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A Polícia Federal (PF) apreendeu carros de luxo em São Paulo nesta quinta-feira (1º) durante a Operação Descarte, um desdobramento da Lava Jato. A ação conjunta com a Receita Federal teve como objetivo desarticular esquema criminoso de lavagem de dinheiro e desvios de recursos pagos por prefeituras municipais pela limpeza urbana.
Nesta tarde, uma Ferrari e uma Maserati apreendidas na ação foram levadas à sede da PF em São Paulo, na Lapa. Segundo a investigação, grupo criminoso adquiriu vários veículos de alto luxo registrados em nome de laranjas.
De acordo com a Receita Federal, a organização criminosa emitiu mais de R$ 900 milhões em notas fiscais com indícios de fraude. A investigação foi feita a partir de delação do doleiro Alberto Youssef.
Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em residências e empresas nas cidades paulistas de São Paulo (9), Santos (1) e Paulínia (1), e nas mineiras de Belo Horizonte (2) e Lamim (2). Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal. Os crimes investigados são lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação tributária e associação criminosa.
Segundo a Polícia Federal, “as empresas participantes do esquema simulavam a venda de mercadorias ao cliente do ‘serviço’ de lavagem, que então pagava por produtos inexistentes via transferências bancárias ou boletos (para dar aparência de legalidade à aquisição). As quantias recebidas eram transferidas para diversas outras empresas de fachada, que remetiam os valores para o exterior ou faziam transferências para pessoas ligadas ao cliente inicial”.
A investigação mostrou que a empresa Soma, concessionária de serviços públicos de limpeza no município de São Paulo, é “a maior cliente identificada, usou serviços da rede profissionalizada de lavagem de dinheiro, tendo simulado a aquisição de detergentes, sacos de lixo, uniformes etc., entre os anos de 2012 e 2017”. A empresa é acusada de lavar R$ 200 milhões. O Consórcio Soma informou, por meio de nota, “que cumpre todas as exigências legais e que está prestando todas as informações solicitadas pela Polícia Federal”.
A Prefeitura de São Paulo afirmou, por meio de nota, “que não tem nada a comentar porque a operação da Polícia Federal não envolve a gestão municipal”.