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O vereador João Dantas (PSD) apresentou na manhã desta quarta feira (13), na Câmara Municipal de Campina Grande, o Projeto de Lei 093/2016 concedendo Título de Cidadão Campinense ao músico, Carlos Albuquerque de Melo, O Parafuso dos 3 do Nordeste.
João Dantas que também é compositor, produtor musical e idealizador do Sítio São João justificou sua proposta afirmando que Parafuso tem suas raízes fincadas em Campina Grande desde os anos 70, cidade que escolheu para viver com os seus e desde que chegou por aqui não quis mais sair. João afirmou ainda que mesmo sendo tão viajado o músico garante que este é o melhor lugar para se viver.
Nascido em 16 de janeiro de 1940, filho de Josefa Maria de Melo e Pedro Albuquerque de Melo, Carlos Albuquerque de Melo, O Parafuso é filho da capital do nosso estado.
Ainda moleque migrou para as terras cariocas com o intuito de ganhar a vida como jogador de futebol. Chegando lá, foi garçom, pedreiro, eletricista, metalúrgico, até descobrir-se musicista quando foi tocar nos botequins nas noites do Rio de Janeiro.
Por incentivo dos amigos, decidiu enveredar por este ramo, investindo no forró pé de serr, trocando o violão pela zabumba, quando em meados da década de 50 criou seu trio intitulado Luar do Sertão.
Sua trajetória musical foi intensamente influenciada por amigos como Jackson do Pandeiro e Abdias. Dividiu palcos pelo Brasil com artistas grandemente renomados como: Luiz Gonzaga, Teixerinha, Marinês, com o próprio Jackson do Pandeiro, Abdias, Elino Julião, Elba Ramalho, chegando a gravar com Dominguinhos, Genaro, dentre outros que enobrecem a cultura popular brasileira, em especial o forró de raiz.
Em 1971, por convite de Jackson do Pandeiro (amigo de longas datas de Parafuso), o grupo fez um teste na gravadora CBS e foi apresentado ao mestre Abdias, produtor musical da gravadora na época.
Após serem aprovados no teste por unanimidade, firmaram contrato com a gravadora onde fizeram seu primeiro sucesso com a música “Forró de Tamanco”, uma composição de Antônio Barros, passando o trio a se chamar “Os 3 do Nordeste”.
Em 1972 continuaram fazendo sucesso com outro clássico de seu repertório: “Homem com H”, regravada pelo ilustre Ney Matogrosso, enveredando ainda pelo ano de 1973 com a gravação de um dos seus maiores sucessos: “Proibido Cochilar”, venderam mais de 500 (quinhentos) mil cópias, ficando por (06) seis meses consecutivos nas paradas de sucesso, em 1º lugar na respectiva gravadora, reconhecidos nacional e internacionalmente.
Nesta época, a gravadora lançava 02 (dois) vinis anuais do trio, onde a coletânea era composta por várias participações de artistas renomados do “casting” da gravadora. Em 1980 ficaram consagrados com o sucesso “Cama Fofinha”, também de composição de Antonio Barros e Céceu, que como vemos, muito contribuíram para a história o Trio.
Além dos compositores citados, é de extrema relevância citarmos muitos outros que acompanham, fazem parte e estão presentes em todos os discos, desde de outrora: Agripino Aroeira (em memória), Ajalmar Mais, Anastácio Oliveira, Aloisio Silva, Antonio Ceará (em memória), Antonio Ramos, Assizão, Azulão, Buco do Pandeiro, Coroné Grilo, Dr. José Moisés, Gilvan Neves, Jacinto Limeira, Janduir Felizolla, João Gonçalves, João Silva (em momória), Jorge de Altinho, Marcelo Lancellot, Pinto do Acordeon, Roberto Moraes, Rosilda, Severino Ramos, Zinho e muitos outros que estão eternizados na história dos 3 do Nordeste.
Parafuso além de músico autodidata, também compositor e artesão de “mão cheia”, que produz manualmente seu próprio instrumento, tudo com muito capricho e dedicação. Produz zabumba desde que se interessou pelo instrumento chegando a vender para diversos lugares do país e até mesmo pro exterior.
Falando em exterior, ele e seu trio acabaram de passar 30 dias pela Europa, propagando nossa música por diversos países fazendo ainda mais história, conquistando fãs e admiradores da nossa rica cultura.