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O assassinato do prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira (União Brasil) na manhã desta terça-feira (27), não foi o primeiro crime contra um chefe do Executivo municipal durante o exercício do mandato no Rio Grande do Norte.
O estado tem um histórico de pelo menos outros sete assassinatos de prefeitos desde 1954, a maioria em cidades do Oeste potiguar, segundo levantamento da Inter TV Cabugi e do g1 RN.
O último caso aconteceu há pouco mais de um ano, em maio de 2023, no município de São José de Campestre. O prefeito Joseilson Borges da Costa, de 43 anos, mais conhecido como Nenem Borges, estava na sala de casa, quando sofreu cinco tiros – três deles na altura da cabeça.
As investigações apontam que Neném Borges foi alvo de uma organização criminosa que atuava na cidade e atribuíam ao gestor operações policiais contra o grupo.
Veja histórico de assassinatos de prefeitos durante o exercício dos mandatos no RN:
- 1954 – Lauro Maia, pai do ex-governador Lavoisier Maia, então prefeito de Patu, foi assassinado em Natal.
- 1983 – Expedito Alves, então prefeito de Angicos e irmão do ex-governador do RN Aluízio Alves, foi morto em praça pública.
- 1991 – José Gomes, então prefeito do município de Paraná, foi assassinado a tiros na calçada de casa.
- 1998 – Irosvaldo Carvalho, prefeito de Água Nova, foi assassinado em Natal. Na época, a suspeita foi de crime por motivação política.
- 2001 – Aguinaldo Pereira, prefeito de Caraúbas, foi assassinado junto com sua esposa e seus seguranças em uma emboscada em uma estrada. A acusação do crime recaiu sobre o assaltante de bancos Waldetário Carneiro.
- 2005 – João Dehon da Costa Neto, então prefeito de Grossos, foi morto por engano durante operação da Polícia Civil.
- 2023 – Joseilson Borges da Costa, conhecido como Nenem Borges, foi morto dentro de casa no município de São José do Campestre.
- 2024 – Francisco Damião de Oliveira, conhecido como Marcelo Oliveira, foi morto durante um evento político, ao lado do pai, o ex-vereador Sandi Alves de Oliveira, de 58 anos. Ele era candidato à reeleição.
Federação dos municípios cobra investigação
Em nota, a Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte afirmou que recebeu com consternação a notícia do falecimento de Marcelo Oliveira e de seu pai, e classificou o crime como um “atentado brutal”.
“Este ato de violência extrema não só ceifou a vida de dois cidadãos dedicados à sua comunidade, mas também atacou, mias uma vez em nosso Estado, os pilares da democracia e da paz social”, diz a nota assinada pelo presidente da entidade, Luciano Santos.
“Condenamos veementemente este ato de violência e cobramos das autoridades competentes uma investigação rigorosa e rápida, para que os responsáveis por este crime hediondo sejam identificados e levados à justiça, garantindo que a impunidade não prevaleça”, conclui a nota.