São João de Campina perde identidade cultural com ausência de importantes artistas e grupos folclóricos

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Os sertanejos dominam o mercado musical há anos, e agora podem dominar também as festas de São João, costumeiro reduto do forró. Para os fãs do gênero de Luiz Gonzaga e para os apegados às tradições, a invasão é vista como uma ameaça à perca de identidade cultural de um povo.

Mas além da questão da evasão de grandes nomes do forró, como Alcymar Monteiro, Elba Ramalho, dentre outros, houve críticas neste São João também à retirada de grupos de dança folclóricos da festa e de comerciantes que acusaram a empresa organizadora do evento de obriga-los a comprar os produtos que seriam comercializados em seus pavilhões, de fornecedores indicados pela própria empresa, que cobraram preços muito acima dos praticados pelo mercado.
Uma campanha pela sobrevivência dos forrozeiros no São João ganhou força na internet, em especial nas redes sociais e no Nordeste, onde o São João é coisa séria — as festas mobilizam cidades e movimentam altas cifras em turismo e gastronomia. No último domingo (02), em apresentação aberta na Avenida Paulista, em São Paulo, a cantora paraibana Elba Ramalho deu seu apoio à campanha “São João não é festa do peão”.

Quem também pensa como Elba é o cantor Alcymar Monteiro, que após a polêmica iniciada pela paraibana, e rebatida por Marília Mendonça, também decidiu entrar na briga entre forrozeiros e sertanejos. Ele defendeu que sua música é para a família, crianças, velhos, ao contrário de Marília Mendonça. “Não fale mal de Elba Ramalho (sobre críticas da cantora a Elba), que você não tem autoridade para isso, entendeu? Deixa a gente em paz, vão se danar”, disse Alcymar.

Fora isso, quem veio a público manifestar sua indignação com o prefeito Romero Rodrigues e a empresa que ele contratou para fazer o Maior São João do Mundo foi o integrante do Grupo de Danças Folclóricas Raízes, Ronildo Cabral, que em nome dos demais grupos de dança tradicionais do Nordeste criticou o prefeito por excluir todos os grupos do Parque do Povo.

“Infelizmente todos os grupos de dança foram excluídos do Parque do Povo e eu vejo isso de forma estarrecida, por tamanha ingerência por parte do poder executivo em excluir esses grupos que são a cara de Campina e retratam nossa identidade e agregavam valor à festa”, disse Ronildo. Veja o desabafo do artista no link: https://youtu.be/f_iwWncOolI

Para os comerciantes do Parque do Povo, o São João 2017, também teve uma nova prática comercial, a do monopólio. Os comerciantes afirmam que a empresa organizadora do evento, Aliança Comunicação e Cultua Ltda, os obrigou a comprar os produtos que seriam comercializados em seus pavilhões, de fornecedores indicados pela própria empresa, que cobraram preços muito acima dos praticados pelo mercado.

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