Teto de antiga concessionária desaba e atinge os dois veículos mais antigos de Campina Grande

Compartilhe essa notícia
Please follow and like us:
YouTube
Instagram

Os dois veículos mais antigos que existem em Campina Grande foram danificados após o desabamento de parte do teto do local onde eles ficam guardados. Um dos carros é do ano de 1919 e o outro de 1922. Eles estavam no estoque do prédio onde funcionava a primeira concessionária da Ford, no Centro da cidade. Atualmente parte do prédio era usada como loja de peças.

O desabamento do teto ocorreu durante o fim de semana, mas só foi percebido na manhã desta segunda-feira (22) quando funcionários chegaram no local para trabalhar. Ninguém ficou ferido. O G1 tentou entrar em contato com as proprietárias da loja, mas as ligações não foram completadas. Não há informações do que teria provocado o desabamento.

G1 teve acesso à imagens dos carros feitas antes do desabamento, que mostram como eles eram. Ainda não foi possível saber o tamanho dos danos nos veículos, pois os destroços ainda estão por cima dos carros.

Modelos Ford-T pick-up e Phaeton eram os carros mais antigos e originais que existiam em Campina Grande — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Modelos Ford-T pick-up e Phaeton eram os carros mais antigos e originais que existiam em Campina Grande — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Os veículos são considerados de grande raridade. Um era um Ford Phaeton 1922 e outro uma pick-up Ford 1919, ambos Ford-T. Os veículos pertenciam ao cônsul libanês Joseph Noujaim Habib, que foi o primeiro concessionário de Campina Grande. Segundo o jornalista automotivo e antigo-mobilista Flávio Evangelista, os carros são os mais raros de Campina Grande e possivelmente da Paraíba.

Pick-up Ford-T do ano de 1919 era o carro mais antigo de Campina Grande e um das primeiras a chegar no Brasil — Foto: Flavio Evangelista/Arquivo Pessoal

Pick-up Ford-T do ano de 1919 era o carro mais antigo de Campina Grande e um das primeiras a chegar no Brasil — Foto: Flavio Evangelista/Arquivo Pessoal

“O Ford-T foi lançado em 1909 e foi o primeiro carro produzido em escala industrial. Esse modelo popularizou a cultura do automóvel vendendo 15 milhões de unidades entre 1909 e 1926. Na época da chegada da concessionária e dos primeiros carros, Campina Grande era impulsionada pela força da exportação do algodão. Os dois carros tinham todas as características originais”, destacou Flávio Evangelista.

Ford-T pick-up 1919 tinha carroceria exclusiva feita em Campina Grande — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Ford-T pick-up 1919 tinha carroceria exclusiva feita em Campina Grande — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Um detalhe que enriquecia a raridade é que a carroceria da pick-up era exclusiva. “Acontece que naquela época, os carros chegavam ao Brasil desmontados. Apenas chassi, para-lamas e as latarias da frente com a mecânica. A carroceria não vinha. Era feita na cidade. A carroceria dessa pick-up carro foi toda feita de madeira, em Campina Grande”, explicou o especialista.

Com conceito de conversível e quatro portas, Ford-T Phaeton tinha teto de lona — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Com conceito de conversível e quatro portas, Ford-T Phaeton tinha teto de lona — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Já o modelo Phaeton tinha teto de lona. A nomenclatura Pheton era usada para um conceito de carro conversível e de quatro portas. Segundo Flávio, na época as montadoras não tinham estrutura e tecnologia para fabricar chapas de ferro tão grandes, ao ponto de serem capazes de fazer tetos de metal.

Painel da Ford-T Phaeton que estava guardada no antigo prédio da Ford, em Campina Grande — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Painel da Ford-T Phaeton que estava guardada no antigo prédio da Ford, em Campina Grande — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Flávio Evangelista também deu detalhes sobre os motores dos carros atingidos. “Os motores desses carros tinham partida a manivela. Eles eram equipados com quatro cilindros tento 2894 cilindradas que rendiam 20 cavalos de potência e faziam o carro chegar a uma velocidade máxima de 70 km/h, o que era uma velocidade muito alta, em uma época onde as pessoas eram acostumas a andar com veículos de tração animal”, disse ele.

Prédio da antiga concessionária Ford preservava móveis e estoque da época, em Campina Grande — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Prédio da antiga concessionária Ford preservava móveis e estoque da época, em Campina Grande — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

O prédio

O prédio onde o teto desabou funcionou, por mais de 50 anos, como uma concessionária da Ford, no Centro de Campina Grande. Mesmo após fechamento da concessionária, o prédio ainda preservava móveis e prateleiras da época, além de todas as peças que haviam ficado no estoque no dia do fechamento.

Concessionária Ford desativada fiacava no Centro de Campina Grande, onde hoje funciona loja de peças. — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Concessionária Ford desativada fiacava no Centro de Campina Grande, onde hoje funciona loja de peças. — Foto: Flávio Evangelista/Arquivo Pessoal

Com G1PB

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial