empalideceu. Mudou o assunto, pediu a conta e disse que estava atrasado para outro compromisso. Saímos calados. Fui para o Aeroporto e retornei a Brasília. À noite Álvaro me ligou e pediu: “nunca mais me leve alguém daquele tipo para almoçarmos”. Cerca de dois meses depois, no mesmo gabinete de Ney reencontramos o empresário. Ele pilheriou: “o teu amigo santo não quis minha ajuda… Bati noutra porta, lá mesmo na Transpetro, e foi resolvido. Quem perdeu foi ele”.

Após o pleito de 2006 – Álvaro Neto deixou a Transpetro para tentar voltar a Casa Epitácio Pessoa como Deputado Estadual – obtendo pouco mais de 19 mil votos, que não foram suficientes para ser eleito. Encontramos Carlinhos Moscoso na Praça da Bandeira, que estava a procura de alguém para comprar a residência de Álvaro Neto no bairro do Catolé. Motivo da venda: pagar custos da campanha que foi derrotado. Narramos o que acima escrevemos a Carlinhos. Ele, sempre mantém sua boca aberta. Desta vez, a baba caiu. Ainda existem homens honestos na vida pública. Resta ao eleitor enxergá-los.

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A HORA DO DINHEIRO

            Candidatos ao parlamento – e governo dos estados – começaram a experimentar pela primeira vez, os efeitos da nova legislação eleitoral que acabou com doações de empresas as campanhas, e criou o financiamento público, limitando a gastança, em 1.716.209.431,00, Valores que serão divididos entre 31 partidos (exceto PSL de Bolsonaro que não aceitou) para cobrirem os gastos de todos os seus postulantes de presidente da república a deputado estadual. Na visão do eleitor desinformado ou ignorante, esta campanha é aguardada como a descoberta de uma nova “serra pelada” (corrida do ouro) com todos os candidatos com muito dinheiro. O valor do sufrágio será hiperinflacionado. Se baixarem a “per capita”, será pior. Receberão de todos, e no dia votarão num mero desconhecido.

            Os desassossegos aqui na Paraíba já começaram. Deputado Estadual Ricardo Barbosa deu um chute no “pau da barraca”. Foi enfático no seu pronunciamento, acusando o governo do estado de constranger (chantagear) o servidor público, exigindo seu voto de forma escravocrata. Onde está o Ministério Público Eleitoral? Não vai investigar e instaurar procedimentos cabíveis? Uma denuncia deste tipo é muito grave. Fere a democracia e macula duas cláusulas pétreas da nossa Constituição Cidadã: voto secreto direto, universal e direito e garantias individuais. A “lona” do PSB quase cai por cima de muitos. Ameaça durou poucas horas. Atendido, o deputado tergiversou, e deu uma desculpa “esfarrapada”. Resta saber se o sinal amarelo não acendeu no MPE.

            Enquanto o Palácio da Redenção se mobilizava para silenciar Ricardo Barbosa, em Campina Grande, a “espinha dorsal” da base aliada do Prefeito Romero Rodrigues se insurgia e declarava apoio (segundo voto) ao candidato ao Senado de José Maranhão, ex-governador Roberto Paulino. O$ motivo$? O$ me$mos de Ricardo Barbosa. Afinal, Daniella é deputada estadual, candidata ao Senado pelo PP por imposição de seu irmão, Aguinaldo Ribeiro – líder do governo na Câmara dos Deputados e ex-ministro das cidades – e ainda conta com apoio de seu pai, vice-prefeito de Campina Grande.  Não tem dinheiro? É brincadeira… Não adianta Cássio pedir ou Romero implorar. Aguinaldo Ribeiro – que dá aulas de “sabedoria” a Raimundo Lira – lançou Daniella como “caronista” de Cássio. Para o eleitor e as lideranças, o “carona” é suplente, não candidato. Quem impediu duas tentativas de impeachment do Presidente Michel Temer, tem as chaves do tesouro da república. Mais uma vez, a enganada foi Daniella, que reviverá o pesadelo de 2012. Ainda existe tempo de reverter o quadro, basta Daniella oferecer redutos ao senador Cássio Cunha Lima, como segundo voto. Do contrário, quem dispõe deste “estoque” é Roberto Paulino.

            Quem está no poder – na ótica do eleitor que ao longo do tempo mudou de corrompido para corruptor – pode tudo e tem dinheiro. Política é negócio para milionários. Ideologias? Ficaram nos anos 70 do século passado. Nas eleições de 2010, o governador José Maranhão – candidato a reeleição – subestimou não seu adversário Ricardo Coutinho, mas, a esperteza e sagacidade do eleitor, que mandou o recado através de suas lideranças: de graça, votavam em Ricardo Coutinho. Aconteceu no primeiro turno. Ricardo Coutinho saiu na frente de José Maranhão com 942.121 votos. Com a “caneta na mão”, o então governador ficou atrás: 933.754, diferença de 8.367. Votos nulos e brancos foi vingança: 237.306 e 101.032 respectivamente. Total de eleitores em 03/10/2010: 2.720.265, abstenção de 506.000 votos.

            De posse do mapa que contabilizava as baixas da primeira batalha, governador José Maranhão não pôde, ou não dispôs de meio$ para recrutar mais reservas para seu exército enfrentar o inimigo no segundo combate. Os estragos foram maiores e bem catastróficos. Ricardo Coutinho 1.079.164, José Maranhão 930.331. Diferença pró Ricardo 148.833 votos. Sufrágios nulos despencaram de 237.306 para 141.228. Os brancos de 101.032 desceram para 48.703.

Ricardo Coutinho em 2018 repete José Maranhão de 2010. A campanha de João Azevedo estagnou e tende a cair. Se ele não abrir a algibeira, “de graça” o povo aproveita o ensejo para “agradecer” José Maranhão por suas três gestões exitosas na Paraíba, trazendo-o de volta ao Palácio da Redenção. Em tempo: Lucélio não tem mais como “arrancar” nada da PMJP e Romero Rodrigues já foi além do seu limite. O MPE está de olho na PMCG, PMJP e Governo do Estado. Se não fizeram reservas em tempo hábil, agora é tarde demais. O registro dos fatos acima, se inspira em “denuncias”, não em “apologia” ao continuísmo de crimes eleitorais praticados por décadas, desconhecidos ou ignorados pela Justiça Eleitoral Brasileira.

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CHAPA PARLAMENTAR DOS “TUCANOS” COLA NA

CAMPANHA DE ZÉ MARANHÃO NA ARRANCADA FINAL

A

Para os céticos que subestimavam o crescimento constante – agora em ritmo acelerado – da candidatura do ex-governador José Maranhão, as fotos comprovam os fatos. Na última quarta-feira (29/08/2018) ao lado do Jornalista Josué Cardoso, testemunhamos a inauguração do comitê de José Maranhão em Campina Grande. Observamos um apoio suprapartidário de inúmeros formadores de opinião da cidade, prestigiando o evento e aplaudindo com entusiasmo o discurso do “mestre de obras”. Avistamos as cores do PSDB, PSB; lideranças que têm ligações com Cunha Lima, Rego e Ribeiro “avermelhadas”. A presença e o entusiasmo do “marqueteiro” Décio Alcântara – segundo o amigo e escriba Jornalista Marcos Marinho – defenestrado das hostes socialistas. Giordano Nóbrega – irmão de Ana Cláudia, esposa de Veneziano Vital do Rego, candidata a deputada federal – se destacava entre os presentes. Amigo e Jornalista Basílio Carneiro (PT) comentava ao nosso lado a fidelidade de Maranhão a sua legenda nos momentos mais cruciais: eleição e reeleição de Lula.

            Constatamos que não precisa mais explicar – ou duvidar – da posição de primeiro lugar, conquistada por José Maranhão, na recente pesquisa de intenção de votos realizada em Campina Grande. Com um discurso inovador, totalmente diferente de todos das pregressas campanhas, José Maranhão usou de uma linguagem republicana “construtiva”, não se referindo particularmente a nenhum dos “Caciques” que comandam as postulações adversárias. Pelo contrário, destacou que aquilo que existe de bom, e está funcionando na Paraíba – obras, serviços e ações de outras gestões – não só serão mantidas, mais ampliadas. Na sua alocução de caráter estadista, mostrou que radicalismo de outrora, ficou realmente no passado. Desprezando as “picuinhas” paroquianas, enfatizou que na dinâmica da política, adversários de hoje podem ser correligionários de amanhã, e vice-versa.  Prometeu levar o “Estado” (em seu governo, caso seja vitorioso), onde sua ausência é cobrada: segurança pública, saúde; garantia hídrica, não só para o que abastecimento humano e animal, mas também como suporte para alavancar o emprego e renda permanente.

            Se Tovar Cunha Lima estava no palanque de José Maranhão em Piancó – ao lado do Prefeito – deixa a nítida impressão da sua preocupação em não perder votos, num dos seus principais redutos no Vale. Na cidade de Patos, outdoor com Cássio e José Maranhão, mostra que o segundo voto de Roberto Paulino indiscutivelmente irá para o tucano. É a repetição de “Lula lá Cássio Cá” (2002/2006), atraindo fatia importante do PT da época, como a Prefeita Cozete Barbosa (2002) e o saudoso Júlio Rafael em João Pessoa (2002/2006). As eleições parlamentares se encerram no dia 07/10/2018. Para o governo do estado, dos três candidatos, dois terão uma segunda chance em 29/10/2018. Isto se ocorrer uma reação expressiva nas campanhas do PV/PSDB (encolhendo) e no representante de Ricardo Coutinho (João Azevedo) estagnado, “pastorando” apenas o “capital político” adquirido até o momento. Fatos novos, só na campanha de José Maranhão. Quando será que o vice-prefeito Enivaldo Ribeiro irá procurar José Maranhão e postar outdoor de Daniella ao lado de Maranhão? Cássio saiu na frente no sertão. Será que Enivaldo vai deixar passar esta oportunidade na Rainha da Borborema?

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TIÃO GOMES ABRIU A PORTEIRA

            A decisão do deputado estadual Tião Gomes em declarar seu voto para o senado federal, justificando motivos, abriu a porteira para a base aliada de o governador Ricardo Coutinho deixar o “curral” onde se encontravam presos pela legenda. Ficou nítida a sabotagem orquestrada contra o candidato Veneziano Vital do Rego, com certeza apoiada pelo Palácio da Redenção. Alguém acha que Arthur Filho, por exemplo, votaria em Veneziano Vital do Rego?

            Só os “neófitos” em política, não perceberem que a chapa do MDB com um único candidato ao Senado, foi uma das ideias mais genais da campanha de 2018, como “válvula de escape”. Atrai descontentes das demais postulações, constrói pontes para um eventual segundo turno, e conta com a fidelidade partidária dos eleitores de José Maranhão.

Qualificando como “dois homens de vergonha” – Luís Couto e Roberto Paulino, o polêmico Tião Gomes – apesar de seu perfil rebelde – não consegue enganar aos que enxergam um pouco mais longe, a inspiração “Maquiavélica” de Ricardo Coutinho por trás de sua decisão. Se Ricardo Coutinho eleger Veneziano, escolheu antecipadatodos os momentos, foi Luís Couto. Inclusive agora (2018) abdicando da reeleição certa para a Câmara dos Deputados. O passado de Veneziano – no tocante a fidelidade – não é nada recomendável. Votou pelo impeachment de Dilma, e estava ao lado de Fernando Haddad e Luis Couto semana passada na TV. Logo Dilma, que nomeou seu irmão Ministro do TCU, cargo vitalício. Derrotou Ney Suassuna (seu caixa na primeira eleição para PMCG) e deu as costas a José Maranhão, que elegeu seu irmão Senador, e tem como primeiro suplente sua mãe Nilda Gondim. Alguém acha que Ricardo Coutinho, de comportamento absolutamente semelhante ao de Veneziano, iria cair nesta cilada amadorística? E Luís Couto, que considera todos que votaram pelo impeachment de Dilma como “golpista”, o que faz ao lado de Veneziano? Vai ajudá-lo a ser senador da república?

Se proceder a conversa da granja – discussão entre João Azevedo, Ricardo Coutinho e Luís Torres – sobre a possibilidade de substituição da “cabeça da chapa” até o dia 05 de setembro próximo (2018), Luís Couto terá como companheiro de chapa João Azevedo. Na expectativa de criar um fato novo, e aproveitando a pontuação de Veneziano na pesquisa do IBOPE, o PSB o lançará como candidato de Campina Grande, na expectativa de repetir a “façanha” Estelizabel. Alcançar pelo menos o segundo turno, ou não chegar atrás de Lucélio Cartaxo, fato que comprometeria em definitivo a imagem de liderança do “socialista”. Dois mandatos de Prefeito da Capital, não elegeu seu candidato. Três eleições gerais, jamais conseguiu eleger um deputado federal. É… Como diz a canção de Aldir Blanc “laranja madura/Na beira da estrada/ Tá bichada moço, ou tem maribondo no pé”. Luís Couto e o PT ficarão bem distantes de Veneziano. Marcarão o voto.

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REJEIÇÃO É REPETIÇÃO DE UM ERRO CRASSO

            A recente pesquisa do IBOPE, que aferiu a intenção de voto dos paraibanos para o governo do estado em outubro próximo, traz mais uma vez um erro crasso, quando se refere ao quesito “rejeição”. Esta falha não é cometida de forma proposital. Apenas, colocam a pergunta no questionário e escolhem o entrevistador errado. Quem faz a opção por um candidato, de forma espontânea ou estimulada (quando mostram o disco ou relação dos candidatos), fica automaticamente impedido de responder a pergunta sobre a “rejeição”. Evidente que o eleitor que escolheu Lucélio ou João Azevedo, elegem automaticamente como seu principal adversário, aquele que eles temem vencer o pleito, no caso, o Senador José Maranhão. Se a disputa estivesse radicalizada, apenas com dois postulantes, por exemplo, Lucélio e João Azevedo, quem despontasse na dianteira, teria uma rejeição, maciça manifestada por aqueles que votavam no segundo colocado.

            Aprendemos este “segredo” no ano de 2006, quando observávamos um doutor em estatística analisar as pesquisas para o governo do estado (RN), senadores e deputados. São métodos simples, absolutamente distintos do que comummente interpreta o eleitor, e muitos “marqueteiros”. E um erro comum, cometido pela equipe que aplica em campo a pesquisa, ou talvez a mais pura ignorância dos Institutos contratados. Observemos a clareza dos números: Maranhão 31%, Lucélio Cartaxo 18%; João Azevedo 17%; Tárcio Teixeira 3%. Rama Dantas, deve ter um percentual de pelo menos 1%, público não alcançado pelo número de entrevistados na amostragem. Quando somados os votos do segundo ao quarto colocado, o resultado é de 38%, sem Rama Dantas. Neste caso, mesmo de forma equivocada (segundo a margem de erro de 3%) pode se afirmar que a rejeição de José Maranhão é de apenas 3% para mais, ou para menos, que pode ser zero. Todavia, os números divulgados pelo IBOPE são outros. Maranhão com 41% de rejeição mostra a veracidade da consolidação dos 31% das intenções de votos por ele conquistados. Quem confirma são as explicitas rejeições de Rama Dantas (33%); Lucélio Cartaxo e Tárcio Teixeira com 30% e João Azevedo com 28%. Quem vota em José Maranhão (31%) rejeita todos os demais candidatos. Desconhecem literalmente Lucélio, João; Tárcio e Rama.

            Talvez o leitor esteja curioso, duvidando ou perplexo, com a fidelidade dos números. E, indagará: como se mede então a rejeição de um candidato? É possível? Claro que sim. E é fatal numa disputa, quando se faz a leitura errada, da forma que apresentamos acima, e que o IBOPE divulgou. O quesito “rejeição” surge da pergunta: “Mas, se o senhor (a) resolvesse votar, em qual destes candidatos você não votaria de jeito nenhum”? Aí se obtém o verdadeiro resultado da rejeição. A diferença não está na pergunta, mas no público onde ela deve ser aplicada: indecisos, nulos, brancos ou não sabem e não responderam. E segundo o IBOPE, 23% pretendem anular seu voto ou votarem em branco, e 8% não sabem e não responderam. São 31% do eleitorado paraibano que poderão decidir ir às urnas até o dia 07/10/2018. Dentro destes 31%, se aplicarem a pergunta do modo como mencionamos, se encontrará o candidato mais rejeitado. O restante, 69% já fizeram uma opção, mesmo que – em pouquíssimos casos – de forma provisória. Portanto que se registre: os verdadeiros índices de rejeições dos candidatos ao governo do estado, ainda são desconhecidos pelo povo e os próprios postulantes.

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O ALVO É CÁSSIO

            Governador Ricardo Coutinho – mesma geração do Senador Cássio Cunha Lima – não esconde seu propósito de infringir uma segunda derrota ao Senador tucano, para consolidar em definitivo sua liderança. O fato não alijaria Cássio da política. Mas, fazendo uma analogia ao nosso campeonato de futebol, seria rebaixado da série “A”, para a “B”. Luciano Cartaxo, que caiu de paraquedas como vice-governador de José Maranhão, e conquistou a Prefeitura da Capital, em seis anos derrotou por duas vezes o candidato de Ricardo Coutinho, de Cássio (Cícero Lucena); e José Maranhão, acredita ter uma carreira política promissora e em ascenção. Todavia, para alcançar o Senado da República ou o governo do estado (2022), tem que derrotar Ricardo Coutinho, e ou Senador Cássio Cunha Lima. De preferência os dois. Radicaliza contra os “socialistas”  e não tem o menor remorso com uma eventual derrota do seu irmão gêmeo – homem missão – que começa a enlaçar Cássio Cunha Lima num “abraço de afogado”.

O mais estranho, é que até o momento, “socialistas” e aliança tucana, ainda não posicionam suas “canhoneiras” contra o Senador José Maranhão do MDB. Principalmente sabendo que o mesmo lidera as pesquisas de intenções de votos, distante dos demais. A resposta é simples. O primeiro turno será uma eleição parlamentar, fase classificatória para disputa pelo governo do estado, no final de outubro. Ricardo Coutinho pretende derrotar a aliança PV/PSDB/PP, e afogar seu líder Cássio Cunha Lima. Sabe que se José Maranhão não alcançar o segundo turno, sua tendência é apoiar o bloco oposicionista. E, numa eventual derrota do Senador Cássio Cunha Lima com sua chapa majoritária, o bloco se dispersa, tornando-se mais fácil o PP se ombrear com os socialistas. Na dúvida se haverá ou não reeleição em 2022, Ricardo Coutinho prefere uma vitória do MDB. Aposta no suposto cansaço físico de José Maranhão, e observa a falta de nomes dentro do partido (MDB) para sucedê-lo.

O quadro se agrava. Hoje, domingo (19.08.2018) os grupos do whatsapp amanheceram com um pesado bombardeio (orquestrado), tendo como alvo o Senador Cássio Cunha Lima. Vídeos do tucano elogiando o Presidente Temer, e o Deputado Carlos Marun elogiando Cássio, por ter pedido aplausos para Temer. Aí é que mora o perigo. Lucélio sendo derrotado, Romero Rodrigues e Luciano Cartaxo continuam no poder. João Azevedo perdendo, não foi Ricardo. José Maranhão amargando um resultado negativo, continua no Senado por mais quatro anos. Cássio perdendo, põe fim a longa história de vitorias de seu Clã. Com o elevado número de indecisos, nulos e brancos – disputa pelo Senado – os quatro estão em pé de igualdade. Veneziano Vital do Rego tem crescido muito e rápido, com a fidelidade do segundo voto de seu companheiro Luis Couto, e a simpatia do MDB – partido que deixou recentemente – e não dissociou seu nome do Senador José Maranhão. Luis Couto detesta Cunha Lima, e lutará com todas as forças que ainda lhes restam, para tirar Cássio do Senado. Daniella, mulher (a bela) buscará o voto feminino e tentará conquistar o segundo voto de todos. Roberto Paulino sem segundo voto, não irá obstacular as investidas de Veneziano em seus redutos, como segunda opção. Do Senador Cássio Cunha Lima, espera-se o “elemento surpresa”. Incidentes que tragam um sistemático processo de “desconstrução” na imagem de seus adversários diretos, de forma instantânea, capaz de rebaixar ou estagnar ameaçadores índices já alcançados. Faltam apenas 48 dias para o tira-teima.

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DEBATE DA TV ARAPUAN

            Ontem, 13/08/2018 a TV Arapuan promoveu o primeiro encontro (debate) entre os pré-candidatos ao governo do estado da Paraíba. José Maranhão (MDB), Lucélio Cartaxo (PV); João Azevedo (PSB) e Tércio Teixeira (PSOL). O evento marcou o início da contagem regressiva da última etapa de uma maratona iniciada em janeiro de 2017.

            Na abertura – apresentação dos candidatos – o único desconhecido era o psolista Tércio Teixeira. Lucélio vem de uma longa exposição midiática desde a campanha de 2014, quando disputou o Senado da República. João Azevedo – que desta vez soube segurar-se na sela (montaria) – não permitindo que seu líder o trocasse de última hora – venceu a primeira batalha, ao ser o candidato do governador Ricardo Coutinho. José Maranhão – desde 1950 na vida pública – já foi deputado estadual, federal, senador da república de dois mandatos e governou a Paraíba por três vezes, limitou-se na apresentação a dizer com simplicidade, a maior de suas virtudes do momento: sou ficha limpa. Em tempos de lava-jato, isto pesa no currículo a ser examinado pelo eleitorado.

            Durante duas horas e meia, perguntas foram feitas entre os candidatos, que seguindo um “cerimonial” teatral, levantavam-se das cadeiras em que estavam sentados, caminhavam até o centro do estúdio, um se posicionava frente ao outro, e faziam a pergunta. Vinha à resposta, a réplica, e em um dos blocos a tréplica. Depois, cada um marchava de volta ao seu assento (?). Isto é comum nas escolas de artes cênicas. Chama-se “marcação de palco”. O que imaginou o produtor do programa ao levar quatro políticos a repetir gestos idiotas? Eles não estão à procura do glamour. Estão caçando votos. Suas assessorias não deveriam ter permitido tamanho vexame. Os telespectadores queriam vê e ouvir um debate polêmico, sobre o drama do seu quotidiano, não imitadores de atores circenses mambembes.

            O debate serviria como parâmetro, para aferir o nível de conhecimento dos candidatos, sobre os problemas existentes na Paraíba. Suas ideias e opiniões, apontando soluções para amainar seus efeitos em curto e médio prazo, através de projetos consistentes e inovadores na gestão pública. Infelizmente, nada disto foi visto. Percebeu-se sim, o despreparo do candidato do PV Lucélio Cartaxo, que esqueceu completamente que era candidato a governador do estado, e não a prefeito de João Pessoa. Gastou todo o seu tempo divulgando a gestão de seu irmão gêmeo, a ponto do candidato José Maranhão – se não por lapso de memória, mas por ironia – dirigir-se quatro vezes ao mesmo o chamando de Luciano (?). Na interpretação de Tércio Teixeira – ignorando a legislação eleitoral, que proíbe parentesco de primeiro grau em casos de sucessão – insinuou que Lucélio sonhava era em ser candidato do seu próprio irmão, nas eleições de 2020. Dúvida que se instalou em Campina Grande: o Senador Cássio Cunha Lima, realmente conhecia Lucélio Cartaxo?

            João Azevedo não fugiu de sua missão. Enalteceu todos os atos da gestão do governador Ricardo Coutinho, prometendo continuidade dos projetos e ações desenvolvidos pelo “socialista” nos últimos oito anos. Foi rebatido de modo civilizado pelo candidato José Maranhão, que requereu seus direitos como o licitante do maior projeto de irrigação em obras na Paraíba, e a autoria da construção do açude de Acauã. A Lucélio, José Maranhão respondeu que construiu dois hospitais de Traumas no estado, fazendo justiça sobre o início das obras do de Campina Grande a gestão do Senador Cássio Cunha Lima. Acusou ainda o candidato do PV de “plagiar” sua plataforma de campanha. A Tércio Teixeira, como todo esquerdista “doutrinado”, restou a crítica pela crítica, e as “pegadinhas” em Lucélio Cartaxo – sobra “transparência”, apontando o “lamaçal” de corrupção (segundo o mesmo) enterrado na lagoa do Parque Sólon de Lucena. Perguntou também ao candidato da aliança PV/PP/PSDB – que se negou em responder, sobre o sombrio apoio do líder do governo Temer a sua candidatura. Finalmente o psolista acusou João Azevedo de “fura teto”, com salário mensal de 45 mil reais, superior ao Presidente da República e Ministros do Supremo.

            As equipes de marqueteiros erraram grosseiramente. A de José Maranhão deveria tê-lo orientado em falar muito… Três gestões a frente dos destinos da Paraíba, era para ter deitado e rolado sobre o tema recursos hídricos. Lucélio falou em recursos hídricos, sem nada entender sobre este processo. Perdeu-se ao falar sobre “mobilidade”, momento em que o candidato José Maranhão o interrompeu, afirmando que a única obra de mobilidade da gestão de seu irmão, (Luciano) foi uma “passagem molhada” na Av. Beira Rio. Finalmente só quem se deu bem foi Tércio Teixeira, um senhor desconhecido até no seu próprio bairro (em João Pessoa), ontem conhecido por milhares de pessoas, por ter emparedado os “monstros sagrados” da política paraibana.

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CÁSSIO CUNHA LIMA TEM SEU FAVORITISMO AMEAÇADO

              Na busca por caminhos mais curtos, o comum é se perder nos desconhecidos e arriscados atalhos. Senador Cássio Cunha Lima iniciou o ano de 2018, como o principal e mais favorito de todos os pré-candidatos para ocupar uma das duas vagas para o Senado Federal. Ao longo de todo o ano de 2017, com perspicácia “desmontou” todas as postulações que porventura viesse “sombreá-lo”, a partir do ambicioso plano natimorto do prefeito Romero Rodrigues, de ser o candidato ao governo do estado, fato que gerou uma discórdia interna na família e nos partidos. Os Cartaxos bandearam-se para o PV, sem aviso prévio ao PSD. Luciano passou a ser opositor de Romero e esqueceram o acerto inicial: apoio irrestrito ao Senador José Maranhão (MDB), que nada tinha a perder, pois mesmo raciocinando sobre a remota hipótese de sua derrota, retornaria para concluir seu mandato no Senado da República, até o ano de 2022. A chapa com Maranhão para o governo e Cássio ao lado de Luciano para o Senado, acomodaria todas as legendas. Manoel Júnior assumiria a Prefeitura, Micheline Rodrigues uma vaga para a Câmara dos Deputados, Raimundo Lira seria o primeiro suplente de Cássio ou Luciano; Daniella a vice de José Maranhão. Veneziano Vital do Rego (ainda no MDB) estaria com sua reeleição garantida, e com amplas possibilidades de vê sua genitora (Nilda Gondim) no Senado, em substituição a José Maranhão. O bem elaborado plano do então presidente do PSDB – ex-deputado federal Rui Carneiro – se configurava num “armistício” das oposições, “encurralando” Ricardo Coutinho, despido de quadros para montar um exército, capaz de enfrentar o grande contingente opositor.

             Para felicidade do governador Ricardo Coutinho, os “Cartaxos” ao lado de Romero Rodrigues boicotaram o trabalho de Rui Carneiro. Trocando seis por meia dúzia, Luciano lançou seu irmão Lucélio, ao lado de Micheline esposa de Romero Rodrigues. Veneziano deixou o MDB e filiou-se ao PSB. Os Ribeiros, se aproveitando da “balburdia”, aventuraram-se, e passaram a exigir um espaço na majoritária. Lira, ensarilhou suas armas e bateu em retirada, com a prematura partida do saudoso Rômulo Gouveia. O PP impôs Daniella Ribeiro como companheira de chapa de Cássio Cunha Lima, na coligação PV/PP/PSDB. Cássio optou por Eva Gouveia (PSD) como primeira suplente, que nada acrescenta. Daniella escolheu um supersecretário da PMJP, com maior mobilidade que a esposa de Luciano Cartaxo. Governador Ricardo Coutinho tirou uma carta da manga, e lançou Luís Couto (PT) como companheiro de Veneziano. O quadro se complicou para Cássio… Tivemos acesso a uma pesquisa de consumo (realizada apenas em Campina Grande) há três semanas, onde o Senador Cássio Cunha Lima aparece liderando com 30% das intenções de votos, opção de apenas 38% do eleitorado que apresenta 62% de indecisos, nulos; brancos e os que se abstiveram de opinar, não escolhendo nenhum dos candidatos. Veneziano vem em segundo lugar com 14% e Daniella Ribeiro com 11%. Luís Couto e Roberto Paulino ainda não eram candidatos. Porém, este quadro é para o primeiro voto. Quando se observa o segundo voto, Veneziano obtém mais 15%, totalizando 29%. Daniella Ribeiro 12% atingindo 23%.  E Cássio Cunha Lima zero. Para que fique mais claro, a segunda opção de Cássio representa o “Campinismo”, vai direto para Veneziano e Daniella. A segunda opção de Veneziano (soma a oposição e os anti-Cunha Lima) vai para Daniella, e a segunda opção da pepista, cai no colo de Veneziano. A rigor, Cássio está empatado com Veneziano, Daniella chegou com rapidez, e continua crescendo. Como se não bastasse, o MDB despejara todos os seus votos no ex-governador Roberto Paulino, que é anti-Cunha Lima por questões locais (Guarabira). Talvez a saída de Cássio seja criar um fato novo, e chutar o pau da barraca. Isto se ainda tiver forças sobre seu partido (PSDB).

            A iminência de um resultado negativo que atinja Cássio, está no resultado do maior colégio eleitoral do estado, a Capital João Pessoa. No pleito de 2010, com a ajuda de Luís Couto, Vital Filho venceu Cássio. E agora como candidato? Sua segunda opção será Veneziano. As hostes do PV (JP), dará a primeira opção a Daniella e buscará casar votos com as sobras de Luis Couto e ou Roberto Paulino. Quem puxará votos para Cássio na Capital? Seria o vice-prefeito Manoel Júnior, se não tivesse sido defenestrado de forma humilhante, por todos da coligação PV/PSBD/PP. Como Cássio suplantará as desvantagens da capital, e o empate em Campina Grande? Será a eleição mais difícil de sua história política, com a clarividente perspectiva de derrota. Fazendo uma analogia a um adágio popular, “Cássio estava na planície. Criou sua própria montanha, para agora escalá-la”.

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NAS CONVENÇÕES DE DOMINGO ONDE ESTAVA O POVÃO

            Ontem à noite (domingo 05.08.2018), recebi ligação do amigo José Silvino Sobrinho (João Pessoa), e como fazemos semanalmente, discutimos os últimos acontecimentos sobre temas que envolvem tecnologia, crises; momento político/econômico do Brasil e do mundo. Indaguei do pai do projeto Canaã – maior autoridade do país em açudagem e Recursos Hídricos – como tinha ocorrido às convenções que oficializaram os nomes dos três principais candidatos ao governo do estado, com respectivos membros integrantes das chapas para o Senado Federal, Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa. Silvino afirmou que foi apenas a uma. A do MDB, que homologou o nome do Senador José Maranhão. E, para minha surpresa, confessou que passou pouco tempo no local, porque estava muito cheio. O dia inteiro os grupos do “Zap” mostraram a “lotação” das convenções do PSB e PV/PSDB.

            Lembrei-me de um fato que testemunhamos no ano de 1986, em um comício na cidade de Teixeira, onde passamos o dia em um grande churrasco oferecido pelo então Prefeito Valdecir Amorim, correligionário do governador Wilson Braga e eleitor da chapa Marcondes Gadelha/Marcos Odilon/ Wilson Braga e Maurício Brasilino Leite. Era um sábado e cidade estava cheia. À noite, aconteceriam dois comícios, o de Marcondes/Wilson Braga e o da oposição, Buriti, Humberto e Raimundo Lira. Por volta das 19hs não cabia mais gente no espaço onde se realizou o comício de Braga, com a presença do governador interino ex-senador Milton Cabral. Uma festa de “arrebentar”. Do alto do palanque comecei a observar com curiosidade o povo presente. Só enxergava prefeitos e comitivas da região, um mundo de funcionários públicos nomeados por Wilson Braga em João Pessoa, Campina Grande; Patos… Perguntei a Silvino se ele estava vendo o mesmo. O mestre – construtor do CCT hoje UFCG – ficou perplexo. Resolvemos deixar a festa e retornar para Campina Grande onde tinha um encontro com algumas lideranças na casa do médico Antônio Loureiro.

            Na saída da cidade, por equivoco, o motorista entrou numa rua. e lá estava uma imensa multidão compacta, aplaudindo, vibrando e pulando quando o locutor citava o nome de Buriti, Humberto e Lira. Ficamos chocados com a realidade. Ainda balbuciei “olhe onde está o povo de Teixeira”! No caminho, discutimos que havia algo de errado na campanha, e que alguém estava sendo enganado, ou amadoristicamente não estavam fazendo a leitura correta das pesquisas, que segundo o saudoso Carlos Roberto de Oliveira – coordenador geral e marqueteiro – estávamos num empate técnico.

            Chegando – mesmo atrasado – em Campina Grande, ainda participamos da reunião, onde estava presente, o professor Moací Alves Carneiro ex-reitor da FURNE – hoje UEPB. Ao sairmos do encontro, comentamos o fato com Moací e decidimos encomendar uma pesquisa – sigilosa – para termos conhecimento da verdade sobre o que vimos em Teixeira. Dia seguinte, nos reunimos com o Professor Walter Fonseca, Doutor em Estatística do então CCT. Elaboramos as perguntas e definimos o número de entrevistados, contrariando e deixando estupefato o estatístico. Todas as cidades acima de 10 mil habitantes da Paraíba, e 20 mil entrevistados. Walter Fonseca protestava irritado, alegando que não era uma pesquisa, era uma eleição. Mas, dada à urgência – restavam 35 dias para as eleições – montou uma gigantesca equipe e em uma semana o trabalho estava pronto. Antes de apresentar, Walter Fonseca – se confessando também surpreso – deu a dica: Wilson Braga, ainda pode ser salvo. Resultado imutável: Buriti vencia Marcondes Gadelha com 22,7% de maioria. Humberto aparecia em primeiro e Lira estava empatado com Wilson Braga. Sugestão de Walter: aconselhe urgentemente Wilson procurar Humberto, e captar o segundo voto, oferecendo o mesmo a Humberto. Em choque, Silvino levou a pesquisa para o saudoso Soares Madruga, Presidente da ALPB e conselheiro político de Braga. Madruga recusou-se inicialmente a aceitar a veracidade dos dados, e somente 10 dias depois teve coragem de enfrentar Wilson, que por sua vez demorou mais dez dias, para procurar Humberto, quando tudo já estava tarde demais.

            Na convenção de ontem (05.08.2018) PV/PSDB não tinha 10% dos comissionados das Prefeituras de Campina Grande e João Pessoa. Se todos fossem, o espaço adequado seria o estádio “O Almeidão”. Do PSB com uma trinca de nanicos, se exigissem presença dos “codificados”, comissionados e contratados emergenciais, teria que ser dois “Almeidões”. E na de Maranhão? Ele não tem “codificados”, comissionados nem contratados emergenciais. Presentes, só o povão que não quer mais os modelos “Cartaxo” e “Coutinho”. Pode até ocorrer tudo de forma inversa ao fato histórico que descrevemos acima, com testemunhas ainda vivas e de boa memória. Mas, até o presente, o povo de Teixeira de 1986, é o mesmo povo de Maranhão em 2018.

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PV/PSDB/PP PROGNÓSTICO PREVISÍVEL

         Ao longo dos últimos seis meses, neste espaço, previmos algumas ações e reações da classe política paraibana – sem bola cristal – consultas a tarólogos ou médiuns videntes. A leitura sobre o que iria, ou irá acontecer, é o resultado das atitudes do quotidiano, calculando-se seus desdobramentos e os limites (ambições ganância e apego ao poder) dos personagens envolvidos nas cenas, às vezes dramáticas, e até cômicas.

         Em um dos nossos últimos textos – postado aqui – afirmamos que o pré-candidato ao Senado, vice-prefeito de João Pessoa Manoel Júnior, estava sendo “fritado” pela coligação PV/PSDB, e sendo “ludibriado” pela dramaticidade da deputada estadual Daniella Ribeiro. Hoje, 03.08.2018, o ato foi consumado. Daniella Ribeiro foi “oficializada” como companheira de chapa do Senador Cássio Cunha Lima, que em nossa humilde visão, o negócio foi melhor para Daniella e seu irmão deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que para o experiente chefe do tucanato paraibano.

         A briga do ex-senador Efraim Morais para ser vice na chapa de João Azevedo (PSB-PB), é outra tentativa frustrada do líder do DEM, inaceitável por Ricardo Coutinho, a não ser que ele pretenda derrotar seu candidato ainda no primeiro turno. Governador Ricardo Coutinho jamais “arquitetaria” uma chapa, sem um vice de Campina Grande. Ele mesmo já deu prova cabal, com sua própria escolha em 2014, Lígia Feliciano. Não cometeu os dois erros subsequentes de José Maranhão (MDB), que agora “despertado”, indicou um Campinense para seu companheiro de jornada no pleito 2018.

         A preferência de Ricardo Coutinho, para formar a chapa encabeçada por João Azevedo – depois de insistentes apelos aos Regos e sua negativa – recairá sobre o nome do empresário Arthur Bolinha, até então, pré-candidato a deputado estadual. Bolinha ainda está resistindo. Mas, terminará por aceitar. Quanto ao veto dos Regos, que impediu Ana Cláudia (esposa de Veneziano) em ser a vice de João Azevedo, este comportamento já foi visto antes (2010), com a recusa de Veneziano em ser vice de José Maranhão, e preferir eleger seu irmão Vital Filho para o Senado e sua mãe Nilda Gondim para a Câmara dos Deputados. Tudo se repete do mesmo modo de 2010. Ana Cláudia será eleita com o apoio das bases de Veneziano, que no momento tem amplas possibilidades de alcançar uma das vagas do Senado da Federal.

            Até domingo 05.08.2018 às 17hs, podem ocorrer mudanças inesperadas nas legendas PTB, PRB e DEM. A tendência é que todas, ou pelo menos uma das três, venha engrossar as fileiras do MDB de José Maranhão (PRB). Fontes de bastidores indicam que o deputado federal Hugo Mota apoiará o patrono da carreira clã Patoense, José Maranhão.  Wilson Santiago e Efraim, se conseguirem ser “cingidos” pelo PSC (Manoel Júnior) desprezado pelo PV/PSDB, podem reforçar a presença garantida do MDB no segundo turno, e a recondução para Câmara dos Deputados de Hugo Mota, Benjamin Maranhão; Wellington Roberto; Wilson Santiago; Efraim Filho e Marcondes Gadelha. Será uma jogada de mestre, semelhante a que tentou o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, afastar do MDB o vice de Wellington Roberto, seu filho Breno.

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MANOEL JÚNIOR FRITADO PELO PSC

            A pré-candidatura para o Senado Federal do vice-prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, lançada desde abril, foi bem recepcionada pelos paraibanos e dezenas de lideranças políticas expressivas do estado. Estradeiro, Manoel Júnior percorreu quase toda a Paraíba e se encheu de entusiasmo, surpreendido pela mais absoluta inexistência de qualquer tipo de resistência a sua postulação.

            Para seu infortúnio, quando se acenderam as fogueiras do São João, seu nome começou a esfriar – ao invés de ser aquecido – em função da indecisão de sua legenda (PSC), que não engatou marcha (para frente ou para trás) ficando no meio do caminho na espera de uma decisão (conveniente) da família Gadelha. Nas mais diversas leituras (prognósticos) os Gadelhas ainda não encontraram a fórmula mágica no MDB, ou na coligação PSB/PV, que garanta a eleição de Leonardo para a Câmara dos Deputados, conjuntamente com a recondução de Renato a Casa Epitácio Pessoa.

            No universo político não existem espaços vazios. A ousadia é fundamental para alavancar qualquer projeto, e quem o torna exitoso, é o protagonista da façanha. Manoel Júnior percebeu este fato quando se lançou para o Senado. Passaram-se trinta dias do mês de maio, trinta de Junho, e o vice-prefeito de João Pessoa – ex-deputado federal – não conseguiu “arrancar” dos Gadelhas, uma posição sobre que rumo tomaria o PSC. Marchariam com a aliança PV/PSDB? Ou abraçariam o projeto do MDB bastante adiantado, encabeçado pelo Senador José Maranhão? A desculpa para “embromar” Manoel Júnior, era uma posição oficial do Prefeito Luciano Cartaxo, com endosso dos demais: Cássio Cunha Lima, Romero Rodrigues e Lucélio. Porém, a realidade é outra. Na percepção da “família”, no PV/PMDB as chances de Leonardo Gadelha se eleger deputado federal são maiores que no MDB, onde Renato se elege com facilidade (?). E Manoel Júnior? Pelo visto, não figura nos planos do PSC Gadelhas, como prioridade.

            Senador José Maranhão e vem desempenhando – como sempre o fez – seu papel de lealdade. Esperando por Manoel Júnior e ligando constantemente para o deputado federal Marcondes Gadelhas, que usando sinônimos e antônimos do dicionário português – usado na prática pela classe política – constrói frases em forma de desculpas numa linguagem simples, semelhantes aos “telegráficos” ou “sucintos” textos usados nos votos do decano do STF Marco Aurélio de Melo.

            Percebendo que Manoel Júnior voluntariamente havia se metido em uma “camisa de força”, os Ribeiros atacaram no estilo felino. Cercaram a manada de Gnus. Procuraram primeiro o PSB e Ricardo Coutinho, para “chocar” a aliança PV/PSDB. Acertaram mais uma vez na manobra. A reação foi instantânea. Chamaram o ex-ministro Aguinaldo Ribeiro, seu pai vice-prefeito Enivaldo e a deputada Daniella que se comportou irredutível. Exigia uma das vagas para o senado na aliança PV/PSDB. Foi prontamente atendida. Sabendo da simpatia de Cássio pela postulação de Manoel Júnior, os Ribeiros puseram em xeque os Cartaxos. Só aceitariam Daniella disputar, se sua suplente fosse à esposa do Prefeito Luciano Cartaxo. Toparam. Ainda não oficializaram, porque a tarefa de “fritar” Manoel Júnior ficou a cargo dos Gadelhas, que por sinal vêm administrando com maestria. Eles sabem que Manoel Júnior não tem o controle da legenda (PSC). Que jamais se uniria a Ricardo Coutinho. E, José Maranhão – o mais correto até o momento com Manuel Júnior – tem que acompanhar o calendário, que não para. Restam apenas nove dias para as convenções. Se até o final desta semana, Manoel Júnior não desatar este nó cego, vai queimar uma eleição, estragando uma de suas grandes oportunidades de sua vida pública. Com ou sem ele, Maranhão manterá seu ritmo. O que pode surpreender no último minuto, é Wilson Santiago, Efraim Morais ou Lígia Feliciano resolverem embarcar na carona de Maranhão com destino a sete de outubro próximo.

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DESMORONAMENTO DO PSD

            Incontestavelmente não existe ninguém insubstituível. A existência dos cemitérios, nos prova esta triste e dolosa verdade. Todavia, pouquíssimos conseguem superar a morte e atingir a gloria de serem “insuperáveis”. O ex-deputado federal Rômulo Gouveia, atesta após sua prematura e inesperada partida, que se insere na relação dos insuperáveis. Faz apenas 68 dias, que sem aviso nem despedida, numa madrugada que parecia tranquila, o destino o embarcou para sua última viagem. Quem poderia prevê que tudo seria tão repentino, prematuro ou antecipado?

            Sua esposa Eva Gouveia, amigos; auxiliares; lideranças e liderados jamais esperavam passar por este momento resigno temporão. Quem imaginaria que o “gordinho”, com uma desenvoltura inigualável e apenas 53 anos de existência fosse acometido por um inoportuno infarto? Ninguém. Nem os mais próximos e de sua intimidade, ouviram queixas de dores, doenças, ou sinais de que sua vida estaria em risco, dependendo de tratamentos de enfermidades quaisquer.

            A sua legenda, PSD simplesmente desgovernou-se na estrada das eleições de 2018. Sem um maquinista, a maioria começou a pular do “trem”, que desce sem freios uma serra de muitas curvas. O impacto do brutal acontecimento, para sua viúva nunca será superado. Ela não tem em curto e médio prazo, as mínimas condições emocionais de dar continuidade ao ritmo de Rômulo Gouveia, que ia além-divisa da Paraíba, com reflexos no Congresso Nacional; participação na restrita cúpula de sua legenda comandada por Gilberto Kassab; contatos internacionais, afora suas habilidades de grande conciliador nas lidas partidárias, não importando o tamanho do problema, se considerado como “varejo” ou “atacado”.

            Para que se tenha um pouco de conhecimento do que representou Rômulo Gouveia no cenário político nacional, basta observar-se alguns dos seus inúmeros atos de ousadia, como por exemplo, a filiação do atual governador do Rio Grande do Norte Robson Farias, “puxado” para o PDS por Rômulo Gouveia, derrotando (2014) ninguém menos que Henrique Eduardo Alves, ao lado de Garibaldi e José Agripino Maia. Amizade construída através da UNALE – União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais, quando ambos presidiam os Parlamentos paraibano e potiguar. A decisão do Senador Raimundo Lira em deixar o MDB e se filiar ao PSD; Luciano e Lucélio Cartaxo que pegaram “carona” no PSD do “gordinho”. Luciano para se reeleger Prefeito da Capital. Lucélio – ainda no PT – teve seu apoio para o Senado Federal em 2014, e alcançou a segunda colocação com 521.938 votos, perdendo apenas para José Maranhão com 647.271. Porém, bateu o candidato de Cássio Cunha Lima, ex-senador Wilson Santiago, que ficou com 506.093 sufrágios, na terceira colocação.

            Esta crise ora vivida pelo PP/PSDB/PV, não estaria existindo, se o calendário de 2018, não tivesse registrado o funesto acontecimento do dia 13/05. Raimundo Lira estaria posto como candidato ao Senado, ao lado de Cássio. Distante há mais de 20 anos da Paraíba, só confiava no “gordinho” como seu “batedor” na rota das urnas. Daniella ocuparia a posição de vice de Luciano Cartaxo. Micheline Rodrigues disputaria uma vaga para a Câmara dos Deputados. Mas, o autor da “costura” faleceu antes de vê sua peça pronta. Resta saber o que será feito, e se vão dividir o espólio político do saudoso Rômulo Gouveia. Sugerimos neste espaço – alguns dias atrás – que Eva Gouveia deveria ser prestigiada, pelo menos como vice da chapa PSDB/PV. Não a convidaram nem para ser primeira suplente do Senador Cássio Cunha Lima. Sem equilíbrio emocional, a quem Eva está confiando os destinos da legenda? O tempo que resta é muito pouco. São apenas 14 dias para as convenções e celebrações das alianças. Manoel Ludgerio, como lugar-tenente do “gordinho”, seria a pessoa capaz de salvar a sigla? Elegendo pelo menos um deputado federal e dois ou três estaduais? Para Eva, o que nos parece, é que seu mundo e sonhos políticos foram sepultados juntos com seu marido e mentor.

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ELEIÇÃO PARLAMENTAR

            A possibilidade da deputada estadual Daniella Ribeiro, concorrer a uma das vagas para Senado Federal na chapa do PSB – ao lado de Veneziano Vital do Rego – vem reforçar substancialmente o projeto do governador Ricardo Coutinho, em tornar competitiva a postulação do engenheiro João Azevedo, alicerçando-se densamente no segundo maior colégio eleitoral do estado, Campina Grande. Como toda ação, gera uma reação, aguardemos se o ex-prefeito de Campina Grande (o cabeludo) manterá sua candidatura ao lado da “Bela”.

            Nada acontece por acaso. A ausência do PP ao encontro realizado sábado (14.07.2018) ocasião em que o Prefeito Romero Rodrigues e o Senador Cássio Cunha Lima formalizaram a aliança PV/PSDB, ficou nítida a intenção dos “Progressistas” em marcharem noutra direção. Ao se tornar a “noiva” predileta por todos, no momento, O PP e Daniella mexeram até nos brios do Padre Luís Couto, que já se dispõe a disputar o Senado como retaliação ao ex-ministro das cidades de Dilma Rousseff Aguinaldo Ribeiro, que além de votar pelo impeachment da ex-presidenta, é hoje um dos líderes do governo Michel Temer, acusado de “golpista”. Ao que parece, o dom do perdão do Sacerdote, está só nas palavras e em suas homilias, ainda não habita em seu coração.

            Tudo se resume a uma questão relativista. Na visão do obstinado Senador Cássio Cunha Lima, as eleições de 07.10.2018 têm o caráter “Parlamentar” e seletivo ou eliminatório, para os que disputam a sucessão do governador Ricardo Coutinho, decidida em segundo turno. O árduo trabalho do chefe do tucanato paraibano tem sido minimizar riscos, com vistas à sua recondução, tarefa brilhantemente até o presente exitosa. Ricardo Coutinho e José Maranhão estão fora do páreo. Raimundo Lira abandonou a corrida. Restou Manoel Júnior, com quem não teria dificuldades em compartilhar votos. Mas, o irracional posicionamento de Veneziano, trocando o MDB pelo PSB, poderia “polarizar” o pleito em Campina Grande. Agora com Daniella, quem tem que correr atrás é o “cabeludo”, para não ficar na terceira ou quarta posição na Rainha da Borborema. O Senador Cássio Cunha Lima parece que aprendeu ensinamentos dos “brejeiros”: “Em tempos de pouca farinha, primeiro o meu pirão”.

            Na hipótese da deputada Daniella Ribeiro compor a chapa do PSB, dividirá os votos dos anti-Cunha Lima e opositores do Prefeito Romero Rodrigues, com o deputado federal Veneziano Vital do Rego que estava só, no embate contra Cássio na cidade. Se não houve (até o momento) revanche do clã Cunha Lima pela atitude de rebeldia de Daniella, é porque o ato foi devidamente ensaiado e combinado. O Senador Cássio Cunha Lima nunca teve o menor interesse na disputa pelo governo do estado. Se o tivesse, ele mesmo teria se lançado, ou apoiaria diretamente o ex-governador José Maranhão. Daniella – se formar aliança com o PSB – pedirá votos para João Azevedo, mas, não tentará tirar – e até buscará casar com os seus – os votos do Senador Cássio. Do governador Ricardo Coutinho, a deputada receberá tratamento “diferenciado” para valorizar sua atitude. Provavelmente usará mais a “máquina”, que seu companheiro concorrente Veneziano Vital do Rego.

            No tocante a disputa pelo governo, curiosamente Campina Grande – pelo menos nas últimas cinco décadas – ficou pacificamente equilibrada, e perdeu sua posição “glamorosa” de decidir o pleito. Todos os pré-candidatos têm na composição de suas chapas, nomes de Campina Grande. José Maranhão, o vice Bruno Roberto. Lucélio Cartaxo a esposa do prefeito Romero Rodrigues e o Senador Cássio Cunha Lima; João Azevedo tem o ex-prefeito Veneziano Vital do Rego e provavelmente Daniella Ribeiro; vice-prefeito Enivaldo Ribeiro e o ex-ministro das cidades Aguinaldo Ribeiro. Lígia Feliciano é atual vice-governadora, e tem o deputado federal Damião Feliciano (seu esposo) apoiador e incentivador de sua postulação. Com todos dentro do processo, a rivalidade local alcançará temperaturas altíssimas, e a peleja para o governo do estado – fazendo uma analogia ao futebol – será decidida nos últimos minutos da prorrogação (segundo turno).

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AS DIFICULDADES DO CANDIDATO JOÃO AZEVEDO

            A falta de memória dos políticos, aliada a seus caprichos, provocam equívocos estapafúrdios nos períodos eleitorais, quando raciocinam exclusivamente sobre seus projetos pessoais e sua continuidade, deixando sempre à margem a importância do povão, tratados eternamente como “massa de manobra”.

            Considerado como um bom técnico, o pré-candidato do PSB Engenheiro João Azevedo, não tem sido alvo de críticas sobre sua capacidade e currículo. Está apto a ocupar qualquer função ou cargo dentro da área de sua formação acadêmica. Mas, política partidária, na concepção e modelo que tem sido posta em prática desde a redemocratização, não se adéqua a formação técnica. Principalmente aqueles acadêmicos originados na área das ciências exatas.

            O Engenheiro João Azevedo chegou tarde demais ao processo eleitoral. Sua época seria o período dos Militares, onde prevalecia a tecnocracia. Se ainda estivéssemos no Governo Geisel, João poderia ser Prefeito da Capital (nomeado) ou governados do estado (eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa, recomendado pelo Palácio do Planalto).

            Os Militares, para sepultar a classe política e corrupta instalada e em expansão desde a redemocratização de 1945 (Constituinte de 1947), optaram em 1968 – após o recrudescimento da quartelada de 1964 – em cassar mandatos de comunistas e corruptos, privilegiando a “meritocracia”, indo buscar nas Universidades Públicas os melhores currículos para ocuparem cargos e gerenciarem programas estratégicos do governo, na expectativa de surgirem novas lideranças que acabassem com o “coronelismo” e os “currais eleitorais”, reduto hospedeiro da resistente corrupção e seus privilégios.

            Governador Ricardo Coutinho – talvez muito jovem na época – deve ter esquecido que o objetivo da “redemocratização” era a volta dos cassados, com a reocupação do poder pelas velhas oligarquias, escolhendo como adversários, a teimosa esquerda. Exemplo incontestável: Jost Van Damme, engenheiro alemão, presidia a TELPA que foi considerada a segunda em qualidade de serviços do país, perdendo apenas para TELEPARANA. Trinta dias após a posse do ex-presidente José Sarney, foi substituído por Gervásio Maia (pai) que de telefonia, tudo que conhecia era o modo de como usar o aparelho. A TELPA desceu em um ano, para o último lugar no ranking nacional. Linaldo Cavalcanti de Albuquerque ocupou o DAU – Departamento de Assuntos Universitários do MEC e foi o autor da expansão universitária, criando uma Universidade Pública em cada estado da federação. Presidiu o CNPQ, poderia ter sido governador da Paraíba, mas, em seu lugar foi escolhido seu Chefe de Gabinete José Tarcisio de Miranda Buriti – por indicação do respeitado ministro José Américo de Almeida – pai do General Reinaldo Almeida, comandante do 1º Exército, escolhido para suceder Médici, abdicando em nome de Orlando, que preferiu seu irmão Ernesto Geisel.

            Como Ricardo Coutinho modelará João Azevedo em um político? Sua formação não admite demagogia, mentira; rasteiras; privilégios a mediocridade; traições; perseguições… Com seus conceitos éticos acadêmicos, se chegar ao poder, atropelará até quem o elegeu. Ricardo não enxergou isto? A formação do governador “socialista” é oposta ao do seu candidato. Em nada se identificam no modo de agirem. O criador dos “girassóis” é um doutrinado da “esquerda festiva” – Trotskista – que adotam o conceito (Maquiavel) sobre permanecia no poder: é preferível ser temido, que amado.

            Por que Ricardo Coutinho está se contrapondo ao tempo? Fez um grande governo, mas, não pode mais ser reeleito. Teve a oportunidade de escolher um político para sucedê-lo. Não o fez? A resposta é simples. Ele olha para si mesmo, e reconhece o quanto é difícil confiar e acreditar em um político, principalmente os da sua geração.

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O PP AMARELOU

            A hiperatividade da deputada estadual Daniela Ribeiro, tem desgastado a importância e peso de sua legenda (PP-PB), através de suas palavras, atos e gestos – no mínimo precipitados – muito embora praticados com intenções exatamente opostas. Observemos que toda a inquietação da parlamentar tem uma única finalidade: buscar espaço diferenciado das demais siglas, chamando a atenção das chapas majoritária em construção para que enxerguem seu valor, com vistas à disputa eleitoral de outubro próximo (2018). Algumas atitudes são dignas de registros, como por exemplo, a indicação de uma Secretária (dezembro 2017) substituindo o “histórico” Luís Alberto, patrimônio já considerado como “móvel ou utensílio” da cozinha do Clã Cunha Lima. Para o Prefeito Romero Rodrigues, que já estava encontrando imensas dificuldades em viabilizar seu nome como pré-candidato ao governo do estado, o gesto serviu de alerta. E os supostos afetados (milhares de comissionados, prestadores e fornecedores da PMCG) começaram a temer o afastamento do prefeito, dando inicio a um coro “fica Romero”, amedrontados com o efeito “Marat” (Revolução Francesa) “cabeças vão rolar”. Se Daniela e seu irmão ex-ministro das cidades tivessem encetado movimento por todo o estado, tentando “popularizar” o nome de Romero Rodrigues como pré-candidato, hoje quem estaria à frente dos destinos de Campina Grande era patriarca do grupo, Enivaldo Ribeiro. Para o infortúnio da deputada, sua legenda esqueceu a simples oração cristã de São Francisco de Assis: “é dando que se recebe…”.

            No momento em que Romero começou a sinalizar sua desistência, a deputada Daniela Ribeiro “colou” no Prefeito da Capital Luciano Cartaxo, com o mesmo propósito. Luciano e Romero “amarelaram”. Lucélio aceitou a indicação de Micheline como vice, esquecendo – como mencionamos neste espaço – o gesto de cortesia de convidar Eva Gouveia do PSD, homenageando seu esposo Rômulo Gouveia, maior responsável pela estrutura financeira das campanhas de Romero Rodrigues (primeiro mandato) e Luciano Cartaxo (reeleição). Descartado pela majoritária do projeto natimorto do PSDB/PV, o PP partiu para a “apelação”, ignorando sua postura ética, que será avaliada pelo intransigente eleitor qualificado. Nas palavras da deputada Daniela Ribeiro, “o PP não teria nenhum problema em estar em qualquer palanque, inclusive no de Ricardo Coutinho”. Senador José Maranhão ainda tentou indicá-la como vice em sua chapa (MDB). Ao que parece, a oferta estava aquém do esperado. A deputada preferiu reunir-se com o governador Ricardo Coutinho, afrontando o Senador Cássio Cunha Lima. Ensina um adágio popular que “quem diz o que quer, escuta o que não quer”. O líder tucano (vice-presidente do Senado Federal) disparou artilharia pesada, enfatizando que já venceu campanhas sem o PP, e que o partido pode e deve tomar o destino que melhor lhes convier.

            Daniela Ribeiro e o PP terminaram por dá ao Senador Cássio Cunha Lima, argumentos, motivos e razões para retomar as conversações com o MDB, conforme noticiou ontem alguns blogs. O PV já não contava mais com o PP. O PSD literalmente destroçado com a perda de seu guia, em nada somava. O PSC de malas prontas para seguir viagem ao lado do MDB. Os Gadelhas nunca estiveram tão bem posicionados. Reconduzirão Renato para ALPB e Marcondes para Câmara dos Deputados. Manoel Júnior é o postulante ao Senado da preferência de José Maranhão. Cássio ficaria só? Como nada acontece por acaso, no instante que o tucano disparava contra o PP, a esposa do prefeito Luciano Cartaxo se licenciava da UFPB, se desincompatibilizando para disputar um mandato eletivo. O PP amarelou… Se correr para os braços de Ricardo Coutinho, perde todos os cargos e privilégios que dispõem da PMCG e PMJP, posições indispensáveis para reeleição – principalmente Daniela – todavia com efeitos na recondução de seu irmão Aguinaldo Ribeiro.

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CHAPA DOS PREPOSTOS

            Enquanto a bola rolava nos distantes campos da Rússia, e o povo começava a sonhar com a conquista do hexacampeonato da única seleção pentacampeã do planeta, no mundo político paraibano o jogo disputado era outro. Jogava-se o secular xadrez com peões, torres; cavalos; bispos; rei e rainha, numa partida já em estágio bem adiantado, onde já se enxerga com certa visibilidade as probabilidades do vencedor.

            Indiscutivelmente o Senador José Maranhão – que conhece o “tabuleiro” há mais de 60 anos – tem se comportado (pela primeira) como um bom enxadrista, usando a lógica, sem levar em conta o fator “sorte”, nem sempre determinante para uma vitória. Ganha uma eleição quem “anda mais, erra menos e gasta bem”, e não quem gasta mais. Seguindo seus instintos e pondo em prática tudo que aprendeu ao longo de seis décadas, o decano da política paraibana vem mantendo um ritmo de crescimento constante, e até o presente, evitando equívocos dos “palpiteiros” de sempre, que o influenciavam em seus lances, com “pitacos” amadoristas, motivos de sete derrotas consecutivas: primeiro e segundo turno em 2002 (Com Roberto Paulino), primeiro e segundo turno em 2006; primeiro e segundo turno em 2010, perdendo uma reeleição de forma surpreendente. Como se não bastasse, em 2012 viveu o pior de todos os seus momentos da vida pública: disputou a Prefeito da Capital, e não alcançou o segundo turno do pleito.

            O anúncio do Campinense Bruno Roberto – ex-secretário de esporte e lazer – como vice do ainda pré-candidato José Maranhão, vem para consertar um dos erros mais grosseiros cometido de modo repetitivo pelo Senador José Maranhão, em suas disputas para o governo do estado, ocasião que sempre desprezou a importância de Campina Grande e o “Compartimento da Borborema”. Em 2002, apoiou seu vice Roberto Paulino, e ao invés de indicar um vice de Campina Grande, optou pelo saudoso deputado estadual Gervásio Maia. Filho de João Agripino, que Campina elegeu como “persona non grata” no período em que governou o estado (1966/1971), coroando sua antipatia (1970) quando derrotou o Senador Argemiro de Figueiredo com o “Rei do Zinco”, senhor desconhecido, Domício Gondim. Em 2006, o Senador José Maranhão considerado “governador em férias”, se lançou candidato e trouxe como vice, o neófito Sousense Luciano Cartaxo. Campina mais uma vez foi subestimada e Maranhão sofreu sua primeira derrota direta. Mesmo assim resolveu mostrar seu lado teimoso em 2010 – no Palácio da Redenção e bem avaliado – escolheu Rodrigo Soares (?). Será que os palpiteiros do Senador, nunca o alertaram que além de Campina ficar fora da majoritária, à cidade detesta o PT? Lula e Dilma nunca venceram em Campina Grande.

            Bruno Roberto é filho do Deputado Federal Campinense Wellington Roberto que está no Congresso Nacional há 20 anos. Nunca perdeu uma campanha para o governo do estado na Paraíba. Votou em José Maranhão em 1998, em Cássio Cunha Lima em 2002 e 2006; em Ricardo Coutinho em 2010 e 2014. Mesmo distante da mídia, tem um trabalho “formiguinha”, e goza da confiança de importantes redutos no interior paraibano, tarefa onde se insere o trabalho de outro filho Deputado Estadual (Caio Roberto).

 Quem está “andando menos e errando muito” é o Senador Cássio Cunha Lima. Apesar do seu favoritismo na disputa por uma das vagas para o Senado da República, sua postura e discurso ainda estão ininteligíveis. Ao invés de unir as oposições, encabeçada pelo Senador José Maranhão – provavelmente ouvindo “palpiteiros” – insiste em alimentar uma chapa de “prepostos”. Lucélio Cartaxo e Micheline Rodrigues não são nada mais que “institores” de Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues, pré-candidatos que não conseguiram “emplacar” suas postulações, pela mais absoluta falta de perspectivas de vitória em outubro próximo (2018).

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OUSADIA DO SOCIALISTA

            Segundo postagem nos grupos do whatsapp – atribuídas ao Jornalista Milton Figueiredo – o governador Ricardo Coutinho procurou pessoalmente a ex-deputada Eva Gouveia, viúva do saudoso Rômulo Gouveia (falecido há 31 dias) e a convidou para ser a vice na chapa patrocinada pelo Palácio da Redenção, encabeçada pelo engenheiro João Azevedo. Por que não o Senador Raimundo Lira, que anseia por esta oportunidade e ficará no comando do PSD? A resposta é simples: Ricardo quer os votos, não suplente. No texto, duras críticas pela ousadia e falta de memória do governador, tendo em vista tratamento dispensado ao “gordinho”, quando foi seu vice (2010/2014).

            A formação política do governador Ricardo Coutinho, doutrinada no pragmatismo de: “o que importa é o resultado final”, historicamente não é tão aberrante. Seu ídolo – inspirador de sua geração – Luís Carlos Prestes, fez bem pior em nome da “causa”, apoiando em eleições diretas o ditador que o prendeu (Getúlio Vargas) e expatriou sua esposa Olga Benário, grávida e morta em um campo de concentração Nazista. Se não fosse o pacto de não agressão celebrado entre Russos e Alemães que permitiu a invasão da Polônia e sua divisão, Anita Leocádia, filha de Olga Benário e Luis Carlos Prestes (criada na Rússia) teria também sucumbido nos orfanatos ou campos de trabalhos que abrigavam estrangeiros, prisioneiros de guerra e inimigos do regime. Prestes na época desculpou-se, alegando que não cabiam sentimentos individuais ou egoístas como “o amor” (coisa de pequeno burguês), quando a luta era em nome de um bem estar coletivo (?). Vargas, mais prudente, simplificou a “brasilidade” política/partidária sedenta pelo poder: “em política não existem amigos inseparáveis, nem inimigos irreconciliáveis, tudo é possível”.

            O arrojo do governador – se tivesse surtido efeito positivo – criaria um fato novo na campanha de seu candidato (João Azevedo) suplantando todas as perdas que vem sofrendo em suas bases, para o Senador José Maranhão. Basta que se veja fotos da festa de Santo Antônio em Piancó, evento que Ricardo Coutinho, João Azevedo e Lucélio Cartaxo “queimaram”. O “Socialista” estabeleceria uma importante “cabeça de ponte” dentro de Campina Grande, encurralando Exércitos de seus grandes inimigos, Romero Rodrigues e o Clã Cunha Lima. Com efeito, a partir de então, iria buscar o apoio do PP.

Eva e Rômulo ou vice-versa, surgiram juntos na antiga UCES – União Campinense de Equipes Sociais, entidade que congregava todas as Associações de Amigos de Bairros da cidade, na gestão do Prefeito Ronaldo Cunha Lima. Cargo estratégico para quem sonhava com um mandato, a dupla (ainda não casados) passaram a conhecer centímetro por centímetro da cidade, lidando exatamente com o povão carente, onde se enraizaram como referência política. Deste trabalho, Rômulo conquistou seu primeiro mandato de vereador. Conservaram a trincheira, onde se posicionava Eva, como “retaguarda”. Não foi por acaso que na última campanha disputada por Ronaldo Cunha Lima (2006) para Deputado Federal, Rômulo obteve mais votos que o poeta em Campina Grande, fato não bem digerido então, já que toda a família – puxada por Glória Cunha Lima – se empenharam no “adeus do poeta” a sua vida pública.

Entretanto, posteriormente reconheceram que nos bairros periféricos e populosos, a presença de Eva era uma constante. Como continuou sendo. Esteve à frente da Secretaria de Ação Social até abril último (2018), oportunidade para atualizar seu “cadastro”. Ricardo Coutinho foi o primeiro a chegar, e valorizando Eva, já que os “amigos” do “gordinho” não fizeram o mínimo esforço para assegurar a mesma, a condição de sucessora de seu falecido esposo na Câmara dos Deputados. Pelo contrário, Romero Rodrigues e Luciano Cartaxo – devedores do inesgotável trabalho de Rômulo Gouveia em suas eleições e reeleições – se juntaram para fortalecer uma chapa domestica, esquecendo a “fineza” de pelo menos convidarem Eva, para compor a vaga de vice. Não se sabe o que é pior ou mais dolorido: esquecimento e abandono prematuro, ou uma lembrança oportunista.

PROCURANDO O MARTELO

            Uma “pérola” de incoerências e improvisos mal arranjados, a entrevista do pré-candidato Lucélio Cartaxo – principal protagonista de um projeto natimorto – com vistas à sucessão do governador Ricardo Coutinho. Discurso vazio, despido de ideias e repetitivo nos velhos chavões de renovação (?) sem começo, com “meio” confuso e final desastroso. Tentando atingir o Senador José Maranhão, Lucélio Cartaxo (PV-PB) ilustrando o “novo”, afirmou que “tudo seria diferente, sem o anacronismo do passado…” Um astuto jornalista perguntou: “onde fica seu aliado Cássio Cunha Lima”? Ele representa o passado, já governou a Paraíba. Lucélio se perdeu. A resposta foi semelhante – e tão convincente – quanto à do saudoso radialista – era de ouro do rádio – Campinense Gil Gonçalves, num momento em que se viu em apuros: “procurando o martelo*”.

Enquanto Lucélio Cartaxo desafinava – esquecendo até trechos da letra musical que entoava uma canção não ensaiada – o Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues se justificava na mídia, respondendo ao claudicante arlequim João Azevedo, usando a “Cristandade” como pretexto. Em seus argumentos desprovidos de lógica ou razão, Romero Rodrigues interpretou – pelo que ficou subentendido – que o povo paraibano aspira por uma chapa, cujo principal propósito seja unir duas famílias. Sem dúvidas, para que se amplie ainda mais o nepotismo reinante. Se isto não for insanidade, é mediocridade sem precedentes.

Se seu desígnio tem como missão unir famílias, Romero Rodrigues deveria começar a partir de sua própria “linhagem”. Trazer de volta a mesa de jantar do Clã Cunha Lima, Renato irmão de Ronaldo e tio de Cássio, e o deputado estadual Arthur Filho, ambos ainda na base do governador Ricardo Coutinho. Amenizaria as tensões entre Bruno e Tovar – seu parente por afinidade, genro do Conselheiro Fernando Catão seu tio, a quem confiou sua Chefia de Gabinete na PMCG com “poder de caneta”. Alavancaria o nome de seu irmão Moací, eterno candidato a deputado federal – carente de seu apoio – frustrado sempre com tristeza ao vê sua postulação abortada antes das convenções. Para surpresa de todos, Romero Rodrigues vem aos poucos – em público – minimizando a grandeza da liderança de seu criador, Senador Cássio Cunha Lima.

A escritora inglesa Mary Shelley, autora da primeira obra de ficção científica, “Frankstein ou o Moderno Prometeu” (1818), não previu que seu enredo seria plagiado na distante província da Parahyba – na época pertencente ao Império do Brasil – e no final do longínquo século XX, já como República Federativa e em regime democrático. Senador Cássio Cunha Lima será vítima de suas “criaturas”, como o personagem de Mary Shelley? Que o diga o Senador José Maranhão, “criador” da figura de Prefeito da Capital Ricardo Coutinho, Luciano Cartaxo e o de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego, que hoje unidos ou separados – motivados por suas rebeldias ingratas – tentam defenestrar aquele que lhes deu o “sopro” de vida, como homens públicos.

*Procurando o Martelo – muito usado na redação do extinto Diário da Borborema, na época do seu Editor Chefe, Jornalista Josusmá Colho Viana. Referia-se a surpreender alguém e encalacra-lo sem respostas. Poucos sabiam a origem. Saudoso Gil Gonçalves, fino, educado e muito culto – já sexagenário e em sua fase da pré-andropausa – costumava divertisse furtivamente com suas secretárias do lar. Numa certa manhã de domingo sua esposa foi à missa, e voltou às pressas por ter esquecido a mantilha. Na cozinha, a secretária em frente ao fogão e Gil a abraçando por trás. “O que é isto Gil”? Bradou sua senhora. Gil, diante da surpresa respondeu: “estou apenas procurando o martelo”.

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CHAPA TITANIC

            O precipitado anúncio (ontem 08.06.2018) de uma chapa que dividira as oposições na Paraíba – pela sua formação – vem concretizar a tese da existência ”autista” no mundo político, onde se acomodam alguns dementes, literalmente desconectado com a realidade e desmemoriado de exemplos mal sucedidos por aqueles que tentaram nomear “herdeiros” de um patrimônio (votos) que pertence ao povo.

            O Prefeito de Campina Grande, que após um ano de peregrinação por todo o estado não conseguiu viabilizar sua candidatura para governador (eleições 2018), se juntou com o de João Pessoa, e lhes passou o bastão. Cartaxo “amarelou” diante do desafio e indicou seu irmão gêmeo (?) que há quarenta dias não ultrapassou a ponte do Rio Sanhauá. Sua plataforma de campanha se resume em transformar a residência oficial do governador (Granja Santana) em um parque infantil. Diante de tanta “miopia”, o aconselhável foi lhes indicar uma companheira de chapa “oftalmologista” que pode até ajudá-lo a enxergar, porém, jamais “ver” a mediocridade desta esdrúxula composição “familiar” – de caráter mesquinho – e com nítido propósito (ou devaneio) de ocuparem o poder a qualquer custo, ignorando completamente qualquer raciocínio lógico do eleitor, transformando-os em idiotas.

            Infelizmente chegamos à conclusão, que o poder deve ser mesmo “doentio”, ou deixa psiquicamente “enferma” as pessoas que o desfrutam por muito tempo. Romero Rodrigues sabe das dificuldades e os longos anos de aprendizado que lhes foi necessário, para alcançar o posto de Prefeito de Campina Grande. Foi vereador, presidente da Câmara Municipal de Campina Grande; Deputado Estadual; Chefe da Casa Civil (com poder de caneta) do então governador e primo Cássio Cunha Lima; Deputado Federal, com bom desempenho no parlamento, conquistar finalmente o respeito da população Campinense, que o elegeu e reelegeu Prefeito da Capital do interior nordestino. É inimaginável que com tanta experiência, cometa um erro tão primário, como permitir que sua esposa componha uma chapa para o governo do estado – encabeçada por um cidadão – cujo único mérito é ser irmão do atual prefeito da Capital. E o Senador Cássio Cunha Lima? Não está percebendo este desastre? Apesar de sua excelente posição nas pesquisas – para o Senado Federal – não tem “musculatura” para alavancar e sustentar esta aventura “sangue azul”. As uniões familiares para fortalecerem o poder, morreram com as Monarquias Absolutistas. Nem a Rainha da Inglaterra, tem coragem de lançar membro de sua família na política partidária. Preferem se acomodarem na Câmara dos Lordes, que disputarem o voto dos seus súditos.

            Poder político numa democracia, não se transfere nem se herda: se conquista. Senador Cássio Cunha Lima começou sua luta pela conquista do poder, nas eleições de 1986, quando seu pai era Prefeito de Campina Grande. Mesmo assim, fez uma campanha diferenciada. Foi o candidato “constituinte” representando a juventude. Campeão de votos no estado – altíssimo percentual do voto feminino – que o denominava de “Cássio Coisa Linha”. Para suceder seu pai – se na época tivesse segundo turno – teria sido derrotado. Edvaldo do Ó, dividiu a oposição com Enivaldo Ribeiro. Sua caminhada para alcançar o governo do estado se alicerçou em três mandatos como Prefeito de Campina Grande; dois de Deputado Federal; passagem pela extinta SUDENDE como Superintendente; apoios imprescindíveis de adversários históricos como Wilson Braga e Efraim Morais e a desistência de Ney Suassuna (2002) véspera das convenções, levando José Maranhão a lançar seu vice Roberto Paulino, que não havia se preparado para disputa. Uma vitória apertada no segundo turno levou Cássio ao Palácio da Redenção.

            Registrem-se exemplos históricos: palanque fraco, derrota todos. Senador Cássio Cunha Lima e alguns candidatos a renovar seus mandatos para a Câmara dos Deputados podem ser vítima de um “empuxo”, afogando-se no naufrágio desta chapa “Titanic”.

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POLARIZAÇÃO PREVISTA ENTRE MARANHÃO E LUCÉLIO

            O cerco do Poder Judiciário se fecha contra o governador Ricardo Coutinho. Mais de onze processos que dormitavam nas “conchegativas” prateleiras – climatizadas com ar refrigerado no STF – desceram para o Tribunal de Justiça da Paraíba, para que se remetam todos a sua origem: primeira instância. Enquanto isto, no TSE e TRE-PB, ainda resta ações que o acusa de “uso da máquina” e abuso do poder econômico em sua reeleição de 2014. Um verdadeiro calvário, principalmente para Ricardo Coutinho, que sempre dispensou pouca cortesia e atenção ao Poder Judiciário.

            Como destacamos algumas vezes, e sempre valendo-nos da analogia, as derrotas dos grandes Generais da história, ocorreram quando lutaram em duas frentes. Ricardo Coutinho se depara diante deste desafio. Vencer cerca de vinte processos que tramitam na Justiça – alguns da época que foi Prefeito da Capital – e simultaneamente comandar a campanha de seu “claudicante” candidato à sucessão, João Azevedo.

As deserções de seus batalhões já começaram. O PR do deputado federal Wellington Roberto, está se agrupando as tropas “Maranhistas”, na esperança de indicar o vice do MDB. O PP do clã Ribeiro – se porventura arriscar romper com a aliança que tem com o PSDB – não terá alternativa, senão procurar se agregar a postulação emedebista. Entretanto esta hipótese parece bastante remota, em função da perda de espaços, onde está aquartelada toda sua força de combate para enfrentar a “guerra” eleitoral deste ano de 2018: PMCG e PMJP. O PDT da vice-governadora Ligia Feliciano se lançará na disputa. O DEM? briga com o PT. Os herdeiros do “Lulismo”, não admitem presença em palanque dos “golpistas” do Democrata.

Inteiramente alheio ao que se passe nos bastidores – deslumbrado pela bajulação em sua volta – o ex-secretário João Azevedo peregrina com uma caravana de “comissionados” do governo, batendo as portas de Prefeitos – outrora desprezados pela gestão “socialista” – que simplesmente ignorava este tipo de liderança política. João Azevedo ainda não sabe quem serão seus candidatos ao Senado Federal, muito menos seu (a) vice. E a chapa para Câmara dos Deputados?

Em circunstâncias inversa, o PV navega em “mar de Almirante”. No instante em que faltam nomes no MDB e PSB, sobram na aliança que brande a bandeira de Lucélio Cartaxo. Senador Cássio Cunha Lima, é o primeiro dos candidatos ao Senado. Lira tem a pretensão de ser o segundo. Porém, Manoel Júnior (PSC) vem demonstrando reunir mais condições, pela questão da “antiguidade” e fidelidade junto ao grupo. Esteve ao lado do Senador Cássio nas eleições de 2014, como dissidente do PMDB. Foi candidato a vice-prefeito da Capital para consolidar a vitória de Luciano Cartaxo. Raimundo Lira representa o PSD, legenda que o abrigou depois de romper com o MDB. Talvez, Manoel Júnior pudesse até declinar de seu intento. Isto, se porventura o Deputado Federal Rômulo Gouveia reivindicasse para si mesmo a vaga. Para transferir, é outra “estória”. Todo o esforço do MDB, doravante, é polarizar a disputa com Lucélio Cartaxo. João Azevedo – como peixe no aquário – não fará outra coisa, senão nadar em circulo. Como nada é impossível no dinâmico mundo da política, só um fato extraordinário, ou estapafúrdio, mudará este quadro.

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CAMPANHA DE JOSÉ MARANHÃO NÃO CONSEGUE DECOLAR

            Resta pouco mais de oitenta dias (05.08.2018), para o encerramento do prazo final permitido pela legislação eleitoral, para que os partidos realizarem suas convenções e formalizarem pedidos de registros das candidaturas de suas chapas, com vistas às eleições de outubro próximo (07.10.2018).

            Em apenas um ano, o quadro das pré-candidaturas sofreu alterações inesperadas – principalmente para o povão – que acompanhava esta “maratona” observando e torcendo por um bom desempenho dos participantes à época. Prefeitos Romero Rodrigues (Campina Grande) e Luciano Cartaxo de João Pessoa, não alcançaram a metade da prova. Governador Ricardo Coutinho – com campanha pronta para o Senado da República, “amarelou” e perdeu o ritmo, temendo a Justiça Eleitoral que julgaria sua cassação só após 07.04.2018. De todos que começaram a disputa, claudicando ainda permanece o Senador José Maranhão, e representando os interesses “continuístas” do Palácio da Redenção, o Engenheiro João Azevedo.

            Ao se debruçar sobre as “oligarquias” e onde elas se encontram no momento, o Senador José Maranhão tem uma noção precisa de suas dificuldades – criadas por ele mesmo – por não ter se “reinventado” ao longo do tempo, mudando um estilo que já o levou a uma série de derrotas. Onde estão os “Regos”? Ao lado do governador Ricardo Coutinho, seu grande “invento” (2004) para arrostar os Cunha Lima. Os “Motas” de Patos? Os irmãos Cartaxos? Todos foram produtos do “Maranhismo”. Adicione-se a estes, o ex-senador Efraim Morais e ex-deputado federal Wilson Santiago, que ganharam espaços nas duas gestões do PMDB à frente dos destinos da Paraíba.

 Finalmente, com quem vai formar seu “time” o Senador José Maranhão? Até o suplente (hoje titular) Raimundo Lira, deixou o MDB (caindo num golpe), e ficou trancafiado ou refém do PSD de Rômulo Gouveia. A pré-candidatura do Senador Maranhão, começa a aparentar um desafio “quixotesco”, em virtude da incapacidade de conquistar adesões dos Deputados Federais, Estaduais e Prefeitos. Resta no momento, apenas o PR de Wellington Roberto – até onde se saiba – ainda comprometido ao lado de Wilson Santiago com o projeto político do governador Ricardo Coutinho, que impõe sua “criatura” João Azevedo, como defensor da sobrevivência política de seu grupo.

Para os que consideram que “o homem é um produto do meio”, talvez o Senador José Maranhão tenha colecionado algumas derrotas, por ouvir os “arautos” do seu próprio “meio”. Bem que quis evoluir, ano passado (2017), quando visitou o ex-senador Ivandro Cunha Lima e se reaproximou do Senador Cássio. Porém, falando mais que escutando, alardeava seu desejo imperioso de voltar ao Palácio da Redenção. E, qualquer que fosse a forma de unir as oposições, o cargo de pré-candidato ao governo era inegociável para o MDB. Postulantes ao Parlamento (Estadual e Federal) e Senado da República fogem de palanques fracos. Basta observar-se o destino do ex-senador Vital Filho, que enterrou sua carreira política na aventura de 2014: 110 mil votos, contra mais de 650 mil, obtidos quatro anos antes, para o Senado Federal.

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PREVISÕES DE TEORI ZAVASCKI

            Aproximadamente uma semana antes do fatídico (suspeito) acidente que culminou na morte de Teori Zavascki (janeiro de 2017) – relator da “operação lava-jato”- zeloso cuidador do sigilo e do “foro privilegiado” desfrutado por dezenas de políticos e Congressistas envolvidos no escândalo do petrolão e seus desdobramentos, o Ministro foi abordado por um repórter na entrada do STF, que o indagou sobre o “tema” Eduardo Cunha (preso em 19/10/2016). Tergiversando a resposta, Zavascki deixou escapar sua real preocupação e “sublinhou” em rápida resposta: PT, PSDB; PP; PSD deverão ser extintos (?). Este importante registro histórico, foi visto em alguns Portais de Notícias, como “nota de rodapé”, sem destaque ou importância.

            A mídia esqueceu que já estava nas mãos do Ministro, a mega delação dos oitenta executivos da Odebrecht, envolvendo os partidos políticos a que ele se referiu. Poucos dias após, veio à tragédia (19.01.2017). A Ministra Carmem Lúcia assegurou ao MPF que manteria a decisão do saudoso Ministro, em homologar todas as delações. Recrutou uma equipe de Juízes que em ritmo acelerado, concluíram o trabalho numa área reservada do STF, e a Presidente Carmem Lúcia nomeou em (07/02/2017) o Ministro Fachin para quem entregou o farto material colhido nas delações e suas extensões, atingindo de cheio todo o alto escalão da República, ferindo de morte o Congresso Nacional. Ministro Edson Fachin herdou um dos piores “espólio histórico” da República, com a função de “escorá-la”, ou deixá-la desmoronar como já tinha advertido e previsto seu antecessor Teori Zavascki.

            Em apenas quinze meses, o Presidente Michel Temer já escapou de duas denuncias do MPF, que pediu permissão a Câmara dos Deputados para processá-lo. Muitos ex-ministros e a principal estrela do governo petista (ex-presidente Lula) foram para cadeia. O líder do PSDB Aécio Neves sobreviveu com ajuda de seus pares do Senado Federal, a uma prisão semelhante à de Delcídio do Amaral. Os “arautos” de todas as siglas mencionadas por Teori Zavascki estão envolvidos. Os que não estão presos – protegidos pelo foro – estão aguardando decisões do STF que ontem (03.05.2018) admitiu restringir os benefícios que os tornava inalcançáveis perante a lei. Coincidentemente, no mesmo instante que a PF realizava uma operação prendendo mais de 51 doleiros no Brasil, e outros no Uruguai e Paraguai. Evidente que esta operação está alicerçada na delação do ex-ministro Antônio Palocci.

            Até Julho deste ano (2018) saberemos quem foi atingido pelas flechas desferidas do “bamburral” de Rodrigo Janot, ex-procurador geral da república. São tantos fatos simultaneamente acontecendo, que o povão perde completamente a noção da sequencia. Fazendo uma analogia aos vendedores ambulantes das grandes cidades, a PGR, PF e lava-jato está fazendo um “rapa”. Na classe política, um verdadeiro salve-se quem puder. Aumentando ainda mais a dor de cabeça de muitos, vem a qualquer momento as “sequelas” da delação de Paulo Preto, “operador mor” do PSD de Gilberto Kassab, que segundo planilhas da PF usou uma rede de “malha fina” e pegou até as “piabas” (pequenos empreiteiros, empresas fantasmas, parlamentares e prefeitos) parturientes do “milagre” da multiplicação que resultou numa arrecadação de 180 milhões de reais (até o momento). Alguns partidos mudaram de nome. Mas, como recomenda um adágio popular gaucho, “não adianta trocar as almanjarras se as bestas são as mesmas”.

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FIM DA TERCEIRA FORÇA

            Declarações do PSDB nesta sexta-feira (13.04.2018) sobre apoio ao projeto majoritário para o governo do Estado do PV (Lucélio Cartaxo) com adesão do PSD e outras pequenas legendas, sinalizam o fim da tão sonhada “terceira força” política na Paraíba, projeto do PSB de Ricardo Coutinho. O Fato é espantoso; silenciou toda a crônica política “palaciana”. Atônitos, e sem argumentos plausíveis para justificarem como se desmorona uma estrutura – erguida durante 15 anos ininterruptos com “poder de caneta” – com um único “movimento de peões”, questiona-se: como se põe em xeque, de modo tão simples a credibilidade e confiança de uma liderança do perfil Ricardo Coutinho, ousado, desafiador e colecionador de vitórias?

            Como “mito” da antiga Grécia, o “socialista” sempre teve o seu “calcanhar de Aquiles”: vaidade exacerbada aliada a soberba. Cometeu uma série de erros ao longo de sua vida pública, mas, como destacamos em um artigo sobre o “fenômeno sorte”, este evento supersticioso sempre o salvou de derrotas iminentes. Bateu impiedosamente durante os últimos três anos, no Tucano Cássio Cunha Lima, e poupou os irmãos Cartaxo. Como criar agora, um discurso contra Luciano e Lucélio? Mesmo que acreditemos que Lucélio talvez ainda seja provisoriamente um “Coelho de Maratona”.

            Ao percorrer os imensos corredores existentes no labirinto do poder, não é recomendável “fechar portas” no percurso, sob pena que, em caso de retorno, não ter como reabri-las. Ricardo Coutinho derrotou Cássio, Cícero e Rui Carneiro em 2004 (eleições municipais da Capital) com apoio de José Maranhão. Em 2008 reelegeu-se e derrotou todos – com uma chapa puro sangue – tratando José Maranhão já como eleitor, não como força política. Pleito de 2010, eleições para o Governo do Estado, voltou-se contra José Maranhão e o venceu, aproveitando-se da sanha revanchista do Senador Cássio Cunha Lima, cassado em 2008. Para reeleger-se em 2014, Cássio Cunha Lima foi seu “cabo eleitoral” quando deixou de apoiá-lo, depois que repetiu inúmeras vezes que endossava o “socialista” no seu projeto de reeleição. E manteve até o último minuto da prorrogação (analogia ao futebol), dez Secretários de Estado por ele indicado na gestão do “socialista”, dando a Ricardo o discurso do traído. Uma campanha prevista para ser ganha no primeiro turno (Cássio), foi levada para seu segundo momento, ocasião que José Maranhão repetiu o gesto de Cássio, vigando-se de suas derrotas – impostas pelo tucano campinense – e apoiou Ricardo Coutinho, transferindo os 110 mil votos “partidários” de sua legenda (PMDB), conferidos ao ex-senador Vital Filho, que disputou o governo, para contar quantos votos tinha o PMDB-PB.

            Ao permanecer no cargo e não renunciar, Ricardo Coutinho expôs seu ponto frágil, reconhecido por seus correligionários: péssimo e inábil transferidor de votos – já observado em outras ocasiões – quando não conseguiu eleger em duas tentativas o Prefeito da Capital, um Deputado Federal ou Senador da República. Para que se tenha uma noção mais exata sobre sua claudicante dificuldade em “transferir votos”, basta destacar que seu líder na Assembleia Legislativa é um Suplente. Como se não bastasse, duas ações no TSE põem em risco seu mandato. Se ocorrer uma cassação, inaugura-se um período “aziago” em sua vida pública, que pode leva-lo a abandona-la precocemente.

            O lançamento de Lucélio criou instantaneamente uma polarização dentro da oposição, ofuscando literalmente o candidato de Ricardo Coutinho, que ficou sem nomes ou quadros, para formar uma chapa competitiva.

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NADA ALÉM DO PREVISTO

            Publicamos neste espaço – ao longo dos últimos seis meses – alguns pontos de vista sobre as manobras políticas/partidárias da “pequenina”, pontuando o previsível, dentro de uma leitura realista do quadro político, e o imutável comportamento “padrão” de seus protagonistas. A permanência de Ricardo Coutinho no governo, registramos com bastante antecedência, balizando-se pela lógica: a perda do foro privilegiado. Posteriormente, dois eventos cristalizaram a decisão: processo de cassação de seu mandato no TSE, e sua condenação no TRE-PB por conduta vedada nas eleições de 2014. Ambos, para serem revertidos, exigem investidura da “autoridade” de governador, e no cargo. Sobre a cassação do TRE-PB, a mídia palaciana – que permeia já todo o estado – festejou a minimização dos efeitos daquilo que foi prolatado pela Corte Eleitoral, alegando que a decisão visava obrigar o condenado a pagar de uma multa (?). Se um condenado é obrigado à pagar uma multa por “conduta vedada”, ele cometeu um crime eleitoral, punível com inelegibilidade de 05 a 08 anos. O TRE pode até não ter publicado em seus acórdãos, os efeitos penais. Mas, é de ofício o MPE recorrer pedindo seu afastamento do cargo, o que lhes torna inelegível.

            Quanto à ação do TSE, já pronta para ir a Plenário, os Advogados de Ricardo Coutinho travarão uma batalha titânica, usando os artifícios “recursais” e procrastinatórios, já que por um triz, seu processo foi atravessado pelo do Estado do Tocantins, e por motivos semelhantes, Governador e Vice foram cassados. Se Ricardo Coutinho tivesse se afastado, a esta altura – pela decisão do TRE-PB – já estava (como está) inelegível. O “fico” foi um drama circense, comemorado pelos apaniguados do Palácio da Redenção, que torcem para que o governo alcance 31.12.2018.

            Luciano Cartaxo, bem mais realista – apesar de exibir musculatura (financeiras) para entrar na corrida – desistiu temendo os próximos capítulos da lava-jato e outras operações da PF, que poderiam surpreendê-lo sem mandato, e foro privilegiado. Preferiu não correr riscos, num momento em que o MPF e as Cortes de Justiça estão revendo seus limites de tolerância, contra as “traquinagens” recorrentes da intrépida classe política. Romero Rodrigues, que realiza uma brilhante gestão como Prefeito de Campina Grande, desistiu pela absoluta falta de estrutura – inclusive financeira – para abraçar o projeto. Ao iniciar suas andanças como pré-candidato, repetindo os passos de Cássio (2002), sentiu que lhes faltava o apoio da Prefeitura de João Pessoa, e a “reserva de caixa” – da época de Cássio – gordura criada com a venda da CELB. Por outro lado, questionou-se a discutível “confiança irrestrita” no grupo político que pertence seu vice.

            A disputa volta ao ponto de partida, início de 2017, com José Maranhão (MDB) Cássio Cunha Lima (PSDB) e o candidato de Ricardo Coutinho (PSB) até o momento, João Azevedo. O desafio da “maratona” é alcançar julho, um longo caminho a ser percorrido. Ricardo Coutinho, estando ainda na “cadeira”, talvez João Azevedo reúna condições de registrar sua chapa. Do contrário, sobrarão Cássio e José Maranhão. Será que celebrarão o acordo, já pré-ajustado? Se o fizerem, Maranhão volta ao Palácio da Redenção e Cássio para o Senado da República. Mas, o amigo Gilvan Freire fez uma insinuação recentemente em um artigo, sobre Pedro Cunha Lima. Neste caso, Cássio desceria para a Câmara dos Deputados – como fez seu pai em 2002 – abriria duas vagas para o Senado e Pedro disputaria com José Maranhão. Pelas exigências dos eleitores, diante dos escândalos da lava-jato, ser ficha limpa é fundamental. Na oposição, com estes perfis, têm-se José Maranhão, Pedro Cunha Lima e João Azevedo. O que ainda nos intriga, e que pode trazer surpresas é o “faro” de Gilvan Freire.

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AS BARBAS DE RICARDO

            Governador Ricardo Coutinho, com certeza não leu a Odisseia de Homero, clássico da literatura Grega, escrito 850 anos A.C. Ou se leu, esqueceu-se de tapar os ouvidos de seus marinheiros, e se amarrar ao mastro do seu navio (mandato) evitando se afogar-se, caindo no mar, embalado no irresistível “canto da sereia”.

            Os sinais lhes mostraram um grau de dificuldades ao termino de seu mandato, envolvido com demandas judiciais. Tudo começou com o TCE e sua queda de braço com o Conselheiro Catão, considerando-o suspeito de julgar suas contas do ano eleitoral de 2014. A Procuradoria do TCE foi enfático em seu parecer, mostrando desvio de conduta na execução do orçamento, o que seria passível de correções, revisões ou juntada de documentos pertinentes, que sanassem as exigências legais. Mas, usando das prerrogativas do “triste do poder que não pode”, atropelou o TCE.

            Empurrando com a “barriga”, sua prestação de contas foi recomendada para aprovação com “ressalvas”, o que implica em uma análise mais profunda e com subsídios enriquecedores, para que a Assembleia Legislativa chancele as recomendações do TCE. Vencido o contencioso de 2014, eis que surge o de 2015, com os mesmos problemas represados de 2014 e investigação minuciosa da Procuradoria do TCE, que recomendou o Relator Conselheiro Fernando Catão, rejeitar as contas do exercício 2015. Fernando Catão levou mais de seis meses, conversando com seus pares para minimizar os efeitos de seu relatório, temendo ser “politizado” na interpretação do “pastoril político” que vive o Estado. Após consenso, foi a plenário e seus colegas puxaram a escada, o deixando só, e segurando apenas no pincel. Abstenção e mudanças bruscas de posições constrangeram o Conselheiro, que viveu momentos humilhantes.

            A Procuradoria encaminhou toda esta documentação para o Ministério Púbico Eleitoral, que se abasteceu de provas robustas, no que se refere ao abuso do poder político e econômico – uso da máquina pública – fator decisivo para desequilibrar uma campanha. Renuncias fiscais, caso da PBPREV; assistencialismo… Um conjunto de condutas vedadas, praticadas pelo Governador, que disputou a reeleição na cadeira e com “poder de caneta”. Superado todos os recursos procrastinatórios, veio o primeiro julgamento de uma AUJE onde o TRE absolveu Ricardo por 5×1. O MPE apelou, foi acolhido pelo MPF/PGR e está em pauta para julgamento no TSE. Hoje (22.03.2018) o TSE cassou o Governador e Vice do Tocantins, por motivos semelhantes ao caso da Paraíba – conduta vedada – com a diferença de valores bem inferiores ao exposto na denuncia da Paraíba. O roteiro parece com 2008. Tocantins, Cássio; Jaques Lago…

            Quando a oposição começou a se desorganizar, Ricardo Coutinho era para ter percebido que algo estava errado. Já que na dispersão ninguém o procurou, ficava evidente que ele seria a “bola da vez”. A tentativa de sua Secretaria e ex-procuradora patrocinar um jantar em sua residência, com os casais Sales Gaudêncio, José Maranhão/ Desembargadora Fátima Cavalcanti e o próprio Ricardo Coutinho, foi uma oportunidade impar para o “socialista” calçar as sandálias da humildade e ouvir, pedir ajuda, ou aconselhamento do Senador José Maranhão, decano da legenda (MDB) no Estado e no país, um dos escudeiros da “tropa de choque” do Presidente Temer. Entretanto, embalado com a bajulação midiática palaciana, desperdiçou a oportunidade e falou apenas de seus altos índices de popularidade, e sua obstinação em eleger seu candidato João Azevedo.

            Presidente Michel Temer ficou ressentido com a insistência campanha que o Governador Ricardo Coutinho fazia e faz contra ele. Chamando-o de “golpista”, traidor e desconhecendo sua gestão. Tudo isto embalado no “canto da sereia” da mídia que ele paga a peso de ouro, que chegou ao ponto de lança-lo como provável candidato a vice-presidente ou talvez até Presidente da República (?). Com todo respeito a sua gestão, suas obras só beneficiam o estado, dentro de suas divisas. O nome não é conhecido nacionalmente. Seu “guru”, saudoso Eduardo Campos, com todo o peso de sua biografia oligárquica, quando faleceu ainda estava com 6% das intenções de votos, na corrida presidencial.

            O TSE retirou de pauta (nesta quita-feira 22.03.2018) o seu processo, que pode voltar nas duas sessões da semana vindoura. No TRE ainda estão procrastinando um pedido de vistas, num placar de 4×0, onde pedem sua cassação. Outra AIJE que estava pautada para esta semana que se encerra amanhã, a Secretaria do TRE ainda não marcou a data do início de mais um julgamento. Para Ricardo Coutinho tudo que resta agora é cuidar de suas barbas e pô-las de molho. As do vizinho (Tocantins) arderam bastante. Seus gemidos chegaram a serem ouvidos até por aqui.

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LEGÍTIMA E RESISTENTE OPOSIÇÃO

            Os solavancos provocados pelo “controle” ou maior parcela, do “Fundão Eleitoral”, esfacelou os grupos políticos da Paraíba, que tentavam formar um bloco de oposição para enfrentar o PSB do Governador Ricardo Coutinho. Sempre o velho dinheiro… Prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, quis uma “fonte” própria e deixou o PSD de Rômulo Gouveia, que “encolhe” significativamente com sua debandada. A legenda que carreou recursos para sua gestão, agora é descartada. Buscando quota extra, o filho do líder tucano da Paraíba, Deputado Federal Pedro Cunha Lima, está tentando se abrigar no PPS. Do ponto de vista político ideológico, uma contradição sem precedentes. O Clã da família Mota de Patos já está no comando de outra sigla (PRB), garantindo recursos para voltarem a seus postos no Parlamento. Vice-Prefeito de João Pessoa, Manoel Júnior, quis lançar sua pré-candidatura ao Governo do Estado, justificando sua saída do MDB, e procurar outra agremiação política. No TSE tem 36 legendas com registros, porém, apenas 24 com representação no Congresso Nacional. Pelo visto, em 2022 serão 594 Partidos políticos com assento nas duas Casas Legislativas. Cada Deputado Federal e Senador da República terão seu próprio partido, para financiar suas campanhas e barganharem em votações polêmicas do Executivo.

            O povo é sempre o último a “saber” – paradoxalmente nunca entender – estas “acrobacias” circenses de suas lideranças, com malabarismos “escapistas” que os deixa cada vez mais confusos e céticos, quanto à eficiência do modelo de regime político que escolhemos e batizamos de “democracia brasileira”, em função de suas peculiaridades e excentricidades, não vista na teoria e nem na prática por onde ela existe, e foi adotada.

            Na nossa amada “pequenina”, dois fatos nos chamaram a atenção esta semana, que se encerra hoje. Primeiro o TSE que marcou pauta para o julgamento do Governador Ricardo Coutinho dia 13/03/2018. A grande mídia estadual, além de não noticiar o fato, muito menos registrou seu desdobramento: a sessão foi adiada poderá ser realizada a partir do dia 20/03/2018 se o Ministro Barroso estiver presente. Em seguida, ontem (15/03/2018), o TRE-PB esteve reunido e julgando uma AIJE contra Ricardo Coutinho. Um dos Juízes pediu “vistas”, quando o placar já estava em 4×0 contra Ricardo Coutinho. Se a Corte Eleitoral é composta de sete membros, em tese o réu já está condenado por “conduta vetada”, nomeações e exonerações no microperíodo eleitoral. Para um bom entendedor, isto implica em cassação ou perda do mandato. Mas, a mídia também não noticiou. Uma terceira ação (AIJE) entrará na pauta do TRE-PB semana vindoura, sobre uso eleitoreiro de o projeto Empreender, considerado como uso da máquina no pleito de 2014.

            Em meio a todos estes acontecimentos, a mídia só estava preocupada com a divisão das oposições, e a falta de um candidato (?). Acho que todos estão surdos, mudos ou cegos. Senador José Maranhão é o mais legítimo candidato de oposição, há mais de um ano. Tem percorrido todo o estado, visitado até adversários hostis como o clã Cunha Lima, na busca de apoio ao seu projeto. Em nenhum momento ele falou em abdicar de sua postulação. Ouviu até um lamento do Senador tucano Cássio Cunha Lima: “PSDB-PB era para está unido ao PMD-PB desde 2014”. Por que agora toda esta celeuma? Cremos apenas por conta dos interesses pessoais dos capitães da mídia, que estão percebendo claramente a possibilidade de em 2018, realizarem uma travessia longa e incerta, sem o oásis dos cofres públicos para saciar sua “sede”. A probabilidade do governador Ricardo Coutinho está fora do Palácio da Redenção até maio de 2018 são manifestas. Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues, fora da disputa, como sobreviverão os grandes sistemas de comunicações e seus “formadores de opinião”?  Em tempo, se o TSE cassar o governador Ricardo Coutinho, quem assume é a vice, Lígia Feliciano que pode disputar uma reeleição.

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ESTRANHA NORMALIDADE

            Sábado (10.03.2018) o Presidente Michel Temer deixou o Palácio Jaburu, sem sua indumentária formal e tentando usar da discrição – imaginando que fugiria da mídia plantonista – e dirigiu-se a residência oficial da Presidente do STF, Ministra Carmem Lúcia. Pego de surpresa, o Presidente criou uma versão “republicana” para o encontro, escondendo seu verdadeiro propósito, que dentre outros temas, constam desde a “inquietação dos quartéis” até provavelmente ao processo que responde, e seus desdobramentos, a partir do intempestivo pedido da Procuradoria Geral da República da quebra de sigilo bancário, solicitação de pronto atendida pelo Ministro Barroso. No mundo ocidental democrata e civilizado é o primeiro caso que ocorre de um pedido de quebra de sigilo bancário de um Presidente da República, no exercício pleno de suas funções. Quem fiscaliza a conduta do Presidente é o Congresso Nacional. Se ele tivesse afastado de suas funções… A cada dia, a Constituição perde sua função regulatória.

            O distanciamento do Poder Judiciário dos dois outros pilares da República – Legislativo e Executivo – tem ensejado um quadro inusitado de “intimidações” e expectativas das mais diversas, em função de suas decisões “interpretativas” mudando o formato da lei votada pelo parlamento, discutida e escrita no Português que é conhecido e ensinado nas escolas do país, a todos os brasileiros (?).

            No encontro do MPF do Rio, vésperas da despedida do então Procurador Rodrigo Janot, Carlos Fernandes e Delangol (Força Tarefa Lava-Jato) deixaram claro e de forma enfática, que todos decidiram travar a batalha final contra a corrupção, nas eleições deste ano em curso 2018. O pacto tem mostrado seus efeitos. Nos últimos trinta dias, aumentou consideravelmente – acima da média – o número de denuncias do MPF contra a classe política, que estejam ou não usufruindo das prerrogativas do mandato eletivo. Relator da Reforma Trabalhista, Deputado Rogério Marinho foi denunciado. Vice-Prefeito de João Pessoa Manoel Júnior (ex-deputado federal) teve um pedido de inquérito enviado do STF para o Juiz Sérgio Moro. Até o insuspeito Senador Álvaro Dias – intransigente defensor da lava-jato – neste final de semana foi alvo de um delator.

            Neste nebuloso quadro de incertezas, encontra-se o Governador da Paraíba Ricardo Coutinho, que tem pauta de julgamento no TSE, marcada para amanhã (13.03.2018). O Relator do Processo que pede a cassação de seu mandato é o Ministro Napoleão Maia, que deu provimento a ação, em atendimento a uma apelação do então Procurador Geral Eleitoral Nicolao Dino. Em Brasília, o clima conspiratório tem tirado o sono dos políticos, que tentam se salvar deste processo “inquisitório” imposto pelo MPF semelhante e em nada difere do “Santo Ofício” e seu terror espalhado em nome da fé nos séculos XVII, XVIII e na Espanha – seu auge – até meados do século dezenove.

            Ricardo Coutinho tem demonstrado uma estranha normalidade. Terá uma “bola de cristal”? Ou sabe por antecipação o resultado do seu julgamento? Não está e nem foi a Brasília, reunir-se com seus advogados? É tudo muito estranho… O pedido do MPF deixa claro que só quer cassar o governador. Os efeitos do ato, não anulam a chapa nem atinge a vice Lígia Feliciano; seu partido PSB e sua postura pessoal ainda acusa o Presidente Temer de golpista; José Maranhão integra o projeto de reeleição de Michel Temer, que tem quatro Ministros nomeados no TSE; existe a semelhança do caso da Paraíba com o julgamento de Dilma/Temer pelo TSE e para fechar, o PDT deve está usando de tudo que pode, com intuito de emplacar uma candidata na Paraíba, que disputaria uma reeleição. Em meio a todo este “tiroteio”, Ricardo Coutinho ainda discute a longevidade de Maranhão? Seus últimos pronunciamentos sinalizam que permanecerá no governo. Mas, já não será a certeza que será cassado? Se o for, tudo que tem a fazer é torcer – contando com sua inesgotável sorte – para que a sentença não o deixe inelegível, e o beneficie com a mesma forma que privilegiou Dilma Rousseff.

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DESMORALIZARAM O EXÉRCITO

            O país se entusiasmou quando o Presidente Michel Temer decretou intervenção Federal na Segurança Púbica do Rio de Janeiro. Finalmente, a partir de um “ponto”, se iniciaria um “conto” de uma jornada vitoriosa rumo à paz pública, fim da violência banalizada; desmantelamento das Organizações Criminosas; combate a corrupção no seu nascedouro; disciplina; repeito a ordem e esperança no futuro, para que o progresso regressasse como o sonho secular, ainda estampado na Bandeira Nacional.

            Transcorreram-se mais de vinte dias, e o Rio de Janeiro continua o mesmo. Há três dias, numa “ação midiática”, as Forças Armadas “pinçaram” uma das milhares de favelas (rebatizadas de comunidades) pelas esquerdas – Vila Kennedy – e removeram 16 barricadas que impediam o trânsito de veículos nas principais via de acesso a população ali encarcerada a céu aberto. Não houve um único incidente. Repórteres tentaram contato com habitantes locais, que não falaram. Já tinha vivido tudo “aquilo”: cena e modus operandi são repetitivos, sem efeitos duradouros. Com a bandidagem se sentindo totalmente no controle do caos, a orientação é deixarem as tropas desfilarem, sem incomoda-las, e tudo voltariam a ser como de sempre em questões de dias. Mas, desta feita, foram mais rápidos. Em 48 horas repuseram todas as “barricadas” removidas pelo Exército, que deve voltar, e fazer o novamente a operações “tiram e botam”.

            O povão sofrido dos subúrbios não suporta mais viverem nestes “guetos” piores que o de Varsóvia (II Guerra) controlados pelos bandidos armados, Milícias, supervisionados pelas Policias Militares e Civis que fazem o papel das SS e Gestapo. Querem ver sangue derramado, em forma de vingança pelas perdas de milhares de vidas, extorsões sofridas; assaltados; destruição com vandalismo de seus lares; criminosos estuprando física e mentalmente crianças de 12 anos, transformando-as em prostitutas e traficantes mirins (aviões). O Poder Público, que nada fez ou faz, para coibir tudo isto, ainda pede paciência para que as Forças Armadas realizem “operações inteligentes”? Por que não aproveitam esta oportunidade e decretam Estado de Sítio?

             O narcotráfico tem hoje um efetivo de guerrilha fortemente armada, dez vezes maior que todo poder Militar do país, incluindo-se Forças Armadas, Polícia Federal e efetivo Policial dos Estados. Vão se entregar? Prisões isoladas farão recuarem? Só com perdas (baixas) expressivas é que se vencerá esta guerra. A população esperava enfrentamento, cobates, vê que seus algozes do quotidiano estariam mortos. Se possível, com a mesma tirania ou selvageria que vitimaram seus familiares. É a lei de Talião, que o Cristianismo com dois milênios não conseguiu abolir da alma humana. A Arena e os jogos de Roma sobreviveram. George Bush (pai) quando Presidente dos Estados Unidos foi desafiado por Sadan Hussein que invadiu o Kuwait, pequeno país que paga segurança aos Americanos, por não ter um Exército. Nos Estados Unidos, quem declara guerra é o Congresso, e não o Presidente. Mas, o Chefe da Nação usa de prerrogativas por até por 60 dias, que lhes permite o envio de tropas ao exterior. Bush não quis repetir o fracasso Jimmy Carter, que usou a “inteligência” para resgatar os Americanos presos no Irã, com a revolição dos Aiatolás. Enviou todo o seu potencial bélico, e expulsou Sadan Hussein do Kuwait. Entrou em território Iraquiano e foi deixa-lo em Bagdá. Só não liquidou o Iraque naquela ocasião, porque seu tempo de 60 dias havia se esgotado, e o Congresso não manifestou a intenção de declarar guerra.

            Ensina um adágio popular chinês: “quando os gatos se tornam amigos dos ratos, o prejuízo fica para o dono do armazém”. OAB, Justiça; Câmara dos Deputados… Todos querem saber o que o Interventor Braga Netto fará no dia seguinte. Para a OAB, a maior carteira de clientes de seus associados é o Rio de janeiro. A Justiça e o Sindicato dos Advogados do Rio convivem num          “excelentes” clima de relações “institucionais”. A população Carioca tem nas “comunidades”, 80% do eleitorado. Este ano, teremos eleições, e no Rio o voto é comprado e entregue com a mesma fidelidade e confiança, que aquisição de um papelote de cocaína, transportado por um “aviãozinho”. O que ainda está fazendo por lá o General Braga Netto? Não tem Poder de Policia, está submisso ao Judiciário; recebe ordens indiretas do Presidente da Câmara, candidato a Governador… Renuncie General! Convença seu Comandante a tirar o Exercito e Forças Armadas deste caos. Suas tropas estão cercadas e caíram num “bolsão” vigiado pelas imbatíveis Forças da Grande Corrupção que começa no narcotráfico, e permeia com “disfarces” todos os Poderes Constituídos da nação. A cada 5.8 minutos, um assassinato é praticado no país. Duas horas escrevendo este texto, lá se foram no mínimo 24 vítimas.

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LUCIANO CARTAXO E O HISTERISMO MIDIÁTICO

            Ao anunciar que não mais seria o pré-candidato das oposições ao Governo do Estado, nas eleições de outubro próximo (2018), o Prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo não imaginou que provocaria uma “histeria coletiva” na população, que atônita desconhecia por completo os efeitos desta fatídica decisão, como interpretou a mídia radiofônica influenciadora das redes sociais. Centenas de grupos do Whatsapp bateram recordes em postagens contra e a favor. A verdade – sendo otimista – todo este tumulto deve ter alcançado no máximo 10% da população paraibana.  Atentos ao evento, só os defensores de contracheques, ocupantes de cargos comissionados nas Prefeituras de Campina Grande e João Pessoa, dando-se maior ênfase, aos barnabés do Estado.

            Ao longo da última das três últimas décadas, os proprietários de emissoras de rádio na Paraíba, atrelaram seus faturamentos e empreendimentos ao Governo do Estado e as Prefeituras das duas principais cidades da Paraíba: Campina Grande e João Pessoa. Criaram equipes e “monstros sagrados” dos microfones, capazes de “formar opinião”, e elegerem ou derrotarem candidatos por eles construídos, ou destruídos. Mera ilusão… Sobretudo dos que estão no poder e sabem quanto custou suas campanhas, e de que forma chegaram até onde estão. É claro que a bajulação diária da radiofonia massageia o ego do poder. Mas, não leva o povo a decidir, sem antes refletir. Se prevalecesse como verdadeira a tese da influência decisiva da mídia radiofônica Paraibana, nos destinos políticos do Estado, todos os que passaram pelo Palácio da Redenção eram imbatíveis. A história não tem nos provado esta premissa, como fato verdadeiro.

            Quatro anos da gestão do então governador Cássio Cunha Lima (2002/2006) o maior sistema de comunicação do Estado, através de sua imensa cadeia radiofônica, bateu impiedosamente no tucano que dentre outras dificuldades administrativa, constava o atraso da folha de pagamentos e o recebimento do 13º salário em forma de empréstimo bancário. O ex-governador José Maranhão, “considerado em férias”, esperava retorno triunfante em 2006. Os “ouvintes” preferiram manter o “menino de Ronaldo” no Governo da Paraíba, derrotando o cacique peemedebista nos dois turnos do pleito. Mas, ao que nos parece, a lição não foi absorvida pelo “mestre de obras”. Conseguiu, através da Justiça, cassar o tucano e assumir o comando da Paraíba. E, repetiu o mesmo erro. Segundo o saudoso Jornalista Sérgio Porto (Stanislaw Ponte Preta), todos os dias saem de casa um malandro e um otário… O problema é a hora do “casual” encontro. Dois anos de mandato após a cassação de Cássio Cunha Lima, José Maranhão postulou sua reeleição. Ao seu lado (2010) estavam todos os “sistemas de comunicações” e a “elite” formadora de opinião da radiofonia paraibana. Contou até com o IBOPE, através da Rede Globo, que divulgou na sua pesquisa em nível nacional, resultado de todos os Estados. Na Paraíba não haveria 2º turno. José Maranhão vencia com a margem de 22,7% de maioria, sobre o atual governador Ricardo Coutinho. Os “ouvintes” não escutaram os apelos dos formadores de opinião? Sequer deram crédito ao IBOPE…

            Há poucos dias viajamos ao interior do Rio Grande do Norte, cruzando quase toda a Paraíba, a partir de Campina Grande. Roteiro sem pressa, paradas em botecos; feiras livres; Mercados Centrais; Postos de combustíveis, onde conversamos com o povo informalmente. O assunto predileto se reportava a banalização da violência, e as vísceras: fome. A falta de dinheiro, meios para ganhar alguns trocados; luz e água com fornecimento cortado… Uma lamuria geral. Quando indagamos sobre política e candidatos, percebemos uma imensa inapetência pelo tema. A maioria não sabe, não conhecem nem ouviram falar sobre Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues. Conhecem Ricardo Coutinho, Cássio Cunha Lima e José Maranhão. Todos falam mal dos Vereadores, e a maioria do Prefeito local. Esqueceram Lula e Dilma, e ainda esperam uma ação do Presidente Michel Temer. Estamos falando do povão, que já tem celular “lanterninha”, e não estão nas redes sociais. Como encorajar essa gente para apoiar um projeto político? Luciano Cartaxo, por exemplo, dos 223 municípios, ele visitou pelo menos os últimos 23 como candidato? E Romero Rodrigues, fez o mesmo? Além do entorno de Campina Grande (compartimento da Borborema), por onde mais ele andou? João Azevedo tem viajado mais. Todavia, é visto como um burocrata do governo que conhece correligionários políticos e despreza adversários. Queiram ou não, os nomes conhecidos são os já citados: Ricardo, Maranhão e Cássio. Destes três, se dois juntarem-se, derrotam o que ficou de fora. Não tem espaço ou tempo para “outsider”. Inexiste oportunidade para um “novo”. Quanto à comunicação radiofônica? Seria um excelente tema para Stanislaw Ponte Preta, que também era Contista.

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GENERAL HELENO

          Quem assistiu ao programa Painel (Globo News) sob o comando de Renata Loprete e com a participação do General Heleno, percebeu a surpresa impactante que causou o convidado, silenciando todos. O clima de constrangimento dos participantes, e da apresentadora, demonstrou que não estava no script um desabafo, com palavras tão duras, sinceras e sem rodeios – linguagem da caserna – mostrando a visão das Forças Armadas sobre o atual quadro político do país. Segundo o General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, a intervenção militar no Rio de Janeiro tem que ser curta e contundente. O Comandante (Interventor) deverá ter a responsabilidade de honrar a tradição do “verde oliva”, se impondo sobre um quadro de guerra. Assegurou que é impossível não haver derramamento de sangue neste enfrentamento. Defendeu que as tropas terão que abrir fogo contra qualquer alvo armado – independente de questões de direitos humanos – pois se trata de guerra, não de um exercício militar. Relatou que quando esteve na missão de paz no Haiti, seus soldados usaram armas para conter o caos, numa desordem existente e bem menor que a ora vivida pelos Cariocas. O Rio de Janeiro é um dos centros de operações do crime organizado que já domina de norte a sul o país, enfatizou o General, usando um tom de voz que ensurdeceu a hipocrisia dos Estúdios da News.

           Não precisa ser gênio para interpretar o recado do General. Mais cedo ou mais tarde… Com ou sem apoio dos políticos ou da Justiça, eles intervirão para evitar a escalada da guerra civil – no momento entre facções criminosas – em seguida sitiando a população, já a mercê da bandidagem. O General pediu compreensão e apoio – se referindo ao Rio de Janeiro – do Poder Judiciário. E em seguida disparou: “a corrupção vem de cima e envolve até o Presidente da República”.

           A “inquietação dos quartéis”, sempre foi um fantasma presente na história política do Brasil, desde a proclamação da República. O movimento dos “Dezoito do Forte” (Copacabana 1922) provocou uma reestruturação nas Forças Armadas, que assumiu posição de destaque na defesa de uma nova geopolítica, para assegurar a união dos Estados, numa nação de dimensões continentais. Após a redemocratização com a Constituição de 1988, chegou-se a imaginar que este tipo de evento era passado, sem chances de ressurgimento. Os Militares foram obedientes a Lei e a ordem da nova Carta Magna, e bem antes, voltaram à caserna, no final do Governo Ernesto Geisel (1978).

           A Intervenção no Rio de Janeiro, e seu suposto sucesso, se expandirão pelos demais Estados. Pode evitar uma longa ditadura, com ou sem o apoio da classe política. O que ninguém sabe ainda é se a ideia foi do Presidente Michel Temer, ou foi imposição da comunidade financeira internacional e seus organismos correlatos. Como bem frisou o General Heleno, “o Brasil ocupa a primeira posição dos viciados em crack, a segunda em cocaína, e é o maior centro exportador de drogas para todo o planeta.” Existe um Poder Paralelo armado, e temos a segunda maior população carcerária do mundo – porque todos os mandados de prisão não foram cumpridos – senão estaríamos à frente, e bem distante do segundo lugar. A corrupção política permeou todas as legendas com assento no Congresso Nacional. Finalmente chega-se à conclusão que a mudança pelo voto, e com as leis atuais e suas Cortes de Justiça, nada mudará no país. Os Militares vêm avisando… Inclusive nas redes sociais, já alertaram que nenhum corrupto condenado pela lava-jato – caso sejam reeleitos – assumirá seus mandatos. Que o Rio e sua intervenção salve nossa democracia.

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RICARDO COUTINHO NO CADAFALSO

            O Ministro Corregedor do TSE, Napoleão Nunes Maia Filho, pediu pauta para julgamento da AIJE que acusa o Governador Ricardo Coutinho de ter cometido crime eleitoral, por abuso de poder político/econômico. Coincidência? A notícia atingiu o “socialista” no momento mais cruciante de sua vida pública: “Descida de ladeira”, final de oito anos consecutivos de um mandato polêmico, todavia bem avaliado pela população, frente à crise que atravessa o país. Restando-lhes apenas quarenta e cinco dias para tomar a decisão de se afastar oficialmente do governo (renuncia); decidir se irá lançar sua candidatura ao Senado ou Câmara dos Deputados; abdicar da política partidária. Um xeque-mate que exige muita habilidade e “sorte”, fenômeno que o tem acompanhado desde sua primeira eleição para o Parlamento Mirim da Capital.

            Seu julgamento no TSE – com previsão para os próximos vinte dias – não implica em considerar por antecipação que seja condenado. Pelo contrário, têm sido raros, os casos em que a Corte Superior da Justiça Eleitoral reforma decisões colegiadas dos Tribunais Regionais Eleitorais. Neste processo, o TRE-PB já o inocentou por um placar de 5×1. Não satisfeito – e de ofício – o Ministério Púbico Eleitoral apelou da decisão. Entretanto, é bom lembrar que o TSE é a Corte de Justiça mais politizada do país. Basta rememorar o julgamento de Dilma Rousseff que teve seu mandato cassado, desvinculado do seu vice, atual Presidente Michel Temer, e não foi aplicada a lei que a deixaria inelegível por oito anos. Observe-se também, que quem não deixou a ação ser extinta, foi o então Ministro que compunha a corte Gilmar Mendes, e que depois foi quem decidiu como Presidente, através do voto de minerva, cassar o mandato da já impedida de governar ex-presidente Dilma Rousseff.

            Governador Ricardo Coutinho, hoje é considerado “persona non grata” pelo governo peemedebista/tucano, graças a sua precipitação ou falta de cautela. Excedeu-se e se expôs quando acusou, acusava e acusa abertamente, o Presidente Michel Temer de golpista. Esqueceu o adágio popular que sentencia: “o homem é senhor do que cala e escravo do que fala”. Recentemente (cerca de trinta dias), num jantar na casa de Livânia Farias, articulado pelo ex-secretário da Educação Sales Gaudêncio, José Maranhão, sua esposa Desembargadora Fátima Bezerra Cavalcanti estiveram frente a frente com Ricardo Coutinho, e esperaram dele, um apoio oficial ao projeto do cacique peemedebista da Paraíba em voltar a governar o Estado. Relatos dão conta do mais completo descaso do “socialista”, que não abriu sequer espaço ao Senador José Maranhão expor seu projeto político. Coutinho mostrou pesquisas com índices de sua popularidade e aprovação de sua gestão, fato que o qualificava e eleger com facilidade seu pré-candidato João Azevedo. O cavalo passou selado… Desconcertado, Senador José Maranhão voltou a conversar com o tucano Cássio Cunha Lima, de quem tivera melhor acolhida.

Atual composição do TSE, não sinaliza simpatia à causa do “socialista”. Exceto o Presidente Luiz Fux e a “Dilmista” Rosa Weber, os demais estão conectados com o Palácio do Planalto. Evidente que não irão atropelar a legislação. A função do TSE será aprovar ou desaprovar a decisão do TRE-PB examinando em profundidade se os Juízes votaram corretamente, em observância ao conteúdo da denuncia. Ricardo subiu no cadafalso. Se for inocentado pelo TSE ganha fôlego de chegar ao final da maratona com amplas chances de vitória. Se condenado, o Titanic afunda e com seu empuxo, leva a vice-governadora. Todos os processos “travados” pelo seu foro privilegiado ganharão celeridade. Rei morto, Rei posto.

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ULTIMAS APOSTAS

Roleta do destino da classe política paraibana já está girando, e o crupiê que representa o grande eleitorado, aguarda as últimas apostas, que podem ainda surpreender (preto 17 ou vermelho 36). Quem mais arrisca nesta rodada é o Governador Ricardo Coutinho – com um tempo exíguo de quarenta e seis dias – para depositar todas as suas fichas na mesa. Renunciará o mandato? A escolha do número (Candidato) recairá sobre João Azevedo? Sem fatos novos que justifique “desmonte” da escultura que vem sendo talhado pelo próprio Ricardo – falta de um “outsider” que convença o povo a tomar decisões atípicas, fora da realidade partidária do Estado – João Azevedo é a única opção que resta ao projeto de continuísmo do “socialista”.

            As oposições (divididas) aguardam a roleta parar (sete de abril), data limite para o Governador Ricardo Coutinho chamar o caminhão da mudança. Pesquisas de intenção de votos sinalizam no momento, eleição tranquila do “socialista”, caso venha disputar uma das duas vagas para o Senado da República. É bom lembrar que pesquisas refletem o momento. Sem “poder de caneta” e com modificações no Secretariado que o acompanha desde o seu primeiro mandato, como Prefeito da Capital, Ricardo Coutinho irá se deparar com uma realidade totalmente imprevisível, talvez adversa. Ao invés de mandar (o que vem fazendo há quinze anos) irá pedir. Deixará de ser o “motorista”, passará a ser “caronista” – de um novo governo – que caso venha ser sua vice, pensa e age de modo oposto ao seu. Estes maus presságios têm assombrado alguns de seus fiéis companheiros de “roleta”, que não estão confiantes no seu palpite (João Azevedo). Deputado Federal Wellington Roberto, foi o primeiro a se afastar entregando a Secretaria de Esportes, em pleno ano eleitoral (?). Inacreditável.

            Longe de subestimar o campeão de votos da Paraíba – por duas vezes – Ricardo Coutinho. Segundo a fonte José Antônio (Gotinha), existe um trabalho nos bastidores do Palácio da Redenção, para a vice-governadora Ligia Feliciano também renunciar no dia sete de abril (2018). Uma eleição indireta seria realizada através da Assembleia Legislativa, para um mandato “tampão”. Claro que o candidato seria João Azevedo, que disputaria em outubro sua reeleição. Seriam quatro anos (se reeleito) guardando a cadeira para o retorno de Ricardo. Senador Raimundo Lira deixaria o MDB e seria o suplente de Ricardo Coutinho. Aguinaldo Ribeiro, em caça, aguarda um movimento em falso de Romero Rodrigues, para se posicionar como a segunda opção da chapa do PSB, já comprometida com Veneziano Vital do Rego.

            Deputado Federal Pedro Cunha Lima será o vice de Luciano Cartaxo. Romero Rodrigues está sendo “assediado” por José Maranhão para indicar sua esposa como vice do MDB. Quem vai jogar sinuca com “pau” de dois “bicos”? Cássio ou Maranhão? Na perspectiva da primeira dama do município não sair como candidata à vice de Maranhão, disputará uma vaga para a Câmara dos Deputados, enterrando o prestígio de Enivaldo (atual vice-prefeito), levando Aguinaldo e Daniella a obterem uma votação pífia em Campina Grande, sepultando suas pretensões para 2020. Fazendo uma analogia desta feita ao futebol, treino é treino, jogo é jogo. A partida começa em 08.04.2018.

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DISPERSÃO DAS OPOSIÇÕES

            Os últimos movimentos do Senador José Maranhão – no tabuleiro do xadrez político da Paraíba – deixou a união das oposições em cheque. Uma visita pessoal ao Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, sem combinar antes com o Presidente do PSDB Rui Carneiro, nem avisar o Chefe do Clã, Cássio Cunha Lima, deixou perplexo e curioso os demais aliados. Faz declarações desastrosas sobre o Prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo e concomitantemente se reúne com Cacique do PSD Rômulo Gouveia (?). Na sequencia dos desacertos, contratou Marqueteiro que no momento, presta “serviços de consultoria” ao Governador Ricardo Coutinho. Falou de separação e divorcio com o PSD, correndo o risco de perder o vice-prefeito Manoel Júnior. Os Motas de Patos tratam sua postulação com frieza, despida de qualquer entusiasmo. Veneziano Vital do Rego, sendo cortejado pelo Governador, que massageia seu ego, quando manifesta em público o desejo de votar no ex-cabeludo. Onde passa um boi, escapa toda uma boiada. Senador José Maranhão está abandonando o “diálogo” – caminho duramente construído pelo Presidente do PSDB Rui Carneiro – e enveredando pelo “monólogo”, sob a alegação que, de todos os políticos com mandato no momento, o único que nada tem a perder nesta campanha é ele. Esquece que pode perder principal: as eleições. Neste ritmo, terminará só.

            Desde 1994 que o PMDB não vence uma eleição na Paraíba. Chegou ao Poder com Buriti (1986) auge do Plano Cruzado. Em 1990, mesmo com o desgaste da legenda – satanizada em todo o país – Ronaldo Cunha Lima manteve a sigla no Poder, e elegeu seu sucessor o “claudicante” Antônio Mariz (1994), derrotando uma máquina de fazer votos, Lúcia e Wilson Braga. Desconsidere-se a reeleição de Maranhão (1998) como uma peleja. Deputado Federal Gilvan Freire e seu PSB representaram uma postulação “Quixotesca”, sem chances de disputa, deserta de apoios, apostando apenas no idealismo. E lá, já se foram, 20 anos de derrotas subsequentes do PMDB-PB.

            Nesta linha do memorialismo, lembramo-nos que no distante ano de 1998, o então governador José Maranhão pregava por todos os recantos da Paraíba que seria candidato à reeleição, e seu vice seria o ex-senador Ivandro Cunha Lima. Uma manchete do Jornal da Paraíba sepultou o projeto desagregador. “Ronaldo Cunha Lima: Eu tenho posição, Maranhão imposição”. Maranhão estava e parece que ainda continua conjugando verbos, no singular: eu, tu; ele. Alianças exigem o plural: “nós”.

            Os percalços das oposições, inversamente conforta o projeto de Ricardo Coutinho. Está tudo acontecendo dentro do esperado – divisão de seus adversários – e o Senador José Maranhão representando o mesmo papel desempenhado por Vital Filho, no voo “solo” de 2014. Expectativas do “socialista” estimam entre 100 a 200 mil votos (obtidos por Maranhão 2018) que no segundo turno, apoiará o candidato do PSB. Ricardo, provavelmente ao lado de Veneziano ou Aguinaldo Ribeiro, formará o palanque de João Azevedo. O que mais impressiona, é como José Maranhão conseguiu, em tão poucos dias, desagregar todo um projeto, cujo principal objetivo era evitar a solidificação da terceira forca política no Estado. Pelo visto, tarde demais…

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MITOMANIA E SINCERICÍDIO NA POLITICA

            Numa destas viagens noturnas – expedições exploratórias pela internet – hábito comum dos notívagos, que sabem apenas de onde partiram, mas não tem a menor noção aonde chegar, deparamo-nos com um texto de *S.R. Martinez, sobre psicanálise sociológica comportamental e sua influencia direta na sociedade dos nossos dias. Pincei alguns dos principais pontos da tese, enquadrando-o numa visão do momento político do país. O conteúdo oferece a memorialistas e historiadores, um mapa perfeito dos caminhos construídos por nossas elites, em dois momentos: partir de 1965 e pós 1985. Noutro aspecto, observem-se a responsabilidade e o papel de cada cidadão, no novo modelo de “comunicação” globalizada (Redes Sociais). A clareza analítica do texto dispensa citar nomes de políticos e lideranças, que pretendem disputar o pleito deste ano (2018). Dos pré-candidatos que aí estão o texto revela com perfeição suas fisionomias. A MITOMANIA COMO RECURSO IDEOLÓGICO E A CAVERNA DE PLATÃO.

Mitomania é a mania de mentir, compulsivamente. O mitomaníaco mente continuadamente e isso é seu “modus operandi”, maneira de viver e se comunicar. A pessoa tem prazer em mentir, mesmo que no fundo, saiba que isso pode ser prejudicial a si mesmo. A etiologia do problema é multifatorial, podendo ser desde a compensação de uma baixa-estima, até algo mais grave, como um transtorno de personalidade antissocial (ou seja, uma sociopatia). Viver em sociedade implica que você também não pode fazer o extremo oposto, dizer a sua versão da verdade na cara de todo mundo, forçando assim, com agressividade, que as pessoas vejam seus pontos falhos, suas dificuldades e deficiências. Há um nível limite na comunicação, de respeito à dignidade alheia e às suas qualidades e defeitos, sem o qual, o resultado seria conflitividades constantes e, no fim, as pessoas querendo distância de você. Portanto, o “Sincericídio” é tão patológico com sua agressividade, quanto à mitomania.

No caso do histérico em surto histriônico, a mentira é contada para si mesmo, pois ele precisa acreditar naquelas palavras e naquela explicação para aplacar o desconforto perante o real, para o qual não suporta reagir ou observar. Como a mentira não resolve o problema de mal-estar contínuo dos dados da realidade, ele introjetará cada vez mais mentiras, num ciclo contínuo de reforço das fantasias, cada vez mais e mais distantes do esperado senso crítico e autonomia. Chega-se ao ponto de se vivenciar o chamado “transe ideológico”, quando o indivíduo em surto histriônico rompe com a realidade e passa a viver em um mundo paralelo à realidade, concomitante ou não, com o uso de substâncias psicoativas e cercado de pessoas dentro da mesma bolha que se retroalimentam. O problema desses casos de hipnose coletiva está no fato de que, o quadro é de tamanho reforço entre os pares, a ponto de aprisionar suas mentes, que passam a não elaborar criticamente saídas pessoais.

Aqui se pode evocar o “Mito da Caverna” de Platão, onde presos acorrentados de uma caverna só viram, por anos, as sombras do que existia fora dela. Quando um deles consegue fugir e vê como está o mundo afora, retorna e tenta convencer aos presos de que tudo está muito diferente do que imaginavam e os quer libertar. Acaba sendo assassinado por isso. Até que ponto o apego às cavernas ideológicas não transforma seres humanos em prisioneiros de discursos prontos e acabados, a ponto de matarem quem os confronta? Revoluções, ditaduras e genocídios apontam neste sentido. Já no caso de sociopatas com quadro mitomaníaco a partir de diagnóstico de transtorno de conduta antissocial, a questão se complica, pois a mentira é instrumento de realização de seus desejos perversos. Ela faz parte contínua de sua estratégia de conquistar mentes, produzir alienação e assim, gerar exércitos de histéricos em transe ideológico, a seu favor. Aqui o uso de recursos de linguagem, a distorção dos fatos, a demarcação de um “duplipensar” (ausência de coerência), é conscientemente planejada e coloca em prática: conquistar mentes e corações, e os colocá-los submissos a seu serviço.

Daí vem à tona a discussão sobre os prazeres do mentir. Há o prazer daquele que possuir baixa-estima e usa a mentira contínua para se sentir aceito e amado. Há o prazer do histérico, que mente a si mesmo para afastar o mal-estar do mundo real à sua frente. Há o prazer do psicopata, que mente para conseguir o que quer. Há o prazer do sociopata, que mente para colocar seu projeto de poder em curso. Mas, existirá um prazer de dizer a verdade? Sim, existe e muitos assim se expressão em equilíbrio e bem longe de qualquer quadro de perversão, individual e social. O problema é que, dizer a verdade e posicionar-se significa abrir mão de ser aceito e amado por determinados grupos, ostentar e sentir-se estar fazendo o bem, dentro da ideologia ventilada principalmente nos meios educacionais. A quem está maduro e busca sua individualidade isso não é um problema. Porém, aos mais jovens, ser banido do grupo maior por pensar diferente e se posicionar pode ser problemático é difícil de ser efetivado, enquanto não adquirem condições e estima suficiente para serem donos de seu próprio destino (e isso leva certo tempo).

Interpretamos neste último parágrafo, o status dos meios Acadêmicos e Universitário do Brasil – inclua-se IFs – partidariamente controlados pelo PT e PCdoB.

*S.R.Martinez – Doutorado em Direito das Relações Sociais pela UFPR; Estágio Doutoral na Universidade de Coimbra; Mestrado em Direito Negocial pela UEL; Pós Graduado em Direitos Humanos e Democracia pela Universidade de Coimbra; Psicanalista pelo Instituto Brasileiro de Transpsicanálise; Jurista; Professor Universitário e autor de livros.

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FRAUDE ELEITORAL

            O último embate cívico do saudoso ex-governador Leonel Brizola, coincidiu com a estreia do “mensalão”. O PDT levou ao plenário do Congresso Nacional, proposta para a impressão do voto eletrônico – efeito de recontagem – e confecção de novas urnas eletrônicas, com teclas que oferecessem ao eleitor, opções de “nulo” e “branco”. Estranhamente o então Chefe da Casa Civil do Governo Lula, Deputado Federal José Dirceu, entrou em cena e ofereceu trinta mil reais (mensalidade) para quem votasse contra a proposta do PDT (?). Maioria apertada, Dirceu venceu Brizola.

            Não era por acaso que Brizola suspeitava do resultado “artificioso” das urnas eletrônicas. Já tinha sido vítima da “cibernética”, manipulada por mais de uma vez, fatos embora questionada judicialmente, foram ignorados pelo TRE-RJ e TSE.

            O primeiro caso de falcatrua foi nas eleições de 1982, para Governo do Estado do Rio de Janeiro. O voto ainda era no papel. O TSE tinha “normatizado” para que sua totalização fosse feita através de computadores. Em todas as pesquisas, e de todos os Institutos, a eleição de Brizola no Rio era um passeio. Recém-chegado do exílio (Anistiado em agosto de 1979), o então ex-governador do Rio Grande do Sul já era imbatível para Presidência da República. Todavia, para seu infortúnio, não conseguiu controlar sua ansiedade, resolvendo disputar as eleições para Governo do Estado do Rio de Janeiro. Enfrentou os jovens Moreira Franco e Miro Teixeira, representando o PDS e PMDB respectivamente. Sandra Cavalcanti (PTB) e Lysâneas Maciel (PT). As tradicionais forças políticas Cariocas se organizaram bem divididas, para esmagarem o gaúcho forasteiro. Sistema de comunicação Globo, ligado ao PDS fazia a campanha de Moreira Franco. Uma semana de apuração, e a dúvida permeava o Estado do Rio. Computadores da Globo, alimentados pelo Proconsult – empresa que totalizava os votos no TRE – indicavam vitória de Moreira Franco. A Rádio Jornal do Brasil – com uma equipe de repórteres – fez um duro trabalho de pegar cópias de todos os mapas eleitorais, de cada secção de votação e na velha máquina de somar, fazia sua totalização diária. Brizola vencia a eleição “disparado”. Vendo a tramoia e prevendo o pior, começaram as entrevistas e denuncias do candidato vencedor. Roberto Marinho – segundo memorialistas – levou um “puxão de orelhas” do Palácio do Planalto descredenciando “arapongas” que se diziam servir ao SNI, e com apoio do Governo Federal queriam a eleição de Moreira Franco. O TRE-RJ concedeu a vitória a Brizola. Os números reais jamais se saberão. As cédulas foram incineradas, após insistentes pedidos de recontagem feitos pelo PDT (vencedor do pleito) e pelo MPE.

            Em 1988 foi o festejado ano da primeira eleição direta para Presidente da República, vinte e oito anos depois do ultimo pelito (1960). A totalização dos votos seria mais uma vez feita por computadores. Todas as pesquisas indicavam o segundo turno entre Leonel Brizola e Fernando Collor de Melo. Brizola, o inimigo “número um” de Roberto Marinho e Rede Globo de Televisão, foi surpreendido na véspera do pleito (primeiro turno) com uma pesquisa divulgada pela TV Globo, apontando Lula no segundo turno. Para a infelicidade dos nacionalistas, com apenas 1% de diferença, o petista superou Brizola. Recorreram e pediram recontagem de votos no Nordeste, onde a fraude foi mais grosseira e testemunhal – principalmente em Pernambuco – Estado do vice de Brizola (Fernando Lyra) e onde o PT venceu na maioria dos municípios quando sequer tinha diretórios ou militância. Cinco pedidos protocolados, e todos negados pelo Presidente do TSE Francisco Rezek. Coincidentemente, Rezek foi o primeiro dos Ministros a ser escolhido pelo vencedor do segundo turno (Fernando Collor), para comandar o Itamaraty. Instalou-se doravante o processo “indutor” das pesquisas. IBIOE/DATA FOLHA e VOX POPULI criaram um “triunvirato” para comandarem os resultados dos pleitos. Índices semelhantes, divulgado repetida vezes, atestavam o resultado “fabricado” nas urnas eletrônicas, que totalizam os votos via complicadíssimo processo “percentual” e não numérico como o “Impostrômono” ou Formula 1.

            Brizola que governou o Rio de Janeiro por duas vezes (1982 e 1990) foi à primeira vítima das urnas eletrônicas, nas eleições municipais de ano 2000, quando se candidatou a Prefeito da Cidade Maravilhosa, não alcançando o segundo turno. Ficou atrás de Benedita da Silva com apenas 9,1% dos votos. Luís Paulo Conde e César Maia (ex-secretário de Brizola) chegaram ao segundo turno, com a vitória de Maia. O indignado Brizola apelou para recontagem de votos. Não podia – e nem pode até hoje – ser feito. Quantos votos nulos e brancos? Não tinha (nem tem) nas urnas como votar “nulo” ou “branco”. O eleitor anula seu voto errando. E fica em branco quando assina a folha de votação, vai até a cabine e se abstém de escolher um candidato.

            Presidente do TSE (2001/2003) Ministro Nelson Jobim prometeu a Brizola, que pelo menos 50% das urnas eletrônicas do Rio de Janeiro no pleito de 2002, teria o voto impresso. Brizola enfrenta sua última derrota, disputando o Senado da República. Apenas 30 secções viram este tipo de urna, que não foi mais usado em nenhum outro lugar do país, até os dias de hoje. Venceram para o Senado em 2002, no Rio de Janeiro, o neófito Marcelo Crivella (3,234 milhões de votos) e o jovem intrépido Sérgio Cabral (4,187 milhões de votos). Brizola amargou a sexta colocação, com 1,237 milhões de votos, atrás do Pastor Manoel Ferreira; Edson Santos – dois meros desconhecidos – e Arthur da Távola, muito embora conhecido, sempre teve baixa densidade eleitoral.

            Presidente do TSE Gilmar Mendes, veio a público informar que ainda não comprou as impressoras, o que nos leva a mais um pleito de resultado duvidoso. Se Edward Snowden (NSA) der uma passadinha por aqui, elege o de sua preferência.

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JOGO DE EMPURRA

            A agressividade gananciosa da equipe econômica do Governo Michel Temer, na busca irrefreável de cumprir suas “metas” com a agiotagem internacional – parte podre que compõem o capitalismo parasitário e extorsivo que explora o terceiro mundo – é algo asqueroso e insuportável para uma população que vem sendo saqueada desde 1985.

            São trinta e sete anos de perdas. Uma sangria hemorrágica desatada de nossas reservas e riquezas, sem que se faça nada para estancar. Como é que um país, por mais ignorante que seja sua gente, acredita que o seu futuro está numa reforma previdenciária? Se esta fosse à solução, o nosso futuro estaria no passado? Fica claro o sinal de que o Brasil está fora da relação dos países emergentes (crescimento econômico) nas próximas décadas. Não temos pesquisas, nem produzimos tecnologia de ponta, ora exigida pelos grandes mercados consumidores. Nosso parque fabril está inteiramente sucateado, e cheio de “montadoras”. Do automóvel, passando pela televisão chegando a um simples liquidificador, tudo vem de fora – já em desuso por lá – para ser montado aqui e consumido pelos brasileiros. Estagnamos como eternos fornecedores de “commodities”, ou matérias primas, e eternos devedores de juros extorsivos, sem perspectiva de retorno ao desenvolvimento nem em longo prazo.

 Presidente Michel Temer engana seu Ministro (imposto) Henrique Meirelles, fingindo ajuda-lo a fazer a reforma que ele deseja, e prometeu aos seus patrões da banca do FED e FMI: pagar os títulos vencíveis a partir de 2024. Esta gente que controla o mundo sabe que não haverá reação no PIB capaz de cobrir os custos do setor público que corrói a arrecadação de tributos em super-salários e mordomias exacerbadas. Para evitar um colapso da turma de Wall Street – a ratazana do varejo oportunista que empresta ao Bradesco, Itaú e Santander – baixaram a taxa selic. Noticia terrível para as sanguessugas, que estão amargamente contendo a gula no momento. Ninguém sabe até quando, nem o que prometeu Meirelles, já que não tem mais o que vender. De Pré-Sal a privatizações das melhores empresas estatais, não resta mais nada no estoque, a não ser a Eletrobrás com todos os seus sistemas acoplados inclusive Petrobras. Um ataque especulativo não está fora de cogitação, nos remeteria aos anos 60 do século passado.

            Mesmo para aqueles que não querem enxergar, a ladroagem e as mentiras tornam-se tão claras e visíveis, incontestáveis através de suas próprias contradições. O Congresso Nacional votou no início do ano passado (2016) a revisão da meta para o exercício de 2017, onde estava previsto um “rombo” nas contas públicas de 159 bilhões. Estamos no final de novembro, restando apenas um mês, e o “buraco” está em 103 bilhões. Se não tivessem ocorrido as duas votações “perdulárias” na Câmara dos Deputados, em nome do “fica Temer”, e os juros fossem desde janeiro os 7.5% de hoje, o governo geraria superávit primário. Mas, os economistas (todos a serviço da grande gatunagem internacional) insistem em dizer que a economia está reagindo. Tudo mentira! A surpresa foi o IBGE e sua equipe que revelou farsa. Há seis dias (28.11.2017) os dados desmentiram todos. Desemprego 12,7 milhões. Sem emprego e a procura de trabalho, 12,5% da população produtiva do país (140 milhões), que correspondem a cerca de 16 milhões de pessoas. Totaliza, portanto, 28 milhões de desempregados e sem renda. Duas vezes a população de Portugal. 50% dos que estão com emprego, ganham um salário mínimo. 4,5% que têm ocupação estão com renda abaixo do salário mínimo… O Brasil quebrou. Só um choque de autoridade, centralizando todas as receitas, e acabando com as autonomias financeiras concedidas ao Judiciário, MP e MPF; Poder Legislativo; diversos Tribunais; Sindicatos; ONG e sistema “S”… Salvará a nação. Mas, quem fará isto? Que venha 2018!

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SEGURANDO O PINCEL

            O ex-ministro Antônio Delfin Neto (gênio do milagre econômico do Brasil anos setenta séculos passado) é também conhecido como um excelente cunhador de frases. Sua última pérola, burilada com ironia sobre o STF – extensivas às demais Cortes de Justiça e Contas do país – é de uma preciosidade extraordinária: “Ministros de Cortes Superiores de Justiça, não têm passado. Só enxergam o futuro”.

            Quinta-feira (30.11.2017) enquanto o Senador Cássio Cunha Lima festejava com emoção, o nascimento de mais um herdeiro de sua dinastia política, seu tio e irmão Fernando Catão amargava a pior derrota de sua vida, patrocinada de forma humilhante por seus pares que compõe a Corte de Contas do Estado da Paraíba (TCE).

            Relator do processo das contas do Governo do Estado – exercício 2015 – o Conselheiro Fernando Catão, que já tinha sido apontado como “suspeito” por Ricardo Coutinho – alegando parentesco com o Senador Cássio Cunha Lima – teve a cautela de examinar com uma lupa, todos os atos e decretos do executivo que contrariam a legislação vigente. Não satisfeito com pareceres técnicos do próprio TCE, ainda buscou amparo no Ministério Público de Contas e Eleitoral, Justiça; além dos demais Conselheiros, com quem debatia diariamente a gravidade do processo, e defendia um julgamento justo, isento de suspeições que não viesse comprometer a imagem do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba. É bom que se enfatize que o TCE perdeu um pouco de sua imparcialidade e “transparência”, ao julgar as contas de 2014, onde só o crime de apropriação indébita, cometido por um longo período de quatro anos, advertido constantemente pelo TCE, seria suficiente para levar responsáveis para cadeia: Governador, ou todo o seu Secretariado, que descontavam na folha de pagamentos a contribuição do PBPREV e não recolhiam. Se fosse o Prefeito de Carrapateiras ou de Cabaceira? Estariam na cadeia, execrados pela população; inelegíveis e rotulados como ladrões. Mas, Governo do Estado tem “poderes sobrenaturais”, que fazem coelhos aparecerem sem cartola. Duodécimo e nepotismo cruzado exige o gesto genuflexório.

            Na grande sessão, tão ansiada por todos, especialmente pela classe política que dava como “favas contadas” o resultado do julgamento, e a subsequente recomendação pela desaprovação das contas, eis que após sua explanação brilhante, Fernando Catão percebeu que estava falando para mudos, surdos e cegos. Em meio ao seu desespero, viu seus companheiros puxarem a escada, e deixarem-no só, pendurado no pincel.

            Os efeitos desta sessão histórica, muda completamente o quadro político da Paraíba. Como fênix, Ricardo Coutinho resurgiu das cinzas com estatura de gigante. Os velhos Caciques – Cássio Cunha Lima e José Maranhão – parece que perderam totalmente seus prestígios juntos aqueles em quem mais confiavam. Cássio sentiu os efeitos da frase de Delfin Neto, nas posições de Nominando Diniz, Arnóbio Viana e Fábio Nogueira, que não olharam para trás. Certamente com medo que lhes acontecesse o mesmo, que biblicamente ocorreu com a mulher de Ló. Arthur Cunha Lima, que não foi indicado por Cássio, viabilizou-se junto a Assembleia Legislativa e foi nomeado por José Maranhão, se absteve de votar. Como o Presidente só vota em caso de empate, o placar pró Ricardo Coutinho foi 4×1. E agora Cássio? Senador José Maranhão, respeitadíssimo pelo TJ/PB, empenhando em acabar com os benefícios suspeitos de o projeto Empreender – fonte que remunera os cabos eleitorais do “socialista” – viu uma liminar derrubar decisões judiciais. Ricardo vai botar a “usina” para moer, será candidato imbatível ao Senado Federal, puxará João Azevedo para o segundo turno e dá um grande empurrão no seu companheiro de chapa para a Casa Revisora do Congresso Nacional. Quem fica por um fio doravante, é o Senador Cássio Cunha Lima. Enfrentará Ricardo, seu companheiro de chapa; Aguinaldo Ribeiro e outro que se comporá com o tucano. Os efeitos devastadores deste tsunami, só poderão ser avaliados após a calmaria de 08 de abril de 2018.

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UMA JUSTA HOMENAGEM

            Próxima quinta-feira, às 19 hs, a Câmara Municipal de Campina Grande estará reunida na Casa Félix Araújo, para fazer entrega do titulo de Cidadão Campinense ao Professor Moací Alves Carneiro.

            Natural de Areia (PB), conterrâneo de Pedro Américo, Padre Azevedo; José Américo de Almeida e tantas outras figuras ilustres que brilharam no cenário nacional nas mais diversas áreas – política artes e invenções – Professor Moací Carneiro dedicou boa parte de sua vida profissional, a Rainha da Borborema. Iniciou sua carreira como Professor do ensino médio, ministrando aulas na Escola Normal de Campina Grande, entidade dedicada a formação de Professores. Considerado um dos melhores Mestres no curso de Letras da extinta URNE (hoje UEPB), Moací Carneiro enveredou pelos meios Acadêmicos, onde exerceu as funções de Vice Reitor da URNE (permanentemente em exercício) já que o titular, saudoso Engenheiro José Cavalcanti Figueiredo dirigia a Unidade de Recuperação do DNOCS em Campina Grande, sobrando-lhes pouco tempo para acompanhar o ritmo da Universidade, por onde tinham passado os gênios Edvaldo do Ó, Linaldo Cavalcanti de Albuquerque; Luís Almeida (também sempre na interinidade). Os desafios URNE eram ambiciosos e gigantescos. Exigia de seu dirigente, além de sobejada competência, dinamismo para acompanhar o processo de mudanças que vinha acontecendo no país, com a abertura política, em marcha batida, percorrendo um período de transição rumo a democracia dos nossos dias.

            Um episódio marcante nesta “estação” merece registro histórico. A eleição de Moací Carneiro (1981) para a Reitoria da URNE, com apoio irrestrito dos Conselhos e como candidato do então Reitor José Cavalcanti Figueiredo. Na lista tríplice encaminhada ao então Prefeito Enivaldo Ribeiro – quem de direito nomeava o Reitor depois de consultar o MEC – constava Moací Carneiro em primeiro lugar; seguido por Jeremias Jerônimo; Margarida Mota Rocha. O Prefeito Enivaldo Ribeiro se recusou a nomear Moací, e ou um, dos demais nomes que compunham a lista. Optou por uma solução “excêntrica”, até os dias atuais nunca vista: um Reitor Pro Tempore (?). O escolhido foi o então ex-deputado Vital do Rego. Pagou caro posteriormente por sua aquiescência com a indicação. Greves, mobilizações contrarias ao ato de Enivaldo permeou o meio Universitário, que politicamente dois anos depois, formou fileiras na oposição ao lado de Ronaldo da Cunha Lima, e 1982, derrotou Vital do Rego nas eleições municipais.

            Cristão e católico apostólico fervoroso Moací Carneiro superou o episódio, que roubou seus sonhos de então. Porém inesperadamente foi premiado com um Doutorado na renomada Universidade Francesa de Sorbonne. Após seu Doutoramento, voltou a Paraíba e desiludido com os meios Acadêmicos Universitários, dedicou-se a Educação. Nomeado Delegado do MEC na Paraíba, transformou um simples escritório de representação burocrática, numa entidade de prospecção de investimentos para modernização das escolas públicas, com equipamentos e treinamento de Professores. Uma “usina” de projetos permanentemente produzindo novas ideias para o MEC, trazendo benefícios diretos para os paraibanos. Seu trabalho foi reconhecido, e em pouco mais de um ano, era braço direito do Cientista José Goldemberg então Ministro da Educação que o nomeou Diretor do FNDE, na época o Bando do MEC.

            O currículo do Professor Moací Carneiro é extenso, em efetivas e produtivas realizações. Escritor, autor de diversos livros como a LDB Fácil e o Nó da Educação (Ensino Médio) dentre outros. Exerceu cargos de Direção em diversas Universidades Privadas na Capital Federal; consultor de diversos Estados da Federação na área de Educação e um dos principais membros da equipe que conseguiu viabilizar o investimento do BIRD de quatro bilhões de dólares (Governo FHC) para Educação. Ao invés de criar escolas municipais – ideia concebida inicialmente pelo então Ministro da Educação – a equipe defendeu e conseguiu emplacar o melhor. Juntaram meia dúzia das antigas Escolas Técnicas Federais, ampliaram-nas e levou para toda a Federação o “modelo” CEFETE, estrutura que permitiu hoje ser incorporada como IF (Institutos Federais de Educação). Abaixo, algumas ações e conquistas direcionadas pelo Professor Moací Carneiro a Campina Grande:

1) Análise e aprovação junto ao MEC do projeto de financiamento para construção da Escola Técnica Federal de Campina Grande, hoje Campus do IF-PB.

2) Aprovação do projeto do Museu de Ciências (estabelecido na área do Açude Novo).
3) Análise e aprovação do projeto de reforma, expansão e reestruturação da Escola Técnica-Redentorista/ITER.
4) Analise e aprovação do projetos de financiamento de construção de creches.
5) Relator do Parecer de criação do Conselho Municipal de Educação, deixando sua marca de pioneirismo (1º Conselho Municipal de Educação dos municípios paraibanos).
6) Negociação com a Universidade Federal de Pernambuco para implementação de um programa de intercâmbio de professores e alunos junto à TV Universitária do Recife.
7) Desenvolvimento, implantação, implementação e consolidação do programa de pós-graduação da FURNE, tendo posicionado a instituição entre as 5 universidades não federais com o maior número de professores incluídos no Programa Intensivo de Capacitação Docente/PICD-MEC: foram 110 professores.

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RECADO DE ENIVALDO

            Sexta-feira (17.11.2017), portais de notícias da Paraíba registraram curiosa manifestação do discreto e introvertido vice-prefeito de Campina Grande, Enivaldo Ribeiro, que após se fazer presente na festejada “pajelança” da convenção do PSDB-PB, onde velhos Caciques fumaram o cachimbo da paz, sinalizou que sua legenda o PP poderá firmar aliança com o projeto do PSD (Luciano Cartaxo).

            Para quem conhece Enivaldo, sabe que dentre suas qualidades está à disciplina e o espírito agregador. Jamais tomaria esta posição, se não fosse um “recado” direto de seu filho Deputado Federal Aguinaldo Ribeiro, líder do Governo na Câmara dos Deputados e prestigiadíssimo junto ao Palácio do Planalto, após as duas exaustivas votações que barraram a denuncia contra o Presidente Michel Temer.

            Registramos neste espaço – há mais de um ano – posteriormente por várias vezes consecutivas, que o Deputado Federal Aguinaldo Ribeiro tinha pretensões de cruzar o “salão verde” do Congresso Nacional e se instalar no “azul”. Romero Rodrigues poderia até ser candidato a Governador. Entretanto, uma das vagas de sua chapa para o Senado seria ocupada pelo Deputado Federal Aguinaldo Ribeiro. O ex-ministro das Cidades não pensaria duas vezes sobre os riscos da aventura, pois estariam nas mãos de seu pai, os destinos de Campina Grande. Sinais claros (imaturidade ou ansiedade) partiram da Deputada Estadual Daniella Ribeiro, ao tentar emplacar uma Secretária (atemporal), testando até onde iria à obsessão de Romero Rodrigues pelo seu projeto natimorto de chegar ao Palácio da Redenção no pleito do ano vindouro (2018).

            Aquilo que o Senador José Maranhão mais teme – três candidaturas – e um extenuante segundo turno, é tudo que deseja o Governador Ricardo Coutinho. Se sair para o Senado, o “socialista” tem excelentes perspectivas de se eleger, e negociar o segundo turno com seu candidato, ou espólio eleitoral deixado por ele, como fez o PMDB em 2014 transferindo totalmente os 110 mil votos do então candidato Vital Filho para Ricardo Coutinho.

            No instante em que Enivaldo Ribeiro oxigenava a “asfixiante” pré-candidatura do Prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo, Senador José Maranhão dá sua primeira “pisada de bola”, ao admitir também nos sites de noticias, que as portas (dialogo) não estavam fechadas para o PSB do Governador Ricardo Coutinho. Coincidência?

            Quando tudo parecia está “arrumado”, eis dois fatos – que inegavelmente têm influências do Palácio do Planalto, cujos desdobramentos refletirão diretamente nas alianças paraibanas com vistas a 2018. Aguinaldo Ribeiro está sendo “empurrado” pelo PP – com apoio do “Centrão” – “porta adentro” do Governo Federal, para retornar por quatro meses ao Ministério das Cidades. Isto garante sua campanha para o Senado. Ninguém sabe se exitosa ou não. Por outro lado, até Aécio Neves já decidiu que chegou a hora do PSDB desembarcar do governo peemedebista. E José Maranhão? A linha do “socialista” também é oposição a Michel Temer. Mas, “em tempos de pouca farinha, primeiro o meu pirão”.

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JOGO PERIGOSO

            Sábado (11/11/2017) não foi um dos melhores dias para o Governador Ricardo Coutinho. Testemunhou fato que no seu imaginário jamais poderia acontecer – união das oposições – episódio que deve ter o levado a sentir-se pela primeira vez, cercado e como “caça”, alvo de predadores vorazes, contíguos num único propósito: abatê-lo.

            Irrequieto e sem poupar palavras, Ricardo Coutinho tem se utilizado da agressividade intimidatória a todos que se opõem a seu projeto político, esquecendo que foi através do dialogo – ouvindo mais que falando – que chegou ao poder e derrotou todos os “mitos” imbatíveis da política paraibana. Onde se perdeu Ricardo Coutinho?

Um dia antes do encontro das oposições, redirecionou suas canhoneiras contra o Tribunal de Contas do Estado, mirando o Conselheiro Fernando Catão, alegando suspeição mais uma vez do honrado membro do TCE – relator do processo das contas exercício 2015 – acusando-o de ter parentesco com o Senador Cássio Cunha Lima (?). Esqueceu o Governador de observar a impecável conduta do Conselheiro Catão, que votou duas vezes pela aprovação das contas de Ricardo Coutinho quando Prefeito de João Pessoa, ocasião em que promoveu o Advogado Marcelo Weick a Procuradoria do Município, como “brinde” por ter sido exitoso na cassação do mandato do então Governador Cássio Cunha Lima. Se fosse “revanchista”, Fernando Catão teria mergulhado nos detalhes de denuncias, como por exemplo, o Jampa Digital. Indo um pouco além, Fernando Catão também aprovou as contas do ex-governador José Maranhão – sem restrições – quando o cacique peemedebista arrebatou TRE/TSE, o mandato de seu sobrinho Governador do Estado. Quanto ao próprio mandato do Governador Ricardo Coutinho, o TCE tem encontrado dificuldades em aprovar programas de sua gestão, não por questões políticas, mas por não encontrarem amparo legal na execução destes projetos, recomendações feitas pelo Ministério Púbico do TCE.

Governador Ricardo Coutinho sabe muito bem que o TCE não é um órgão punitivo. Ele presta assessoria ao Legislativo e Executivo. Que antes de qualquer decisão plenária, esgotam-se através de “notificações”, todas as chances, prazos e períodos para que os erros burocráticos ou não, sejam devidamente corrigidos pelo Ordenador de Despesas. No caso de desaprovar, o TCE se limita encaminhar seu parecer ao Poder Legislativo.  E só ao Legislativo, cabe ou não acatar o processo.

              Alguém, ou um grupo próximo ao governador, vem exercendo forte influencia sobre sua mudança de “postura”, tardiamente, no início do ocaso de sua gestão. A mídia palaciana, que não tem retrovisor, viu através de seus para-brisas, a convenção do PSDB. Se a “fatura” não estiver atrasada… Muitos já estão arriscando a criticar Ricardo Coutinho por sua teimosia e arrogância. Aves de arribação, em tempos de verão…

             Politicamente adotando “jogo perigoso” – já bem antes da convenção tucana – Ricardo Coutinho e seu conselho político insistem em simular “situações” de um time de futebol, que precisa de no mínimo dois resultados negativos de seus adversários, para sair da zona de rebaixamento. Confiar na sorte mais uma vez?

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CONFUSO

            Despido de qualquer propósito, Ricardo Coutinho se tornou o maior “cabo eleitoral” do Senador Cássio Cunha Lima, que vai disputar sua reeleição para a Casa Revisora do Congresso Nacional ano vindouro. O tucano vinha sofrendo fortes pressões dentro de sua legenda e família. Mas, o Governador “levantou” sua bola, ao “bater” nele diariamente através da mídia. Para quem não gosta, ou é adversário ferrenho do “socialista”, o nome ideal de se votar é o do tucano Cássio Cunha Lima, que já é apoiado por um expressivo exercito de seguidores. Graças a Ricardo Coutinho, Cássio hoje já pode ser considerado “imbatível”, para uma das duas vagas de 2018. O intrigante neste imbróglio é que o Senador Cássio não é, nem nunca foi pré-candidato a Governador. O que Ricardo Coutinho estaria enxergando, que a lógica impede de ver?

            Seguindo seu roteiro equivocado, governador entrou em rota de colisão com o Prefeito de Campina Grande e João Pessoa (?). Precipitou-se. Os dois tiveram que unir-se, para se defender, originando protocolo de intenções com vistas a derrota-lo. Brigando em três frentes, Ricardo Coutinho subestimou a capacidade do Senador José Maranhão – que mesmo fingindo que esqueceu as derrotas lhes impostas pelo ”socialista” – foi surpreendido com um movimento “golpista” dentro do PMDB para tirá-lo do comando da sigla. Quem estava por trás? Ricardo Coutinho e Raimundo Lira. O “socialista” foi longe demais… Era para ter “segurado” José Maranhão, que apesar de toda preterição a que se submeteu, ainda andou aventando expectativas de reconciliação. Entretanto, acreditando numa suposta “incoerência partidária” que ocasionasse pacificação entre o Clã Cunha Lima e o Velho Cacique peemedebista, Ricardo tocou seu projeto “solo” João Azevedo.

Fazendo uma analogia ao futebol, esta será a terceira vez que Ricardo Coutinho insiste em escala um “canhoto”, para a ponta-esquerda. Só dribla e chuta com uma única perna. Nas eleições municipais de 2012 Estelizabel Bezerra. Em 2016, Cida Ramos. Agora vem de João Azevedo, que será marcado por quatro experientes destros: Maranhão, Cássio; Romero e Luciano Cartaxo. Por outro lado, desafia as leis da física e a velocidade da luz, quando “bate o escanteio e corre para cabecear para o gol”.  Inteligência, sagacidade e esperteza, são alguns adjetivos que sobram na qualificação política pessoal de Ricardo Coutinho. Mas, até agora foi incapaz de compreender que é um péssimo transferidor de votos. A Paraíba o respeita como um excelente debatedor, porém, não vai está no guia eleitoral de 2018. Não compreende que a “pancadaria” radiofônica do momento, está surtindo efeito negativo pelos exageros. Não obstante se reconhecer sua excelente gestão, inserida num período de crise econômica que assola todo o país em especial a região do semiárido.

            Restam onze meses para o primeiro turno de 2018. Ricardo Coutinho só conta com a “sorte” ou um evento “milagroso”. Se ainda houver tempo útil, mudança radical em sua equipe pode tornar seu candidato competitivo. Caso contrário, o resultado do pleito para o “socialista” já está definido. José Maranhão Governador, Pedro Cunha Lima vice; Senadores Cássio e Luciano Cartaxo.

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ANSIEDADE DELLA

            A pré-candidatura para o Governo do Estado, protagonizada pelo Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, começa a tropeçar na sua própria base aliada quando a Deputada Estadual Daniela Ribeiro desistiu de indicar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, alegando esvaziamento da pasta ocupada pelo empresário Luis Alberto. O “desconfiômetro” do tucanato acendeu luz amarela. Não é o primeiro caso de insatisfação do clã Ribeiro. Gustavo – eminência parda do grupo – não foi reconduzido para Secretaria de Esportes. Daniela costurou com Romero Rodrigues acordo para seu folho – suplente de Vereador – assumir as funções legislativas, mas não se dá por satisfeita. O problema, é que mesmo pequena, a família Ribeiro tem suas dissidências internas. Enivaldo, patriarca e decano tenta conciliar os interesses de todos. Mas, não consegue evitar os desentendimentos constantes na briga por espaços, conflito travado entre Daniela, Aguinaldo e Gustavo.

            Ao declarar que a gestão Romero Rodrigues serve de espelho para a Paraíba, o Senador José Maranhão preconizou a abdicação do projeto “Romero Governador”. Neste mesmo dia, Arnaldo Monteiro comentou “entre amigos” que havia “fechado” seu apoio ao Deputado Federal Aguinaldo Ribeiro. Para a renovação de seu mandato na Câmara, e ou, para o Senado da República (?). Registramos já algumas vezes o inarredável desejo do obstinado líder do Governo Temer, chegar ao Senado Federal.

            Restam 165 dias para três grandes decisões. Renúncias de Romero Rodrigues, Luciano Cartaxo e Ricardo Coutinho. Todos padecem da mesma dúvida: o dia seguinte. Todos têm o mesmo dilema: seus vices. Coincidentemente todos também realizaram brilhantes gestões. Romero Rodrigues suplantou os vinte anos ininterruptos do clã Cunha Lima a frente dos destinos de Campina Grande, interrompidos apenas por duas vitorias consecutivas de Veneziano Vital do Rego. A cidade cresceu, ficou bela, limpa; iluminada e atrativa. A Capital superou a era dos girassóis. E o Estado teve sua malha rodoviária integrada, é o menos violento da região (Nordeste); a questão da saúde foi resolvida (emergência) com os dois hospitais de traumas funcionando a contento; obras de infraestrutura espalhadas por todo o estado, beneficiando os 223 municípios.

            Ansiedade da Deputada Daniella Ribeiro mexeu com os nervos do “Estado Maior” do Exercito tucano de Romero Rodrigues, aquartelado na PMCG. O sonho de Aguinaldo Ribeiro com o Senado entra em rota de colisão com o propósito de Cássio Cunha Lima em retornar a Casa Revisora do parlamento brasileiro. Luciano Cartaxo teme ser abandonado pelo PSDB, após os tucanos reatarem com o PMDB de José Maranhão. Governador Ricardo Coutinho, além da desconfiança de sua vice, continua  refém do TCE. Se porventura a Corte de Contas resolver rejeitar as atividades do exercício de 2015 após o dia 07 de Abril? Inelegibilidade. Sem a “caneta”, como derrubar esta decisão no plenário da Casa Epitácio Pessoa? Difícil… Firme caminha o Senador José Maranhão rumo 2018. Nada pendente na Justiça. Espera que Romero Rodrigues ou Pedro Cunha Lima seja seu vice. E, caso resolva renunciar, Luciano Cartaxo formaria ao lado de Cássio a chapa para o Senado Federal.    

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REENCONTRO PODE TER SELADO UNIÃO 2018 

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Fato que era considerado como impossível ou inimaginável para muitos – previstos algumas vezes neste espaço através de nossa humilde opinião – aconteceu no último sábado 07/10/2017. O reencontro dos velhos amigos Senador José Maranhão, com o decano do clã Cunha Lima, ex-senador Ivandro Cunha Lima, na Fazenda Caiçara, em Campina Grande.

            A última vez que estiveram juntos – na Fazenda Caiçara – foi no ano de 1998, após o incidente do Clube Campestre, quando José Maranhão oficializou convite para Ivandro compor sua chapa como vice, na disputa de outubro daquele ano.  Ideia aceita pela saudosa esposa do ex-senador Ivandro – Valnysa Borborema Cunha Lima – e grande parte da família. Porém, evitando um “racha” na casa de Dona Nenzinha, o grande conciliador declinou da oportunidade de deixar seu retrato na galeria dos ex-governadores da Paraíba, optando por ficar ao lado do mano “poeta”, no momento mais cruciante da vida pública do clã, quando “queimaram” a eleição de 1998 não apresentando nem apoiando chapa majoritária.

            A partir do momento que concluiu seu mandato como Presidente da CCJ do Senado Federal, o Senador José Maranhão – conservador e dissidente dos núcleos do seu partido liderados por Romero Jucá, Renan Calheiros e Eduardo Cunha – tomou a decisão que era chegado o momento de voltar a sua base e disputar o Governo do Estado. Conhecia as dificuldades dos desafios, sobretudo na composição da chapa e união das lideranças. Suas alternativas seria uma reaproximação com o grupo Cunha Lima ou aliar-se ao governador Ricardo Coutinho. No meio do caminho tinha pedra: Luciano Cartaxo – Prefeito da Capital – que procurava se consolidar como líder estadual e tinha entrado na corrida rumo ao Palácio da Redenção ao lado do Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues.

OUSADIA

            O tempo traz sabedoria. E para um grande guerreiro, conhecedor das dificuldades de uma batalha, o elemento surpresa é decisivo para uma vitória retumbante. Ricardo Coutinho, surfando na gigante onda de sua popularidade – não se sabe se real ou fabricada pela mídia palaciana – subestimou a capacidade (sagacidade) do Senador José Maranhão, que demonstrou ao longo de sua trajetória política “previsibilidade” de suas ações, resignando-se aos “conselheiros” de sempre, que desde o Governo Ronaldo Cunha Lima permanecem no poder, independente de quem esteja no plantão, dando sempre seu “jeitinho” de mostrarem-se indispensáveis a gestão política. Esta gente pôs na cabeça do “socialista” que ele elegeria quem desejasse. Ao invés de Ricardo se aproximar do PSDB ou PMDB, duas legendas que lhes conferiram êxito nas urnas desde 2004 até 2014, preferiu o projeto “solo”, mantendo a mão estirada para quem quisesse beijá-la, curvando-se em respeito a sua supremacia “napoleônica”. Ledo engano…

            Como a lógica aponta que a menor distância entre dois pontos é uma reta, Senador José Maranhão passou a régua no seu aniversário, onde viu que a distância entre ele o clã Cunha Lima era possível de ser superada, e se constituía na maneira mais prática de afastar da disputa o Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, Prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo e deixar a margem (isolado) e preso ao mandato, o governador Ricardo Coutinho. Enfatizamos mais de uma vez, que a ameaça do surgimento de uma terceira força na Paraíba, poderia levar a união das duas oligarquias que comandam o estado por três décadas, construindo uma ponde sobre o profundo fosso que os separava.

TRÊS PASSOS

            Na última sexta-feira 06.10.2017, o Senador José Maranhão em entrevista numa cadeia radiofônica, pôs em xeque o Prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo. Elogiou sua gestão, qualidades como pessoa de um futuro brilhante na política e arrematou afirmando que “se eu não for candidato, votarei em Cartaxo”. O gesto engessou o líder do PSD, que ora tenta se salvar do afogamento após o precipitado mergulho da lagoa. Dia seguinte (sábado) visitou e almoçou na Fazenda Coiçara, onde se encontrou com o “patriarca” de honra do clã Cunha Lima, ex-senador Ivandro, de quem recebeu sinal verde para ir em frente. Demonstrando humildade – inspirado na obstinação de voltar ao Palácio da Redenção – jantou com o Deputado Rômulo Gouveia, eminência parda do PSD/PB que goza de espaço e prestígio junto ao Ministro Gilberto Kassab. Cumprida esta agenda, Senador José Maranhão conclui a “topografia” do terreno onde pavimentará o caminho de seu regresso ao Governo do Estado da Paraíba.

PRÓXIMA ETAPA

            Ajustar as posições das legendas e garantir seus espaços na chapa majoritária, além de mapearem os redutos, garantindo a recondução dos Parlamentares que comporão esta gigante aliança. O mais provável é Romero Rodrigues como vice de José Maranhão e Luciano Cartaxo como Senador ao lado de Cássio Cunha Lima. Aguinaldo Ribeiro terá que se contentar com o mandato de seu pai, a frente dos destinos de Campina Grande por quase dois anos. Fica assegurado – por questão de reconhecimento e justiça – o retorno do deputado federal Rui Carneiro, que com muita competência conduziu a legenda num período de grandes dificuldades, sem registros de perdas. Caberá  a José Maranhão, criar espaços para que o ex-senador Cícero Lucena retorne a Câmara dos Deputados.

Com essa decisão se confirmando, Nilda Gondim (mãe do deputado veneziano Vital), ganha quatro anos como Senadora e abre-se, também, uma vaga para deputado no Clã da família Vital do Rêgo, despontando o nome da advogada Ana Cláudia Nóbrega, esposa do parlamentar do PMDB.

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PERIGO REAL?

            Postagem estranha de um Sargento do Exército nas redes sociais, convocando o povo para irem às ruas no dia 15 de novembro, participarem ativamente de uma mobilização com vistas a salvar o país da corrupção, se for verídico é um sinal claro que existe um movimento de inquietação nos quartéis. Na sua fala o Militar defende o impedimento das eleições em 2018 e prisão para todos os envolvidos nas centenas de denuncias – surgidas a partir da lava-jato – que atinge os três poderes da República. Talvez seja “montagem” ou palhaçada anarquista de algum internauta irresponsável. Mas, o cidadão estava fardado e com identificação. Seu vídeo veio após as declarações do General que comanda a Região Militar do Sul (Porto Alegre), defendendo a ordem, aconselhando o povo a não praticarem a “desordem” e protestarem de forma pacífica nas ruas contra o atual quadro de caos ora vivido pela população.

Pode ser uma ideia inteligente, contra o estigma de golpe ou ditadura. As pesquisas mostram aprovação de um governo com apenas 3%. Partidos Políticos são desacreditados por 94% da população e o Congresso Nacional tem a rejeição de 92% dos brasileiros. Os Militares são considerados hoje, representantes da Instituição mais respeitada do Brasil (Exercito) com 78% de aprovação. Igreja (67%) OAB (62%) e 58% o Poder Judiciário, talvez ainda neste patamar, pelas ações do Juiz Sérgio Moro. Estamos diante de perigo real? Ou uma tábua de salvação? O naufrágio das Instituições é inevitável. Esgotou-se o diálogo entre os três poderes, que ora dividem o comando de um “Titanic”, em rota de colisão o gigante iceberg nominado “anseios populares”.

            O General Mourão “versão” 2017 – nada de parentesco com o Mourão Filho de 1964 – aproveitou um encontro Maçônico e “deu a senha”. Este evento não era apenas entre Militares. Importantes empresários representantes das diversas categorias do setor produtivo do país estavam presentes e o aplaudiram. A pergunta é: “se porventura um General cercar a praça dos três poderes e estipular prazo de 24 horas para que todos seus membros desocupem seus gabinetes, quem enfrentará os tanques”? Policia Militar, Federal ou Legislativa? Quem cumprirá uma ordem Judicial contra o Verde-Oliva?

            General Mourão Filho (1964) estava aquartelado (de prontidão) em Juiz de Fora (MG), aguardando instruções. Só agiria depois que o Comandante Paulista se manifestasse apoiando a intervenção. Inquieto, Mourão Filho relatou em suas memórias, que a discussão poderia levar semanas ou meses. O Ministro da Guerra jamais tomaria uma atitude. Resolveu por conta própria botar as esteiras de seus tanques na estrada rumo ao Rio de Janeiro. Logo que o Comandante do Rio foi avisado, despachou batalhões para enfrentá-lo antes de entrarem na Capital carioca. Mas, quando se avistaram, os Verdes-Oliva se abraçaram, ao invés de atirarem entre si. Ao Entrarem no Rio, dispararam algumas “salvas de artilharia” e logo o Palácio da Guanabara que estava cercado por tropas fieis a Goulart, recuaram. O Presidente estava no Rio Grande do Sul, quando as emissoras de rádio anunciavam em nome do Senado Federal, a vacância do cargo de Presidente da República, convocando uma sessão extraordinária para ser empossado o Presidente da Câmara Ranieri Mazzilli.

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VALOR PREMONITÓRIO DAS ENQUETES

            Estávamos ocupando horário nobre na extinta Rádio Borborema, ao lado do companheiro Dagoberto pontes (2010) levando ao ar diariamente o programa DEBATE BORBOREMA, pautado em fatos do quotidiano, especialmente abordando temas políticos do ano eleitoral já em curso. Senador Cássio Cunha Lima estava cassado, ausente da mídia, e quem comandava os destinos de Campina Grande era o peemedebista Veneziano Vital do Rego, aliado do governador. Num tira-teima sobre a reeleição de José Maranhão, resolvemos numa sexta-feira, nos últimos 40 minutos do programa, fazer uma enquete entre o postulante Ricardo Coutinho (ainda Prefeito da Capital) e José Maranhão inquilino instalado na época, no Palácio da Redenção.

            Quando abrimos as duas linhas telefônicas, registrou-se mais de 120 ligações neste breve intervalo. Indagávamos nome e onde o ouvinte residia. Registravam sua opção, identificavam-se e não se dando por satisfeitos, ainda faziam brevíssimos comentários. Para surpresa nossa e de todos os ouvintes, Ricardo Coutinho obteve o dobro das opções, contra José Maranhão. Lembro que o episódio chateou o Diretor da Emissora, Marcelo Antunes, em função do faturamento da empresa. O Governo do Estado era o maior cliente da emissora, que por si só, cobria todos os custos da empresa.

            O então ex-governador cassado Cássio Cunha Lima ainda não tinha manifestado seu apoio a Ricardo Coutinho. Pelo contrário, o grande mentor do processo de cassação do governador tucano teria sido o Alcaide da Capital, através do advogado Marcelo Weick (PCdoB) ajuizando ação que culminou na cassação do mandato de Cássio pelo TRE-PB, confirmado depois pelo TSE.

            A enquete não tinha – e nem tem – o valor científico da pesquisa. Todavia, ouvinte de programa político é por excelência grande formador de opinião. Verdade constatada na expressiva vitória de Ricardo Coutinho – já com apoio de Cássio – em Campina Grande. Foram esta e outras enquetes que “empurraram” Cássio para apoiar Ricardo. O povo formou a chapa da vingança contra o TRE/TSE.

            No último dia 28.09.2017, o Correio Debate – programa radiofônico de grande audiência em todo o Estado – fez uma enquete sobre a preferência do eleitorado paraibano para o Senado da República, eleições ano vindouro (2018). Para nossa surpresa – e de muitos – Cássio Cunha Lima obteve 42%, Ricardo Coutinho 30%. Os demais, não pontuaram na casa de dois dígitos. Premonições?

            Tem algo errado no “núcleo logístico” dos socialistas. Governador Ricardo Coutinho é “festejado” diariamente por quase todos os blogueiros e Portais de Notícias da Paraíba. No rádio, seu nome é mais pronunciado que a “hora certa” e o prefixo das emissoras. Será que exageraram na dosagem? Toneladas de confetes para um só folião? Por outro lado, o povo talvez o considere um bom gestor, e não apostam que seja um excelente Senador. Somente uma pesquisa investigativa sobre o seu perfil, sua gestão e a linha do seu discurso, identificará os motivos de tão baixa popularidade, incompatível com as ações de sua gestão.

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ARROGÂNCIA DO PSB

            Após ser reconduzido – encontro realizado neste final de semana – para o cargo de comandante do PSB na Paraíba, o suplente de deputado federal Edvaldo Rosas revelou em entrevista, seu desejo de firmar aliança com o PMDB de José Maranhão, com vistas às eleições de 2018. O fato demonstra evidente fragilidade dos socialistas – pelo menos no momento – de levar a cabo e com êxito, o projeto “solo” da legenda, tendo como “cabeça de chapa” o técnico João Azevedo. Tentando “blefar” como jogador poker, o Presidente do PSB comunica – sem ser indagado – sobre o futuro do seu chefe, Governador Ricardo Coutinho. Permanecerá no cargo, e disponibilizará para o PMDB a vice, e uma das vagas para o Senado, destacando o nome de Raimundo Lira.

            A sensibilidade de Edvaldo Rosas – quando o assunto é política – tem o mesmo trato e “delicadeza” de quem conserta relógio de pulso, usando luvas de boxe. Desprezou completamente a atual vice Lígia Feliciano, que pode ser candidata à reeleição ou ao Senado. Ao enfatizar Lira como um grande nome do PMDB, subestimou o decano da legenda José Maranhão, que não esconde sua aversão à ousadia oportunista de Lira. Derrotou-o para presidir a CCJ do Senado, elegendo como seu sucessor Edison Lobão, e na tentativa (movimento ensaiado no início deste ano) de levar a legenda para o PSB, arregimentando algumas lideranças com o propósito de causar rebelião na sigla e arrebatarem-na do velho cacique, recebeu um duro recado de Maranhão: “ele não representa o partido, esteve distante por vinte anos”.

            Enquanto Rosas e outros interlocutores do PSB, despidos de humildade superestimam a importância, prestígio e popularidade do Governador Ricardo Coutinho, o PSDB – outrora grande rival do PMDB – reconhece legítima e pertinente à postulação do Senador José Maranhão, mesmo tendo em seus quadros um pré-candidato.

            A habilidade do ex-deputado federal Rui Carneiro, na condução do partido que preside (PSDB), colocando sua sigla como um pilar a mais, na construção da chapa de oposição, tem sido lã entre vidros. O jantar comemorativo ao aniversário do Senador José Maranhão, foi prova inconteste de equilíbrio e maturidade dos “tucanos”. Para surpresa dos governistas, até o presente, os laços têm se estreitados de forma suave, para que não se transformem em nós não desatáveis.

            O intrigante em todo este processo tem sido o silêncio do PP. Perfilam-se no plano nacional com o PSDB, PMDB e PSD, mas na Paraíba tem se posicionado a margem dos eventos. Líder do Governo na Câmara, Deputado Federal Aguinaldo Ribeiro ainda não foi visto nos encontros dos grupos que se unem para escolher o candidato da oposição, muito menos nas hostes governistas dos “socialistas”. Sua intenção – prognostico que já fizemos – é disputar o Senado da República. Está no aguardo do cavalo, se passar selado…       

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EXCENTRICIDADES DO CONGRESSO

Quando pensamos que já tínhamos visto tudo de pior da atual legislatura que compõe o Congresso Nacional – verdadeira cruzada contra interesses populares – eis que surge o “Fundão” – Financiamento com dinheiro público – para “bancar” campanhas eleitorais dos partidos e candidatos que concorrerão às eleições de 2018.

Qual a diferença entre a “democracia” do momento e a vivida no período dos militares? Mudavam as “regras do jogo” a cada eleição, para continuarem governando. Geisel criou o senador biônico, para não ficar em minoria no Senado. Nas eleições de 1982, temendo perder também a maioria na Câmara dos Deputados e Governadores dos Estados, apareceu o “voto vinculado”, onde o eleitor era obrigado a votar de Vereador a Senador da República num único partido.

O PDS (legenda dos militares) elegeu a maioria dos Governadores, Prefeitos; Deputados Estaduais; Federais e Senadores. Dinheiro? Teve em abundância, com o “Finsocial”, imposto eleitoreiro criado para abastecer os cofres dos municípios, atendendo a um programa de doação de material de construção as populações de baixa renda.

Traindo a si e ao povão – sem o menor constrangimento – Deputados Federais e Senadores terminam por confessar aquilo que sempre esconderam da população: todos os seus votos foram comprados. Com doações das empresas, pessoas físicas; emendas de bancadas e individuais; empréstimos para pagar via mandato, ocasiões de votações polêmicas… Olhando sob este prisma, nossa democracia é totalmente corrompida. Requer mudanças urgentes, antes que sejamos atingidos por uma ruptura ou crise institucional, já preconizada através do “balão de ensaio” lançado pelo general Mourão, sem nenhuma reação restritiva da sociedade.

A grandeza de uma Nação é construída por suas elites políticas. O que temos hoje no Congresso Nacional? Senadores que não foram votados (suplentes). Deputados Federais eleitos através de coligações esdrúxulas, onde se compuseram esquerdas radicais, centro e direita, com um único propósito: elegerem-se. O eleitor votou num candidato de direita e elegeu um de esquerda. Uma colcha de retalhos que tenta se “costurar” (sem êxito) nas duas Casas Legislativas, patrocinadora de um Poder deficitário em todos os aspectos. Criador de dificuldades e vendedor de facilidades. Nenhuma lei “justiceira” como Imposto sobre as grandes fortunas, limite de remessa de lucros das multinacionais; Maiores alíquotas sobre atividades lucrativas (Bancos), nenhuma destas leis foram votadas, desde a redemocratização do país (1985).

A Presidência da República reclama da impossibilidade de governar com um Congresso que abriga mais de 36 partidos políticos. O discurso é absorvido pelo STF e pelos próprios dirigentes das mesas diretoras do Senado e da Câmara dos Deputados. Mas, será que estão sendo sinceros? Óbvio que não. As grandes legendas como PMDB, PSDB; PT; PP; PR; PSB; PDT: PTB… não têm comando sobre seus Deputados e Senadores. Cada parlamentar representa o “eu” como partido. A legenda apenas o abriga. Na hora que fecham questão em bloco sobre qualquer tema de interesse do Poder Executivo, a maioria se debanda e perfila-se ao lado “centrão”. Excrescência aglutinadora de picaretas e vigaristas para cobrarem os olhos da cara por um voto registrado no painel eletrônico das duas Casas. Por que os partidos não os expulsa, vai à Justiça e arranca seus mandatos? Trocamos as “almanjarras”, mas as “bestas” são as mesmas. Nada mudou desde 1978.  Tudo como d”antes, no quartel do Abrantes.

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INSENSATEZ PARLAMENTAR

            Finalmente ontem (19.092017) a Câmara dos Deputados resolveu na vigésima quinta hora, votar a reforma política com as novas regras que regulamentarão as eleições de 2018. As propostas apresentadas além de inoportunas foram de uma irresponsabilidade absurda. Queriam transferir tudo – principalmente o fim das coligações – para 2020 e 2022. Pretendiam criar um fundo de financiamento público, com pelo menos metade dos quatro bilhões destinados a emendas de bancadas, recursos aplicados na infraestrutura dos Estados como estradas, açudagem; adutoras; saneamento básico… Um tiro no pé. Derrotaram o “distritão” e pelo visto continuarão com as coligações. Não votaram o “fundão” (financiamento com dinheiro público para partidos e candidatos). Restam 16 dias para PEC – Proposta de Emenda Constitucional seja votada em dois turnos, aprovada por 3/5 das Casas Legislativa (Câmara e Senado).

O melhor regime político ainda é a democracia plena, mesmo com seus defeitos e imperfeições. As liberdades de imprensa e livres manifestações tem feito algumas vítimas isoladas. Porém, trouxe o benefício como o desmantelamento da várias “quadrilhas” (operação lava-jato) montadas nos três poderes da República, nos níveis Federal, Estadual e Municipal. O povo, estupefato com o que viu, vê e ainda verá, sequer esboça uma reação. Criou-se um desencanto generalizado pela classe política, a ponto de aceitarem volta de um regime de exceção, tendo sob seu comando os Militares.

A insensibilidade atual legislatura que compõe a Câmara dos Deputados (pior de toda a história da Repúbica) não enxerga a crise moral, ética; econômica e política que atravessa o país. Querem que o povo lhes deem dinheiro através do “fundo de campanha” para que eles possam comprar seus votos. Algo risível e inimaginável.

Para que não ocorra uma ruptura, resta o bom senso do Senado e do STF que podem salvar-nos de uma ditadura, prestes a se instalar. E, não nos venham com a velha “estória” de que não existe “clima internacional”… Ano passado, Estados Unidos e ONU engoliram o golpe de Estado da Turquia. A Venezuela atropelou Mercosul, OEA e ONU. Tio “San” nunca rompeu com o Egito, Arábia Saudita; Emirados Árabes Unidos… Até hoje se arrependem de terem matado Sadan Hussein e Amuar Kadafi. Com eles vivos, não estariam enfrentado o terror internacional do Estado Islâmico.

Desde a proclamação da República, a inquietação dos quartéis tem provocado reviravoltas no Brasil. Os Tenentes de 1922, a Coluna Prestes; Revolução de 1930; Estado Novo; Deposição de Getúlio Vargas; Suicídio do mesmo e golpe militar de 1964. Hoje o Exercito Brasileiro é a instituição mais repeitada do país, segundo pesquisas, 82% de aprovação. Seguido pela Igreja (74); OAB (64) STF 58%.

Na última sexta-feira (15.09.2017) num encontro da Maçonaria em Brasília o General Antônio Hamilton Martins Mourão afirmou que o Exército Brasileiro tem um plano detalhado de intervenção militar. Que não admite a reeleição de nenhum Parlamentar denunciado por corrupção. Ministro da Defesa Raul Jungmann exigiu do Comandante do Exército Gen. Eduardo Villas Bôas, punição severa do Gen. Mourão. Ideia não bem recebida pelo Comandante do Exército que teme uma “rebelião” nos quartéis, que endossam neste momento as palavras do Gen. Mourão. Como se não bastasse, o Gen. Heleno Ribeiro Pereira, ex-comandante da Amazônia e da missão do Haiti, escreveu artigo apoiando o Gen. Mourão em nome da “família Militar”. Num dos trechos, Gen. Heleno destaca que a intervenção é Constitucional. E agora?  

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SEM FOGUETÓRIO

No último sábado (16.09.2017), um jantar em homenagem ao aniversariante Senador José Maranhão, levou o Clã Cunha Lima e todos os liderados pelo Senador Cássio a marcarem presença, ao lado do Prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo. As grandes ausências foram a do Governador Ricardo Coutinho, vice Lígia Feliciano; Deputado Federal Rômulo Gouveia (Presidente do PSD). Confirmou-se na Paraíba a “máxima” cunhada pelo ex-presidente Getúlio Vargas, na campanha Presidencial de 1952 quando recebeu o apoio irrestrito do símbolo do comunismo brasileiro Luís Carlos Prestes: “em política não existe amigos inseparáveis nem inimigos irreconciliáveis… Tudo é possível”. Vargas no Estado Novo, prendeu, torturou e expatriou comunistas.

Na terra dos Tabajaras – sem o foguetório desagregador de 21.03.1998 do Clube Campestre – os dois principais Caciques da política paraibana, sentaram e fumaram o cachimbo da paz, para celebrar a pajelança de 2018, quando provavelmente estarão no mesmo palanque vinte e quatro anos depois (última vez eleições de 12994) o Senador José Maranhão e o tucano Cássio Cunha Lima.

Lembramos diversas vezes e oportunamente, que nos Estados do Nordestinos não existem ambiente onde possa prosperar surgimento de uma terceira força política, sem apoio de uma das duas Oligarquias, que se revezam no poder desde a década os anos 30, século passado. No Ceará foi assim com os “Coronéis”, que após a “compulsória” da vida pública, foram sucedidos por Tasso Jereissati e os irmão Ciro e Cid Gomes. No RN ainda resistem os Alves e Maias. No Maranhão Sarney e os contra… Isto não implica em tropeço aleatórios, ou oportunismo momentâneo. Saudosa ex-governadora Vilma de Farias foi eleita governadora (primeiro mandato) com apoio do Alves, no segundo turno. Reeleita com uma marcante dissidência nos Maias. Mas, quando as oligarquias se juntaram para valer, tiraram-na da disputa pelo Senado e derrotaram-na duas vezes consecutiva. Governador Ricardo Coutinho seguiu seus passos – coincidentemente da mesma legenda PSB – e elegeu-se duas vezes Prefeito da Capital com apoio de José Maranhão. Chegou ao Palácio da Redenção, com apoio de Cássio Cunha Lima. E em sua reeleição, mais uma vez José Maranhão, por falta de um gesto “genuflexório” do Senador Cássio. Ricardo teve todas as chances de manter seus maiores inimigos políticos divididos e atrair um dos Caciques para elegê-lo como seu sucessor, assegurando sua vaga no Senado da República. Festejado midiaticamente pela imprensa palaciana, defendendo firmes posições do “populismo” petista, nos estertores da lava-jato, fechou as portas por ele abertas desde 2004, nas duas casas que hospedou seus sonhos. Sua última tentativa será convencer o Prefeito Luciano Cartaxo para unir-se a seu bloco. O recado foi dado no mesmo sábado do jantar, pelo Deputado Federal Rômulo Gouveia (PSD) que alfinetou os “tucanos”, declarando seu voto e apoio ao Senador Raimundo Lira (?) a quem adjetivou de “muito trabalhador” e uma “grande liderança” de expressão nacional. Meus Deus! O ex-gordinho deve está atravessando o mesmo inferno astral vivido por Nadja Palitot, quando tomou o PSB de Gilvan Freire e cedeu à legenda para eleger Ricardo Coutinho Prefeito de João Pessoa. Ricardo “abocanhou” o PSB e deixou Nadja só, com a retórica de traída.       

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SINAIS DO AMAZONAS

            Na maioria dos estados brasileiros – especialmente na região nordeste – as eleições para o Governo do Estado (2018) estão se aproximando do micro período, que compreende Janeiro/Outubro. Nos bastidores partidários as pré-candidaturas buscam suas viabilizações, ensaiando coligações e buscando apoios das lideranças, eleitas em 2014, numa conjuntura absolutamente inversa a dos dias atuais.

            O que nos causa estranheza, é o modo abstrato como a classe política está enxergando o calendário eleitoral, levando em consideração o desgaste da representatividade (Parlamento) e do Poder Executivo, esmagados por denuncias, prisões e cassações de mandatos sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro; formação de quadrilha… Sequer se sabe ainda como serão as regras estabelecidas através de nova legislação, que tem apenas vinte e um dias para ser aprovada em votação de dois turnos na Câmara dos Deputados e Senado da República. Sansão Presidencial e publicação no Diário Oficial da União. Haja improviso…

            O prudente seria observar “os sinais” do eleitorado do Amazonas, nas eleições suplementares para o Governo do Estado realizadas em agosto último (2018). Com um eleitorado de 2.337.294 votos, dos quais 60% se concentram na Capital Manaus e região metropolitana, no primeiro turno (06.08.2018) foram votados oito candidatos.      Abstenção de 567.909 eleitores, 3,44% brancos e 12.33% nulos. Votos válidos – incluindo nulos e brancos – 1.769.385. Amazonino Mendes (PDT)38.77%; Eduardo Braga (PMDB) 25.36%; José Ricardo Wendling (PT) 12.17%; Jardel (PPL) 0,23%; Luis Castro (Rede) 2,63%; Marcelo Serafim (PSB) 1,27%; Rebeca Garcia (PP) 18,06%; Barreto (PHS) 1,52%. Desembarcaram no segundo turno Amazonino Mendes e Eduardo Braga. O “criador” e a “criatura”. Os partidos de esquerdas incluindo o PT empataram com terceiro lugar do PP, Rebeca Garcia.

            Trágico foi o segundo turno, realizado no dia 28/08/2018 – clímax da crise debatida no Congresso – sobre a continuidade ou não do Presidente Temer. Abstenção (deixaram de ir às urnas) 1.015.043. Votos válidos 1.322.043. Brancos 4,06 e nulos 19.73. Se deduzirmos os percentuais de nulos e brancos que totalizam 23.79 do numero de votantes 1.322.251, alcançaremos apenas 1.007.690 eleitores que optaram entre Amazonino Mendes e Eduardo Braga. Amazonino Mendes venceu com 59.21% dos votos válidos, Eduardo Braga que ficou com 40.79%. Apenas 594.278 sufrágios consagraram a vitória de Amazonino Mendes, números que correspondem a 25,4% do eleitorado Amazonense.

            Este fenômeno pode se repetir ano vindouro em todo o país, atingindo com mais contundência candidatos a Deputado Estadual e Federal, cuja abstenção foi sempre maior que para o Poder Executivo. Se prevalecer o fim das coligações e for emplacado o novo modelo (Distritão), onde se elegerão os mais votados, à renovação no Congresso e Assembleias Legislativas pode alcançar 80%. Artistas de todas as áreas e Profissionais Liberais de destaque na sociedade representarão a “surpresa” do novo Parlamento Brasileiro.

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COELHO DE MARATONA*

             Em entrevista radiofônica no último final de semana, o Deputado Federal Rômulo Gouveia “rachou” o PSDB, ao afirmar enfaticamente que não existem espaços para dois membros de uma mesma família na chapa majoritária. Referiu-se ao Senador Cássio Cunha Lima e ao Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues.

            O ex-gordinho, que antes da bariátrica já enxergava o umbigo, agora não tira o olho dele. Trabalhou em duas frentes, usando o prestígio do Ministro Gilberto Kassab, abastecendo os cofres da PMCG e PMJP com recursos de emendas orçamentárias e extra orçamentos. O PSD foi o partido que mais se aproveitou do momento “oportuno” surgido na crise provocada pelo impeachment. “Faturou” dos dois lados, em dois momentos e manteve-se no Governo. Cada votação polêmica, cobra pedágio. Deputado Federal Rômulo Gouveia tornou-se “Eminência Parda” da PMCG e PMJP. É quem manda de fato nas principais Secretarias, dotadas de maior orçamento.

            Eleições municipais de 2012, Kassab a pedido de Rômulo destinou um milhão de reais, para que Romero pusesse sua campanha nas ruas. No segundo turno, outra remessa do mesmo montante. Após ser empossado, o tucano frequentava Brasília as escondidas de seu primo Cássio. E, ciceroneado pelo ex-gordinho – em nome de Kassab- arrancaram dezenas de convênios do governo petista, que vivia um “cabo de guerra” com o PSDB. Habilidade ou esperteza? Não importa. Quem ganhou foi Campina Grande. E quem “capitalizou-se” politicamente, foi Romero Rodrigues. Alguém enganou Dilma e Kassab, na falsa promessa do Prefeito tucano migrar para o PSB. Numa ação mais ousada, Rômulo “prendeu” Luciano Cartaxo no PSD, ficando sobre seu comando, os dois maiores colégios eleitoral da Paraíba. Agora, chegou o momento de decidir quem apoiará para o Governo do Estado. Luciano é do seu partido (PSD). Romero, pré-candidato ao Governo do Estado foi quem mais se mobilizou, estimulado por Rômulo, e agora corre o risco de ser o “coelho da maratona”. Tudo que o ex-gordinho deseja é o ingresso de Romero no PSD. Mas, apesar das lamurias, queixas e reclamações, o comandante de sua legenda, Senador Cássio Cunha Lima, não lhes tem dado à chance de deixar a sigla como “vítima”. Se sair é como “traidor”.

            As relações entre o Senador Cássio Cunha Lima e o Presidente do PSD Rômulo Gouveia vem “azedando” desde 2006, quando o “ex-gordinho” elegeu-se Deputado Federal mais votado em Campina Grande, suplantando o poeta Ronaldo Cunha Lima e o irmão do então Prefeito Veneziano Vital do Rego. Era despedida da vida pública do poeta. A homenagem era torná-lo campeão dos votos em Campina Grande e no Estado. O Clã começou a desconfiar que a “criatura” estava se voltando contra o seu “criador” com a nítida intenção de liderar um bloco, sem mais a “tutela” Cunha Lima.

            Rômulo Gouveia se tornou ao longo dos últimos oito anos, tem se tornado o maior algoz (disfarçado) do Senador Cássio Cunha Lima. Ainda transita no meio “tucano”, porque não foi merecedor da cofiança do Governador Ricardo Coutinho, quando esteve como seu vice e deixou o PSDB. Lançou-se candidato ao Senado, apoiado pelo socialista, mas foi abandonado no altar na hora do casamento.

*Coelho de Maratona – atleta que inicia a maratona num ritmo alucinante, e se distancia de todos. Porém, abandona a corrida na metade da prova. A velocidade inicial esgota suas energias, e lhes falta fôlego ou resistência, para ir até o final.

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AS MÃOS DE CATÃO

            O Tribunal de Contas do Estado da Paraíba tem acerado sua tolerância, com vistas à prestação de contas do Governo do Estado, relativo ao exercício de 2015. Por quê? Estamos no final de 2017! Onde está a competência dos Técnicos e Auditores que ainda não acertaram a conciliação de gastos e despesas, com notas apresentadas? Infelizmente o “buraco” é mais embaixo. Em 2015, o Governador Ricardo Coutinho acuou o TCE na hora de julgarem suas contas, alegando suspeição do Conselheiro Fernando Catão (por ser tio de Cássio Cunha Lima) e de Nominando Diniz (?) na época Relator. Criou uma “cortina de fumaça”, via Assembleia Legislativa, encaminhando um projeto para criação do TCM – Tribunal de Contas dos Municípios. Tema de um artigo onde mostramos a inconstitucionalidade do ato – inspirado no TCM do Ceará – extinto por Decreto do Governo do Estado no final de 2016. Publicamos outro artigo, final de 2015, no site Brasiliense www.justiicaemfoco.com.br  intitulado PRESTIDIGITAÇÃO. O conteúdo mostrava o processo TC nº04246/2015 que recebeu o parecer Ministerial 02237/2015, assinado pela Procuradora Geral do Ministério Público de Contas da Paraíba Dra. Sheyla Barreto Braga de Queiroz, recomendando ao pleno do Tribunal de Contas do Estado da Paraíba a desaprovação das contas do Governo do Estado referentes ao exercício do ano de 2014. Inúmeros crimes administrativos foram – segundo a Procuradora – cometidos não só em 2014. Mas, ao longo de toda a primeira gestão do “socialista”, como por exemplo, o não repasse de 5,34 bilhões de reais a PBPREV. Dano irreparável. Basta lembrar que a ex-prefeita de Campina Grande Cozete Barbosa, sacou do IPSEM a título de empréstimo – apenas por dez dias – valores para pagar a folha dos servidores, e mesmo com a devolução feita no prazo, ela foi condenada por improbidade administrativa e responde ação penal pelo ato. O Governador Ricardo Coutinho fez pior: descontou durante cinco anos contribuição dos Servidores e não recolheu a PBPREV. Como se não bastasse, descumpriu a Constituição, não realizando as transferências obrigatórias de 12% das receitas liquidas para o Fundo Estadual da Saúde e de 25% para educação. Deixou “restos a pagar” do exercício 2014, final de seu primeiro mandato, ferindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. Praticou “crime eleitoreiro” incrementando em 87,21% a mais que no ano anterior, no programa EMPREENDER.

Na “República da Paraíba” a promiscuidade entre os Poderes Constituídos é patente. Por que até hoje a Assembleia Legislativa da Paraíba não convidou a Procuradora Sheyla Barreto Braga para expor seu parecer? E a oposição da Casa Epitácio Pessoa, que sabia e sabe de toda esta “tramoia”, não se manifestou? A mídia da Capital (palaciana), pautada pelos interesses dos proprietários dos veículos de comunicação, nunca noticiaram o fato, nem entrevistaram a Procuradora. MPE, MPF e TRE sequer apreciaram o parecer da Dra. Sheyla.

O destino de Ricardo Coutinho está nas mãos do Conselheiro Fernando Catão e será decidido em outubro vindouro (2017). Se não as lavar, como Pilatos, seu relatório recomendará a reprovação das contas, com base nas denúncias da Dra. Sheyla. O “socialista” ficará inelegível por crime de improbidade administrativa. Permanecerá na “cadeira” até o último dia de sua gestão, tentando “enxugar” a máquina, cortar investimentos para cobrir o “rombo” da PBPREV, processo onde se habilitarão MPE, MPF e talvez o GAECO-PB. Tratar-se-á de uma ação penal. Aí, o bicho pega.

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AFOITOS DE RICARDO COUTINHO

            Governador Ricardo Coutinho ainda não compreendeu que em 2018, não é candidato à reeleição. Por mais bem avaliada que esteja suja gestão no momento – semelhante à de José Maranhão em 2002 – a tarefa de transferir votos é árdua, um desafio de resultados imprevisíveis e êxito completamente duvidoso. Observem-se suas duas tentativas frustradas, mesmo estando no comando dos destinos da Paraíba, o “socialista” não conseguiu eleger o Prefeito da Capital do Estado em 2012 e 2016.

            No momento tem três candidatos ao Governo, buscando viabilizarem suas postulações. O Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, o de João Pessoa Luciano Cartaxo e o “balão de ensaio” – projeto “solo” – do Governador, que enxerga 2018 no retrovisor de 2008, quando se reelegeu com uma chapa “puro sangue” (PSB).

            O intrigante na política é sua dinâmica, parturiente do inesperado. A disposição do Senador José Maranhão em voltar a governar a Paraíba, jamais foi fato considerado por nenhum dos atuais pré-candidatos. Todos os demais projetos têm riscos de perdas e cisões, permeados por supostas “traições”. Romero, Luciano e Ricardo Coutinho terão que abdicarem do poder e apostar na confiança de quem os substituirá. Ricardo Coutinho além da renúncia corre o risco de ser abandonado – sem mandado e como candidato a Senador – pelos atuais líderes partidários que compõe sua base aliada. Esta gente Buscará vésperas das convenções, espaços nas composições das legendas que lhes garantam seus retornos ao Parlamento. Gratidão tem origem no Cristianismo, ato literalmente desprezado pelo mundo político.

            Senador José Maranhão passa a ser cortejado pelo PSD, PSDB e PSB. Os ventos começam a soprarem em seu favor, até na conjuntura nacional, após o recuo do Procurador Rodrigo Janot e o elogio a ele, dirigido pelo Presidente Michel Temer. Neste aspecto, longe do fantasma da PGR, o Governo recuperar-se-á e irá prestigiar as candidaturas mais próximas do Palácio do Planalto. Senador José Maranhão não tem mais o que fazer em Brasília. Na Paraíba está sua esposa, seus liderados e sua base política, que indiscutivelmente o apoiará numa aventura em 2018. Por outro lado, com a responsabilidade de salvar o PP, o líder do governo Aguinaldo Ribeiro só enxerga um caminho para levar a cabo esta missão: Senado da República. Não importa com quem, ou em qual palanque. Mas, a denúncia da PGR contra o PP, ora sendo investigado, necessita de uma ação política contundente. Fiel Escudeiro do Governo do PMDB, Aguinaldo Ribeiro não titubeará em optar por uma composição com José Maranhão e os Regos, junção que seria do mais inteiro “agrado” do Presidente Michel Temer.

            Quatro candidaturas inviabiliza uma vitória dos socialistas. No segundo turno – se for alcançado pelo candidato do governador – serão dois oponentes derrotados, que se juntarão com o candidato da oposição. A esta altura, Deputados e Senadores já eleitos, estarão na mira do Governo Federal. Este “filme” já foi visto em duas ocasiões e neste mesmo período. Em 2010, foi o saudoso Eduardo Campos. Em 2014, a Presidente Dilma Rousseff, que consagraram as vitórias do Governador Ricardo Coutinho.    

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ROLO COMPRESSOR

            Aceno do Senador José Maranhão (direcionando recado) numa entrevista radiofônica, sobre sua intenção de construir uma “agenda” com o Governador Ricardo Coutinho, sinaliza claramente que aumenta consideravelmente, as dificuldades do pré-candidato tucano Romero Rodrigues, em levar a cabo e com êxito seu projeto de chegar ao Palácio da Redenção.

            Indiscutivelmente Ricardo Coutinho continua crescendo em popularidade e aprovação do seu governo. Enfrentando – como todos os demais Estados da Federação – uma das maiores crises econômicas da história do país, o “socialista” da sequencia a inauguração de obas importantes, nas áreas de influência de Romero Rodrigues. Adutoras na circunvizinhança de Campina Grande. Acrescendo ainda o momento desfavorável que ora vive o tucano, pesquisa realizada na cidade de Patos-Pb apontou 80% de aprovação da gestão de Ricardo Coutinho. Dados divulgados no mesmo dia em que a Câmara Municipal da Capital do Sol – cidade governada por um aliado do Prefeito de Campina Grande – rejeitou propositura de aprovação de um título de cidadania a Romero Rodrigues.

            A união PMDB/PSB/PR/PDT/DEM forma um “rolo compressor” capaz de esmagar o PSDB e PSD que demonstram unidos, porém nos bastidores continuam separados, em função da “cabeça de chapa”. Luciano Cartaxo tem o mesmo sonho e desejo de Romero Rodrigues.

            De qualquer sorte, os “socialistas” não devem comemorar o “aceno” do Senador José Maranhão como uma adesão. Observe-se que na mesma ocasião em que admitiu conversar com Ricardo Coutinho – descartando Luciano Cartaxo – enfatizou mais uma vez que seu nome está à disposição para o Governo do Estado no pleito de 2018. A lógica indica que para o Senador José Maranhão, o nome de João Azevedo ainda é um “balão de ensaio” do PSB.

 Governador Ricardo Coutinho – caso decida ser candidato ao Senado Federal – ficará sob a “guarda” de José Maranhão e seu indiscutível prestígio que desfruta junto ao TJ-PB e TRE-PB, fato comprovado ao longo do tempo. Como nem tudo é um mar de rosas, Ricardo Coutinho atravessará um período crítico, no qual ficará sem mandato e foro privilegiado a partir de 03.04.2018. Exposto por inúmeras ações na Justiça – ambiente que não desfruta muita simpatia – deve temer se tornar “presa” fácil e atacada pelos predadores da Primeira Instância. Esta talvez seja a única razão que leve o “socialista” a desistir do projeto João Azevedo. Senador Raimundo Lira já admite ser o suplente de Ricardo Coutinho, e a vice poderia ficar com o DEM (Efraim Morais). Veneziano Vital do Rego brigaria ao lado de Gervásio Filho e Wilson Santiago pela segunda opção para o Senado ao lado de Ricardo Coutinho. A grande vencedora seria D. Nilda Gondim que se tornaria Senadora da Repúbica por quatro anos.

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NOVOS RUMOS

            A polarização do PSB x PSDB, com vistas às eleições de 2018, vem atrofiando naturalmente o projeto do Prefeito de João Pessoa (Luciano Cartaxo) em disputar a sucessão do Governador Ricardo Coutinho. A mídia, nos últimos quarenta e cinco dias, tem transformado o cenário político estadual numa “rinha” onde só cabem dois “galos”: Romero Rodrigues e Ricardo Coutinho. Caiu no esquecimento Luciano Cartaxo, Prefeito de João Pessoa, sem espaço no “arranca-rabo” travado entre Campina Grande e o inquilino do Palácio da Redenção.

            Neste último prélio – ainda em curso – segurança hídrica para garantir o abastecimento d’água de Campina Grande, Romero Rodrigues posicionou-se melhor. De forma “subliminar” ressuscitou o “bairrismo” e assumiu a posição de principal protagonista na defesa do “Campinismo” histórico. Tema “acidental” elementar, ou inoportuno, que sequer despertou a atenção do Senador Cássio Cunha Lima. Porém, a polêmica ganhou proporções imagináveis, e em cena, só restaram Romero e Ricardo.

            A permanência ou não do Governador no cargo, para assegurar o nível de competitividade de seu candidato Secretário João Azevedo, cria oportunidade para novos postulantes ao Senado da República, na composição das chapas majoritárias. O PSBD, por exemplo, não resistira à pressão do PP que cobrará do Deputado Federal Aguinaldo Ribeiro espaço para ser companheiro (segunda opção) do Senador Cássio Cunha Lima. Impossível perder tamanha oportunidade. Líder do Governo na Câmara, ex-ministro de Estado, homem de total confiança dos Presidentes Michel Temer e Rodrigo Maia. Seu pai estará no comando da PMCG e ainda abre uma vaga para substituí-lo na Câmara.

No PSB, caso Ricardo Coutinho dispute o Senado, sua segunda opção será o Presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba Gervásio Filho. Homem “missão”, ligações históricas (seu pai) desde a primeira gestão de Ricardo Coutinho como Prefeito de João Pessoa, esteve preparado para ser o governador “tampão”, caso Lígia Feliciano não assumisse com a renúncia do titular; desfruta da confiança e admiração de seus pares do Parlamento; conquista o voto suprapartidário como segunda opção das duas, três ou quatro chapas que disputarem o pleito, sendo apoiado pela maioria dos atuais Deputados Estaduais. E na hipótese de Ricardo permanecer com a “caneta” na mão, compor-se com o PMDB, jamais deixaria a sigla de José Maranhão ficar com duas, das três cadeiras do Senado da República. Seu candidato será Gervásio Filho. A Assembleia Legislativa sem o “fundão” – “afundado” ontem nas declarações do Presidente do Senado Eunício Oliveira – terá uma importância extraordinária como “caixa d’água” suplementar no pleito de 2018. Luciano Cartaxo – pelo andar da carruagem – só será candidato se José Maranhão também concorrer. Serão quatro chapas. Uma (governo/situação) garantirá passagem para o segundo turno. A batalha pela segunda vaga seria travada entre PSDB, PMDB e PSB. Preocupante mesmo, que requer cuidados e muita atenção, é a postulação para o retorno do senador Cássio Cunha Lima. Circunstancialmente talvez seja o “Wilson Braga” de 1986 e 1990. Poderá ser “engolido” pelos “Raimundo Lira” representado nas figuras de Aguinaldo Ribeiro e Gervásio Filho. Quadro válido para o momento, como tudo está em “mar de Almirante”

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TERCEIRA FORÇA

            Tentativa ousada do Governador Ricardo Coutinho, em se estabelecer como uma terceira força política no Estado é um desafio nunca conquistado por outrem, nem na Paraíba muito menos nas demais unidades da Federação. Apesar da existência do pluripartidarismo – hoje registrando quarenta legendas – o país politicamente Presidencialista, é bipartidário. Suas disputas para o Poder Executivo são sempre polarizadas entre duas Forças enraizadas nas quase centenárias Oligarquias, ou apoiadas por estas. Nada mudou desde a velha República, tudo se transforma constantemente. O “tronco” ainda é o mesmo, os “galhos” podados é que ganham novas “folhagens”.

            Saudoso Tarcísio Buriti e Wilson Braga bem que lutaram para que se formasse uma terceira força política na Paraíba. Mas, os herdeiros dos Perrepistas e Liberais (anos trinta século passado) os derrotaram. No Rio Grande do Norte, a saudosa Governadora Vilma de Farias foi pioneira em triolhar os mesmos caminhos, percorridos pelo atual governador Ricardo Coutinho. Chegou a Prefeitura de Natal pelas mãos dos Maias. Retornou para um segundo mandato, com o mesmo apoio. Para sua terceira gestão, continuou com os Maias e rachou os Alves. Alcançou o Governo do Estado com apoio dos Mais e dissidentes temporários dos Alves. Na sua reeleição, forçaram-na a enfrentar as duas Oligarquias unidas, causando estremecimento no eleitorado que não entendeu a junção de adversários cinquentenários. Venceu, se notabilizou como uma das melhores gestora do RN, e com popularidade altíssima julgou que finalmente, tinha conseguido se impor como terceira força. Mas, ao renunciar seis meses antes do pleito de 2010 para concorrer ao Senado, lançou seu vice e ambos perderam para Alves e Maias, que permaneceram unidos desde 2006, apararam arestas, e trouxeram os “agregados” – então rebelados – Rosados de Mossoró. Numa segunda tentativa (2014) para o Senado, Vilma é novamente derrotada. Terminou seus dias de vida como Vereadora da Capital Potiguar.

            Qualquer semelhança da ascensão política da saudosa ex-governadora Vilma de Farias (RN), com Ricardo Coutinho, não é mera coincidência. Ricardo Coutinho chegou a PMJP com apoio do PMDB e do Governador José Maranhão. Na sua reeleição, continuou sendo apoiado pelo PMDB. Para se tornar inquilino do Palácio da Redenção foi catapultado pelo ex-governador Cássio Cunha Lima. Na sua recondução, rachou o PMDB. Popularidade em alta, quer indicar um técnico para substituí-lo (2018). Mas, as Oligarquias que pavimentaram os caminhos de sua vida pública, estão dispostas a lançarem candidatos próprios, e isolarem-no. Os velhos Caciques (rivais) podem se unirem, para evitar que a “trigo girassóis” se transforme na “grande nação socialista”.

            Interlocutores (supomos que Nonato Bandeira) têm criado “clima” para um entendimento entre o PMDB (José Maranhão) e o Governador Ricardo Coutinho. Se esta semente germinar, o PSDB (Cunha Lima) entra na disputa (2018) em desvantagem. Luciano Cartaxo ficará sitiado. Ricardo Coutinho continuando com a caneta na mão, e negociando as duas vagas de Senadores e vice com o PMDB, DEM e PR, João Azevedo passa a ter chances reais de disputar e conquistar o governo da Paraíba.      

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MÍDIA E O POVO

Relatamos inúmeras vezes neste espaço, que a classe política – principalmente os senhores legisladores – estão ficando cada vez mais distante do povo. Mas, não está só. Ao seu lado envereda pelos mesmos caminhos a mídia local e estadual, via seu formato “festivo” de cunho bajulatório, insistentemente tentam “dourar a pílula” de personagens anacrônicos, mal formatados para a atualidade, imutavelmente atávicos.

 Vivendo num mundo utópico – apajeado pela radiofonia – políticos paraibanos não perceberam ainda a insatisfação coletiva que se agigantou em todo o país nos últimos três anos, nomeando-os – a exemplo dos demais Estados – responsáveis pela tragédia que aflige o quotidiano e suas sobrevivências. O povo, na busca de seus anseios, encontra-se no meio de um labirinto. Contestando na prática o imortal da Literatura Brasileira José Américo de Almeida (A Bagaceira), perderam-se nos caminhos da volta. Não conseguem mais irem em frente, nem retornarem.

Nas medidas “populistas” após os efeitos da lava-jato (2016), o Congresso Nacional alterou a legislação eleitoral, com propósito de “baratear” custos de campanhas, com vistas às eleições municipais. Ledo engano… Foi bem mais cara que a anterior. Os “minguados” números figuraram apenas nas prestações de contas junto ao TRE. O caixa dois foi usado abusivamente. Prefeitos e Vereadores eleitos estão falidos, endividados e dependurados em bancos e agiotas, sem saber como irão sair deste “atoleiro”. A esperança são as eleições de 2018, com a “festança” de cinco opções de votos de Deputado Estadual a Presidente da República. Pleito que vai quebrar o país.

As centenas de bilhões de reais que saíram dos cofres públicos – segundo investigações e delações da lava-jato – negociadas pela classe política, deixa evidente que nem os cartéis que comandaram a produção e exportação da cocaína Colombiana – era Pablo Escobar – acumularam e lavaram tanto dinheiro, como os políticos brasileiros. Na visão do povão, viciado na venda do voto, candidatos à reeleição são bilionários. E para continuarem ganhando fortunas, gozando de foro privilegiado, precisam do sufrágio a qualquer preço. Procura maior que a oferta trará a hiperinflação eleitoreira.

Recente pesquisa divulgada pelo Instituto IPSOS (Estadão), 94% dos brasileiros não se sentem representados pelos atuais portadores de mandatos. Quer sejam governistas ou oposição. Dos consultados, apenas 38% acreditam na democracia como a melhor forma de governo. Fato que vem ao encontro das últimas declarações da ex-presidente Dilma Rousseff: “o próximo Presidente do Brasil poderá ser um novo Hitler”. Ela mais que ninguém sabe, que todos os modelos experimentados desde a redemocratização não funcionaram. A corrupção continuou crescendo, e a cada eleição, o Congresso perde qualidade na medida em que mandato eletivo se transformou em empreendimento, considerado hoje melhor investimento para acumular fortuna e rapidamente ascender ao “clube dos milionários”. O costume vem de muito longe. Uma das últimas frases de Getúlio Vargas, na noite de seu suposto suicídio, em conversa com Alzirinha sua filha e conselheira, desabafou: “mais de 18 anos como Presidente, nunca ninguém chegou a me pedir pelo Brasil. Sempre me pediram para si, ou seus amigos”.  

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REAÇÕES BRUSCAS

            Com o advento do avanço tecnológico – através da expansão da informática – nas duas últimas décadas, surgiram novos caminhos para informação, livre de domínios ou controle. As “democratas” redes sociais, que passaram a registrar (sem filtros) cenas e acontecimentos ao vivo ou instantaneamente, sepultou a mídia impressa, compromete o futuro da televisão e deixa sobreviver apenas o rádio como aliado. Protagonistas dos meios políticos/partidários – ainda não adaptados a esta “nova era”, estão desnudos e expostos, perplexos com a recriminação de toda população, que estão forçando-os a mudarem de postura, sob pena de serem esquecidos nas urnas.

               Não cabe discussão “estéril”, questionando se o povo está “nivelando” os políticos por cima, ou por baixo. O que ora testemunhamos historicamente, são reações hostis de uma nação até bem recente ordeira, pacíficos, inertes ou alienados as paixões partidárias, sobre as quais surgiram e se ergueram mitos, ao longo de muitas décadas.

            Nos recentes episódios de apupos contra “astros da política” a população tem demonstrado que querem praticamente botar todos no mesmo saco, sem questionar legendas ou histórico de suas ricas biografias. Ícones como o Senador Garibaldi Alves ser vaiado no Aeroporto de Natal – como narramos em artigo recente – era algo inimaginável. Será que motivo é o PMDB? Não, pois ao seu lado vinha sua ferrenha adversária Zenaide Maia – seguidora fiel de Lula e Dilma – e foi igualmente vaiada. Quem saiu nos braços do povo – na ocasião – foi Jair Bolsonaro, vítima de boicote pela grande mídia nacional. Em Fortaleza, na última sexta-feira (04.08.2017) além de vaias, agrediram aos empurrões um Deputado Federal, que começou a ser xingado ainda dentro da aeronave em voo, identificado pelo broche da Câmara dos Deputados em sua lapela. Pelo visto, doravante vão ter que usarem disfarce.

            Dificuldades têm os Parlamentares Cariocas, Paranaense; Catarinenses e Paulistas. Todos estão com medo dos Aeroportos. Curioso é saber, como vão enfrentar em 2018 o povão nas praças, ruas e manifestações. O que farão para amainar esta ira?

            Na Paraíba, sábado (05.08.2017) os blogs registraram revelações invasivas contra o Senador Cássio Cunha Lima em sua passagem pela cidade de Patos-Pb. No Clube Campestre (Campina Grande) num show de Zé Ramalho, locutor anunciou presença do Deputado Federal Rômulo Gouveia e tome vaia. O episódio do Senador Cássio pode ser atribuído ao desencontro: hora e local errado. Observe-se também, o jejum de quase dez anos sem “poder de caneta”. Mas, apupos no Clube Campestre? Lá não tinha ninguém do programa “fome zero”, nem os mal educados membros do MST ou das ONG, e Rômulo Gouveia ser vaiado? Alguém errou se enganou, ou foi enganado. O Deputado ainda não atentou para brusca e radical mudança de comportamento das classes média, média alta e alta, que passaram a responsabilizar o Parlamento Brasileiro como a causa maior da desgraça que ora os angustia. Despreza o anacrônico “clientelismo” dos atuais membros duas Casas Legislativas que compõem o Congresso Nacional, hoje observado e duramente criticado pela população, que os abomina, e passaram a reagir de forma agressiva, sem separar o “homem ser” do “homem função”. Até o Presidenciável Prefeito de São Paulo, João Dória foi vaiado em Salvador e ainda atingido por ovos e tomates podres.

             Continuando isolados e “blindados” no seu mundo “autista” (Poder), a classe política persiste em prosseguir em caminho oposto, distanciando-se a cada dia do povo (eleitores). A maioria dos brasileiros hoje já sabe como funciona o Congresso Nacional, seus poderes e competência para mudar tudo através das Leis. Mas, infelizmente seus componentes, ao invés de ouvir a voz das ruas e olharem o semblante de sofrimento da nação, se limitam em sua hipertrofia egoísta a enxergarem apenas seus projetos pessoais, ou o próprio umbigo.

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FADIGA

            A Câmara dos Deputados atestou mais uma vez na extenuante sessão do dia 02.08.2017, existência de um fosso profundo, que hoje separa perigosamente o Parlamento Brasileiro de sua população. Por mais de doze horas, emissoras de televisão transmitiram ao vivo a votação que acataria ou não, denuncia do Procurador Geral da República contra o Presidente Michel Temer, acusado de corrupção passiva, segundo delação premiada (sortuda e suspeita) do réu confesso e impune (ladrão) Joesley Batista.

            Desta vez, o povo – aqueles que ainda acreditavam na lucidez cívica dos políticos – se mostrou cansado e iluso. Não foram mais às ruas. Ninguém quis invadir o Congresso. Nas rodovias federais, só meia dúzia de militantes do MST. Em São Paulo, Sindicatos e suas Centrais não conseguiram mobilizar mil pessoas na Avenida Paulista.

Este episódio deveria ser seriamente interpretado – pelos poucos cidadãos que ainda têm bom senso e compõem a classe política – como a mais completa descredibilidade dos Poderes Legislativo, Executivo, resvalando para o Judiciário. Ministério Público Federal? Ficou de “calças curtas”, comprovando a existência de denuncismos aleatórios (mostrar serviço) feitos com o propósito bastardo de justificarem seus altos salários e mordomias – ora exigindo 16% de aumento, tendo recebido 17% ano passado – num país onde dezenas de milhões de trabalhadores percebem salário mínimo, ano vindouro reajustado em apenas 6,47%.

Para o Presidente Michel Temer, profundo conhecedor da Câmara dos Deputados, tudo não passou de mais uma chantagem oportunista, praticada por um parlamento eivado em vícios contumazes e recorrentes, cujo preço teria que ser pago sob pena dele ser “apeado” do poder de forma desmoralizante, e rotulado como corrupto. Centenas de milhões de reais foram gastos com Deputados – governistas e oposicionistas – através da liberação das famigeradas “emendas parlamentares”.

A repercussão foi pífia. Não houve “buzinaço” nem “panelaço” quando o Presidente da República usou oficialmente a televisão, após o resultado da votação. Mesmo com a cobertura “aloprada” da Rede Globo, através de seus canais aberto e fechado, ficou patente aquilo que as pesquisas revelam: 93% da população rejeitam o governo Temer. Todavia, 94% não acreditam no Congresso Nacional e 97% desprezam os partidos políticos. Neste caso, o espetáculo foi bom para quem? Ruim mesmo tem sido para Rede Globo, que perde a cada dia mais audiência, insistindo com temas desprezados pelos telespectadores. Pior ainda para a OAB, por se imiscuir em “politicagem”, comprometendo sua imagem, tomando partido num jogo de cartas marcadas. Se a oposição quisesse mesmo obstruir o processo e acuar o Presidente, não teria ido conferir 227 votos contra, e duas abstenções. Acompanhariam os 20 ausentes. O quorum recomendado pelo SRF (342) teria impedido realização da sessão. Mas, a encenação estava combinada…  Por outro lado, se os Deputados Federais são legítimos representantes do povo – eleitos pela população – Presidente Michel Temer ao obter 263 votos dos 492 presentes, alcançou aprovação de 53,4% do eleitorado brasileiro. Execrou comportamento glamouroso e “ciclotímico” do Ministério Público Federal.  

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RETROVISOR

            Acelerando “fundo”, o Prefeito Romero Rodrigues continua buscando a “pole position” no grid de largada das eleições 2018, batendo recordes sobre seus concorrentes, alguns já na pista. Entretanto, o comandante da equipe tucana Senador Cássio Cunha Lima, em entrevista ontem (01/08/2017) advertiu o piloto mostrando-lhes o “retrovisor”, alegando que para chegar ao pódio, às chances se resumem num único carro de sua equipe. É impossível levar dois dos três primeiros lugares, com “motor” produzido pela mesma escuderia (alianças).

            O tom desta vez se elevou mais um pouco, pondo em cheque a pré-candidatura de Romero Rodrigues. Senador Cássio Cunha Lima ameaçou não disputar sua reeleição, caso o Prefeito de Campina Grande seja candidato a Governador (?). O poder de renúncia é algo muito forte, excêntrico ou “inusitado” no mundo político/partidário. No Brasil, por livre e espontânea vontade – no século XX – só têm-se um registro: Jânio Quadros que abdicou da Presidência da República seis meses após ser eleito. Senador Cássio Cunha Lima – apesar do tropeço irrefletido há quarenta dias quando alardeou a queda do Presidente Michel Temer em uma semana – vive o melhor momento da sua carreira política. Vice-presidente do Senado da República, bastante fortalecido dentro do PSDB pela ala que defende o afastamento de Aécio Neves do comando da legenda, ocupa espaço respeitoso na grande mídia nacional… Deixar tudo isto, para fazer o que? Futuro Ministro de Estado? As chances de o seu partido eleger o próximo Presidente ainda são remotas. Desde os 21 anos que o Senador não conhece outra atividade, senão uma luta permanente na política/partidária, batalha travada cada quatro anos, para conquistar um mandato. Seria uma compulsória voluntária e precoce?

            Lembrou o Senador em sua fala, que o Prefeito Romero Rodrigues segue a mesma trilha já percorrida por seu pai – ex-governador Ronaldo Cunha Lima – e por ele próprio. Todavia, esqueceu-se de mencionar que nas eleições de 1990, as dificuldades de Ronaldo Cunha Lima foram bem maiores, pelo estigma que desfrutava sua legenda na ocasião. Esperava-se o “ocaso” do PMDB, semelhante ao do PDS. Quanto ao desafio ousado do ex-prefeito de Campina Grande (Cássio) enfrentar o candidato de José Maranhão (2002) houve uma decisão importante do poeta, admitindo descer do Senado para a Câmara dos Deputados. E, oferecer sua vaga para ser disputada pela dupla Efraim Morais e Wilson Braga. Este “desfalque” (PFL) na composição da chapa Maranhista, foi seguido por outro erro mais desastroso ainda. Uma chapa Partidária. Roberto Paulino, Gervásio Maia; José Maranhão e Tarsísio Buriti. Todos do PMDB. Dos três, só escapou – José Maranhão – que já tinha sua vaga assegurada, graças a brilhante gestão que vinha realizando praticamente por oito anos, como Governador do Estado. Talvez este fato rememorado, seja o “retrovisor” do Senador Cássio Cunha Lima, que não enxerga no momento o pleito de 2018, através do “para-brisas” de Romero Rodrigues.

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ESPAÇOS

            Obstinado Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, tem acelerado o ritmo de sua campanha como pré-candidato ao Governo do Estado, esquecendo que a modalidade da disputa é estilo “maratona”, e não cem metros rasos. No seu encalço, Luciano Cartaxo, Governador Ricardo Coutinho com um provável candidato (pessoal); o PMDB de José Maranhão; e talvez um elemento surpresa (outsider), que poderá surgir ano vindouro, fruto das futuras etapas da Lava-jato, que sempre leva um quinhão da classe política nas delações dos implicados quando presos após investigações.

            Causa surpresa – até estranheza – para aqueles que conheceram os primeiros passos da vida pública do Prefeito Romero Rodrigues, mudança brusca e repentina em sua disciplina hierárquica no grupo que o projetou, clã Cunha Lima. Tem enfrentado o Senador Cássio e trombado com o Presidente de seu partido, ex-deputado federal Rui Carneiro, que apenas luta por “espaços” na chapa, da legenda que Preside, haja vistas a absoluta falta de redutos que lhes assegure seu retorno a Câmara dos Deputados.

            Matérias postadas nos portais de notícias trazem declarações do Senador Cássio Cunha Lima, admitindo até uma provável desistência de retornar ao Senado Federal, em respeito à viabilização da postulação de Romero Rodrigues. O fato revela que o Senador tucano não está mais “puxando” o grupo, está sendo “empurrado” pelo mesmo, sobre pena de ser atropelado, pisoteado ou simplesmente deixado para trás. Lamentável… Que falta está fazendo o poeta…

            Na mesa do jantar dos Cunha Lima, alguém tem que assumir a “cabaceira”, e por ordem na refeição. Tem pouco pão, e todos gritam. Porém, ninguém tem razão. Como celebrar alianças com demais legendas, se é inegociável a vaga de Governador (Romero), Senado (Cássio); Deputado Federal (Pedro); Deputados Estaduais Tovar; Bruno; Arthur Filho. Adicionem-se os “agregados” Rômulo Gouveia; Manoel Ludgério; provavelmente um retono de Eva Gouveia a ALPB. Quem dará sustentação a todo este projeto será o PP, através do vice-prefeito Enivaldo Ribeiro, que lutará pela recondução do Deputado Federal Aguinaldo Ribeiro – Líder do Governo Federal na Câmara dos Deputados – e sua irmã Daniela Ribeiro (Deputada Estadual).

            Concorrentes de Romero Rodrigues tem uma família bem menor. Senador José Maranhão, dois sobrinhos, um Deputado Federal e uma Deputada Estadual. Luciano Cartaxo, provavelmente só seu irmão Lucélio. Ricardo Coutinho só ele mesmo, e sempre foi assim, está no seu segundo mandato de governador, e ainda não conseguiu eleger um Deputado Federal de sua predileção.

            Como ensina o adágio popular, “em tempos de pouca farinha, primeiro o meu pirão”, os atuais Deputados Federais e Estaduais que lutarão para se reelegerem, buscarão se abrigar numa chapa que lhes assegurem mais chances. Se a reforma eleitoral extinguir as coligações proporcionais, em Janeiro poderemos ter um quadro absolutamente distinto, deste que se desenha no momento.  

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NEY SUASSUNA

            O provável retorno do Senador Ney Suassuna às disputas eleitorais na Paraíba – anunciada para ano vindouro (2018) – meche em todo cenário atual, descaracterizando projeções sobre as chapas majoritárias, em curso de negociações ou “acomodações”.

            O regresso de Ney e sua pretensão de ser companheiro de chapa do Governador Ricardo Coutinho para o Senado Federal – como segunda opção – abala os alicerceis da dissidência do PMDB-PB comandada pelo vice-prefeito Manoel Júnior, ora “costurando” união de Romero Rodrigues/Luciano Cartaxo. Romero, como pré-candidato ao Governo tem avançado, conquistando “direito de preferência” de 70 Prefeitos espalhados pelas mais diversas regiões do Estado. Mas, surge este fato novo…

            Ontem (24.07.2017) o ex-prefeito de Campina Grande Veneziano Vital do Rego, postou nas redes sociais sua “indisposição” em compor qualquer chapa majoritária com vistas ao pleito do ano vindouro. Trabalhará para retornar a Câmara dos Deputados. Acontecimento especulativo que não passa despercebido pela crônica política, por Veneziano ser aliado do Governador Ricardo Coutinho, e se alimentava do sonho de ser candidato a sua sucessão, com seu apoio. Porém, sua mãe, Nilda Gondim, “coincidentemente” é Suplente do Cacique Mor do PMDB-PB José Maranhão, que pode ser candidato ao governo, sem perder seu atual mandato.  O que faltava para que Ricardo Coutinho e José Maranhão se aproximassem, e juntos formassem uma chapa com vistas a 2018, era um elemento “catalisador”: Ney Suassuna. Dispensa-se rememorar sua ousadia e determinação revelada quando esteve no Senado da República, conseguindo inclusive viabilizar sua estada como Ministro da Integração Nacional.

           O Senador José Maranhão é uma das grandes reservas históricas do PMDB nacional. Já foi Presidente do OGU (Orçamento Geral da União), da CCJ do Senado, onde se destacou no cruciante momento do impeachment da Presidente Dilma Rousseff. Governou a Paraíba por três vezes; tem provado lealdade e fidelidade a legenda, mas, nunca foi aceito pelos líderes Renan Calheiros e Romero Jucá. Não que lhes falte capacidade, lhes sobra honestidade e sinceridade, requisitos que impedem seu acesso a este “núcleo”. É injustificável terem posto em seu lugar, para liderar O PMDB do Senado, um suplente em exercício desprovido de apoio popular e votos: Raimundo Lira. Este gesto, de uma grosseria imensurável, talvez tenha desencantado José Maranhão com o PMDB do Senado, ensejando uma tentativa de voltar ao Palácio da Redenção.

            Se o temor do governador Ricardo Coutinho assentar-se na preocupação do esfacelamento de suas bases, e descontinuidade de seus programas, este pré-requisito qualifica Maranhão. Em seu currículo partidário, não existe registros de traições. Quanto a Ney Suassuna – excelente calculador de riscos – deve ter observado que nos dois últimos pleitos majoritários na Paraíba, Ricardo Coutinho foi campeão de votos. E, com a gestão equilibrada que vem realizando, poderá “estourar” nas urnas, com Maranhão para o governo e Ney sendo “puxado” pelos dois para o Senado. Esta eventual possibilidade, se materializada, indiscutivelmente ameaçará a renovação do mandato do Senador Cássio Cunha Lima, que nesta conjuntura, pode reinterpretar o papel do ex-governador Wilson Braga (eleições 1986) quando “sobrou na curva” com a chapa fechada Buriti e Humberto, puxando Raimundo Lira.  

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IMPOSIÇÃO

            A pressão do Governo Federal para cumprir a “meta fiscal” – mecanismo garantidor do pagamento em torno de 500 bilhões de juros e serviços da dívida – exercício financeiro (2017) foi transferida para o contribuinte através de aumento dos impostos por decretos, que dispensam aprovação do Congresso Nacional.

            O alarde sobre o novo preço dos combustíveis e o contingenciamento (suspensão temporária ou definitiva) das transferências de recursos aprovados na lei orçamentária ora em execução, deixa claro que o único programa de governo que existe no país é o pagamento dos juros da dívida, ação que beneficia no máximo uma dúzia de pessoas ou instituições (Bancos, Bolsas e financeiras nacionais e internacionais).

            Cada vez mais se distanciando do povo, o Parlamento Brasileiro silencia. Não se sabe se é por ignorância, ou cumplicidade. Deixa de debater abertamente e de modo pedagógico, o montante de nossa dívida, oportunidade de fazerem uma auditoria sobre sua composição; investigação da sua origem; razões que nos fazem aceitar a imposição para contribuir com a maior carga tributária do planeta; fator gerado das consequências diretas que provocaram a falência dos serviços essenciais do “sistema público” garantidos Constitucionalmente como segurança, saúde e educação. Faltam perspectivas que nos aponte saídas, para o labirinto onde ora estão perdidos 210 milhões de cidadãos.

            Por que o Presidente Michel Temer não discordou de sua equipe econômica, e ao invés de aumentar o preço dos combustíveis – atinge toda a população – sobretaxou com justiça o único setor que vem obtendo lucros bilionários, independentemente de que haja crise ou não no Brasil, que são os Bancos, Bolsas de Valores e Financeiras?

            Ministro Henrique Meirelles se pronuncia com “certezas determinantes”, jamais vista em outras economias do planeta (todas com resultados flutuantes) assegurando cumprimento da “meta” da inflação (abaixo de 4,5%) e “fiscal”, igualmente com o pagamento dos juros, acrescidos de déficit 139 bilhões de reais. Dívida “rolada” 2018.

            No tocante a inflação ele (Henrique Meirelles) tem o controle via Banco Central do Brasil. A diretoria é composta por representantes dos grandes conglomerados financeiros do país, e ou indicados do capital especulativo do exterior. O Governo Federal, desde a gestão FHC o tornou “independente”. Deram à chave do galinheiro as raposas. Dia após dia, o meio circulante (dinheiro) está minorando. Os reflexos da depressão econômica é a clarividente “deflação” que vem se instalando, e vai se ampliar nos próximos meses. Para aqueles que pensam que o aumento de impostos implicará na disparada de preços de produtos e serviços, estão equivocados. Comércio, Indústria e Serviços estão baixando preços, cortando lucros ou simplesmente “queimando” suas reservas de créditos para manterem suas portar abertas. O povo, que não dispõe mais de dinheiro, não compra. A alternativa é a baixar os preços, para pagar salários, empréstimos e juros. Rota que leva a queda nas arrecadações, mergulhando a economia num ciclo de desordem, paralisando gradualmente a produção e culminando no desabastecimento. Algo semelhante ao que estão vivendo os Venezuelanos. Trocar o Presidente não é a solução. O seu substituto assumirá com as mesmas “algemas” de seus antecessores e, tentará se segurar no cargo, com as práticas e retóricas de sempre.

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CUSTO DENUNCIA

            Gravidade das crises, provocadas pelo denuncismo aleatório que foi transformado “linha de produção” atingem a economia, política; expandi a violência urbana/civil agregada ao vandalismo; arraiga a desinformação ensejando a manipulação exacerbada das massas; mergulha a nação numa conjuntura desastrosa geradora de multi-instabilidades que assola o país culminando na destruição da célula formadora da sociedade: a família. Em tempos de paz, sem guerras, revoluções ou revoltas civis.

            O desaparecimento ininterrupto de bons formadores de opinião, que através da mídia “didaticamente” instruíam o povo, cobrando do Estado – via os três poderes – seriedade empenho e transparência em seus atos, não teve renovação em seus quadros, baixaram o nível da informação, transformando jornalistas em “plantonistas” do sensacionalismo. Retroagimos a era Samuel Wainer. Matérias (jornalísticas) que mereciam aprofundamentos esclarecedores e até investigativos, têm se limitado a categoria de “destaques”, ou fato “perecível”, obscurecendo origens e antecedentes, desprezando sequências, deixando o tema abordado despidos fundamentos criando verdades duvidosas. A ignorância coletiva permeia o Brasil, avançando em e ritmo acelerado comprometeu o futuro das três últimas gerações.

            Em meio ao caos vivido nos dias que antecederam votação da CCJ da Câmara e sua discussão sobre a admissibilidade da denuncia de corrupção passiva patrocinada pela PGR contra o Presidente Michel Temer – o primeiro mandatário do país estava em viagem para o encontro do G-20 na Alemanha – evento anacrônico de um grupo que surgiu com um propósito de rebeldia as espoliações centenárias do grande capital internacional, barrando o crescimento dos países em desenvolvimento. Hoje o G-20 é estéril, não produz mais nada depois da globalização. A reunião tem caráter solene, formal, ou turístico. O planeta – pós-globalização, só tem o G-1 (EUA).

            Acompanhou o Presidente Michel Temer, no passeio do G-20 seu tutor Ministro Henrique Meireles, que em entrevista concedida na Alemanha a imprensa internacional, garantiu com autoridade, como Presidente de fato: “independente da crise política, investigações e seus desfechos, a meta fiscal será cumprida com a inflação abaixo de 4% e crescimento do PIB de 0,50%”. Segundo o Primeiro Ministro do nosso contraditório sistema Presidencialista – guardião do nosso ouro – a recessão acabou (?). Paradoxalmente o desemprego continua em alta, o meio circulante (dinheiro) está ficando mais escasso que ano passado; créditos sendo cortados; nenhum programa de investimento em vistas; quedas constantes na arrecadação quebrando Governos dos Estados e Municípios. A ordem é vender mais ativos da União, promover mais privatizações – leiloando o restante dos aeroportos e poços da Petrobras – autoriza o saque do FGTS e amplia a repatriação de recursos criminalmente desviados do país, hoje de volta pagando apenas uma multa. O Brasil já não mais nos pertence. Mais de 10% do PIB são destinados ao “serviço da dívida”. Que dívida é esta? Como foi originada? Quem fiscaliza sua legalidade? Por que não denunciam a existência de anatocismo (cobrança de juros sobre os juros)? Isto seria papel do Congresso Nacional, se estivesse em favor do povo brasileiro, e não clientelisticamente em seu benefício próprio. Por que não investigam de forma sistemática a sangria provoca pelos juros extorsivos pagos pelo contribuinte – através da dívida do Governo – e de modo direto via cidadão comum, quer seja empreendedor ou pessoa física? STF, STJ nunca julgaram uma ação condenatória punindo o perverso sistema bancário do país, onde são cobrados os juros mais caros e absurdos do mundo.  

            Como se não bastasse o assalto continuo e ininterrupto dos banqueiros cobrando juros de uma dívida que não se sabe como, e nem por quem foi contraída, ainda vem a Procuradoria Geral da República e o Ministro Edson Fachin provocarem mais uma hemorragia atemporal e sem precedentes no hemofílico erário público, com uma denuncia de corrupção passiva contra o Presidente da República. Será que ambos têm dimensão do quanto custou – e ainda vai custar ao povo brasileiro – denuncias e prisões ou conduções coercitivas estilo hollywoodianas? Cada Deputado Federal arrancou oito milhões de reais de suas emendas individuais que estavam “contingenciadas”. Além de liberações de emendas coletivas. Cerca de 15 bilhões de reais desceram pelo “ralo” na primeira votação (CCJ). Ainda tem a segunda, no Plenário, onde talvez o valor seja dobrado, para os atuais Parlamentares garantirem suas reeleições.

            A maioria dos serviços essenciais destinados à população, garantidos pela Constituição, está paralisando com o “enxugamento” do meio circulante (dinheiro). O Compromisso do Ministro Henrique Meireles é segurar a chave do cofre, cumprir a “meta fiscal”, garantir que nossos algozes (duvidosos credores) recebem seus juros remuneratórios em dia. Este ano até junho, mais de 400 bilhões. No ano de 2015, foram pagos 530 bilhões de juros, correspondente a cinco vezes o que o Governo investiu em Educação, do ensino fundamental as Universidades. 2016 o montante alcançou 407 bilhões, quatro vezes o orçamento da Educação. Por que a mídia não faz uma ampla campanha, encurralando Congresso e Governo para explicar esta roubalheira? Se um dia o país inverter esta ordem, pagar 100 bilhões de juros e investir 400 em educação teremos a esperança de um futuro promissor para os nossos netos.

            Talvez acordem (um dia) quando a falta de receitas atingir os salários e manutenção dos Poderes Judiciário, Legislativo e Ministério Público. E para não passarem fome, seu integrantes dependam da generosidade da população, com doações de cestas básicas, cenas tristes vividas pelos funcionários públicos do Rio de Janeiro neste último final de semana.  

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AS FLECHAS DE JANOT

            Em sua última aparição festiva, o Procurador Geral da República Rodrigo Janot participou de um evento onde estavam presentes os protagonistas da grande mídia nacional, ocasião em que foi entrevistado pela Jornalista Renata Loprete (Globo News), que indagou sobre seus últimos atos, antes da posse de sua sucessora Raquel Dodge, com quem tem uma animosidade funcional acerca do funcionamento da Instituição.

            A resposta deixou os presentes perplexos: “enquanto houver bambu, haverá flechas”. Palavras proferidas num tom “Jihadista”, revelando sua mais completa aversão à classe política – democraticamente eleita pelo voto – porém “satanizada” pelo titular da PGR, que raciocina (pelo que proferiu) como o Estado Islâmico em sua rude e cruel perseguição aos Cristãos.

            Pelo que entendemos Rodrigo Janot agindo com desprezo e revanchismo, irá limpar suas gavetas e prateleiras (Bamburral), atirando suas flechas aleatoriamente em todas as direções, sem antes examinar a fragilidade das denúncias, cuja maioria está repleta de conteúdos capciosos. Poucos, ou talvez quase nenhum dos atuais Congressistas, estejam protegidos com escudos adequados para escaparem desta “chuva de flechas”. E, como serão lançadas em todas as direções, Governadores dos Estados, Prefeitos; Deputados Estaduais; o próprio Ministério Público, sem contar com uma grande surpresa, hoje temor do Poder Judiciário, que poderá ter sua “caixa preta” aberta.

            Um destes dardos de Janot atingiu em cheio o Deputado Federal Rômulo Gouveia (PSD-PB) ação penal da PGR 952/PB datada de 1 de fevereiro de 2017. Na denuncia oferecida ao STF – já em mãos do relator – que aguarda apenas a ordem do dia, o Deputado Federal Rômulo Gouveia será julgado ironicamente pelo tão estimado foro privilegiado. A PGR foi implacável, pede condenação e prisão por improbidade administrativa – supostamente praticada pelo “gordinho” – em processos licitatórios quando Presidiu a ALPB por dois mandatos consecutivos, ou quatro anos.

            Além do constrangimento causado pela ação penal – danifica sua imagem parlamentar até então bem preservada – o ferimento pode deixá-lo fora de combate por algum tempo, caso venha ser condenado pelo STF, fato que o tornará inelegível para o pleito de 2018. Não existe outra instância que possa salvá-lo “liminarmente” para concorrer, aguardando a decisão do mérito.

            A especulada condenação de Rômulo Gouveia muda literalmente o quadro das disputas no Estado, criando oportunidades para os atuais e futuros concorrentes invadirem e ratearem suas bases, trazendo subsequentemente o enfraquecimento da causa que vinha patrocinando (Romero Rodrigues Governador). Luciano Cartaxo herdará o comando da legenda, e tomará a decisão que lhes convier, inclusive aliando-se a Ricardo Coutinho.

            As Assembleias Legislativas já vinham sendo alvo do Ministério Público há quase uma década, desde o escândalo do Estado de Rondônia. Rio Grande do Norte está no olho do furacão, Minas Gerais… Até a Câmara Distrital de Brasília. Mas, as investigações vinham se desenvolvendo de modo cauteloso, sem alardes e na busca de “materialidade” concreta para solidificar as denuncias. O que não se esperava era a “despedida” de Janot. Temos a convicção que muitos dos ex-presidentes do Poder Legislativo dos demais Estados estão desfrutando o mesmo desconforto, que ora deve perturbar o Deputado Federal Rômulo Gouveia. Porém, apenas o “gordinho”, tinha brilho e espaço na esplanada dos Ministérios. Braço direito de Gilberto Kassab, membro respeitado na cúpula do partido, Rômulo pode ter sido vítima da “exposição” em função de sua aproximação com o ex-prefeito paulista, também investigado com desprezo por Janot, e só Deus sabe o tempo de cadeia que a PGR pedirá para ele.

            A grande maioria dos amigos de Rômulo – mais próximos – está em estado de choque com a notícia. Os demais ignoram o fato, alegando que o gordinho “muito abraça, mas, pouco aperta”. Todavia, a maioria de seus (supostos) aliados, e adversários está no mínimo satisfeitos e torcendo por uma condenação que o deixe fora das eleições de 2018. Já começaram a descaracteriza-lo como “vítima”, que mereça reparação. Traduzindo: não aceitam sua esposa Eva em seu lugar. Os Regos, Cássio Cunha Lima; Ricardo Coutinho; Raimundo Lira; José Maranhão e Luciano Cartaxo têm motivos para celebrarem este nefasto evento, caso ocorra o pior, sua condenação.

            Com apoio de quase 70 Prefeitos, Romero Rodrigues vê engessada – pelo menos por enquanto – sua postulação ao Governo do Estado, com o apoio de Luciano Cartaxo. A “carta na manga” era Rômulo Gouveia e o PSD. Caso o PSDB sinalizasse que não endossaria seu projeto, Romero desembarcaria em setembro próximo do “ninho tucano” e ingressaria no PSD como Presidente do Diretório Regional (PB). Situação que deixaria Luciano Cartaxo encalacrado, e com seu destino nas mãos da dupla Rômulo/Romero.                  

            Segundo adágio popular, “todos os caminhos levam a Roma”. Aqui na “pequenina” (Paraíba) até os imprevistos contribuem para mais um enfrentamento Cássio Cunha Lima x Ricardo Coutinho. Não importa a posição de candidatos, em suas respectivas chapas. Mas, os dois Generais que se enfrentarão, têm currículos para o combate. São os únicos que ultrapassaram a barreira de mais de um milhão de votos em duas eleições seguidas (2010/2014). Quanto ao “gordinho”? A fé é imortal.

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 DESFECHO INEVITÁVEL

O racha no PSDB capitaneado pelo Senador Tasso Jereissati, e tendo como porta-voz o vice-presidente do Senado Cássio Cunha Lima, remete o país a mais um quadro de crise – desta feita sem saídas legal a não ser rasgando a Constituição Federal – já totalmente desfigurada com mais de 112 emendas enxertadas em seu texto original (1988), tendo em tramitação mais de 300 PEC, e com mais de 1.200 proposituras de alterações em seus artigos. Não temos mais democracia. A legislação é vulnerável e mutante em função das circunstâncias momentâneas. Não se constrói nem se governa uma nação, com Leis que mudam a todo instante, sem programas inalteráveis e definitivos que se consolidem em longo prazo. Os Poderes estão totalmente divididos, se imiscuindo nas prerrogativas dos demais. Existe gravidade mais excêntrica, e sem precedentes na história, que a “Judicialização” do Poder Legislativo? Como é possível o Judiciário ditar regras, aceitar ou não, modificar via entendimentos ou decisões as Leis elaboradas pelo Poder que elabora as leis e existe só para esta função?

Quando o vice-presidente do Senado (Cássio Cunha Lima) em entrevista ontem (07.07.2017) a Gerson Camarotti – Globo News – se posicionou em defesa do afastamento do Presidente Michel Temer, argumentando que ficará ao lado dos Soldados da Infantaria (Deputados Federais), e não seguirá a orientação dos Generais (Senadores e Direção do PSDB) abriu espaço para que uma sublevação anárquica se instalasse na Câmara dos Deputados, ressuscitando o “centrão” e sua picaretagem extorsiva que corrói Orçamento da União e compromete todos os programas do Poder Executivo. Foi este “centrão” que segurou Lula no mensalão, que sustentou Dilma após sua eleição (2010) e que a destituiu via impeachment, quando não pode mais pagar o preço exigidos pelos insaciáveis “chacais”, nos dois momentos de votação. Assaltaram o tesouro da nação na seção de “encaminhamento do voto”. Sem mais dinheiro para pagar o dobro na votação Plenária, ele viu na TV aqueles que tiveram em Palácio e jurou fidelidade, derrotá-la.

O Poder tem formato piramidal. E em se tratando de política, a coerência é fundamental para construir a biografia de um líder. O Senador Tasso Jereissati – um dos “caronistas” do Plano Cruzado e do dinheiro dos contra da Nicarágua (eleições 1986), elegeu-se surpreendentemente Governador do Ceará. Quando o PMDB caiu em desgraça, após a falência do Plano Cruzado, foi um dos primeiros a abandonar seu “criador” José Sarney e fundar um partido (PSDB), para não arcar com o ônus da deterioração de sua legenda.

Agindo de forma inversa, o poeta Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB) foi o único a aceitar o desafio ser candidato a Governador da Paraíba (1990) após o desastre do Cruzado e o desgaste do Governador eleito em 1986 por seu partido, Tarcísio Buriti. Humberto Lucena que sonhava ser Governador e não teria o menor prejuízo se fosse candidato em 1990, deixou a oportunidade passar e empurrou Ronaldo na “fogueira”. A história registra: em 1986, o PMDB elegeu 22 dos 23 Governadores dos Estados (na época). 38 dos 47 Senadores (incluindo-se pela primeira vez o Distrito Federal com três Senadores). Quatro anos depois, com a nova Constituição que criou três Estados e cargo de Governador para o DF, o PMDB elegeu apenas sete Governadores, coincidentemente os mais coerentes com a história do partido. Ronaldo Cunha Lima (OB), Gilberto Mestrinho (AM); Iris Resende (GO); Moisés Avelino (TO); Jader Barbalho (PA); Roberto Requião (PR) e Luís Antônio Fleury (SP).

Ronaldo Cunha Lima nunca se insurgiu contra “diretivas” de sua sigla. Sabia que seu momento de 1986 estava sendo usurpado por Humberto Lucena, preferindo atrair um adversário, desprezando a “resistência histórica” da casa. Curvou-se a decisão como Oficial Subalterno, obedecendo ao Estado Maior composto pelos “Generais”. Não trocou de legenda e como bom combatente, foi para o “Campo da Honra”.

A manobra de Jereissati (que já presidiu o PSDB antes de ser derrotado pelos irmãos Gomes) era antevista desde o surgimento dos primeiros rumores que envolvia Aécio Neves com a lava-jato. Comentaristas políticos da Rede Globo alimentaram a ideia de Tasso ser o Presidente, escolhido por eleições indiretas no Congresso Nacional. Vinha ocorrendo tudo do modo planejado. Denuncia contra Temer pela PGR, “cochilo” proposital ou não do STF, inventando um rito de enviar para Câmara, um pedido de autorização para investigação de um Presidente da República através de decisão monocrática, e não plenária da Suprema Corte… Por quê?

Presidente da Câmara Rodrigo Maia não resistiu o “canto da sereia” e pensando como Jereissati (traição) admite participar da trama, para ficar por seis meses como Presidente da Repúbica, na intenção de se fortalecer e eleger-se indiretamente, o que lhes dá o direito a reeleição. Como todos traem todos, entrou em cena ontem, o ex-presidente Eduardo Cunha – mentor de toda a crise de demolirá a democracia – que já avisou: em sua delação arrastará Temer, Rodrigo Maia e Eunício Oliveira. O mar de lama transbordará.

Para quem está preso, vendo todos seus colegas no quotidiano do “festivo Parlamento brasileiro”, e ele, grande artífice de todo o projeto de derrubada do PT, receber como recompensa a cadeia? Basta lembrar que o acontecido com Eduardo Cunha, foi o mesmo que ocorreu com Aécio Neves. Mas, o Senador Mineiro soltou sua irmã, assumiu o Senado sem nenhuma restrição, graças ao Ministro Marco Aurélio de Mello, reformar uma decisão de um de seus pares. E por que Cunha não teve este mesmo tratamento? Foi afastado do mandato de Deputado, da Presidência da Câmara, e depois encarcerado. Segundo Advogados de Cunha, Temer pôs Rocha Loures na rua. Por que Cunha não o acompanhou? Rodrigo Maia, que o sucedeu com seu apoio, nada fez para ajudá-lo no Plenário, evitando sua cassação. Agora, a regra vale para todos. Caso Temer venha ser afastado depois da denuncia de Eduardo Cunha, quem assumirá a Presidência da República? Na linha de sucessão e sem denuncias, só a Ministra Carmem Lúcia, que poderá enveredar por um ato institucional e antecipar as eleições diretas para dezembro deste ano. Se isto acontecer é o Juízo Final: Ninguém escapará incólume.

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RECRUDESCIMENTO DA CRISE

            O recado deixado pelo Senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), em sua entrevista após o apagar das fogueiras do maior São João do Mundo – criticando o TSE e o Presidente Michel Temer, que sob seu prisma governa apenas para 200 Deputados Federais – na tentativa desesperada de evitar que a Câmara acate a denuncia do Procurador Geral da República, que o acusa de corrupção passiva, ficou claro ontem (06.07.2017) que se trata de um movimento orquestrado (motim). Querem “arrebatar” a todo custo o comando do Governo, em troca do apoio para permanência de Michel Temer, que ficará no cargo como “Rainha da Inglaterra”. FHC já tinha insinuado, através da mídia, que aconselharia o partido desembarcar do governo. O apoio tucano permaneceria, porém, se restringiria as votações das reformas.

            As palavras de Cássio Cunha Lima foram endossadas pelo Presidente Interino de sua legenda, Senador Tasso Jereissati, admitindo coincidentemente ontem (06.07.2017) nas entrelinhas de uma coletiva com a imprensa, que o Deputado Rodrigo Maia – Presidente da Câmara – estaria mais preparado para promover as reformas necessárias exigidas para a retomada do crescimento econômico, como as leis trabalhistas e um novo sistema previdenciário.

            Presidente Michel Temer resolveu de ultima hora, “descancelar” viagem para a Alemanha, encontro do G-20. Entregou o comando da nação ao Presidente do Senado Eunício Oliveira, em função da ausência do Presidente da Câmara Dos Deputados Rodrigo Maia, em visita a Argentina (?). De Buenos Aires, Rodrigo Maia em entrevista a imprensa local, admitiu pela primeira vez, que a denúncia contra o Presidente Michel Temer é grave, complicada, mas, como aliado e amigo, tentará defendê-lo. Será?

            Enquanto alguns tucanos batem em revoadas aleatórias, desmanchando seu “ninho”, e sabotando o governo que apoia, o DEM – partido do Presidente da Câmara Rodrigo Maia – se alinha no discurso do insuspeito Senador Ronaldo Caiado, que argumenta de forma inconteste o afastamento de Michel Temer, alegando que ele vive hoje, os nefastos últimos dias de Dilma Rousseff. Em sua opinião, o Presidente perdeu as condições de governar. Mesmo que consiga os 172 votos necessários para que a Câmara dos Deputados rejeite o pedido de abertura do inquérito para investiga-lo sobre corrupção passiva, não formará a partir de então, maioria necessária para as mudanças exigidas pela economia internacional, “pedágio” cobrado pela “ratazana” do FMI, que se compromete em reclassificar o Brasil e disponibilizar créditos para que o país saia da atual recessão ou depressão econômica que o deixou totalmente engessado.

            O curioso em todo este roteiro de “desencontros” são os “encontros” dos pouquíssimos membros do Parlamento, que enxergam além “oportunismo” instantâneo. No momento em que Tasso Jereissati sinalizava o desejo de abandonar o governo, o Senador João Alberto (PMDB-MA) Presidente do Conselho de Ética, mandava arquivar em definitivo o processo que pedia a cassação do tucano Aécio Neves, sobre os protestos de alguns de seus pares. Sequer pôs em votação. Aluísio Nunes, uma das mais brilhantes biografias do Senado da República, alicerçada em sua luta pela democracia, defendia a permanência do Presidente Michel Temer, para que uma possível “desordem” Constitucional não ensejasse uma crise Institucional.

            Talvez o Senador Cássio Cunha Lima não tenha avaliado bem os desdobramentos pós-arquivamento do processo que pedia a cassação do Presidente do seu partido. Aécio Neves, como todo político mineiro é signatários do protocolo da gratidão. Não medirá esforços, para retribuir o gesto que recebeu do PMDB.

            Em meio a toda esta confusão, o Parlamento parece que esqueceu que restam pouco mais de oitenta dias, para que um projeto de reforma política seja apresentado e votado em dois turnos, no Senado e Câmara dos Deputados. O prazo se expira em 03.09.2017. Pelas regras atuais – sem financiamento de empresas, fiscalização da máquina pública e com limites de gastos para pessoas físicas com candidatos – generosamente estimamos que 10% dos atuais membros do Congresso Nacional, renovem seus mandatos. Mesmo assim, com riscos de serem cassados posteriormente, por abuso de poder econômico. Com as denuncias da lava-jato e Joesley Batista, os eleitores de tanto ouvirem a palavra “bilhões”, sentiram-se traídos e enganados no último pleito. A “per capita” que em 2014 chegou em alguns casos a 100 reais será em 2018 no mínimo de 200 reais por cada candidato. Nos grotões já se “canta a bola”: mil reais por eleitor, para chapa fechada: Deputado Estadual, Federal, dois Senadores e Governador. Presidente é questão de paixão, não está à venda. É difícil de acreditar, e vergonhoso aceitar esta dura realidade… Mas, o exemplo veio de cima.

             Enquanto não chega o “tsunami” 2018, o país paralisou. Deputados Federais (Chacais de sempre) fazem a festa, em suas “caçadas solitárias”, visitando o Palácio do Planalto ou Jaburu. Serão dois momentos de “sangria” nos cofres públicos: votação na CCJ e Plenário da Câmara. O Diário Oficial circulará com edições extras. Liberação de emendas, recursos orçamentários e extra-orçamentários, nomeações em massa. Nas mãos desta turma, o mapa do PT e os 20 mil cargos comissionados que existiam – alguns ainda sobrevivem – passarão doravante a ser exigidos como “moeda de troca” para que Temer permaneça Presidente. Por que a democracia tem nos custado tão cara?

            Dando um giro de 360 graus, Lula já entrou abertamente em defesa de Temer, tentando evitar seu afastamento e uma eleição indireta. Prováveis candidatos serão o Ministro Henrique Meirelles – homem de confiança de nossos patrões (Wall Street e Banca do FED); Rodrigo Maia, que dividiria o “bolo” com seus pares da Câmara, promovendo um verdadeiro “carnaval fora de época”; e finalmente a repetição histórica do que ocorreu em Israel (2007) com a volta de Simon Perez (no Brasil FHC), exatamente aos 84 anos, cumprindo um mandato (pacificador) de sete anos, no período mais crítico da história política de Israel, que esteve à beira de uma divisão interna ou intervenção Militar. 

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CÁSSIO CUNHA LIMA

            Leitores ficaram perplexos, com as recentes declarações do Senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), extraídas de uma entrevista concedida a uma emissora de rádio da Capital, reproduzida e postada através de todos os sites, blogs e grupos do Whatsapp da Paraíba. Enfatizou o Senador tucano, que “o Brasil tem pouco mais de 200 milhões de habitantes e o Presidente Michel Temer está governando apenas para 200 (Deputados Federais)”. Mais adiante o Senador criticou o TSE por não ter punido (inequivocamente com cassação) a chapa Dilma/Temer. Será sua nova postura se transformou em rebelde/oposicionista? Ou suas observações se restringem somente as divisas da Paraíba? Doravante se pronunciará com o mesmo discurso (em nível nacional) na tribuna do Senado? Seu partido (PSDB) que sempre esteve em cima do muro, resolveu pular em defesa da democracia e do Presidente Michel Temer (PMDB), no momento certo (impeachment), com o propósito “cívico” de defenestrar o populismo “bolivariano” – instalado há quatorze anos no poder – com nítido projeto de perpetuação. Salvar o que ainda resta do país – hoje no fundo do poço – e pelo que ora se percebe, ameaçando afogar toda a sua elite política em sua própria lama, foi um ato de coragem dos tucanos, obstinados em evitar um retrocesso institucional, desta feita bem mais atroz, duradouro e violento.

            A sabedoria popular ensina que existem três acontecimentos irreversíveis: a flecha desferida, a palavra proferida e a oportunidade perdida. As críticas do Senador Cássio Cunha Lima poderão ser convertidas em “munição” para o disciplinado e “desconfiado” Cacique do PMDB-PB José Maranhão, e o novo líder deste partido no Senado Federal, (oportunista e sortudo) Senador Raimundo Lira.

            Num esforço gigante, a Comissão de Ética do Senado deu às costas a opinião pública e mandou arquivar o pedido de cassação do mandato do Senador Aécio Neves, amigo de Cássio Cunha Lima e Presidente do PSDB. O empenho do PMDB foi imprescindível. Se acatassem a sugestão de cassarem Aécio, 65 dos 81 Senadores da República teriam o mesmo destino. Mais dias, menos dias… Todos iriam (involuntariamente) se apear de seus mandatos. Repetir-se-ia o fato histórico do Pastor Muller (Munique) na Alemanha Nazista, nos estertores de sua derrocada na II Guerra. Confessou o Pastor ao ser libertado pelos aliados: primeiro eles (SS/Gestapo) vieram e levaram meu vizinho da direita. Era Comunista, eu não era. Depois retornaram e levaram o da esquerda. Era Judeu, eu não era. Até que um dia vieram e me levaram.

Não se sabe até onde irá parar toda esta onda “paranoica” de denuncismo, criminalização e vulgarização das nossas referências (líderes) que balizam a sociedade brasileira. Pelo que divulgam e “delatam”, todos estão na vala comum (Poderes Legislativo e Executivos e empresários) como delinquentes de alta periculosidade.

Em tempo hábil, o corajoso Ministro do STF Marco Aurélio de Melo desfez um ato de seu colega Edson Fachin e devolveu todas as prerrogativas para o neto de Tancredo, cujo destino previsto, esperava-se ser o mesmo do ex-senador Delcídio do Amaral e do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. A lei é aplicada para punir e, sobretudo inibir, os pretensos candidatos a entrarem no mundo das transgressões (leia-se corrupção). Como num quadro de guerra, a finalidade dos exércitos em campos de batalhas não é eliminar todos os inimigos. Feri-los e baixar o moral da tropa, desencoraja o combatente, que provocará a rendição.

Infelizmente, membros do Congresso Nacional – eleitos após a redemocratização – na sua obtusa e insana ganância de se eternizarem em seus mandatos, perderam a identificação com o eleitor, na mesmice de um comportamento ambíguo. Em Brasília legislam para Suíça, em seus Estados – sem credibilidade – compram os votos. Criaram um roteiro para o crime (doações de dinheiro para suas campanhas), cometeram o crime (compra de votos do Oiapoque ao Chuí) ensejaram suas condenações (caixa dois) e escolheram seus próprios presídios, paradoxalmente para não serem trancafiados (Foro Privilegiado). Talvez muitos se pudessem deixariam a vida pública. Mas, sem o Foro? Seus destinos seriam os mesmos de Gedel, Henrique Eduardo; José Dirceu; Antônio Palocci; Sérgio Cabral; Pedro Correia…

Buscar apoio popular, criticando um modelo desenhado ao longo das últimas décadas por eles mesmos, na opinião do eleitor pós-lava-jato é demagogia barata. Senador Cássio Cunha Lima, nos três últimos pleitos obteve expressiva votação acima de um milhão de votos. Seu eleitorado é da geração “Xuxa”. Foi eleito Deputado Federal com 21 anos, como Cássio “coisa linda”. Prefeito de Campina Grande, como o “menino de Ronaldo”. Seus seguidores hoje quarentões continuam tão fiéis, quanto os sexagenários da Jovem Guarda de Roberto e Erasmo Carlos. Evidente que precisa consultar seu marqueteiro – em nossa opinião o melhor do Brasil – Zé Maria da Mix. Ou, ex-Mix. Pesquisas irão orientá-lo como conquistar os votos da faixa etária dos 16 aos 35 anos geração das redes sociais, que ora desprezam por completo o tema político e seus protagonistas. Uma “repaginação” em sua imagem é absolutamente necessária para evitar o anacronismo precoce, provocado pelo tempo de exposição.

Discurso contra o Governo Federal que seu partido apoia, deixa-o em saia justa. Gera desconfiança no PMDB-PB, legenda que recentemente segundo suas próprias palavras, “arrependeu-se de não ter se coligado com ela desde 2014”. Ilações estão surgindo sobre a possibilidade da união do PSDB com o PSB, mais uma vez. Ricardo Coutinho Senador ao lado de Luciano Cartaxo e Cássio Cunha Lima Governador. A vice Lígia Feliciano renunciaria a assumiria uma vaga no TCE, substituindo o Conselheiro Arthur Cunha Lima, que seria candidato a Deputado Federal fazendo dobradinha com seu filho, hoje Deputado Estadual. Romero Rodrigues seria vice de Cássio, ou voltaria para Câmara dos Deputados. Assumiria o Governo João Azevedo, eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa, hoje comandada por Gervásio Filho. Impossível? Não. Difícil foi trazer o PT com Cozete como vice, nas eleições de 2000. Mas, os riscos terão que ser muito bem avaliados. Maranhão pode formar um “frentão” e sem prejuízos de ficar sem mandato, endurecer o pleito para a vaga de Governor.

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MAGIA ECONÔMICA

            Crise financeira hospedada no país – após a reeleição da ex-presidente Dilma Rousseff – provocou a falência de milhões de micro e pequenos negócios e a desaceleração dos médios e grandes empreendimentos, considerados “campo” gerador do emprego e renda, locomotiva que puxa nosso PIB. O setor produtivo do Brasil – excetuando-se as commodities (carne e seus derivados minério de ferro e petróleo) estão totalmente “engessados”. Todavia, por razões obvias e em “missões”, comentaristas econômicos asseguram que estamos crescendo, a inflação foi controlada e a recessão desapareceu. Como? Qual foi o “milagre” que ocorreu para mudança tão repentina?

            O consumo teve reação, em função de três injeções, tirando do “estado de coma” o meio circulante. A repatriação de 49 bilhões de reais (divididos entre estados e municípios), venda de Aeroportos e outros ativos da Petrobras, além do saque do FGTS que dormitava nas contas inativas de milhões de trabalhadores. A indústria contratou temporariamente algumas vagas, haja vista os pedidos de reposição do estoque do comercio. O processo de “enxugamento” dos bilhões de dólares iniciado pelo ex-ministro Joaquim Levy, só estancou quando Henrique Meireles assumiu o comando da economia. Um crime que o Brasil vem permitindo que se repita por décadas: As finanças manobrando a economia. Quem gera riqueza é o trabalho concebido por planos econômicos. As finanças acumulam moedas e ativos financeiros, que paralisam o crescimento. Joaquim Levy “enxugou” mais de 30 bilhões de dólares. Cumpriu sua missão e foi contratado pelo FMI. Sequer respeitou a “quarentena”. Em sua bagagem, todas as informações privilegiadas sobre a economia e finanças do país. Infelizmente nosso Parlamento é ignorante, desinformado e narcisista. Seus representantes além de olharem para seus próprios umbigos, nada entendem sobre macroeconomia. 

            Numa nação com 19% de analfabetos e 75% de alfabetizados funcionais (inclusive com cursos superiores) leem mais não interpretam – Economistas através do seu dialeto “economês” jamais serão questionados. Ilustram argumentos com gráficos, pesquisas indutivas; notas de agência classificadoras de riscos… E “douram” a pílula na defesa dos verdadeiros donos do mundo – banqueiros e a turma de Wall Street – zelosos multiplicadores do “dinheiro velho” (Capitais apátridas entesourados pelos seculares especuladores Sionistas). Talvez apenas 2% da população – frustrada sem voz e oportunidade para falar a um público que os escute – são os únicos a entenderem as “manipulações”: projetos cuidadosamente elaborados e executados através da selvageria monetária, que corrói nossas reservas, riquezas e poupança interna.

 As antigas e extintas “esquerdas”, seguindo orientação dos “Comunistas Moscovitas”, distinguiam estas “manobras”. Infelizmente, ruíram com a queda do muro de Berlim. Tudo que restou dos vigilantes “comunistas” foi um sistema sindicalista travestido de partidos políticos – PT, PSOL; PSTU; REDE, completamente ignorantes sobre o tema, se limitando a repetir “chavões” herdados da “doutrinação”, a que foram submetidos por décadas, confundindo a questão político/ideológica, como responsável por esta desgraça, elegendo como culpado, “a obra do capitalismo”.

            Para que se tenha noção do tamanho, da estupidez do nosso analfabetismo político e irresponsabilidade do cidadão brasileiro, a inflação aferida no período de julho de 1965 a junho de 1994 (apenas 29 anos) atingiu um índice jamais registrado no planeta de 1,1 quatrilhão por cento. Mais precisamente 1.142.332.741.811.850%. Se computar desvalorização a partir de 1930 – ano que Getúlio Vargas chegou ao poder e a moeda era Reis – transformado-a em Cruzeiro, provavelmente estes números alcancem patamares inadmissíveis na matemática financeira. A hiperinflação cortava em média, a cada quatro anos, três zeros de nossa moeda. A gravidade é que tudo isto aconteceu, e até hoje não se investigou as causas, quem foram os culpados; os criminosos sempre foram impunes; continuamos como escravos de um processo que se iniciou em 1944 – acordo de Breton Wood criação do FMI – e não tem data para terminar. Observemos que não existe uma empresa ou empreendimento centenário no Brasil. Só a Casa da Moeda. Todas as elites econômicas dos últimos 50 anos, empobreceram. Quem perdeu foi o povo, que para nossa infelicidade coletiva, em nada mudou no seu consciente popular nas últimas seis décadas. Pelo contrário, só tem piorado.

O dólar norte-americano foi reconhecido como moeda nacional em 1792. São 225 anos que um dólar ainda tem poder de compra de algum objeto. E observe-se que os Estados Unidos viveram uma guerra civil com cinco anos de duração, participaram das duas maiores hecatombes da história (século XX primeira e segunda guerra mundial), guerra da Coreia, Vietnã e outras escaramuças na África Saariana, Golfo Pérsico e Ásia. A única guerra que o Brasil se envolveu foi a do Paraguai (1865).

O povo brasileiro vem sofrendo os maiores calotes – historicamente sem precedentes na dívida interna de um país – paradoxalmente um dos mais abundantes do planeta em riquezas naturais. O Brasil tem hoje 112 Universidades Públicas, talvez mais outras duas centenas que compõem a rede privada. Nenhuma destas instituições fez estudos ou pesquisas direcionadas a esta área, identificando causas e efeitos do nosso drama, concebendo novos modelos impermeabilizantes, com vistas a uma estabilidade definitiva. Pelo exposto, nosso problema não é falta de educação. É resultado de uma educação de má qualidade, retrograda; doutrinada e despida de criatividade.

            O Brasil hoje tem dois Presidentes. O de “Direito” que não consegue governar, enclausurado com denuncias e chantagens do Congresso, que finge se preocupar com a opinião pública, e o outro “de fato”: Ministro Henrique Meireles. As evidências são tão chocantes, que não se poupam mais as palavras. Após a delação dos irmãos Batistas, Henrique Meireles – que era o manda chuvas da J&F – holding que comandava a JBS e seu conglomerado de empresas – foi enfático: “com ou sem mudanças e novas eleições, as reformas vão continuar” (?). Nenhum parlamentar (mesmos os radicais de esquerdas) se manifestou sobre as palavras do Ministro. E por que os Batistas não mencionaram em nenhum momento o nome de Henrique Meireles em sua delação? A pergunta que não cala, e cobra resposta: como Henrique Meireles troca um salário de 40 milhões de reais por ano da J&F, por míseros 23 mil reais/mês? Só para ser Ministro de Estado? É muito altruísmo… Nunca visto neste mundo, nos últimos 2017 anos da morte de nosso Senhor Jesus Cristo.

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FENÔMENO BOLSONARO

            Enquanto a classe política “sangra”, sob os efeitos devastadores da pesada artilharia disparada através da mídia e setores das redes sociais – sem lhes dá chances de respirar por um minuto sequer – um movimento começa a crescer sorrateiramente, apontando para um “guia” ou “salvador da pátria”, Deputado Federal Jair Bolsonaro.

            A grande mídia o ignora completamente – fato que atesta o erro de seus veículos de comunicações e sua queda, vertiginosa e constante no poder de influência sobre a sociedade – quando seus formadores de opinião insistem na dicotomia PT/PSDB, como única alternativa para revezamento do poder. Demais legendas, “eclipsam” em seu redor. É nesses interregnos, quando o bipartidarismo cansa, que surgem lideranças ousadas, capazes de criarem paixões, arrastarem multidões e fecharem ciclos da história.

            Na quinta-feira, 08.06.2017, o Senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) tomou seu voo de rotina Brasília/Natal, ao lado da Deputada Federal Zenaide Maia. Observaram que também estava abordo o Deputado Federal Jair Bolsonaro. Quando aterrissaram em Natal – no novo Aeroporto que se localiza na cidade de São Gonçalo do Amarante (área metropolitana) distante 54 km da capital, tiveram um choque no que viram. O novo aeroporto que só vai lá quem tem negócios – embarcar, ou pegar alguém no desembarque – estava lotado até no estacionamento, com cerca de 10 mil pessoas. Todos esperando Jair Bolsonaro. Desprevenida com a reação popular, a Deputada Federal Zenaide Maia – esposa do Prefeito que lutou e construiu o novo Aeroporto (Jaime Calado), campeã dos votos válidos para a Câmara dos Deputados em 2014 no município com o discurso do novo Aeroporto, jamais imaginaria ser alvo de uma estrondosa vaia, gritos e palavras de ordem contra a corrupção.

            Mais cauteloso e confiante, o Senador Garibaldi Alves esperou acabar o alvoroço direcionado a Zenaide. Já governou o Rio Grande do Norte por duas vezes, nunca recebeu apupos em multidões, foi Prefeito de Natal, Senador já pela terceira vez e político mais influente nas eleições municipais de São Gonçalo – onde foi construído o Aeroporto – saiu apressado, enquanto Bolsonaro era carregado nos braços do povo. Mas, alguém o percebeu, e logo uma vaia estrondosa o atingiu. Para quem conhece a política potiguar, este fato é inacreditável. Logo Garibaldi? Que sempre foi comparado (politicamente) a São Francisco de Assis, e dizem que foi feito de “teflon” (impermeabilizante) nada “pega” nele. Desta vez, (primeira) pegou e “grudou”. Episódios como este de manifestação espontânea pró Bolsonaro acontece todos os dias.

            O que ora estamos testemunhando, é tão extraordinário, quanto ao fenômeno de “vaca enjeitar (rejeitar) bezerro” – adágio popular da zona rural do semiárido – quando se refere a uma mudança radical de comportamento rude inexplicável e inesperado.

            O fato não teve nenhum registro na mídia tradicional do Estado, nem do país. As principais revistas semanais (Veja, Época; Isto É) se recusam noticiar a popularidade crescente e “assombrosa” de Bolsonaro. E, o que deixou todos perplexos, foi como tantas pessoas se dirigiram para um local distante esmo e deserto, numa tarde de quinta-feira – dia de “batente” – sem militância (empregos provisórios e cargos comissionados) ou o tradicional método do PT, pão com mortadela e a “oncinha” (nota de cinquenta reais). Como se mobilizaram? Os blogueiros noticiaram e espalharam vídeos pelas redes (grupos de whatsapp). Usaram o twitter e fizeram o seu carnaval. Mas, a dor de cabeça do Senador e da Deputada Federal será como, doravante, irão fazer seus comícios (2018). Com que apelo? E a qual o publico, ou a quem devem se dirigir? Atualmente só tem um candidato a Presidente que aonde chega faz sua festa: Jair Bolsonaro. Ninguém sabe se sobreviverá até 2018, ou se continuará se agigantando no percurso.

            As delações de Marcelo Odebrecht e seu cartel, seguida da bomba de hidrogênio “Joesley Batista”, deixou todos os partidos políticos e seus representantes no mesmo patamar. Joesley Batista comprova através de documentos, que em 2014 comprou apoio de 28 das 36 legendas com registro no TSE. Restaram oito nanicos, talvez alguns já com registros precários, como o PAN – Partido dos Aposentados da Nação ou o PMN que elegeu Collor de Melo (1989).

            Numa entrevista recente, exibida ao vivo no seu programa “Diálogos”, o Jornalista Mario Sergio Conti ficou boquiaberto com o Professor da USP Pablo Ortellado, pesquisador sobre opinião pública, internet e redes sociais. Em seu depoimento, o Dr. Ortellado destacou que o principal veículo e o mais abrangente das redes sociais é o facebook. Muito a frente da audiência de todas as redes de TV no Brasil, usado maciçamente pela faixa etária que compreende dos 16 aos 35 anos. Estes internautas sabem de tudo que está acontecendo na lava-jato, e nas dezenas de operações realizadas pelo MPF e Polícia Federal. Fingem desconhecer os Congressistas, silenciam sobre o que está acontecendo com o país e deixaram de postarem fotos ao lado de políticos: pagam mico. Por outro lado, as poucas postagens que aparecem no “facebook” com Lula, Temer; Aécio, FHC não chega a dois dígitos de “curtidas”, com um ou dois comentários no máximo. São pessoas acima dos 40 anos. Ainda para o Dr. Ortellado, que vem acompanhando este novo “movimento da sociedade”, nas manifestações sobre o impeachment de Dilma, e agora Temer, este imenso contingente estive ausente. O perfil dos manifestantes de 2015, 2016 e os atuais, é composto pelos quarentões e cinquentões, além dos Sindicatos e ONG. O “cabo de guerra” Lula e Temer/PSDB, no Facebook é discutido por apenas 10 milhões de eleitores, de um total de 144.089.912. Percentual inferior a 10% do número de votantes, que deve aumentar ano que vem (2018). Mesmo assim, já se percebe a juventude – ainda de forma tímida – sobrepor o nome Bolsonaro em suas fotos do perfil. Talvez tenhamos um novo episódio Collor de Melo. Com uma diferença: sem herança de oligarquias. Collor era a renovação continuísta de seus avós. E o Parlamento? Provavelmente aconteça a maior renovação da história, provocada pela enorme abstenção. Pouquíssimos voltarão. Dinheiro? Além de difícil, candidatos temem cassação. O “bochicho” nos grotões é “receber e votar contra”. Raríssimos Prefeitos transferirão votos. Sem caixas, inertes, estão desgastados pela constante e ininterrupta queda de receitas impedindo-os de executarem seus orçamentos.

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POSTURAS CONFLITANTES 

Em sua última entrevista divulgada através dos sites políticos da Paraíba o senador Cássio Cunha Lima – desfrutando o seu melhor momento em nível nacional – enfatizou sua simpatia e conforto como aliado do PMDB. E destacou que se arrependeu em não ter se aliado a legenda desde 2014. O que seria “de volta prá casa”.

A história do clã político que hoje Cássio lidera, teve suas origens no “MDB” (1968) antes do “P” (1980).

Dois dias depois, na festa de Santo Antônio na cidade do Piancó (13.06.2017), estava Romero Rodrigues, prefeito de Campina Grande, fazendo campanha “subliminar” sobre sua possível postulação em 2018 com vistas ao Governo do Estado. Particularmente acreditamos que Romero tenha chances de disputar, porém se faz necessário primeiro assumir que é candidato. Seus passos e comportamento se assemelham aos de Cássio Cunha Lima nas eleições do ano 2002. A diferença é que Cássio quando botou o pé na estrada apregoou sua candidatura e disposição de enfrentar seja lá quem o fosse. A ousadia sempre foi parturiente do sucesso. Recordo-me que ouvi numa manhã (2001) o então prefeito Cássio Cunha Lima, numa entrevista radiofônica na Rainha da Borborema, cobrando do governador José Maranhão o ICMS que a cidade tinha perdido com a Lei Robin Wood (autoria de Wilson Santiago) redistribuindo o ICMS. E em seguida, confirmando enfaticamente que era candidato a governador. Imaginamos que seria loucura. O poeta convalescente (fora de combate), boa parte de seu exército tinham-no abandonado e estavam nas fileiras “maranhistas”. Como “estrutura”, só tinha a Prefeitura de Campina Grande para apoiar a empreitada. Era muito pouco. Cícero Lucena ainda não tinha manifestado publicamente seu apoio a Cássio, e diariamente era assediado pelo governador José Maranhão – resistindo o “canto da sereia” – que sugeria através de seus porta-vozes a possibilidade de apoiá-lo em sua sucessão, desde que se filiasse ao PMDB.

Enquanto Cícero Lucena fazia a “caminhada de Compostela”, ritual místico alquímico – talvez em busca de uma solução para seu dilema político/partidário – Cássio claramente interpretava as mensagens de autoestima da obra de Paulo Coelho “Diário de um Mago”. Ou, estava lendo Og Mandino – pai da literatura de autoajuda – autor do livro “O Maior Vendedor do Mundo” (40 milhões de exemplares). Mandino ensina que o sucesso do vendedor está na capacidade dele ser o primeiro comprador. Se ele não comprar sua própria ideia, não transmitirá confiança a seus futuros clientes, ou compradores. Cássio comprou a sua ideia de ser governador, e conquistou a confiança do povo da Paraíba que acreditou no seu projeto.

O que ainda não ficou claro – isto é ruim para Romero Rodrigues – é se ele é o candidato do PSDB, apoiado por Cássio Cunha Lima, com ou sem aliança “encostada” no PMDB de José Maranhão. Atualmente, “turbinado” pelo deputado federal Rômulo Gouveia, Romero Rodrigues tenta repetir o “script” de 2002, quando o ex-gordinho licenciou-se da Assembleia Legislativa para vir chefiar o Gabinete do então prefeito Cássio Cunha Lima, passando a administrar politicamente a gestão e liberando o pré-candidato para percorrer todos os municípios da Paraíba por três vezes, até 03 de outubro de 2002. Rômulo Gouveia tem (?) ou “tinha” nas suas mãos o destino do prefeito de João Pessoa Luciano Cartaxo, por ter viabilizado sua gestão depois que o mesmo aterrissou no PSD de Gilberto Kassab. Escudado por Rômulo Gouveia, Luciano Cartaxo arrancou 14 milhões de reais só do Ministério do Turismo, vésperas da cassação da Presidente Dilma Rousseff, gestão do ministro gaucho Alessandro Teixeira (na época esposo da Miss Bumbum). Fez uma “varredura” nos demais ministérios, com apoio irrestrito de Kassab, fato que o prestigiou para fazer indicações no primeiro escalão da PMJP. Certamente Cássio Cunha Lima – contrariado – sabia e observava tudo a distância. O trabalho de Kassab, que tinha endosso de Dilma Rousseff, era subtrair lideranças importantes do PMDB e PSDB, para enfraquecer as duas legendas que ela detestava. José Maranhão nada podia fazer para impedir os atos de Kassab e Rômulo Gouveia. Mas, foi só uma questão de tempo.

Pelo seu discurso e postura, Cássio Cunha Lima está “casado” com o PMDB até que final de 2018 os separe. Pouco mais de um ano, os acontecimentos tiveram mudanças radicais. Cássio Cunha Lima tornou-se líder do PSDB no Senado, e ao lado de José Maranhão assumiram o comando das liberações de recursos para a Paraíba, reduzindo drasticamente o prestigio do ex-gordinho. Luciano Cartaxo, para continuar sua gestão – até o momento exitosa – terá que ter as bênçãos dos “padrinhos” Cássio e Maranhão, para que não seja cortado o fluxo de recursos vindo de Brasília. Kassab, no momento, é bem menos influente que a força do tucano Cássio, ao lado de José Maranhão. Que o diga Raimundo Lira, “rifado” em sua pretensão: CCJ do Senado.

Enquanto isto, José Maranhão espera um “gesto” do tucano Cássio Cunha Lima, lançando-o candidato a governador, e em contrapartida, o tucano recebendo seu apoio para o Senado da República. O “cacique” peemedebista controla sua legenda com punho de aço. E Cássio, ainda tem hoje a mesma força no PSDB-PB?

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MUDANÇAS EM CURTO PRAZO

            Após julgamento do TSE (chapa Dilma/Temer), a classe política – em sua guerra permanente – se voltará para o calendário eleitoral do pleito de 2018, já em curso. Até Setembro, a prioridade será a realização das convenções para escolha, ou renovação dos membros dos Diretórios Regionais de todos os partidos do país. E, o momento oportuno do “pulo” – janela da traição- daqueles que estão insatisfeitos com suas legendas, ou defendem projetos que não se encaixam nas siglas que ora estão filiados.

            Prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo, permanecerá no PSD? Quem manda no destino do partido na Paraíba é o Deputado Federal Rômulo Gouveia, que manobrará as peças do tabuleiro (2018) de acordo com sua conveniência. Tem que jogar com muita habilidade, em função da queda de prestígio que vem sofrendo sua agremiação no plano nacional, tendo em vista o declínio do Ministro Gilberto Kassab. Regrediu no ranking que lista principais lideranças políticas de São Paulo. Nas duas últimas eleições, tropeçou. Em Sampa, dividi a posição de “lanterna” com o PT. Na reforma Ministerial prevista para Dezembro próximo, Kassab talvez fique de fora. Para o ex-gordinho Rômulo, seu desafio é não perder o mesmo peso e volume (político/eleitoral), proporcionalmente ao seu físico, pós-bariátrica. Terá os “novos” e fortes concorrentes, além dos já existentes. Fato que o obrigará a se limitar em garantir seu retorno.

            E Veneziano Vital do Rego? Continuará no PMDB? Se seu projeto com vistas ao Palácio da Redenção se configurar como propósito que seja levado a sério, terá que trocar de legenda. No PMDB do “disciplinado” Senador José Maranhão, os caminhos são nítidos e apontam inequivocamente para uma “composição” alinhada com a chapa indicada pelo Diretório Nacional. O velho “Cacique”, decano da classe política paraibana, tem ficha limpa, sem nenhuma “mancha” ou rasura ao longo dos sessenta anos de vida pública. Apresenta-se nesta “Maratona” – correndo por “fora” – como alternativa para Governador, ao lado do PSDB (Romero) e Luciano Cartaxo (PSD?).

            Quanto ao Governador Ricardo Coutinho, o dilema é a angustia do “fico”. Historicamente sua atual posição (popularidade e gestão) pelo volume de obras realizadas, se assemelha ao então Governador Tarcísio Buriti em seu primeiro governo (1978/1982). A diferença está no vice, e prováveis desconfortos com denuncias que poderão culminar em ações judiciais. Têm “bombas” de efeitos retardados, armadas para explodirem após sua renuncia em abril (2018). Pelo menos, algumas que nos confidenciaram – se procederem – os resultados serão catastróficos. Buriti tinha um vice de sua inteira confiança, saudoso Clovis Bezerra. Mesmo assim, não se aventurou a disputar o Senado da República. Elegeu-se Deputado Federal com a maior votação (proporcional ao tempo e eleitorado) já registrada na história das eleições paraibanas. Entretanto, para seu desassossego, Ricardo Coutinho tem a “incógnita” Lígia Feliciano.

 O tempo é exíguo para Ricardo Coutinho, Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues. Resta apenas nove meses para “costurarem” seus retalhos, na medida e no tamanho exato da colcha que os acobertará no tempestuoso “inverno eleitoral” 2018.

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OS ULTIMOS 100 DIAS DE JANOT

            Uma corrida desesperada contra o tempo. Restam apenas 100 dias para terminar o mandato do Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, e o Presidente Michel Temer ainda continua a frente dos destinos da nação. A ira por não ter sido reconduzido para um terceiro mandato se constituiu numa vingança (pessoal) contra a classe política, alguns Ministros do STF como Gilmar Mendes e a economia brasileira – delação de Joesley Batista – empobreceu as empresas e o país em mais de 400 bilhões de dólares em apenas 24 horas. Não fora a milagrosa presença do Ministro Henrique Meireles – homem de confiança das oito famílias que comandam a “banca” do FED (Tesouro Americano) e controla a ganância da Wall Street – o Brasil estaria definitivamente arruinado. Passaríamos o mesmo sufoco – ou pior – que já vivemos após o plano Real, fato ocorrido com o ataque especulativo praticado por George Soros após a reeleição do Presidente Fernando Henrique Cardoso, quando o país quebrou, e ainda tivemos que tomar emprestado ao FMI 44 bilhões de dólares para honrar dívidas. Sem reservas, o Governo (FHC) para fazer “caixa” teve que começar a vender as joias do nosso tesouro. Veio às privatizações das Telecomunicações, Concessionárias de energia elétricas e a Vale do Rio Doce que tem as nossas maiores reservas minerais do planeta.

            Num mundo economicamente globalizado, um erro como este da publicidade exacerbada que foi dada a delação de Joesley Batista, pode custar um século de atraso a um país. A fila anda, cresce quem erra menos. Negócios de Estado não podem ser tratados de forma sensacionalista, com propósitos mesquinhos e interesses escusos. Qual a justificativa do Procurador Rodrigo Janot de não “prender” um dos maiores bandidos e dilapidador do patrimônio da nação, e ainda dar-lhes um “salvo conduto” para deixar o país? Como se não bastasse, já em New York Joesley ganhou bilhões com a “informação privilegiada” do vazamento do seu áudio/denuncia. E o STF? Por que não questionou a responsabilidade da PGR e suspendeu os termos suspeitos e “paternalistas” da delação? Só existe uma justificativa: Procurador Rodrigo Janot está acima de todos e da lei, talvez com áudios de delatores, com potencial de desmontar os três poderes de nossa República.

            Num espetáculo a parte, a chapa Dilma/Temer em julgamento no TSE, ocupa todo espaço da mídia, promovendo “momentos de celebridade” a pessoas completamente desconhecida pelo povão, como o Ministro Hernan Benjamim. Hoje mais popular no Brasil que Tarcísio Meira na época do sucesso da telenovela “Irmãos Coragem”.

Agindo com terror, a Polícia Federal – pressionada pelo Procurador Geral da República – cita o Presidente para que responda 82 perguntas em 24 horas. Humilharam o primeiro mandatário da nação… Sequer esperaram que terminasse seu julgamento no STF. Rodrigo Janot está agindo como Oliver Cromwell (Inglaterra contra o Rei Carlos I): não basta julgar o Rei, tinha que decapitá-lo diante de seus súditos. Momentos sombrios na história dos ingleses – interregno de 40 anos na Monarquia Britânica – quando a Inglaterra tornou-se uma República, não por opção de seu povo, mas, por temor a Cromwell. Com sua morte, a Monarquia foi reestabelecida.

             A passagem de Rodrigo Janot pelo fórum de Davos mudou por completo seus planos, e a linha de conduta adotada como postura da PGR. Ao retornar da Suíça, Janot começou a admitir a possibilidade de um terceiro mandato, quando foi contido e criticado internamente pelos seus pares – por extensão e com aval explicito da Presidência da República e Senado Federal – que endereçaram recado sobre a indisposição de sabatiná-lo, e nomeá-lo mais uma vez, partiu para revanche. Coincidentemente em Davos (talvez como convidado para uma das dezenas de palestras), quem brilhou não foi Janot. Foi o Presidente da China – menor que o Brasil em 1974 – por ter superado pela primeira vez desde 1945, o PIB dos Estados Unidos, o maior do planeta. Em 2016 o PIB Chinês atingiu 21,3 trilhões de dólares, contra 18,9 dos Estados Unidos.

            Provavelmente hoje (sexta-feira 09.06.2017), o TSE conclua o julgamento da chapa Dilma/Temer. Se o Presidente não for condenado, ganha fôlego para chegar até setembro e nomear o sucessor de Rodrigo Janot. Para Temer não existe plano “B”. Mas, para Janot, suas intenções é continuar postado diante dos holofotes. Com a “carga” de informações que dispõe, e se a globo conseguir mais uma “exclusividade”, ele poderá se manter vivo. Porém desta feita terá que enfrentar a mesma Justiça que hoje é sua refém, e em outras circunstâncias. Rodrigo Janot tentará ser candidato a Presidente, Governador do seu Estado ou Senador da República. Contudo, nesta empreitada correrá riscos. Não sairá ileso deste processo, depois de perder suas prerrogativas de foro especial, matéria que em breve será votado pela Câmara dos Deputados, com parágrafos acrescidos a aqueles aprovados pelo Senado. O Presidente da Câmara dos Deputados ontem deu seu recado: “há excesso de prisões preventivas no país”.

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ANSIEDADE

            O Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues está ultimando os preparativos, para festejar o seu último período junino, como chefe do Poder Executivo da cidade onde se comemora o maior São João do Mundo. O evento poderia ser o maior de todos os tempos, se não fora o “equivoco” cometido – por influências aculturadas – que desconhecem por completo as raízes históricas deste folguedo, surgido bem antes de se construir o “Forródromo”, a “Pirâmide” ou “Parque do povo”. Década dos anos setenta (século passado) no mês de junho, as quadrilhas de ruas e bairros, aquecidas pelas fogueiras e calor humano – nas noites frias da Rainha da Borborema – se transformavam numa festa só. Após exibições das quadrilhas – que se encerravam por volta das 22 hs – começava um “arrasta-pé” ou “rela-bucho” da juventude de então, que mesmo gostando do rock, samba; tropicália ou bossa nova, nesta período do ano só curtiam Gonzagão, Trio Nordestino; Elino Julião; Genival Lacerda; Marinês; Antônio Barros e Cecéu… O Prefeito Romero Rodrigues teve um lapso de memória, desconhecendo que seu vice Enivaldo Ribeiro, foi o primeiro a organizar o calendário junino e os concursos de quadrilhas. Construiu o “palhoção”, nos dois últimos anos de sua gestão, e seu sucessor o poeta Ronaldo Cunha Lima – patriarca do clã político que abriga Romero – enxergando a importância cultural que representava as comemorações juninas, teve a sensibilidade e visão em dar continuidade e apoio a esta manifestação popular, construindo um espaço para que o evento ganhasse importância e dimensão regional – hoje nacional – o que de fato aconteceu. A alegação de falta de recursos, e a ideia de “privatizar” uma festa que é do povo, foi um estúpido desacerto, que ofuscou um pouco a brilhante administração que vem realizando o Prefeito Romero Rodrigues. Talvez a ansiedade provocada pela pressão política, que começa a “afunilar” sua pré-candidatura ao Governo do Estado, tenha desviado o seu foco, e o levado a cometer este erro tão grotesco, elementar ou primário.

 Romero Rodrigues deve conhecer, ou senão, sabe que existe “Bumbódromo” em São Luis do Maranhão, Manaus e Belém do Pará. Deve ter ouvido também falar sobre o Festival de Parintins, hoje mais destacado nos guias turísticos internacionais, que o carnaval carioca. Vem gente de todos os confins do planeta, para vê o bumba meu boi, e o duelo do “Boi Garantido” contra o “Boi Caprichoso”. Por outro lado, habitantes da região sul, parte do sudeste (exceto Rio de Janeiro) e centro-oeste, estão com ouvidos “rotos”, impregnados de tanto ouvirem a música sertaneja, tocada no rádio e TV vinte e quatro horas por dia. Querem vê – ouvir e dançar – algo novo para eles, como um bom forró pé de serra, com xote, xaxado e baião. Se o município não dispunha de recursos para promover a festa, por que não criou uma entidade semelhante a “Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro”? Eleito Governador em 1982, Leonel Brizola construiu o “Sambódromo” em seguida, transferiu a responsabilidade do evento para uma entidade composta por membros de todas as escolas de samba, grupos A e B.

Imaginemos o Sambódromo (Rio de Janeiro), realizando um carnaval em 2018, diferente, com um desfile de trios elétricos e os “Filhos de Ghandi” entoando o axé baiano. Em seguida, o frevo do Recife invadindo com sombrinhas e seus passos acrobáticos o palco sagrado do samba. Para completar a festança, também se exibiriam os bois “Garantido” e “Caprichoso”. Um breve intervalo seria preenchido com uma pequena amostra do Rock in Rio, Rep e Rip Rop. Finalmente para encerrar, Biliu de Campina, Alcimar Monteiro; Genival Lacerda; Cacá do Forro… Em duas edições deste evento “ecumenicamente” e só musical, acabaria o carnaval carioca. Se os conselheiros da corte do Prefeito Romero Rodrigues – que o induziram a cometer este brutal equivoco – forem os mesmos que compõem sua equipe de campanha com vistas ao Palácio da Redenção em 2018, suas possibilidades de êxito são precárias.

Rememoremos ao Prefeito Romero Rodrigues e seu Secretário de Cultura, que gostos e hábitos populares, se tornam tradição que se passa de geração para gerações. O carnaval do Rio e o Samba é o maior exemplo de resistência das “tradições”. No Rio de Janeiro o samba não tinha espaço. Dos anos 20 até o início dos anos 50, o corso carnavalesco prevalecia, com confetes e serpentinas. O país vivia a era de ouro do Rádio, as marchinhas de carnaval faziam sucesso por todo o Brasil. Mesmo com o surgimento da TV, os programas musicais Flávio Cavalcanti, Silvio Santos e Chacrinha só divulgavam marchinhas. Porém, o samba resistiu. O “corso carnavalesco” foi empurrado para os salões, promovendo os grandes bailes, como por exemplo, o Municipal do Rio de Janeiro. Enquanto as marchinhas fugiam das ruas, o samba descia as favelas, saia dos subúrbios ganhava o asfalto. Os bailes se acabaram no final dos anos sessenta. O samba cresceu. Centenas de compositores, cantores; ritmistas; até a coreógrafos foram revelados através do carnaval. Mangueira, Salgueiro; Beija Flor… São nomes conhecidos nos mais distantes rincões do país. Particularmente não conhecemos letras de nenhum samba enredo, de nenhum carnaval e de qualquer uma das 23 escolas que compõem os grupos A e B, muito menos aos grupos de acesso C e D. Mas, os cariocas compram seus DVDs e CDs com suas músicas. Conhecem a voz de quem canta, e daí surge uma carreira artística. Quem gravará DVDs e CDs no São João de Campina Grande versão 2017?

O propósito do São João “tradição” de Campina Grande, agregado ao forró, foi inspirado – de modo informal – no modelo bem sucedido do samba carioca. O objetivo era revelar valores latentes e novos talentos, para expandir por todo o Brasil, a beleza e graça de nossa arte e cultura, entoada através de belas melodias, obras de nossos forrozeiros locais e regionais. Teremos um São João atípico e excêntrico, que pode atrair grande público, Porém, fadado a partir de então, a inevitável extinção. Que pena…  

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RUPTURA

            Por mais otimista que sejamos, com os abismos (fossos) existentes e crescentes entre os Poderes, inexistem alternativas para salvar nossa democracia – com apenas vinte e nove anos (Constituição de 1988) – sem que ocorra um processo de “ruptura”. Antecipação das eleições? Talvez o menos traumático. Do contrário, intervenção militar para reestabelecer a ordem.  Se a solução for eleitoral, a legitimidade das urnas propiciará a renovação, reconstruindo uma conjuntura harmônica entre os três poderes de nossa República, no momento “desalinhado”. O país não se sustentará até 2018 diante de uma exposição midiática permanente, mostrando corrupção desenfreada, denunciada pelo Ministério Pública Federal e precipitadamente “aloprada” via sensacionalismo desconstrutivo. Medo e incertezas ampliam o quadro da “depressão econômica” instalada no Brasil, causando pânico generalizado na desorientada população (passageiros e tripulação do Titanic Brasil) despida da fé e esperança em salvação do inevitável naufrágio. Poderes Constituídos digladiam-se entre si, de modo desrespeitoso, criando quadro de incerteza. No “grito”? Todos mandam e ninguém tem razão (ou direitos).

Os absurdos entrechocam-se a ordem, quando ninguém sabe mais quem é quem. Ultrapassando todos os limites do inimaginável, uma Tabeliã da Polícia Federal teve a ousadia, arrogância ou despreparo, de ligar para o Palácio do Planalto (25.05.2017) e cobrar da Assessoria do Presidente da República, que “agendasse” dia, para depor num inquérito instaurado – fundamentado numa delação premiada estilo diferenciado de “salvo conduto” – usufruído pelo bandido Joesley Batista (hoje nos Estados Unidos) com anuência do Procurador Geral da República e do Ministro Edson Fachin, relator da lava-jato (?). Qual a ligação da JBS com a Petrobras? Gritante foi à “frouxidão” expressada pelo Presidente Michel Temer, historicamente neste momento se assemelhando a João Goulart em seus últimos dias (1964). Jango por timidez não se impôs frente à maioria dos Generais, que respeitavam a Constituição. Presidente Michel Temer temeu demitir a bem da ordem e da disciplina, o Diretor Geral da PF, e substituir todos os Superintendes Estaduais, que pelo visto, perdeu a noção de hierarquia funcional “fulanizando” a maior autoridade de um regime democrático Presidencialista que é a figura de Sua Excelência Senhor Presidente da República. Aliás, o ato deveria ter sido considerado como “rotineiro” e da autoria do Ministro da Justiça. Para fechar o círculo temerário de ingovernabilidade, seguiu-se a ridícula atitude do Palácio do Planalto, consultar – ou se queixar – do Ministro Relator da lava-jato, que não se sabe o motivo de sua atuação na investigação da JBS, sobre o desacato da Tabeliã. Será que o Poder está “loteado”?

Gravações e vídeos são vazados constantemente, sem que se saiba quem são os verdadeiros responsáveis, de onde partiu as autorizações; seus objetivos e autores destas violações ilegais. A Polícia Federal, ou o Procurador Geral da República, num ato de revanchismo divulgou uma conversa gravada sem autorização judicial, entre o Jornalista Reinaldo Azevedo (Revista Veja) com sua fonte irmã do Senador Aécio Neves. O diálogo não se referia a nenhum dos processos investigados pela lava-jato, Polícia Federal ou Procuradoria Geral da República. É um novo Reality Show, estilo Big Brother, produzido pela PGR e PF sobre a vida e intimidade dos políticos? No intuito de atingir a imagem do Ministro do STF Gilmar Mendes – destacado por suas firmes posições e destemor da Procuradoria Geral da República – um recado intimidatório lhes foi passado – via vazamento de um áudio, contendo diálogo com o Senador Aécio Neves. Igualmente gravado clandestinamente pela Polícia Federal – não contentada com tantos estragos, provocados por seus “grampos”- o Presidente Michel Temer foi vítima de ais um áudio, revelando conteúdo de uma conversa com Deputado Federal afastado, aquele condutor da mala onde continha a “pegadinha” dos 500 mil reais.

Nada acontece sem a participação do Congresso Nacional. Não adianta “escolherem” candidatos, ou “saídas negociadas”, como sugeriu o Senador Tasso Jereissati, imaginando que substituir o Presidente Temer significa o fim da crise. Em seu lugar o Parlamento não admite alguém que não fale a “linguagem” das duas Casas Legislativas, ora exigindo claramente garantias de seus retornos em 2018. Qual seria o nome ideal? Depois de Joesley acusar que 1.198 políticos que receberam dinheiro da JBS, quem escapou? No Senado Federal, muitos estão ainda no mensalão, CPI dos bingos e Correios. Carlinhos Cachoeira; Fernando Cavendish; Operação Navalha Gautama… São dezenas de casos constatando “promiscuidade” entre políticos, empresários e negócios, desde 2004. Tantas CPI que o povo não lembra mais. Pouquíssimos ficaram fora da lava-jato, depois da delação de Marcelo Odebrecht. Com isenção e perfil desejando pelo povo, no Senado resta apenas Álvaro Dias, Reguffe e Cristovam Buarque. Infelizmente nenhum domina o “dialeto” usado para se comunicarem com seus pares do Parlamento.

Finalmente, qual o suposto “coringa” sob a manga, que tem e esconde a Policia Federal, juntamente com a Procuradoria Geral da República? A impressão que passam é que o STF está acuado. Exceto do Ministro Gilmar Mendes, que não poupa críticas aos ritos processuais das investigações do momento. Porventura foram também todos “grampeados” e gravados clandestinamente?

Usando o “elemento surpresa”, o governo contra-atacou ontem. Nomeou para o Ministério da Justiça o respeitável Ministro Torquato Jardim. Dificilmente encontrarão suas “pegadas” nos caminhos das operações em curso comandadas pela Procuradoria Geral da República e Polícia Federal. Tabeliã não vai ter mais autonomia de intimar aleatoriamente quem bem quiser. Delegado Geral terá um chefe, para se reportar sobre seus atos, isto se continuar no cargo que é de confiança e não de carreira. Procuradoria Geral da República terá que dialogar sobre suas futuras ações. E STJ, STF, TSE encontrarão um dos seus semelhantes, competente e comprometido com a seriedade em dá andamento as ações de combate à corrupção, porém sem vazamentos seletivos, bravatas, ou heroísmos “tupiniquins”, precários e de credibilidade duvidosa.

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ILEGITIMIDADE E OPORTUNISMO

            A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que em alguns momentos de nossa historia do século XX, desempenhou relevante papel por ocasião das ditaduras civis e ou militares – na busca de garantir direitos violados dos cidadãos e instituições – procura sair do ostracismo midiático, se metendo onde não é chamada e não lhes cabe. Resolveu após “encenação” realizada com a presença dos Presidentes de suas seccionais, protocolar pedido de impeachment junto a Câmara dos Deputados, com propósitos de afastar o Presidente Michel Temer, surfando na “onda” modista do momento, onde todos querem “aparecer” ou figurar no “instantâneo” hipócrita como defensores intransigentes da ética, moral e bons costumes. Além de ridículo, o episódio “retrata” espetáculo pobre de roteiro e rico em oportunismo.

            Três anos da operação lava-jato, a OAB silente por incompetência ou curvada de modo bajulatório e submisso às instancias do Poder Judiciário, jamais fez movimento, tão cobrado por seus filiados – junto ao STJ, STF e CNJ – contra as longas prisões dos investigados, exceção do ex-ministro José Dirceu e o doleiro Alberto Yosef, todos primários e com direito de responderem seus processos em liberdade. O verdadeiro papel da OAB seria este, de defender a “presunção da inocência”, fazendo valer artigo Constitucional, violado para todos que foram encarcerados em Curitiba e Rio de Janeiro. Por que a OAB não realizou plenárias, ou acampou em frente ao Supremo ou arguiu com contundência estes excessos junto ao CNJ?

            Enquanto o seu atual Presidente (carente de holofotes) comandou uma reunião, e de modo intransigente se comportou como Juiz num Tribunal de Exceção – ao negar proposta cautelar do Advogado do Presidente Michel Temer, sugerindo aguardar o relatório da perícia sobre a gravação – se houve montagem ou edição – no áudio divulgado ou seletivamente “vazado”, ontem no programa Fantástico da Rede Globo de Televisão, seu antecessor mostrou postura diferente e coerente com o papel da instituição (OAB). Denunciou o estilo protetor concedido ao criminoso Joesley Batista e seu irmão, e cobrou “paridade” da decisão do Ministério Público para que fosse justaposta aos demais delatores, que ainda continuam presos, após confissões, devolução de dinheiro; pagamento de multas; além de outra longa série de exigências que ora estão cumprindo. Os irmãos Batistas devolveram 110 milhões de reais, pagáveis em 10 anos, com primeira prestação a partir de Junho de 2018. Estão livres para transitarem por todo o planeta (sem serem molestados) e não responderão por mais nada referente a este tema. Pelo visto, não foi uma delação “premiada”, foi um indulto “paternal”. E agora OAB? Vai se manifestar para que estes benefícios se estendam a todos os que ainda estão encarcerados – mesmo os que já estão fora e impedidos de saírem de suas casas – como, por exemplo, o também empresário Eike Batista? Seu desejo – se o tivessem ouvido – era denunciar a bandidagem do BNDES. Mas, a Justiça Federal (RJ) não se preocupou com o que ele queria falar. Seu foco se mantinha na confirmação dos crimes de corrupção atribuídos ao ex-governador Sergio Cabral, a quem ele doara dinheiro.

            Este tipo de “Plenária” deveria ser uma constante na OAB, desde que fossem para debater assuntos de suma importância de sua área, como os apelos dos “Bacharéis em Marcha”, que o MEC os titularizou em Ciências Jurídicas, o que lhes dá o direito de advogar. Contudo, a entidade impõe uma prova, exigência para que os mesmos exerçam sua profissão – ferindo a Constituição Federal – interpretando de forma equivocada um “Estatuto” que se sobrepõe a Carta Magna (?). Seria também de bom alvitre, prestar contas de centenas de milhões de reais em seus cofres, recolhidos através de inscrições para o tal exame, cuja movimentação ou aplicação e uso deste dinheiro, não são fiscalizadas pelo TCU ou outro órgão de controle que zela pelo dinheiro do contribuinte, principalmente quando é “imposto” em forma de “taxas”. No Congresso tem dezenas de projetos com objetivo de regulamentar esta situação, destacando-se a sugestão para a OAB adotar o mesmo critério do CNH, com as carteiras de habilitação para motoristas: período probatório ou de experiência, e expedição de uma definitiva após ser verificada que o portador da “carteira” não cometeu delitos graves, durante o tempo obsevado.

            A OAB, como já citamos, teve momentos importantes na história do país. Presidentes como Seabra Fagundes, Raimundo Faoro; Bernardo Cabral trouxeram “luzes” para entidade, que iluminou “mentes” nos períodos de escuridão vividos por nossas Instituições Republicanas. Outros que se comportaram – como administradores -cumprindo sua missão determinada pelo Estatuto. E alguns, como o ex-ministro Marcio Tomaz Bastos, que deixaram como legado, um péssimo exemplo de conduta para seus filiados. Advogar, após deixar o Ministério da Justiça para o bandido Carlinhos Cachoeira, e defendê-lo em silêncio e ao seu lado, em frente às câmeras de televisão numa CPI do Senado, se constituem num dos maiores desrespeito ao seu passado e da OAB, mesmo já tendo defendido o líder do crime organizado Fernandinho Beira Mar.

            No tocante a ilegitimidade, Presidente da OAB jamais poderá defender ou pedir no momento, eleições diretas, quando sua Instituição pratica o inverso. Por que a Ordem dos Advogados do Brasil – através do seu Conselho Federal e suas Seccionais – tem rejeitado anos a fio, o desejo de seus filiados que é a realização de eleições diretas para Presidência da entidade? Vale para a OAB: faça o que digo, mas não fala o que eu faço?

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GABINETE DA CRISE

            Nestas duas últimas semanas – precisamente a partir de 01/05/2017 – de um tudo (imaginário pelos absurdos) testemunhamos ter acontecido na nossa combalida República, desconectada, acéfala e sem rumos ou caminhos, que nos aponte saídas. A insolvência de Estados e Municípios, escalada da violência nas ruas e rodovias – já fora de controle – nos levará rapidamente, ao quadro semelhante ora vivido na Venezuela.

            Os três Poderes que sustentam a democracia, estão em guerra – entre si – e no seu conjunto, que deveria ser harmônico. O Congresso Nacional, que é a casa do povo, foi invadido por manifestantes contrários a reforma da Previdência. Um descalabro, Agentes Penitenciários e Policiais Federais na busca de “privilégios”. Querem trabalhar só até os 55 anos, e o resto da população? Que se explodam! Até gás de pimenta foi usado no Plenário de uma Comissão Temática. Isto é esculhambação, desordem e falta de respeito – atos de vandalismos praticados por “cidadãos” que tem curso superior – comportando-se como moleques. Que exemplos estão dando ao país? Principalmente aos que não tiveram a oportunidade de educação com qualidade, que estão desempregados ou prestes a se aposentarem, e enxergam agora seu tempo de contribuição “esticado”? Imaginem se forem demitidos? Não existe “estabilidade” na iniciativa privada – aquela que trabalha e paga impostos – sustentando uma “máquina pública” corrupta, anacrônica, viciada e indolente.

            O Poder Executivo – atolado numa reforma Previdenciária – espécie de “pedágio” cobrado pelo capital especulativo internacional – prometendo voltar ao Brasil – negocia com um ganancioso e inescrupuloso Congresso (guardando mínimas ressalvas), afundando ainda mais o tesouro nacional. Este que por sua vez é refém do Banco Central, e de uma “quadrilha de banqueiros” sádicos, que sequer disfarçam suas voracidades insaciáveis por lucros estratosféricos, sangrando nossa economia e nos levando ao fundo do poço. Qual o programa do Presidente Michel Temer? Todos tiveram um programa. Mesmo os que não foram eleitos – Sarney, Itamar Franco – deixaram seus legados para a história, como por exemplo, o ex-presidente Itamar Franco, nos libertou da hiperinflação. Comentaristas econômicos só falam na “redução da inflação” e festejam a “possibilidade” de cumprimento da “meta” estabelecida pelo Banco Central (?). Claro que não teremos inflação… Estamos vivendo uma “depressão” semelhante à de 1929 (século passado) onde os grandes perdedores foram os Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha. O Brasil desemprega desde 2011 diuturnamente centenas de trabalhadores, sem a menor perspectiva de quando vai estancar esta flebotomia, alcançando um quadro de equilíbrio. Já passam de 14 milhões o número dos que perderam seu emprego. E os que estão ainda à procura do primeiro posto de trabalho? Terão que esperar algumas décadas.

            Em meio a toda esta balburdia – quadro desagregador – ainda surge um “tiroteio” no mais alto escalão da República. Procurador Geral Rodrigo Janot denuncia, e pede afastamento do Ministro Gilmar Mendes do STF – um dos poucos que ainda está tentando repor as peças na mesa do xadrez político institucional do país – que teve seu “tabuleiro” chutado pela operação lava-jato. Alegação do Procurador Janot foi sobre a esposa do Ministro ter atuado como Advogada do escritório que defende o empresário Eike Batista. Vem à mídia e descobre que a filha do Procurador Geral é Advogada da OAS (envolvida na lava-jato). Procuradores da “Força Tarefa” de Curitiba, se manifestaram também contra a decisão do Ministro Gilmar Mendes, por ter concedido habeas corpus ao ex-ministro do governo Lula da Silva, José Dirceu, preso há quase dois anos – como forma de antecipar sua pena – que pode ser revista pelo TFR e STF. Após a delação de Marcelo Odebrecht, Dirceu não tem mais nada o que dizer, nem inventar. Através do elegante Promotor Delton Dallagnol – vestido no estilo “aluno Oxford” – o Ministério Público e sua “força tarefa” da lava-jato fizeram duras críticas sobre uma decisão de um Ministro da mais alta Corte de Justiça do país. Todavia esqueceram-se (Dallagnol e Carlos Fernando dos Santos) de censurarem o companheiro “justiceiro” da lava-jato Diogo Castor de Mattos, que tem um irmão Advogado, Rodrigo Castor de Mattos e que vem atuando no âmbito da operação em Curitiba. Isto é no mínimo, antiético, arrogante ou “deselegante”. Ministério Público não é um Poder Constitucional, Justiça sim. Um Senador da República se insurge e pede o impeachment de três Ministros do STF, inclusive Gilmar Mendes. É inconcebível tamanha desordem e falta de “hierarquia funcional”, pecado capital dos Constituintes de 1986. “Quanto maior o número de leis e decretos, mais salteadores e ladrões existirão” – Filosofo Chinês Lao-Tsé século IV A.C. Deram ao Ministério Público e Poder Judiciário, “status” que os puseram acima da Lei, sem que ninguém os conteste, nem os julguem.

            Antes de se encerrar a semana, tememos que ainda ocorram fatos tão desagradáveis, quanto ao clima de “final de copa do mundo” – que inundou a mídia, e redes sociais no “duelo das vaidades” travado entre Lula e o Juiz Sérgio Moro.

            Presidente Michel Temer tem que esquecer por um momento a reforma da previdência, e criar urgentemente o “Gabinete da Crise” – entre os três poderes – que venham por ordem, discernimento e compostura, nas avacalhações reinantes na “casa”. Uma guerra com duas frentes de batalhas é impossível ser vencida. Caso contrário seu mandato não Será concluído. Alguém, através de um ato (institucional) de força, usará a “bala de prata” e com apoio das Forças Armadas intervirá nas Instituições, acontecimento que sepultara nossa democracia.

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O SENADO BOTOU A CARAPUÇA

            A lei de Abuso de Autoridade – mais uma entre as milhares originadas da nossa Constituição Cidadã – se impõe de forma imprescindível, para conter ou delimitar o óbvio: onde começa o direito de um, e termina o de outrem. Algo tão comum e trivial – citados ou inseridos em vários dos 350 artigos de nossa Carta Magna – porém, não interpretado ao “pé da letra” como exigem ou questionam nossos “notáveis” conhecedores da lei, Promotores, Juízes; Desembargadores e Ministros.

            Na queda de braço intrapoderes constituídos – iniciada no delicado momento que avançou a operação lava-jato – o cidadão comum começou a questionar o porquê de demais instâncias no Poder Judiciário, se o Juiz Sérgio Moro, orientado e a pedido do Ministério Público, prende e solta na hora que bem quer e entende, seja lá quem for – mesmo já fazendo vítimas – como dois réus que foram inocentados no TRF-RS.

            Do modo como o Senado Federal aprovou a Lei, que ainda vai ser votada e pode ser alterada ou modificada pela Câmara dos Deputados, os políticos assumirão o papel dos “suspeitos de sempre”. Quando falarem em corrupção, dedo em riste apontará para o Congresso Nacional, Palácio do Planalto; Esplanada dos Ministérios; Governos Estaduais e respectivas Assembleias Legislativas, terminando nos eternos fregueses: Prefeitos e Vereadores. Ministério Público, Magistratura; Cortes Superiores de Justiça e Contas (STJ, STF, TCU e TCEs) estarão acima de quaisquer suspeitas.

            O saudável na democracia é o fato da lei está acima de tudo e de todos. Isto garante o legítimo exercício da cidadania, nivelando-nos perante seus ditames. O Ministério Público do Paraná, com apoio da Procuradoria Geral da República, encetou campanha nas redes sociais, cobrando da população “proteção”, se imiscuindo no Poder Legislativo a quem só a ele, e não mais ninguém é permitido o direito de elaborar nossas Leis. Os Senhores Procuradores tentaram evitar que o Senado Federal votasse e aprovasse o Projeto Lei de Abuso de Autoridade, acoplado a outro que determina os limites do foro privilegiado. O que teme o Ministério Público? A eles, cabe o austero papel de fiscal intransigente da legislação. O comportamento deveria ser inverso, a campanha deveria ser feita para aprovarem a lei, pois ele mesmo (Ministério Público) de forma transparente serviria como exemplo. Riscos ou temores de serem vítimas de falsas denúncias, sobre prováveis abusos ou arbitrariedade? São perigos que nós cidadãos comuns igualmente corremos, expostos no nosso quotidiano.

            O ex-deputado federal Eduardo Cunha teve seu mandato de Presidente da Câmara dos Deputados cassado – pelo Judiciário e de forma arbitrária foi afastado de suas funções Parlamentares – poder outorgado pelo povo, o que se traduz como insegurança jurídica em plena democracia. Apesar da vastidão de leis que existem na nossa confusa Constituição e seus Códigos (penal e civil), o falecido Ministro Teori Zavascki se amparou na figura do “direito das ruas” (?) para afastá-lo. Procedimento incomum nunca visto antes em nossa República, mesmo nos seus períodos mais escuros, quando se instituíram as ditaduras de Getúlio Vargas, do Estado Novo e período dos Governos Militares.

               A presunção da inocência, artigo 5º inciso LVII de 1988, inspirado na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 artigo XI, inciso 1, não está sendo corretamente interpretado pelos Ministros das Cortes Superiores de Justiça, Ministério Público do Brasil; Polícia Federal e em alguns casos, Juizados de Primeira Instância. Vejamos abaixo, exemplo do berço da democracia no Ocidente, Estados Unidos da América. De 1920 a 1931 o bandido Al Capone cometeu dezenas de assassinatos em Chicago e Estados vizinhos. Foi um dos fundadores da Máfia, organização criminosa que controlava e explorava jogos de azar (proibidos por lei), prostituição; contrabando de bebidas em plena Lei Seca e tudo isto, nas “barbas” da lei, que se sentia impotente para prendê-lo e levá-lo a julgamento por falta de provas, testemunhas ou flagrantes. Era inocente perante a lei. Capone Debochava de todos, subornava parte da mídia da polícia e da Justiça. E, para coroar sua carreira – até então exitosa no mundo do crime – figurou na lista dos mais famosos do ano de 1929 ao lado de grandes expressões como Albert Einstein e Mahatma Ghandi. Cansado de esperar por J. Edgard Hoover – já todo poderoso do FBI – o Presidente Herbert Hoover aceitou a ideia do Chefe da Agência do Álcool, Tabaco e Armas, Eliot Ness, que sugeriu prendê-lo por contrabando e sonegação fiscal. Calcanhar de Aquiles de Capone, que jamais imaginou ser preso por alguém que não fosse policial, sem mandado da Justiça ou pedido da Promotoria. Através de exaustiva investigação, fechando bares, restaurantes e casas noturnas por venderem bebidas, Ness conseguiu numa destas operações, prender o contador de Capone. Com ele, todo o material que serviu como provas da sonegação do Chefe Mafioso. O jure popular o condenou a 11 anos de cadeia e multa de 50 mil dólares. Eliot Ness pôs fim à gang corrupta e criminosa Chicago, sem precisar de arbitrariedade ou abuso de poder.

            Se tudo isto tivesse acontecido no Brasil – dias de hoje – Capone estaria preso. Contudo, o Juiz Federal Flávio Roberto de Souza (RJ) que determinou sequestro e bloqueio de todos os bens do empresário Eike Batista, levou para sua garagem e passou a usar dois carros de luxo importados, inclusive um Porshe Cayenne. Deu entrevista na TV, onde Eike (vítima do roubo) viu seu relógio de uso, no pulso do Juiz. Mas, em obediência as nossas leis, o Juiz foi punido. Afastado do cargo e aposentado compulsoriamente com um salário de 29 mil reais. Não foi para cadeia e nem devolveu as joias de Eike Batista. Tomaram apenas os veículos. O CNJ em 2010 afastou 72 Juízes e três Desembargadores. Destes, 48 já estão aposentados compulsoriamente. Atualmente, são gastos com aposentadorias – e salários dos afastados – 16,4 milhões de reais por ano. Numa democracia onde a cadeia não é para “todos”, infratores da lei, sua legislação é injusta.        

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QUEM ROUBA NOSSO OURO

            Quinta-feira 20/04/2017 o ex-ministro Antônio Palocci, que compôs as equipes da era petista nos Governos Lula e Dilma, prestando depoimento a Justiça Federal do Paraná, negou que tivesse se metido na pilhagem da “bijuteria” que envolve o Congresso Nacional, Presidência da República e sua estatal Petrobras. Considerou que caixa dois sempre existiu nas campanhas que participou; que não seria ridículo em repetir que “todas as doações foram legais…” O chavão do PT e demais legendas metidas com delitos na Legislação eleitoral. Contudo, no final de sua fala, se pôs a disposição em colaborar “para que o Brasil encontre caminhos melhores”, sugerindo que sabe quem realmente fez grandes negócios. Fornecerá nomes, endereços e datas.

            Talvez poucos tenham entendido seu “recado”. Será que o Juiz Sérgio Moro alcançou? Provavelmente sim, pelo fato de ter estreado na Magistratura, ocasião das investigações do BANESTADO, operação que desviou valores astronômicos estimados na época entre 30 e 50 bilhões de dólares – guardando as devidas proporções – colossal montanha de dinheiro que ainda supera os números de hoje da Odebrecht e de todo cartel por ela encabeçado. O “esquema” BANESTADO funcionou entre 1996 e 1999. Sonegação fiscal; lavagem de dinheiro; evasão de divisas; propinas; sobras de campanha (?)… Fatos que levaram a “austera” família Bornhausen, através de seu líder ex-governador e Senador que presidiu o PFL Jorge, ser identificado como titular de uma conta com saldo de 5 bilhões de dólares nos Estados Unidos. Antes de ser investigado, deixou a vida pública, e com ele, se retiraram todos os políticos infiltrados pela FEBRABAM, associação criminosa que corrói a economia brasileira. Abortarem CPI, grande mídia nacional não deu destaque; jogaram a culpa só nos doleiros, que pararam nas garras da Justiça. Para os Setubal, Bornhausen e outras famílias Mineiras e Paulistas que compunham o “clube dos banqueiros”, nada ocorreram.

Os relatos da lava-jato já se exauriram. Doravante, esclarecerão apenas detalhes de como se processou a “química”, para evitar os órgãos de fiscalização como, por exemplo, o “perfeito” COAFI e Receita Federal. A divulgação pode até se ampliar, com mais nomes, como faz a Rede Globo em suas telenovelas, após constatar que audiência ultrapassou os 40 pontos. “Esticam” o número de capítulos, para segurar o telespectador. A mídia tem alimentado a ansiedade popular, que espera mais delações, com mais nomes de políticos envolvidos ou “repicar”, velhas figuras viciadas num ato contínuo de delinquência contumaz, transgredindo a Legislação Eleitoral.

Como frisou o patrono da corrupção pós-governos Militares, Emílio Odebrecht, o “esquema” começou há trinta anos, a partir da instalação do processo da “redemocratização” no Brasil. Toda classe política hoje, com ou sem mandato, utilizou destes mecanismos para chegar ao poder. O pior é que o povo sabe, e finge que se “choca” quando vê nomes de líderes que eles “mitificaram”, na lista de infratores.

Ao consideramos “bijuteria” tudo que a lava-jato identificou como o maior escândalo de corrupção da história do Brasil, bloqueando e recuperando dezenas de bilhões de reais – ativos que estavam “guardados” para serem utilizados nos futuros projetos eleitoreiros – são valores (percentuais) oriundos do Orçamento Geral da União. Se somados todos estes desvios dos últimos trinta anos, o montante não atinge sequer 10% do PIB do ano passado, que alcançou 6,1 bilhões de reais ou cerca de 2,3 bilhões de dólares (valores aproximados pela variação cambial). Os referidos 10% do PIB seria 600 bilhões de reais.

Quem leu alguns de nossos artigos neste espaço, deve ter percebido a insistência sobre a ausência dos Bancos, Poder Judiciário; Ministério Público e Polícia Federal, nas delações premiadas. Com relação aos Bancos, basta questionar como se movimentam bilhões de reais senão através deles? Como se transfere dinheiro para paraísos fiscais, sem a participação efetiva e criminosa dos Bancos? Os delatores falam das contas abertas no exterior, e dos depósitos e transferências. Quais os Bancos que fizeram estas operações? Apenas um delator da Odebrecht, revelou que uma funcionária do Banco Central recebeu 5 milhões de Euros. O Brasil tinha uma rede gigante de Bancos locais, regionais; interestaduais… Todos foram “engolidos” pela ganância das corporações financeiras “cartelizadas”, compostas por Itaú, Bradesco; Santander; Banco do Brasil e BNDES, acobertados pelo Banco Central do Brasil (independente) e ditador de regras econômicas que o Governo tem que cumprir. O Banco Central arbitra a inflação e a taxa de juros. Controla o meio circulante (dinheiro). Tem o poder de punir ou promover quem desejar: a cada ano aparece um novo “gênio” surgindo um novo Banco de Investimentos. Nunca fez uma auditoria na CVM – Comissão de Valores Mobiliários que controla a Bolsa de Valores, um dos maiores antros de vigaristas e ladrões do planeta, composta por uma gente inescrupulosa que cinicamente surrupiam diariamente as escassas economias do trabalhador brasileiro, na jogatina de resultados viciados, semelhantes aos Cassinos de países do terceiro mundo. Alguém do Congresso falou em fazer uma CPI sobre as atividades do HSBC no Brasil. O HSBC é considerado contraventor de baixa periculosidade. Antes que o assunto prosperasse, a grande mídia “sufocou”. A instituição fechou suas portas no Brasil e foi embora, temendo “queimar” sua reputação nos grandes mercados (Zona do Euro e Wall Street), por conta de seus clientes e “sócios” investidores tupiniquins. Passou seus ativos para a destemida “gang” composta por Santander, Itaú; Bradesco e as Operadoras de Cartões de Créditos.

O Brasil deve hoje 3,2 trilhões de dólares (internos e externos). Só de juros, arbitrados pelo Conselho Monetário Nacional em sintonia com o Banco Central e seus cúmplices internacionais (taxa selic), o contribuinte brasileiro pagou no ano passado (2016) 1,338 trilhões de reais, correspondente a 43% do nosso PIB. Praticamente metade de tudo que produzimos e arrecadamos, foram para as mãos dos verdadeiros insaciáveis ladrões que roubaram, roubam e continuarão roubando nossas joias preciosas, saqueando o verdadeiro tesouro da nação. Se somarem hoje a bijuteria – todas as propinas e caixas dois de todas as campanhas de 1986 até os dias de hoje dos trinta anos que Emilio Odebrecht se referiu – não representará metade dos juros e serviços da dívida que serão pagos neste ano (2017). Desembolsaremos 1,4 trilhões de reais. Pagamos aos especuladores, terceiro maior juros do mundo, perdendo apenas para falida Grécia e o Líbano, em estado de guerra.

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EXAGEROS

            A mega delação da Odebrecht – algo considerado pela mídia e Procuradoria Geral da Republica como à mãe de todas as bombas (MOAB GBU-43) – analogia a demonstração recente de poder destrutivo dos Estados Unidos no Afeganistão, “operações” que não passaram de exageros, distanciando-se de alcançarem resultados esperados ou alvo desejado. Uma bomba que custa milhões de dólares para o contribuinte norte-americano, matou entre 26 a 60 guerrilheiros provocando baixas inexpressivas num exercito hoje composto por dezenas de milhares de fanáticos. A nossa bomba domestica “Odebrecht” foi um “festim”, apesar da imensa relação de políticos – principalmente sem mandatos – que tiveram suas investigações autorizadas e distribuídos pelo Ministro Edson Fachin para outras instâncias. Pelo que percebemos os acusados finalmente relaxaram. O rito processual evidencia “via procrastinatória”, criado pela própria Justiça, cujo roteiro é um vai e vem sem fim.  O Ministro Fachin devolveu a lista a Procuradoria, para que examinasse e iniciasse investigações (?). O Procurador vai devolver ao Ministro Fachin (sem data prevista) esta lista – passiva de alterações – para este devolver mais uma vez ao Procurador, e somente aí é que se instauram os inquéritos. Depois de concluídos, o Procurador Geral ainda vai decidir quem denunciará. Quando fizer a denuncia, cabe ainda ao Ministro Fachin determinar quem será réu, e só então entram em ação os Advogados. Resumindo: seis anos para  uma sentença. Muitos crimes serão prescritos, como o “caixa dois”, por exemplo.

             Alardeado pelas redes de televisão com sensacionalismo estapafúrdio, a Odebrecht e seus delatores – durante seis dias ininterruptos de massacre – deixou o povo atordoado pelo volume de vídeos, fatos; áudios inaudíveis… Confusão que levou que levou o telespectador a entrar em parafuso e perder o interesse, também pela repetitividade. Nas redes sociais e sua rápida perecividade, o assunto se “exauriu”, tornando-se chato e maçante, ganhando uma linha satírica de humor negro. A corrupção no Brasil é um tumor metastático com células cancerígenas em todos os órgãos que compõem seu “corpo social”. As delações continuam “seletivas” tais quais os “vazamentos”. Ainda não foi citado ninguém do Poder Judiciário, Ministério Público; Polícia Federal ou Bancos. Como se movimenta dezena de bilhões de reais sem a participação dos Bancos? Ricardo Pessoa da UTC chegou a mencionar enfaticamente o nome do Presidente do TCU. Nada? Numa “gravação” – não delação – o filho de Nestor Cerveró “vazou” para TV Globo, áudio de uma conversa com o Senador Delcídio do Amaral. Ouviu-se no diálogo, o Senador com naturalidade que demonstra intimidade, mandar seu assessor ligar para o gabinete do Ministro Fachin (hoje relator da lava-jato), solicitando espaço em sua agenda para ser atendido. Foi o suficiente para ser preso imediatamente, em pleno desempenho de suas funções e gozando dos benefícios do seu foro. Só foi posto em liberdade, depois que fez sua delação, e admitir que “a ligação telefônica” para o Ministro do STF fora encenação de sua parte (sugesta no jargão da malandragem), exibindo poder para conter Cerveró, e o filho de uma delação (?).

            E agora, Dr. Sérgio Moro? Marcelo Odebrecht, seu pai e setenta executivos de sua empresa, mostraram à perversa e criminosa “engenharia” montada para roubar o povo brasileiro. Confirmaram que o ex-presidente Lula e sua sucessora Dilma Rousseff sabiam de tudo, que só eles tinham o poder de mandar parar, acabar com roubalheira ou punir administrativamente seus Ministros e Servidores Públicos envolvidos. Mas, não o fizeram, o que sugere nas entrelinhas que como toda quadrilha tem um chefe, eles seriam este “chefe”? Não têm foro privilegiado e estão à disposição da Justiça do Paraná. O que impede agora suas prisões?

            Com princípio meio e fim, os exageros da mídia puseram a lava-jato em “xeque” diante da opinião pública. De um lado, todos os líderes das quadrilhas que atuaram em forma de cartel (empreiteiros) foram presos e julgados. E seus comparsas que lideravam o lado “político”? Se prenderem Lula e Dilma, vice-versa ou um dos dois, o STF põe na rua no outro dia – concedendo habeas corpus – direito que em seguida será estendido a todos os investigados a partir deste episódio. Se não prender, o roteiro fica comprometido, e por falta de mandante (como em casos de pistolagem) não haverá logicamente o “mandado” ou pistoleiro.

            Nos quatorze anos de governo petista, Lula e Dilma nomearam oito dos atuais onze Ministros do STF. O Brasil é um país enraizado no cristianismo, onde a gratidão é uma das virtudes comportamentais pregadas por todas as gerações, e de pai para filho. Alguém acha que um destes oito Ministros do STF, negaria um favor, ou gesto de gratidão a Lula ou Dilma? Eles foram escolhidos numa lista tríplice e coroaram com êxito suas carreiras ocupando a mais alta Corte de Justiça do País. Devem sim o favor. Teori Zavascki atendeu um destes pedidos, quando Renato Duque (braço do PT no petrolão) foi levado para o Paraná. Concedeu habeas-corpus e o mandou para casa. Mas, uma semana depois, o Juiz Sérgio Moro mandou prendê-lo novamente. Ficou lá até hoje, e o STF silenciou.

            Semana que vem, o Senado Federal aprovará a lei de Abuso de Autoridade. Como a Lei retroage para beneficiar. Todos os denunciados processarão seus algozes do Ministério Público e Polícia Federal. Os Magistrados também, pelo menos dois, que tiveram suas sentenças reformadas. Cabe ao Senado e somente a ele, investigar o STF e abrir processo de impeachment contra Ministros do STF, STJ e TSE. Até o final do ano, pelo andar da carruagem, o jogo estará empatado. E o Juiz Sergio Moro? Qual será seu destino? O mesmo de Joaquim Barbosa, após o mensalão?           

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SINUCA DE BICO

            O ex-governador Ronaldo Cunha Lima, maior mito da história política paraibana do século XX – invicto em todos os pleitos populares que disputou de Vereador a Senador da República – nunca escondeu sua preferência por aquele que seria seu sucessor.  Com bastante antecipação, auge de sua popularidade, elegeu seu filho Cássio Rodrigues da Cunha Lima Deputado Federal Constituinte (1986). Dois anos depois, o “imberbe” parlamentar foi sufragado majoritariamente pelas urnas, como o mais jovem Prefeito de Campina Grande (apenas 25 anos) desde a emancipação política (1864).

            O legado do sucessor custa bem mais caro, que o preço pago pelo conquistador (seu antecessor). Cássio Rodrigues da Cunha Lima renunciou sua juventude, abdicou de uma carreira profissional onde pudesse se realizar vocacionalmente; envelheceu precocemente para ser compreendido por uma geração mais antiga, que compunha o exército Ronaldista; perdeu sua privacidade; moldou-se no perfil que seus seguidores o esculpiram, sem direito de escolha; enfrentou a ciumeira doméstica e familiar; tinha a obrigação de não errar, mostrar competência em acertar sempre nos eventuais equívocos cometidos pelo seu antecessor; manter um estilo sempre ascendente e vitorioso; não perder aliados; vencer obrigatoriamente todos os combates de uma guerra sem fim, sustentando a hegemonia do poder “Cunha Lima”, sobre seus adversários ou inimigos que surgiam a cada dois anos (eleições municipais intercaladas entre as eleições gerais).

            Ronaldo da Cunha Lima se notabilizou pela coragem, usando o dom carismático da palavra, criando paixões nos seus admiradores, através de um forte poder de persuasão – em ampliação permanente – arrastando multidões. Seu sucessor, Cássio Rodrigues da Cunha Lima optou por “ousadia e determinação”, armas para enfrentar dificuldades e superá-las, por mais difícil que fossem as circunstâncias ocasionais.

            Após a derrota imposta por José Maranhão nas convenções do PMDB (1988), o Clã Cunha Lima sofreu um abalo imensurável em seus alicerceis. Queimou uma eleição estadual e José Maranhão obteve mais de 80% dos votos válidos, sendo considerado o Governador campeão de votos no país. Em seguida, um AVC vitimou o poeta Ronaldo (maio de 1999), num dos momentos mais cruciantes da segunda gestão de Cássio Cunha Lima como Prefeito de Campina Grande, candidato a reeleição no ano seguinte (2000). Ronaldo imobilizado, Maranhão avançando sobre os redutos Cunha Lima através da “maquina”, deserções de algumas patentes expressivas… Cássio já estava efetivado como Supremo Comandante das tropas peessedebistas. Teve que se agigantar para segurar o grupo, em processo de esfacelamento. E, num ato ousado – cujos detalhes nunca foram revelados – “desmontou” a principal postulação que lhes fazia oposição com vistas às eleições de 2000 (Cozete Barbosa PT-PB) que compôs sua chapa como vice. Obteve 87% dos votos válidos em Campina Grande, algo inimaginável e surpreendente para os que apostavam no declínio do Clã. Após sua posse (janeiro de 2001) pôs o pé na estrada e percorreu toda a Paraíba por três vezes, até outubro de 2002, pregando sua candidatura ao Governo do Estado. Mais uma vez a ousadia foi parturiente do sucesso. Conseguiu o apoio do Prefeito de João Pessoa Cícero Lucena e a maioria esmagadora do PT que votou no odiado PSDB de Cássio. Para “fechar” a chapa majoritária, abraçou inimigos que os consideravam imperdoáveis: Wilson Braga e Efraim Morais. A grande surpresa e o medo do “tucano” foi um segundo turno, não previsto. Maranhão já eleito Senador, entrou de cabeça com o poder da maquia, desmobilizou Wilson Braga e outras lideranças, equilibrando a campanha cujo resultado foi bastante apertado, pouco mais que 50 mil votos.

            A vitória de 2002, sem a imprescindível participação do poeta Ronaldo Cunha Lima (convalescente de um AVC) justificou finalmente os motivos que o levaram a escolher Cássio como o seu sucessor. Seus dois primeiros anos a frente dos destinos da Paraíba, foram repletos de dificuldades. Tinha um Presidente da República adversário (Lula), que o assediava diuturnamente para se filiar ao PT. Mas, resistiu ao “canto da sereia” e com o “estouro” do mensalão, sepultou em definitivo esta hipótese.

            Reelegeu-se Governador em 2006, enfrentando José Maranhão que comandando o PMDB (2004) havia derrotado o PSDB de Cássio nos principais colégios eleitorais do estado, a partir de Campina Grande. Cabedelo, João Pessoa; Guarabira; Santa Rita; Bayeux; Patos; Pombal; Sousa… Cajazeiras foi uma eleição suprapartidária. Não reconhecendo a derrota, o Senador José Maranhão procurou o “tapetão”: TRE e TSE e arrancou o mandato do “tucano”.

            Fora da vida pública, os inimigos de sempre imaginaram ser impossível para o “tucano” herdeiro do poeta, retornar as atividades políticas. Enganaram-se… Foi a mais fácil de todas as disputas que Cássio enfrentou (2010). As urnas lhes conferiram 1,004 milhões de votos para o Senado da Federal, mandato que só assumiu um ano depois. Mas, em 2014, foi “empurrado” para enfrentar Ricardo Coutinho, pleito que resultou na sua primeira derrota. Os mesmos “personagens” que o empurraram em 2014, estão tentando encurrala-lo agora, instante em que vive o seu melhor momento político. São seus inimigos? Claro que não! São seus amigos, suas próprias “crias”. “Sinuca de bico”… Montar uma chapa “tucana”, para enfrentar o PMDB, legenda com quem o PSDB é oficialmente “casado” desde o impeachment da Presidenta Dilma.  Por conta destas suas “crias”, Cássio tem amargado uma ruptura familiar, deixando o Clã sem identidade própria. Já não existe mais as reuniões conciliatórias na mesa de jantar, ocupando Ronaldo uma das cabeceiras e Ivandro a outra. O motim do PSDB é um movimento para enfraquecer Cássio, ou tirá-lo da vida pública. Se lançar Romero Rodrigues para o Governo do Estado, Cássio terá como fortes concorrentes para o Senado: Ricardo Coutinho, Luciano Cartaxo ou Manoel Júnior; Raimundo Lira; Aguinaldo Ribeiro; Veneziano Vital do Rego… O “socialista” se comporá com José Maranhão, lançando-o ao Governo do Estado, para deixar Cássio Cunha Lima sem mandato. Seus fiéis “amigos” querem deixa-lo sem discurso, como em 2014? O que Cássio dirá contra o PMDB, governo que serve no Senado da República? Vai novamente assumir a “pecha” de traidor, como em 2014? Para o líder e sucessor do poeta, resta a ousadia: uma “mão de rédeas” nos amotinados, mostrando que o barco ainda tem comando, e seu sobrenome “ainda” é Cunha Lima.

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REPÚBLICA DE CINCO PODERES

            Pressionado pelo então Deputado Ulisses Guimarães (1985) Presidente José Sarney admitiu convocar mais uma Assembleia Nacional Constituinte, usando as eleições de 1986 para escolher seus representantes. No auge do Plano Cruzado – PMDB se tornou o maior partido político da América Latina – evento indicava claramente como seria nossa Carta Magna: um conjunto de Leis que eternizasse a legenda e seus dirigentes. Repetiram o mesmo erro do Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco e a Constituição “transitória” de 1967. Castelo Branco, se despedindo de sua curta gestão como Presidente da República – popularidade em alta – rasgou a Constituinte de 1946, a mais perfeita e democrata de todas, e impôs novas regras ao país com vistas a um futuro promissor que se desenhava no final da década dos anos 60 (século passado).

            Sempre olhando o “retrovisor”, Castelo Branco criou o bipartidarismo, extinguindo quinze legendas existentes na época. Diminui o poder e influencia do Parlamento, quando ratificou o fim dos subsídios parlamentares (hoje emendas); Vereadores assalariados só em cidades com mais de 200 mil eleitores; Eleições indiretas para Presidência da República; Governos dos Estados; Nomeações de Prefeitos para cidades consideradas “áreas de segurança nacional”; Banco Central; correção monetária indexando a economia defasada com perdas desde 1960; Casa da Moeda; BNH; INCRA; Polícia Federal; quitou dívida externa e enxugou a interna; Projeto Rondon; MOBRAL; reforma no ensino com inclusão das disciplinas OSPB e Moral e Cívica… Modernizou o país deixando-o pronto para “decolar” (milagre econômico) quando o Brasil cresceu acima de 7% ao ano, nas gestões Costa e Silva e Médici.

            O “calcanhar de Aquiles” de nossa República – desde sua proclamação – tem sido o Parlamento e a corrupção incrustada nele. Getúlio Vargas o fechou por mais de uma vez, juntamente com o Judiciário. Durante período dos governos Militares, só o Parlamento foi fechado, e em algumas ocasiões, por Castelo Branco, Costa e Silva e Geisel. Médici o reabriu para ser empossado, e o deixou funcionar por toda sua gestão, a exemplo do ex-presidente João Batista Figueiredo (governo de transição). Sarney temia uma nova Constituição, mas não quis contrariar Ulisses Guimarães. Escutaram grandes juristas, cientistas políticos do mundo inteiro e na França, receberam a recomendação final: segundo os Franceses, as dificuldades de governarem seu país era a Constituição e seus excessos, pois diferente da norte-americana (sete artigos), a Francesa tinha 35. Ulisses Guimarães Presidiu a que está aí (Cidadã) com 350 artigos. Ao Parlamento foram devolvidas todas as regalias, cortadas por Castelo Branco.

Temendo a volta dos Militares, a Constituição de 1988 “blindou” excessivamente o Poder Judiciário – único no planeta – que abaixo do Divino são inatingíveis. Inexiste hierarquia funcional no Poder Judiciário. Os Juízes (primeira instância) não obedecem a ordens de ninguém (Desembargadores ou Ministros) são inamovíveis e irremovíveis; se tiverem suas sentenças ou decisões reformadas por Cortes Colegiadas, não sofrem nenhum tipo de censura ou punição; tem o poder de prender ou libertar a luz de sua interpretação (?); não há registro de prisão de nenhum Juiz, exceto Nicolau dos Santos (não Togado), do TRT (Justiça Administrativa). Os Poderes Executivo e Legislativo, punem seus subalternos com inquéritos administrativos seguido de exonerações, e cassações de mandatos pelas mesas diretoras da Câmara e do Senado por ausências às sessões, falta de decoro parlamentar, dentre outros atos considerados ilegais.

Com a eclosão da “operação lava-jato” após a primeira delação premiada (Paulo Roberto Costa), o Juiz Sérgio Moro vem desmontando toda a classe política brasileira, deixando a população perplexa, sem opção e nem opinião. Escudado pelo “Foro Privilegiado”, o Parlamento Nacional vive seus piores dias desde sua criação. O Poder Executivo já enxerga perigo real no seu quintal (nove Ministros denunciados e delatados) e o Presidente sendo julgado pelo TSE por compor uma chapa suspeita de ter cometido crime de abuso do poder econômico para vencer as eleições de 2014. O Senado Federal tomou posição de defesa – iniciando uma corrida contra o tempo – na tentativa de aprovar a PEC do “Abuso de Autoridade”, cujo intento é evitar o avanço de outros abnegados da causa “Moro”, como Marcelo Bretas, que não deixará pedra sobre pedra no Rio de Janeiro. O Juiz Bretas, prendeu aquele que um dia foi um dos maiores bilionários do Brasil (Eike Batista), ex-governador Sérgio Cabral e sua esposa; dezenas de ex-secretários de Estado e por último, cinco dos sete Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, inclusive seu Presidente. O ato parou – por falta de quorum – a Corte de Contas do Estado do Rio de Janeiro, no momento cruciante de sua pior crise econômica da história. Notas de rodapé da grande mídia nacional, apontam a surpreendente “delação premiada” do ex-governador Sérgio Cabral, que envolve 97 “respeitáveis” figuras do Poder Judiciário e Ministério Público. Se isto de fato ocorrer trará um efeito “tsunami”. Inundará toda a Federação, deixando o Brasil ingovernável.

A insegurança Jurídica que permeia o Brasil do momento, é fato inusitado na história. De “fato” são cinco, e não três, os Poderes de nossa República. Poder Executivo, Legislativo; Judiciário; Ministério Público e Polícia Federal. Independentes e inarmônicos. Exemplo mais recente, “operação carne fraca”, deflagrada pelo Delegado Maurício Moscardi da Polícia Federal, que nos trouxe um prejuízo incalculável nas exportações, desemprego, e com certeza falência de alguns frigoríficos. Quem autorizou esta operação? A Superintendência Regional da Polícia Federal? A PF ainda subordinada ao Ministério da Justiça? Osmar Serraglio nada sabia sobre o fato. O Juiz Marcos Josegrei decretou 118 prisões (temporárias e preventivas), interdição de cinco Frigoríficos, a pedido de um Delgado?

Abril de 2017, O Brasil vive momentos “Robespierreanos” (Revolução Francesa). Todos os dias, cabeças vão rolar… Até aparecer um Napoleão, guilhotinar a sonhada liberdade e igualdade, fechar a Assembleia Constituinte e tornar-se Imperador.

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FENÔMENO SORTE (PARTE II)

            Relata a história, que Napoleão Bonaparte nos preparativos para iniciar uma campanha (guerra), recrutava novos Generais e a entrevista final – após aprovação do currículo – era realizada com o próprio Imperador. Indagava do futuro Comandante se ele tinha sorte, acreditava na sorte e relatasse um fato, onde a “sorte” o tinha ajudado. Caso não existisse um exemplo convincente sobre “sorte”, o candidato era dispensado.

Reconhecendo que foi “puxado” por Cássio Cunha Lima e seus hum milhão e quatro mil votos – eleito Senador e não assumindo de imediato – Ricardo Coutinho nomeou para o primeiro escalão do seu governo, dez Secretários indicados pelo líder tucano, gesto que fez cair algumas “pétalas” do “girassol”. Em seguida – pouco mais de um ano após sua posse – a “sorte” começou a dá sinais de cansaço… Cássio Cunha Lima via TSE/STF, conseguiu reformar a sentença de cassação do seu registro de candidatura (TRE-PB), e assumiu sua vaga no Senado Federal (2012). Romero Rodrigues esmagou o PMDB em Campina Grande, elegendo-se Prefeito – isolado e sem a participação de Ricardo Coutinho – nem na chapa, nem no seu palanque. Na Capital, o girassol “muchou”. Estelizabel amargou uma derrota contra Luciano Cartaxo (PMJP). O ano de 2013 se iniciou sob a premissa da volta de Cássio Cunha Lima ao Governo do Estado, considerado imbatível para o pleito de 2014. Ricardo Coutinho vivia seu inferno astral.

            Ex-Senador Vital Filho (PMDB), homem “missão” do Governo Dilma e do PT no Congresso Nacional – coveiro da CPI de Carlinhos Cachoeira e Petrobras – ofereceu-se para assumir o palanque da Presidenta na Paraíba, ao lado de José Maranhão (Senado Federal). Cássio (PSDB) representava Aécio Neves. Ricardo Coutinho (PSB) cerrou fileira ao lado de Eduardo Campos. A candidatura de Vital Filho para o Governo do Estado encontrou forte resistência na legenda (PMDB). Deputados Federais Manoel Júnior e Hugo Mota declararam apoio a Cássio Cunha Lima, e tentaram convencer José Maranhão negar legenda ao Senador. O argumento se assentava na premissa que parte do eleitorado de Cássio, votaria em Maranhão (Senado), o que de fato aconteceu. Mas, o velho Cacique do PMDB “empurrou de barriga” a questão, e permitiu a postulação de Vital Filho, na expectativa de um eventual segundo turno. A “sorte” resolveu aparecer… Ressurgiu, e encontrou mais uma vez Ricardo Coutinho, nas esquinas da vida.

Sem dá motivos para rompimento com Cássio – evitando repetir o erro de Cozete Barbosa – o “socialista” manteve-se como recomenda a filosofia oriental: “inimigo não se pode ter muito próximo, nem tão distante”. Quando Cássio veio anunciar sua candidatura, o fez de forma acanhada, sem um estrondoso e empolgante discurso. Claudicou nas palavras, e não apresentou justificativas para contradizer as insistentes afirmações – durante três anos – que apoiaria Ricardo Coutinho na sua reeleição. Parte do Exército “tucano” já aquartelado no Palácio da Redenção, permaneceu por lá. Além de dezena de Prefeitos, o tio de Cássio, Renato Cunha Lima, encabeçava um motim ao lado dos Deputados Adriano Galdino, Ricardo Barbosa; Damião Feliciano… Até o vice Rômulo Gouveia abandonou Cássio. Engatou “marcha ré”, já próximo às convenções.

O TRE-PB considerou aptos para votarem (2014) 2.834.282 eleitores. No dia 03.10 (primeiro turno) compareceram as urnas 2.334.522. Mais de 600 mil votos não foram computados. Os eleitores não apareceram, anularam seus votos, ou optaram pelo “branco”. Sufrágios válidos: 2.142.040. Cássio caiu do patamar de 1.004.183 (2010) para 965.597. Ricardo praticamente manteve seu desempenho: 942.121(2010) e 937.009 (2014). Vital Filho foi votado por 106.162 e Major Fábio 14.910. O tão sonhado segundo turno, tábua de salvação de Ricardo Coutinho, aconteceu.

 A decisão do pleito (2014) doravante ficou nas mãos do Senador José Maranhão, que após uma derrota na disputa de 2012 pela PMJP, aonde não chegou ao segundo turno, surpreendeu elegendo-se Senador. Ricardo Coutinho “montou” mais uma vez no “cavalo da sorte”… Como bom “Cristão”, Maranhão é dos que perdoam, mas não esquece. Ricardo já o tinha traído e derrotado por duas vezes. Mas, Cássio? Foram sete derrotas consecutivas. Primeiro e segundo turno de 2002, primeiro e segundo turno de 2006; primeiro e segundo turno de 2010 (apoiando Ricardo) e as eleições municipais de 2012 da Capital. Estava na hora de quebrar a invencibilidade do “tucano”. Vital Filho voou para Brasília depois do dia 03 de outubro, e José Maranhão – eleito Senador – abraçou a tarefa de decidir quem governaria a Paraíba. Conseguiu transferir integralmente toda a votação de Vital Filho, para Ricardo Coutinho.

Apurado o resultado do segundo turno, Cássio cresceu dos 965.597 para 1.014.393. Em relação a 2010, apenas 10 mil votos a mais. Ricardo se agigantou de 937.009 e alcançou 1.125.956. Todavia, caiu muito com relação a 2010, quando obteve 1.079.164. Quem cresceu também e para prejuízo de nossa democracia foi à abstenção: 500.260, nulos 184.323 e brancos 192.482.  O total de votos válidos 2.034.879 (fonte TRE-PB). Mais de 800 mil eleitores não quiseram “crivar” na urna eletrônica, o nome de Cássio Cunha Lima ou Ricardo Coutinho. Fato preocupante, e que deve ser levado em consideração pelos candidatos ao Governo do Estado em 2018.

O PSB da Paraíba sempre coube numa Kombi. Três eleições consecutivas, Ricardo Coutinho (como Prefeito e Governador) comandando a legenda, não conseguiu eleger um único Deputado Federal. Eleito e reeleito para o Palácio da Redenção, o “socialista” conta apenas com seis, dos trinta e seis Deputados Estaduais. Será que irá testar mais uma vez sua inesgotável “sorte”? Entregando o governo a Ligia Feliciano e disputando o Senado? Correria o risco de Ivan Bichara Sobreira (1978) e Wilson Braga (1986)? Ou repetira o gesto de Buriti (1982), elegendo-se Deputado Federal? Se Romero Rodrigues e Luciano Cartaxo não atrapalharem, Maranhão e Cássio voltarão a se juntar num mesmo palanque. Cássio retorna para o Senado, José Maranhão para o Governo, Luciano Cartaxo será puxado pelo “chapão”, que poderá ter Romero Rodrigues como vice. Mas, tem alguém do núcleo tucano boicotando o “acordão”, que culminará em mais uma sortuda (?) vitória de Ricardo Coutinho. Aguardemos.

FENÔMENO SORTE* (PARTE I)

            A “sorte do principiante” é uma das teses do escritor Paulo Coelho que aposta (e se revela como prova viva), sobre a força da fé e obstinação, que resultam na conjunção “mágica” que move o universo, e este conspira em prol de realizações triunfantes. Os mais céticos acreditam que “sorte” é o encontro da oportunidade com a competência.

            Governador Ricardo Coutinho vem “surfando” numa onda gigante de “sorte oportuna” desde o grande desafio enfrentado no pleito municipal de 2004, quando derrotou (em primeiro turno) a ampla estrutura tucana instalada na Capital Paraibana. Surpreendeu a classe política, sobrepujando Cícero Lucena (Prefeito com uma gestão festejada durante oito anos) e o ex-governador Cássio Cunha Lima, no comando do destino do povo paraibano. Sorte? Sim, a sorte “principiante” do “Mago”, talvez tenha sido Avenzoar Arruda, queima-lo dentro do PT, e a suplente de deputada estadual Nadja Palitot ter lhes filiado no PSB – sigla que foi arrancada das mãos do ex-deputado Gilvan Freire – sob seu comando há mais de uma década e que pretendia se aliar aos tucanos. O universo “conspirou” em favor de Ricardo Coutinho, através do seu poder de persuasão, convencendo o ex-governador José Maranhão a desistir de uma candidatura partidária, Manoel Júnior (PMDB) compondo o “espaço” como vice do PSB. Maranhão, estimado na época como “governadora em férias” (2004), investiu no “Mago” para tê-lo como aliado (2006), e abater seu arqui-inimigo – inquilino que o sucedeu no Palácio da Redenção – Cássio Cunha Lima, cuja gestão claudicava, e não vinha sendo bem avaliada pela população. A reeleição do “Mago” (2008) foi um passeio.

Presidindo a comissão do OGU (Orçamento Geral da União), Senador José Maranhão destinou cerca de 300 milhões de reais para obras de infraestrutura na Capital e região metropolitana de João Pessoa. A cidade se transformou num canteiro de obras. As pesquisas mostravam vitória de Ricardo (reeleição) em quaisquer quadros, ou circunstâncias. Dispensou a indicação de vice do PMDB e levou consigo seu amigo Campinense, saudoso Secretário Luciano Agra, desconhecido das lideranças políticas.

            Ao assumir seu segundo mandato (2008) como Prefeito da Capital, Ricardo Coutinho foi surpreendido mais uma vez pela “sorte”. Quarenta e sete dias após sua posse 17.02.2009 o TSE cassou em definitivo o mandato do Governador Cássio Cunha Lima – que havia superado sua fase difícil da primeira gestão – tinha sido reeleito (2006) e estava em “lua de mel” com o eleitorado paraibano.  Ricardo Coutinho entregou a gestão municipal ao seu vice Luciano Agra, e começou a se movimentar com vistas ao Palácio da Redenção. Não existe espaço vazio no mundo político. O PSDB não dispunha de nomes da estatura de Cássio Cunha Lima. O PMDB de José Maranhão assumiu o poder – cometendo o pior de todos os seus equívocos da vida pública – ao esquecer as “sandálias da humildade” e retaliar as lideranças que reelegeram Cássio.

Orgulhoso pela conquista no “tapetão”, Maranhão desprezou as velhas raposas “dependentes” de poder. A orfandade desta gente aos poucos foi instrumentalizando Ricardo Coutinho como forte candidato de oposição no pleito do ano seguinte (2010). O sentimento de Campina Grande, traduzido no seu silêncio por ocasião da cassação do seu governador (Cássio) mostrava com clareza um revanchismo velado – até por parte dos seguidores do então Prefeito Veneziano Vital do Rego – aliado e partidário do PMDB de José Maranhão. Restava só “montarem” da chapa, composta com um sobrenome “Cunha Lima”. Mas, Cássio se recusava, por não perdoar o Advogado Marcelo Weick e o próprio Ricardo Coutinho, que o nomeou Procurador da PMJP, após a primeira cassação no TRE-PB. Entretanto, como sentenciou Getúlio Vargas “em política não existe amigos inseparáveis, nem inimigos irreconciliáveis”, a solução foi “escalar” o então Deputado Federal Rômulo Gouveia – escudeiro Cunha Lima – como vice da chapa de Ricardo Coutinho. Nem “empurrão” da Rede Globo divulgando uma pesquisa fraudulenta 72 horas antes do pleito, mostrando que José Maranhão era vitorioso com 22% das intenções de votos, fez com que o eleitorado consumasse sua vingança contra o TRE-PB e José Maranhão. Ricardo ao lado de Cássio impuseram uma maioria humilhante a José Maranhão: 149 mil votos.

                                                                   *Registro, ou memória histórica.

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A DESPEDIDA DE JANOT

Restam apenas 180 dias para terminar o mandato do Procurador Geral da República Rodrigo Janot (17.09.2017).  Despido de fatos históricos marcados por ampla repercussão, a exemplo de seus antecessores Antônio Fernando Barros e Silva de Souza – que denunciou o esquema do mensalão desmantelando uma quadrilha – e Roberto Gurgel, que pediu a condenação e pôs na cadeia 25 dos 38 réus julgados pelo STF, Janot durante seus dois mandatos só apresentou “listas” e pediu prisões do preventivas. Mas, seu último gesto, causará transtornos fenomenais em nossa democracia.

Não vai ter a oportunidade de estar presente (atuando) no julgamento de nenhum dos denunciados das suas duas listas. Seu ato de despedida, entregando ao STF a “super-lista” onde constam os nomes de dois ex-presidentes (Dilma e Lula), Presidente do Senado Federal (atual e seu antecessor); Câmara dos Deputados (o atual e seus três antecessores); seis Ministros do atual Governo; dois do governo anterior; Presidentes e ex-presidentes dos mais expressivos partidos políticos do país; líder do Governo no Senado; quatro Senadores da República; cinco Governadores eleitos no pleito de 2014; dois Prefeitos… Nem o “respeitável” Presidente da FIESP Paulo Skaf escapou (?).

A passagem do Procurador Geral da República Rodrigo Janot pelo Fórum Econômico Mundial (Davos Suíça), na categoria de convidado especial, deixou-o profundamente comprometido com a mídia internacional, que lhes abriu espaço e sua fala foi ouvida por todo o planeta. A OCDE celebrou acordo no ano 2000 com 41 países, responsáveis por 90% do comércio internacional, inspirada na intenção de combater a corrupção alfandegária, impedindo o contrabando, “pirataria”; tráfico de drogas e lavagem de dinheiro oriundo deste cartel criminoso; influencia das gigantes multinacionais corrompendo “estados” e servidores públicos na compra e venda em transações bilionárias (leia-se caso Rolls-royce, Siemens e suas devoluções milionárias ao Governo Brasileiro, Norte-americano e do Reino Unido). O Brasil, por ser o maior produtor e exportador de drogas do mundo, e o segundo maior fabricante e exportador (também contrabandista) de armas leves do planeta – perdendo apenas para os Estados Unidos – segundo dados da ONG Igarapé, tinha que se fazer presente e ser ouvido neste encontro. Infelizmente a lava-jato estava no seu auge, e nossas “feridas éticas” foram expostas para todos os continentes. Roupa suja se lava em casa. Operação Laja-Jato é um assunto doméstico de corrupção política, que aos cuidados das Instituições Brasileiras, culpados serão punidos, leis serão modificadas e se estabelecerá maior rigor na fiscalização do erário público, dinheiro do contribuinte.

Mesmo assim, acreditamos que a intenção do Procurador Geral da República a partir do Fórum de Davos, seria interagir com o combate a corrupção “globalizada”, acordo que tem o irrestrito apoio da União Europeia (Zona do Euro) e Estados Unidos. Porém, literalmente desprezado pela Rússia, China; Índia; África (Saara e subsaariana); Oriente Médio, Golfo Pérsico Alguns países da America Latina e nenhum que compõe a Oceania. Despertado o seu inequívoco patriotismo pela nobreza da causa, o Procurador Rodrigo Janot ensaiou a possibilidade de sua terceira indicação, para continuar à frente da Procuradoria Geral da República. Seu desafio seria enfrentar a classe política (fragilizada) e a sabatina do Senado, onde 12 de seus integrantes estavam “enrolados” na “Lava-jato”, mas ainda sob seu sigilo. Inesperadamente quem furou a “bolha”, foi seu colega Subprocurador Carlos Frederico, que postou no Fórum de discussão virtual dos Procuradores da República – acesso restrito a categoria – a intenção de Janot de “brindeirar”. Termo que se refere ao ex-procurador Geraldo Brindeiro, que passou oito anos no Cargo (Governo FHC), e ganhou de seus pares a alcunha de “engavetador” Geral da República.

No país dos “vazamentos”, a sigilosa postagem do Subprocurador Carlos Frederico foi notícia de destaque do Jornal O Globo, em sua edição de 19.01.2017. O fato assanhou toda a classe política, entendendo finalmente, que era chegada a hora de “botar o chocalho no gato (*)”. A grande mídia nacional, sabendo das intenções de Janot, o elegeu imediatamente como a “solução final” da lava-jato, e de toda a corrupção brasileira. Sem generalizar, e com devidas ressalvas, logo a velha mídia? Eivada de vícios, remunerada pelo caixa 2; que sempre fez vistas grossas a compra de votos; serviu ou serve ainda como “lavanderia” de dinheiro nas campanhas – fato que a torna tão corrupta – quanto ao pobre e ignorante eleitor, que vende seu voto, ou ao ambicioso e festejado “eleito”, que os compra para ter assento no Poder Legislativo ou Executivo.

Teorias de conspirações evidenciam o desejo do Poder Judiciário acumular o Poder Executivo, até as eleições de 2018. É claro que ninguém acredita… Mas, após a lista de Janot, o destino do Governo Temer está nas mãos do Ministro Presidente do TSE Gilmar Mendes. Se a chapa Dilma e Temer for cassada, por abuso de poder econômico, Rodrigo Maia e Eunício Oliveira estarão impedidos de assumirem, por terem sido denunciados no “pacotaço” de despedida do Procurador Rodrigo Janot. O Relator, Ministro Luiz Edson Fachin ainda não se pronunciou, sobre a possibilidade de aceitar ou não todas as denuncias. Todavia, a pressão da mídia – em seus noticiosos e comentários – já considera todos os denunciados como réus.

As “cortinas de fumaças” criadas a partir da pauta do Congresso que votará temas polêmicos sobre reforma da Previdência, limite ou teto dos gastos públicos; leis trabalhistas e novas regras eleitorais para pleito de 2018 irá tirar do “foco”, a lista de Janot. Num momento oportuno destas votações, surgirá o espírito corporativo do Parlamento, que aprovará – mesmo com sobressaltos da mídia – anistia do caixa 2, aliviando o peso da “canetada” de Rodrigo Janot.

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*Botar o chocalho no gato – fábula da sabedoria popular, sobre uma ratazana que estava fazendo um grande estrago num armazém. O desesperado pôs um gato para espantar os ratos. Todos os dias, o gato engolia um ou dois. A ratazana assustada resolveu se reunir para resolver o problema. Depois de longa discussão, um dos ratos sugeriu colocar um chocalho no gato. Assim, saberiam seus passos. Mas, todos perguntaram quem vai colocar o chocalho? Não apareceu o herói. A solução foi o “elemento surpresa”. Todos partiram de todos os pontos, e pularem em cima do gato. O gato correu… 

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Transposição: TRINTA E QUATRO ANOS DE ESPERA

           As águas do “velho Chico” chegaram a Monteiro (PB), ontem 08.03.2017 às 18 hs. Dentro de mais trinta dias, estarão elevando a quota do reservatório da cidade de Boqueirão (Açude Epitácio Pessoa), ora sugando o seu volume morto, para abastecer Campina Grande e municípios do seu entorno, abrangendo a uma população superior a meio milhão de habitantes.

            Mencionamos trinta e quatro anos, porque vimos o “nascedouro” do ambicioso projeto (1984), quando o então Ministro do Interior do Governo João Batista Figueiredo, Mário Andreazza – pré-candidato a Presidência da República – abraçou a ideia de construir um canal de transposição, ligando as Bacias Hidrográficas do Rio Tocantins ao São Francisco (cerca de 400 km), e a partir do “velho Chico”, trazer água para o interior de Pernambuco, Paraíba; Rio Grande do Norte e Ceará, que agonizavam na época, um período de quatro anos ininterruptos de seca. A frente da “empreitada” estava o então Superintendente da SUDENE, Walfrido Salmito Filho, que contava com apoio dos Governadores da Bahia (João Durval); Sergipe (João Alves); Alagoas (Divaldo Suruagy); Pernambuco (Roberto Magalhães); Paraíba (Wilson Braga); Rio Grande do Norte (José Agripino Maia) e Ceará (Gonzaga Mota –Totó). A Secretaria de Recursos Hídricos da Paraíba, criada em 1983 – pioneira no nordeste – era comandada pelo então Secretário José Silvino Sobrinho, que vinha executando o Projeto Canaã, cujo objetivo era perenização dos rios, através da construção de grandes barragens, proporcionando a irrigação; eletrificação rural; piscicultura e abastecimento d’água para povoados e pequenas populações rurais isoladas. Na perspectiva da transposição, José Silvino montou uma “usina” de confecção de projetos, e adequou o Canaã para utilizar as águas do São Francisco como solução definitiva para o problema de abastecimento da Paraíba. Todos os projetos elaborados nesta época foram aproveitados nas gestões de Ronaldo Cunha Lima, Cássio e José Maranhão.

            No ano de 1984, aconteceram às primeiras reuniões na SUDENE onde foi discutida a complexidade da transposição, e se deu início  de seus estudos e projetos. Quem garantia sua execução era o homem que construiu a ponte Rio/Niterói, pré-candidato a Presidente da República, trazendo o melhor dos discursos para o Nordeste: fim das secas. Em um ano, Paulo Maluf mudou o destino do projeto, do país e de Andreazza. Nas convenções do PDS derrotou-o, provocando uma revoada dos “pedessistas” para o PFL, que elegeu Tancredo Neves e José Sarney (1985). Como os Governadores eram os mesmos que apoiariam Andreazza, e a maioria ficou ao lado de Sarney, houve avanço significativo: criaram o Ministério da Irrigação, e seu titular Vicente Fialho ainda chegou a negociar os recursos junto ao Banco Mundial. Mas, veio à falência do Plano Cruzado e maior dos atos impensados do Presidente José Sarney, que decretou moratória aos devedores externos, sepultando com este gesto o projeto de transposição das bacias e das águas do São Francisco.

            Collor de Melo sucedeu Sarney, mas desconheceu completamente o sonho nordestino da transposição. Com seu impeachment, assumiu Itamar Franco, que na busca de apoios, acatou a indicação do então Senador Ronaldo Cunha Lima, nomeando o ex-senador Cícero Lucena para ocupar a Secretaria Especial de Políticas Regionais, vinculada ao Ministério do Planejamento e Presidência da República. O “tucano” tirou o empoeirado projeto da transposição da prateleira, e começou a se mobilizar para toca-lo. Momento do discurso do então Deputado Federal Cássio Cunha Lima, destacado na mídia paraibana esta semana. Contudo, um passo impensado poeta, tirou de cena Cícero: defendeu uma postulação própria do PMDB, contra o candidato de Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso. Cícero Lucena foi substituído pelo ex-governador do Rio Grande do Norte Aluizio Alves. Bastaram seis meses, e o projeto – mais modesto – estava concluído. Cortaram a transposição das águas do Tocantins para o São Francisco, o que gerou revolta na Bahia, Sergipe e Alagoas. Era fim de governo… Assumiu FHC. No seu primeiro mandato, concordou com os argumentos de ACM (BA), que ao lado de Sergipe e Alagoas, boicotaram a transposição apenas das águas do São Francisco. Exigiam a transposição das bacias. No seu último ano de mandato, FHC nomeou Ney Suassuna Ministro da Integração Nacional. Entrevistado pela revista Veja, Ney adiantou que a prioridade de seu Ministério seria construir um pórtico de entrada e saída em todas as cidades brasileira. Suas declarações foram motivos de gozação na grande mídia nacional. Em conversa com seu maior amigo, saudoso Toinho Cabral, sugerimos ele retomar o projeto da transposição. Pelo menos das águas. Toinho provocou um encontro entre Ney Suassuna e o ex-secretário José Silvino Sobrinho (Projeto Canaã), que lhes passou estudos, viabilidades e a inclusão do eixo leste (Monteiro PB), para resolver o problema de abastecimento de Campina Grande. O discurso de posse do Senador no Ministério da Integração Nacional, foi à transposição das águas do São Francisco.

            Ney Suassuna avançou. Fez licitações dos primeiros trechos e iniciou as obras físicas da estação de captação das águas. Mais uma vez veio à paralisação, com sua saída do Ministério. Neste momento entra o Deputado Federal Marcondes Gadelha com o movimento “grito das águas”, precedido de outro “grito da seca” que já tinha sido realizado pelo ex-ministro Aluizio Alves. Com a nomeação de Geddel Vieira Lima (2007) e sob o comando do vice-presidente Jose de Alencar, em três anos foi locada 4,5 bilhões de reais para execução das obras que compreendia 662 km de canais (eixos leste e norte), oito túneis; vinte e sete aquedutos; 4,5 km de adutoras; nove estações de bombeamentos e trinta e cinco reservatórios. Gedel deixou o Ministério em 2010, com o fim do mandato Lula da Silva, e cerca de 60% das obras concluídas. O discurso de sua sucessora, ex-presidente Dilma Rousseff, era a conclusão da transposição até o ano de 2012. Prometeu inaugurar em 2014, o que também não aconteceu. Reeleita as obras foram retomadas mesmo em meio à crise política que a levou ao impeachment. O clamor de outro período de seca prolongada motivou seu sucessor Michel Temer concluir a transposição das águas do São Francisco, eixo leste, contando inclusive com o apoio do Governo de São Paulo, que cedeu seu complexo de captação flutuante do sistema Cantareira, usado na seca paulista de 2015. Registro histórico para posteridade.

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SEM SURPRESAS

Em nosso último artigo – postado aqui neste mesmo espaço – comentamos o “encontro” dos grandes “Caciques” da política nacional (protagonistas do momento), que se reuniram em São Paulo, sob o pretexto e ou aproveitando o ensejo, para confortar o ex-presidente Lula, pela perda de sua esposa, companheira Marisa Letícia (03.02.2017).

Infelizmente esquecemos-nos de mencionar o “articulador” do encontro e artífice da “pauta” das conversações. Ninguém menos que o atual Presidente de “fato” do Brasil, Ministro da Fazenda e Previdência Social, Henrique Meirelles.

Desde o pós-guerra (1945), o Brasil só teve três oportunidades de desfrutar de governos genuinamente nacionalistas. Getúlio Vargas, por apenas pouco mais de dois anos, que se suicidou ou o “suicidaram”; João Goulart, igualmente quase pelo mesmo período, deposto pela “quartelada” de 1964; General Emílio Garrastazu Médici: “ninguém mais segura este país…” e “Brasil, ame-o ou deixe-o”. O recado era para direita (impôs com austeridade a paz nos quartéis) e esquerda (caçava e expatriava comunistas). Até hoje considerado o período mais prospero da histórica econômica do Brasil. De 1969 a 1974 o país cresceu entre 7% e 13% ao ano, recorde que nem a China conseguiu ainda, durante cinco anos consecutivos. Expansão em todas as áreas da atividade econômica: agricultura, comércio; indústria; serviços… Exportações explodiram. Médici não admitia intromissões externas, nas questões internas do país e deu os primeiros passos para o projeto da “Serra do Cachimbo” – o que seria nossa bomba atômica – de uma importância geopolítica indiscutível para que o Brasil assumisse uma posição de líder na América do Sul, estendendo sua influência por toda América Latina. Hoje estaríamos no restrito clube das potências atômicas e com assento no Conselho de Segurança da ONU. Índia e Paquistão fizeram as suas, por que o Brasil não teria o mesmo direito? General Ernesto Geisel, sucessor de Médici recuou diante da pressão do mais frágil Presidente norte-americano do século XX, Jimmy Carter. Que foi além, e impôs o compromisso de um governo de transição, fim do AI-5 e eleição de um Presidente Civil (Tancredo Neves/Sarney), sucedendo João Batista Figueiredo.

A volta do “entreguismo” (chavão do velho pecebão) começou com o Governo Sarney, que decretou até moratória da dívida externa, após a falência do “plano cruzado”, que foi um calote na dívida interna. Continuou com Collor de Melo, que confiscou a poupança do povo e foi impedido de governar. Itamar Franco só escapou por conta do escândalo dos anões do orçamento. Mas, em 1993 sua situação era tão insustentável no Congresso, quanto à da Presidenta Dilma Rousseff no final de 2015.  Já se falava em CPI para depô-lo, e em seu lugar assumiria o Presidente da Câmara, Inocêncio de Oliveira. Na gestão FHC (primeiro mandato) a economia se moldava na nova moeda e se desintoxicava da hiperinflação. Houve um crescimento econômico pífio. Tanto que segundo mandato, o país estilhaçou. Em pouco mais de quatro meses, o especulador George Soros – que já tinha quebrado a Rússia e Malásia – atacou o Brasil. Sessenta e oito bilhões de dólares em reservas cambiais evaporaram. O Governo teve que se socorrer do FMI. Empréstimo de 44 bilhões de dólares, para evitar a recessão. Vendeu as principais joias da coroa, privatizando as melhores e mais rentáveis empresas de economia mista do Brasil. Doravante, passamos a ser comandado pelo “braço direito” de George Soros, Armindo Fraga – Presidente do Banco Central – e “monitorado” pelo FMI.

Veio o Governo Lula da Silva e a euforia populista. Todavia, trocamos apenas de “patrão”. Saiu Armindo Fraga, e entrou Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco de Boston e um dos mais respeitados frequentador da “Corte” de Bill Clinton. Até o PT esqueceu que Meirelles foi eleito Deputado Federal pelo PSDB (GO) e investiu na vitória de José Serra contra Lula. Entregaram às chaves do galinheiro a raposa? Não tinha alternativas. Havíamos voltado à condição de “colônia” sem percebermos. Meirelles foi o único Presidente do Banco Central do Brasil, com recorde de permanência no cargo, oito anos. Antes de sua volta as terras guaranis, tinha dirigido o Banco de Boston no Brasil, foi “escolhido” para Presidir o Banco de Boston Mundial e fez uma fusão com o Fleet Financial Group, criando um dos grandes conglomerados financeiros dos Estados Unidos o Fleetboston, ligado às oito famílias que controlam o setor bancário da América do Norte, enraizadas no dinheiro velho do capital sionista, onde se vê as “digitais” dos Rothschild. Meirelles esperava ser o sucessor de Lula. Mas, quando não o indicaram, renunciou ao cargo e não aceitou ser Ministro, ou Presidente do Banco Central, gestão Dilma Rousseff. Foi Presidir o grupo JBS (Friboi) e em quatro anos transformou-o na maior empresa de carnes do mundo, com U$ 60 bi em ativos.

Presidente Michel Temer continua assegurando que quer apenas concluir seu mandato. Meirelles topou ser seu Ministro. Como Temer não aponta seu provável sucessor, começa-se a visualizar que Meirelles – superministro – é o mais forte candidato a ter seu apoio. Os efeitos do “encontro” de São Paulo já são enxergados nitidamente. A TV Globo News, sem nenhuma explicação (13.02.2017) pôs no ar uma “Entrevista”, programa que não consta em sua grade, onde a novata Natura Levy entrevistou Henrique Meirelles. De forma direta, o Presidente de “fato”, sem em nenhum momento, citou o de “direito”. Afirmou que iria vender poços de petróleo, aprovar a reforma da Previdência, as Leis Trabalhistas, estimou a taxa de crescimento do país e a queda da inflação. Renata Loprete (cara da lava-jato) com duras posições contra a classe política, hoje com assento no Congresso Nacional, não voltou mais ao telejornal das dez. Em seu lugar – surpreendendo até a equipe de comentaristas políticos – está Natura Levy. A Globo precisa pagar sua folha, e o país em recessão…

José Serra se “desencantou” afastou-se do Ministério das Relações Exteriores, cargo que escolheu para imitar os passos de FHC. Quanto à lava-jato, a última delação foi algo risível. Alexandre Margotto – cabisbaixo como quem mente – se limitava a dizer o que ouviu de Funaro. Não sabia percentual, nunca esteve com os nomes dos políticos que citou, apenas ouviu de Funaro, nada mais. Qualquer Rábula medíocre põe abaixo a fajuta delação de Margotto. A salvação da lava-jato e do Juiz Sérgio Moro, antes que termine tudo em pizza, é prender Lula. Alguém neste país tem coragem de fazer isto?

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O ENCONTRO

            Quando chegaram ao Palácio do Planalto (01/02/2017) informações precisas sobre o quadro real – irreversível – da paciente Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, vitimada por um AVC (acidente vascular cerebral), o sinal de alerta foi acionado imediatamente para um encontro de emergência entre os grandes “Caciques” da política nacional. Eleições em curso para os novos dirigentes das mesas diretoras do Senado Federal e Câmara dos Deputados, homologação da delação gigante da Odebrecht (considerada fim do mundo); prisão de Eike Batista… Nada impediu nem evitou a quebra de protocolo, cancelamento de agendas e compromissos institucionais inadiáveis, para que o Presidente Michel Temer realizasse um voo noturno para São Paulo (02/02/2017), ao lado do ex-presidente José Sarney, José Serra; Renan Calheiros; Romero Jucá… Até outro ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso, que em comitiva se dirigiram ao Hospital Sírio Libanês na Capital Paulista, onde já os aguardava outro ex: Lula da Silva.

            A “conversa” durou pouco mais de uma hora. Contudo, “vazou” a informação sobre advertências e apelos de Lula aos presentes: “está na hora de abrirmos o diálogo… A coisa (lava-jato) está indo longe demais… Marisa pode ser apenas o começo”. Dirigiu-se ao Presidente Temer, e se prontificou em participar ativamente de um diálogo amplo com todas as legendas – independentes de cores ou tendência – contanto que se alcançasse o objetivo comum exigido no momento: celebração de um pacto cujo “compromisso” se assentasse na união de todos em nome de suas sobrevivências política. Oferecendo provas de sua disposição em levar a cabo seu propósito, Lula determinou a sua “militância”, silenciar imediatamente a campanha na mídia e redes sociais sobre o “golpe” (Impeachment de Dilma).

            Presença do octogenário ex-presidente José Sarney – que imaginávamos descansando em sua casa na Praia do Calhau em São Luis – MA – nos levou a fazer uma analogia sobre um dos principais personagens da trilogia de Mario Puzo (Vito Corleone) no seu primoroso romance sobre a Máfia (Poderoso Chefão), primeiro episódio, interpretado no cinema pelo famoso ator Marlon Brando.

            José Ribamar Ferreira de Araújo Costa continua sendo um dos maiores fenômenos da política de “bastidores” do Brasil, sem sucessor a vista. Em sua biografia, dois mandatos de Deputado Federal pelo Estado do Maranhão, quando era conhecido como Zé de Sarney, escudado no nome de seu pai, Desembargador Sarney da Costa. Alcançou precocemente a invejável posição de vice-presidente da extinta UDN, legenda que fez dura oposição ao Governo do ex-presidente João Goulart, e apoiou a “quartelada” que o depôs (1964).  Elegeu-se Governador do Maranhão com o apoio irrestrito dos Militares (1965), eleição “curiosamente” Presidida por seu pai, Desembargador Sarney da Costa. Cinco Mandatos de Senador da República, um de Presidente do Brasil e por quatro vezes Dirigiu o Congresso Nacional.

             Apaziguador e conciliador, através da “confabulação”, conseguiu se manter no Poder como Presidente da República, e esticou seu mandato por um ano. Foram cinco anos de Sarney, que para conter a ansiedade de Ulisses Guimarães – que o boicotava e tentou “abortar” sua posse – com o falecimento de Tancredo Neves, e evitar um retrocesso com a volta dos Militares, convocou uma Assembleia Nacional Constituinte nas eleições de 1986. Usando o Plano Cruzado (estelionato eleitoral) e calote na dívida pública, elegeu 23 dos 24 Governadores de então, e transformou o PMDB no maior partido político da América Latina (1986). Terminou sua gestão (1989) de forma melancólica, deixando o país endividado, com uma hiperinflação que corroeu todas as riquezas da nação, falindo os grandes empreendedores surgidos no início do século XX. Porém, nunca foi ameaçado por impeachment, ou CPI. Sempre contou com apoio incondicional do parlamento. Voltou ao Senado em 1991, pelo Estado do Amapá, que criara na Constituinte de 1988. Previa ser derrotado no seu Estado, Maranhão. Na crise que levou ao impeachment do Presidente Fernando Collor de Melo, ainda enviou um recado para seu arqui-inimigo, convidando-o para uma “conversa”, onde salvaria seu mandato. O incrédulo Collor confessou em entrevista ao Jornalista Geneton Moraes, que foi seu único erro: não ter procurado Sarney. Escândalos no Governo Itamar Franco (anões do orçamento da União), SIVAM (Governo FHC); leilão das Telecomunicações (FHC); Painel eletrônico do Senado (FHC)… E até onze pedidos de impeachment contra o Presidente tucano, foram todos arquivados, juntamente com inúmeras tentativas de CPI, tendo o PT de Lula à frente das empreitadas, todas frustradas via “manobras” de Sarney que Presidia o Congresso.

 Desobedecendo a orientação do seu partido (PMDB) o “Dom” Sarney apoiou a eleição de Lula (2002). Logo estourou o escândalo do mensalão, CPI dos Correios e dos Bingos… Lula bem mais esperto que Collor, procurou Sarney que lhes assegurou a conclusão do seu primeiro mandato e sua reeleição. Prometeu-lhes que o deixaria em casa (São Bernardo do Campo), e o fez, após a posse de Dilma Rousseff.

            Resultado do encontro do Sírio Libanês já começou a surtir efeitos. “Dom” Sarney agindo como o “Corleone” de Puzo, começou a se reunir com as “famílias” (partidos). Ouvindo suas queixas, minimiza as discórdias, divide o “bolo” (cargos do governo) de modo mais justo. Mas, pede em troca apoio, e aponta para que todos enxerguem: o inimigo é a Lava-Jato. Eleição de Edison Lobão para CCJ do Senado, e posse de Wellington Moreira Franco foi um recado direto ao Poder Judiciário, para aumentar sua vigilância no denuncismo extravagante do Procurador Geral Rodrigo Janot. Dos três Poderes de nossa República, dois estão unidos de forma siamesa: Executivo e Parlamento. O Judiciário ficará fora? Decisão de um Juiz de primeira instância proibiu publicação ou divulgação de qualquer “vazamento” que envolva a figura do Presidente Temer. Com as “famílias” aquinhoadas e ocupando espaços no Governo, os Parlamentares esquecem a “lorota” sobre “opinião pública”. Hoje no Congresso Nacional o Presidente Temer conta com 80% de apoio das duas Casas, para votação de temas polêmicos ou impopulares. Breve se inicia a “temporada” de Habeas Corpus da Lava-Jato e reforma em suas Sentenças via TRF (RS), STJ e STF. Cortes composta por brilhantes Juízes revisores, meros desconhecidos das listas de famosos, ou como palestrantes “ilustres” das grandes Universidades dos Estados Unidos e Europa.

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FALTA ALGUÉM EM CURITIBA

            A mais longa investigação com registro na crônica policial brasileira se aproxima de três anos, com muito barulho na mídia, caos na classe política e o desencadeamento de uma crise econômica sem precedentes na história do sofrível e combalido Brasil, que ora padece momentos de estertores de sua jovem democracia – em estado de coma – precocemente agonizante aos 26 anos de existência. Lava-Jato não tem prazo para ser concluída, nem sinaliza quando irá identificar e prender o “chefe” ou “chefes” de todo um esquema de corrupção, que se instalou na Petrobras e em tantas outras instituições, como Nuclebras, Estado do Rio de Janeiro… A Justiça alcançou Ex-ministros de Estado, funcionários públicos; Executivos de Empreiteiras; Funcionários Públicos graduados e os maiores empresários da nação, responsáveis por pagarem impostos para manter a máquina judicial que paradoxalmente está os dizimando. Todos foram rotulados como ladrões do erário público e tiveram suas imagens maculadas com prisões televisivamente hollywoodianas, que lhes conferiram o status de “suspeitos de sempre”. Quem doravante, irá investir no Brasil?

A recompensa pelo “esforço” tem sido momentos de celebridade documentados pelos holofotes da mídia internacional. Comendas, honrarias e homenagens destinadas a Justiça Federal de Curitiba; Procuradores no Fórum de Davos (estranho no ninho) ensinando regras em palestras, sobre combate à corrupção de hoje, na tentativa de reinventar a roda, praticas que nada diferem do antigo Senado Romano que assassinou Julio Cesar. Haja confetes para um minúsculo salão, com poucos foliões.

Como se não bastasse toda a “fanfúrria”, acidentes aeronáutico com morte do Ministro Teori Zavascki (STF), ampliou clima de conspiração, medo e sabotagem – ora vivido no país – semelhante ao denuncismo em cadeia da era do Macarthismo nos Estados Unidos (1951/1955), movimento de ordem ideológica que apimentava a guerra fria. Joseph McCarthy, Senador pelo Estado Wisconsin, era o anticomunista (medíocre) tão sonhado e necessário aos planos do esquizofrênico J. Edgard Hoover (FBI) que para se eternizar em seu cargo, precisava fazer uma varredura na América, impedindo a expansão de uma “onda vermelha” que nunca existiu. O patriota Jornalista Edward Murrow, ironicamente cometeu o erro de projetar o McCarthy, contribuindo para sua rápida ascenção – tornando-o o homem mais temido dos Estados Unidos. Repetiu Taras Buba, matando sua própria cria com meia dúzia de editoriais, quando percebeu que McCarthy era um alcoólatra, usada pelos Procuradores que tinham extrapolado os limites da lei, atropelado a constituição, deixando toda uma nação num estado de pânico, repleta de “suspeitos” e ou “dedo duros”, amedrontados com a cadeia e a cadeira elétrica. Milhares de processos foram extintos. Não restou nenhum preso nas cadeias americanas (a partir de 1957) quando a Suprema Corte revisou e reformou todas as sentenças prolatadas, com base no denuncismo da turma de McCarthy.

O Tribunal Regional Federal da quarta região (sede em Porto-Alegre) começou a reformar sentenças do Parará, libertando inocentes, arquivando processos carentes de provas, cujas inspirações se assentavam no afã de “resultados vitrines” punindo “delatados”, através de meras insinuações de delatores.  A “Operação Lava-Jato” começou 17.03.2014 com a prisão do “doleiro” Alberto Youssef – criminoso reincidente pela prática de “lavagem de dinheiro” – detido no estado do Maranhão com 1,4 milhões de reais, para comprar viabilidade do pagamento de um precatório de 113 milhões de reais da UTC, divido em 24 parcelas. Na cadeia, após quebrar as regras de seu regime de liberdade, Youssef mostrou trilhas do PP-PR que levavam a Petrobras. Daí, a operação tomou os mais diversos rumos, criando inúmeras veredas, não sabendo mais aonde nem como chegar ao destino final de sua trajetória.

O fato que intriga a todos é a ausência dos Bancos, seus Executivos e proprietários, num processo de escândalo financeiro, considerado um dos maiores do mundo. Nenhum Banqueiro ainda foi preso. Não se movimenta clandestinamente dezenas de bilhões de dólares e reais, sem a cumplicidade desta agiotagem oficial, privilegiada pelos Poderes da República, protegida pela mídia e acobertadas pelas “elites econômicas” do país. Neste aspecto, o Mensalão foi bem mais eficaz. Pôs na cadeia toda a diretoria do Banco Rural, que agiram de modo tão criminoso quanto os delinquentes punidos pelos desvios. O Juiz Sérgio Moro mostrou ao Brasil que cadeia abriga também “poderosos”. Mas, os ricos ou piores ladrões – que manipulam ativos financeiros – Bancos, Casas de Câmbio; Corretoras da Bolsa de Valores; Bancos de Investimentos e Operadoras de Cartões de Créditos que estão envolvidos em todo este lamaçal de corrupção permanecem a salvo da austeridade dos Procuradores de Curitiba.  

Quem viabilizou financeiramente os envolvidos com corrupção da Lava-Jato? Créditos fictícios ofertados pelo BNDES, Bancos de primeira linha como Itaú, Bradesco; HSBC (já pulou fora); Santander; Banco do Brasil; Caixa Econômica Federal… Infelizmente esta gente (Banqueiros) vigiada e fiscalizada em todo o planeta, no Brasil está acima de qualquer suspeita. Para que a Lava-Jato conclua seu roteiro teledramatúrgico, com começo, meio e fim, está faltando em Curitiba à presença dos Bancos, verdadeiros “operadores” do megaesquema. O Juiz Sérgio Moro, estudioso da “operação mãos limpas” da Itália, deveria lembrar e se debruçar sobre o escândalo da Loja Maçônica P-2, que envolveu políticos, bandidos mafiosos e até o Vaticano. Papa João Paulo I, com pouco mais de um mês de Pontificado, foi assassinado como queima de arquivo.  

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EQUIVOCADOS

A insistência do Deputado Federal Veneziano Vital do Rego, em convocar uma reunião para forçar o Senador José Maranhão tomar decisão precipitada – com vistas ao pleito de 2018 – não passa de um processo movido pela ansiedade do Senador Raimundo Lira, que após desfrutar mais um momento de “celebridade nacional”, tenta criar “musculatura” para continuar no espaço que ora ocupa.

Exímio enxadrista da política paraibana, o Senador José Maranhão é um colecionador de vitórias e derrotas, sempre na mesma legenda: PMDB. Nem o saudoso Ronaldo Cunha Lima teve força suficiente para arrebatar a legenda – na época já em mãos do “cacique brejeiro” – perdendo duas convenções e “queimando” uma eleição majoritária (1998). O fato levou o poeta abandonar a sigla de sua paixão, que antes do “P” (MDB), lhes consagrou como líder carismático na mais brilhante de suas vitórias, quando derrotou o imbatível Severino Cabral, no pleito mais surpreendente da história política da Rainha da Borborema (1968). Será que o Senador Raimundo Lira não enxerga estes fatos, dos quais foi testemunho?

O mais estranho é observarmos gente tão experiente, se comportarem como amadores, movidos por alguém bastante esperto – que entende de tudo – desde que o tema não seja “política” e “popularidade”. Senador Raimundo Lira manobrou bem (1986) quando foi eleito ao lado de Humberto Lucena, puxados pelo ex-governador Tarcísio de Miranda Buriti. Sua “esperteza” na época foi “colar” como a segunda opção de Wilson Braga, que se considerava eleito. Mas, quem votava no PMDB do “plano cruzado” escolhia a chapa fechada: Buriti, Humberto e Lira. Wilson Braga indicou de ultima hora como seu companheiro “figurativo”, claudicante Maurício Brasilino Leite, completamente desconhecido pelo povo paraibano. Braga acreditava que uma vaga seria da oposição (Humberto) outra da situação, ele próprio.

Na casa da família “Mota” (Patos PB), formou-se uma mini-oligarquia regional, graças ao apoio do Senador José Maranhão, nas ocasiões em que esteve como inquilino do Palácio da Redenção. Foi igualmente desfrutando deste mesmo tipo de prestígio, que os “Regos” viveram seus melhores momentos de sua trajetória política, derrotando seu adversário histórico (Cunha Lima) por duas vezes em Campina Grande, quebrando uma sequencia de vitórias ininterruptas ao longo de vinte e dois anos. Dizem que o povo tem memória curta. Será? Bem curta mesmo, são a dos políticos militantes, na ânsia de se perpetuarem em seus mandatos. Qual a razão ou sentido de “Motas” e “Regos” estarem dispostos a defenestrar o Senador José Maranhão do comando PMDB da Paraíba?

Os “Motas” depois do insucesso em Patos (2016) com a volta dos Wanderley a Prefeitura Municipal, estão a procura de bases, para completar os sufrágios necessários que reconduzam (2018) um Deputado Estadual e um Federal. Quanto os Regos? Não tem explicações ou justificativas. A matriarca do clã é suplente do Senador José Maranhão. Veneziano e seu irmão – hoje Ministro do TCU – tiveram apoio irrestrito do “cacique brejeiro” em todas suas aventuras políticas, onde sempre lograram êxitos. José Maranhão não pôde festejar da mesma forma: amargou pelo menos, duas grandes derrotas humilhantes em Campina Grande (2006/2010), período da popularidade em alta do clã Rego em Campina Grande.

Estão todos equivocados. A sucessão do Governador Ricardo Coutinho passará inevitavelmente pelas mãos do Senador José Maranhão, que deseja governar mais uma vez a Paraíba. Se conseguir celebrar uma aliança com os tucanos e o Prefeito de João Pessoa, a chapa será Maranhão, Cássio e Luciano Cartaxo. O resto…

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IMPOSTORES

            As manifestações (in) populares, promovidas por um punhado de baderneiros frente à Câmara Municipal de Campina Grande – exibindo falsa e inexistente cidadania consciente – questionando com veemência o aumento salarial do Legislativo Mirim da Rainha da Borborema, não passou de um ato de vandalismos – ilustrado com encenações grosseiras – representadas por “atores” medíocres, tentando interpretar uma reação popular. Pelos vídeos postados nas redes sociais, ninguém da “trupe” tinha a cara de “povão”. Estiveram ali os “pelegos” de sempre (escalado pelos Sindicatos) e os “sinecuristas de plantão”, tentando se acomodarem no “velho cabide”. Alguns neófitos estreantes no mundo político, também engrossaram o destoante “coro”, à procura de uma prebenda (boquinha) atividade comum no setor público, que criou o vicio da ociosidade remunerada.

             O povão que elegeu toda a bancada da Casa Félix Araújo, se sente bem pago pela sua atividade “cívica” de ter ido até uma urna, e cravar seu voto naquele que o ajudou com tijolos, telhas; cimento; três recibos de água e luz atrasados; quitação do IPTU; emplacamento de veículos e motos; carteiras de habilitações… Fora os “clientes” permanentes da área de Saúde e Jurídica: divórcios, pensões e habeas corpus. Nenhum voto para Vereador foi gratuito. Todos foram pagos de uma forma ou de outra. Mesmo quem não recebeu no período, ganhou uma promessa ou esperança de um emprego.

            A prática vem desde que os Vereadores voltaram a ser remunerados, no final dos anos setenta, século passado. Antigamente, mesmo com este “modus operandi”, uma ou duas vagas da Câmara Municipal de Campina Grande era reservada aos bons profissionais da mídia (Rádio e TV), que desfrutassem de grande audiência. Da velha guarda, lembro-me de Ari Rodrigues. Depois vieram Evilásio, José Cláudio; o companheiro Marcos Marinho… Até um Deputado Estadual foi eleito (1986) só em Campina Grande e através dos microfones da Rádio Caturité: saudoso Leonel Medeiros. Nas eleições de outubro último, o grande comunicador Abílio José, com mais de quinze anos ininterruptos frente às Câmeras da TV Borborema, não conseguiu sufrágios suficientes para ocupar uma das cadeiras do Parlamento Campinense.

            Os tempos não mudaram, mudou o eleitor, que a cada dia se torna mais analfabeto, quando o assunto é eleição e política. Desprezam por completo sua escolha no nome de quem o representará. Optam pela venda do seu voto, ou o troca por favores, o que dá no mesmo.

            É irritante ouvir diariamente desta gente (impostores midiáticos) críticas ou comportamento hipócrita ao comentarem o quotidiano dos membros dos Legislativos Mirim, Estadual e Federal: “não fazem nada e ganham rios de dinheiro”. Todos sem exceção são meros repassadores de tudo que recebem. Tentem ser Vereador por um dia! Amanheçam com a casa cheia, onde tem que aparecer dinheiro para resolver as mais diversas demandas trazidas pelos “eleitores fiéis”. Durante quatro anos de mandato, o Vereador atende no mínimo cinco vezes por ano, pedido dos seus “guerreiros” da primeira hora. Isto, sem se levar em conta, as “lideranças” ou “cabos eleitorais”, que tem o custo de manutenção semelhante a um casamento, onde só um dos cônjuges trabalha: no caso, o Parlamentar.

            Não há nada de errado no aumento salarial de Vereadores, Deputados Estaduais; Federais e Senadores. Manter-se em seus cargos (hoje empregos) requer bastante dinheiro para alimentar uma alcateia de lobos eternamente famintos.

            O erro incorrigível está no sistema, onde o voto é obrigatório, contrariando a ampla liberdade que nos assegura a Constituição. Outro paradoxo é a punição por compra de votos. O sufrágio secreto e universal hoje é vendido, e não mais comprado. O político que compra votos é corrupto, o eleitor que o vende não é? Qual o eleitor que foi punido por vender seu voto? Por que o Ministério Público Eleitoral não denuncia os “vendedores de votos”? A lei que pune o corrupto criminaliza também o corruptor. Quem é o mais corrupto nos dias de hoje? O candidato ou o eleitor?

            Ah! Antes que esqueça: falta “cojones” no Presidente da Câmara Municipal de Campina Grande e na maioria de seus membros. Estão exercendo o seu papel de Legisladores… O que os impede de aumentarem seus salários e implantarem o décimo terceiro? O Judiciário não escuta ninguém quando usa de suas “prerrogativas”. Porque o Legislativo tem que ouvi-lo e consultá-lo? Quanto ao povo? Não estão nem aí… Se não faltar dinheiro, todos os atuais Vereadores serão reconduzidos em 2020. Chega de lirismo! Quem muda é povo, e pelo visto, não querem mudar. Tudo continuará como d’antes, no quartel do Abrantes. 

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RENÚNCIA TÁCITA

O suplente de Deputado Federal André Amaral (PMDB-PB), que esteve recentemente exercendo as funções parlamentares do titular licenciado Veneziano Vital do Rego (candidato derrotado a Prefeito de Campina Grande), poderá assumir em definitivo a vaga como representante da bancada paraibana, com a “renúncia tácita” do Deputado Federal Manoel Júnior, eleito em 03 de outubro último vice-prefeito de João Pessoa.

Além da opinião do site www.justicaemfoco, da Capital Federal, especializado na área e acessado por todo meio jurídico do país, respondendo uma consulta feita através de um partido do Estado de São Paulo, particularmente apontamos outro exemplo ocorrido no vizinho Rio Grande do Norte, nas eleições municipais de 1988, quando a então Deputada Federal Vilma Maia conquistou o mandato de Prefeito da Capital Potiguar. Por ironia, seu vice era primeiro suplente, ex-deputado federal Ney Lopes de Sousa, além de Professor, uma das maiores referencias em matéria de “Direito Constitucional”, que Presidiu a CCJ da Câmara dos Deputados. Vilma Maia teve que renunciar para ser diplomada. Ney Lopes foi convocado imediatamente e abdicou “naquele momento” seu direito de assumir, deixando o ex-prefeito Marcos Formiga – segundo suplente- ocupar sua vaga. Um ano depois, rompendo com a Prefeita que fora sua companheira de chapa, requereu como Primeiro Suplente sua vaga no Parlamento, ato que foi deferido diretamente pela mesa da câmara.

A matéria do site www.justicaemfoco nos chamou à atenção pelo que afirma o artigo de capa de Ronaldo Nóbrega: “renuncia tácita”, que abaixo transcrevemos:

por Ronaldo  Nóbrega

Sabemos, em atenção à nossa Constituição Federal, que os deputados federais eleitos para prefeitos e vice-prefeitos terão de renunciar ao cargo na Câmara, para serem diplomados e tomarem posse nos respectivos municípios, no dia 1º de janeiro de 2017.

No entanto, alguns dos quatro deputados eleitos vice-prefeitos nas eleições municipais de 2016 no Brasil, buscam acúmulo de mandatos. Tudo isto porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não tomou conhecimento de dezenas de consultas, com base no Art. 23 do Código Eleitoral – Lei 4737/65, mais precisamente o inciso XII, que diz: responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político.

Entretanto, os ministros do TSE consideraram que não é matéria eleitoral, mas constitucional, portanto o não conhecimento das consultas que lhe são feitas.

Obviamente, visando evitar um Teatro Eleitoral ou embaraçar o exercício do sufrágio, o art. 29, inciso III, da Carta Magna de 1988, exige a posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição.

Daí, cremos que renúncia tácita ao mandato aconteceu com a proclamação dos resultados das eleições. O deputado eleito vice-prefeito, sabia que estava diante de um processo eleitoral para um novo cargo, de ato irrefutável, que comprovaria a sua renúncia tácita ao mandato. Trata-se, agora, de posse consequente, em respeito à aferição do resultado de uma eleição.

Como se pode ver, a renúncia tácita ao mandato do eleito para o novo cargo fundamenta-se no interesse coletivo, com os resultados das eleições, o deputado agora será útil para o cargo para o qual foi eleito a vice-prefeito. A evolução do processo eleitoral vem crescendo. É necessária a repressão às ações que coloquem qualquer questionamento sobre a eficácia do processo. Após depositar o sufrágio na urna, não há mais espaço para arrependimento, para atender a interesses pessoais de vice-prefeito eleito, conjuntamente com o prefeito, para um mandato de quatro anos.

E por falar em arrependimento, em entrevista do Ministro Marco Aurélio Mello (STF) abril de 2016, ao jornalista Guilherme Cimatti da rádio Globo foi-lhe perguntado: O que é a vida? Marco Aurélio, respondeu: “A vida é autuação com honestidade de propósitos e buscando servir aos cidadãos; é finita, ela tem um termo final e poucos percebem isso. E não há espaço nesta vida para arrependimento, pra você voltar o relógio do tempo e fazer o que você deveria ter feito e não fez”.

Assim, a eleição do deputado a vice-prefeito, conforme a Constituição, o levou à renúncia tácita do mandato de deputado. Se estivesse em dúvida, se deveria ou não continuar, a ordem democrática do processo eleitoral deu-lhe a melhor oportunidade, antes do sufrágio na urna, para desistir de disputar ao cargo de Vice-Prefeito: a coligação o substituiria, até 20 dias antes do pleito (Lei das Eleições 9.504/1997).

Podemos dizer, com toda a segurança, que é patente, explícita, irrefutável e facilmente perceptível, o fato que leva à renúncia tácita, ou seja, decidir manter-se na corrida eleitoral para o cargo de vice-prefeito, sabendo da cessação do mandato de deputado federal em 1º de janeiro de 2017, já que o eleito vice-prefeito deve tomar posse junto com o prefeito em respeito à norma maio (Constituição Cidadã) que depende de perene e redobrada vigilância. Ela, não autoriza a super-representação.

Não é necessária muita ginástica intelectual para se perceber o que a Constituição de 1988 determina, sob a luz do artigo 29º, inciso III: a posse do prefeito e vice-prefeito, em 1º de janeiro de 2017, para tutelar a legitimidade e normalidade do pleito, a natureza jurídica e a relevância do princípio da alternância no regime democrático.

Certamente provocado, o Poder Judiciário, com o intuito de inibir o “monopólio do poder político”, saberá dar uma resposta.

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VÉSPERAS DO CAOS

            Qual será o destino de mais de meio milhão de habitantes (Campina Grande e seu entorno) a partir de Janeiro, quando definitivamente secar o reservatório de Boqueirão? A vida que segue – quotidiano das pessoas – não lhes permite perceberem que estão prestes a conviverem com a pior de todas as crises, que é a falta d’água para beber. Dificilmente o restante do volume morto do reservatório Epitácio Pessoa alcançara meados de Janeiro. De onde virá à água para o consumo humano? O animal, nem pensar. A população terá que ser removida? Para aonde? E a geração de renda oriunda da irrigação de hortifrutigranjeiros? Quem alimentará esta gente? O problema é bem maior que o imaginado.

            Providências mínimas ainda não foram tomadas pelos governos municipal e estadual, como por exemplo, Decreto de Estado de Calamidade Pública e Emergência e seu reconhecimento pelo Governo Federal. O tema foi abordado durante todo o ano pela mídia paraibana. Em Campina Grande, somente o Vereador Lula Cabral, Presidente da Comissão de Recursos Hídricos da Câmara Municipal tem enviado sinais de alerta aos Ministérios da área e Presidência da República. Para decepção de todos, Lula Cabral disse que mesmo diante desta ameaça – prestes a se consumar – nunca conseguiu reunir a comissão que preside para debater o tema (?). Descaso sem precedentes do Legislativo Mirim, que não larga o “osso” do “clientelismo”. Meu Deus! O quadro nos lembra da “Triste Partida”, música de Luis Gonzaga Rei do Baião: “setembro chegou…Outubro e novembro/ já estamos em dezembro meu deus o que é de nós…” Em pleno século XXI, onde se vive os sinais ou efeitos da quarta revolução industrial, mais de meio milhão de habitantes de uma cidade próspera, polo educacional, comercial e industrial está prestes a ser desertificada pelo mais elementar dos motivos: falta d’água.

            Debruçados sobre os mapas eleitorais do pleito de outubro ultimo (2016), na busca de fortalecerem suas bases, com vistas a um retono confortável em 2018, trinta e seis Deputados Estaduais; doze Deputados Federais; três Senadores da República; Prefeito de Campina Grande – mais outros seis ou sete que dependem das águas de Boqueirão – esqueceram até de clamar pelo Governo do Estado para encabeçar um movimento, que evitasse o flagelo que se avizinha. Quanta maldade tem feito nosso modelo democrático, ao povo que elege seus representantes…

            No ano de 1993, Fortaleza (CE) se viu ameaçada pela falta de abastecimento d’água, como está hoje Campina Grande. Na época sua população era do tamanho da Rainha da Borborema e seu entorno: 600 mil habitantes. O Governador do Estado era um jovem, com pouco mais de trinta anos: Ciro Gomes. Decretou Estado de Emergência e direcionou todos os recursos disponíveis do Estado para o “canal da salvação”, com um prazo de 100 dias, para a água do Vale do Jaguaribe – captada a distancia de 280 quilômetros – chegarem às torneiras da Capital. Mobilizou toda a classe política, e “arrancaram” recursos da reserva disponível em orçamento do Governo Federal, destinadas especificamente para casos de Estado de “Calamidade Pública”. Criou uma “frente de emergência”, gerando milhares de empregos, e a obra teve sua licitação dispensada, como acata a lei, e foi executada por Administração Direta. Ciro Gomes e sua “vontade política” não pararam por ai. Pediu socorro a Embaixada dos Estados Unidos, e conseguiu trazer a maioria da tubulação, bombas e técnicos que instalaram na Arábia Saudita em 90 dias, uma adutora para abastecer o contingente das tropas americanas, mobilizadas para guerra contra o Iraque (gestão do Presidente George Bush pai), cujo objetivo era expulsar as tropas de Sadan Hussein que haviam ocupado o pequeno e desarmado Kuwait.

            Campina Grande hoje dispõe de dois importantes Senadores da República. O líder do PSDB e o Presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal. Cinco dos doze Deputados Federais completaram os votos de suas eleições ou reeleições na Capital do Trabalho. Um Governador que deve sua eleição e também reeleição a confiança dos Campinenses. Um Prefeito reeleito com uma maioria esmagadora (até humilhante) sobre seu principal adversário, que é do PMDB do Presidente Michel Temer, e posicionou nossa cidade num dos principais redutos “tucano” do nordeste. Toda essa gente está cega, ou não tem força política para salvar a cidade do caos? O que falta para se reunirem e discutir uma solução para 100 dias? Qual o plano “B”, caso as chuvas previstas não aconteçam, e as águas da transposição não cheguem no tempo oportuno? A partir de Janeiro, as indústrias que dependem de água, vão fechar suas portas. Férias coletivas, ou demissão em massa. Seca, desemprego e crise econômica nacional transformarão a Capital do Trabalho, no gueto da fome e miséria disseminada.    

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RESSARCIMENTOS

            Como se não bastasse à precariedade explicita dos Planos de Previdências Privadas – após a falência do Aerus (Varig) e dificuldades que ora atravessam o do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Petrobras – vem agora o susto dos Planos de Saúde. A segurança da crescente população da melhor idade – que anos a fio contrataram este serviço na expectativa de usá-los quando o “Estado” falhasse – está apreensiva com as atitudes “excêntricas” da ANS – Agencia Nacional da Saúde Suplementar, que de modo obstinado tenta cobrir o rombo do SUS, punindo as empresas e Cooperativas que atuam nesta área, como a cinquentenária Unimed.

             ANS, usando “regulação” no mínimo temerária, tem causado um prejuízo monumental aos cofres do setor da Saúde Suplementar. Sobretudo nos casos de urgência e emergência, envolvendo pacientes com traumas, oriundos de acidentes ou vítimas da violência banalizada. Ao ser acionado o SAMU, o caminho é um hospital de traumas mais próximo, mantido pelo Governo Federal, com recursos do Ministério da Saúde. No preenchimento da ficha do paciente, o seu CPF indica automaticamente que o mesmo é usuário de um plano de Saúde. Todo o tratamento é feito, e a ANS manda cobrar a conta ou ressarcimento de seus gatos, ao plano de saúde contratado pelo usuário.

            O imbróglio é tamanho, semelhante à mesa com pouco pão, quando todos gritam e ninguém tem razão. Por exemplo: como usa esta receita extra a ANS, não prevista em orçamento? Qual a legalidade, se o Congresso não autorizou sua aplicação e definiu prioridades? E o “austero” TCU de Augusto Nardes? Como ele aprova esta transgressão normativa, sem a devida chancela Legislativa?

            Caberia a ANS pelo menos examinar o tipo de contrato do usuário com o prestador do serviço e observar a categoria de sua contribuição, carência; vigência… Não simplesmente cobrar os valores que custou o tratamento aos cofres públicos. Percebe-se que existem dois tipos de usuários da saúde para o Estado Brasileiro: o que não tem Plano de Saúde Suplementar, e os que possuem e pagam por eles. Saúde, Educação e Segurança são deveres Constitucionais. Mas, a grande contradição que a ANS não explica é a situação do paciente. Quem tem plano de Saúde Suplementar, recolhe também percentual de sua renda ao INSS, e tem uma “carteira” obrigatória do SUS, onde é cadastrado. Neste caso, paga duas vezes por um único serviço? Seria o mesmo que o aluno da escola privada ingressar nas Universidades Federais ou Estaduais, e ter que pagar pelo seu curso, por não vir do ensino da escola pública.

            Excesso de governo, leis e o gigantismo de um Estado “Leonino” têm criado dificuldades imensas para o contribuinte, cada dia mais hesitante sobre um futuro amedrontador que se desenha no presente. Quem vai nos garantir que não perderemos décadas de recolhimentos aos Planos de Saúde Complementar, caso os mesmos venham falir por intransigências e abusos da ANS? Legislativo e Judiciário devem ser acionados e se manifestarem sobre a proteção do cidadão, resguardando seus legítimos direitos

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O COMÍCIO DE SOUSA

Na quinta-feira (30.09.2010) que antecedeu o domingo das eleições (03.10.2010) estávamos no interior do Rio Grande do Norte quando o Jornal da Rede Globo de Televisão – segunda edição – divulgou a última rodada de pesquisas do IBOPE mostrando as tendências do eleitorado para escolha do governador e senadores da República. A diferença no RN era de 10%, com possibilidades de haver um segundo turno, o que de fato não ocorreu. Ligamos imediatamente para o então candidato a vice-governador da Paraíba Rômulo Gouveia, para sabermos o resultado do Estado. A voz semidepressiva do “gordinho” ecoou como um tiro seco: “Aqui perdemos… Não tem como reverter… José Maranhão está com 22% de vantagem”.

Passado o impacto instantâneo provocado pelo peso do percentual – lucidez recobrada – perguntamos se alguém, ou ele mesmo, acreditava num índice tão estapafúrdio. O “gordinho” foi enfático ao afirmar que sim. Era o IBOPE e a Rede Globo, que não tinham motivos para “inflar” números de uma coleta comprometendo a imagem do Instituto e da Emissora. Principalmente para favorecer candidato de um estado pequeno como a Paraíba. Insistimos no argumento – até para consola-lo – de que 22% representaria uma maioria de mais de 540 mil votos, levando-se em consideração que o TRE havia divulgado que estavam aptos a votar mais de 2,7 milhões de eleitores. Seria o mesmo que Ricardo Coutinho não conseguisse obter um único voto em Campina Grande, nem em João Pessoa. E nos demais municípios, a influencia das lideranças locais tinham grande importância. Maiorias nunca foram superiores a 20%, por menor que fosse o reduto. Tinha algo de errado, questionamos. E a última pesquisa para consumo interno, quais foram os números? Indagamos. “A gente ainda perde, insistiu Rômulo. Temos duas: uma com 8% outra com 10%.” Continuamos levantando a autoestima do então gordinho – hoje já bem mais magro – “se a de 8% for a mais correta – estimulamos otimismo – como Ricardo vem crescendo, José Maranhão em tese terá apenas 5%. Já que a diferença é de 3% para mais ou para menos. Neste caso, resta ainda apostar na abstenção do dia. O “já ganhou” vai fazer com que muitos “Maranhistas” deixem de votar. Principalmente os que moram em João Pessoa e Campina Grande e tem ainda domicilio eleitoral no sertão, Vale do Piancó; Cariri; Curimatau…” E para o Senado? Perguntamos. “Nas nossas internas Cássio aprece com 51% dos votos. Mas, ele não figura na do IBOPE. Nesta, Wilson está na frente de Vital Filho com 10%”.

O papo com Rômulo Gouveia durou quase uma hora. Ficou animado sobre a perspectiva dos efeitos negativos da pesquisa – que poderiam ser pior para José Maranhão – que para Ricardo Coutinho. E como arguição final, justificamos que a excelente posição de Cássio agregaria 80% dos seus votos ao Ricardo Coutinho.

No RN, domingo (03.10.2010) por volta das 18 horas, começamos a ensarilhar as armas.

Perdemos a guerra… Pesquisa de “boca de urna” tinha confirmado exatamente os números da quinta-feira, inclusive com a inimaginável derrota de Vilma de Farias para o Senado da República. Seis meses antes do pleito era imbatível. Mas, Garibaldi puxou Zé Agripino e Rosalba Ciarlini (governadora eleita). Pegamos o caminho de volta para Campina Grande, debaixo de bombas. Imaginamos que por aqui, o quadro pós-batalha estaria bem pior que no RN.

Primeira cidade da Paraíba no percurso da volta, Belém de Brejo do Cruz. As ruas lotadas, buzinaços… Paramos e perguntamos: qual foi a maioria de Maranhão? “O que? Respondeu um popular. Ricardo foi para o segundo turno”. Não acreditamos, milagres acontecem, mas nesta proporção é muita generosidade do Divino. “E quem foi eleito para o Senado?” Vitalzinho e Wilson Santiago. “Quantos votos Cássio Obteve?” Ninguém sabia.

Na segunda-feira conseguimos falar com o gordinho no final da tarde, por telefone. A euforia do domingo ainda o dominava. Mas, veio a grande preocupação. E o segundo turno? Tinham raspado o fundo do tacho. A campanha tinha que ir para as ruas e o caixa estava zerado. Militância para ser paga (bandeiras), gráfica (impressos). Postos de combustíveis… Como recomeçar? José Maranhão estava na cadeira do Palácio da Redenção e com o poder de caneta. Tinha elegido dois Senadores da República, não lhes faltavam disponibilidades de “meios”, e Exércitos prontos para o segundo combate. Suas tropas avançaram… No Estado Maior do Comando Socialista, a recomendação era defender-se. Manter-se nas trincheiras, e aguardar oportunidade para contra-atacar.

Sertão e o Vale do Piancó era o calcanhar de Aquiles. Dias 19 e 20 de outubro, os governadores reeleitos do Ceará e Pernambuco – Cid Gomes e Eduardo Campos – iniciaram sua turnê pela Paraíba. Tinham que reverter o resultado destas áreas, fortalecer Campina Grande, compartimento da Borborema e Cariri.

O “discurso” de Eduardo Campos no “comício de Sousa” teve um “poder de persuasão” impressionante, com repercussão em todo o sertão. Velhos generais maranhistas abandonaram o “campo da honra”. Por quê? A maioria em 29 de outubro de Ricardo atingiu 140 mil votos. Será que a “Operação Turbulência” revelará quem escreveu a “peça de retórica” do ex-governador Eduardo Campos?

Ontem, assistimos Arquivo Nacional – programa da TV Globo News – que exibiu documentário sobre o assassinato de PC Farias. Vinte anos, e o mistério continua… Queima de arquivo? Outros “mistérios” mais recentes estão começando a ser revelados. Eduardo Campos teria gerenciado caixa de 600 milhões de reais para coordenar a campanha de Dilma Rousseff no Nordeste, sua reeleição e a de Cid Gomes (CE). Seu acidente, também foi queima de arquivo? E sua visita à Paraíba no segundo turno? O último mistério ainda não revelado – pesquisa tendenciosa divulgada em 30.09.2010 – refere-se ao IBOPE e Rede Globo. Quem os pagou? Com a palavra os coordenadores da derrota de José Maranhão em 2010.

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EXPECTADOR

            A menos de 120 dias para realização das eleições municipais de 2016, o Governador Ricardo Coutinho aparenta não ter ainda entrado no “clima festivo” da democracia, mobilizando seu exercito de aliados, com vistas às disputas que ocorrerão nos 223 redutos paraibanos. Não se sabe se por inapetência ou estratégia, o silêncio do Governador e sua imobilidade, vinham deixando perplexos formadores de opinião e setores da mídia que acompanham o quotidiano dos acontecimentos políticos/partidários. Esta disputa não é a sua. As urnas o testarão só em 2018.

            Atordoados diante do “novo”, profissionais do Marketing e da Mídia ainda não dispõem na prateleira, o produto sazonal que será vendido nestas eleições, diferente das demais ocorridas desde a redemocratização do país. O eleitor com o olho em Brasília e outro em seu município, observa a “lama” da classe política se dissolvendo com a força da Lava-Jato. Os grandes ícones da moralidade pública – com assento e representação do povo no Congresso Nacional – hoje são enxergados como “crostas” impregnadas nas nossas instituições, que impediram por décadas, a transparência das cores que simbolizam a probidade. Nesse bojo, coube todas as legendas.

            O resultado das urnas de 2016 pode ser considerado como prévias, para o pleito geral de 2018 – quando serão eleitos Deputados Estaduais, Federais; Governadores; Senadores e Presidente da República. A partir de então, provavelmente se redesenhe um novo modelo para o personagem político, que identificará quais as mudanças de comportamento do eleitorado, e sua reação, diante do após “faxina” que o Ministério Público vem realizando nos Poderes Legislativo e Executivo.  Com exceção da contenda Presidencial, as conquistas dos demais cargos eletivos sempre tiveram uma influencia preponderante dos municípios e suas lideranças locais. Entretanto no momento, os verdadeiros interessados no resultado das urnas de 2016 – postulantes de 2018 – não estão conseguindo “descolar” suas imagens, do que ora está acontecendo no país, e manter sua tradicional “postura” sob a qual fincaram seus alicerceis onde foram erguidos os pilares do respeito e admiração da população.

            Quem de sã consciência imaginaria que o Senador Cássio Cunha Lima, o “menino de Ronaldo”, xodó de Campina, seria vaiado em pleno Parque do Povo – marco inapagável da gestão do poeta – na abertura do Maior São João do Mundo? Óbvio que ninguém. Mas, o fato aconteceu. Como relatou o companheiro Marcos Marinho, o episódio foi bem menor que sua repercussão. Todavia, a reação deve ser considerada como um “fato atípico” que merece ser analisado pelas principais lideranças partidária paraibana, com vistas a seu futuro. Não foi só Cássio que foi vaiado. Governador Ricardo Coutinho na inauguração do alambrado do estádio de futebol de Sousa (PB), ao invés de ser ovacionado pelo público agradecendo a obra, recebeu apupos da torcida em campo.

            Qual o candidato a Prefeito que terá a coragem de levar para seu palanque, a partir de agosto, um Congressista? Ou até mesmo um Governador? Se tiver votado pelo impeachment da Presidenta é considerado “golpista”. Contra, é corrupto. Fazer um “self” com um Deputado Federal, Senador da Repúbica ou Ministro de Estado e postar no “face”, é “pagar mico”. Todos os candidatos a Prefeito (2012) brigavam para ter Cássio, Maranhão, Ricardo Coutinho ou qualquer um dos doze Deputados Federais e três Senadores na abertura de seus comícios. Guardando as devidas proporções e suas exceções, o poder de “transferência” destes “mitos” políticos – outrora tão importante para muitos – hoje pelo que percebemos representará pouco, ou acrescentará quase nada. Até onde divisamos, candidatos e eleitores em Setembro estarão órfãos de lideranças partidárias – de estatura em níveis estaduais ou nacionais – que os referencie. Arriscamos um palpite: a escolha não será pelo melhor, o povo está cético quanto à existência de um político “bom”. Mas, dos males, irão preferir o menor.

            Governador Ricardo Coutinho até domingo último (12.06.2018) tinha escapado de ser pego no contrapé onde escorregou o Senador Cássio Cunha Lima. Mas, com certeza não fez pesquisas qualitativas para sentir a conduta da população, que mudou repentinamente frente aos acontecimentos diários de um pesadelo sem fim (Lava-jato Acrônimo e Zelotes). Ricardo combateu abertamente em defesa da Presidente afastada. Contudo, a última denuncia que atingiu até o ex-governador da Bahia Jaques Wagner – nas mãos de Sérgio Moro desde (09.06.2016) – o tempo fechou para os “surfistas”, recomendados às pressas, fazerem manobras “radicais”, redundando num mergulho rápido, até que a onda “tsunami” passe, e não “quebre” em cima deles, levando-os em redemoinho que culmine em afogamento ora evitável. A melhor posição do Governador – mais exposto pelo poder de caneta – ainda é permanecer como distante expectador.

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QUEM RESTARÁ?

            A metralhadora giratória do Procurador Geral da República – com rajadas ininterruptas – poderá dizimar todo o Congresso Nacional em pouco tempo, criando um fosso que exigirá uma “ponte”, mesmo que erguida através de uma via “institucional”, que assegure a sobrevivência do Estado de direito do Brasil. Dos quatro ex-presidentes (ainda vivos) três estão oficialmente “dedurados” pelos delatores da Operação Lava-jato, acusados de corrupção. Uma Presidente afastada e também “dedurada”. Um Presidente interino igualmente citado, porém ainda não investigado. Presidente da Câmara dos Deputados afastado pela Justiça, e do Senado respondendo a nove processos de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Delação do Senador Delcídio Amaral menciona trafico de influencia, junto a Ministros do STF. Quem restará?

            Partindo do pressuposto que todos são suspeitos, e que existe uma conspiração contra as investigações da operação Lava-Jato, Rodrigo Janot tem exagerado na dosagem de sua “meizinha” anticorrupção. O “remédio” ao invés de curar nossa democracia, vai terminar matando-a, já que a mesma está a caminho da UTI.

            Ninguém conhece os Juízes e Procuradores das Operações “Zelote” e Acrônimo. Mas da Lava-Jato, até manifestos conclamando a população para mudanças em nossa Constituição seus Procuradores já o fizeram. Ocupam as redes de TV em seus noticiosos diários, e se assemelham ao “Capitão América” versão cone sul, século XXI.

            A discrição do Juiz Sérgio Moro é um capítulo a parte. Não faz esforço para “aparecer”. Mas, dada à carência e orfandade de nossa gente, que vive em busca de “Heróis” nas terras de “Macunaíma”, seu perfil se adéqua ao momento transitório que vive nossas frágeis instituições.

            A grande mídia tem sua culpa ou responsabilidade, no instante em que vulgariza os Poderes Constituídos e privilegia com seus “destaques”, o vilanismo escapista de réus confessos em suas delações premiadas, que pensando apenas em si, pratica o gesto temeroso do “abraço do afogado”. Combater a corrupção é um processo lento, porém eficaz, se for feito de forma punitiva, educativa e intimidatória, mostrando as crianças, jovens, adultos e até delinquentes, que o crime não copensa. O que ora estão fazendo é dizimando todos, que de uma forma ou outra, estejam ligados à classe política do país.

            Observem e constatem nos dias de hoje, a Constituição ser atropelada e a Suprema Corte acuada, temendo a voz das ruas, que ignora como funcionam nossos direitos e deveres consignados pela Carta Magna. Na nova regra que ora está em vigor – sendo aplaudida pelo povão – Juízes esqueceram a “presunção da inocência” e réu primário perdeu seu direito de responder processo em liberdade. Todos os presos da Lava-Jato constituíram os melhores Advogados do Brasil, e não encontraram argumentos nem Lei que convencesse os Ministros do STF a conceder um único Habeas Corpus a centena de detentos que foram trancafiados em Curitiba. Quando alguém é libertado, a mídia não fala do seu Advogado ou arguição apresentada. Comenta secamente: “O Juiz Sérgio Moro Libertou hoje…” Numa Constituição de 350 Artigos e milhares de Leis, o STF não enxerga, por exemplo, um artigo para garantir os direitos do Marqueteiro João Santana, que se apresentou voluntariamente na PF de Curitiba e teve depois sua prisão preventiva decretada? Ele estava fora do país há mais de um ano, e em liberdade não tinha, nem tem como prejudicar as investigações. Não é autoridade e nem tem “poder” para intimidar testemunhas. Por que João Santana e sua mulher ainda estão presos?

            Ainda tem “cara de pau” que fala do Regime Militar e seus abusos. Qual a diferença hoje, do comportamento dos velhos Generais da era do chumbo grosso? Mandavam prender e soltavam quando queriam depois que os detidos confessar aquilo que eles gostariam de ouvir. Torturas? A maior de todas é a psicológica. Imaginem-se presos, seus Advogados impotentes para soltá-lo, e só lhes restar uma alternativa, que é a delação? O que fariam? Como os presos do regime militar, a saída era entregar amigos e até familiares.  Quantas vítimas não foram acusadas como “Comunistas”, sem sequer saber o que era isto? Advogados procuravam Juízes que se recusavam em conceder Habeas Corpus. E se os fizesse, os Generais rasgavam. Era inútil se valer da Justiça, da mesma forma que nos dias atuais.

            OAB e Ministério da Justiça estão completamente sem nenhuma credibilidade. Em plena “Democracia” – pelo menos é o que supomos – a inflexibilidade aliada à intolerância se sobrepõe aos direitos da pessoa humana. Prevalecem à vaidade dos austeros protagonistas paladinos da justiça, que alimentam a turba, sedenta de sangue na grande arena de um nação combalida pelos efeitos da mais completa desordem social.

            Lembramos Joseph Marat e Robespierre nos tumultuados dias da Revolução Francesa. Não satisfeitos por terem guilhotinado o Rei e a Rainha, voltaram-se contra a Assembleia Constituinte. O clima de medo e terror imperava na França. Diariamente Marat em seu Jornal advertia: “Cabeças vão rolar…” E prendiam um dos membros da Assembleia, “suspeito” de traição, julgavam-no e o guilhotinavam. Até que numa manhã, Marat apareceu morto esfaqueado em sua banheira. À tarde, antes de Robespierre Chegar a Assembleia, os Constituintes se reuniram e decidiram: ou o predemos e o guilhotinamos, ou morreremos um a um. Prenderam Robespierre o guilhotinaram três dias depois. A paz reinou momentaneamente. Mas, não havia mais “clima” para se conduzir pacificamente a recém-criada e já moribunda República. Todos eram suspeitos e envolvidos. Veio Napoleão, acabou com tudo e se tornou Imperador. O caos é parturiente do populismo.     

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E AGORA RICARDO?

A sorte do principiante (teoria “alquimista” do escritor Paulo Coelho) assinala quadro sombrio, que pode ser interpretado nos dias de hoje, como final desta fase na trajetória vitoriosa do governador Ricardo Coutinho. Inaugurada nas eleições de 2004, conquistando o mandato de Prefeito Municipal de João Pessoa, o “socialista” deu início a uma sequencia de triunfos que se somaram em quatro vitorias consecutivas, com duas derrotas alternadas impostas aos dois principais caciques políticos da Paraíba: Clã Cunha Lima e José Targino Maranhão.

Adotando os ensinamentos do Príncipe (os fins justificam os meios) Ricardo Coutinho teve a antevisão do projeto de ascenção do então líder petista, ex-deputado federal Avenzoar Arruda, e em tempo hábil socorreu-se da suplente de deputada estadual Nadja Palitot (PSB), de quem obteve espaço em sua legenda, recém-conquistada por ordens expressas (intervenção) determinadas pelo saudoso Miguel Arraes de Alencar, Presidente Nacional da sigla. O partido era comandado pelo Deputado Estadual Gilvan Freire, aliado do poder municipal da capital, sob a tutela do “tucano” Cícero Lucena, então Prefeito de João Pessoa.

Inegavelmente a competência e o bom desempenho de Ricardo Coutinho nas eleições de 2004, surpreendeu a crônica política da Paraíba. Rui Carneiro – candidato derrotado – tinha apoio do Prefeito Cícero Lucena que lhes disponibilizou nos dois últimos anos que antecedera as eleições, a Chefia de Gabinete da PMJP. Era o Prefeito “de fato”. Como se não bastasse, Ricardo Coitinho ainda enfrentou o Palácio da Redenção – segundo ano da gestão do Governador Cássio Cunha Lima – no seu primeiro mandato. Um verdadeiro “rolo compressor” contra “o Mago”, que só nas convenções, conseguiu o apoio do PMDB de José Maranhão, compondo a chapa com o vice, Deputado Estadual Manoel Júnior. A “sorte do principiante” não foi a vitoria que muitos duvidavam. Foi à derrota inimaginável dos tucanos no primeiro turno.

Quatro anos depois, no momento de sua reeleição, o “Mago” correu o risco de aniquilar sua carreira política, quando descartou a aliança com o PMDB e pôs um técnico, engenheiro Luciano Agra, para ser seu companheiro de aventura. O gesto foi um sinal claríssimo de seus planos, com vistas a se “hospedar” no Palácio da Redenção.

Assistiu o embate no TRE e TSE envolvendo o Governador reeleito em 2006, Cássio Cunha Lima, e o derrotado José Maranhão. Sabia que a história era boa conselheira. Em enfrentamentos Gregos (Atenas e Esparta) existirá sempre a oportunidade para um Felipe da Macedônia. Cássio Cunha Lima cassado, José Maranhão assumiu o Governo, na certeza de sua reeleição. Alguém se recorda da frase “eu tenho até pena…”? pronunciada por Maranhão, respondendo a pergunta do apresentador, indagando em “off” sobre a provável candidatura de Ricardo Coutinho – intervalo de uma entrevista na TV Correio – sem se aperceberem que estavam no ar!

José Maranhão cometeu apenas dois equívocos. O vice de Ricardo não era mais do PMDB, e quando Presidiu a Comissão do Orçamento Geral da União, locou recursos na ordem de 260 milhões de reais para a PMJP. Enquanto o Prefeito de João Pessoa transformara a cidade num canteiro de obras, José Maranhão agonizava para manter a elevadíssima folha de pagamento do Estado em dia, recheada de PCCS das mais diversas categorias profissionais, autonomia financeira da UEPB; Corpo de Bombeiros… Legado de Cássio Cunha Lima prevendo sua cassação em definitivo pelo TSE, pondo em prática a política da “terra arrasada”. Conquistou a simpatia do funcionalismo público estadual, e deixou o abacaxi para o “Mestre de Obras” descascar.

O desejo revanchista do Clã Cunha Lima tinha como meta derrotar José Maranhão a qualquer custo, mesmo que tivessem de abraçar um crítico e adversário histórico do grupo. Não foi tão difícil à composição: Ricardo Coutinho Governador, Rômulo Gouveia vice e Cássio Senador. O Padrinho deste casamento foi o saudoso Governador de Pernambuco Eduardo Campos, caixa da campanha de Dilma Rousseff no Nordeste. Descartaram Cícero Lucena e Rui Carneiro engoliu “seco” a decisão, assegurando uma das vagas para a Câmara dos Deputados. Vitoria apertada no primeiro turno, mas no segundo, uma avalanche de 163 mil votos.

Prestigiando o “tucanato”, Ricardo Coutinho disponibilizou metade de sua equipe do primeiro escalão, para ser indicada por Cássio Cunha Lima. E por incrível que pareça, o acordo foi cumprido até o ultimo minuto do rompimento com o PSDB. Sem discurso ou justificativa, o Senador “tucano” cometeu o erro de se lançar contra o Governo Socialista, na expectativa de contar com o apoio, num eventual segundo turno, do vingativo PMDB de José Maranhão, punindo a criatura que se voltou contra o seu criador. Ex-Senador Vital Filho foi o fiel da balança da campanha. Lançou-se pelo PMDB e obteve 110 mil votos, sufrágios suficientes para provocar o segundo momento da disputa. Estes votos foram integralmente transferidos para Ricardo Coutinho.

Eduardo Campos partiu… O PMDB assumiu o comando do país, com apoio imprescindível do PSDB. Ricardo Coutinho não fala a mesma linguagem do PSB que está com Temer. O PT de Luis Couto está em baixa, sem caixa, e na oposição. Estados e Municípios insolventes. E agora Ricardo?

Dois anos apenas o separa do pleito de 2018. Acordo já está sendo alinhavado entre PMDB e PSDB. Um fica com o Governo, o outro com as duas vagas do Senado. O vice ficará com o ex-ministro Aguinaldo Ribeiro ou Rômulo Gouveia. Qual o espaço de Ricardo Coutinho? Na falta da sorte, só a competência sobrevive. Para que ocorra isto, um gesto genuflexo de Ricardo Coutinho teria que sensibilizar Cássio ou Maranhão. Será que existe humildade para tanto? Ambos já experimentaram o remédio amargo para aliados, prescrevido pelo “Mago”.

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CRISE E CALENDÁRIO

Apesar dos abalos nos alicerces da sociedade brasileira – sacudida pela crise política, econômica, moral e ética instalada em todo o seu território – o calendário de nossa democracia assinala eleições municipais em outubro próximo, independente do que ocorra na refrega (impeachment da Presidente) que envolve os três poderes da nossa frágil, porém ainda resistente República. O pleito tem data e hora marcada: 02 de outubro de 2016, das 07:00 as 17:00 hs.

Nos dois principais colégios eleitorais da Paraíba – Campina Grande e João Pessoa – a disputa tem “características plebiscitárias”, já que os atuais prefeitos disputarão as ultimas reeleições permitidas pela mais recente minirreforma eleitoral. Romero Rodrigues e Luciano Cartaxo se submeterão ao julgamento popular de suas gestões, cabendo ao eleitor decidir sobre suas permanências ou não, como Chefes do Poder Executivo Municipal.

Os efeitos da operação Lava-jato e a PEC 377 (que concede mais autonomia ao Ministério Público) inverteram valores e privilégios para candidatos que contavam com a ajuda da “máquina”, no jargão do mundo político “candidato chapa branca”. Os partidos, advogados e a classe política tem consciência que será uma eleição literalmente diferente de todas, desde a redemocratização de 1945. Quarenta e cinco dias de campanha, fiscalizada por uma legislação rígida, contendo gastos e prospectando focos de corrupções (compra de votos). Partidos políticos passarão mais tempo nos fóruns que nas ruas em busca de votos. E qualquer que seja o resultado das urnas, a diplomação ou posse passará por decisões judiciais.

Em Campina Grande, Romero Rodrigues tem confidenciado a amigos íntimos sua preocupante intenção em não disputar. Pesa sobre seus ombros a responsabilidade de manter vivo o clã Cunha Lima, que ora mostra sinais de divisão, e está muito distante da cidade já por algum tempo. O vice-prefeito Ronaldinho não reside mais na Rainha da Borborema. Senador Cássio Cunha Lima também não tem mais domicilio na cidade, a exemplo de seu filho Deputado Federal Pedro Cunha Lima. Da velha-guarda, só quem ainda habita na Capital do Trabalho é Ivandro e Roberto, que atingiram a compulsória. Renato é um dissidente, e Tovar ainda não tem voo próprio. Deputado Estadual Manoel Ludgerio, fiel escudeiro da “eminência parda” Rômulo Gouveia, tem sinalizado as intenções do PSD compor a chapa com Romero Rodrigues. Sem um Cunha Lima?

Os Regos estão diante do mesmo dilema, ou pior ainda. O grande articulador Vital Filho está impedido de falar sobre política, pelas funções que exerce como Ministro do Tribunal de Contas da União. Deputado Federal Veneziano Vital do Rego perdeu seu conselheiro mor (o irmão) e grande parte de sua militância desertou da causa, por falta de apoio. Mesmo assim, propositalmente “assombra” os Cunha Lima, que ainda não fizeram a leitura correta das intenções do cabeludo: 2018, Senado Federal, ocupando a cadeira que pertenceu a seu irmão. São amplas as possibilidades de sua mãe Nilda Gondim ser a candidata pelo PMDB, aproveitando o momento nacional de prestígio que poderá desfrutar a sigla, em função do provável governo tampão comandado pelo Vice-Presidente Michel Temer.

Fechando o quadro de indecisões, ainda resta o governador Ricardo Coutinho, que tem seu futuro político no momento vinculado ao destino de Dilma Rousseff (ostracismo). Para permanecer na vida publica, o governador tem que participar das vitórias de Campina Grande e João Pessoa. No caso da Capital do Estado, a cada dia que passa suas chances diminuem. Em Campina Grande, ainda lhe resta a oportunidade de uma manobra que o aproxime de Romero Rodrigues, arrancando as garantias de um compromisso: Cássio e Ricardo para o Senado da República em 2018.

Parafraseando o saudoso Arcebispo de Olinda Dom Helder Câmara, que filosofou “é preciso se mudar muito, para permanecer o que somos”, é factível que a ideia dos Cunha Lima entrelaçarem seu projeto político com Ricardo Coutinho possa ser plausível. O conselheiro presidente do Tribunal de Contas, Arthur Cunha Lima, já tem tempo de aposentadoria. Pode se filiar a um partido político até 90 dias antes do pleito. Ricardo Coutinho indicaria o deputado Adriano Galdino para sua vaga no TCE, fato que levaria Arthur Filho a se tornar titular na Casa Epitácio Pessoa, e o PSDB se coligaria com o PSB, lançando Arthur Cunha Lima como o vice de Romero Rodrigues. Arthur Cunha Lima daria as garantias necessárias a Romero, para que o mesmo renunciasse em 2018 e pudesse voltar à Câmara dos Deputados, ou compor a majoritária (Governo do Estado) assegurando sua sobrevivência no mundo político. O conjunto destes acontecimentos criaria um “fato novo”, combustível indispensável para uma campanha vitoriosa. Impossível? Jamais. Difícil foi Cozete Barbosa (petista xiita) votar em Cássio Cunha Lima duas vezes. E José Maranhão consagrar uma segunda vitória de Ricardo, que lhe derrotou em 2010 e 2012 na disputa municipal da Capital.

A volta de um Cunha Lima à Prefeitura de Campina Grande é imprescindível para que o grupo se mantenha vivo politicamente após 2018. A transição para a “chegada” da nova geração seria comandada por Arthur Cunha Lima: o homem missão da família. Pedro, Tovar ou Bruno já teriam “musculatura” para a peleja (2020).

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AÇODAMENTO DO TRE-PB

Na abertura dos trabalhos (2016) do TRE-PB – última quarta-feira (03.02.2016) – duas ações de investigação Judicial Eleitoral (AIJE), impetradas pela coligação “A vontade do povo” oriunda do pleito de 2014 cujo candidato ao Governo do Estado era o Senador Cássio Cunha Lima, entraram na pauta de julgamento.

A primeira – AIJE dos Policiais – a coligação “A Vontade do Povo” alega que o Governador Ricardo Coutinho cometeu crime eleitoral ao conceder vantagens salariais aos Policiais Militares num ano eleitoral. Cinco dos sete Desembargadores consideraram improcedente (?). Seguiram simplesmente o parecer do MPE e do Relator. Um pedido de vistas evitou que se consumasse em poucas horas, um processo que requer aprofundamento nos exames de suas peças, compostas de arguições, que carecem de contraposições convincentes, embasadas na legislação, jurisprudências e entendimentos sobre o tema. Na mesma tarde e na sequencia, a AIJE Fiscal foi também submetida ao pleno. Acusação desta feita imputava o Governador Ricardo Coutinho de conceder isenção aos devedores do IPVA (proprietários de automóveis e motocicletas), caracterizando renuncia fiscal – tema complexo e matéria constitucional – realizado em ano eleitoral. Outro pedido de vistas barrou o açodamento do TRE-PB, no momento que o julgamento já tinha três votos favoráveis, ao Governador, a partir do Relator.

Na última década, as decisões do TRE-PB têm sido confusas, esdrúxulas e vexatórias. Algumas delas foram reformadas pelo TSE, fato prejudicial à imagem da Corte de Justiça Eleitoral da Paraíba, sob todos os aspectos. Senão vejamos: Nas eleições de 2010, o TRE-PB negou registro da candidatura do Senador Cássio Cunha Lima para o Senado da República. Diplomou em seu lugar Wilson Santiago, que desfrutou privilégios de “curtir” por mais de um ano de forma ilegal, respeito e privilégios de Senador da República, representando o Estado da Paraíba. Sentença reformada (TSE/STF) fez o TRE-PB contar os votos de Cássio Cunha Lima, diploma-lo e arrancar Wilson Santiago da cadeira de vice-presidente do Senado Federal. O Ministro Joaquim Barbosa, festejado pelos anti-Cunha Lima como algoz do clã – forçou renuncia de Ronaldo Cunha Lima e participou do julgamento da cassação do mandato do então Governador Cássio Cunha Lima – foi o Relator do processo eivado de erros grotescos, que tiraram mais de um ano de mandato do líder tucano. E quanto a Wilson Santiago? Quem reparou os danos morais causado a sua imagem? Este erro lhes custou à carreira política. Ficou sem espaço para continuar na Câmara dos Deputados e não voltou mais para o Senado.

Desde a cassação do mandato do ex-governador da Paraíba Cássio Cunha Lima, o TRE-PB tem claudicado em suas decisões, pondo em risco o destino político dos envolvidos nas contendas que terminam sendo julgados por esta Corte de Justiça. Na sessão em rito corrido (30.07.2007) o TRE-PB em apenas seis horas, sem nenhum pedido de vistas dos Senhores Desembargadores, cassou o mandato do então Governador da Paraíba Cássio Cunha Lima. O Presidente Jorge Ribeiro da Nóbrega, logo após a sessão, telefonou para o então Senador José Maranhão, convidando-o para ir até o TRE-PB e ser diplomado como Governador do Estado. Não fora a intervenção do saudoso tribuno Vital do Rego, que acompanhava como convidado o julgamento, José Maranhão teria perdido o mandato de Senador e Cássio continuaria Governador, provavelmente com mais força para concluir seu mandato. Saudoso Vital do Rego em meio ao tumulto do Plenário do TRE-PB levantou a voz e interrompeu o falante Presidente advertindo: “tem que ser publicado os acórdãos, o réu notificado para apresentar defesa. José Maranhão não pode assumir de imediato”. Um cochicho a parte entre os membros da Corte, concordaram. Maranhão já estava com a carta renuncia (irrevogável) pronta para enviar por fax, para o Presidente do Senado. E se tem enviado? Registre-se: os motivos que cassaram o ex-governador Cássio Cunha Lima, são semelhantes aos hoje imputados ao Governador Ricardo Coutinho. Abuso de poder político e econômico no micro período eleitoral, que compreende de Janeiro a Outubro.

Outros erros cometidos nas decisões por “afogadilho” do TRE-PB estão armazenados nos anais da casa e da mídia. Prefeito Buba Germano foi cassado por maioria absoluta da Corte de Justiça Eleitoral da Paraíba. Um pedido de “Embargos de declarações” o “descasssou” uma semana depois (?). O mesmo Relator que pediu sua cassação fez outro relatório defendendo sua permanência. O ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rego, na metade de seu segundo mandato, teve uma ação que também terminou no pleno do TRE-PB. O Relator pediu sua cassação, seguido por mais dois Desembargadores. O Presidente, que só vota em caso de empate, pediu vistas e suspendeu a sessão. Uma semana depois, Veneziano foi absolvido por unanimidade, inclusive com o voto do mesmo Relator que pedia sua cassação.

O Brasil vive um momento onde as esperanças do seu povo estão depositadas no Poder Judiciário. Principalmente nas Cortes de Justiça, Contas e Controle das Despesas. É necessário mais acuidade dos Tribunais evitando decisões intempestivas. O Ministro Barroso (STF) ao oferecer parecer sobre as regras do impeachment, ocultando um inciso do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, está sendo ameaçado de sofrer um impeachment. O feitiço virando contra o feiticeiro. A Câmara dos Deputados não aceitou sua intromissão indevida e alega desequilíbrio entre os Poderes da República. Quem legisla é o Parlamento. Vão denunciar Barroso ao Senado, que pode impedi-lo de continuar Ministro do STF.

Por que essa pressa toda do TRE-PB, em julgar as ações de crime eleitoral contra o Governador Ricardo Coutinho, antes do julgamento de suas contas pelo TCE-PB? O TSE notificou (04.02.2016) a Presidente Dilma Rousseff a apresentar defesa sobre uma AIJE e uma AIME oriundas do pleito de 2014. Se TSE tivesse a mesma urgência do TRE-PB, em sua defesa a Presidenta não teria que justificar as pedaladas fiscais, rejeição de suas contas pelo TCU; delações do empreiteiro Ricardo Pessoa da UTC onde se explicita o “caixa dois” e doações ilegais através de propinas. Estes fatos tornaram mais complexa da defesa da Presidente.

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