“Me admira ainda pessoas que defendam”, diz ex-ministro em Campina Grande sobre governo Bolsonaro

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O ex-ministro da Justiça e ex-deputado, José Eduardo Cardozo, participa em Campina Grande, como palestrante, da Semana da Advocacia. Em entrevista concedida à Rádio Caturité, nesta sexta-feira, 9, teceu duras críticas às falas do presidente Jair Bolsonaro.

O advogado, que ministrará uma palestra sobre a crise do Estado do Direito, afirmou que o presidente Bolsonaro, ameaça a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), ao atacar a categoria, em especial a memória do pai do presidente da entidade, Felipe Santa Cruz.

– O presidente da República fala de situações inimagináveis contra o presidente da Ordem e ameaça a entidade maior que nos congrega. Estamos vivendo um tempo de absoluta infinidade, quem é democrático e defende seu direito, tem que defender a liberdade e autonomia do advogado, não há estado de direito sem advocacia. Infelizmente o nosso presidente Jair Bolsonaro, que tem uma mentalidade autoritária, resolve atacar de frente uma categoria, que nessa hora tem que responder. O presidente Felipe Santa Cruz, merece toda nossa solidariedade – declarou.

Sobre as recentes falas de Bolsonaro, chamando de ‘herói nacional’ o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, conhecido como um dos principais torturadores da Ditadura Militar, o ex-ministro lamentou a fala do presidente da república, declarando se tratar do ‘retorno à barbárie.’

– Não é possível que pessoas que foram torturadas barbaramente, pelo Brilhante Ustra, possam ouvir alguém homenageando esse tipo de ato. É o mesmo que homenagear o Holocausto, homenagear a barbárie. O que o presidente faz, eu falo com sinceridade, eu nunca imaginei que pudesse ouvir na minha vida. É o retorno à barbárie, o retorno à falta de civilização – afirmou.

Ainda sobre as falas de Jair Bolsonaro, o ex-ministro ressaltou que diariamente o presidente concede declarações irracionais, e ainda abordou sobre a indicação de Eduardo Bolsonaro, para embaixador brasileiro nos Estados Unidos.

– Um presidente que vai nomear o filho, como embaixador dos Estado Unidos, pelo fato de ter fritado hambúrgueres. Eu estive no exterior, as pessoas me perguntaram se era verdade, e eu tive vergonha. Me admira ainda pessoas que defendam esse tipo de postura. Eu não consigo entender o que passa na cabeça de alguém que defenda o nepotismo escancarado, a intolerância, o autoritarismo, que defenda homenagens a torturadores – criticou.

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