Em ligação, ex-secretária mostrou temor em ser responsabilizada por irregularidades em Campina Grande, diz MPF

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Em uma ligação interceptada nas investigações da Operação Famintos, a ex-secretária de Educação de Campina Grande, Iolanda Barbosa, revela temor em ser responsabilizada por irregularidades em processos licitatórios da prefeitura. É o que o afirma o Ministério Público Federal (MPF), que pediu a prisão e o afastamento do cargo da ex-secretária.

Iolanda Barbosa é suspeita de participar de um suposto esquema de desvio de recursos federais destinados à compra de merenda escolar em Campina Grande. A investigação aponta que empresas de fachada foram beneficiadas em licitações, gerando um prejuízo, até agora, de R$ 2,3 milhões.

No pedido de prisão temporária, o MPF justifica que a ex-secretária deflagrou os procedimentos licitatórios eivados de vícios identificados pela Controladoria-Geral da União (CGU), tendo, ainda, assinado contratos e aditivos irregulares.

Sobre o temor de Iolanda Barbosa, a procuradora da República Acácia Soares Peixoto Suassuna diz que ‘foram identificadas ligações entre ela e Helder Giuseppe Casulo de Araújo [presidente da Comissão Permanente de Licitação da prefeitura], na qual a secretária demonstra uma insatisfação em virtude do descumprimento de algum acordo sobre o andamento de licitações e/ou contratos’.

Em seguida, o MPF afirma que na mesma ligação a ex-secretária demonstra receio de ser responsabilizada por algo, tendo externado temor ao presidente da CPL. Para os investigadores, nesta situação Iolanda Barbosa mostra, mais uma vez, que tem conhecimento das irregularidades.

Afirmações do MPF estão em em pedido de prisão da ex-secretária — Foto: Reprodução/MPF

Afirmações do MPF estão em em pedido de prisão da ex-secretária — Foto: Reprodução/MPF

O advogado de Iolanda Barbosa, Guilherme Moura, garantiu ao G1 que as interceptações telefônicas divulgadas até agota têm conteúdos que não comprometem a ex-secretária e que ela vai provar inocência.

Exonerada

Iolanda Barbosa foi exonerada do cargo de secretária de Educação de Campina Grande na sexta-feira (26). A decisão foi do prefeito Romero Rodrigues, que acatou o pedido da investigada enviado por meio de carta. Ele afirma que confia na inocência da ex-companheira de gestão e que aceitou o pedido de exoneração para que ela se dedique à defesa e permita que o ritmo de trabalho na prefeitura continue.

Presa

A ex-secretária teve um mandado de prisão temporária expedido que não fui cumprido na quarta-feira (25), quando foi deflagrada a ‘Famintos’. Iolanda Barbosa estava em São Paulo e se apresentou à Polícia Federal na quinta-feira (26), quando passou por audiência de custódia e foi encaminhada para a Penitenciária Feminina de Campina Grande. Ela deveria ter ficado em cela especial por ter ensino superior, mas não havia disponível na cidade e a professora foi encaminhada para uma cela comum, mas longe das detentas comuns. Neste sábado (27), a Justiça mandou Iolanda Barbosa para prisão domiciliar.

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