Motorista que atropelou ciclista em SP diz que o arrastou porque pensou que ele já estava morto

Compartilhe essa notícia
Please follow and like us:
YouTube
Instagram

O motorista que atropelou e arrastou um ciclista em Osasco na última quarta-feira (30) alegou em depoimento prestado neste domingo (3) à polícia que seguiu trafegando com o corpo preso ao capô por cerca de dois quilômetros porque pensou que o homem já estivesse morto.

A informação foi passada pelo delegado Fernando Terzidis, do 91º Distrito Policial (DP), e pelo advogado de defesa. Laudo do Instituto Médico Legal que deve ser concluído nesta semana ainda vai dizer o momento da morte do ciclista.

Na quarta-feira (30), o pintor Gilmar Barbosa da Mata, de 45 anos, foi atropelado no acesso para Avenida das Nações Unidas, por volta das 18h30. O ciclista se segurou no capô do carro por cerca de dois quilômetros, soltando-se apenas na região do Cebolão, viaduto que dá acesso à Marginal Tietê. Barbosa não resistiu aos ferimentos e morreu.

O motorista, Mario Prestes Neto, de 61 anos, foi denunciado à polícia pela filha, dona do carro que ele dirigia. O homem ficou quatro dias foragido e se apresentou neste domingo ao 91º Distrito Policial (DP), acompanhado de seu advogado. Ele prestou depoimento ao delegado e, no final da tarde, foi solto por decisão da Justiça.

O delegado não quis gravar entrevista com a imprensa, mas informou que o motorista alegou no depoimento que o ciclista morreu no momento da colisão, e por isso ele decidiu seguir trafegando com o corpo preso ao capô por cerca de dois quilômetros.

Defesa

O advogado de Mario, Cícero dos Santos, compareceu ao 91º DP e disse que Mario manteve Gilmar no capô do carro Gilmar não por negligência de socorro, mas por estar em pânico.

“Ele me disse que o rapaz entrou na frente, repentinamente, e não teve como evitar o atropelamento”, disse Cícero. “Ele ficou com medo de derrubar o corpo, por isso seguiu em frente, e, quando o corpo caiu, os populares queriam linchá-lo, xingando de assassino”, continuou.

“A pessoa morreu na hora. Foi morte instantânea. Ele visualizou os olhos do homem, parados, e ficou em pânico”, disse Cícero.

Filha denunciou o pai

A filha de Mario denunciou à polícia o paradeiro do veículo à polícia. Ela desconfiou do pai e chamou a polícia. O carro foi apreendido na tarde de quinta-feira (31) em Itapevi, cidade vizinha à Osasco, na Grande São Paulo. O motorista estava foragido na ocasião.

Neste domingo, quando Mario deixou a delegacia, a filha que fez a denúncia, Lidiane o esperava do lado de fora. Os dois deram um forte abraço e depois entraram no mesmo carro. Nenhum dos dois falou com a imprensa.

Homem que atropelou ciclista abraça filha após ser solto pela Justiça (Foto: Reprodução/TV Globo)Homem que atropelou ciclista abraça filha após ser solto pela Justiça (Foto: Reprodução/TV Globo)

Homem que atropelou ciclista abraça filha após ser solto pela Justiça (Foto: Reprodução/TV Globo)

Questionado sobre o motivo para ter escondido da filha a informação sobre o atropelamento, o advogado de Mario disse que seu cliente ficou com medo. “Ele entrou em parafuso. Ficou muito confuso e preocupado. Não teve coragem de dizer à filha naquele momento que matou uma pessoa. Ficou preocupado com ela, que é hipertensa. Mas no dia seguinte, falou pra ela”, afirmou.

O motorista será indiciado por homicídio doloso, quando há intenção de matar.

O ciclista morto, Gilmar, completaria 46 anos na sexta-feira (1º). Ele usava pela primeira vez a bicicleta para fazer o percurso entre sua casa, em Osasco, e o trabalho, na Zona Sul de São Paulo.Ele deixou mulher e dois filhos.

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial