7 de Dezembro, 2023

Júnior Gurgel

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Jornalista político e memorialista

ADRIANO GALDINO: O TAFFAREL DE JOÃO AZEVEDO

            A reeleição do governador João Azevedo, hoje vista pelo retrovisor (2022), permite enxergar-se nitidamente que foi um projeto abraçado, trabalhado com determinação, afinco e obstinação do Republicanos. Apoiar um candidato do PSB – legenda estigmatizada pelos efeitos devastadores da Operação Calvário – foi além de um desafio. Um mister de fé, paradoxalmente, operado com pragmatismo.

            João foi bafejado pela sorte, e talvez nunca tenha avaliado as dificuldades enfrentadas por seus verdadeiros aliados (Republicanos), puxados pela incontestável liderança conciliadora do deputado Adriano Galdino (Presidente da ALPB), pertencente a uma legenda pautada no Conservadorismo Cristão. João Azevedo, inversamente estava abrigado numa sigla “progressista”, que afrontava os ideais programáticos do Republicanos. Como superar estas diferenças abissais, e construir um caminho convergente, sagrando os interesses do Estado, e posicionando-os supra-partidariamente acima das questões ideológicas?

            O grande inventor do século XIX e XX, Thomas Edison, assinalou que a ideia ou inspiração, representa apenas 1%. O restante, 99% é transpiração. O Republicanos suou muito, trabalhando nos redutos eleitorais interioranos, para levar João Azevedo a vencer no segundo turno. As pesquisas constataram e comprovaram a acachapante derrota nos dois maiores colégios eleitorais do Estado: João Pessoa e Campina Grande. Desvincular o radicalismo nos demais 221 municípios paraibanos, foi tarefa hercúlea do Republicanos. Se João Azevedo tivesse subestimado o poder de Adriano Galdino, Hugo Mota e Wilson Santiago, teria a mesma votação de Pollyanna Dutra: 457.679 sufrágios.

            O calcanhar de Aquiles do governador João Azevedo, tem sido o grupo ideológico que o cerca. Seletivo, trancado em gabinetes e distante do povo, fazem-se de ouvido de mercador das lideranças políticas e suas demandas cotidianas. Será que João avaliou bem a escolha de seu vice, de Campina Grande, o jovem Lucas Ribeiro, na época vice-prefeito de Bruno Cunha Lima? Por que não optou por outro nome, como Adriano Galdino que se disponibilizou em abrir mão do poder da presidência da ALPB?

            Restam 25 dias para o início do micro período eleitoral. A partir de 01/01/2024 entra em vigor o Calendário Eleitoral das eleições municipais. Quem é o candidato do governador João Azevedo em Campina Grande? Por uma questão de lógica, seria o seu vice, Lucas Ribeiro. Por que Lucas nunca manifestou essa intenção? Porque o desejo de seu tio é o governo do Estado. Aguinaldo perdeu todas as suas bases na cidade, atestadas pelas urnas nas eleições de 2022, quando amargou a 13º posição no ranking dos mais votados na Rainha da Borborema, obtendo apenas 4.067 votos. Em sua visão imediatista, o problema das eleições municipais não é dele, é de João, que deve se afastar para não ficar sem prerrogativa de foro. Seu sobrinho, assume o governo.

            Um fato novo, tira João Azevedo do Xeque imposto pelos Ribeiros. Decisão do TSE sobre o julgamento da “Operação Calvário”.  Agora, nas mãos do TRE-PB, o processo será sepultado. Conflito de jurisdição. TRE-PB só julga crime eleitoral. Não enriquecimento ilícito, formação de quadrilha, improbidade administrativa. A ação perde o objeto, por tratar-se de fatos pretéritos, eleições 2014/2018. João foi reeleito em 2022, quando a “Calvário” não o arrolou nas investigações do pleito de sua reeleição.

            O malfadado “Conselho Político” de João Azevedo, que de Campina Grande só conhece o nome da cidade, apostou todas as suas fichas em Romero Rodrigues, rachando os Cunha Lima, hoje apoiado pelos Rego. Perderam besta e chocalho. Romero hoje é a Eminência Parda do governo Bruno. Todos seus desejos, antes de se tornarem “pedidos” são prontamente atendidos.

            Fazendo uma analogia ao futebol, a copa do mundo de 1994, foi salva pelo goleiro Taffarel. Meio campo precário, ataque se resumia a Romário e Bebeto, desesperado Galvão Bueno – narrador da Globo – quando percebia a iminência de um gol gritava: “vai que é tua Taffarel”! Mesmo sem ouvi-lo, Taffarel fazia o milagre acontecer. A decisão foi por pênaltis, e Taffarel deu conta do recado. O “Divino” Baggio, amarelou diante de Taffarel e chutou por cima do travessão.

            Sem ter como formar um bloco de oposição a Bruno, Romero e Veneziano juntos, João Azevedo sobrecarrega o “carregador de piano” de sua gestão, o “Taffarel” Adriano Galdino, a quem manhosamente estimula abraçar a tarefa de formar a única linha de defesa, para evitar uma goleada. Por que não ouviu Adriano e seus pares em tempo hábil?    

EM ENTREVISTA NA PARAÍBA ONYX LORENZONI REVELA PROJETO DA DIREITA CONSERVADORA ALÉM FRONTEIRAS

            Entrevistado pelo Jornalista Padre Albeni em João Pessoa-PB, no último dia 30/11/2023, o ex-ministro do presidente Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, está percorrendo todo o país, lançando livro de sua autoria, sobre a origem e trajetória de um “Mito” que mudou a história política do Brasil, nas eleições presidenciais de 2018.

         O colóquio nitidamente improvisado, entre Albeni Galdino e Lorenzoni, reportagem no estilo “quebra queixo” – quando o repórter não dispõe de pauta, mas, não perde a oportunidade de abarrotar de perguntas uma figura pública – Albeni durante metade da entrevista se dirigia ao ex-ministro chamando-o de Lorenzetti (marca de chuveiro elétrico). E Lorenzoni respondia suas perguntas, se reportando a João (?). Dispensando a confusão do “repente”, o conteúdo foi proveitoso. Lorenzoni revelou que a partir de Bolsonaro, a direita despertou. Sempre foi “maioria” desorganizada, governada por uma esquerda “minoritária” organizada e pragmática.

         Outro fato – cremos ser ainda desconhecido por muitos – foi o surgimento de um movimento internacional da direita conservadora – a partir do Bolsonarismo brasileiro, ideia hoje em plena expansão, organizando-se e atuando em todos os países democráticos, provocando mudanças radicais na Europa Central, Leste Europeu e América Latina. Lorenzoni está há três meses na Europa, e pelo que deixou transparecer em suas palavras, integra esta militância itinerante por todos os continentes.

         Pelo que interpretamos, trata-se de versão oposta da “Internacional Socialista”, movimento extremista inspirado e comandado por Leon Trotsky, defensor da tomada do poder pela luta armada, responsável pela expansão do comunismo – com guerrilhas – em todo o planeta. Sucumbiu com o início da segunda guerra mundial. A União Soviética foi “financiada” por banqueiros, para impedir o nacionalismo Nazista.

         O padre, ao comparar Donald Trump com Bolsonaro, foi retrucado por Lorenzoni. “Trump é um representante da direita conservadora nos Estados Unidos. Mas, tem contra si, o antiamericanismo, estigma criado pela propaganda comunista no período da guerra fria, que os alcunharam “imperialistas”. Conceito ainda resistente e interpretado de forma confusa pela direita conservadora. O nacionalismo (isolacionista) não sobrevive num mundo economicamente globalizado. Repetirá a derrocada da Cortina de Ferro e o COMECON da extinta União Soviética.

          Com sete mandatos no parlamento (dois no seu Estado RS) e cinco na Câmara dos Deputados, Onyx confessou que nunca cumprimentou Lula. Jamais foi ao Palácio do Planalto, quando o PT esteve ocupando suas dependências. É considerado em seu Estado como o maior inimigo do PT, razão de sua derrota em 2022 para o governo do Estado. Por apenas 3 mil votos, Eduardo Leite chegou ao 2º turno. O PT por completo despejou seus votos contra seu maior inimigo, Onyx. Se o PT tivesse chegado ao segundo turno, metade do eleitorado de Eduardo Leite votaria em Lorenzoni.

         Quanto à trajetória de Bolsonaro, Onyx revelou que o “Mito” já esteve nas bases petistas, para confrontar o presidente FHC, e sua política de privatização das estatais. Passou pelo PFL, e foi seu liderado. Como nunca é tarde para se aprender, e mudar em função da realidade, ouvindo o povo, Bolsonaro mudou e acertou.            Influenciou diretamente no fim do Peronismo na Argentina. Acabou o socialismo do Uruguai e Paraguai. E na visão de Onyx, será candidato em 2026. Mesmo Albeni Galdino insistindo, sobre o fato do TSE o ter tornado inelegível, o argumento de Lorenzoni foi preciso. “Lula foi descondenado”. O STF/TSE não tem respaldo para enfrentar o povo e as ruas. Neste aspecto, concordamos. Lula em seu desespero, taxou o STF de “acovardado”. E foram estes “covardes”, que mudaram de posição e o tornaram elegível. Todavia, se Lula continuar sendo abominado pelo povo, STF/TSE mudará novamente de posição sem o menor pudor, como fez Gilmar Mendes (monocraticamente) impedindo Lula de ser Ministro de Dilma, fato que evitaria sua prisão. 

WILSON SANTIAGO: ENCONTRO DO PARLASUL DEFINE ACORDO COM A UNIÃO EUROPEIA E RELAÇÕES COM O NOVO GOVERNO DA ARGENTINA

            Em encontro realizado hoje (27/11/2023) em Porto Alegre, parlamentares do Brasil, Uruguai, Paraguai e outros países da América do Sul – candidatos a integrar o MERCOSUL – debateram a formalização do acordo de livre comércio com a União Europeia, projeto que se arrasta por mais de uma década, e somente agora, com a mudança de governo na Argentina, surgiu a necessidade de uma urgência “Urgentíssima” para selar o pacto até o dia 09/12/2023, último dia do mandato do presidente Alberto Fernandés.

            O deputado federal Wilson Santiago (Republicano/PB), membro do PARLASUL, com assento na bancada que representa o Brasil, esteve presente e ouviu dos demais colegas dos outros países – inclusive Argentina – manifestações negativas, sobre a aprovação em caráter de emergência deste novo “corredor comercial alfandegário” entre os dois blocos econômicos, no modelo que está sendo apresentado. Nada soma ou acrescenta como superávit positivo, para as nações emergentes do cone sul.

Na visão de Santiago, continuaremos a exportar matéria prima e produtos do Agronegócio (alimentos) e passamos a importar produtos de alta tecnologia, com valores elevados. Não existem perspectivas de trocas de know-how, transferências de tecnologias, nem investimentos permanentes através de instalações de plantas fabris, com tecnologias avançadas, para serem implantadas nos países do MERCOSUL.

A ausência de um “Fundo Compensatório”, capaz de manter o equilíbrio entre os dois blocos, se constituiu noutro ponto sensível. Cria um quadro de insegurança para o bloco do Mercosul, com vistas a um futuro próximo, por estar comprometido com o cumprimento de contratos celebrados em longo prazo, fator que engessa a cadeia produtiva e impede buscar, como alternativa, novos mercados consumidores.   

            O estabelecimento de relações comerciais bilaterais e multilaterais entre os Estados (países), têm regras estabelecidas pela Ordem Econômica Mundial, vigente desde o pós guerra de 1945.  Os investidores, detentores do grande capital transnacional, exigem aprovação (aval) do parlamento das nações envolvidas. Sobretudo quando o parceiro comercial é um Estado Democrático de Direito.

A mudança radical do povo Argentino, não confere superpoderes ao presidente recém eleito Javier Milei, de decidir “egocentricamente” o futuro do seu país, sem o endosso do seu parlamento, que representa o povo. Fazendo uma analogia ao setor privado, seria o mesmo que uma empresa contratar um novo CEO. Suas decisões seriam acompanhadas e avaliadas constantemente pelo Conselho de Administração do empreendimento, que se reporta aos acionistas.

As democracias ocidentais consolidadas, Europa e Estados Unidos, vem aos poucos fortalecendo – com seus exemplos – os parlamentos da América Latina, que sempre estiveram reféns do poder executivo. Grave defeito constatado ao longo do tempo, enxergado hoje, pela descontinuidade de seus crescimentos, a partir de mudanças repentinas ou radicais, que desativaram programas bem sucedidos.  

Mudanças de cunho ideológicos, provocam reação em cadeia, gerando desconfiança dos mercados e fugas de investidores internacionais. Wilson Santiago assegura que o Mercosul sobreviverá. Todavia, será monitorado pelo PARLASUL, com regras claras, que superem as alternâncias do poder entre seus membros. Serão negócios entre Estados, acima das ideologias.  

STF RECEBE CARTÃO AMARELO DO SENADO

(Parte II)

É desnecessário (redundante) descrever – fatos ainda vivos na memória do povo – estupros a legislação vigente, cometidos nas eleições de 2022, a partir da decisão revogada pelo TSE – período presidido pelo Ministro Gilmar Mendes – autorizando a implantação do voto impresso. O povo, confiando no Parlamento composto por seus legítimos representantes, aceitou o adiamento de 2018 para 2022, sob alegação da falta de verbas, para adquirir as impressoras, já em uso desde 2016 no vizinho Paraguai.

Tempo suficiente para o Ministro Luís Roberto Barroso, atravessar a praça dos Três Poderes, reunir-se com a CCJ da Câmara, e impor o voto eletrônico, não auditável. Dolo confessado por ele mesmo, ao ser vaiado numa solenidade de Estudantes de Direito. Na ocasião, surpreso com a indignação da juventude, reagiu com agressividade confessando o que todos já sabiam: “nós derrotamos o Bolsonarismo”. Antes, nos corredores da Câmara, o ex-advogado do terrorista Cesare Battisti, zombou com desprezo, 144 milhões de eleitores brasileiros: “eleições não se ganha, se toma”.

O voto eletrônico, passível de fraude, provocou uma onda de protestos nas redes sociais, tema permanentemente em destaque até hoje. Os atos inconstitucionais do STF/TSE, foram “fatiados” e perpetrados por Barroso, Fachin e Alexandre de Morais.  Barroso temendo a amplitude do desgaste do seu nefasto projeto, criou uma “comissão” para averiguar a inviolabilidade das urnas eletrônicas, composta pelas Forças Armadas, OAB, TCU, Universidades… Em seguida, passou o “bastão” para Fachin, que só permitiu a inspeção de apenas 35% das urnas, especificamente as recém adquiridas. As velhas, desde 2026, suspeitas de estarem viciadas, não foram periciadas antes do pleito.

Todos estes fatos e episódios devidamente documentados, jamais foram divulgados ou denunciados pela grande mídia nacional. Pelo contrário, o outrora respeitável Jornalismo Profissional, se submeteu a ser coautor de pelo menos um crime: formação de cartel. O Consórcio Midiático, foi um Cartel criado para controlar a informação, plantar a desinformação, e mancomunado com Institutos de Pesquisas, confundir a opinião pública. Todos, devidamente remunerados com fundos nacionais e internacionais (Open Society).

A mais alta Corte de Justiça do Brasil, escalou um “Xerifão” (Min. Alexandre de Morais) para comandar o TSE com mão de ferro. A finalidade seria conseguir – a qualquer custo – derrotar o presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição.

 As aberrações cometidas ao arrepio da Lei – sem registros na história das democracias – levaram até a Ministra Cármen Lúcia, em decisão “Monocrática” suspender os efeitos de uma das principais cláusulas pétreas da nossa Constituição: “Liberdade de Expressão”, que deixou de vigorar por doze dias.

 Morais, prendeu jornalistas por crime de opinião, notificou e impôs limites nas redações dos Jornais, Rádio e TV, coibiu divulgação de qualquer matéria contra Lula, inclusive publicações de fatos inapagáveis na imprensa, como por exemplo, sua prisão. Foi vetado o uso da palavra ex-presidiário.  

            O PL, dentro do devido processo legal, havia contratado uma auditoria independente, composta por autoridades como Doutores e Professores da UNICAMP – além de outras referências da área da tecnologia – rastreadores de invasões de sistemas, nas transmissões de dados pela internet. Buscava-se a transparência e identificação de falhas, negligências que permitissem invasão de Hackers nas urnas, ou no código fonte. Numa entrevista coletiva, anunciou o ajuizamento de uma ação, com base neste relatório, elaborado após o segundo turno.               Antes de analisar o pedido, em 20 minutos o Xerifão Morais retaliou: “Monocraticamente” mandou bloquear 22 milhões de reais do Fundo Partidário do PL, ameaçou Valdemar da Costa Neto (sem prerrogativa de foro) e negou peremptoriamente dar provimento à petição, atropelando a instrução processual, que recomenda “abrir vistas” para que o Ministério Público (Fiscal da Lei) se manifestar sobre legalidade do contencioso. Na sequência, parte III (final). Popularidade de Pacheco em alta, e o inconformismo do STF. 

STF RECEBE CARTÃO AMARELO DO SENADO (Parte I)

Complacência sem limites sugere fraqueza, acovardamento ou submissão. O Senado da República e o Congresso Nacional, desde 2016, se tornaram reféns do STF, através das mais extravagantes decisões monocráticas, com caráter puramente intimidatório, extrapolando seus limites e se posicionando acima dos Poderes Executivo e Legislativo. O papel lhes reservado na Carta Magna de guardião foi abolido. Tornou-se um revisor permanente da Constituição (politizado) interpretando e reinterpretando seus artigos, parágrafos e incisos, no seu tempo e momento, atendendo demandas “seletivas”, inclusive as oriundas dos partidos políticos progressistas.

Ontem, 27/11/2023, em duas sessões plenárias, com placar de 52 votos favoráveis e 18 contra, o Senado Federal finalmente resolveu reagir democraticamente, mostrando seu verdadeiro papel, como representante do povo. Começou a pôr freios, limitando os superpoderes do STF, que ainda se considera acima da Lei.

Como menciona o adágio popular, “trair e coçar é só começar”, seguido de outro – “por onde passa um boi, passa uma boiada” – o STF começou a avançar sobre os demais poderes, apoiando a “Operação Lava-Jato”. Permitiu a Polícia Federal prender arbitrariamente um Senador da República, Delcídio do Amaral, com prerrogativa de foro, rasgando o devido processo legal. Nem os militares tiveram tamanha ousadia – caso Márcio Moreira Alves – deputado federal e jornalista do extinto Estado da Guanabara, que havia publicado um artigo, conclamando o povo a boicotar o Dia da Independência, e advertindo as jovens brasileiras a não namorarem cadetes militares.

O então ministro da Justiça Luís Antônio da Gama e Silva enviou pedido à Câmara dos Deputados para processar Márcio Moreira Alves. A Mesa Diretora realizou uma sessão no dia 12/12/1968, e o plenário negou. Foram 246 votos contrários, e 161 favoráveis. Ao sair do plenário, Márcio Moreira Alves desapareceu e pediu asilo político. Na manhã seguinte, 13/12/1968, o Presidente da República convocou o Conselho de Segurança Nacional e editou o AI-5. Márcio foi o primeiro a ser cassado em 14/12/1968. Sem mandato, todos os cassados poderiam ser presos. Os militares nunca prenderam ninguém estando com mandato popular. Porém, depois de cassado…

Como a prisão do senador Delcídio Amaral foi acatada covardemente pelo Senado, o ministro Edson Fachin – indicado pela Presidente Dilma Rousseff – vingou-se de Eduardo Cunha. Monocraticamente o afastou da presidência da Casa, após o mesmo ter acolhido o pedido de impeachment de Dilma. Proibiu sua presença na Câmara, inclusive acesso a seu gabinete, e o despejou da residência oficial. Acuado, o Parlamento não suportou a pressão, e cassou seu mandato. O juiz Sérgio Moro só autorizou sua prisão quando ele já não dispunha do foro privilegiado.

O mesmo Fachin, que inúmeras vezes junto a seus pares negou os 286 pedidos de Habeas Corpus impetrado pelo advogado de Lula – hoje Ministro do STF – após derrubarem a prisão em segunda instância, o “descondenaram”. Como frisou o ex-ministro Marco Aurélio de Melo, Lula não foi “inocentado”. Alegando conflito de jurisdição, Fachin considerou que a Justiça Federal do Estado do Paraná não tinha poderes para julgar Lula. Seu foro seria Brasília-DF (?). Lula residia no Estado de São Paulo. E, pelo que entendemos, a Justiça Federal abrange todo o território nacional.

Na sequência, parte II.

SUBINDO LADEIRA

            A controversa pesquisa divulgada semana passada pelo Instituto DATAVOX, apresentando dados conflitantes (duvidosos) sobre a avaliação da gestão do governador João Azevedo em Campina Grande, deixou a crônica política cabisbaixa e receosa em opinar sobre seu ceticismo – questionando veracidade dos índices. Blogs, Portais de Notícias, cadeias radiofônicas evitam contrariar a SECOM.  

            O exagerado percentual de 70% de aprovação do governo João Azevedo em Campina Grande, posicionando-o acima do prefeito Bruno Cunha Lima, expõe uma incoerência alarmante, que sugere, no mínimo, erro. Provavelmente não da empresa responsável pela amostragem. Mas, da metodologia aplicada, ou da equipe que esteve em campo coletando dados. Quem tem 70%, transferiria no mínimo 20% para seu pré-candidato a prefeito Jhony Bezerra, que aparece, na mesma pesquisa, com apenas 2%.

            O fato que nos leva a desconfiar da “manobra Jhony” é o silêncio do deputado Adriano Galdino – presidente da ALPB – andarilho dos bairros, ruas, becos e avenidas de Campina Grande, que nunca demonstrou entusiasmo neste projeto “Palaciano”. Pelo contrário, aliado zeloso defensor do governador João Azevedo, continua persistindo no propósito de atrair Romero Rodrigues, como candidato da oposição, para enfrentar o prefeito Bruno Cunha Lima, ao lado dos Rêgo.

            Adriano – como sempre enfatiza – é “acostumado a subir ladeiras”. Sua trajetória foi inspirada no determinismo, obstinação, que lhes custaram paciência e resiliência. Conseguir se impor, como liderança política em Campina Grande e em seu entorno, sonho tentado por muitos, mas, conquistado por poucos. Elegeu seu irmão vereador na Rainha da Borborema, teve coragem de ir para o sacrifício, disputando a PMCG contra Romero Rodrigues (2016). A missão trouxe-lhes aprendizado. Ajudou-o a se consolidar como liderança estadual, com bases espalhadas por todas as microrregiões da Paraíba.  

Na experiência vivida, quando enfrentou a disputa contra Romero Rodrigues (2016), Galdino sentiu o peso de uma Oligarquia sedimentada há décadas na cidade, detentora do “direito de preferência” do eleitor. Não se muda esta performance com retóricas, capaz de quebrar paradigmas, como o conservadorismo do povo campinense. Na visão de Adriano, dividi-los é a forma mais prudente de participar do pleito (2024), com chances de uma disputa.

Quanto a pesquisa, qual foi o “milagre” operado por João Azevedo, capaz de catapultá-lo para patamar de 70%, quando há pouco mais de um ano atrás, usando a “máquina” e o vale tudo de uma acalorada contenda, alcançou apenas 32,63% do eleitorado Campinense? (Segundo turno das eleições de 2022).

 De janeiro deste ano (2023), até o presente (novembro), o governo não trouxe nenhum grande investimento para a cidade, gerador de emprego e renda. Não concluiu nenhuma grande obra. Paradoxalmente, quem está inspecionando obras, é o senador Veneziano Vital do Rêgo. E seu aliado Bruno Cunha Lima, com um programa “obra para todos os lados”, inaugurando pavimentação em ruas nos quatros cantos de Campina.  

Quanto à decisão de Romero, em romper com seu grupo familiar, só existe um homem capaz de convencê-lo: Adriano Galdino, lhes assegurando que, na perspectiva de uma derrota, ele o reconduzirá à Câmara dos Deputados. Romero não confia no governador – que talvez seja candidato ao Senado – muito menos no núcleo ideológico que o blinda, impedindo-o de avançar na busca de abraçar novos aliados. A moeda de troca do mundo político, sempre foi a “palavra” com compromissos cumpridos. Adriano, tornou-se respeitado como “cumpridor de promessas”. Estilo bem-sucedido, usado nas eleições de 2022, quando abdicou de vários redutos, para reconduzir com lealdade a Casa de Epitácio Pessoa, muitos dos seus fiéis amigos com assentos na ALPB.  

SÉRGIO QUEIROZ PODE SER O ELEMENTO SURPRESA

            Estranha-se até o presente, o silêncio da mídia da Capital, que tem esquecido – propositalmente ou não – o nome do Pastor Sérgio Queiroz, como postulante ou integrante de uma das chapa, com vistas às eleições do ano vindouro (2024). Resta perguntar, por que, os Portais de Notícia e Blogs com linha editorial “pautadas” no cotidiano político, nunca demonstraram interesse em entrevistá-lo, e oportunamente averiguar sua predisposição em participar do pleito de outubro (2024).

            Sérgio Queiroz foi a grande surpresa das eleições de 2022. Não foi outsider. Era avaliado pela mídia, como “neófito”, perdido no mundo político/eleitoral, que exibia apenas a ousadia e coragem de ser candidato ao Senado Federal. Sua legenda? o nanico PRTB. Enfrentou “girantes Golias”, estruturas e “máquinas”, como o PT, governo do Estado, PMJP e o poderoso União Brasil, apoiado pelo clã Cunha Lima.  Submeteu todos a uma acachapante derrota em João Pessoa.

            As urnas o revelaram como o primeiro, na preferência dos eleitores Pessoaense, conferindo-lhes 106.885 sufrágios, ou 28,02% dos votos válidos. Para que se tenha noção de sua expressiva vitória, basta observar o pleito municipal de 2020. Cícero Lucena alcançou o segundo turno, com apenas 20,72% (75.610). Nilvan Ferreira com 16,61 (60.615); Ruy Carneiro que disputou voto a voto com Nilvan, 59.730, ou 885 sufrágios a menos. Wallber Virgolino 50.801 (13,92%); Edilma Freire 47.157 (12,93%); Ricardo Coutinho 38.969 (10,68%); Raoni 15.582 (4,57%)…Os demais (oito) candidatos, totalizaram cerca de 29 mil votos.

            Numa leitura mais profunda, com foco na busca de identificar o perfil ideológico do eleitor Pessoaense, constata-se que a grande maioria, desde 2020, se posiciona como Centro, Centro Direita e Direita. João Pessoa não é mais o reduto onde outrora predominou as esquerdas. Cícero Lucena, Nilvan Ferreira, Ruy Carneiro, Wallber Virgolino e Raoni, jamais foram militantes das esquerdas. Juntos (2020) somaram 71,92%. Os “socialistas” da Capital ficaram espremidos no diminuto espaço de 28,8%.

O resultado do primeiro turno, para o governo do estado (2022) repetiu o fenômeno. João Azevedo, com a máquina do Estado e da PMJP (apoio de Cícero Lucena), conseguiu 29,20% do total de votos da Capital. Nilvan 31,10%, Pedro Cunha Lima 26,50%. No segundo turno, pela primeira vez na história, um filho de Campina Grande derrotou um nativo de João Pessoa, em seu próprio território: 58,11 (Pedro), João 41,89. O governador foi “afogado”, por ter mergulhado fundo como “prosélito” das esquerdas.   

Sérgio Queiroz não figurou ainda em nenhuma pesquisa de intenção de votos, registrada e publicada pela mídia. Impossível os atuais pré-candidatos desconhecerem seu potencial. Em amostragens realizadas, para consumo interno – nortear legendas – quando inserem seu nome, ele aparece à frente de Rui e Nilvan, colado em Cícero Lucena. O ex-ministro Marcelo Queiroga, não chega a 4%. Para o prefeito, candidato à reeleição, a fragmentação é sua maior aliada. A cidade está totalmente dividida em “bolhas”. O único capaz de furar todas, e dividi-las é Sérgio Queiroz com seu legado de 2022. Foram 106.885 votos, oriundos da Orla, bairros periféricos… Até nas favelas.  

O CERCO SOBRE CÍCERO LUCENA

            Uma ampla frente de oposição – dividida – está avançando e cercando o território dominado pelo prefeito Cícero Lucena, defendido por um exército numericamente inferior, composto de veteranos, cansados combatentes (lideranças políticas desgastadas) despidas de entusiasmo, afetados pela “fadiga de guerra”.

            Nas pesquisas postadas pelos Portais de Notícias, o prefeito aparece com índices nunca superiores a 33%, tamanho exato da máquina pública. Sua vitória apertada em segundo turno (2020), deveu-se ao recolhimento de Ruy Carneiro – bem avaliado nas classes A, B e C – e o elemento surpresa (apoio) do governador João Azevedo, que aproveitou o ensejo, para se afastar em definitivo de seu padrinho político Ricardo Coutinho. Repetiu-se o fenômeno da “criatura” se voltar contra o seu “criador”, episódio absolutamente previsível e recorrente no meio político.      

Um pequeno gesto, ou aceno de Ruy Carneiro em 2020, na direção de Nilvan Ferreira, teria derrotado Cícero. Entretanto, calejado nas disputas pela PMJP, Ruy enxergou exatamente 2024. Se apoiasse Nilvan, o mesmo seria candidato à reeleição, na onda Bolsonarista, movimento crescente e forte em 2020. Conhecedor dos limites de Cícero, Ruy previu o fato, que ora está  acontecendo. Por que Cícero não fumou o cachimbo da paz com Ruy? Foram tão amigos num passado recente! Vaidade de ambos ou falta de um mediador?

Blogs e Portais de Notícias, registram diariamente movimentações intensas do prefeito da Capital, inaugurando obras de pavimentação de ruas, desenvolvendo programas avançados nas áreas da saúde e educação; recebendo recursos vultuosos de emendas parlamentares, mas, esquecendo de buscar soluções para o principal problema do crescimento desordenado da Capital: mobilidade urbana, transportes públicos de qualidade e vias expressas para locomoção automotiva.

O eleitor “qualificado” de Cícero e Ruy, habitam na Orla, Bancários, Tambauzinho… Por mais que o prefeito invista na periferia “favelada”, nativos desta área se identificam mais com Nilvan Ferreira. Interagem com sua comunicação – originada na Rádio – e seus reclamos veementes, como porta-voz das demandas daqueles que se sentem eternas vítimas do poder público. Esquecidos, abandonados e só lembrados, na fervorosa fé professada pela “Salve Rainha” de Nilvan, que os inserem como degredados filhos de Eva.

Cícero Lucena teve tempo suficiente para mudar sua postura. Atrair lideranças emergentes, criar canais de diálogos com opositores derrotados; mostrar ao povo (humildemente) sua busca pela união de todos, em nome do bem maior, o eleitor; acolher sugestões de seus ferrenhos opositores, e governar com eles. O altruísmo é construtivo conciliador, oposto do egoísmo, divisor e parturiente de mágoas e rancores.

Cícero nada aprendeu com seu mestre, Ronaldo Cunha Lima. Venceu as eleições municipais de Campina Grande (1982) e seu maior adversário na Câmara Municipal, tourou-se líder do seu governo no parlamento mirim Campinense. Quando derrotou Wilson Braga (1990), contava com apenas 10 dos 36 deputados estaduais. No final de seu mandato, o quadro estava invertido.

Os números revelam possibilidades de Cícero Lucena alcançar o segundo turno. Mas, quem o apoiará a partir de então? Repetirá 2016? Chegou ao segundo turno, e não conseguiu uma única adesão, para fortalecê-lo no embate final da disputa? O mapa eleitoral das urnas – segundo turno de 2022 — mostraram claramente o seu limite, e do governador João Azevedo: 29,7% dos votos válidos na Capital.         

NEY SUASSUNA É O NOVO IMORTAL DA ACADEMIA BRASILEIRA DE BELAS ARTES

Com cerimônia de posse marcada para o próximo dia 29/11/2023, o ilustre campinense Ney Robinson Suassuna assumirá a cadeira número 28 da Academia Brasileira de Belas Artes, cujo patrono foi o pintor português – naturalizado brasileiro – José Maria de Medeiros, que ingressou na Academia Imperial de Belas Artes no ano de 1868, e foi contemporâneo, aluno de José Maria Lobo e Vitor Meireles. José Maria de Medeiros foi agraciado em 1884 com a Medalha (comenda) da Ordem Imperial da Rosa, pelo quadro Iracema, até hoje exposto no Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro). O artista imortal foi professor da Escola de Belas Artes durante trinta anos, de 1801 a 1911, ensinando e revelando valores latentes, grandes pintores do século XX.

Ney Suassuna iniciou sua vida profissional (vocacional) no Magistério, em Campina Grande, como professor de desenho e pinturas.

Chegando ao Rio de Janeiro, centro cultural do Brasil, foi acolhido por seu talento na Irmandade Sacre-Coeur de Marie, como professor do mais importante colégio do País, que educava as elites cariocas, por onde passaram os grandes intelectuais do Brasil dos anos sessenta. Em sua biografia, construída pela mídia, registrando apenas fatos perecíveis e parturientes dos acontecimentos quotidianos, esqueceram de investigar seus valores intelectuais.

A neurologia e sua secular pesquisa continua estudando fenômenos sobre pessoas dotadas de elevados níveis de QI, detentoras de imensuráveis capacidade de absorver simultaneamente atividades das mais distintas – capazes de lidar com diversas atividades profissionais – e obter sucesso em todos seus empreendimentos. Infelizmente, este distúrbio funcional impregnado nos meios de comunicação, “rotula” as pessoas, especificamente numa área, espaço que mais se destacam.

Winston Churchill, gênio que atravessou duas grandes guerras mundiais à frente do Almirantado Britânico (Comando da Marinha), na hecatombe de 1940/1945 esteve como Primeiro Ministro do Reino Unido, com os destinos da Inglaterra em suas mãos. Era escritor e amante da pintura. Nos momentos mais tensos da segunda guerra, diversas vezes, seus auxiliares diretos o surpreenderam pintando um dos seus quadros. Escondiam o fato, e passaram a considerá-lo como “excêntrico”. Sua habilidade em unir Estados Unidos, Rússia e a própria Inglaterra, para derrotar o Reich Alemão, não podia ser obra de um escritor ou pintor.

Howard Robard Hughes Jr, até sua morte (1971) o maior bilionário dos Estados Unidos, construtor de aviões e herdeiro de uma petroleira, também foi considerado um “excêntrico”. Era o piloto de teste de seus aviões, tendo sobrevivido a diversos acidentes aéreos. Sua vocação pela arte o levou a fundar um dos maiores Estúdios Cinematográficos dos Estados Unidos, RKO Radio Pictures, que abalou as estruturas de Hollywood. Tinha também uma paixão pela música. Aprendeu na sua solidão tocar o saxofone. Compôs algumas músicas, que só tocava para si mesmo. Nunca permitiu, nem cedeu direitos para gravá-las. Hughes revelou toda a geração de belas atrizes dos anos quarenta. De bons atores. Desenvolveu novos equipamentos (câmeras e áudio). Um belo dia, desistiu de tudo.

A paixão de Ney Suassuna pela literatura e artes nunca foi destacada pela mídia, em função de seu sucesso no mundo empresarial e político. Criou colégios, universidades e desenvolveu novos métodos de ensino, adotados pelo Oriente Médio e Ásia, como a China. Foi Senador da República, Líder do maior partido político no Senado (PMDB), Ministro de Estado, que materializou a transposição das águas do São Francisco. Mas, no seu íntimo, sempre existiu um pintor e escritor.

Saudoso Antônio Ermírio de Moraes, bilionário presidente do grupo Votorantim, era crítico e roteirista de Teatro. Escreveu diversas peças, usou pseudônimo ou doou a alguém da área, temendo que o Brasil o julgasse diferente. Desfrutava o perfil de referência opinativa da economia. Ney Suassuna superou Antônio Ermírio, que tentou dar sequência a sua genética paterna (política), candidatando-se a governador do Estado de São Paulo. Foi derrotado por um guarda da Polícia Rodoviária Federal, Orestes Quércia.

Ney foi Senador da República pelo seu Estado (Paraíba), amigo pessoal de FHC, de quem ouviu apelos para não renunciar o Ministério da Integração Nacional e desistir de ser candidato a governador, momento que foi traído pelo PMDB/PB, pela doutrina “fisiologista” do maranhismo. Como Howard Hughes, Ney desistiu. Ou, deu um basta temporário na política. Talvez ainda volte. Todavia, paraibanos e campinenses devem se orgulhar da mais recente conquista de Ney, hoje ao lado de Pedro Américo e de tantos outros grandes artistas brasileiros, como Cândido Portinari…

IMPORTANDO JHONY

            Os estrategistas políticos – conselheiros do governador João Azevedo – estão cometendo um grave erro de avaliação, superestimando a liderança do atual inquilino do Palácio da Redenção, e subestimando a importância de Campina Grande, importando e impondo o Cearense Jhony Bezerra, como candidato “improvisado” a prefeito da Rainha da Borborema. A cidade é acolhedora, porém “seletiva” e exigente no momento de escolher seus representantes políticos.

Abominamos completamente o argumento de “xenofobia” usado pela mídia palaciana, para rebater um comentário do prefeito Bruno Cunha Lima, cujos ancestrais (paternos e maternos) vieram de outras plagas, aqui se estabeleceram, e ajudaram a construir sua grandeza. São fatos históricos, ignorados pela mídia palaciana, inspirada no comportamento “cosmopolita” hiperativo da Capital, “ventre estéril”. Ao longo do século XX e XXI, fecundou uma única liderança, ex-governador Ricardo Coutinho, posteriormente desterrado pelos seus próprios concidadãos.

Após a redemocratização de 1945, queda do ditador Getúlio Vargas, o primeiro embate eleitoral (1947) eleições municipais, dois “forasteiros” disputaram a Prefeitura de Campina Grande. O Major Veneziano Vital do Rêgo (Limoeiro PE), cunhado do ex-interventor e Senador Argemiro de Figueiredo, e o médico Elpídio de Almeida (Areia-PB), apoiado por Seu Cabral, líder político e econômico da cidade, nascido em Umbuzeiro-PB. Venceu o médico Elpídio. O Major Veneziano foi o mais votado na cidade. Elpídio, na zona rural, que tinha mais eleitores, que a sede do município.

O resultado do pleito, foi o maior baque sofrido pelo saudoso Argemiro Figueiredo. Segundo o inigualável memorialista de campanhas na Paraíba, Médico Alfredo Lucas, no ano anterior, Argemiro tinha elegido dois Senadores e sete, dos dez deputados federais, Constituintes. Entretanto, errou ao impor sua vontade pessoal. Não digeriu a derrota. Em 1951, licenciou-se do Senado, e veio disputar como candidato à PMCG, para derrotar outro “forasteiro” de Pombal-PB, Promotor de Justiça, Plínio Lemos, apoiado por Cabral e Elpídio de Almeida. Foi achatado pelas urnas.

O amigo Arthur Almeida (Bolinha) crítico ferrenho das “familiaridades” políticas de Campina Grande, se revolta e combate o conservadorismo da cidade, que paradoxalmente é um Oásis – centro de referência do empreendedorismo estilo sulista na região – porém, politicamente presa ao atavismo dos Clãs desde 1930.

O governador João Azevedo – sombra de Ricardo Coutinho – depois seu sucessor, teve tempo suficiente para criar e instrumentalizar uma liderança em Campina Grande, capaz de enfrentar os Clãs, ou um dos Clã. Preocupado com a Orla, que lhes impôs uma derrota acachapante na sua reeleição, esqueceu o Planalto da Borborema. Por que não ouviu Adriano Galdino, Murilo, conhecedores da geografia política da cidade, onde são votados e representam seus interesses? Bastava “turbina-los”, com “poder de caneta”.

Optando pelo clã Ribeiro, João Azevedo jamais previu a união dos Rêgo com os Cunha Lima. Enxergou apenas o momento, e esqueceu seu status de “Cristão novo” no meio. Os Clãs têm um único objetivo: defenestrá-lo da política e ocupar sua posição.

A ideia de transformar Jhony num outsider, é um equívoco brutal. O Secretário de Saúde, domina temas de sua área. O perfil do outsider é o oposto de Jhony. Outsiders são figuras excêntricas, revolucionárias, contra tudo e contra todos, independentes e influenciadores da rebeldia. Estouvados, movidos pela imprudência, com postura e discursos anarquistas, que atrai multidões. Jhony não tem esta performance. Se a intenção foi atrair Romero Rodrigues, e “rachar” sua família, João tem memória curta. Romero já o negou, por não confiar nos seus “mentores”. Jhony é, e será sempre bem-vindo a Campina Grande. Mas, observe como a comunidade o aceita: Médico.       

O INSUPERÁVEL NEY SUASSUNA (Final)

            O então prefeito de Campina Grande, Cássio Cunha Lima, após sua reeleição (2000) eliminou toda a oposição local – vitória esmagadora – alcançando 88% dos votos válidos. Lançou-se imediatamente como candidato ao governo do Estado. José Maranhão, reeleito em 1998, teria que se licenciar no ano seguinte (2002) para disputar uma vaga das duas vagas para Senado Federal. Escolheria um nome de sua confiança para sucedê-lo. Seu vice, o “disciplinado” Roberto Paulino, não figurava na lista. Assumiria de “direito” a titularidade do cargo, mas, de “fato”, Maranhão continuaria governando.

            Neste interregno, Ney Suassuna tinha se tornado uma grande estrela, cintilante na constelação política nacional. Seu gabinete em Brasília era uma festa. Diariamente lotado de prefeitos, deputados estaduais, federais – de vários Estados – e da Paraíba, só faltava Luís Couto. O saudoso Wilson Braga, era o primeiro a chegar. Wellington Roberto e vários outros, já tomavam o café da manhã no apartamento de Ney, que morava só.

            Os tempos eram outros, diferentes dos dias atuais. Emendas Parlamentares individuais, de bancadas ou coletivas, eram recursos contingenciados no OGU – Orçamento Geral da União. O limite estabelecido para cada deputado foi fixado em 1 milhão e 600 mil reais por ano. Hoje, 30 milhões e impositivas.

Centenas de Parlamentares, durante seus quatro anos de mandato, com esforço hercúleo, liberavam no máximo 1/3 destes recursos alocados. Mesmo assim, apenas em ocasiões de votações polêmicas, de interesse do governo. Em seu desfavor, tinham ainda que vencer uma burocracia infernal, com regras e normas absurdas, exigidas pelos Ministérios. Ney Suassuna, como trator, “atropelava” todo este “entulho”. Ligação direta com o Palácio do Planalto, liberava as emendas de seus colegas, não só da Paraíba, mas de diversos outros estados.

            As bases do Estado da Paraíba, a partir de vereadores, passando pelos prefeitos, parlamentares estaduais/federais lançaram Ney para suceder Maranhão. A iniciativa não foi de Maranhão. Ele foi puxado pela onda. Mas, se limitava a sinalizar gestos, que concordava. A Paraíba dependia também de Ney, para liberar dezenas de convênios com o governo federal. Maranhão mantinha uma postura de oposição ao presidente tucano FHC, apoiado por Cunha Lima. Seu contato com o Planalto era formal.

            Quinzenalmente, Ney vinha à Paraíba. A festa começava no Aeroporto João Suassuna, com dezenas de figuras o aguardando. Bispo Júlio Paiva, o entrevistava ao vivo, linha direta com a Tambaú FM, ao lado de outros repórteres. Até Didi do jogo do Bicho de Campina Grande, carregando uma obesidade acima dos 100 kg, ia receber Ney no Aeroporto. Estes eventos, incomodavam a bajulação palaciana, que explorava a vaidade de Maranhão. Nos dias que Ney permanecia em João Pessoa, só as moscas e pernilongos frequentavam a Granja Santana. Justificável: para entrar na granja, passava-se pela seletiva Guarita. Se conseguisse a liberação de entrar, o “chá de cadeira” nunca era inferior a três horas, para receber um “não”, ou promessa futura, às vezes vazias.

            Ney, atendia a todos coletivamente. Assuntos que não podiam ser expostos aos presentes, um “cochicho” rápido, num canto de sala, resolvia a demanda. Agia assim no seu gabinete do Senado, Liderança do PMDB, Ministério da Integração Nacional, seu apartamento em Brasília e no Edifício José Primo em João Pessoa. O oposto Maranhão. Três minutos eram suficientes para o “sim”. Dificilmente um “não”. Saudoso amigo Toinho Cabral, foi o primeiro a chamar nossa atenção, sobre a candidatura de Ney ao governo do Estado. Não confiava em Maranhão, e na sua visão, Ney deveria permanecer no Ministério até o final do governo FHC. Era novo, tinha tempo, consolidaria seu nome como a maior liderança política do Estado, e seria governador na oportunidade certa, sem adversários. A leitura de Toinho estava correta.

            No dia 03/04/2002, Ney Suassuna renunciou ao Ministério da Integração Nacional, desincompatibilizando-se para disputar o governo do Estado da Paraíba. Maranhão não fez a festa para recebê-lo como seu sucessor. Pelo contrário, começou a distanciar-se. Esquivou-se da mídia, evitando apresentá-lo como seu candidato. O objetivo doravante, era “desidrata-lo”. Mudou a rotina da Granja Santana, que ao invés de “barrar”, convidava as lideranças para despacharem com o governador. Ney percebeu, que mais uma vez, tudo terminaria saindo do seu bolso, e com valores superestimados. Cansou. Era hora de desistir, e salvar seus negócios no mundo empresarial.

Sem mágoas, rancor, experimentando o desconforto dolorido da traição, e a amargura da ingratidão, abdicou de sua postulação. Para Cássio Cunha Lima, foi o milagre esperado, capaz de torná-lo competitivo.

            O “se” como conjecturas… “Se” Ney decidisse ser candidato, mesmo sem o apoio e empenho de Maranhão, Cássio não teria sido governador. Wilson Braga e Efraim Morais não abandonariam Ney. Maranhão só foi governador, porque Ney elegeu Mariz. Mariz só foi Senador, porque Ney foi o suplente, “trem pagador”. Maranhão não voltaria à Câmara em 1994, havia perdido redutos para Cássio. O partido para prestigiá-lo, o pôs como vice. Mas, o dinheiro, quem gastou foi Ney, para assumir a vaga de Mariz no Senado. Ney elegeu Veneziano Vital do Rêgo, prefeito de Campina Grande. Sonho de Argemiro, de seu avô e de seu pai, derrotado duas vezes. O caixa de Ricardo Coutinho para derrotar Ruy Carneiro, Cássio e Cícero Lucena, saiu da algibeira de Ney Suassuna.

            Ney renovou toda a classe política do Estado. Veneziano em Campina Grande, Ricardo Coutinho em João Pessoa, Maranhão – vice de Mariz – governador por oito anos… Sua última conquista (solitária) foi em 2018, quando no dia 19/09/2018, aceitou ser o primeiro suplente de Veneziano Vital do Rêgo, candidato ao Senado Federal. Estava derrotado. Amanhecia o dia na Granja Santana, colado em Ricardo Coutinho, impedindo-o de pedir o voto preferencial para Luís Couto. Veneziano ficava 24 horas na Guarita da Granja. Se relaxasse, Ricardo mandava votar em Luís Couto. A partir do dia 19/09/2018, quando Ney se registrou como seu suplente, Veneziano desapareceu da Granja e até dos Comícios de Ricardo/João Azevedo. Ney montou sua agenda, e sua rotina se resumia a procurar as lideranças indicadas por ele. Elegeu Veneziano Senador, hoje vice-presidente do Senado Federal.  

O INSUPERÁVEL NEY SUASSUNA (Parte III)

Quando assumiu a Presidência da República, o pai do Real, Itamar Franco, se deparou com um dos piores períodos de secas ininterruptas no Nordeste. Criou o Ministério da Integração Regional – para atender exclusivamente a região – nomeou o ex-governador do RN Aluízio Alves, para comandar a pasta.

O saudoso líder Potiguar procurou na SUDENE soluções definitivas e não ações “paliativas”, para resolver o problema da região, com obras que garantissem às populações envolvidas conviverem com este fenômeno climático. Registros históricos datados desde 1670 já mencionavam períodos de grandes estiagens prolongadas.

Por outro lado, ainda estava viva na memória dos norte-rio-grandenses a tragédia de 1877, quando morreram mais de 100 mil pessoas em Mossoró (RN), cidade sede de um município com 5 mil habitantes, invadida por mais de 100 mil pessoas, que foram buscar alimentos enviados pelo Imperador, mas não chegou a cidade. O navio de alto “calado” não conseguiu atracar no porto de Areia Branca.

A SUDENE entregou-lhes estudos preliminares, realizados sob encomenda de Mário Andreazza, quando esteve no Ministro do Interior. O projeto consistia na transposição de bacias hidrográficas, ligando o Rio Tocantins ao São Francisco, que a partir de sua foz levaria águas para o semiárido (sertão) dos Estados de BA, SE, AL, PE, PB, RN e CE. Aluízio Alves mobilizou toda a região para lutar pela transposição. O movimento ganhou força com o “grito das secas”, movimento criado pela FIEP, tendo à frente o seu presidente, Buega Gadelha.

Criaram uma comissão itinerante para debater, discutir e convencer os Estados de SE, AL e Bahia, contrários à transposição. O poderoso ACM (Antônio Carlos Magalhães), presidente do Senado e líder absolutista da Bahia, estava determinado a pôr um fim no projeto. Mas, Aluízio Alves ainda conseguiu recursos para licitar a contratação do projeto de engenharia, em toda sua extensão. No final de sua gestão, após bons anos de invernos a partir de 1995, o novo presidente FHC suprimiu da sua lista de prioridades a transposição das águas do São Francisco.

No último ano de sua gestão (2001) assumiu o Ministério da Integração Nacional o senador paraibano Ney Suassuna. De origem sertaneja, conhecedor do flagelo provocado pelas secas, desengavetou o projeto da transposição, licitou e contratou as obras da estação de captação, e seu primeiro trecho, levando as águas até a cidade de Monteiro (PB). Obras iniciadas, caminhos sem volta.

Lula assumiu a Presidência da República (2003). Ney já estava fora do Ministério, mas ainda era Senador. Conseguiu assegurar a continuidade das obras, arrancando de Lula o compromisso de executá-la em sua gestão. O presidente “sindicalista” designou o seu vice-presidente, José de Alencar, para comandar o projeto para debelar a sede do Nordeste. Em jogo combinado, entrou o IBAMA, para inviabilizar a transposição. Faltou ação parlamentar. Ney em 2006 não renovou seu mandato. A transposição foi esquecida.

No propósito de complicar a redenção do Nordeste, refém das secas, os “gabinetes” de Brasília sugeriram e criaram o INSA – Instituto do Semiárido, como fonte de pesquisas e projetos destinados a preparar o agricultor com tecnologias adequadas, para o manejo da água e do solo, garantindo sua sobrevivência. Ney Suassuna pulou na frente. Enxergou a manobra, e trouxe para Campina Grande a sede do INSA. Venceu o Ceará, Pernambuco e Alagoas que brigavam pelo órgão.

No momento da instalação, surgiu um problema: onde será a sede (instalações físicas)? Arlindo Almeida, um “campinista” – brilhante tecnocrata – fruto da geração Edvaldo do Ò, procurou Buega Gadelha, presidente da FIEP e apoiador do “grito das secas”. “Vamos perder o INSA por falta de um espaço físico para sua instalação e funcionamento?” Buega imediatamente cedeu as antigas instalações da FIEP, na rua Maciel Pinheiro, edifício Palácio da Indústria e Comércio. O INSA foi instalado.

Ney Suassuna, como Júlio César, foi apunhalado por seus pares, em quem confiava como amigos. Vítima da inveja, não renovou seu mandato em 2006. Foi traído por todos, a partir do governador José Maranhão, que o lançou candidato a governador no propósito de tirá-lo do Ministério da Integração Nacional. O PMDB brilhava no cenário nacional com Ney. Mas, na província, Maranhão era seu chefe e se sentia ofuscado. Iríamos encerrar, como pretendíamos, a história de Ney, neste artigo. Mas, a memória não pode ser atrofiada. Postaremos a última parte amanhã. Economista, grande palestrante, escritor… Ney tem que escrever sua própria biografia.

O INSUPERÁVEL NEY SUASSUNA (Parte II)

A primeira tentativa de Ney Suassuna para chegar ao Senado Federal ocorreu nas eleições de 1982. Ao perceber que sua aspiração era um projeto natimorto, desistiu. Raciocínio lógico: os velhos “caciques” do Estado jamais lhes dariam espaço.
Conheciam – porém propositalmente ignoravam – sua trajetória e bem-sucedida carreira, festejada no mundo empresarial, respeitada pelas elites econômicas cariocas. Na leitura das lideranças políticas paraibanas, Ney poderia despontar como promissora liderança no Estado, criando uma terceira força, ameaçando as oligarquias estabelecidas desde 1945, afeitas e adaptadas à “gangorra” do revezamento pelo poder.

Nas eleições de 1986 – duas vagas para o Senado – o PMDB queimou seu nome no momento da formação da chapa. Esqueceram-no por completo. Humberto Lucena poderia tê-lo convidado para sua primeira suplência. Mas, preferiu continuar ao lado de outro milionário carioca, o industrial Klabin, então maior produtor de celulose do Brasil. Para a segunda vaga, atraíram o tesoureiro da ARENA (depois PDS), Raimundo Lira.

Elegendo 22 dos 23 governadores dos Estados, formando a maior bancada da história do Congresso Nacional (Câmara e Senado), o PMDB saiu das urnas de 1986 como o maior partido político das Américas. Disputou democraticamente, voto a voto – dentro de um sistema pluripartidário – e derrotou dezenas de legendas, representantes das mais diversas classes sociais, inclusive as inspiradas nas distintas correntes ideológicas.

A hiperinflação pós campanha – governo Sarney – começou a arruinar o PMDB. Mesmo apostando na nova Constituição, promulgada em 1988, Ulisses Guimarães, considerado o tetra presidente”, candidatou-se um ano depois (1989) à Presidência da República (PMDB), com apoio do governo Sarney e estimado como pai da Constituição Cidadã, ainda em vigor. Ficou entre os “lanternas” da disputa. Venceu o outsider Fernando Collor de Melo.

No ano seguinte (1990) o PMDB sobreviveu às eleições para governo dos estados, deputados estaduais, federais e senado. Na Paraíba,Ronaldo Cunha Lima teve a coragem de enfrentar a onda “Collor”, o fracasso do governo Sarney, a humilhante derrota de Ulisses e o esvaziamento galopante do PMDB. Lançou-se sem o apoio do governo do Estado (Burity), enfrentando o ex-governador Wilson Braga – nas pesquisas imbatível – e para o Senado Federal escolheu o deputado federal Antônio Mariz (PMDB mais à esquerda) que já havia sido derrotado por Wilson Braga em 1982. Quem bancaria sua campanha? Liso, sem confiança do empresariado, que na época a lei permitia doações, Mariz estava fadado a encerrar sua vida pública. Mas, lembrou-se de Ney Suassuna, que neste interregno, quando foi abominado pelo PMDB/PB, tornou-se milionário até no Iraque.

Quem comandou a campanha de Mariz foi Ney, que obstinadamente desconheceu por completo seus adversários. Mariz fazia um discurso pouco convincente, fora de época. Ney, chegava com a “estrutura”, arrancando o voto para Mariz e puxando Ronaldo Cunha Lima. Se não fosse o empenho de Ney, Ronaldo não teria chegado ao segundo turno. Na missão obsessiva de eleger Mariz, Ney “turbinou” também a campanha de João Agripino Neto, que surpreendeu o Estado, obtendo mais de 300 mil votos, fato que proporcionou o segundo turno. Braga saiu à frente, com mais de 30 mil votos de maioria.

Mariz eleito, Ney primeiro suplente, Burity que havia apoiado discretamente João Agripino Neto, mandou recado para Braga: procurar João Agripino Neto, antes que Ronaldo conquistasse seu apoio. Braga ignorou. Quem fez João Neto apoiar Ronaldo? Mariz. Como? “Respaldo” em Ney Suassuna. Ronaldo venceu. Governou, e Mariz brilhava no Senado, como presidente da CPMI que levou ao impeachment de Collor, setembro de 1982. Após o impeachment de Collor, Mariz foi surpreendido com uma comorbidade mortal: câncer. Ney só assumiu como suplente – alguns dias – forçado pela exigência do afastamento do titular, para tratamento de saúde (cirurgias). Vitória de Ronaldo, Mariz, Braga derrotado… Não faltaram “heróis” para serem condecorados por seus esforços na exitosa batalha. Todavia, mais uma vez, esqueceram a bravura do Ney.

Na sequência, último capítulo sobre a passagem de Ney na política paraibana. Antes que esqueçam.

O INSUPERÁVEL NEY SUASSUNA VISITOU CAMPINA GRANDE – Parte I

A prova da inexistência de “insubstituíveis” são os cemitérios. Todavia, existem figuras insuperáveis na história, com passagens marcantes, quer seja no esporte, política, artes e cultura, literatura… Ney Suassuna é digno e merecedor de grandes homenagens, até o presente não prestadas por Campina Grande e por toda a Paraíba. Já passou da hora de reconhecer seu trabalho, quando esteve representando o Estado no Senado Federal, na liderança do PMDB e como Ministro da Integração Nacional.

Ney esteve no último final de semana em Campina Grande, participando da entrega de uma praça que homenageia seu pai, saudoso professor de História do Estadual da Prata, Raimundo Suassuna. O evento deveria ter sido amplamente divulgado. Pecou a assessoria de comunicação do prefeito Bruno Cunha Lima. Pelas fotos postadas na mídia, não visualizamos ninguém da classe política que ele tanto ajudou. Lá estava, dentre poucos, seu fiel amigo, companheiro, escudeiro e homem missão de confiança, empresário Cassiano Pereira, atual vice-presidente da FIEP – Federação das Indústrias do Estado da Paraíba.

Semana passada, no PODMARINHO (Podcast) semanal, realizado todas as segundas-feiras 16:00, entrevistamos ao lado do companheiro (Âncora) Marcos Marinho, o ex-deputado estadual Robson Dutra, que exibiu uma das maiores folhas de serviços prestados a Campina Grande, como um autêntico parlamentar da Rainha da Borborema. Na relação, constava a propositura da duplicação da BR-230 pelo governo do Estado, gestão José Maranhão. O projeto era complexo a partir de sua concepção, pelo conflito de jurisdição: a BR-230 pertence ao governo federal, sob controle e fiscalização (na época) do DNER. Como o Estado poderia investir numa rodovia federal?

O governador José Maranhão abraçou a causa, destinou recursos para elaboração do projeto, para muitos utópico. Robson Dutra agigantou-se na busca de apoio de toda classe política. Mas, faltava dinheiro para execução da obra. Quem conseguiu a montanha de dinheiro da duplicação? Senador Ney Suassuna.

A crise hídrica impedia mais uma vez o crescimento de Campina Grande. Boqueirão já não era suficiente para abastecer a cidade, sobretudo pelas incertezas climáticas, provocadas pelos fenômenos El niño e La niña. A cada década, dois ou três anos de bons invernos, e sete outros intercalados de secas, com pluviometria registrando 600 milímetros de chuvas irregulares, e mal distribuídas durante um ano. A solução apontada foi a construção da barragem de Acauã. Uma canetada de Ney Suassuna como Ministro da Integração Nacional resolveu o problema.

Enviou para o governo do Estado 60 milhões de reais para a construção da barragem, e mais 40 milhões para trazer a água até Campina Grande. A obra foi construída em um ano. Mas, bombas e tubulações para fazer o líquido precioso chegar à cidade foram comprados e sumiram, entre o final da gestão de José Maranhão e o início do governo Cássio Cunha Lima (01/01/2003). Por que este crime nunca foi investigado, apurado ou desvendado? Toda a mídia silenciou. O parlamento (estadual e federal) jamais manifestou o interesse em denunciar este escândalo (?). Indo mais além, como foi feita esta prestação de contas? e por que o TCU nunca realizou uma “tomada de contas especial” para descobrir o paradeiro de milhares de toneladas de equipamentos? Pelo visto, existe crime perfeito.

Acauã sangrou, contrariando as expectativas de todos que apostavam contra Ney e Campina. Hoje, a partir de seu manancial, Acauã abastece dezenas de municípios do Brejo paraibano, através de um Canal, matando a sede humana e animal, propiciando irrigação de minifúndios, produtores de hortifrutigranjeiros. Mas, Ney Suassuna foi esquecido… Próxima postagem, daremos sequência às ações de Ney como político e em favor da Paraíba, antes que esqueçam. No combate à “memória curta”, permanecemos como testemunha vigilante da história.

GOVERNO IGNORA OS RIBEIROS E JHONY OCUPA ESPAÇO DE LUCAS

            Brincando com o fogo, governador João Azevedo não avaliou os danos causados ao perfil – em construção – do herdeiro do Clã Ribeiro, seu vice-governador Lucas, ao impor num momento de arroubo e infeliz improviso, o nome de Jhony Bezerra como pré-candidato a prefeito de Campina Grande, dando um “chega pra lá” em Romero Rodrigues. Ato subsequente, sem avaliar futuras avarias, Lucas endossou a descortesia e repulsa ao nome de Romero Rodrigues, expressado pelo governador.   

            Nas modernas instalações da sede do governo do estado em Campina Grande – obras que levaram quase uma década para serem concluídas – deveria está despachando lá, o Campinense e vice-governador Lucas Ribeiro. Confabulando com a classe política, com “poder de caneta” para atender reclamos da cidade, acolher pleitos ou demandas regionais (Compartimento da Borborema) … Exercício funcional, que o ajudaria a criar “musculatura” necessária, quando chegasse seu aguardado momento de assumir a titularidade, ocasião do afastamento de João Azevedo, abril de 2026.

            A ampla e moderna sede do governo do estado em Campina Grande – troca de nome a cada gestão – já foi Escritório do Governo, Secretaria de Interiorização… Além de outros tantos “vulgos” nominados, jamais funcionou como órgão deliberativo, com poder de decisão. Sua serventia é abrigar ocasionalmente o governador de plantão, em visitas raras as suas instalações físicas.

Entretanto, desde janeiro último, meu velho amigo Enivaldo Ribeiro, ao lado de seu escudeiro Laércio, estão lá diariamente. Além deles, porteiros, vigilância e umas Senhoras, que figurativamente já se confundem com os móveis e utensílios do ambiente. Nada resolvem. O expediente é para escutar fuxico de comissionados e contratados emergenciais, fiscalizando suas fidelidades ao governo. Todavia, entre janeiro/maio deste ano, havia público, e em alguns dias, aglomerações. Credores das promessas de campanha, buscavam ajustar compromissos. Mas, como nada era resolvido, se cansaram, apesar do tratamento VIP que recebiam do amigo Enivaldo.

O Clã Ribeiro tinha (e ainda têm) passivos com seu contingente, principalmente aqueles mais antigos e fiéis seguidores do grupo, que perderam seus contracheques quando Lucas rompeu com Bruno, e foi ser vice de João. Ocasionalmente encontramos uma destas “figuras” ontem, e sem rodeios o mesmo “metralhou”: “o homem é Jhony, Ribeiros não resolvem nada” (?). Em seu comentário, citou vários nomes de seu conhecimento, que procuraram Jhony e foram prontamente atendidos (contratados). São recomendados a não comentarem nada, ficarem em silêncio, evitando que outras lideranças da base, ou os próprios Ribeiros, reclamem da invasão de seus espaços.

Estão “fritando” Lucas em fogo brando. Se João Azevedo e seu “Politburo” (conselho político) desejassem que o neto de Enivaldo assumisse o governo, fosse candidato à reeleição no cargo, o momento de fortalecê-lo seria agora. Lucas escolheria e anunciaria o pré-candidato a prefeito de Campina Grande, representando a ala governista. Ao governador, caberia manifestar seu apoio. João Azevedo nunca indicou Cícero Lucena para a PMJP. Antes e agora, se limita a revelar seu imprescindível apoio.   

 O JUSTO EPÍLOGO DE UMA PELEJA ABJETA

            A decisão do Desembargador Paulo Maia (27/10/2023) presidente do TRT/PB, encerra o último capítulo de uma novela (espalhafatosa), inspirada num roteiro “Macunaíma”, interpretada por personagens despidos de caráter, movidos pela ganância, buscando amparo procrastinador na ilegítima e criminosa litigância de má fé.

 Um grupo de Inescrupulosos perturbadores da ordem institucional – opositores de Buega Gadelha e inimigos de Campina Grande – tumultuaram a Justiça do Trabalho, na busca obsessiva de decisões atípicas, extravagantes ou exóticas, sem respaldo na Lei, desarrimando os princípios democráticos, estabelecido na vontade voluntária da maioria. A Justiça jamais poderia decidir em favor da minoria. Caracterizaria golpe.

Durante todo o ano de 2022, movidos por interesses escusos, este subgrupo do Conselho da FIEP, se insurgiu contra a pessoa do seu presidente (Buega Gadelha) e arquitetaram um projeto de destituí-lo do cargo, afastá-lo ou torná-lo inelegível. Encetaram através da velha mídia, uma campanha desconstrutiva, difamatória para enxovalhar sua imagem, construída ao longo de duas décadas. As eleições convocadas para setembro de 2022, foram suspensas, com interferência da Justiça do Trabalho, atendendo a oposição, que suscitou dúvidas sobre a legitimidade do pleito.

Dezembro do mesmo ano (2022), pediram o afastamento de Buega Gadelha da FIEP e seu impedimento de comandar o processo eleitoral, ferindo regras do Estatuto do órgão. A Justiça do Trabalho indeferiu o afastamento de suas funções, mas, no propósito de contemporizar os ânimos exaltados, determinou a realização do pleito para fevereiro de 2023, com a presença de um membro da Corte Trabalhista, instruindo e até escrutinando todo o processo. Buega venceu a disputa (14 x 10).

A insensatez dos incautos e empedernidos inimigos de Buega Gadelha, relutantes em aceitar o resultado de sua reeleição, ficaram na espreita, aguardaram um momento oportuno para tentar arrancá-lo novamente do cargo, antes de sua posse realizada em 25/09/2023. Um juiz substituto da 2ª Vara da Justiça do Trabalho (Campina Grande) concedeu liminar determinando um pedido “repaginado” de dezembro(2022) e afastou Buega da presidência. Na sentença, determinava que assumisse o vice (decano) mais velho. A intenção era o vice convocar novas eleições no prazo de 30 dias, com Buega impedido de concorrer.

Apelação imediata feita pela FIEP, foi acatada pelo Pleno do TRT. Derrubou a liminar do Juiz Substituto, por não trazer nada de novo que sugerisse inobservância à legislação que balizou a decisão da Corte. E, encerrou qualquer discussão sobre as eleições instruída, supervisionada e auditada pelo próprio TRT/PB.

A ira insana da oposição não foi aplacada. Tentaram estuprar a legislação, desrespeitando e ignorando por completo uma decisão Colegiada da Justiça do Trabalho. Manipularam uma delação sobre improbidade, e acostaram ao processo de dezembro (2022), pedindo mais uma vez o afastamento de Buega (agosto 2023) antes de sua posse 25.09.2023. O Juiz titular da 2ª Vara, cansado da insistência daqueles que queriam “chover no molhado”, averbou-se suspeito e determinou o prazo de 30 dias, para que fosse julgado mais uma vez outra demanda “inusitada”.

A Juíza do Trabalho Karoline Cabral Maroja Limeira, no último 19/10/2023, determinou o afastamento de Buega Gadelha da FIEP, e deu um prazo de cinco dias para que assumisse em seu lugar, o mais velho dos vice-presidentes. Em sua decisão, menciona improbidade do gestor (?). Confessando por antecipação nossa ignorância jurídica, estranhamos na sentença – no tocante à improbidade – inexistência de relatórios oriundos de auditorias com decisões do TCU ou TCE. Por outro lado, quem aprova ou desaprova as contas da FIEP, é o Conselho Deliberativo do próprio Órgão.

Desembargador Paulo Maia, derrubou decisão da Juíza – pelo que entendemos e interpretamos da linguagem jurídica – considerando “perda de objeto” da ação impetrada em dezembro de 2022, cujo mandato se encerrou em 25.09.2023. A sentença da Juíza, contraditoriamente, provocaria “efeitos colaterais” e danos irreparáveis, como a anulação da eleição de 25.09.2023, presidida e legitimada pelo próprio TRT/PB.

GOVERNO HOSTILIZA ROMERO RODRIGUES

            Primeiro foi o próprio governador João Azevedo, quando apontou Jhony Bezerra, como liderança capaz de suplantar, na preferência popular, o ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues. Momento infeliz, usado para desqualificar sua capacidade, atestada nas urnas, desdenhando “midiaticamente” sua densidade eleitoral.

João Azevedo, como Engenheiro, paradoxalmente desconhece ou ignora números, e não calcula riscos. Função de sua profissão. Romero Rodrigues, há um ano (2022), foi campeão de votos na Rainha da Borborema. Obteve a maior votação para deputado federal (história das eleições do século XXI) em Campina Grande: 69.292 votos. Abriu maioria de 58 mil votos sobre o segundo colocado, Cabo Gilberto (11.994).

Em rota batida, com vistas a “desconstrução” da imagem de Romero, veio o vice-governador Lucas Ribeiro, em entrevista postada no portal Política Parahyba (24/10/2023), externando o pensamento do “núcleo palaciano”: “não estamos aguardando posição, ninguém espera por isso, Romero fica onde está”. Até quando Romero irá tolerar tamanha humilhação e afronta? Os Ribeiros voltaram à cena política – como lideranças expressivas na cidade – graças a Romero Rodrigues, por ocasião de sua reeleição. Momento aparentemente descortês, desagregador, quando trocou o vice Ronaldinho, por Enivaldo Ribeiro, a quem prestigiou durante toda sua gestão.

O Jovem Lucas Ribeiro, que vislumbra ter um futuro promissor na vida pública, tem sido bafejado pela sorte. Na sua festejada estreia política (2016) não conseguiu se eleger vereador, mesmo sendo puxado por seu avô (vice de Romero) sua mãe, deputada estadual e seu tio deputado federal. Em 2020, foi catapultado para vice de Bruno Cunha Lima. Em 2022, escorou-se como vice de João Azevedo. É chegado o momento de Lucas contar seus votos em Campina. Por que João não o lança como “seu candidato”? É vice-governador – não perde o mandato – sua mãe é Senadora, relatora do OGU, seu tio brilha no cenário nacional, com a Reforma Tributária… Oportunidade ímpar!

Mesmo assim, João Azevedo escolhe Jhony Bezerra. Subliminarmente, o governador passa a mensagem que não acredita, desconfia e despreza a liderança dos Ribeiros em Campina Grande. Principalmente do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que nas últimas eleições (2022) ficou no 13º lugar na cidade, com 4.067 votos. Perdeu para Estela Bezerra, Léo Gadelha, Rafafá, Jacó Maciel… Murilo Galdino foi o 4º Dr. Geraldo Medeiros, o 5º.

Na opinião das raposas “palaciana”, a escolha de Jhony é para “desobstruir” a “rota da seda”. Tirá-lo da Secretaria da Saúde, usando o “método” Geraldo Medeiros, a quem garantiram um mandato de deputado federal. Por que não o convidaram para retornar a pasta, após sua derrota? Sua gestão na saúde, foi bandeira de campanha do governador João Azevedo.

Quanto a Romero Rodrigues, o prudente é “mergulhar” e observar a sabedoria popular: “formiga quando quer se perder, cria asas”.  Ou, “galinha que acompanha pato, morre afogada”.      

A MALDIÇÃO DA GÊNESE HUMANA

A tragédia ora em curso no Oriente Médio – guerra entre Israel e Faixa de Gaza – merece uma reflexão sobre a evolução do ser humano e seu verdadeiro sentido (ou papel) no planeta. No primitivismo, se matavam pela falta de uma linguagem que permitisse a construção de diálogos. Diferentes culturas, costumes e crenças induziram-nos a enxergarem-se como inimigos, ameaçadores de suas existências.
O preâmbulo capaz de estabelecer confabulações, evitar conflitos beligerantes na busca de constituir a paz, não pode ser conduzido a partir do desígnio de culpados. Com toda a tecnologia desenvolvida nas últimas décadas, disponível para todo o mundo, ainda estamos longe de dominá-la e utilizá-la como instrumento do bem. Transformam-na em armas, com grande poder de destruição. O GPS é um exemplo.

Reunião da ONU ontem (24/10/2023) foi um episódio catastrófico, sinalizador do fim da diplomacia, ambiente de colóquio mantenedor da paz (relativa) desde o pós-guerra de 1945. Embaixador de Israel perdeu o controle emocional e movido pela irracionalidade radical sugeriu a renúncia imediata do Secretário Geral António Guterres, acusando-o de parcialidade em favor do Hamas, partido político que governa a faixa de Gaza, antes reconhecido e apoiado por Israel. Não é um Estado (nação) e ainda não entrou na lista do terrorismo internacional, classificado pela própria ONU.

Guterres conclamava todos para amainar a crise humanitária instalada na Faixa de Gaza, onde civis inocentes estão vivendo em condições desumanamente precárias, absolutamente semelhante aos judeus nos campos de concentração nazistas. Sem água potável, energia, alimento e combustível. Milhares morrerão em poucos dias. O descuido de Guterres foi mencionar que há 56 anos Israel dispensa aos Palestinos um tratamento de cativeiro. Esqueçam culpados, procurem salvar as vítimas.

A opinião da sociedade Israelense está totalmente dividida. A continuidade do conflito pode mudar a posição dos seus habitantes em curto prazo, com pacifistas se convertendo em maioria. Os horrores insanos da guerra atingem ambos. Uma mãe que perdeu um filho no covarde ataque do Hamas, entrevistada ontem, chorando, reconheceu que sua dor é semelhante à de uma mãe da faixa de Gaza.

O governo de Israel e seus comandantes militares repetem os mesmos erros e horrores dos alemães na invasão da Rússia. Em Leningrado, um cerco de três anos para matar todos de fome. Em Stalingrado, a máquina de moer carne. Estima-se que mais de um milhão de civis inocentes russos sucumbiram, proibidos por Stalin de deixar a cidade. Mesmo sem instrução militar, tinham que combater até o último homem.

Exatamente como na Faixa de Gaza (hoje) há 80 anos, os alemães usaram a Luftwaffe (Força Aérea Alemã) para destruir totalmente Stalingrado com pesados bombardeios. A cidade, transformada em ruínas e escombros, impediu a entrada de tropas blindadas (tanques) ou qualquer outro tipo de veículo. Os combates foram lutados homem a homem, usando até pedras e paus, para ocuparem uma rua ou quarteirão. As perdas russas eram repostas em 24 horas. Os alemães não dispunham de reforços ou reservas. Suas tropas não foram preparadas para aquele tipo de guerra.

O major general russo, Vasily Chuikov, após perder várias batalhas para os alemães, criou a tática “abraçando o inimigo”. Estabeleceu a distância máxima de seis metros do inimigo, todos escondendo-se dentro dos escombros. A manobra anulou toda estratégia alemã: bombardeios, artilharia de longo alcance, tanques e infantaria para “Limpeza” da área. Qualquer bomba, mataria ambos. Chuikov foi mais além, criou um grande grupo de atiradores de elites. A eles, destinou a tarefa de abater exclusivamente as categorias de Sargento até General. Soldados alemães sem divisas não sabiam a quem se reportar ou obedecer ordens. Oito longos meses da maior carnificina da história onde morreram mais de dois milhões de pessoas. Os alemães foram vencidos.

Não nomeando culpados, o correto é identificar erros. A eleição de Joe Biden e sua política “progressista” isolacionista é contraditória e desagregadora. Vai superar o fiasco Carter. A maior superpotência do planeta está ingovernável por falta de orçamento. Biden pede 100 bilhões para ajudar Israel, Ucrânia, e 13,7 bi para construção do muro que separa os Estados Unidos do México. Senil, esqueceu que foi seu discurso contra o muro que o elegeu. Enfim, quando o humano se tornará humano?

Erro na Comunicação em Campina. O que Ronaldinho enxergou?

Originalmente publicado em A Palavra

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O bem sucedido empresário Ronaldo Cunha Lima Filho (Ronaldinho), respeitado produtor de shows e eventos na Paraíba, convidado pelo prefeito Bruno Cunha Lima para assumir a Secretaria de Cultura de Campina Grande fez uma observação intrigante, divulgada apenas por um blog da Capital, quando opinou sobre falhas na gestão de seu primo e destacou em poucas palavras apenas uma: existe erro na “comunicação”.

Faltou ao blogueiro experiência ou “feeling”, para explorar o oportuno momento e esgotar um tema que despertou curiosidade no leitor. O “erro” enxergado por Ronaldinho estaria na equipe que coordena a comunicação da gestão, ou no próprio prefeito, através do seu modo de interagir com a população? Pelo visto, o futuro secretário de cultura pretende usar toda sua experiência e aprendizado adquirido no marketing político – resultado de inúmeros acertos e poucos erros – nas campanhas de seu irmão Cássio – de prefeito, deputado federal, governador do Estado e Senador da República – quando esteve sempre “colado” na MIX, instruindo-se com o genial Zé Maria.

Na campanha de 2014, Cássio x Ricardo, o erro da comunicação não foi detectado na qualidade da publicidade, área de atuação de Ronaldinho. Falhou o jornalismo formador de opinião “cassista” que – se não foi negligente – revelou-se amador e incapaz de “desconstruir” a pecha de traidor, tema criado e usado pela equipe de Ricardo, que o transformou em vítima. Cássio foi demonizado como um cruel algoz oportunista. O tucano negava constantemente sua intenção de voltar ao Governo.

Ao longo de todo este tempo comentou em entrevistas que apoiaria a reeleição de Ricardo. Indicou e manteve onze postos no primeiro escalão (Secretários). Faltou criatividade ou “ausência de malícia” da sua própria equipe, em gerar um “fato novo”, evento marcante, com argumentos suficientes para ser digerido pelo eleitor, mostrando a impossibilidade de uma convivência entre Cássio e Ricardo. Argumento complementar seria destacar que Cássio tinha elegido Ricardo em 2010.

Com todos os desacertos da “comunicação babel”, o tucano conseguiu o milagre de alcançar o segundo turno, e saindo na frente. Mas, na hora da ação, faltou o “insuperável” poeta Ronaldo, campeão em “viradas de campanha” no segundo turno. 1990 Wilson x Ronaldo; 1994 Lúcia x Mariz; 2002 Cássio x Roberto Paulino. 2006 Cássio x Maranhão; 2010 Ricardo x Maranhão, com Cássio para o Senado. A partida do poeta (2012) deixou uma lacuna até hoje não preenchida. Se vivo (2014) teria evitado – como sempre fez – a debandada.

Este “erro da comunicação”, cristalizada pela mídia da Capital com a “pulverização” da informação mal elaborada, fragmentada pelo ululante oba oba de sites, blogs, rádio e TV, superestimando ações do governador e do prefeito Cícero Lucena, teve sua ineficácia diagnosticada nas eleições de 2022. Toda a mídia de João Pessoa – seus mais diversos formatos e plataformas – estava com João. No primeiro turno, o governador apoiado pelo prefeito e com poder de caneta obteve 29% dos votos válidos, aquém da estimativa institucionalizada. Por pior que seja o governo (Estadual ou Municipal), tem 33% dos votos válidos, que representa a o poder da “maquina”.

Somados os votos de todo o Estado, João perdeu no primeiro turno para as oposições. A ausência de Nilvan no segundo turno garantiu a vitória de João. Nilvan transferiria no mínimo 70% do seu eleitorado. Mais de 200 mil votos. Pedro seria o governador.

Fonte: Da Redação (por Júnior Gurgel)

Governador João Azevedo desdenha liderança de Romero Rodrigues

Notícia postada ontem com destaque, veiculada em diversos Sites e blogs da Capital, repercutiu entrevista do governador João Azevedo opinando por antecipação seu posicionamento na disputa municipal de Campina Grande (eleições 2024). No comando das oposições, João Azevedo carece de aliados locais, respeitados e admirados pelo povo, estimados como “lideranças expressivas”.

A mais absoluta falta de “nomes competitivos” – com um mínimo de densidade eleitoral capaz de mobilizar o eleitor conservador campinense – outrora dividido entre os Clãs Cunha Lima e Rêgo (hoje unidos), motivou o presidente da ALPB, deputado Adriano Galdino, oferecer como alternativa um gesto ousado de atingir dois coelhos com uma única cajadada: convidou, incentivou, noticiou e buscou apoio da coordenação política do PSB, para persuadir o deputado federal Romero Rodrigues aceitar o desafio.

A leitura de Adriano estava correta. Romero Rodrigues, festejado ex-prefeito de Campina Grande, teve sua gestão avaliada com índices de aprovação acima das perspectivas, fato comprovado na ocasião de eleger seu sucessor (Bruno Cunha Lima) sem grandes dificuldades. Nas eleições de 2022, “surfando na mesma onda”, obteve mais de 60 mil votos na cidade. Seu rompimento com o Clã fissura os Cunha Lima, levando parte deste contingente para engrossar as fileiras do exército PSB.

Com mais de duas décadas na vida pública, sem registros de derrotas, Romero Rodrigues foi vereador, presidente da câmara municipal, deputado estadual, chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Secretário de articulação política, eleito e reeleito prefeito de Campina Grande, e está no seu segundo mandato como deputado federal. Aprendeu a fazer política calculando riscos. Aprendizado adquirido em sua trajetória.

Personagem político é movido pela emoção, alicerçada no “melindroso” sentimento da vaidade. Nas palavras do governador João Azevedo, “o PSB está de portas abertas para Romero” – grifo do articulista – “venha se quiser”. Seu partido (PSB) não está apenas esperando por Romero. Continuando, advertiu: “nós temos nomes”, e apontou para o Secretário de Saúde Jhony Wesley Bezerra Costa. Tão conhecido na cidade quanto o presidente da câmara municipal e o prefeito de Carrapateiras.

João Azevedo pesou e mediu – sob sua avaliação – o valor que representa Romero Rodrigues, quando o nivelou no mesmo patamar do desconhecido Jhony. Para ele, ambos são de bom tamanho. Este tipo de insensibilidade, desdenhando lideranças enraizadas por décadas em Campina Grande, justifica sua derrota acachapante em 2022 na Rainha da Borborema. Com Jhony ficará distante “anos luz” do segundo turno.

Hoje (21/10/2023), o Senador Veneziano Vital do Rêgo, logo cedo, ocupou espaço na mídia para enaltecer a importância de Romero no palanque de Bruno Cunha Lima no ano vindouro. Destacou que não existe desconforto de sua parte, e que o tempo superou as diferenças entre ambos. “Páginas viradas, verbo conjugado no pretérito mais que perfeito”.

João Azevedo infelizmente não conheceu o genial “Carbureto”, considerado como doido, cunhador de uma frase genial: “em Campina, até para ser doido, é preciso ter juízo”.

A FORÇA DOS SENADORES CAMPINENSES

Matéria postada dia 13/10/2023 pelo jornalista Carlos Magno, coordenador da assessoria de comunicação do Senador Veneziano Vital do Rêgo, destaca que nos últimos quatro anos o gabinete do vice-presidente do Senado Federal destinou 250 milhões de reais exclusivamente para Campina Grande. Uma montanha de dinheiro ambicionada por qualquer grande Capital do Brasil. Conquista desta ordem de grandeza só tem registro nos bons tempos de ACM (Antônio Carlos Magalhães), quando a Bahia levava quase tudo (recursos) e deixava o resto do Nordeste com as sobras.

Para que se tenha noção do que representa 250 milhões de reais, observe-se que o Presidente Lula, em sua primeira viagem a Washington (encontro com Joe Biden), pediu ajuda financeira como suporte para sua política com foco no meio ambiente, preservação da Amazônia. Recebeu uma promessa de 50 milhões de dólares, sem data para ser enviado ao Brasil. Estes 50 milhões de dólares correspondem aos 250 milhões de reais trazidos por Veneziano – destacado por Carlos Magno – para Campina Grande.

O prestígio – desconhecido por Campina Grande – que ora desfruta o Senador Veneziano nos chamou a atenção por ocasião dos debates realizados nas eleições de 2022, quando o governador João Azevedo o “alfinetava” como campeão de “emendas” do estigmatizado Orçamento Secreto. Derrubado pelo STF, como “Emenda do Relator”, tonou-se “Ação Parlamentar”, consolidada através de uma PEC rotulada como emenda de destinação específica, aprovada no OGU: coletivas, de bancadas e individuais.

Causa-nos perplexidade, a dispersão, distância ou arrogância de nossas elites econômicas, meios acadêmicos universitários, políticos locais e regionais, que não buscam interagir com nossos representantes no Senado Federal, convidando-os para um debate permanente na busca de formatar um projeto suprapartidário, comum a todos, pelo bem de Campina, para que ela permaneça crescendo e continue grande.

Entre 2012 e 2022 os três Senadores que representavam a Paraíba tinham Campina Grande como seu principal reduto eleitoral.

Daniella Ribeiro, Nilda Gondim e seu filho Veneziano Vital do Rêgo. Ninguém atentou para a oportunidade perdida? Hoje, Veneziano Vital do Rêgo continua como vice-presidente do Senado. Daniella Ribeiro, Relatora do OGU – Orçamento Geral da União (2024). Seu irmão Aguinaldo, Relator da Reforma Tributária na Câmara, e no Senado, Efraim filho, que recebeu os votos dos Cunha Lima em Campina Grande (2022). O fim do “pastoril” desagregador entre Rêgo e Cunha Lima foi um gesto de altruísmo que deve ser seguido por Daniella.

Entidades como UFCG, UFPB, Fundação Parque Tecnológico, Associação Comercial, Federação das Indústrias, CDL, dentre outras, precisam elaborar conjuntamente uma agenda positiva e suprapartidária, convidar a classe política para apoiá-los em projetos que assegurem desenvolvimento permanente.

Por que não começar pela instalação de uma ZPE (Zona de Processamento de Exportação), sugerida recentemente pelo presidente da ALPB Adriano Galdino, e que depende só dos Relatores da Reforma Tributária (Aguinaldo e Efraim)? A reboque viria um Porto Seco, que escoaria a exportação de produtos do polo têxtil de Caruaru, Santa Cruz, Toritama… Incentivos para o replantio do algodão e sisal… O recomendável é aproveitar o momento que é transitório. Evitemos chorar, depois, pelo leite derramado.

A PENA É MÁXIMA NO TRIBUNAL DO NARCOTRÁFICO

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A tragédia que abalou o país, nas primeiras horas da madrugada da última sexta-feira (06/10/2023), revelou mais uma vez a mefistofélica face do terror – deixando evidências inconfundíveis para uma população atemorizada composta de 215 milhões de habitantes – ao depararem-se com a triste realidade, que estão permanentemente expostos a um quadro de insegurança generalizada, legado de uma orfandade motivada pelo vácuo atribuído a ausência do Estado, sustentado com seus impostos.

O Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, ao tomar conhecimento da tragédia ocorrida no Rio de Janeiro – área mais nobre e segura da cidade maravilhosa – imediatamente levantou suspeitas sobre possibilidades da chacina ter um cunho político ideológico. Uma das vítimas era irmão da deputada federal (PSOL) Sâmia Bomfim. A obsessão de Dino, compara-se ao “martelo” que só enxerga “pregos”.

No instante que proferia este desastroso e insensato discurso em Salvador, na cidade Baiana Jequié, bandidos invadiram uma casa e dizimaram uma família. Sete foram assassinados. Quatro adultos, uma criança e uma grávida de nove meses. Dino não se pronunciou sobre a barbárie. Culpou o governo Bolsonaro, pelo “armamentismo irresponsável”. Nos dois episódios, as vítimas não dispunham de armas de defesa.

Flávio Dino assumiu o Ministério da Justiça, anexando o da Segurança Nacional. É o homem que concentra mais poder de polícia no país. Força Nacional de Segurança, Polícias Federal e Rodoviária Federal. Decorridos dez meses de sua posse, Dino nunca mencionou a existência de um plano estratégico para combater o tráfico de drogas (nacional) e o mega-narcotráfico internacional, que usa o Brasil como “corredor” para escoamento que abastece os continentes Africano e Europeu. Não sabe quando e nem como acabará em definitivo com as 80 OCRIM – por ele reconhecidas – números conflitantes com as ONGs, que mencionam 140.

Seu único e canhestro projeto, se resume numa caçada insana na busca de punir, perseguir e encarcerar a direita conservadora patriota Cristã, que ele e o consórcio midiático, estigmatizam como “Bolsonaristas radicais” ou “extrema direita”. E ele? Está no outro extremo? O das esquerdas?

Neste interregno, as OCRIM – câncer que destrói o tecido social com metástase espalhada por todo território nacional – arrosta o Estado, se impondo e consolidando-se como um “Estado criminoso”, dentro de um apequenado Estado de Direito Democrático, eleito pelo povo. Vinte e quatro horas antes da carnificina carioca, Dino negou o envio da Força Nacional de Segurança, solicitada pelo governador do Rio.

A única justificativa para impedir o deslocamento das tropas, se enxerga no retrovisor dos fatos, período pré e pós campanha eleitoral de 2022. Lula com o “boné do CPX, sem segurança, discursando para líderes e reféns do narcotráfico. Em seguida, Flávio Dino, no Complexo de Favelas Marés, participou de uma reunião com traficantes para pacificar a área. O Estado se rendeu aos bandidos… Pergunta: como a segurança pública sabia que o irmão de Sâmia era idêntico a um Chefe de Milícia? E por que esse criminoso está solto? Em entrevista, o governador falou que o caso estava encerrado. Não havia mais o que investigar, os assassinos foram executados. E os mandantes? Não serão punidos? Líderes presos nas áreas de segurança máxima do complexo Bangu, não serão transferidos para presídios federais? Aos familiares das vítimas, restam só o pranto? E a Justiça, só a Divina?

O FORTALECIMENTO DE BRUNO

            A “canetada” do prefeito Bruno Cunha Lima (29/09/2023) exonerando milhares de prestadores de serviços – contratados irregularmente – ao lado de ocupantes de “Cargos Comissionados”, motivou agitação além limítrofes do município, ensejando curiosamente, “críticas oportunistas” dos empedernidos adversários do Clã Cunha Lima, enxergando no neto de Ivandro o fenômeno “Fênix”. Ainda ardem brasas sob cinzas.

Uma Festa para mídia local, que padecia da escassez de notícias, oriundas de fatos relevantes. Sobrevivendo do “press release”, alimentado pelas assessorias políticas, teve seu quotidiano alterado, despertando a atenção do “enfastiado” leitor internauta, ouvinte e telespectador web, público ora “antenado” nos acontecimentos de Brasília, “briga de cachorro grande”, travada entre os três poderes da República.  

A omissão sobre o número exato, ou relação identificando os prestadores e comissionados exonerados, suscita dúvidas sobre a extensão do dano, e seus reflexos diretos causados nas famílias “vitimadas”, politicamente “enlutadas”. Afinal, foram oito, nove ou 10 mil? Impossível uma cidade do porte de Campina Grande, a Prefeitura ter em seu organograma funcional, oito mil cargos comissionados. Nem a burocracia do governo do Estado, com 223 municípios, dispõe deste número de postos. Exageraram?

A história se repete em forma de espiral. Testemunhamos ao longo do tempo, inúmeros episódios, e seus efeitos posteriores, praticados no mesmo formato e estilo da ação de Bruno Cunha Lima. Fazendo uma analogia a Contabilidade, trata-se apenas de um “encontro de contas”. Quem deve a quem, e como a dívida será quitada.

O “racha” ocorrido entre os Cunha Lima e o governador José Maranhão, episódio do Clube Campestre (21/03/1998) evidenciou a tese do saudoso Stanislaw Ponte Preta: fogo de morro acima, água de ladeira abaixo e “poder de caneta”, sobreviventes são heróis mortos. Da frase original, substituímos o “poder de Caneta”, por uma expressão pornográfica, que se refere a ereção masculina.

Dia seguinte, 22/03/1998, a opinião da mídia paraibana foi unânime: “Ronaldo acabou o governo de Maranhão… Só existe uma saída, renúncia de Maranhão… A resposta do governador foi através do Diário Oficial, que durante uma semana, sua rotativa funcionou 24 horas por dia, em “Edição Continua”. Estima-se de 40 a 50 mil exonerados no primeiro momento. O pânico foi geral. Maranhão se escondia da multidão – a mesma que, inspirada no Apóstolo Pedro, negou três vezes Jesus – todos à procura de externar “solidariedade” a vítima da cólera, inveja, ódio de Ronaldo (?).

Em Brasília, curando a ressaca física/moral, o poeta percebeu que as necessidades das vísceras, superam os mais nobres idealismos e fantasiosos sentimentos provindos de um coração extasiado pela paixão. Nos clippings que recebia sobre as notícias da Paraíba, todos os seus fiéis seguidores tinham esquecido a poesia e se dedicado à leitura do D.O.E. Quem seria o próximo?

Trinta dias depois, Maranhão veio a Campina Grande. Aeroporto João Suassuna lotado. Estávamos presentes e não só vimos, mas conversamos com Mário Araújo e Eraldo César. Ronaldistas de intimidade, que causavam ciúmes até a Glória. Irreverente, perguntei a ambos: e o poeta? Como resposta ouvimos: “aqui estamos como Chefe do Escritório do governo e o subchefe… Maranhão é o governador e é nosso dever recepcioná-lo”. Concluíram: “Ronaldo errou, foi um gesto insano. Maranhão sempre foi leal a ele (?)”.

Maranhão foi candidato à reeleição, e o mais votado proporcionalmente do Brasil, com 82% dos votos válidos. Os Cunha Lima não apoiaram a postulação de oposição, encabeçada pelo deputado federal Gilvan Freire (PSB). Na visão do Clã, Gilvan, se eleito, seria outra força política a ser demolida, para sobreviverem. Preferiram derrotar Buriti – marcando o voto em Cozete Barbosa – e se organizarem para 2022.

Em tempo: Romero já se pronunciou? Censurou Bruno? Ameaçou romper? A oportunidade perdida foi a de ser vice de João Azevedo. Mas, para quem não corre risco e só joga para vencer, não acreditou na reeleição do pessebista. E como “em tempos de pouca farinha, primeiro o meu pirão” sua opção foi ficar com um mandato de deputado federal. A fila de Bruno hoje é semelhante à de Maranhão (1998).

QUAEST REGISTRA DESESPERANÇA DOS BRASILEIROS

                         O CEO da Quaest Pesquisa e Consultoria, Felipe Nunes, PhD em Ciência Política, Mestre em Estatística pela Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), abrolhado nas eleições de 2022 de forma “festiva” pelo consórcio midiático, integrado pelo jornalismo tradicional/profissional – em militância – esteve ontem (domingo 01/10/2023), no programa WW Especial com William Waack (CNN Brasil).

                          Convidado de honra, para expor e comentar dados de uma ampla amostragem realizada durante a semana (25/30/09/2023) em todo o país, investigando o comportamento da sociedade, na tentativa de interpretar “leitura”, sobre o que pensa o brasileiro e suas expectativas, após decorridos dez meses de um novo governo, o resultado foi chocante, e deixou transtornado não só o âncora mediador do debate, mas, principalmente os cientistas políticos convidados, José Álvaro Moisés, Elizabeth Balbachevsky e o próprio Felipe Nunes – olhos esbugalhados – externando instintivamente “inconformismo” com o material colhido em campo, por ele avaliado.

                         Cabisbaixo, procurando minimizar os efeitos devastadores de uma realidade ignorada por ele e sua “turma”, que se consideram onipotentes em suas opiniões, William Waack mudou seu semblante, quando Felipe Nunes divulgou os primeiros índices de sua pesquisa: 41% dos entrevistados pretendem e estão à procura de deixar o Brasil. Waack deve ter percebido, que o nosso povo, tem a mesma desesperança – sufocada pela impotência – ora vivida pelos Venezuelanos, Cubanos, Nicaraguenses e Coreanos do Norte. Para onde ir? Como se reinventar num mercado de trabalho distinto do nosso? A dificuldade de adaptar-se a uma nova Cultura, comportamento social, sem raízes? Somos Judeus Alemães fugindo do Nazismo?

                         A segunda intervenção de Felipe Nunes, comentando sobre a nossa democracia representativa, revelou a derrocada das instituições construídas pela “mídia” tradicional, e seu fraudulento papel doutrinador – até “sicário” – a serviço do trilionário mundo “globalista progressista”. Percentual alarmante de 90%, não se sentem legitimamente representados por partidos políticos. Se não fosse a dinheirama despejada pelo PT, hoje ele estaria no mesmo patamar do PSOL, PCdoB, PV ou REDE.

                         Constrangido, William Waack transferia para seus convidados a tarefa de justificar o surgimento de eventos catastróficos e imprevisíveis. Entraram no “oito”. Iam e voltavam mas, não encontraram outra resposta, senão o velho chavão de culpar o “Bolsonarismo” e extrema direita (?) Clichês ou estereótipos, criados por eles mesmos, para estigmatizar todos que abominavam suas imposições ideológicas.

                         Felipe Nunes foi contido, para não mostrar os números que revelam descréditos da população em relação ao STF e mídia profissional/tradicional. Evitou o vexame. Mas, nas entrelinhas, seus cientistas políticos convidados, deixaram escapar que não alcançam dois dígitos. Fracasso retumbante.

                         Cômico, se não fosse trágico, os “cientistas políticos” e o próprio Felipe Nunes, na procura de “culpados”, esbarraram no PT (?). Pretexto abominável para estupradores da “verdade”, justificarem seus crimes, inspirados no mesquinho propósito de simplesmente tomarem o poder a qualquer custo. Na opinião unânime dos integrantes da mesa, a salvação está em Fernando Haddad (?) um novo “Chicago Boy” que orgulharia Milton Friedman, mais vocacionado ao neoliberalismo que o ex-ministro Paulo Guedes. Os cientistas políticos concluíram que o PT atrapalha o governo.

                         Na busca de salvar sua empresa, Felipe Nunes errou até matematicamente, ao afirmar que o país está dividido. “Sul, Sudeste, Centro-oeste estão “azul”. Nordeste “vermelho Lula”. E o norte? Como o país pode estar dividido se a população do Sul, Sudeste e Centro-Oeste superam a do Nordeste? Ao culpar o radicalismo criado por eles mesmos, o “nós contra eles”, os efeitos constatados na amostragem são desastrosos, atingindo até o mundo empresarial. A empresa que financiou e fez campanha pró Lula, por mais atraente que sejam suas promoções, é execrada pelo consumidor “antipetista”. Perderam milhões, pelo boicote dos conservadores.

                         Infelizmente esta pesquisa não foi realizada pelo paraibano Professor Pedro Cézar, em nossa opinião um gênio na área. Previu a eleição de Bolsonaro em 2018, quando ninguém acreditava. Um grande estatístico vítima do “regionalismo”.

                         Saudoso autor (Baiano) José Wilker, em entrevista sobre sua trajetória no mundo da interpretação, indagaram qual o papel mais difícil que ele havia representado. “O de ser carioca quando cheguei ao Rio. Como nordestino, jamais teria um papel na Globo, senão o de figurante”.

                         O próprio Jesus Cristo se manifestou sobre este tipo de discriminação. Toda a população aguardava na Sinagoga, a chega do novo Messias. Ao perceberem que era o filho de Maria e José, o ambiente esvaziou-se. Olhando para os poucos que ficaram, Jesus exclamou: “como é difícil ser profeta em sua própria terra”.   

SENADO FICA AO LADO DO POVO E PÕE STF EM XEQUE

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Finalmente o Congresso Nacional resolveu agir em tempo, e ontem (27/09/2023), pois o primeiro freio nas bravatas ilegais, prepotentes e arrogantes do STF, impedindo a instalação definitiva da “Ditadura da Toga”.

Reinterpretando a todo instante artigos e até cláusulas pétreas da Constituição, o “ativismo Judiciário” foi além dos seus limites, abusando da infinita tolerância e acomodada paciência do resignado cidadão brasileiro, aterrorizado pelo medo. Criou um quadro de “insegurança jurídica”, atropelando constantemente as prerrogativas do Poder Executivo (governo Bolsonaro) e como se não bastasse, ultimamente avocando para si “poderes” de legislar, ignorando o Parlamento e seus legítimos representantes eleitos democraticamente pelo povo, especificamente para exercer essas atribuições.

A aprovação do PL (Projeto Lei) 2.903/2023, restabelecendo o Marco Temporal que determina e reconhece a ocupação das terras indígenas até cinco anos antes da promulgação da Constituição Cidadã de 1988, pode ser considerada como a última tentativa (pacífica) de restabelecer a ordem exigida num Estado de Direito Democrático. O povo ficará ao lado do Congresso, agradecido pela “alforria”.

O STF apoiou a operação lava-jato, até o MPF – através das delações – chegar a um de seus membros: “amigo do meu pai” (Odebrecht). Ficou patente naquele momento o inevitável “efeito dominó” sobre os demais, sugerindo que todos estavam envolvidos até o pescoço. A reação foi se unirem – ato de desespero – levando Gilmar Mendes a abraçar Luís Roberto Barroso, inimigo ferrenho com quem trocava acusações e agressões verbais, sobre comportamento ambíguo fora das paredes da Suprema Corte, através de seu escritório (RJ) com clientes privilegiados.

O elemento surpresa uniu todos, e a partir de então todo tipo de absurdo foi praticado “em nome da lei”, interpretada pelo STF. Um pântano de areia movediça, engolfando decisões de Juízes, Desembargadores, Ministros do STJ, respeitados Juristas…Fazendo uma analogia ao futebol de campo (pelada), passaram a ser o dono da bola. Sem eles, não haveria jogo. Dias Toffoli sequestrou o COAF por uma semana, quando um jornalista denunciou transações suspeitas em sua conta bancária. Um crime sem precedentes, violação à Constituição, vergonha internacional para o Banco Central. O sigilo de todos estava exposto, e são do conhecimento do Ministro, compartilhado com seu mentor Zé Dirceu.

Temendo ampla divulgação através da mídia internacional Toffoli criou o “inquérito do fim do mundo” (Fake News). Processo onde ele é a vítima, instaura o inquérito, investiga, acusa e julga (?). Ainda querem que o mundo nos respeite, como um País democrático? Impossível! O gesto do Presidente Joe Biden – não convidando Lula após Assembleia Geral da ONU – para jantar oferecido a trinta chefes de Estado, ficou patente que ele não reconhece a legitimidade de sua eleição. Relatórios enviados pela CIA e sua embaixada no Brasil mostram sua impopularidade e completa rejeição.

O “inquérito do fim do mundo” caiu no colo de Alexandre de Morais, o autêntico Robespierre (revolução Francesa) e sua eterna ameaça sobre todos os membros da Assembleia Constituinte: “cabeças vão rolar”. Muitos foram guilhotinados, até chegar o seu próprio dia. Um consenso foi estabelecido no Parlamento: para escaparem do furor tirânico, todos decidiram julgar, e guilhotinar o próprio Robespierre.

As decisões monocráticas e autocráticas de Alexandre de Morais, desconhecendo a existência do MPF; comportamento tendencioso nas eleições de 2022; Carmem Lúcia, concordando com a suspensão das liberdades e imposição da Censura; prisões do 08/01/2023, estilo Nazista (SS/Gestapo), indiscriminadamente, levando para um Campo de Concentração crianças de colo, mães amamentando, idosos com doenças crônicas (diabetes, hipertensões), cerceamento do direito de defesa, impedindo assistência jurídicas, terá registro na história como o maior ato de tortura e tirania, praticado contra inocentes, em pleno século XXI. Todavia, o STF ainda tem munição. Poderá não reconhecer o PL 2.903/2023. Votarão em 24hs uma PEC.

Temendo a revanche, Arthur Lira acatou a decisão de dezesseis lideranças partidárias, decididas em trancar a pauta até o PL ser sancionado pelo presidente. Qual? Lula não se afastou para tratamento de saúde? Estará “cirurgiado”, e para humilhar seu vice Geraldo Alckmin, designou a primeira dama Janja para cumprir sua agenda.

Neste “cabo de guerra”, o impeachment pode ser usado contra Ministros do STF, e o próprio Lula – sem Orçamento – gastando sem autorização legislativa. Crime de Improbidade, com uso de “pedaladas fiscais”.

PERDEDORES DA FIEP SOFRERAM DUAS DERROTAS CONSECUTIVAS NA JUSTIÇA DO TRABALHO

            Setenta e duas horas antes da posse da nova diretoria da FIEP – quadriênio 2023/2027 – agendada para às 09:30 da próxima segunda-feira, a chapa derrotada ainda fez duas tentativas para impedir a solenidade formal, através da Justiça do Trabalho. Pressionando a 2ª Vara do Trabalho, conseguiram a sentença do Juiz Titular, Carlos Hindemburg de Figueiredo às 08:30 de ontem, sexta-feira (22/09/2023), que em sua decisão, averbou-se suspeito, afastando-se do processo, por questões de foro íntimo.

            Esta não foi a primeira vez que o Juiz se averbou suspeito, em julgar uma ação que pede afastamento do presidente da FIEP Buega Gadelha. No dia 30/01/2023, petição semelhante, eivada de vícios, precária e sem fundamentação na legislação vigente ou Jurisprudências correlatas, levou o Meritíssimo Carlos Hindemburg a optar por não julgar a procedência dos suplicantes, alegando razões de foro íntimo. Outro despacho no dia 07/02/2023 ratificou o anterior.

            Os irascíveis litigantes de má fé, que não aceitam o resultado do pleito, onde obtiveram apenas 10, dos 26 votos, compostos por membros do Conselho (presidentes de Sindicatos Patronais) ainda buscam constantemente na Justiça do Trabalho, togados simpatizantes a sua causa (?). Uma aberração imoral e sem precedentes, praticada em caráter delinquente, por “figuras” que se julgam acima da lei. Onde encontrar amparo, usando a legalidade para legitimar um erro? Como se consegue vencer uma pleito, através de um ato monocrático de um Juiz, Desembargador ou Ministro das Cortes Superiores de Justiça? Querem varrer a democracia para debaixo do tapete?

PRUDÊNCIA

            A decisão do Juiz Carlos Hindemburg, além de prudente, foi sábia. Caso afastasse o presidente Buega Gadelha (ontem) impedindo sua posse, indiretamente estaria anulando uma eleição transparente, conduzida pela própria Justiça do Trabalho – com trânsito julgado – já que não houve nenhum pedido de impugnação das partes no prazo legal, nem posterior ao pleito, e todos assinaram o livro de Ata, concordando com a lisura do processo.

Destituir Buega Gadelha, por ser parte de uma investigação que está sendo realizada pelo MPF, nas Federações das Indústrias de todos os Estados do país, ainda sem sentença, na fase de oitivas, e sequer com premissa do Juiz acatar ou não a denúncia, seria um ato arriscado. A deliberação sobre o contencioso seria inversa: caso já tivesse ocorrido julgamento e condenação de Buega Gadelha, com trânsito julgado em última instância, a Justiça do Trabalho poderia ser acionada para afastá-lo.

ÚLTIMA TENTATIVA

Acostando-se ao jargão policial: “delinquente estão sempre dois passos à frente da Polícia”, os êmulos desonestos, reivindicadores de direitos que não possuem, praticam no quotidiano o mesmo, nas esferas judiciais. A decisão do Juiz Carlos Hindemburg foi protocolada eletronicamente às 08:30 da manhã de ontem (22/09/2023). Imediatamente às 09:30 (uma hora após a sentença), os advogados dos tartufos, imediatamente entraram com nova “Tutelar”, junto ao Juízo da Corregedoria Geral do TRT-PB, na intenção de obter imediatamente uma liminar, que afastasse Buega. Ao procurarem a Corregedoria de Plantão, suscitaram uma provável incompetência, descaso ou suspeição do Magistrado Carlos Hindemburg Figueiredo, exigindo invalidação de sua decisão. Um aceno antiético, comprometedor que evidencia nas suas entrelinhas, omissão ou parcialidade do respeitado Magistrado.

A Juíza de Plantão Ana Beatriz Dias Fernandes Gondim, negou peremptoriamente a imponderada petição, manteve Buega no Cargo assegurando sua posse, e finalizou seu despacho encaminhando o processo para ser julgado no prazo de 30 dias úteis, a partir de sua decisão, por um Juiz designado pela Corregedoria ou Presidência do TRT-PB. No entendimento de alguns estudiosos da área, a ação perdeu seu objeto, já que se tratava da gestão de Buega, no período que se encerrará a partir das 09:30 de segunda-feira próxima. O que tentarão doravante? A anulação da eleição já foi negada por unanimidade do Pleno do TRT/PB?                 

           Fonte Redação, por Júnior Gurgel    

AFRONTA OPORTUNA AO CERIMONIAL

Por ocasião do lançamento do novo PAC na Paraíba – mais um evento sem a presença do presidente Lula na terra dos Tabajaras – o “zeloso” cerimonial havia previamente selecionado quem teria acesso à tribuna, para com o uso da palavra abrilhantar a solenidade, rasgando elogios no velho estilo “confetes/serpentinas”.

A tarefa do cerimonial era evitar – por precauções – alocuções surpresas, com cobranças de promessas da campanha. Fatos registrados recentemente na Bahia e em Pernambuco (causadores de vexames) deixaram Lula e sua equipe de “calças curtas”. O intento de suprimir do rol de oradores o presidente da ALPB, deputado Adriano Galdino, feriu os brios do parlamento paraibano, que exigiu presença do presidente da Casa Epitácio Pessoa, porta-voz dos reclamos do povo paraibano, aliado de primeira hora do candidato “petista”, como voz independente e dissidente da orientação nacional do sua legenda – Republicano – cuja maioria não votou em Lula.

A autenticidade de Adriano Galdino foi demonstrada logo que chegou à tribuna e, antes de iniciar seu pronunciamento, quando consultou o relógio. Recado subliminar para os presentes, deixando claro que o haviam concedido minutos, por questão de gentileza, poupando constrangimentos. Quebrando o protocolo, Adriano Galdino destacou em primeiro lugar as virtudes do governador João Azevedo, seu aliado. Em seguida, dirigiu-se ao presidente da FEMUP – Federação dos Municípios da Paraíba, alguns prefeitos presentes e nominou todos os seus colegas do parlamento que prestigiaram a solenidade. Não parou por aí…

Aproveitando o ensejo, fez duras críticas a Reforma Tributária, que limita ainda mais a capacidade financeira de Municípios e Estados, transformando seus gestores num futuro próximo em meros “Síndicos de Condomínios”. Alvejou o governo federal, através do ministro Rui Costa – olhos e ouvidos de Lula – mostrando o estado de calamidade financeira vivida pelos prefeitos, com cortes inexplicáveis do Tesouro Nacional reduzindo drasticamente as transferências constitucionais (FPM/FPE).

O programa do Partido dos Trabalhadores despreza por completo a valorização das lideranças políticas, a partir do vereador. Reconhece e fortalece os Sindicatos (que não são votados pela população), Movimentos Sociais, ONGs e enaltecem a “Cultura” como formadora de opinião e doutrinadora das massas. Um tipo de abordagem conflitante com a democracia, que constrói lideranças interativas com os anseios populares a partir de sua menor célula, o município.

A intromissão de Adriano Galdino, considerada pela cúpula petista como “inoportuna”, foi celebrada como triunfo pela classe política: “o grito que salvou a boiada”. Não faz sentido a grande mídia nacional diariamente noticiar o crescimento econômico do País, com previsões do PIB ultrapassar 3% este ano, e o Governo Federal manipular dados negativos, no momento de dividir o “bolo” com Estados e Municípios.

Coincidentemente ou não, após o desabafo de Adriano as perdas do FPM/FPE de junho/agosto de 2023 serão repostas em duas parcelas. Como nos explicou o deputado federal Wilson Santiago – companheiro de legenda de Adriano Galdino – 10 bilhões serão repassados no final deste mês de setembro. Outros 10 bilhões em dezembro. Destaque-se que estes repasses previstos são perdas oriundas da desoneração dos preços dos combustíveis e a redução do IPI para desovar os pátios das montadoras de automóveis, ideia de Geraldo Alckmin. Os ganhos reais com o crescimento da economia em 2023 não se inserem neste “gesto benevolente” do Governo Federal, que deveria se desculpar por ter causado danos irreparáveis a Estados e Municípios do Norte/Nordeste, especialmente os localizados no semiárido.

DANIELLA E AGUINALDO RIBEIRO COM AS CHAVES DO COFRE DO TESOURO NACIONAL: VÃO PRIORIZAR CAMPINA GRANDE E A PARAÍBA?

            Eis que surge o momento ímpar de Campina Grande e da Paraíba, se abastecerem de recursos, para alavancar seu desenvolvimento, consolidar-se como alvo principal dos grandes investidores nacionais e internacionais, num meteórico espaço de tempo (2023) com a “janela da oportunidade” aberta pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro e sua irmã, senadora Daniella Ribeiro. O primeiro, Relator da Reforma Tributária, que ainda volta para Câmara, para chancelar as alterações feitas pelo Senado Federal.

            A senadora Daniella Ribeiro, presidente do OGU – Orçamento Geral da União –  mais volumoso de todos os tempos – decidirá sobre onde serão aplicados os trilhões de reais, fruto da arrecadação de impostos prevista para 2024. Para compor o quadro de favoritismo, o vice-presidente do Senado é também um Campinense: Veneziano Vital do Rego. O líder do Republicano, Hugo Mota, apesar de ser um sertanejo Patoense, forma no grupo liderado pelo deputado estadual Adriano Galdino, presidente da ALPB, competente guardião da base governista, que dá sustentação a gestão João Azevedo.

            Na corrida contra o tempo, o “Campinismo” e a Paraíba tem que se mobilizar, superando divergências oriundas do radicalismo partidários, curar sequelas e cicatrizar feridas abertas – ainda expostas – hematomas deixados pela batalha travada em 2022.

            Entidades Classistas como FIEP, Associação comercial; CDL; Fundação Parque Tecnológico; Universidades Públicas… Devem se unirem e convidar urgentemente sua classe política, representada através de dois Senadores, cinco deputados federais; deputados estaduais; prefeito de Campina Grande; prefeito de João Pessoa; presidente da ALPB; FAMUP; governo do Estado; para conjuntamente apresentarem uma agenda de aporte de recursos, valores que viabilizarão projetos que dormitam nas empoeiras prateleiras Ministeriais por décadas, Ideias que viabilizam o futuro do Estado.

            Agora ou nunca. Este momento, a Paraíba já desfrutou há quase um século, quando Vargas assumiu a presidência da Junta Governativa da Revolução de 1930 e nomeou como Ministro das Comunicação Interior e Obras Públicas, o saudoso José Américo de Almeida. A pequena Paraíba, deu um salto de qualidade e se fez respeitada politicamente no cenário nacional. Mas, faltaram projetos técnicos, para transformá-la no Oasis do Seminário nordestino.

MAIS PARAÍBA MENOS BRASÍLIA

            Abdicar da vaidade pessoal e abraçar o altruísmo, é a único proveito que desfrutará o eleitor paraibano, que votou em Daniella Ribeiro e Veneziano Vital do Rêgo nas eleições de 2018. Que lutem por Campina Grande, para relocar o Polo Metal Mecânico, destinado a Caruaru, imposição de Eduardo Campos, aceito ou ignorado por Ricardo Coutinho.

Recuperem o polo de fiação e tecelagem; concluam a transposição e tragam de volta para Rainha da Borborema, o Centro de Pesquisas da Embrapa. Instrumentalizem o Instituto do Seminário; carreiem recursos para reestruturar o Parque Tecnológico; invistam na Ciência e Engenharia da Computação e Elétrica da UFCG. Ações suficientes para Campina retomar seu espaço na ordem de grandeza, perdido nas últimas décadas.

A peleja de Daniella Ribeiro para assumir uma vaga no TCU, terá um custo político com renúncia, ou concessões de verbas do OGU. Veneziano Vital do Rêgo, seu opositor, tenta emplacar Rodrigo Pacheco, para assumir a Presidência do Senado e comandar com poder de caneta, sua eleição complementar, com direito a mais duas reeleições, a exemplo de Rodrigo Maia na Câmara dos Deputados. Olhem no para-brisas hoje, para não serem vistos no retrovisor do eleitor do amanhã.

CAMPINISMO: UMA IDEOLOGIA SUPRAPARTIDÁRIA 

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O simbolismo deste registro fotográfico indica a possibilidade de Campina Grande retomar sua trajetória de grandeza – acima das disputas partidárias – e voltar a trilhar caminhos que transformaram uma cidade do interior nordestino, a partir dos anos vinte, do século XX, no maior centro comercial e de desenvolvimento do País, desafiando pré-requisitos geográficos, por se localizar distante das margens dos grandes rios, lagos e litoral, onde se assentaram as grandes civilizações da história.

O milagre do crescimento de Campina Grande foi a chegada do trem (ferrovia) em 1912, que permitiu o escoamento de um grande entreposto comercial em formação, com uma população de cinco mil habitantes. Oito anos depois (1920) surpreendia o Estado e o País, acomodando dentro de um formato urbanista desordenado 80 mil habitantes. A cidade vivia seus dias de “corrida do ouro”, paradoxalmente, sem dispor de sítios de mineração.

Senador Veneziano Vital do Rego, ao lado de Arthur Almeida (Bolinha), comemorando o 98º aniversário de fundação do Treze Futebol Clube, intuitivamente protagonizaram um instante “mágico” redivivo, trazendo de volta a visão de seus ancestrais, cujo propósitos convergentes eram tornar Campina, grande.

No meio político, se constrói e se destrói sonhos e projetos que norteiam as gerações futuras. Quando usado de forma errada, o partidarismo passa a ser predatório e danoso. Divide, subtrai e atrofia as inteligências brilhantes, levando-as a abominarem a “convergência”, causa nobre e locomotiva do progresso. Sempre houve disputas políticas renhidas na Rainha da Borborema. Passado o pleito, se reestabelecia a paz, através das entidades associativas: Agremiações Esportivas, Maçonaria, Rotary Club, Lions Clube, Associação Comercial, CDL, FIEP…Até as SAB’s – Sociedades de Amigos dos Bairros.

A cidade cresceu e estourou economicamente até o final dos anos sessenta. Na guerra do Argemirismo x Cabralismo, que se revezavam no poder político desde 1945, teve como vitorioso súditos da Rainha da Borborema.

Arthur Almeida (Bolinha) foi candidato em 2022 a vice-governador, na chapa encabeçada por Nilvan Ferreira (PL). Senador Veneziano Vital do Rego disputou o cargo de governador pelo MDB. Ambos não chegaram ao segundo turno. Ficou patente o divisionismo da cidade – com quatro postulantes em chapas majoritárias – pleiteando o governo do Estado. Logrou êxito um “Pessoense”. Faltou diálogo na linguagem do esquecido dialeto “Campinismo”.

Conversando com o professor Emir Candeia – cerca de um ano atrás – abordamos o sono profundo que deixou Campina Grande inerte e adormecida durante as últimas três décadas. Não procuramos nomear culpados, buscamos identificar causas e efeitos. Chegamos à conclusão que as divergências político/partidárias insanas, triunfaram. Campina Grande foi derrotada.

Caímos no ranking que nos posicionava como a maior cidade do interior do Norte/Nordeste. Mas, ainda dispomos de ferramentas suficientes para voltar a crescer. Duas grandes Universidades Públicas (Referência regional em Educação), diversas Universidades privadas, capitaneadas pela gigante UNIFACISA; maior centro médico do interior, com dez grandes hospitais; Parque Tecnológico (o primeiro do Brasil), sede do Instituto do Semiárido… Com vontade política, seremos capazes de reindustrializá-la e devolvê-la à  sua posição como centro abastecedor da região envolvendo o RN, CE, PE, PI.

JOÃO AZEVEDO CONTINUA EM CAMPANHA

Encontramos ontem em Campina Grande, o veterano deputado federal Wilson Santiago, com quem tomamos um café “adoçado” com política, momento oportuno para tentarmos mapear os destinos do Republicanos e do governador João Azevedo, com vistas às eleições de 2026.

Tem surpreendido a todos, o ritmo alucinante de João Azevedo – ainda em campanha – mesmo depois de reeleito. Diariamente, todos os blogs e Portais de Notícia, mostram o governador inaugurando obras, assinando convênios, expandindo sua base partidária – alcançando 75 municípios – participando de eventos que vão da construção do seu orçamento participativo, até “batizados” ou “extrema unções”. Basta convidá-lo, e sem rodeios, ele marca presença. “Quem não é visto, não é lembrado”.

Cuidadoso com as palavras, Wilson Santiago nos respondeu algumas indagações sobre o pleito de 2026. Na sua visão, os dois Senadores eleitos serão João Azevedo e Hugo Mota. Admite um recuo de Daniella, que poderá abdicar de concorrer, em nome de um sonho: o orgulho de ver seu filho (vice-governador) assumir os destinos da Paraíba. Misteriosamente Santiago não arriscou prognosticar se Lucas Ribeiro seria candidato à reeleição no cargo. Ficou subentendido, que a prioridade da aliança João Azevedo, Republicanos e União Brasil, será a representação do Estado no Congresso Nacional.

Sobre o quadro nacional, Santiago acredita no pragmatismo de Lula. Ele o conhece, e até já o salvou, no seu primeiro mandato, por ocasião do “Mensalão”. Wilson Santiago era o líder do PMDB, com 81 deputados. Severino Cavalcanti, então presidente da Câmara, havia perdido o controle da Casa, após ser acuado por Fernando Gabeira, que havia denunciado o “Mensalinho”. Na reunião de líderes (quinze) empatado em 7 x7, coube a Santiago o voto de desempate, evitando a Mesa Diretora acatar pedido de admissibilidade do processo de impeachment. Santiago justificou na época, a inexistência de evidências comprometedoras do presidente, nas ações de Zé Dirceu.

Lula havia desembarcado em Sergipe. Na lapela um broche de Nossa Senhora da Aparecida – punho envolto com um terço – e na mão o crucifixo. Nesta viagem marcante, acompanhada e documentada por jornalistas da grande mídia nacional, Lula havia chorado no avião presidencial, e repetido várias vezes, a frase que o país talvez já tenha esquecido: “não vi, não ouvi, não sei de nada que aconteceu”. Ligaram de Brasília e relataram o resultado da decisão do Colégio de Líderes, destacando a surpresa do voto decisivo de Wilson Santiago. Imediatamente Lula ligou para o deputado paraibano, agradeceu, e pediu que fosse ao Palácio dia seguinte.

Em Palácio, Lula abordou Santiago sem circunlóquios: “o que faço para o PMDB me apoiar até o final do governo?” Prontamente Santiago respondeu, “dois Ministérios: Saúde e Minas e Energia. Mas, preciso reunir todos, sei que cobrarão mais espaço”. Traga os nomes – cobrou Lula – mandarei publicar amanhã no Diário Oficial. Santiago procurou Sarney, e entregou o destino de Lula ao velho Cacique, que deu conta do recado. Prometeu apoiá-lo – inclusive em sua reeleição – e deixá-lo em casa em 01 de Janeiro de 2011. Assim o fez. Wilson passou a ser respeitado e admirado por Sarney, que o pôs (2011) como vice-presidente do Senado, e por 70 dias esteve como presidente do Congresso, ocasião que o STF estava julgando ação de Cássio Cunha Lima, cobrando do TRE-PB, contagem dos seus votos e sua diplomação.

As circunstâncias do momento não são as mesmas de 2004. Porém, se a pressão subir, Lula repetirá, sem constrangimento, o gesto de outrora. Quanto às andanças de João Azevedo, está correta a avaliação do ex-deputado estadual Robson Dutra. A eleição de 2022, desmistificou em definitivo, a suposta importância de Campina Grande, como decisiva para eleger um governador. João perdeu na Rainha da Borborema e na Capital com mais de 150 mil votos. O pleito foi decidido nos pequenos municípios, ou “bases sólidas”, prontamente assistidas, ora pelo governador, deputados estaduais e federais.

CONGRESSO ABRAÇA UM AFOGADO

            A maioria dos Estados e Municípios do nordeste hoje (30/08/2023) estão paralisados. Rasparam o fundo tacho, perderam o crédito junto a seus fornecedores, e começaram a faltar recursos para manter serviços básicos – inclusive pagamento de pessoal – já em atraso nos pequenos municípios, onde o FPM representa 80% de suas receitas.

            A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, com expressão facial de desespero, aparece nas redes sociais, revelando uma perda de 200 milhões de reais nos últimos oito meses, avaria que compromete totalmente sua gestão.

Seu gabinete está acampado por prefeitos, escoltados por deputados estaduais, que suplicam por ajuda mínima, que evite paralisação geral, a partir da coleta de lixo, transporte escolar, escassez da merenda e falta de combustível para manter a frota do município funcionando, como por exemplo, ambulâncias. As UBS estão zeradas de medicamentos indispensáveis, deixando médicos e enfermeiros impotentes para realizarem atendimentos que requeiram procedimentos simples.

Numa reação em cadeia, perde prestígio, e serão “satanizados”, em curto e médio prazo, vereadores, prefeitos; deputados estaduais; federais e governadores dos estados. A única saída está no Congresso Nacional. Votar uma PEC, transferindo recursos destinados a investimentos dos 16 novos Ministérios, para socorrer emergencialmente os municípios. Distanciando-se desta realidade, o Congresso abraça um afogado (governo). Ambos sucumbirão pela falta de oxigênio.

A mídia não tem mais como esconder, que o governo central está acéfalo, e o presidente mentalmente doente. Trilha pelos caminhos Quixotescos – viagens mundo afora – ao lado do seu Sancho Pança, Celso Amorim, na busca de combater “moinhos de ventos”, enxergando o liberalismo econômico, como seu grande e feroz inimigo.

Lula não dispõe de tempo, nem sensibilidade para ouvir prefeitos e governadores. Entretanto ontem (29/08/2023), atendeu o Ministro da Economia da Argentina – candidato do continuísmo das esquerdas peronistas – escalou Fernando Haddad para viabilizar pleito em caráter de urgência, realizar uma operação financeira de 600 milhões de dólares (algo em torno de 3,0 bilhões de reais) através do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, recursos para salvar o candidato de Fernández.

 Esta montanha de dinheiro, garantiria até dezembro, a adimplência e pleno funcionamento de todos os municípios com população abaixo de 20 mil habitantes, encravados no norte/nordeste do país. Principalmente os mais vulneráveis, localizados no semiárido. Lula age como narcisista perdulário. Deixa a família com fome, faz gastos exorbitantes oferecendo banquetes, na busca de aplausos para alimentar seu ego.

Cabe ao Congresso travar todas as pautas, e se debruçar sobre a crise, que ora o parlamento faz vistas grossas, e está logo abaixo do seu nariz. Não adianta discutir a abundância do amanhã, sem saber quem estará (politicamente) vivo para desfrutá-la. “Teu coração está, onde está o teu tesouro”, deputados estaduais, federais e senadores tem que atenuar as aflições de suas bases, para garantirem seus retornos (2026).

AVANÇO DA RECESSÃO

A queda ininterrupta na arrecadação de tributos, desde a instalação do governo Lula III, é um sinal inconfundível do arrefecimento do consumo, trazendo a reboque falência de empresas, desemprego, atrofiamento na renda – proveniente do trabalho informal – redução drástica no faturamento das microempresas… Para fechar o quadro de pessimismo, desabastecimento em médio prazo, provocado pela inadimplência, tendo como consequências corte nas linhas de créditos e financiamentos, responsáveis pela sobrevivência e equilíbrio de toda a cadeia produtiva do país.

A crise financeira vivida pelas prefeituras de todo o Brasil – de forma mais acentuada no Nordeste – em função da desaceleração de suas receitas e aumento em seus custos fixos, é um prenúncio de dias sombrios, deixando patente a inevitável volta do êxodo das populações vulneráveis, se deslocando para as regiões Sul/Sudeste, “inchando” as metrópoles, aumentando a fome e violência em suas periferias.

O movimento altruísta e suprapartidário da FAMUP (Federação dos Municípios da Paraíba) engrossou suas fileiras com o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino, e hoje foi respaldado pelo governador João Azevedo, confessando a retração do FPE, que se persistir compromete seu programa de governo, não obstante ao seu confortável equilíbrio gastando menos do que arrecada.

O Governo do Estado tem saúde financeira para “queimar gordura”, por algum tempo, porém não deve ignorar a existência de um limite. O prolongamento desta política fiscal (entesouradora) do Governo Federal – seu aliado – terminará atingindo a carne, e num futuro próximo só restarão os ossos de um corpo depauperado pela inanição. Na plataforma Instagram, João Azevedo anunciou a convocação de um encontro – marcado para os primeiros dias de setembro – com presença de todos os governadores que compõem o Consórcio Nordeste, entidade que preside.

O momento de pôr um freio na equipe econômica do Governo Federal é agora. Conter os ímpetos de amadores vaidosos, inibindo suas aventuras de “brincarem de governo” é responsabilidade do Congresso Nacional na elaboração da LDO, que norteará o orçamento de 2024. Da maneira como está sendo confeccionado, metade será contingenciado e com uso da “contabilidade criativa”, parturiente de pedaladas fiscais.

Para atenuar a quebradeira de Estados e Municípios, a alternativa emergencial é usar mais uma vez a rubrica destinada a “catástrofes” ou “Estado de Guerra”. Ou, corte de 50% nos programas sociais, apontados no duvidoso ‘CADUN” – Cadastro único, que distribui dinheiro sem critérios ou avaliações, para quem não necessita de ajuda. A recessão avança. Ontem, os mais céticos futurologistas do mercado previam crescimento do PIB em 1% (2023) e -0,5% em 2024. Tem ainda quem sonhe com redução da taxa Selic? Repetimos mais uma vez: Reforma Administrativa já.

A INEVITÁVEL PARALISAÇÃO DAS PREFEITURAS

            A desinformação de alguns setores da mídia, aliada às declarações imprudentes do ex-deputado federal Benjamim Maranhão – divulgadas em vídeo ontem (23.08.2023) nas redes sociais – se constituiu num ato perverso para desqualificar imagens dos gestores públicos municipais dos pequenos municípios, despidos de receitas próprias.

Com raríssimas exceções, prefeitos de municípios com até trinta mil habitantes, que não tenham Usinas de Açúcar e álcool, ou exploração de Petróleo em seus limítrofes, são pacientes de transtorno de ansiedade crônico – insones e roendo as unhas – vivem o doloroso dilema da “espera de um milagre” aguardando as transferência decenais do FPM, com oscilações inexplicáveis e não convincentes.

            As críticas do ex-deputado Benjamin são infundadas. Desrespeitou de modo humilhante todos os prefeitos da Paraíba, quando os acusou de “perdulários”, pelos gastos realizados com festividades. Benjamim quando esteve prefeito de Araruna – por dois mandatos – seu tio José Maranhão era governador do Estado. Lá poderia faltar tudo, só não dinheiro, que chegava em abundância. Todo tipo de convênio era celebrado com Araruna, terra natal do velho Cacique do PMDB, reduto oligárquico comandado pela família Maranhão desde os anos quarenta, do século XX.

            O deputado e setores da mídia, não foram honestos ao comentar a gastança com “festividades”. O recomendável seria investigar a origem: “recursos carimbados” através de emendas com “destinação específica”, oriundas do Ministério da Cultura. Esqueceram que Lula ao assumir, o seu primeiro ato foi liberar 6,0 bilhões de reais através do Ministério da Cultura, para atender a “classe artista”, na sua visão, castigada e sofrida na gestão Bolsonaro, que se recusou jogar dinheiro fora com a Lei Rouanet?

            Uma montanha de dinheiro (6,0 bi) que Margareth Menezes não tinha a menor noção de como gastá-los, investi-los ou aplicá-los. Mandar tudo para o PROJAC da Globo? Iria para cadeia. Teve que dividir com o Congresso, que “abocanhou” pequena parte desta montanha de dinheiro – hoje fazendo falta a saúde e educação – que tiveram 5,0 bilhões de reais cortados de seus orçamentos.

O Parlamento é um vigilante plantonista do OGU. Aproveitaram a oportunidade e levaram mais recursos às suas bases. Para os prefeitos, toda verba pública é bem-vinda. E as utilizam dentro dos critérios estabelecidos para seu uso. Não poderiam gastar um centavo desses recursos, a não ser com festas. O próprio Benjamim Maranhão, quando esteve na Câmara dos Deputados, foi vítima dessa “armadilha”, destinando recursos para compras superfaturadas de Ambulâncias, numa “operação casada” com o fabricante, que disponibilizava – para o parlamentar aceitasse – uma comissão ou “propina” de 40 mil reais, por cada veículo vendido.

O que estamos vendo hoje, é a repetição de todas as velhas práticas criminosas do passado, com a tragédia se consumindo nas prefeituras. Alguém ainda se recorda das emendas do Ministério do Turismo, governos Lula/Dilma para realização de festas que nunca foram realizadas? Muitos prefeitos na época foram cassados. Alguns deputados federais perderam o mandato. Outros, permanecem pendurados até hoje com processos no STF. O erro, abuso ou irresponsabilidade, vem de cima. Por que o governo federal desonerou 1,8 bilhões de reais em subsídios para esvaziar os pátios das montadoras de automóveis? Com o corte do IPI, principal imposto que compõe o FPM, o sacrifício ficou para Estados e principalmente pequenos municípios. Paralisação já.

CONGRESSO ASSUME O GOVERNO

Setores produtivos da sociedade, representados pela indústria, comércio, agriculturas, bens e serviços, não perdem mais tempo em procurar o Governo federal para discutirem sobre o Brasil do amanhã. O célere atrofiamento do Poder Executivo nos últimos oito meses transformou de fato o Presidente da República em Chefe de Estado. Pelo visto, Lula já reconhece e admite seus limites demarcados pelo Congresso Nacional, que já o considera “figura simbólica”.

Na última segunda-feira (21.08.2023) os presidentes da Câmara e do Senado estiveram reunidos na FIESP, a convite do seu principal dirigente, Josué Gomes da Silva, ocasião que receberam sugestões e propostas sobre a Reforma Tributária, onde encaminharam um parecer para se aplicar alíquota fixa do IVA – novo imposto criado para unificar e substituir cinco impostos, três federais, um estadual e outro municipal, ora existentes – estabelecendo como teto, percentual de 25%, indiscriminadamente.

Para debater um tema complexo e de tamanha magnitude, que definirá a dimensão do Estado Brasileiro e sua futura capacidade de investimentos, ficou perceptível o desprestígio do Poder Executivo, pelas ausências dos ministros Fernando Haddad, Simone Tebet (Economia/Planejamento), do vice-Presidente da República Geraldo Alckmin, pasta da Indústria e Comércio – no exercício da presidência pela ausência do titular- em mais uma viagem internacional.

Geraldo Alckmin governou o Estado de São Paulo (33% do PIB) quatro vezes, Fernando Haddad foi prefeito da Capital, e ambos são “paulistas”. Entretanto, pelo que demonstrou a Casa da Indústria, a confiança está na palavra de quem decide.   

Desde sua posse, esta é a 18ª vez que Lula se ausenta do País – em apenas sete meses – coincidentemente nas ocasiões de importantes votações na Câmara dos Deputados, como a de ontem, comandada por Arthur Lira, que aprovou o novo Marco Fiscal (arcabouço) substituindo a lei do teto de gastos, com uma ampla maioria (409 votos). O texto revisado pelo Senado “engessou” o governo federal, comprometendo totalmente sua capacidade de honrar com as promessas de campanhas, estabelecidas em sua plataforma eleitoral.

O novo “Marco Fiscal” estabelece metas desafiadoras para a equipe econômica, como a cobrança recorde de tributos até o final de 2024, capaz de zerar o déficit público. Nos próximos 17 meses, a Receita Federal terá que aumentar sua arrecadação em 300 bilhões de reais – a mais – do valor arrecadado neste ano de 2023. Economistas com opiniões das mais variadas, tendências ou pontos de vista distintos, alcançam a unanimidade nesta questão. Todos consideram a tarefa impossível de ser cumprida.

Enquanto Lula discursava na África do Sul, Arthur Lira conclamava o apoio da indústria ao seu projeto de Reforma Administrativa, ousado objetivo de cortar gastos da máquina pública, abrangendo os três poderes. Era tudo que a plateia de empresários desejava ouvir, repetição da frase cunhada por Paulo Guedes “mais Brasil, menos Brasília”. A resistência de Lula e do PT em entregar os principais ministérios ao “Centrão” é só uma questão de tempo, e da pauta de votação do Congresso.  

ALPB DEBATERÁ CRISE DOS MUNICÍPIOS

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino, realizará amanhã (quarta-feira 23.08.2023) audiência para debater os efeitos da crise instalada nas prefeituras, originada a partir da queda do FPM – Fundo de Participação dos Municípios. O quadro é preocupante e exige ação política imediata, sob pena de comprometer as gestões municipais e o próprio Estado, que tem em orçamento previsões de transferências constitucionais como o FPE – Fundo de participação dos Estados, semelhante ao FPM.

Na visão do deputado Adriano Galdino, trata-se de um “efeito dominó”. A queda de receita nos municípios “compromete serviços básicos e essenciais, como saúde, educação, programas sociais… Atrasa pagamento de fornecedores, paralisa programa de obras, acarretando em desemprego e redução na arrecadação de tributos”.

Carregando em sua bagagem a experiência de ex-gestor municipal, o presidente da ALPB enfatiza a inexistência de prestidigitação, com o uso de números. “Matemática é uma ciência exata. É impossível se administrar um orçamento com despesas fixas e receita variáveis. O correto é o inverso: receita fixa e despesas variáveis, possibilitando ao administrador, avançar – gastar mais em investimentos – ou cortar custos, evitando comprometer o bom funcionamento da Instituição”.

O governador João Azevedo, durante a campanha pela sua reeleição (2022), usou um discurso convincente ao comparar a Paraíba aos demais Estado do Nordeste, exibindo o conceito de AA, conferido pelo Tesouro Nacional e Bancos de Investimentos do Brasil e do Exterior. O Estado superavitário, arrecadando mais e gastando menos. Entretanto, se persistir o recuo gradual no desembolso do FPE e FPM – fato que vem ocorrendo desde janeiro (2023) – seus efeitos podem comprometer em médio prazo a saúde financeira da Paraíba.

Os cortes e contingenciamentos de recursos, atribuídos a equipe econômica do governo federal, irão ampliar o grau de dificuldades na finalização da PEC da Reforma Tributária, ora sendo revisada pelo Senado Federal, que discute cláusulas do Pacto Federativo, garantindo direitos constitucionais de Estados e Municípios, que temem ficar sem “caixa” e passarem a ser literalmente dependentes do governo central.

Deputados Federais, atendendo pleitos de prefeitos – endossados por Deputados Estaduais – estão se sentindo “desconfortáveis” ao saberem que “emendas de custeio” – paliativo para ajudar os municípios atravessarem dias sombrios – não estão sendo pagas (?). Prefeitos de todo o Brasil estão vivendo um “inferno Dantesco”, num ano pré-eleitoral, que estabelece final de mandato para alguns, mas reeleição para muitos. Previsões realistas indicam que mais de 3.000 municípios não conseguirão pagar o mês de dezembro. O prefeito quitará o 13º salário, evitando sua cassação.

Fica difícil disputar uma reeleição com a folha de pagamentos atrasada. Caravanas de gestores municipais têm se deslocado para Brasília, em busca de socorro junto às bases parlamentares de seus Estados – principalmente Norte/Nordeste – vislumbrando solução, inclusive com recuperação de receitas perdidas. Mas, até o presente momento o Congresso Nacional não se sensibilizou com o quadro de adversidade que enfrenta os municípios, e os deixa sem alternativas, senão a decretação de moratórias, caminho sem volta de uma recessão.    

PT CRIA CRISE E TESTA FIDELIDADE DE JOÃO AZEVEDO

A decisão da executiva nacional do PT, reunida virtualmente ontem (14/08/2023), deliberou que a legenda terá candidatura própria em João Pessoa, nas eleições do ano vindouro. Puseram uma pedra no sapato do governador João Azevedo, forçando-o doravante a perder ritmo na sua marcha maratonista e começar a claudicar.

Desmontar a “bomba” armada por Luciano Cartaxo, que se antecipou e já pôs seu nome à disposição do partido, será uma tarefa hercúlea que sinaliza – observando-se sob todos os ângulos – projeto natimorto. Terminará favorecendo o ex-governador Ricardo Coutinho, preferido pelo MDB do Senador Veneziano Vital do Rêgo, que precisa de um palanque na Capital para assegurar sua reeleição (2026).

A ingratidão num eleitorado Cristão pode ser considerada como “heresia”. Veneziano deve a Ricardo Coutinho seu mandato de Senador. A presença e “empenho” de Ney Suassuna foi imperiosa para estabelecer a diferença de votos entre ele e Luís Couto. Todavia, sem Ricardo e a “estrutura do governo”, o neto de Pedro Gondim não teria alcançado o espaço sonhado por seu avô, derrotado em 1982.

As eleições de 2024 diagnosticarão se o PT terá “saúde eleitoral” para sobreviver até 2026. Buscará se fortalecer para a reeleição com Lula, ou lançar Haddad na cabeça de chapa. Nestas circunstâncias, como se posicionará João Azevedo? Lula cobrará fidelidade a ele, e sua legenda. Romperá com Cícero Lucena e abraçará uma postulação petista? Inexiste a posição “neutralidade”. Este tipo de atitude é comum para aqueles que desejam abandonar a vida pública.

Os ventos provocados pelas declarações do secretário de João Azevedo, e seu ato subsequente, confessando a intenção de disputar uma vaga para o Senado Federal em 2026, trouxeram nuvens carregadas, com previsão de tempestades, no curso onde navegava em “mar de Almirante. Aguinaldo Ribeiro, atirando no próprio pé, disparou: “não cabem dois Ribeiros numa chapa majoritária (?)”.

Ninguém ainda conseguiu fazer uma leitura lúcida ou correta, sobre as intenções do líder comandante do Clã Ribeiro.

Em seguida, o governador – na mesma linha de raciocínio – afirma que na majoritária (2026) só cabe uma vaga para o PSB. Quem diz o que quer, escuta o que não quer. Deputado Adriano Galdino falou pelo Republicanos, partido com maior densidade eleitoral na chapa proporcinal das eleições de 2022. Em entrevista se posicionou: sua agremiação quer espaço na chapa majoritária. Caso contrário, a aliança com o governo será rompida.

Sem astrologia ou cartomancia, fica fácil de se interpretar a única alternativa para que todos permaneçam juntos. Copiar a receita de Alagoas, eleições 2022. O Governador Renan Filho renunciou. Seu vice, Luciano Barbosa, em 2020 foi eleito prefeito de Arapiraca. Assumiu o presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Dantas – diferentemente de Adriano Galdino – com grande desgaste afastado do cargo por alguns dias. Mesmo assim, conseguiu derrotar o candidato de Arthur Lira e Collor de Melo.

Lucas seria o candidato a prefeito de Campina Grande, para continuarem juntos PP, Republicanos e PSB? Nesta hipótese, Adriano Galdino assumirá o governo e disputará a reeleição. Um quadro perfeito que garante a volta de João em 2030.       

ARTHUR LIRA ENTERRA CPI DO MST

            Usando ato de força, desprezando o diálogo e motivado pela truculência, o presidente da câmara dos deputados Arthur Lira – respaldado em parecer jurídico do parlamento – anulou com uma canetada, a convocação da oitiva do ex-governador da Bahia Rui Costa, Chefe da Casa Civil do governo Lula, que seria inquirido pelos membros da CPI que investiga os desmandos do MST.

            A ansiedade do colégio de líderes – composto pelos presidentes dos partidos com assento no parlamento – na busca arrebatada para se instalar no governo a qualquer custo, fez com que o impossível acontecesse. Não esperaram Maomé ir até a montanha, precipitada, a montanha humana foi ao encontro do profeta. O gesto cobrado pelo esperto ex-líder sindical, veterano e calejado na maestria de usar a pressão, esticando a corda no limite, evitando parti-la, dobrou o oponente que capitulou genuflexoriamente.

            Puxaram o tapete dos deputados federais Coronel Zucco (Republicanos RS) presidente da CPI e do Relator Ricardo Sales (PL-SP). O tombo os levou a beijar o chão. Atingido pelo “fogo amigo”, Coronel Zucco desabafou: “esta casa escreve o pior capítulo de sua história…” Subsequentemente, o deputado Ricardo Salles anunciou que não pediria prorrogação de prazo. Os trabalhos se encerram dia 14/09/2023 – quando apresentará seu relatório – que talvez não seja aprovado por seus pares.

            O avanço das investigações, inevitavelmente chegaria às fontes financiadoras do movimento de invasões. Como “todos os caminhos levam a Roma”, a quebra de sigilos bancários, fiscais e telefônicos atingiria membros do atual governo. Ligações com OCRIM seriam desvendadas, desdobramentos gerariam fatos novos, que poderiam ocasionar um pedido de impeachment do presidente da república. Para quem escapou do mensalão, tropeçou no petrolão e foi alvo da Operação Lava-jato, a CPI do MST tinha que ser abortada.

            Resta a indagação, sobre os poderes superdimensionados conferidos às bancadas do Agro, Evangélica, Conservadora… Por que não resistiram a ousada, intempestiva e inédita ofensiva de Lira? A resposta está nas cúpulas dirigentes do PP, União Brasil e Republicanos, que trocaram sete membros titulares – considerados “Bolsonaristas” – por suplentes que votam com a base do governo, disciplinados e fiéis seguidores das orientações de suas legendas.

A manobra deixou o governo com maioria na CPI e oposição acuada. Doravante, os papéis se inverteriam. Caçadores seriam adejados. Por outro lado, Judicializar o ato discricionário de Arthur Lira? Todos já sabem que o STF é mais “progressista” que Lula.

A maioria do Congresso sempre foi governista. Arthur Lira fez tudo que Bolsonaro pediu, quando esteve na presidência da república. Inclusive, campanha para sua reeleição. Mas, o diplomado pelo TSE foi Lula. A página foi virada, e um novo capítulo se iniciou a partir de 01/01/2023. Fortalecida, a alcateia parte para o ataque. Arrancará três Ministérios e exigirá a destinação dos 60 bilhões, alocados para as obras do novo PAC, para serem endereçados às pastas sob controle do PP, União Brasil, Republicano. O PL começa a fissurar…

ANIMAL POLÍTICO

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, em entrevista exclusiva concedida ontem (08.08.2023) a TV Jovem Pan, teceu considerações sobre o futuro do governo Lula III e o destino do PT. Na sua visão, “Lula acerta ao copiar, erra ao inventar”.  

Com perguntas “venenosas”, a veterana Dora Kramer – ao lado de Cristiano Vilela – puseram em cerco o ex-chefe da Casa Civil do governo Bolsonaro, que não se acautelou em descrever o quadro de dificuldades enfrentado por Lula, ora emparedado pelo Congresso Nacional num espaço mínimo que não permite mais “manobras” procrastinatórias, capazes de adiar a entrega de parte expressiva do seu governo ao Parlamento, unido de forma suprapartidária para comandar os destinos da Nação.

Paradoxalmente, ficou perceptível que a briga de Ciro não gira em torno de ideologias (?). A peleja renhida é pela sobrevivência e fortalecimento das siglas. Admite que tem conversado com interlocutores do Palácio do Planalto sobre apoio à governabilidade. Entretanto, considera o ex-presidente Jair Bolsonaro a maior liderança do País – não importa se elegível ou não – e caminhará ao seu lado com o candidato ungido por ele em 2026. No momento, Tarcísio de Freitas ou Romeu Zema.

Usando uma linguagem direta – sem rodeios e com pragmatismo – Ciro antevê que apenas a Reforma Tributária será aprovada consensualmente este ano pelo Congresso. Justifica seu empenho no projeto, alegando tratar-se de um tema que não constava na pauta do atual governo. O texto que dormitava há décadas no Parlamento traz em seu bojo desejo da população por menos impostos, redução do Estado, e maior capacidade de investimentos do setor produtivo.

Paralelamente, CPI (MST) e CPMI dos atos de 08.01.2023 se aprofundam nas suas oitivas, expondo a fragilidade da base governista. Na sessão de ontem (CPMI), com duração de nove horas, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres – preso por quatro meses – com uma única frase desconstruiu toda a narrativa palaciana, pílula “dourada” pela mídia tradicional e militantes: “desconheço os motivos de minha prisão… Se os protocolos de segurança tivessem sido devidamente cumpridos, não teria ocorrido a invasão”. O argumento evidencia a negligência e facilitação proposital de alguém do governo, que ajudou na execução da depredação ocorrida nas sedes dos Três Poderes.

Neste intervalo – em rota de fuga – Lula reunido em Belém do Pará com chefes de Estados que compõem o biombo da Amazônia, em dois pronunciamentos inumou o objetivo da cúpula: “a Amazônia não será um santuário intocável do planeta… Não permitiremos que continue como um depósito de riquezas (inaproveitáveis?) …”. O Brasil detém 70% desta área. Suas palavras acenaram apoio ao agronegócio, e contraditoriamente deixaram pistas sobre a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas. O fiasco do encontro estava previsto pela ausência do presidente da França, Emmanuel Macron, que representa o Suriname, considerado “União Europeia”.

A carta – protocolo de intenções – subscrita pelos participantes é considerada como “percurso de Jet ski”: vai do nada, a lugar nenhum. O presidente da Colômbia propôs o fim imediato da exploração de energia fóssil (petróleo e gás natural) em toda a região, pilar de sustentação do discurso progressista. A ministra Marina Silva (Meio Ambiente) criticou seu próprio governo, alegando que cartas e mais cartas não resolvem o problema, que requer ação. O ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) escondeu-se da mídia internacional, que o sopesou como algoz do meio ambiente.

Mesmo diante de todas as adversidades, subestimar o instinto de sobrevivência do “animal político” Lula, é devaneio de amadores. Com todo respeito à experiência do Senador Ciro Nogueira – asseverando que o PT não elegerá ano vindouro nenhum prefeito das vinte e seis capitais dos Estados – inclusive as do Nordeste – Lula não tem dificuldades em se aliar aos seus maiores rivais, para que o deixem concluir seu mandato. Se o preço cobrado for o fim de sua legenda, imitará sem pestanejar Tarás Bulba (personagem do Romance de Nikolai Gogol) que matou seu filho predileto em combate, e em seguida bradou: “só eu que te dei a vida, tenho o direito de tirá-la”. Chega de perder dedos. Que se vão os anéis, e fiquem os nove restantes.

DISPUTA DOMÉSTICA

            Cresce na oposição o nome de Romero Rodrigues, como única alternativa capaz de enfrentar Bruno, aliado com os Regos, no pleito do ano vindouro. Para Romero, mesmo perdendo, mantém seu espaço de líder e pavimenta sua volta à Câmara dos Deputados. Quanto a Bruno, se derrotado, ocupará o lugar deixado por Romero em Brasília. É jogo combinado?

            Os Ribeiros não vão se aventurar com chapa própria. Guardarão sua munição para 2026, quando tentarão reeleger Daniella e Aguinaldo (Senado e Câmara), na expectativa de contarem com Lucas à frente do governo do Estado. O quadro aponta a inevitável desincompatibilização de João Azevedo, obrigado a disputar um mandato sem riscos de derrota. Prerrogativa de foro é imprescindível para “arrastar” as ações judiciais que o envolvem na “Operação Sangria”, que alcançarão prescrição até 2030.

            As últimas declarações de Veneziano, empurraram Romero para os braços de João Azevedo. Seria desconfortável a presença dos dois, no mesmo palanque. Vené não esquece as duas derrotas consecutivas que Romero lhes impôs, principalmente a segunda que foi humilhante, não alcançando o segundo turno.  Por trás dos planos de Romero, está seu tio Catão e o genro Tovar, que espreita a vaga de vice, posição que será exigida pelos Ribeiros – mesmo sem nomes – e o Republicanos, que começa a se estruturar na cidade, sob o comando dos irmãos Adriano e Murilo Galdino.

            Quanto ao radicalismo nacional (Bolsonaro x Lula), os efeitos são mínimos na disputa municipal de Campina Grande, que vota em nomes, não em legendas. E esta disputa vem desde 1945 com Argemiro x Cabral que dominaram politicamente a cidade até 1970. Neste interregno, foram prefeitos Elpídio de Almeida, Plínio Lemos e Newton Rique. Todos com apoio, ora de Argemiro, ora de Cabral, como foi o caso de Elpídio e Newton Rique. Em 1968 foi o último embate da “velha guarda”, quando Cabral enfrentou Ronaldo e Vital do Rêgo, ambos de origens Argemirista: Vital era sobrinho de Argemiro. O vice de Ronaldo, foi Orlando Almeida, genro de Argemiro, filho de Elpídio.

            Em 1972 a eleição foi fria. Cabral havia falecido, Argemiro tinha sido derrotado para o Senado (1970) – assento ocupado desde 1947 – Vital e Ronaldo estavam cassados e impedidos de participarem do pleito. Mas, em 1976, voltou o Argemirismo e Cabralismo, representados por Enivaldo – cunhado de Doquinha, filho de Cabral e Asfora, como vice. Em 1968, foi vice de Cabral. Ivandro foi apoiado pelo Argemirismo.

            Em 1982, Vital dividiu o Argemirismo e foi apoiado pelo Cabralismo, também dividido. Asfora, que era vice de Enivaldo, apoiou Ronaldo. Venceu Ronaldo com apoio da Casa de Argemiro de Figueiredo, através de Orlando e Mirito. Se não tivesse partido prematuramente, Petrônio teria herdado o comando do Argemirismo.

            Campina Grande tem esta característica “conservadora”. Há mais de sete décadas, permanecem na vida pública os herdeiros de Cabral e Argemiro. Entre 1976/2020, estiveram Prefeitos seus legatários: Enivaldo, Ronaldo e Veneziano Vital do Rêgo. Os transitórios foram William Arruda (1965), Evaldo Cruz (1972) , Félix Filho (1992) e Cozete Barbosa, que concluiu o mandato de Cássio (2002). Cai bem uma analogia ao futebol. Treze e Campinense, entre os anos 60/70/80 assumiram a hegemonia do futebol paraibano. A cidade tinha outros times, como o Paulistano e até pouco tempo o Perilima.

 Lamir Mota, que à frente do Campinense conquistou diversos títulos, brigou com a diretoria e fundou o Gavião, que foi campeão estadual no seu primeiro ano. Mas, por falta de torcida, fechou suas portas. Tudo voltou a ser “como d’antes no Quartel do Abrantes”: Treze x Campinense. E na política, a paixão permanece dividida entre Cunha Lima, Rego e Ribeiro. Se por ventura Romero sair vencedor (2024), pode começar a quebrar o padrão, mesmo sendo apoiado – como espera – pelos Ribeiros.

JUSTIÇA ABRIGOU O ILÍCITO

            A vitória de Buega Gadelha sobre a lisura de sua reeleição – terceiro turno tapetão – conquistada no Pleno do TRT-PB (27/07/2023 unanimidade 8×0), nos levou a imaginar, que por questão lógica, restaria a oposição “litigante de má fé” aceitar o resultado e aguardar o próximo pleito. Infelizmente o peçonhento grupo, desagregador e inimigo de Campina Grande, imediatamente escolheu outra rota, com o propósito de implodir a entidade, impedindo sua governança.

            Nesta mesma data (27.07/2023) estava agendada a reunião do Conselho da FIEP, para aprovar o orçamento da Instituição, com vistas a investimentos no ano de 2024. A oposição deliberou pelo boicote. Procurou a Justiça do Trabalho (desta feita a quarta vara) e obteve “liminarmente” suspensão do evento burocrático, ato impensado do titular da Vara, que rasgou irresponsavelmente o Estatuto da entidade. Até quando iremos conviver neste clima de “insegurança jurídica”? A birra dos derrotados, doravante, é impedir o funcionamento da FIEP, SESI, SENAI.

Antes de conseguirem vergonhoso abrigo para o ilícito, ameaças veladas, como postou em seu Portal o Jornalista Walter Santos (wscom) identificou risco de vida para Buega Gadelha e demais membros do Conselho que o apoiam. Chegou o momento das forças políticas de Campina Grande reagirem, como o fizeram nos anos setenta, por ocasião da construção do Estádio “O Amigão”.

O então Superintendente da SUDEPAR, Campinense e carinhosamente conhecido na cidade por “Cao” – filho do saudoso Nô Gomes, irmão de Hélio que era Diretor Financeiro do Grupo São Braz – se posicionou contra a Construção. Na sua visão, bastava reformar o Estádio Municipal Plínio Lemos. A Câmara Municipal se reuniu e lhes conferiu o título de “persona non grata”. O governador Ernani Sátiro o demitiu e construiu o Amigão.

            O poder legislativo Campinense tem o dever de repetir o gesto. Afinal, querem roubar a principal joia da Coroa da Rainha da Borborema. Cao viu sua vida profissional ruir, e o título o impediu de progredir ao lado de Linaldo Cavalcanti, de quem era amigo e um dos seus pupilos.

            Listar os nomes destes inimigos de Campina Grande, sair da defesa e partir para o ataque, é missão do “Campinismo”. Em meio aos dez díscolos, a motivação convergente é a mediocridade que permeia todos. O medíocre é movido pela inveja, sentimento parturiente de todos os males. A própria Bíblia confirma: Caim matou Abel por inveja. Não foi ódio, ressentimento, mágoas, ciúmes…

            Sobre o cálice toxico da inveja, uma das centenas de lendas do conquistador Genghis Khan, relata que em suas guerras para derrotar Russos, Polacos e outros povos, ele escolheu dois Generais para ocuparem a Polônia, que o levaria as portas de Veneza (Itália). Após a vitória, os Generais se apresentaram a Genghis Khan que havia prometido recompensas. Um era invejoso.

           Sabiamente, Genghis Khan se antecipou e prometeu: “o que um pedir, darei o dobro ao outro”. O invejoso prontamente saiu da frente e pediu: “fure meu olho direito”. O dobro seria cegar o outro General. Genghis Khan assim o fez. Em seguida, mandou prender o caolho, que identificou como seu real inimigo. Depois o exterminou. O cego, ele o adotou como seu conselheiro.

            Uma pergunta que não cala: Como Nelma conseguiu entrar na FIEP e por que ele saiu?

O TOPO DA PIRÂMIDE

            Em recente entrevista concedida pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro a mídia paraibana – leitura das entrelinhas – ficou patente que a estrutura do Clã, sob sua liderança, alcançou o limite máximo de sua escalada, chegando ao topo da pirâmide. O desafio doravante, é conseguir se manter na altitude da superfície, obstaculizando outros alpinistas – ousados corajosos e competidores – que sobem pelas escarpas, e não medem esforços para chegar ao cume, forçando membros do Clã descer pelas vértices.

            Aguinaldo Ribeiro, verbalizando seu “calcanhar de Aquiles”, expôs um quadro de fragilidade até o momento fora do alcance do debate público, que compromete o projeto de sua irmã – senadora Daniella Ribeiro – e seu sobrinho Lucas Ribeiro (vice-governador) quando, mesmo sem ser indagado sobre o tema, fez questão de destacar que não tem como acomodar dois sobrenomes (Ribeiro) numa chapa majoritária.

            Por outro lado, confessando que seu grupo não dispõe de um nome para disputar o pleito municipal (2024) na sua principal base, Campina Grande, fortaleceu indiretamente o acordo que vem sendo costurado entre Rego e Cunha Lima, com vistas à reeleição de Bruno. O quadro supostamente “pessimista” de Aguinaldo, gera especulações de uma inevitável “desagregação”, ou racha na família.

Daniella Ribeiro, vem se avultando no Senado da República. Conseguiu ser escolhida relatora do OGU, ostentando o melhor momento de sua trajetória política. Largaria tudo para disputar uma eleição municipal? Esta experiência (2012) foi traumática. Não alcançou o segundo turno. Fez uma campanha deserta de lideranças.

Dos três exércitos políticos aquartelados na Rainha da Borborema – há quatro décadas – o que dispõe (no momento) do menor contingente, são as tropas lideradas pelos Ribeiros. Basta observar a composição da Câmara Municipal, formadores de opinião e principais lideranças de bairros.

 Especula-se que o projeto de Aguinaldo Ribeiro é chegar ao Senado Federal em 2026. Para tanto, terá que sacrificar sua irmã, e seu sobrinho, vice-governador Lucas Ribeiro. “Não se faz omeletes sem quebrar ovos”. Se por ventura, Lucas assumir o governo e for candidato à reeleição – o único projeto que interessa ao governador João Azevedo, conjecturando seu retorno em 2030 – Aguinaldo e Daniella serão reféns da legislação eleitoral, que lhes permite apenas renovarem seus mandatos.

Tudo que Daniella deseja é estar ao lado do filho, no comando do Estado, acompanhando-o nos palanques, para assegurar sua recondução. Todavia, aspirações de Aguinaldo, João Azevedo, Daniella, Pedro Cunha Lima e eventualmente Efraim Morais – fazendo uma analogia ao futebol – grandes craques e “estrelas” individuais de uma Seleção, dependem de um bom time para vencer a Copa.

Para quem tem memória curta, lembramos que o Republicanos consolidou a reeleição do governador João Azevedo. O partido permanece unido, coeso e em expansão. Azevedo foi derrotado em Campina Grande e João Pessoa, dois maiores colégios eleitorais do Estado. O empenho do deputado Adriano Galdino foi de um valor inestimável, vencendo com larga vantagem no imenso reduto que compõe dezenas de municípios com eleitorado abaixo de vinte mil votos. Republicanos e Adriano são “coringas” que formam qualquer jogo. Já combinaram com ele(s)?

PLEBISCITOS E REFERENDOS PARA PACIFICAR O PAÍS

            Quando o Poder Executivo perde suas prerrogativas (força), o Parlamento fica acuado e refém das decisões do Poder Judiciário, que por sua vez passa a legislar atropelando a Constituição, que lhes confere “deveres” e não “poderes” como guardião da Carta Magna, o caos institucional se instala, e as crises põem em risco a democracia.

            Exatamente há sessenta anos (1963) o Brasil acabava de percorrer a “via-crúcis” dos dias de hoje, quando o país foi sacudido pelos efeitos pós renúncia de Jânio Quadros, fato que ocasionou e a Instalação (1961) de um modelo semipresidencialista, com funções parlamentaristas. Este novo sistema político, inaugurado por Tancredo Neves (setembro de 1961) escolhido Primeiro Ministro por sua inigualável capacidade de dialogar em todas as frentes, sobreviveu por apenas quatorze meses. Para evitar um colapso da democracia, a opção foi um Referendo, consolidado em janeiro de 1963.

            Registros históricos resgatados, descrevem a realização de um “Plebiscito”. Mas, de fato, foi um “Referendo”. O eleitor foi convocado, para ratificar ou não, um Decreto Parlamentar, que havia criado o Parlamentarismo. Para surpresa do Congresso, a população votou contra, e foi enfática em responder com um “sim”, a indagação se concordava em entregar todos os poderes de Chefe de Estado e Governo a João Goulart, vice de Jânio Quadros, que havia renunciado.

            Desde a promulgação da Constituição Cidadã (1988), o calendário eleitoral não tem atendido às expectativas da população, que “bissextamente” vão às urnas escolher seus representantes, para o grande debate nacional. O povo não elege Ministros do STF, STJ, TSE, STM e TST. Entretanto, o crescente movimento do “ativismo” Judiciário – encorajado pela mídia tradicional – engajado com a agenda progressista global, tem levado a Suprema Corte do Brasil a entrar em rota de colisão contra as demais instituições, ao suprimir seus artigos e garantias, usando pretextos, como a figura intempestiva do “Estado Democrático de Direito” (?) meramente interpretativa.

             Nossa Constituição permite a realização de Plebiscitos, Referendos e Leis de Iniciativas Populares, como a Lei da Ficha Limpa. Para restabelecer os limites dos poderes constituídos, as alternativas seriam: uma nova Constituição, um Referendo ou Plebiscito, que ponha o STF no seu devido lugar, como Tribunal Constitucional, sem poderes interpretativos, legislando de modo “oportunista” no vácuo do Congresso.

            Por que o Presidencialismo só funciona nos Estados Unidos, e na mais recente democracia da América do Sul, o Chile? A Suprema Corte Americana em 1973, decidiu em favor da liberação do aborto. O Congresso e os Estados reagiram contra. Recentemente, corrigiram o erro da intromissão. Como se tratava de Legislação, só os Estados poderiam decidir através do parlamento, a legalidade do ato. No Chile, as esquerdas elegeram em 2022, o presidente Gabriel Boric, que havia prometido uma ampla reforma na Constituição. E o fez, com apoio do Parlamento. Mas, teria que ser referendada pelo povo. A maioria dos que o elegeram, votaram contra as mudanças realizadas, e a Constituição voltou a sua originalidade.

            A nossa Constituição prevê no seu artigo 14, que o povo pode exercer a democracia direta de três circunstâncias distintas: Plebiscito, Referendo e Iniciativa Popular. Por que nenhum parlamentar – não importa se de esquerda ou direita – toma esta iniciativa? Para que o Congresso aprove a realização de um Plebiscito ou Referendo, são necessárias assinaturas de 1/3 do Congresso (513 deputados e 81 senadores) que correspondem a 198 assinaturas. Uma simples ideia que pode ser o “ovo de Colombo”. O parlamento deveria dividir a responsabilidade com o povo, cuja maioria é soberana.

A CAMINHO DO OSTRACISMO

            Ninguém conseguiria antevê, que em apenas cinco anos – com intensidade meteorítica – o ex-governador Ricardo Coutinho despencaria tão rapidamente dos píncaros da glória, alcançado por cinco vitórias consecutivas entre 2004/2018, triunfos marcantes que fulminou a tradicional classe política paraibana, destroçando oligarquias e removendo do poder lideranças sedimentadas por décadas.

Ricardo Coutinho ter conseguido derrotar José Maranhão e o Clã Cunha Lima, duas vezes consecutivas – dois pleitos distintos – era algo tão inimaginável quanto a sua queda vertiginosa a partir de 2020, tropeçando nos cadarços de seus próprios sapatos.

            Não subestimando a importância da cidade de Santa Rita, o PT permitiu que apequenassem seu maior líder no Estado – ex-governador Ricardo Coutinho – quando concordou com o PCdoB em lançá-lo para encabeçar a chapa da oposição, nas eleições municipais do ano vindouro. E para nossa surpresa, sem a concordância do PV.

O mais humilhante foi a sequência dos acontecimentos, construídos com o nítido e inconfundível propósito de arrastar para “sarjeta” da política paraibana, um ex-prefeito eleito e reeleito da Capital, ex-governador da Paraíba por oito anos, que conseguiu eleger um técnico para sucedê-lo.  A direção estadual da Federação (FEBRASIL) formada entre as três legendas (PT, PCdoB/PV), vetou o nome de Ricardo Coutinho, alegando que aguardaria orientação da Executiva Nacional. Inacreditável!

O mais curioso tem sido o silêncio de Ricardo Coutinho, e sua desatenção em não perceber que estão querendo levá-lo ao ridículo. A manobra deixa vestígios das intenções marotas da direção estadual da sua própria legenda, e da Federação Partidária, em queimá-lo por antecipação, evitando sua provável intenção de disputar a prefeitura da Capital. A quem interessa o afastamento do ex-governador da eleição municipal de João Pessoa? A lógica aponta Luciano Cartaxo e o Palácio da Redenção.

O momento único e oportuno para Lula voltar a praça pública, na busca de ser aplaudido, será por ocasião das eleições municipais do ano vindouro (2024). O Palácio do Planalto jogará pesado para arrancar vitórias nas capitais e cidades com eleitorado expressivo, onde tenha possibilidades de segundo turno. Direita x esquerdas, revanche.

O desafio do PT é mostrar – ou tentar ratificar – o resultado da eleição de 2022, que tem “acuado” o presidente e limitado seu espaço a ambientes fechados, com público seleto, cuidadosamente recrutado para estes momentos. Lula tem evitado ir a Restaurantes. É apupado até no exterior. Em suas viagens, só não foi vaiado na China.

 Na Paraíba, Lula viria para um palanque de Ricardo Coutinho ou Cícero Lucena, apoiado por João Azevedo? Como se posicionará o senador Veneziano Vital do Rêgo, íntimo do Alvorada e Planalto, que recebeu apoio irrestrito de Ricardo Coutinho em 2022 na disputa pelo governo da Paraíba? Veneziano subiria no mesmo palanque de João Azevedo? João apoiaria Luciano Cartaxo, na tentativa de defenestrar para sempre Ricardo Coutinho da política paraibana? Jogar Ricardo para Santa Rita é levá-lo ao ostracismo. Mesmo vencendo, será um grande perdedor. Não conseguirá alicerçar bases, para conseguir chegar à Câmara dos Deputados dois anos depois.

ENGANADOS PELA CUPIDEZ

            Tudo que acontece dentro do PT, e seu megalômano projeto de poder, pressupõe-se que seja obra de autoria do ex-guerrilheiro Zé Dirceu. Do mesmo modo, ocorreu durante o período dos governos Militares, com o General Golbery do Couto e Silva, alcunhado pelas esquerdas, ou apelidado como “o bruxo”.

Golbery criou o IPES – ainda no governo Juscelino Kubistchek – expandiu a rede dos IBADE, foi o autor do programa “Aliança para o Progresso”, trouxe milhões de dólares para financiar as eleições de 1960 – recursos do subsídio do trigo – destinados para campanhas vitoriosas da maioria dos governadores da época, e instalação de um parlamento, com superioridade de deputados e senadores anticomunista.

A tarefa de Golbery era barrar a expansão, do então “socialismo Cubano”, motivo de sérias preocupações da política externa dos Estados Unidos, em plena guerra fria contra a União Soviética, disputando a hegemonia política/ideológica do planeta. O “bruxo” partiu há mais de três décadas (1987). Zé Dirceu, ainda está vivo, lúcido e buliçoso. É a “eminência parda” do governo Lula, longe dos holofotes, controlando tudo à distância. Pôs seu filho Zeca na liderança do partido na Câmara, atropelando até a presidente Gleisi Hoffmann. Para Dirceu, política é negócio, e todos têm preço.

Após às últimas eleições (2022), considerada como a mais traumática da história do Brasil – desde “quartelada” que derrubou o Império e proclamou a República – o esperado pela população – que se sentiu lesada – era uma reação revisora do pleito, através do parlamento recém eleito, cuja maioria esmagadora dos seus membros, estavam no palanque do candidato “supostamente” derrotado. Absurdo!

Pacíficos e ordeiros, os Patriotas Cristãos Conservadores jamais cogitaram o uso da violência, para retificar um erro grotesco, ou um brutal estupro a boa-fé cidadã, que acreditou na lisura do pleito com urnas eletrônicas inauditáveis. Seu Exército do bem (deputados e senadores) defenderiam a causa dentro da legalidade democrática, com o uso de instrumentos como CPÌ, CPMI e PEC – Proposta de Emenda à Constituição.

Presidente do TSE, Alexandre de Morais, agiu como fera acuada e usando todo tipo de parafernália para envergar, confundir e distorcer a lei, tentando lacrar dez garrafas com cinco tampas. O povo estava nas ruas, em frente aos quartéis, mobilizados e em busca da verdade. Mas, o pragmático Zé Dirceu sabia que tudo se resolvia com dinheiro em abundância. E logo veio a ideia da PEC do “fura teto”, criando expectativas de deixar todo o parlamento bilionário.

A partir de então, morreu a CPI para apurar abusos do poder do TSE, investigação das urnas eletrônicas, PEC que limitava em 08 anos o tempo de permanência de um Ministro no STF/STJ; impedimento do Judiciário legislar através de decisões ou Jurisprudências; qualquer sentença polêmica da Suprema Corte, invadindo os demais poderes, a decisão final caberia ao Congresso Nacional, e a Câmara participaria das sabatinas dos futuros Ministros do STF.

Vergonhosamente o parlamento correu atrás da “botija”. A isca foi muito atrativa, mesmo existindo toda uma flora marinha para alimentá-los (emendas) os peixes não resistiram em fisgá-la. Restam pouco mais de 80 dias para o Congresso resolver o problema da urna eletrônica, e criar o voto impresso (para recontagem), com vistas às eleições municipais de 2024. Os pré-candidatos das grandes cidades já sabem que pesquisas, jornalismo militante e Marketing, não garantem vitória. O novo profissional da área é o Hacker. E o principal “cabo eleitoral”, Mesários, que poderão enxertar sufrágios de vivos e mortos, presentes e ausentes no sistema, após o encerramento as 17:00hs, fato constatado em 2022. O parlamento vai ser negligente mais uma vez, está sendo enganado, ou enganando o povo?

RETRATO DA CONFRARIA PERDULÁRIA 

Quando gatos e ratos se juntam numa confraternização – um esquecendo seu papel de predador – o grande lesado é o coitado “dono do Armazém”. Esta imagem (foto) que escolhemos para ilustrar o texto, fala muito – ou quase tudo – sobre caráter e charlatanice da nossa classe política, incorrigivelmente pervertida e perdulária, esbanjadora contumaz do dinheiro do público, gasto em causa própria, para alimentar gula insaciável, sob olhar cabisbaixo que só enxerga seus umbigos. 

            O culpado de manter constantemente nosso país à beira do abismo, nas últimas duas décadas, é o Congresso Nacional – deputados e senadores – que ainda conseguem ludibriar a cada eleição, a boa-fé do eleitor. O Presidente da Câmara Arthur Lira que foi aliado de Jair Bolsonaro – candidato derrotado pelas urnas eletrônicas – só reconheceu publicamente a vitória de Lula, após a ameaça e punição do presidente do TSE, “enquadrando” dentro de uma legislação inconstitucional, o comandante do PL Valdemar da Costa Neto, quando apresentou a mídia, relatório constatando indícios de irregularidades das urnas. 

            A denúncia se ampara em documentos, fruto de uma auditoria realizada por empresas especializadas, com apoio de diversas autoridades em tecnologia, inclusive os genias técnicos da UNICAMP. A reação do intocável Ministro Alexandre de Moraes, foi bloquear imediatamente 22 milhões de reais do Fundo Partidário do PL, e mandar “recados” intimidatórios, endereçados a Valdemar, sugerindo mergulhá-lo nas profundezas do Inquérito do Fim do Mundo (Fake News). Arthur Lira tinha “pendências” no STF. Sentiu-se só, isolado, e rendeu-se aos interesses do “Establishment”. 

           O fato de Arthur Lira ter se procurado em salvar sua pele, é reação natural e instintiva da espécie humana. Principalmente para os que não creem na existência de heróis vivos. Para muitos, “glórias e homenagens”, são destinadas aos que tombam no campo da honra. Todavia, agir irresponsavelmente ao permitir e contribuir para que se derrubasse uma Emenda Constitucional, que limitava o teto dos gastos públicos, mostrou seu lado mesquinho, ardiloso e mercantilista, desconhecido pelo povo. 

            Lira manipulou a mídia, parlamento, povão e ainda infringiu uma derrota ao STF, matando quatro coelhos, com uma única “cajadada”. Ao furar o teto dos gastos – projeto de Lula para abarrotar os cofres públicos e comprar através de medidas populares distributivas de rendas, a simpatia do eleitor que o rejeitou em dois turnos – atraiu o PT e todas as esquerdas, que votaram na sua reeleição para presidente da Câmara. Arrostou a decisão do STF, que havia considerado inconstitucional o Orçamento Secreto. Posou como Bolsonarista resistente, antipetista, e conquistou a confiança do mercado, assumindo postura de escudeiro mor, defensor intransigente do liberalismo. 

            Ao furar o teto dos gastos, a política fiscal que baliza as ações do Banco Central, exigiram imediatamente um texto legal substitutivo do governo, respaldado pelo Congresso, para evitar o aumento da dívida pública. Surgiu a ideia do “Arcabouço Fiscal”. As MP (Medidas Provisórias) dos primeiros dias do governo Lula, começaram a represar na pauta do Congresso. E como o “Arcabouço Fiscal” era pouco convincente para o mercado, veio a necessidade de se votar o CARF – gerador de impostos bilionários – agregado à Reforma Tributária, que pelo texto aprovado, só funciona em sua plenitude em 2033. Demandas que criaram dificuldades, para Lira vender facilidades. Em seis meses, o governo pagou 18,6 bilhões de reais em emendas (individuais, bancadas e coletivas). O valor exato do Orçamento Secreto derrubado pelo STF, que destinava 1,5 bi para cada presidente das duas Casas Legislativas, além de 1,0 bi para o relator. 

            E agora? O ano não terminou e falta o Senado “chancelar” tudo que a Câmara aprovou. Claro que terá um preço a ser pago, usando até a absurda “Emenda PIX” – transferência de dinheiro – sem projeto, destinação específica e total falta de transparência, ignorada pelo “austero” TCU, que se imiscuiu até no processo de auditar as urnas eletrônicas. Estes atos criminosos estão sendo acobertados e festejados pela mídia tradicional, que desesperada corre atrás de sua fatia do bolo, e quer participar da farra. 

            Na foto ilustrativa – cena forte – leva a uma indagação: para quem estava vivo há um ano (2022) e não alcançou 2023, imaginaria que um dia, todos estariam “juntos e misturados”? Lula trocando sua “Guayabera” pela farda da Seleção Brasileira, ausência do vermelhão; Zeca do PT abraçado com PP e Republicanos; Lira por trás de Lula e ao lado do seu irmão siamês José Guimarães, conhecido como “Capitão Cueca”; Gleisi Hoffmann fora, ignorada, amargando o ostracismo ao lado dos petistas raiz, que como os Bolsonaristas, sofrem os efeitos decepcionante da traição de seus líderes ardilosos, hábeis enganadores.     

PERSISTÊNCIA TORPE

Após decisão plenária da Primeira Turma do TRT-PB, em sessão ordinária realizada no último 04/06/2023, por unanime – inclusive com parecer favorável do Procurador do Ministério Público do Trabalho – foi negado provimento da apelação da sentença em primeiro grau, que não acatou o pedido de nulidade da renúncia ex-conselheiro da FIEP Severino Accioly. Na decisão do Juiz, com base nos autos, asseverou que Severino Accioly renunciou por livre e espontânea vontade, oficiando seu ato através de uma carta, argumentando razões definitivas, ao ressaltar seu caráter de irrevogável e irretratável.

Mesmo com todas as decisões judiciais contrárias, persiste o intento da chapa derrotada, em tomar o poder no grito. inverter valores, alterar legislações, rasgar regras da Instituição… E erroneamente, esperam o amparo da Justiça (!?). Uma ação precária, pedindo liminar para afastamento de Buega Gadelha – fato ocorrido há 40 dias – foi concedida por um Juiz de Plantão, que substituía o titular em gozo de férias, e sequer observou que seu ato, simplesmente anulava todas as medidas anteriores. Comportamento considerada nos meios formadores de opinião como desrespeitoso, antiético e anticorporativista. Logo no Poder Judiciário!

Como toda ação provoca uma reação, com a liminar em mãos, a chapa derrotada praticou um ato de puro vandalismo – semelhante ao MST – invadindo as dependências da sede da FIEP, ocupando as salas da presidência, diretorias, tesouraria… O Presidente do TRT-PB Paulo Maia, legalista zeloso da imagem do Tribunal Regional do Trabalho, cassou a liminar, inibindo os invasores de realizarem outro evento de desordem.

A decisão plenária de 04/06/2023, motivou a chapa derrotada realizar mais uma investida. Desta feita, as queixas “descontextualizadas” foram apresentadas a Procuradora Marcela de Almeida Maia Asfora, que em 61 laudas, ofereceu parecer em favor dos reclamantes, “opinando” que o Juiz titular da Segunda Vara ou o Conselho de Representantes da FIEP, considerem o afastamento de Buega Gadelha.

Os dez Sindicatos requerentes, protestaram junto a Procuradora, as dificuldades de reunirem um “Quórum” – segundo eles – excessivamente alto (três quartos) ou 18 dos 26 Conselheiros, para votarem pelo afastamento de Buega. Inacreditável! Eles querem estipular em 10? A minoria se sobrepor a maioria? Onde está a democracia?

Por outro lado, a Procuradora talvez não tenha conhecimento que as eleições foram realizadas sob monitoramento do Ministério do Trabalho. Que o Conselho aprovou as contas de Buega (demanda da oposição em janeiro 2023). Quanto as acusações relacionadas a malversações, pertencem a outra esfera da Justiça. Em tese, caíram por terra, quando o STJ determinou a liberação dos bens de Buega (bloqueados) por não terem encontrado – desde 2014 – indícios de irregularidades nas suas contas.

Ainda bem que o Congresso Nacional não funciona, como pretendem os opositores de Buega, com relação a FIEP. Se não exigissem quórum qualificado de três quintos dos membros do parlamento (Câmara e Senado), para afastar um presidente, com maioria simples e em qualquer sessão plenária no primeiro expediente matinal – deserto de deputados – a oposição teria cassado FHC, Temer, Bolsonaro e Lula. A persistência é torpe.

REFORMA TRIBUTÁRIA REINVENTA A RODA

            Arthur Lira a frente, pilotando o destino da liberação recorde de 7,1 bilhões de reais em emendas parlamentares (individuais de bancadas e coletivas) em apenas 24 horas, aprovou a reforma tributária, demanda legítima do setor produtivo – além de Estados e Municípios – que ao longo das últimas quatro décadas, buscava equilíbrio na distribuição de impostos arrecadados, principalmente pelo governo federal.

            A centralização de receitas e impedimento dos Estados e Municípios legislarem sobre a criação de tributos, fixarem calendários eleitorais e elaborarem leis penais que interferissem na Justiça, data do governo Castelo Branco (1964), num dos seus primeiros Atos Institucionais, que transformou a República dos Estados Unidos do Brasil, em República Federativa do Brasil.

            Neste mesmo ato, Castelo “desmilitarizou” as Polícias dos Estados, desarmando-as e proibindo aquisição, ou uso de armas de ataque. Doravante, as Polícias usariam apenas armas de defesa. Havia o temor que a história se repetisse, tendo como exemplos Revoluções de 1930 (golpe de Vargas) Marcha sobre o Rio de Janeiro, apoiado pela Brigada Militar Gaúcha (Polícia) e Em 1932, Revolução Constitucionalista, que levou o Exército Brasileiro a enfrentar as tropas da Polícia Militar de São Paulo.

            A polêmica sobre a reforma relatada pelo deputado Aguinaldo Ribeiro, não se prende ao fato da tão sonhada redução da carga tributária, ato festejado principalmente pela Indústria, que ainda é setor mais sacrificado, e maior pagador impostos no país.

A crítica vem da classe política – principalmente de alguns Congressistas veteranos e experientes — antevêem seus destinos em jogo, com o entesouramento de todos os impostos pelo governo federal. O poder central terá ferramentas para implantar gradativamente uma Autocracia. Como se pregava (anos 30) século XX, “manda quem tem a chave do cofre e o facão (Forças Armadas).

No texto aprovado, o governo federal avança além dos limites demarcados pela Constituição Cidadã, no que diz respeito à centralização da arrecadação. O período de transição termina em 2033. A partir de então, governadores e prefeitos serão Ordenadores de Despesas, como um Ministro, Secretário de Estado ou de Município. Neste caso, é necessário realizar eleições? qual o sentido de elegê-lo?

Esta experiência já é vivida por mais de 3.000 municípios brasileiros, que vivem de pires na mão, esperando o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) principal fonte de receita, que representa 90% do seu orçamento. Obras só são realizadas, através de emendas parlamentares do OGU, ou convênios celebrados com os governos estaduais, que atendem somente seus correligionários.

Se Governadores e Prefeitos, a partir de 2033, receberão no dia 1º de Janeiro a planilha com valores de quanto receberão mês das transferências da União, como poderão criar programas que envolvam gastos com obras e ações sociais? Que discurso usarão para atrair o eleitor? E o parlamento? Perde também sua finalidade. Tanto o mirim (Câmaras Municipais) estendendo-se aos estaduais (Assembleias Legislativas). Se limitarem suas existências, apenas para fiscalizar, terão que fechar os Tribunais de Contas dos Estados, que já tem know-how, e vêm desempenhando há décadas este papel.

No planeta existem três mecanismos de tributação. Na Alemanha e na maioria dos países da Europa Central (Zona do Euro), o principal arrecadador é o Município, que transfere parte para o Estado e União. Tem municípios que arrecadam até 17 tipos de impostos. Nos Estados Unidos são os Estados que têm alíquotas diferenciadas. O Governo Central arrecada apenas o Imposto de Rendas.

Nas Autocracias como Rússia, China, países da Liga Árabe, seus modelos são centralizadores, semelhantes ao que ora foi aprovado no Brasil. Todavia, ainda restam as votações do segundo turno na Câmara e as duas no Senado. Talvez ocorra mudanças, e consigamos algo diferente, como por exemplo, reinventar a roda.

HERÓIS ANÔNIMOS (parte I)

Após a surpreendente vitória de Ronaldo Cunha Lima em 15/11/1982 – disputando a PMCG e derrotando o saudoso Tribuno Vital do Rego – o então Ministro do Interior Mário David Andreazza veio a Campina Grande, cidade que inexplicavelmente ele havia adotado como sua terra natal, para confortar seu amigo, então prefeito Enivaldo Ribeiro, considerado por ele como um filho, ou irmão.

O Engenheiro José Silvino Sobrinho, na ocasião, já era Supersecretário do governo Buriti I, acumulando duas pastas: Transportes e Obras/Planejamento. Comandava o DER, SUPLAN, PB-TUR, CEHAP, CAGEPA. SAELPA e Defesa Civil. Antes, pelo período de dois anos, havia ocupado a Secretário de Obras de Campina Grande e instalado equipe escolhida a dedo por ele, responsável pela elaboração de todos os projetos da gestão Enivaldo Ribeiro.

Nesta visita que citamos no início do texto, Andreazza pousou em João Pessoa e convidou Silvino para acompanhá-lo até Campina. Estávamos na ocasião com Silvino e pegamos a carona. Após sobrevoar a cidade, Silvino mostrando as obras, o Ministro indagou: “Secretário, depois de tudo que estou vendo, o que levou o candidato de Enivaldo perder a campanha?” Sem rodeios e com sinceridade, Silvino respondeu: “perdi algumas noites de sono procurando onde erramos… Só encontrei uma resposta: faltou votos”.

O Ministro Mário Andreazza, passou a ter grande admiração pelo Engenheiro José Silvino Sobrinho e o Arquiteto Renato Azevedo – valores latentes revelados na época – através de suas ideias inovadoras inseridas nos projetos CURA I, II e III, que foi considerado “piloto” (exemplo a ser copiado) pelo Ministério do Interior.

Silvino e Renato se notabilizaram também por conceberem um novo formato de reordenamento urbano, a partir de um Plano Diretor, inspirado na visão futurista da “mobilidade urbana”, tema que só veio ser debatido duas décadas depois, e hoje é fruto de discussão das grandes cidades e metrópoles do país.

Neste novo modelo de “cidade do futuro”, incluíram a criação de um “Distrito” para concentrar todos os serviços Mecânicos. As ruas centrais de Campina Grande eram praticamente intransitáveis, repletas de oficinas mecânicas, tomando espaços principalmente das calçadas. O Distrito dos Mecânicos de Campina foi o primeiro do Brasil.

No ano abundante de 1982, a Prefeitura de Campina Grande abarrotou seus cofres, a ponto de transbordá-lo. Além de dezenas de convênios com o Ministério do Interior, o Ministro Delfim Neto havia criado o imposto eleitoreiro para a campanha: o Finsocial. Usando o prestígio de Andreazza, Enivaldo conseguiu uma montanha de dinheiro do Finsocial, para ser distribuído com a população de baixa renda, fornecendo material de construção. Caibros, telhas, ripas, tijolos e cimento, de junho (1982) até novembro, toda a população de Campina Grande (carente ou não) usaram, e até se estocaram.

Passada a eleição, surgiu um problema enxergado unicamente pelo então presidente da Câmara Municipal, Vereador Altair Pereira (Bazinho). Na mesma velocidade que o dinheiro entrava, era imediatamente gasto. O gabinete do Prefeito não atentou para a burocracia, que determina um pedido de suplementação orçamentaria a Câmara, e só após sua aprovação, os recursos poderiam serem incorporados ao Orçamento e gastos. O volume de recursos, se não triplicou, pelo menos duplicou o Orçamento previsto para 1982.

Barzinho (Altair Pereira) criou uma força tarefa, e com mão de ferro, convocou sessões quase que diárias, no período de novembro (1982) até 20.01.1983. Uma bronca grande. Vereadores que foram derrotados, não queriam participar das sessões. Os vitoriosos novatos e da oposição, tentavam impedir os trabalhos legislativos, na intenção de deixar Enivaldo condenado e inelegível para sempre, além de ter que devolver recursos, como determina o TCU. Barzinho não só provou sua lealdade a Enivaldo. Protagonizou um ato heroico, altruísta, sem alardes e no anonimato. Quanto a Andreazza, merece ser imortalizado, homenageado com um nome de rua ou logradouro púbico importante. Campina sempre mostrou gratidão, por aqueles que contribuíram com sua grandeza.

 ALDO REBELO FAZ DIAGNÓSTICO DA CRISE

A TV Jovem Pan, entrevistou no dia 05/06/2023, no seu programa Direto ao Ponto, ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro de diversas pastas dos governos petista, Aldo Rebelo. Quem se interessar em se inteirar um pouco mais sobre a história política recente do país, aconselhamos buscar no Youtube (Jovem Pan) a brilhante explanação daquele que conhece os obscuros corredores do submundo da política, e suas consequências nefastas, danosas e contrárias aos verdadeiros interesses da nação.

Rebelo Interpretou com perfeição, os eventos marcantes da geopolítica econômica no final do século XX – cataclisma que ocasionou a queda do Muro de Berlim – acarretando uma derrocada em ordem de grandeza imensurável, causando efeitos colaterais, como o fim de um ciclo, ou período da história, orbitado em torno dos debates radicais estéreis, promovidos pelas ideologias. Paradoxalmente, todas financiadas por uma única fonte: o “dinheiro velho” do grande capital secular transnacional.

Alagoano, natural da cidade de Viçosa, Aldo Rebelo – filho de um vaqueiro do saudoso Teotônio Vilela – ingressou na vida pública através do movimento estudantil, e após ser presidente da UNE, filiou-se ao radical PCdoB. Conseguiu se eleger cinco vezes (consecutivamente) deputado federal pelo Estado de São Paulo, participou de todas as principais comissões temáticas da Casa Legislava, chegando a presidir as mais importantes. Desfrutou de um bom Trânsito nas diversas correntes políticas instaladas no Congresso Nacional, e era respeitado pela sua postura altruísta, sempre em busca da construção do debate convergente, que privilegiasse o Brasil.

Foi o único comunista, que o ex-presidente Jair Bolsonaro respeitou, e pediu em plenário, sua indicação para o Ministério da Defesa do governo Lula II. Chegou à Presidência da Câmara (2005/2007) e aprovou o atual Código Florestal, “gastando apenas saliva, e oferecendo café e água para seus pares”, como desatacou. Diferentemente dos dias de hoje, que cada deputado é um partido, e seu voto tem um preço.

Rebelo amadureceu, e sua lucidez hoje é demonizada pelos comunistas, por ser um defensor ardoroso do Agronegócio, Forças Armadas e opositor dos movimentos ambientalistas, cujo propósito – segundo ele – é “congelar” as riquezas da Amazônia e segurar o crescimento do Brasil. O ex-ministro é também opositor das pautas identitárias. Para ele, estes temas sepultarão as anacrônicas esquerdas, que tem um presidente (Lula), e diferente de 2003/2010, até agora, não conseguiu uma única adesão desde sua posse.

Ao destacar os principais problemas do país, Rebelo aponta como mais grave a insegurança jurídica: “STF são onze Constituições ambulantes”. Presidente no Brasil não governa desde 2015, quando o STF impediu Dilma de nomear um Ministro. Temer também foi impedido, e Bolsonaro não conseguiu emplacar um Delegado da Polícia Federal. Rebelo considera a crise entre os poderes como gravíssima, com tendência de se aprofundar. Na sua visão, a única alternativa seria um “Emendão”, demarcando limítrofes dos poderes, ou uma nova Constituição. A atual Carta Magna, sob seu ponto de vista, está superada, viciada e sem consertos. Lembrou inclusive que sua elaboração foi “politiqueira” e a promulgação (1988) ocorreu véspera da primeira eleição direta, após a redemocratização.

Ulisses Guimarães fez todas as concessões com apoio de Sarney – de caráter revanchista – empoderando setores da sociedade civil, como o Poder Judiciário e Ministério Público. Porém, mesmo sendo o pai da constituinte, ficou na “lanterna” nas eleições que disputou em 1989, e perdeu para um outsider (Fernando Collor de Melo).

Falou sobre suas andanças – neste ano de 2023 – desde janeiro até abril, por toda a região Amazônica, constatando o que já sabia, quando foi Ministro da Defesa. As invasões das ONG, ocupação do narcotráfico, que hoje emprega mais (clandestinamente) em toda a região norte, que Estados e Munícipios. O Estado de Roraima dispõe apenas de 7% do seu território, para exploração econômica. O restante é controlado pelas ONG, inclusive a segunda maior mina de fosfato do mundo, que o Brasil não explora. Importamos da Rússia.

Uma fronteira mineral abundante, em mãos de contrabandistas “misturados” com mais de 15 mil ONGs. Na região denominada “Cabeça de Cachorro”, está a reserva de 90% do nióbio de todo o planeta. Mas, as ONG – que distribuem os índios pela floresta – assentaram por lá uma tribo Ianomami, para impedir sua exploração. Outros temas como expansão do Agro e reindustrialização foram abordados, e como todos sabemos, tudo depende da mobilização de nossas elites econômicas, vontade política e legislação pertinente. Até lá, continuaremos esperando pelo futuro promissor que tarda e não chega.

MALABARISMO

O equilibrismo tem sido a marca registrada do governo Lula III, decorridos 173 dias de sua posse. Discursa para base ideológica, pedindo paciência. Faz gestos apaziguadores para o Congresso – que mergulha cada vez mais fundo nos cofres do tesouro – acenando possibilidades de abdicar, parte de seu poder, em troca de apoio. Por último, estreou nas redes sociais – buscando adesões da população – ambiente hostil, que o rejeita desde a campanha de 2022.  Está difícil encontrar um local para “amarrar seu burro”.

Lula instalou uma equipe de transição (novembro de 2022) composta por mais de 800 membros, escalados para implantar ou adaptar aos 23 Ministérios existentes, um novo programa de governo, com pautas progressistas/sociais, destinadas a redução das desigualdades, superdimensionada na campanha, demagogicamente para atrair votos.

O relatório final do extenuante trabalho desenvolvido por “gênios”, e intelectuais da moderna “engenharia social”, resumiu-se na ousada sugestão de criar 14 novos Ministérios – ampliando de 23 para 37 pastas – expandindo o “empreguismo”, como forma de acomodar as elites petistas e demais siglas aliadas da campanha, desertas de votos, todavia, carente de salários e privilégios. O PT não tinha programa de governo. O foco era o poder.

Nesta aventura irresponsável, Lula e seus aliados perdulários não estão só. Senado, Câmara dos Deputados e Cortes Superiores de Justiça são cumplices do crime perpetrado contra a indefesa população, que usaram a única arma que dispunham: o voto, na esperança de um dia orgulharem-se do gigante Brasil, desenvolvido rico e próspero.

A principal função do Congresso, além de legislar é fiscalizar. Poderia e deveria ter posto freios nesta empreitada megalômana de Lula, e não ter aprovado a PEC do fura teto em 20/12/2022. Mas, movidos pela ganância, pecaram pela gula.

Mesmo justificando que foram levados pela emoção e tiveram que agir de última hora (20/12/2022) – apesar das advertências dos principais agentes financeiros/econômicos e do mercado – tiveram sua segunda chance de corrigirem o erro, quando foi a plenário a MP (Medida Provisória), que redesenha de forma “aloprada” a Esplanada dos Ministérios. O povo pedia menos Brasília (Estado) mais Brasil (livre mercado e empreendedorismo).

Infelizmente o que todos testemunharam, foi Arthur Lira cobrar em nome das lideranças partidárias, “espaços” no governo do PT. Intimidar o executivo, passando a exigir uma “base” parlamentar. E, sem o menor pudor, todos começaram a falar a mesma linguagem: “negociar” (?). O que? A tarefa da Câmara, era mostrar fidelidade com o eleitor que os pôs lá, derrotando a PEC da gastança e impedindo a criação de novos Ministérios.

A resistência de Lula dá sinais de cansaço. Semblante alquebrado, o malabarista, viaja mundo afora para tratar de temas tão importantes para o dia a dia do brasileiro, como a guerra da Ucrânia. Lira toca o governo. Aprova o que quer, e divide o bônus com seus pares. Ontem (21/06/2023) se reuniu com a bancada do Agronegócio, para tratar da reforma tributária. Hoje (22/06/2023) se reúne com todos os governadores. Enquanto isto, Lula visita a Cidade Luz (Paris). O presidente perdeu a credibilidade da classe política? Um tema tão sensível como a questão tributária, Lira é quem vai decidir? Qual a função, e o que faz seu vice Geraldo Alckimin?

A MISSÃO

            O Senador Veneziano Vital do Rêgo, aceitou o abstruso desafio de ser o Relator da indicação do Advogado Cristiano Zanin, para ocupar a vaga deixada por Ricardo Lewandowski no STF. Uma tarefa complicada, principalmente neste momento em que o Senado – enciumado com o prestígio e poder da Câmara – represa votações consideradas importantes para o governo Lula III.

            A Lei da governança das Estatais, Marco Temporal, Arcabouço Fiscal… Dezenas de MP (Medidas Provisórias) ainda não foram pautadas para votação em plenário, por receio de Rodrigo Pacheco, temeroso em tropeçar num resultado desconfortável. A oração de São Francisco não tem alcançado a graça esperada pelo Senado, que vem dando tudo que pedem, e não recebem nada em troca.

Senadores do PP, União Brasil, PSD e Republicanos, que “em tese” são considerados integrantes da base do governo, estão chateados com o tipo de tratamento diferenciado, acrescidos de privilégios dispensados a Câmara – liberação de 1,8 bilhões de emendas – promessas de Ministérios com Orçamentos “gordos”.

Arthur Lira, após rasteira do Orçamento Secreto, adotou postura de um CEO (Chief Executive Officer) presidente de uma “Holding” que controla diversas empresas (Partidos Políticos), focado em resultados práticos. Três derrotas infligidas ao governo, aterrorizaram o Palácio do Planalto. Lira se impôs, e vão ter que engoli-lo até fevereiro de 2025.

  Veneziano enfrenta rito corrido e com riscos. Presidente da CCJ, o Senador David Alcolumbre, deixou 145 dias o Ministro André Mendonça no castigo, para convocar a comissão e votar a aprovação de sua indicação. Agora, em apenas 20 dias irá viabilizar a sessão, agendada para 21.06.2023. O motivo da data e pressa é o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo TSE no dia seguinte, 22/06/2023. Se a Corte Superior da Justiça Eleitoral o tornar inelegível, haverá revanche: Senado reprovará Zanin.

Presidente Rodrigo Pacheco, não cogita possibilidade de espera, e já garantiu que pautará no mesmo dia (21/06/2023) a sessão do plenário. São necessários 41 votos para a aprovação de Zanin. A conquista destes apoios é empreitada de Veneziano. Terá que prometer muito e cumprir. Caso consiga, estreitaria ainda mais sua relação com Lula e ganharia respeito de seus pares.

Rodrigo Pacheco disputou sua reeleição contra um forte adversário – Senador Rogério Marinho – que foi derrotado por manobras no dia da eleição. Veneziano não teve oposição. Quem votou em Marinho, votou em Veneziano.

Ministro Vital Filho do TCU (irmão de Veneziano) cumpriu duas missões dificílimas no governo Dilma Rousseff. Enterrou as CPIs de Carlinhos Cachoeira e Petrobras. Como prêmio, ganhou uma vaga vitalícia no TCU. Caso logre êxito, com aprovação de Zanin, qual será a recompensa de Veneziano?!.

COMEÇA O DEBATE ELEITORAL: BRUNO É CUNHA LIMA, ROMERO NÃO!

Nos últimos trinta dias o deputado federal Romero Rodrigues vem ocupando espaços na mídia e redes sociais, posicionando-se no centro da crônica política, como a principal liderança da cidade. Deixa transparecer que está em gozo de férias no Congresso Nacional, aguardando com ansiedade a contagem dos dias – olho no calendário eleitoral – para seu retorno ao comando dos destinos da Rainha da Borborema em 2024.

O movimento é precipitado. Os arquitetos deste projeto podem deixar Romero fora da vida pública. O ex-prefeito ainda é lembrado como melhor gestor do início deste século XXI. Mas, fato pretérito. Mudanças inimagináveis ocorreram após resultado das urnas de 2022, com episódios marcantes, ratificando a tese de Vargas sobre o “meio político”. “Não existem amigos inseparáveis, nem inimigos irreconciliáveis. Na luta pelo poder, tudo é possível.

A união dos clãs Cunha Lima e Rego – segundo turno das eleições 2022 – mostrou a força dos dois grupos em Campina Grande, quando as urnas lhes conferiram 67,36% dos votos válidos (154.794) contra 32,64% do seu adversário, governador João Azevedo (75.009 sufrágios), que foi “puxado” na cidade pelo clã Ribeiro: Enivaldo, o patriarca, Daniella (senadora da república), Aguinaldo Ribeiro (deputado federal) e o neto Lucas Ribeiro – na época vice-prefeito de Bruno Cunha Lima.

As críticas dirigidas hoje a Bruno são absolutamente idênticas às que foram feitas a Romero Rodrigues, no seu segundo mandato. Não frequentava o Gabinete, eram raras suas aparições públicas, e ainda teve que enfrentar as adversidades de escândalos, como o caso da Merenda Escolar. Mas, massageava o ego do campinense com ruas limpas, bem iluminadas, obras de pavimentações e a erradicação de favelas.

Bruno Cunha Lima se aproxima do final de sua gestão sem nenhuma denúncia de corrupção. Manteve o mesmo “padrão Romero” de limpeza urbana. Pagou o alto custo de passar dois longos anos – se cosendo com suas próprias linhas – para tirar o Município do quadro de inadimplência deixado por seu antecessor.

Comportou-se como seu avô Ivandro – moderado, fiel e nobre – cumprindo silenciosamente sua tarefa de tapar as crateras deixadas nas finanças do Município. Qualquer outro se dirigiria à mídia e justificaria os motivos de ter ficado na trincheira e não ter avançado como sonhara ou planejara. Ambições, diferem de ganância.

Os áulicos de Romero anteveem seu destino em 2024. A reeleição de Bruno o manterá por apenas dois anos na Prefeitura. Terá que se afastar, para não ficar sem mandato. Irá ocupar uma das vagas na Câmara, ao lado de Pedro Cunha Lima, que pretende voltar. E o espaço para Romero? Bruno é um líder de visibilidade local, Pedro estadual. Veneziano vivendo o melhor momento de sua trajetória política emplacaria Ana Cláudia como vice de Bruno. Cássio pode não ter mais musculatura para uma maratona estadual. Mas, o clã que lidera ainda tem raízes profundas na cidade. Bruno é Cunha Lima, Romero não.

PRECEDENTE ATESTA QUE CONGRESSO TEM PODERES PARA DEVOLVER MANDATO DE DELTAN DALLAGNOL

            Ex-Ministro do STF Marco Aurélio de Melo, entrevistado sobre a cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol, considerou que o TSE cometeu o maior abuso de autoridade de sua história, e concorda que foi praticada uma injustiça, motivado pelo abominável e truculento instinto de vingança, ato perpetrado pelo Relator do processo, Ministro Benedito Gonçalves, alvo de delação premiada do seu “amigo” Léo Pinheiro na Operação Lava Jato.

            Triste do poder que não pode. A Câmara, mesmo não tendo o papel de revisor, tem poderes para derrubar decisões absurdas do Poder Judiciário, desde que não altere cláusulas pétreas da nossa Carta Magna. Pelos fatos expostos, até ignorantes sobre legislação eleitoral, enxergam que “rasgaram” as garantias constitucionais de um cidadão, legitimamente eleito com mais de 345 mil votos, num pleito limpo.

            Deltan não cometeu nenhum crime tipificado pela legislação eleitoral vigente. PT/PSOL e outros aliados das esquerdas – disseminadores do ódio ideológico que procura dividir o país – ajuizaram ação embasada numa “narrativa” excêntrica acusando o ex-coordenador da Operação Lava-Jato de ter pedido exoneração do cargo, para tentar se eleger deputado federal, e ganhar prerrogativa de foro, na busca de proteção contra possíveis investigações sobre sua conduta, passiva de condenação.

            Aberração jurídica que foi prontamente abominada em primeira instância e no TER-PR. Feito sob encomenda, o MPE apelou para o TSE, onde o processo paralizou por mais de quatro meses. Por que não julgaram em tempo hábil, antes da diplomação e posse? Simples, aguardaram que o MPF abrisse pelo menos um procedimento administrativo, para amparar a decisão de cassá-lo. Fato que não aconteceu.

            Pior que o caso de Deltan, foi o do saudoso Senador Paraibano Humberto Lucena, presidente do Congresso Nacional, que em 1994 teve seu mandato cassado pelo TRE/TSE em dezembro de 1994 – após sua reeleição – por conduta vedada (crime eleitoral). O TSE havia proibido o uso da Gráfica do Senado de imprimir material caracterizado como propaganda eleitoral. Negligência, descuido ou desinformação, Humberto imprimiu 193 mil calendários e distribuiu por toda a Paraíba, desejando Feliz Natal e Próspero ano novo, convidando todos para estarem juntos ano seguinte (eleições de 1994). Duas violações às regras eleitorais: Além do calendário, a propaganda antecipada (micro período eleitoral) que se iniciou em janeiro de 1994.

            Ministro do TSE na época, Marco Aurélio de Melo, foi quem cassou Humberto a pedido do PGR Sepúlveda Pertence. Senador Antônio Mariz tinha sido eleito governador da Paraíba, e os senadores mais votados foram Ronaldo Cunha Lima, Humberto Lucena e Raimundo Lira, que tentava renovar seu mandato. Humberto cassado, Lira assumiria.

            Como recorda o amigo Alfredo Lucas, na sessão do Congresso de 19/12/1994 Mariz fez a defesa de Humberto, culpando as “elites” do regime Militar pelo fato de Humberto ter sido um dos principais combatentes do antigo regime (?) e teve um desempenho espetacular na Constituição de 1988 ao lado de Ulysses Guimarães. O presidente ainda era Itamar Franco, que tinha elegido seu sucessor no primeiro turno. Itamar namorava a filha de Humberto Lucena. Chamou FHC e ordenou: “quero este problema resolvido”. Veio a posse de FHC, instalação da nova Legislatura, Lira estava absolutamente confiante que ficaria no Senado. Em 19/02/1994, o Congresso convocou uma sessão extraordinária, e votou uma “anistia” em favor de Humberto Lucena. Não deu a mínima para grande mídia, nem opinião pública. Lira apelou para o STF, que salvo engano, até hoje não julgou a ação.

            Arthur Lira, tirou ontem a corda do pescoço, após ser absolvido pelo STF de uma ação que pedia sua cassação por ter sido delatado na Operação Lava-Jato. Tem os mesmos poderes, e caso precedente. Inclusive uma PEC em curso, que pretende anistiar todos os partidos políticos, sobre irregularidades no uso do Fundão Eleitoral. É a única chance de Deltan reaver seu mandato. Resta saber se Arthur Lira guarda rancores.

MILAGRE SÚBITO

            Ontem à noite, em nota de rodapé, a mídia internacional – Europa – divulgou decisão do Parlamento Europeu, reunido com uma comitiva de Parlamentares Brasileiros (Bruxelas) indagando do governo Brasileiro, quais as exigências para assinar urgentemente o acordo do bloco, com o Mercosul (?) Inacreditável!

            Jornalistas da área econômica e profundo conhecedores da geopolítica, não souberam explicar os motivos que levaram a complicada União Europeia, mudar radicalmente seu conceito com relação ao acordo Brasil/Mercosul. Sabia-se que o principal obstáculo era França – explora uma agropecuária caríssima – subsidiada pelo governo, sem preços para competir com o Agro Brasileiro.

            Outras exigências se vinculam à preservação da região Amazônica – fora de seu biombo – rica em minérios e terras férteis, ocupada por mais de 11 mil ONG. O objetivo é explorar e continuar pesquisando a nossa rica biodiversidade, nos roubando através do contrabando. Não estamos nos referindo apenas ao ouro, às pedras preciosas e ao grafeno. Mas, plantas medicinais, usadas em pesquisas avançadas, que traz a possibilidade da cura do Alzheimer, como já denunciou dezenas de vezes o ex-ministro de Lula/Dilma Aldo rebelo – deputado federal por 24 anos – Chefe da Casa Civil; Ministro da Defesa e presidente da Câmara dos Deputados, que aprovou o Código Florestal.

   Aldo Rebelo, que conhece como a palma de sua mão, a região, alerta para os eternos conflitos econômicos de interesses internacionais, que utilizam a retorica do “Meio Ambiente”, para frear a capacidade do Brasil de se tornar maior exportador das mais diversas commodities do planeta. Sem rodeios afirma, que o propósito é frear o país. Rebelo foi um dos sobreviventes da guerrilha do Araguaia, o maior líder do PCdoB até 2014, e hoje as esquerdas o acusam de defender o Agronegócio e os Militares.

Foram pegos de surpresa o Itamaraty, o guru de Lula Celso Amorim e o próprio presidente, que há três dias em seu discurso/desabafo no ABC Paulista, verbalizou que não havia mais interesse em dar continuidade ao acordo União Europeia/Mercosul.

Como nada acontece por acaso, só os tolos assim pensam (Karl Max), a vitória de Arthur Lira com a aprovação do Marco Temporal, talvez seja a razão de toda esta reviravolta. As terras Ianomâmis e a decisão do STF sobre a reserva da Raposa do Sol, riquíssimas em minérios ainda desconhecidos, deixarão de existir, e seus marcos voltarão ao distante 05/09/1988, quando foi promulgada a Constituição Cidadã.

A reserva Ianomâmi é maior que o Estado de Santa Catarina. É mais rica em minérios, solo que qualquer outro Estado Brasileiro. Todo ouro que sai de lá, não deixa um centavo no Brasil. Centenas de garimpos ilegais brasileiros – sem se levar em conta a exploração estrangeira – poderão iniciar sua luta pela legalização. Até o petróleo da Bacia Equatorial, será explorado, com ou não a concordância de Marina Silva, embaixadora dos interesses internacionais, líder defensora das ONG que ainda se apoderam do nosso território.

A causa do petróleo, tem unido esquerdas e direita. Que ganhe o Brasil, com investimentos bilionários e retomada de seu desenvolvimento.

SOBRESSALTO MUDA GOVERNO DE LULA

             Em solenidade realizada ontem em São Paulo, para anunciar a criação da Universidade do ABC (ambiente fechado), Lula aproveitou a oportunidade e mandou um duro recado para os petistas radicais, endereçado principalmente à presidente da sigla, Gleisi Hoffmann e Rui Costa, seu primeiro ministro. Ao se referir a votação da MP de 31/05/2023, exclamou: imaginem se não tivesse sido aprovada?

            Não necessitou concluir a frase sobre os desdobramentos. O público presente (petistas históricos) compreenderam que seria o fim do governo. Por onde passa um boi, passa uma boiada. O Senado “travaria”, e a CPMI dos atos de 08/01/2023 ganharia fôlego suficiente para imobilizá-lo. Acrescente-se os efeitos da CPI do MST, e o fiasco da tentativa de recriar a UNASUL, que culminou na falta de quórum para o Jantar do Itamaraty. Todos foram embora. Ficou só Maduro e Fernandez da Argentina. Os estragos de uma política ideologicamente anacrônica, estão vindo de fora, para dentro do país.

            No seu longo discurso (desabafo), Lula falou de tudo, com exceção da Educação, o tema principal do evento. Advertiu repetidas vezes: “temos que conversar com quem não gosta da gente… Temos que negociar com quem não gosta da gente”. Concluindo foi pragmático: “todas as esquerdas unidas na câmara, só somam 136 votos. Para aprovar qualquer projeto são necessários 257 votos”. Na linguagem popular nordestina, finalmente “entregou o couro as varas”. Vai ser “espichado” na medida da ganância insaciável do PP, União Brasil e Republicanos, que sem o menor pudor aprovaram a MP.

            Bêbados e crianças invariavelmente terminam por falarem a verdade. Como Lula conseguiu vencer uma eleição, se no primeiro turno seus aliados conquistaram apenas 136, das 513 cadeiras da câmara? No Senado, de 27, apenas 05?  Percentualmente esses números representam 26,5% dos votos. Todavia, as regras do pleito não permitia recontagem, e a decisão ficou por conta do “tapetão” (TSE).

            Conceituada como “Casa de Gatos”, a Câmara dos Deputados – por mais se mude seus membros através do voto e a cada eleição – a maioria dos novatos, ao chegarem em seu novo habitat, rapidamente se adaptam ao comportamento dos “bichanos”. Diferente do cão, que segue seu dono e o protege, os gatos escolhem o conforto da casa.

            O Superministro Rui Costa – ora no cadafalso – apostou na sua malandragem baiana. Daria um calote de 19 bilhões nos velhos “profissionais”? Ajoelhou tem que rezar. Nenhuma MP seria aprovada, e o governo cairia no início do segundo semestre (2023). Bolsonaro enfrentou problemas semelhantes, resistiu porque tinha o povo e as ruas para apoiá-lo. Encurralava Congresso/STF. Pagou caro por ser honesto e zelador do dinheiro público. Lula, está despido de popularidade. Não importa de onde vai tirar os 19 bi, que ele com apoio do STF, surrupiaram do Congresso, sob argumento da inconstitucionalidade da “Emenda do Relator”.

            Perplexo, o povão verá que mais uma vez foi usado como “massa de manobra” quando elegeram deputados do PP, União Brasil e Republicanos, exército que esteve na linha de frente defendendo Bolsonaro, em busca apenas de renovar seus mandatos.

A REVANCHE DE LULA

            A sessão da câmara dos deputados do dia 31/05/2023, convocada para votar a MP que hospedará o novo organograma funcional do governo – ampliando de 23 para 37 Ministérios – na vigésima quinta hora salvou o pescoço de lula, mas, mutilou alguns de seus membros e decepou outros. Foi uma vitória de Pirro.

            O presidente Arthur Lira ao chegar no salão verde, às 09:00hs, em uma entrevista “quebra queixo”, mandou o último recado para o Palácio do Planalto: “a base do governo só tem 130 votos”. Abriu a sessão às 09:30, em seguida desapareceu do Plenário e do seu gabinete. Iniciaram-se as discussões, com fortes pronunciamentos dos parlamentares do PL e Novo, que roubaram a cena das esquerdas, em desespero.

            Uma “tropa de choque” partiu para o STF, protocolando ação para suspender e adiar a votação. Quem os recebeu – mesmo alinhado e aliado do governo petista – recusou-se em dar andamento à demanda. “Isto é golpe! O STF não pode intervir desta forma… É um estupro… Vocês estão pedindo que o STF feche o Congresso?

            União Brasil, líderes do PP e Republicanos, atenderam ao chamado de urgência do veterano José Guimarães(PT), que os convidou para irem conversar diretamente com Lula. O presidente prometeu liberar 1,7 bilhões em emendas. Concordaram, desde que as liberações ocorressem até às 18;00hs. Mesmo assim, iriam alterar o texto. O COAF permaneceria no Banco Central e a FUNASA no Ministério da Saúde. E para não “furarem” com a bancada do Agro e Evangélica, os Ministérios do Meio Ambiente e Povos Originários seriam “depenados”.

Em plenário já havia um clima de comemoração da oposição. Mas, às 18:30 Arthur Lira sentou na cadeira de presidente da casa, sorridente, cercado por Maria do Rosário e José Guimarães. Abriu a sessão e o líder do União Brasil, na tribuna, iniciou seu discurso justificando: “este é o último voto de confiança que daremos a este governo”. Ele não avaliou o peso de suas palavras, que se traduz no mais completo desprezo pelo povo brasileiro, quando aumenta em mais de 20 bilhões de reais o custo da Esplanada dos Ministérios, em troca de recursos para vitaminar seus feudos e apaniguados.

Decepção maior foi com o Republicanos e o PP. Não vão mais confundir o eleitor. Temendo o poder das redes sociais, seus líderes não se expuseram em nenhum momento. Se recusaram a ocupar a tribuna, e na hora que o presidente indagava como orientavam suas bancas, o silêncio foi sepulcral. A maioria foi estrondosa 372 votos contra 105 da oposição.

Senador Rodrigo Pacheco – com o DNA e traços hereditários de Joaquim Silvério dos Reis – ontem (01/05/2023), liquidou o debate em pouco instantes: 51 contra 19. O destaque vai para o Senador Jaques Wagner, ironicamente do PT. Pediu desculpas aos seus pares e à nação, pelo “papelão” a que a Casa Revisora se submeteu, em apenas “carimbar” o que já veio pronto da Câmara. Esta não é a função do Senado.

A vingança de Lula foi imediata. O Ministro do STF Dias Toffoli mandou dar prosseguimento a uma ação contra Arthur Lira, que já tinha pedido do MPF para arquiva-la por falta de provas. E lá no Rio Grande do Norte, um Juiz de primeira instância cassou o mandato do Senador Rogério Marinho – tornando-o inelegível – julgando um processo de 2003, fato ocorrido há vinte anos, quando o mesmo era presidente da Câmara Municipal de Natal. Na época foi acusado de contratar funcionários que não prestavam expediente. O Juiz desconhece a prerrogativa de foro de um Senador? Não sou advogado, mas, as leis brasileiras são como “ramas da batatas”, brotam para todos os lados. Arriscamos em opinar que este processo perdeu sua finalidade, e com certeza está prescrito. Todavia, o objetivo é macular a honra do líder da oposição no Senado Federal. A “casta” do Judiciário tenta se proteger bajulando e usando de arbitrariedades.

APAGÃO NO GOVERNO LULA: ARTHUR LIRA 3 x 0

O churrasco do Palácio da Alvorada, oferecido por Lula aos Ministros do STF, deputados federais e senadores “mais chegados”, culminou no terceiro gol consecutivo marcado pela Câmara dos Deputados, que ainda tem um pênalti a seu favor para bater hoje. Fazendo uma analogia ao futebol, Lula pode passar pelo mesmo vexame de Felipão, no apagão dos 7×1 contra a Alemanha. Para os Petistas, Haja Coração!

            Até meia noite de hoje (31.05.2023), a Câmara e o Senado têm que votar e aprovar o projeto de estrutura do governo instalado em 01/01/2023, através de uma Medida Provisória, que caduca amanhã (01/06/2023). O tempo é muito exíguo, para sanar conflitos de interesses abissais. Quatorze Ministérios poderão ser extintos. O organograma volta ao “modelo Bolsonaro”, com apenas 23 ministros. Geraldo Alckmin, Simone Tebet, Marina Silva e mais onze, poderão perder o emprego amanhã.

            Desde o dia 07/11/2022, Lula começou a governar com sua equipe de transição. Por que durante todo este tempo, não conseguiu formar uma base no parlamento que garantisse sua governabilidade? Nove partidos o apoiaram logo na largada. Conseguiu derrubar a Lei do Teto de Gastos – vinda de Michel Temer e mantida por quatro anos de Bolsonaro – criou 14 novos Ministérios, dos quais sete foram para partidos do “centrão”. Mas, na hora das votações na Câmara, só ficam com o PT apenas 155 parlamentares.

            Querendo fugir da realidade, Lula abraçou a ideia de Celso Amorim e sua agenda de andanças internacionais, projeto que resultou em “arruaças”, trazendo descrédito a Diplomacia Brasileira. Pregou a desdolarização na China, não cumprimentou o presidente da Ucrânia no encontro do G-7, e usando improvisos – inspirados pelo álcool –  em Hiroshima causou constrangimentos aos Japoneses: “quem autorizou os Estados Unidos a despejar duas bombas atômicas aqui? O desconforto foi geral.

            Ontem (30.05.2023), ao invés de estar negociando com o parlamento, tentando salvar o país de uma futura recessão, preferiu reunir-se com 11 presidentes da América do Sul, na tentativa de ressuscitar a UNASUL – União das Nações Sul Americanas, aproveitando o ensejo para empurrar “goela abaixo” de seus convidados, o indigesto Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, Arriscou convencer todos, que o sucessor de Hugo Chávez, era vítima de “narrativas” criadas pelos Estados Unidos.

            O comunismo expandiu-se na América Latina (anos 60/70) usando o discurso do “antiamericanismo”. Seus adeptos doutrinados, acreditavam na existência do “paraíso”, como era denominada a União Soviética. Esta retórica é página virada há mais de três décadas. Por que Lula quer reeditar um modelo econômico socialista/comunista, que não foi exitoso em nenhum país do planeta? O que produzem e vendem Cuba, Coreia do Norte, Nicarágua e Venezuela?

            Dois de seus convidados quebraram o protocolo, ao contestarem o anfitrião. O Presidente do Uruguai (direita) e do Chile (esquerda). Ambos denunciaram que não existem “narrativas”, na Venezuela não tem democracia. O presidente do Chile confessou ser testemunha de centenas de milhares de Venezuelanos hoje refugiados em seu país.

 ARTHUR LIRA GOVERNA O BRASIL

            Em nossa última postagem, comentamos trechos de uma entrevista do governador Romeu Zema (MG) na CNN Brasil. Em sua grade da programação, o horário nobre – cremos que de maior audiência da emissora – é o WW com William Waack (ex-Globo News) às 22:00hs. Esta programação rígida, foi quebrada entre 08/05 a 19/05/2023, pelo empresário Abílio Diniz, que apresentou o programa “Caminhos”, entrevistando as principais lideranças do país: Rodrigo Pacheco, Gilmar Mendes; Roberto Campos Neto; Arthur Lira; Romeu Zema; Tarcísio de Freitas; Raquel Lira (governadora de Pernambuco); Fernando Haddad e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

Entrevistas espetaculares, com perguntas bem formuladas, levando ao telespectador uma mensagem nítida da elite econômica e empresarial que existe no país, pensa no futuro da nação, e está muito além das questões políticas/partidárias ideológicas, parturientes dos debates diário levados a efeito nas redes sociais.

Na entrevista de Arthur Lira, ele usou sua lucidez e sinceridade para descrever os destinos do atual governo. “A direita conservadora ficou por muito tempo acuada e apenas votando contra o PT”. Em 2018, começou a se revelar. E em 2022 elegeu 312 deputados federais”. Continuando, comentou sobre a derrota do governo no Marco do Saneamento: “Nos comprometemos com o presidente, que neste primeiro semestre, não pautaríamos nenhum tema relacionado a gênero, comportamento social e advertimos sobre a decisão de não mudar nada que já tivesse sido aprovado pelo Congresso, como privatizações, fim do imposto sindical, mexer na reforma trabalhista”.

Com todos os entrevistados, Abílio Diniz abordou corajosamente a questão da “insegurança jurídica”, a partir das decisões absurdas do STF. Lira assegurou que quem legisla é o Congresso, e deixou pistas que este embate entre STF e Congresso está prestes a acontecer. No final voltou a repetir o que já havia falado diversas vezes: “o governo não tem base, nem possibilidade de formar maioria para cumprir nenhuma de suas promessas de campanha”. Pelo visto, Lula III, será o nosso Charles III da Inglaterra.

Tudo o que Lira discorreu estamos testemunhando. Aprovaram o Arcabouço Fiscal, depois da sinalização de Roberto Campos Neto (BC). A MP que criou os novos Ministérios foi totalmente modificada – deixaram Marina Silva só com o carro oficial e o motorista – e destinaram poderes só para os Ministros indicados pelo Centrão. Lira pontuou nas entrelinhas, que seu compromisso com Lula, se encerra na votação da Reforma Tributária, independentemente de sua aprovação.

No segundo semestre, a pauta será do Congresso, especificamente da Câmara. Ouvindo o povo e as elites econômicas, empurrarão goela abaixo decisões para o governo cumprir. O país crescerá pouco, mas, longe de ser uma Argentina do amanhã.

             Quanto a Abílio Diniz, apresentou-se como investidor e membro de um seleto grupo que aposta no Brasil, com grandes parceiros internacionais. Fez parte da primeira equipe do COPOM criada no governo FHC. Por fim, evidenciou o que todos sabem, e muitos não acreditam: a economia é quem comanda a política. Seu prestígio e respeito? Nenhuma emissora de TV levaria ao ar, ao vivo e direto de Brasília, os “senhores de nossos destinos” que furaram suas agendas, para serem sabatinados pelo velho guru.

BRASIL ENFERMO

            Em entrevista concedida a CNN Brasil – temporada “Caminhos” apresentado pelo empresário Abílio Diniz – o governador de Minas Gerais Romeu Zema, ao ser questionado sobre a Taxa Selic do Banco Central, foi preciso em sua resposta: “a taxa de juros é o termômetro que mostra a febre de um corpo doente”.

            Aprofundando-se ainda mais sobre o tema, Zema aponta como uma das principais causas da “enfermidade crônica” do país, o gigantismo de um Estado ineficiente, burocratizado, com elevado índice de corrupção, que voltou a prosperar sem o menor pudor após a “deslavajatização” promovida pelas Cortes Superiores de Justiça.

            Dois dias depois da entrevista, o próprio governo divulgou um relatório da CGU, identificando um milhão e seis mil defuntos, recebendo há mais de oito anos, benefício do Bolsa Família – modificado para Auxílio Brasil – hoje com outra nomenclatura “Bolsa Renda”. Como se conseguiu ignorar tamanha fraude, durante tanto tempo? São milhares de quadrilhas criminosas sangrando bilhões dos cofres públicos.

            Além dos defuntos foram detectados cerca de 800 mil beneficiários deste “programa social”, sem CPF (?). Entre defuntos e fantasmas, o prejuízo causado por 1,8 milhões trapaceiros – custo per capita de 600 reais – corresponde a 1,80 bilhões/mês. Em um ano, 21,6 bilhões. Quatro anos são cerca de 85 bi que descem pelo “ralo” da micro corrupção. O governo Lula ainda insiste em mais dinheiro para programas sociais?

            Afirmamos sem medo de errar: todos os municípios do norte/nordeste brasileiro, com população inferior a 20 mil habitantes, seu funcionalismo – direto ou indiretamente através de familiares – estão dentro deste “programa social”. No final do governo Lula I, o Bolsa Renda foi ampliado, e quem passou a cadastrar os novos favorecidos foram as Prefeituras. Cada cidade, montou sua gangue. O chefe do Cadastro Único era – e ainda é – um cargo disputado a tapas. O escolhido é sempre uma figura de alta confiança do Prefeito e dos Vereadores, também usuários da falcatrua.

            Em pleno século XXI, com modernas tecnologias, o IBGE não conseguiu concluir o censo de 2020. Uma das principais justificativas das equipes que coletam os dados em domicílios, é a recusa da população em responder o questionário, que investiga renda, sua origem, emprego informal… A lei que ampara o trabalhador doméstico, foram décadas de luta da categoria. Quando foi aprovada, todos estavam no Bolsa Renda. Se recusaram a usufruir deste direito, temendo perder o benefício. Bolsonaro quando esteve no governo, liberou para que todos buscassem emprego, que não seriam cortados do Auxílio Brasil. Desconfiados, ninguém quis correr o risco.

            Raízes apodrecidas, a árvore não se sustentará. A saída para o país (cedo ou tarde) é um “enxugamento” geral da máquina pública, começando com a extinção de todos os programas sociais. Um freio de arrumação, para identificar quem necessita de ajuda governamental.

A “rede de arrasto” tem que começar pelo Palácio do Planalto, estendendo-se pelos poderes legislativos e judiciário, onde nababescamente ainda vivem os “Marajás” da era Collor de Melo. Uma classe perdulária, repleta de privilegiados, que ignoram por completo a realidade de um país, cujo salário mínimo permanece abaixo de 300 dólares. Infelizmente estamos sem futuro, vivendo de recordações de um passado nostálgico.

VAI FALTAR LÃ ENTRE OS CRISTAIS

A Cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (PODE/PR) pelo TSE no último 16/05/2023, numa sessão única, que após a leitura do voto do Relator, durou apenas 1,44 minutos – recorde digno do Guinness – para que os demais Ministros pronunciassem apenas o “sigo o voto do relator”, abalou o país.

A matéria iria muito além de uma discussão “polêmica”, já que era um caso “inusitado”. O réu que estava sendo julgado, não havia praticado nenhum crime eleitoral – antes, durante nem depois da campanha – que produzisse fato capaz de suscitar dúvidas, quanto a legitimidade da conquista do seu mandato. Nenhum dos sete Ministros se manifestaram em pedir vistas, para averiguar se havia amparo ou razoabilidade dentre as centenas de decisões, jurisprudências; entendimentos, análogo ao tema em julgamento.

Ato imediato e subsequente – no mesmo instante – foi a expedição de autorização para o TRE-PR cassar o diploma de Deltan Dallagnol. Nem os Tribunais de Exceção, em tempos de guerra, executavam com tanta rapidez suas vítimas (inocentes ou não).

A Câmara dos Deputados reagiu prontamente ao ato tirano e abusivo dos Ministros do TSE. Presidente Arthur Lira, concedeu entrevista, confirmando que Deltan permanecia como Deputado. Que se cumprisse o que determina a Constituição. Aguardaria a notificação do presidente do TSE, e despacharia para a Corregedoria da Casa, que lhes garantiria a ampla defesa e a presunção da inocência.

Começou a faltar lã entre os cristais. Neste choque, ou quebram-se os dois, ou um sai inteiro, e outro estilhaçado. A Câmara é representante legítima do povo. Se abrir mão de seu papel Constitucional, está traindo o cidadão. O TSE é um Tribunal que não é guardião da Constituição. Foi criado como última instância, para arbitrar disputas eleitorais, questões partidárias, normas para manter critérios isonômicos durante os pleitos.

Os leitores que não têm tempo de acompanhar todos os detalhes, e o passo a passo dos acontecimentos, deve estar indagando: por que o TSE cassou o um dos Chefes da Força Tarefa da Operação Lava-jato? Por conta de uma ação “aventureira” despida de legalidade, impetrada pela Federação do PT do Estado do Paraná, que tentou impedir sua candidatura, temendo o que de fato aconteceu: o mais votado do Estado com 344 mil votos.

A Ação deve ter sido elaborada por um roteirista de novelas, especializado em criar tramas de cunho conspiratórios e místicos. Acusaram Deltan de ter pedido demissão do MPF, para fugir de uma investigação sobre os gastos da lava-jato com viagens, passagens e hospedagens. O PT já sabia que ele seria condenado? Por quem? E se o fosse, não era só ele, mas toda a Força Tarefa, que contou com mais de 100 Promotores, incluindo o Procurador Geral da República Rodrigo Janot, chefe de todos.

Segundo ainda a “fantasiosa” ação, inspirada na leitura dos destinos – práticas de Mãe Diná e João de Deus – Deltan procurou se eleger deputado federal, para não ser condenado (!?). Logo ele, que teve como bandeira de campanha o fim do foro privilegiado! Aguardemos os desdobramentos. Que seja finalmente demarcada as “quatro linhas”.

CAMINHOS OPOSTOS

            No mesmo dia que Lula embarcou para Londres (05/05/2023) na condição de um, dos dois mil convidadas para a coroação do Rei Charles III, o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira, tomava destino rumo aos Estados Unidos, convocado para um encontro com as elites econômicas da maior superpotência do planeta.

            Enxadristas experientes observam com curiosidade, movimentos ousados de peões e cavalos sobre o tabuleiro, mas, não arriscam palpites sobre os próximos e sucessivos xeques que a Câmara dos Deputados executará, para encurralar o governo e deixá-lo diante da perspectiva de um fim de jogo.

            Após sua posse, Lula já esteve nos Estados Unidos, como chefe de governo e convidado oficial Joe Biden, de quem só conseguiu arrancar uma promessa vazia para o Fundo da Amazônia de 52 milhões de dólares. Lula não teve agenda econômica com os grandes empresários, banqueiros e investidores em projetos de longo prazo.

            China, Portugal e Espanha, foram visitas que só renderam dissabores para diplomacia brasileira – hoje perplexa e sobressaltada – com a possibilidade de ser enxergada dentro de num contexto “diferenciado” – rebaixamento pela comunidade internacional – em função da retórica improvisada de Lula, sugerindo radicalismo e posicionando-se pela “desdolarização” do gigante comércio internacional.

            A maior de todas as surpresas (desatino total), foi no dia 1º de maio, dia do trabalhador. Lula foi fotografado para o mundo todo, num evento das Centrais Sindicais, ladeado por petistas radicais doutrinados pelo comunismo, vestido de “Guayabera”. Uma espécie de camisa/túnica, que faz referência ao alinhamento ideológico ao regime Cubano. Traje usado por Fidel e Raúl Castro, Evo Morales; Maduro; Daniel Ortega…

            A reação do grande capital foi imediata. A Câmara dos Deputados derrubou um Decreto Lei de Lula – de cunho estatizante – que alterava regras, e criava obstáculos para entrada dos grandes investidores internacionais, no processo de concessões, construções e explorações de um colossal sistema de saneamento básico e esgotamento sanitário em todo país. Empreendimentos com retorno e rentabilidades centenárias.

            Nos Estados Unidos, Arthur Lira participou da Conferência do Açúcar e do Etanol promovida pela International Sugar Organization em New York. Esteve no Brasil Week, que debate a transição energética para o setor Sucroenergético, promovido pelo Citi brasil e Datagro. Na terça-feira 09/05/2023, palestrará na “Lide Brasil Conference”, evento organizado pelo ex-governador João Dória, o mesmo que em Agosto de 2022, agendou simpósio semelhante, sobre o tema que envolvia os novos caminhos para o novo governo eleito no Brasil (?). Como ele já sabia da vitória de Lula?

            Para quem tem boa memória, deve recordar as figuras que estiveram presentes neste encontro. Bancos tupiniquins, Industriais, Redes Varejistas, membros do futuro governo e os Ministros do TSE, escoltados pela maioria do STF. Mera coincidência?

            Na próxima quarta-feira, 10/05/2023, Arthur Lira havia prometido a Lula votar o “o novo arcabouço Fiscal”. Sem aviso, estará palestrando e sendo homenageado na Câmara do Comércio Brasileiro-Americano. Nenhum membro da equipe econômica do governo foi convidado para estes acontecimentos. Sequer o vice-presidente que é Ministro da Indústria e Comércio. O fato está sendo “ignorado” pela grande mídia.

            Conspiração modelará Lira como o “homem missão”, via Parlamento. Trará pronto o “arcabouço fiscal”, e projeto para o STF voltar a ser um Tribunal Constitucional – com poderes limitados – devolvendo ao país, a segurança jurídica necessária aos investidores.

Caso FIEP: JUIZ SUBSTITUTO DA JUSTIÇA DO TRABALHO EXTINGUE CLÁUSULA PÉTREA DA CONSTITUIÇÃO COM BASE NO ACHISMO

O Poder Judiciário vive sua pior crise desde a Proclamação da República, curiosamente em tempos de democracia plena. Seu “ativismo”, no propósito de se constituir como único poder do país – posicionando-se acima das leis elaboradas pelo Parlamento que representa o povo – tem gerado discórdias, conflitos e crises sobre abuso de autoridade, fator perigoso que ameaça o desequilíbrio dos pilares da República.

Como o exemplo vem de cima, nos dias de hoje, Magistrados avocam para si, o direito de presumir o que é certo ou errado – segundo seu ponto de vista – independentemente do que determina a nossa Carta Magna. Este tipo de comportamento histriônico, tem nos rotulado como eterna “Republiqueta de Bananas”, alvo de chacotas e desrespeito pela comunidade internacional, que só enxerga seriedade em nações que preservem a “segurança jurídica”. O poder político é transitório, a Lei é permanente.

Um grupo minoritário que faz oposição ao atual presidente da FIEP – Federação das Indústrias do Estado da Paraíba, não aceitando a derrota de sua chapa – eleição realizada em janeiro (2023) – tem buscado na Justiça, o que não conseguiram na disputa: um direito inexistente na democracia, que permita a minoria vencer, e se sobrepor a maioria. Destaque-se que a realização do pleito – marcado para setembro de 2022 – foi judicializada por diversas vezes, e sempre suspensa por força de “liminares” de conteúdo precários, parciais e suspeitos. Uma litigância de má fé, que revela o comportamento e caráter daqueles que desejam usurpar o poder, atropelando regras constitucionais primárias.

Neste interregno – idas e vindas a Justiça do Trabalho – o Juiz titular da Segunda Vara de Campina Grande, pôs um fim definitivo na peleja, desconhecendo por completo os pérfidos e infundados argumentos que davam sobrevida aos direitos dissimulados e dolosos, arguidos pelos opositores da atual gestão, que foi vitoriosa no pleito. A partir de então, nada sobre este tema seria discutido na Justiça do Trabalho.

Entretanto, nos sinistros corredores do Poder Judiciário, existem fantasmas e armadilhas que distorcem fatos, usando a “maquiagem” da suposição para modelar mentiras, capazes de ser confundidas com verdades. Sobretudo quando tem o apoio midiático, disposto a usar o mau jornalismo, enveredando pelo sensacionalismo.

O Juiz do Trabalho Arnaldo José Duarte do Amaral, substituto do titular da Segunda Vara da Justiça do Trabalho em gozo de férias, em apenas 30 minutos, rasgou a Constituição, acabou com a presunção da inocência e feriu a ética, ao desqualificar uma decisão de um dos seus pares, julgador e conhecedor de todos os detalhes do contencioso. Afastou o presidente da FIEP, sob o argumento de uma denúncia do GAECO ao TJ-PB, que envolve investigações de 2016, sobre um fato de aplicação de recursos federais que causaram conflitos em rubricas burocráticas. Todo o Sistema “S” foi alvo desta investigação, que não traz prejuízos ao erário público. Todavia, na Paraíba destacam apenas Buega Gadelha como único neste processo investigatório.

No seu despacho, o Juiz Substituto cita textualmente que afasta Buega, pelo fato dele ter sido denunciado e poderá ser no futuro ser condenado (?). Inspirou-se em Mãe Diná? O GAECO é um órgão sério. Não denunciou a Diretoria da FIEP a Justiça do Trabalho. Por outro lado, temos absoluta convicção, que o teor da denúncia não foi compartilhado com o Juiz substituto, pois tal objeto, está fora de sua jurisdição. O ato de afastamento do presidente da FIEP é insano, rebuscado amadoristicamente com conotações de prevaricação invasiva: determina que o Conselho da FIEP se reúna, e expulse Buega, pondo outro em seu lugar. Um verdadeiro estupro a legislação vigente.

No final desta “peça inusitada”, seu árbitro ainda faz uma ressalva e apelo, para que em seu retorno, o titular não revogue seu truculento, insensato e nefasto ato débil e inconsistente. Pelo visto, só lhes faltou o “chapéu de Napoleão”.

TROPEÇO DE ARHUR LIRA DESEQUILIBRA GOVERNO

Bastaram quatro meses, para o governo do presidente Lula se inviabilizar por completo no Congresso Nacional. A insensibilidade de sua equipe, confundindo resultado de urnas eletrônicas com prestígio e apoio popular – imaginando o povão ao lado do novo governante para “tratorar” o parlamento – foi o maior de todos os equívocos registrado na história política do país. Soberba, insanidade, arrogância ou amadorismo?

Esquecendo a construção de sua própria carreira, trajetória vitoriosa – acertos em cima dos erros de Rodrigo Maia – Arthur Lira não observou o destino infausto de seu antecessor, causado por sua insensibilidade ao ignorar as redes sociais, onde todos postavam suas posições. E, como não bastasse, ainda iam as ruas para ratificá-las.  Maia optou pela “bajulação” ao STF, seguindo Ministros vitalícios, que não precisam renovar seus mandatos a cada quatro anos. Taxava as manifestações pró Brasil, família, costumes e Religião como “domingueiras”, frase cunhada por Gilmar Mendes.

Censurar as redes sociais, entregando seu controle a um governo de esquerda! Lira não percebeu que estava sendo usado para mobilizar a câmara, e editar uma nova versão do AI-5? Veracidade sobre as postagens, seriam avaliadas por Flávio Dino e Palácio do Planalto. Retrocesso ou retorno da “Voz do Brasil”, como única fonte de notícia “confiável”, no período dos governos Militares? Um Pastor, se postasse que não concordava com a união entre pessoas do mesmo gênero, seria punido e banido das plataformas.

O PL 2630 é um estupro hediondo, revestido de violência brutal contra a nossa Constituição, que vem sendo currada pelo uso da força, de um poder que não pode. O STF foi constituído para ser o seu guardião, não seu algoz abusador. O mais intrigante é um parlamentar aceitar perpetrar crime de lesa pátria, em defesa dos interesses de grupos políticos, sob a premissa de se locupletar da ação. Como iriam derrubar uma cláusula pétrea da Carta Magna, com um Projeto Lei, aprovado por maioria simples? Só se extingue uma cláusula pétrea, com uma nova Constituição.

Se porventura esta Lei já estivesse em vigor, jamais veríamos as imagens dos vândalos destruindo o Palácio do Planalto, com apoio do Ministro do GSI, que sequer deu voz de prisão a um membro da gang – recrutada pelas OCRIM do narcotráfico – escaladas para a tarefa de destruir a democracia.

Ministro Alexandre de Morais, o Xerife do país, atravessou a praça dos Três Poderes e foi primeiro ao Senado, para acrescentar suas “sugestões” no PL 2630. O Relator lhes confessou que nada mais poderia ser feito pela Casa Revisora. O poder de alterar o texto, era prerrogativa da Câmara. Sem marcar ou protocolar audiência, Morais se dirigiu para Câmara e entregou a Arthur Lira suas “ideias”, para controlar a opinião pública e silenciar a voz rouca das ruas. Este mesmo Ministro, já se recusou atender inúmeras vezes convite para se explicar sobre seus atos, no Senado e na própria Câmara dos deputados.

Males que vem para o bem: as gigantes Big Tech, hoje com poder destrutivo que supera todo o arsenal atômico do planeta, enfrentou o “sistema” brasileiro em defesa da democracia. Foram as Big Tech que derrotaram Hilary Clinton e elegeram Trump. Em seguida, arrancaram-lhes da cadeira de presidente da maior superpotência do planeta de forma humilhante, bloqueando até suas contas nas redes sociais, impedindo-o que se comunicasse com o povo. Aliaram-se as Big Farma e fecharam o mundo com a COVID-19.   Alexandre de Morais e o STF irão enfrentá-los? É bom lembrar que tudo o que eles falaram, seus passos e conversas, estão arquivados nos algoritmos das Big Tech. Se insistirem, os escândalos virão de fora para dentro do país, em forma de tsunami.

CONGRESSO CONGESTIONADO

            Pela primeira vez na história do Brasil – início de um governo – as atenções da sociedade se voltam para o parlamento, ignorando por completo as expectativas das propostas, programas ou promessas de campanha do Chefe do Poder Executivo, eleito (sob suspeita) pela maioria dos brasileiros, em dois turnos no pleito de 2022.

            Episódio raro, insólito e esdrúxulo num regime Democrático Presidencialista. O povo elege um presidente, conferindo-lhes poderes para determinar os destinos da nação e concomitantemente um parlamento, para apoiá-lo, fiscalizá-lo e ajudá-lo na elaboração de novas leis que facilitem a implantação de regras, metas e métodos na busca de avanços expressivos pela prosperidade. Não é o que estamos testemunhando.

O Congresso Nacional – literalmente congestionado pela enxurrada de MP (Medidas Provisórias) do governo – está paralisado. Ainda não conseguiu sequer votar as principais: bolsa renda, criação dos novos Ministérios e revogação da lei da governança das Estatais. Estamos alcançando a marca dos 120 dias de uma gestão, que vem ordenando e executando despesas às escuras (de fato) sem respaldo do “direito”.

Com uma base precária na Câmara – onde consegue contar apenas com 131 deputados federais – a ampla aliança suprapartidária abrangida no período eleitoral, não se materializou em apoio incondicional dos parlamentares eleitos e suas respectivas legendas. Mesmo prestigiado o União Brasil, PDT e PSD com Ministérios – ainda não oficializados pelo Congresso Nacional – a avidez de seus aliados por cargos com “poder de caneta” e disponibilidade orçamentária, põe o governo no cadafalso.

Tamanha balbúrdia (em parte) é creditada ao desacerto de sua equipe (dividida) e sua surdez mórbida, motivada por uma arrogância “quixotesca”, ao se recusar ouvir conselhos convincentes, como por exemplo, evitar um infortúnio previsível ao tentar ressuscitar velhos temas ideológicos inumados há décadas.

Em suas andanças – programadas por Celso Amorim – o resultado tem sido o oposto do esperado. A cada pronunciamento, um vexame. Instala-se uma crise de credibilidade fora, e dentro do país. Os atropelos em Portugal parece que não foram suficientes. Na Espanha – não há registros na mídia de sua recepção protocolar como Chefe de Estado – se atabalhoou com a história e agrediu a ONU, Israel e Ucrânia (mais uma vez). Porém, desta feita, recebeu um duro contra-ataque dos ofendidos.

Nas últimas vinte e quatro horas silenciou. A mídia até ontem (27/04/2023) não noticiou se ele já está no Brasil, ou permanece na Espanha. Na briga do “toma lá, dá cá”, o núcleo petista postergando entregar o prometido, resolveu testar seu poder de fogo na câmara dos deputados, exigindo a votação em regime de urgência e subsequente aprovação do texto da PEC das “fake News”, já aprovada pelo Senado.

Arthur Lira ficou atônito com o poder de mobilização das redes sociais, meio de comunicação que o governo quer controlar a qualquer custo. Em Plenário obteve 238 votos, contra 192 da oposição. Lira suou a camisa para chegar a este placar, distante dos 476 votos que o elegeram. Entretanto, sua missão era mostrar força ao Palácio do Planalto. Uma vitória de Pirro. Seus “liderados” como o Republicanos, amigavelmente o acompanharam mas, esclareceram: “votar na urgência, não significa votar no mérito.

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB), relator do projeto, percebeu que o governo era um leão (felino) cercado por uma manada de búfalos raivosos. Na busca de uma saída, e evitar uma derrota no primeiro embate em plenário, modificou todo o relatório, retirando do texto a censura, sugestões do Min Alexandre de Morais e atendeu a todas as exigências da bancada Evangélica. Pelo visto, tudo permanecerá como d’antes no quartel do Abrantes. Tempo perdido… Queimaram cartuxos em alvos imaginários.

O PREÇO DA DESDOLARIZAÇÃO

            O Presidente Lula, que se considera Nordestino, deveria ter aprendido mais sobre a sabedoria popular da região: “galinha que acompanha pato, morre afogada”. O que espera ganhar Lula acompanhando os passos de Xi Jinping? Foi diplomado pelo TSE, como vencedor de uma eleição, cujo resultado ainda é ignorado e amplamente contestado pela maioria dos brasileiros. Fato periodicamente averiguado em suas aparições públicas, antes, durante e depois do pleito.

            Ouvindo o ultrapassado ex-Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim – eterno comunista ou viúva de Moscou – concordou com uma agenda de viagens internacionais, para promover sua imagem através dos grandes líderes mundiais. Por onde andasse, só receberia “confetes”. No plano nacional, a “mídia militante” o transformaria no grande herói, que estava tirando o Brasil do isolacionismo (?).

            Apareceu na Argentina, Uruguai e no encontro do Mercosul. Repercussão mínima. Criou grande expectativa sobre a viagem aos Estados Unidos. Quebrando o protocolo, a mulher de Joe Biden não foi receber a primeira dama Janja. Uma humilhação sem precedentes, pois foram convidados oficiais e seriam hóspedes da Casa Branca, como determina a tradição. Dormiram no Hotel. Pessoalmente foi duramente hostilizado pela “Direita Trumpista” e a comunidade brasileira que reside nos “States”.

Convicto que as questões climáticas e o tema “Amazônia” encantaria o octogenário anfitrião, decepcionou-se quando lhes foi ofertado uma esmola de 52 milhões de dólares para o Fundo da Amazônia. Valores que não representam o custo semanal dos Estados Unidos com a Ucrânia, para manter um país em guerra, poluindo e destruindo vidas humanas, meio ambiente e infraestruturas seculares.

No Congresso, trazendo de volta o “toma lá, dá cá”, não conseguiu ainda formar uma maioria que lhes assegure a aprovação das Medidas Provisórias editadas nos primeiros dias de janeiro. “Dando com uma mão e tirando com a outra”, o parlamento levou uma rasteira após aprovar a emenda “Fura Teto” e vê o STF, derrubar a Emenda do Relator. Ninguém por lá confia mais nas promessas de Lula.

A CNN – empreendimento deficitário de George Soros no Brasil – usou artilharia pesada contra Bolsonaro por ser amigo de Donald Trump. Os interesses do velho especulador, que já quebrou todos os países emergentes – exceto China – entre 1997 e 2002, estão acima das questões do terceiro mundo. Independentemente de ser Lula ou Bolsonaro, são Estados Unidos (nova Roma desde 1945) e dólar universal.

A mudança na linha editorial da emissora foi radical, quando o governo petista acabou com o teto dos gastos públicos, pôs fim às privatizações e começou a atacar o Banco Central, irmão siamês do FED (Tesouro Americano). Misteriosamente, somente a CNN “furou” a viagem secreta de Celso Amorim à Rússia, para se encontrar com Putin, antes de Lula ir para a China. Isto cheira mais a espionagem (CIA) que jornalismo.

Na China Lula fez o discurso da “desdolarização” do planeta, e culpou a Ucrânia pela invasão Russa. De volta, e em solo guarani, não se desculpou pela gravidade de suas palavras. Vai para Portugal, e lá recebe a notícia que a CNN vazou os vídeos da invasão do Palácio do Planalto, onde o Ministro do Gabinete de Segurança Institucional não deu sequer voz de prisão, a um único vândalo que depredou a sede da Presidência da República, numa nítida demonstração que obedecia ordens, ou cumpria missão.

Quem vazou os vídeos? Por que o Ministro Alexandre de Morais não mandou prender quem entregou o material à CNN? Não puniu os jornalistas? Cadê aqueles prazos de 48 horas? Agindo de forma inversa, Morais determinou a “viralização” dos conteúdos na íntegra, após G. Dias ter revelado na PF, que o Ministro tinha cópias. Onde estão as demais imagens dos terroristas destruindo a Câmara, o Senado e o STF?

 A CNN aguarda a instalação da CPMI e reação da PF, TSE/STF, sugerindo no meio Jornalístico, existência de mais uma bomba: código fonte e resultado das urnas de 2022.

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS É FRUTO DAS GERAÇÕES PERDIDAS

Para identificar os efeitos, basta que se investigue a causa. A onda terrorista causadora do pânico hoje instalado nas escolas – públicas e privadas – do País deixa vítimas indefesas, expostas a ataques violentos (rotineiros), frutos da “frouxidão” das leis, elaboradas nas últimas três décadas sob a inspiração do “populismo”. Desprecavida de suas futuras e inevitáveis consequências, esta irresponsabilidade institucional gerou frutos que estamos colhendo: destruição e inversão de valores nos papeis do sistema de ensino e aprendizado. O lar educa, a escola instrui. A origem desta desagregação se alicerça na banalização do crime, puxada pelo bilionário mercado do consumo das drogas.

Os verdugos truculentos – autores dos atos hediondos que ora permeiam o País – são jovens da segunda geração “Bolsa Renda”, entre 13 e 17 anos, que nem estudam nem trabalham. Entraram no mundo das drogas e, possuídos de uma violência desumana, medonha, irracional, alicerçada no ódio – originários de lares desfeitos e drogados – despidos de amor e amparados pela orfandade das ruas, não escaparam dos abusos. Se tornaram mão de obra ideal para o narcotráfico. Falhou o Estado e nossos legisladores.

O exemplo sempre vem de cima. Bolsonaro foi eleito em 2018 com o discurso “bandido bom é bandido morto”. Para os militantes dos “Direitos Humanos”, que protegem criminosos e esquecem as vítimas – famílias ficam vulneráveis e sequeladas socialmente – Bolsonaro representava a “barbárie”. Entretanto, os verdadeiros selvagens e desumanos são os defensores dos criminosos, que diariamente matam dezenas de trabalhadores, para roubarem seu aparelho celular ou tomarem o dinheiro da feira que alimenta sua prole.

A redução da criminalidade e os recordes de apreensão de drogas durante os quatro anos da gestão Bolsonaro pouparam a vida de quinze mil vítimas anualmente. Quando um policial matava um bandido de alta periculosidade, era condecorado pelo Presidente da República. O que acontece hoje no País? O ministro da Justiça se reúne no maior antro de marginais assassinos narcotraficantes, que ocupam o complexo de favelas Marés (RJ).

Negociaram o fim dos ataques no RN? Prenderam a líder do movimento, entregue por seus comparsas. Em troca (sugere-se) a sigilosa transferência de Beira Mar para o Rio de Janeiro. Antes, logo após a posse de Lula, o Ministério da Justiça – sem justificativas – transferiu Macola de um presídio federal de segurança máxima da região Norte para a “Papuda” DF, onde a expansão da droga está em níveis igual ou superior ao Rio de Janeiro. Para o Ocidente, não bastou o exemplo da China, que perdeu um século para o ópio. Em 1952 viciados e traficantes passaram a ser executados. A Malásia, quando percebeu que sua geração futura estava comprometida com o vício dos entorpecentes adotou – há uma década – pena de morte para traficantes. Já executaram até um brasileiro, e outro está no corredor da morte. Lá o usuário é punido.

No Brasil até usuários da maconha também eram punidos. Por que permitimos que no governo FHC viciados ganhassem status de “dependente químico”, e não fossem reprimidos? Ao invés de criar leis que inibissem ainda mais o uso de drogas – evitando a dependência – o governo federal agiu em favor do crime, desprezando a ideia de criar uma política para desintoxicação. Ex-presidente FHC, com 92 anos, distante do drama quotidiano, ao lado do PT, PSOL, PCdoB persistem na defesa da liberação da cocaína, e o uso indiscriminado de todas as drogas. O caos é parturiente das autocracias.

TORNADO EM FORMAÇÃO NO CONGRESSO

            O deputado federal Nicolas Ferreira, comentou em suas redes sociais, a absoluta falta de articulação do bloco governista na Câmara, que ainda não conseguiu pôr um único tema na pauta elaborada que vai à plenário para debate. Este processo é deliberado pelos líderes partidários – reunidos com a Mesa Diretora – que escolhem quais projetos serão discutidos na semana. O PT e seus aliados, ainda não conseguiram emplacar uma. Oposição navega em “mar de Almirante”.

            O presidente Arthur Lira – esperando o governo – até o momento vem se esquivando de um enfrentamento direto entre seus pares, com perda de prestígio. Para justificar a paralisia, cria “sofismas” como a briga entre ele e Rodrigo Pacheco, sobre composições de Comissões Mistas. Mas, diante da imobilidade e incompetência da bancada governista, é forçado a dar satisfações ao povo e ao próprio parlamento. Resolveu apoiar a instalação da CPI do MST, após invasões do “Abril Vermelho”.

            A incapacidade do PT evitar ou conter as ações deste motim – incentivador da violência no campo – lhes trará perdas irreparáveis. A CPI deverá “amputar” este braço ideológico do governo, considerado última trincheira. Parlamentares e financiadores – dinheiro de origem duvidosa – serão investigados e expostos. Surgirão novas leis, para criminalizar o movimento e extingui-lo.

            No Senado, o presidente Rodrigo Pacheco – insone – tem seus cochilos despertados pelo pesadelo da CPMI dos atos de 08.01.2023. Prevê um catastrófico tornado em formação, e vai procurar abrigo para não ser levado pelo redemoinho. Deu tempo suficiente para o governo agir (cooptar) retirada de assinaturas. Tentando ganhar mais alguns dias, cedeu à pressão da oposição, e leu pedido de instalação da CPI das ONGs da Amazônia. São mais de 14 mil. Se levado a sério a investigação, virá à tona escândalos que irão abalar além do Brasil, todo o mundo. É a maior lavanderia de dinheiro do planeta.

            Identificarão garimpos clandestinos, seus financiadores, contrabandistas e compradores internacionais que são as grandes corporações. Ouro, pedras preciosas; grafeno; madeiras nobres como o Mogno; Jatobá; Ipê; Peroba Rosa e Jacarandá. Um m3 de Jacarandá custa U $5,500. Rotas de narcotraficantes; laboratórios… Estas ONGs, sabotam a exploração legal e controlada de nossas riquezas, impedindo o acesso a 28 milhões de habitantes de toda região. Pacheco, com este “disparo acidental”, pode ter atingido mortalmente parte expressiva da classe política do Norte, envolvida e financiada pela bandidagem predatória do nosso território.

            Para se ter noção do poder econômico por trás dessas ONGs, não esqueçamos que no início de novembro (2022) o governador do Pará, Helder Barbalho, foi convidado especial de uma delas, para participar da COP-27, realizada no Egito. Levou Lula – recém eleito pelas urnas eletrônicas – em sua bagagem. Não tinha sequer sido diplomado.

 Armaram uma tenda para 200 convidados, incluindo a equipe do consórcio midiático, com todas as despesas pagas por esta entidade. A tenda – “Estúdio Cinematográfico” – foi montada para que grande mídia militante corrompida, criasse a maior Fake News de todos os tempos, produzida pela antiga grande imprensa nacional, noticiando Lula como convidado do evento e palestrante oficial. O gesto de Hélder, teve como gratidão de Lula a nomeação do irmão Jader Filho, para o Ministério das Cidades.

 Quem representou o Brasil, e o então presidente Jair Bolsonaro na COP-27, foi o Ministro do Meio Ambiente. A farsa midiática é sem precedentes na história. Foi protagonizada pelos aldrabões formadores de opinião da velha mídia, sustentada com os recursos de origem “suspeita”, angariados pelo Consórcio Midiático. O embuste só veio atestar a perda de credibilidade do jornalismo profissional militante, e o fim de carreira dos “Capitães de Empresas”, que ainda vivem o devaneio de um poder que perderam: o de manipulação das massas. Vida longa às redes sociais.

O EMPRÉSTIMO DE BRUNO

            De repente, todos os holofotes da mídia local e estadual, despejaram suas luzes sobre a Casa Félix Araújo – Câmara Municipal de Campina Grande – onde o povo começou a enxergar seus atuais representantes. Figuras opacas e sombrias, sem brilhos, que “vampirescamente” ora compõem a mais “escura” de todas as legislaturas da sua história. O motivo do alarde? Pedido de autorização do prefeito Bruno Cunha Lima ao poder legislativo, para contrair um empréstimo no valor de 52 milhões de dólares.

            O prefeito Bruno Cunha Lima, durante três anos ininterruptos não experimentou o “xarope amargo” de uma oposição barulhenta – com cobranças às vezes até abusivas – pautas bombas e insistentes pedidos de investigações sobre sua gestão. Lidou sem grandes preocupações com algumas exigências soltas ou perdidas, fora do alcance da tela do radar da população e formadores de opinião. Mesmo atravessando uma eleição para governo, presidente e parlamento, voou até agora, em céu de Brigadeiro.

            É difícil saber a medida exata, ou a dosagem necessária, sobre o equilíbrio entre as críticas (indispensáveis) que provocam reações do elogio alucinante. Governar sem oposição é confortável. Entretanto, para se manter no meio político, é imperioso despertar paixões. Como bem avultou o genial Nelson Rodrigues “toda unanimidade é burra”. Tivemos um exemplo histórico desta assertiva: Ivan Bichara Sobreira.

           Dr. Ivan Bichara tinha sido deputado estadual no início da década dos anos cinquenta. Homem culto, bom, honrado e distante da mesquinhez político/partidária. Desde o início dos anos sessenta, residia no Rio de Janeiro. Era Secretário da Associação Comercial, casado com a sobrinha preferida do ex-ministro José Américo de Almeida. Teve seu nome indicado para suceder Ernani Sátiro, a pedido do General Reynaldo Almeida, Comandante do 1º Exército, e Militar mais respeitado daquele momento.

            Filho do Ministro José Américo, General Reynaldo foi indicado pelas Forças Armadas para suceder Médici. Declinou do convite e indicou seu amigo Orlando Geisel, que não aceitou, por se considerar já velho para a tarefa. Mas, sugeriu seu irmão Ernesto, que apesar de não ter o “perfil consensual”, obteve o apoio e empenho do General Reynaldo – orientado por seu pai – costurou nos bastidores, entre os comandantes das três forças e o EMFA, o nome de Ernesto.

Durante os quatro anos da gestão Ivan Bichara Sobreira, ele não conseguiu suplantar o colossal programa de obras e ações deixadas por Ernani Sátiro. Era distinguido como um vulto distante, uma pessoa simples e acessível, poupado de críticas, convivendo pacificamente com uma oposição silenciosa.

Não fez grandes obras, porque durante seu governo, foi obrigado a pagar todas as contas deixadas pelo seu antecessor, sem nunca ter “resmungado” da herança maldita recebida. Um argumento que, se usado, justificaria seu baixo desempenho. Licenciou-se, foi disputar o Senado, e para surpresa da Paraíba, perdeu para as sublegendas do MDB. Foi mais sufragado que Humberto Lucena. Mas, os votos de Ari Ribeiro (52 mil) no entorno de Campina Grande, e João Bosco Braga Barreto (mais 30 mil), levaram-no à derrota. Acontecimento incomum na história política do país, e até então da Paraíba.

Alguém despertou Bruno – para não repetir o erro do Dr. Ivan Bichara – fazendo-lhes enxergar que sua gestão tem se resumido em pagar as contas deixadas por Romero Rodrigues, o compromisso de manter a velha equipe militante, e concluir as obras por ele iniciadas. Subliminarmente, para população, Romero é um prefeito em férias. Não existem “siameses” na vida pública. Só um ambicioso programa para transformar a cidade num canteiro de obras até 03/10/204, é capaz de reverter este quadro de expectativas. Uma ação que ensejará Bruno a granjear notoriedade, produzir um discurso com argumentos que convença o povo, da imperativa necessidade de seu continuísmo, tornando-se indispensável para a continuidade do desenvolvimento da cidade. O empréstimo divide opiniões, e cria um discurso de sobrevivência para a oposição.

CRISE ENTRE CÂMARA E SENADO É FACTÓIDE

            A mídia nacional dedicou todo seu espaço nos últimos cinco dias, à tarefa de “oxigenar” as chamas de uma “crise” no Congresso, sobre demarcação de direitos, poderes e deveres das duas Casas. Mais um factoide.  Arthur Lira e Rodrigo Pacheco “fingem” brigar pelo controle – através da proporcionalidade – na formação das comissões mistas.

A Constituição não impõe. Admite a criação de Comissões Mistas, como medida para acelerar projetos prioritários, facilitando a tramitação até o Plenário, onde pode ser totalmente modificado, através de emendas e destaques, e obstruída de votação.

            A dúvida reinante é se a “historíola” é invencionice da própria mídia, ou do Palácio do Planalto, para aliviar a pressão sobre o presidente Lula, acuado pelos seus tropeços nos cem primeiros dias de gestão. O imbróglio paralisou as atividades do Congresso. Um fôlego para Lira e Pacheco, na esperança que o “fato novo” leve o povo a esquecer temporariamente a temerosa CPMI dos Atos do dia 08.01.2023.

  Só está garantida a CPI do MST, imposição que Lira não pode fugir e deu sinal verde ontem (20.03.2023), para instalação imediata, com objetivo de barrar o movimento “Abril Vermelho”. Investida do MST, com invasões de terras em todo o país, no dia 01.04.2023. Exigência da bancada Agropecuária, com 300 deputados federais.

Ideologias já são temas superados, e quem as defender não sobreviverá no mundo político de Brasília. O parlamento, ao fortalecer-se, se transformou numa savana, habitada por ferozes “animais políticos” – semelhantes a felinos – diuturnamente em caça. O que os une e os separa, é o modus operandi alicerçado na “palavra”, cuja exigência é ser honrada, e seus compromissos cumpridos. Malandragem não cola mais.

O presidente Lula – Doutor Honoris Causa – com aprendizado no manhoso meio sindicalista, tentou aplicar golpe de esperteza, engendrando “artifício” após ter negociado a PEC do “Fura Teto” com o Congresso, que acreditou na sua palavra e cumpriu o prometido. Por trás – com um soco abaixo da linha de cintura – usou seus aliados para “Judicializar” no STF a Constitucionalidade da Emenda do Relator.

A intenção era fazer todos de “trouxa”, e “abocanhar” 230 bilhões de reais, engordando seu Orçamento. Lira e Pacheco foram “nocauteados”. Todavia, sinalizaram revanche. Criaram a crise, e a exigência é o acerto do “racha” não cumprido.

São 28 MP (Medidas Provisórias) que terão prazo de validade até o final de Abril. Arthur Lira esteve ontem (28/03/2023) com Lula pela manhã no Palácio da Alvorada. Almoçou na residência oficial do presidente do Senado com Rodrigo Pacheco, que à noite permaneceu reunido com Lula e seus ministros palacianos, durante três horas no Planalto. Tudo que prometem ao presidente, é trazê-lo de volta aos holofotes, como figura mediadora da crise “fabricada”, para recuperar os efeitos negativos do seu destempero emocional, no episódio que envolveu o Senador Sérgio Moro.

A corda está esticada. Mas, não será partida ou torada. O Congresso quer – e vai arrebatar – os 230 bilhões do “Fura Teto”. No final da noite (ontem), Lira admitiu encaminhar apenas três MPs para as comissões analisarem e votarem em Plenária: a do Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, e a que cria os 15 novos Ministérios. As demais, serão apreciadas após resolverem o problema (?) das Comissões Mistas.

 O grave é que as 25 restantes, são promessas de campanha, para alavancar a imagem de Lula. Como já reconheceu o presidente, quanto mais tempo passar, custará mais caro. Em meio a toda balbúrdia, ainda tem a chegada de Bolsonaro amanhã (30/03/2023) fato que mobilizará a nação. Mais um prego no sapato de Lula.

LULA E WOODROW WILSON
 

O presidente Lula suspendeu sua viagem à China, oficialmente por ter contraído uma “leve” pneumonia bacteriana. O “Fico” de Lula, é medo da ameaça real de seu governo desmoronar inesperadamente nos próximos quarenta dias, prazo máximo para o Congresso Nacional aprovar ou rejeitar suas Medidas Provisórias. Lula ainda não conseguiu formar uma base de apoio que lhes garanta governabilidade. Claro que o Congresso jamais legislará contra o povo. Aprendeu a respeitá-los, a partir das duas últimas eleições.

A Câmara em 2018 renovou 277 dos 513 parlamentares. Muitos com vários mandatos… Em 2022, foram 200 que não retornaram. No Senado em 2018 nem o seu presidente Eunício de Oliveira, conseguiu retornar. Em 2022, dos 27 senadores que buscaram “os caminhos da volta”, apenas cinco conseguiram chegar ao destino final.

A única MP (Medida Provisória) que será aprovada, que previamente já está aprovada é o Auxílio Emergencial – criado por Bolsonaro – rotulada agora por Lula de Bolsa Família, acrescendo 150 por crianças até seis anos de vida. As demais, como a criação de 15 novos Ministérios, pode ser rejeitada e deixar Lula de calças curtas. Presidentes da Petrobras e BNDES, correm o risco de perder suas funções, caso seja derrotada a PEC que modifica a Lei da governança das Estatais, exigindo uma quarentena de três anos, para quem exerceu funções políticas, ou é dirigente partidário.

A mudança no Congresso – especialmente na câmara dos deputados – é fruto da pressão exercida pela opinião pública. Lula tem mais conforto no Senado, pela longevidade do mandato de seus titulares: oito anos. Na Câmara, são apenas quatro. Na história da democracia, Lula não seria o primeiro presidente a permanecer no cargo de forma figurativa, como o atual Rei da Inglaterra.

Nos Estados Unidos, berço da democracia plena, o presidente Thomas Woodrow Wilson que governou entre 1913 e 1921 – durante toda a primeira guerra mundial – foi imobilizado pelo Congresso, episódio bem mais grave que o provável “congelamento” de Lula. Ambos venderam o que não dispunha na prateleira, ignorando o Parlamento.

Em setembro de 1918, os Alemães começaram a perder seu poder de ataque, pela falta de tropas reservas nas linhas que combatiam os aliados na Europa Central. Lutavam em duas frentes: contra os Russos (Leste) e Italianos, Ingleses e Franceses no ocidente. Os aliados tinham perdido a guerra em 1916, na sanguinária Batalha de “Somme”, quando o grosso das tropas Inglesas colapsaram. A rendição incondicional era questão de dias.

Só a nova potência industrial (USA) os salvaria, enviando tropas, armas; suprimentos/víveres. O Tratado de Balfour – doando o Iraque e demais países sob o domino e influência dos Inglesas no Oriente Médio aos Estados Unidos, trouxe os Americanos para combaterem na Europa. A Alemanha não tinha como repor suas perdas, os Americanos cobriam – além das baixas dos aliados – a ampliação numericamente milhares de novos combatentes treinados.

Restou ao Alto Comando Alemão, acatar a ideia de um Armistício – cessar fogo – nos moldes do que foi celebrado na frente Russa, tratado de Brest Litovski (março de 1918). Porém a condição “sine qua non” era o aval do presidente dos estados Unidos Woodrow Wilson, como mediador.

Wilson viajou para Paris e garantiu as negociações de “paz em separado” aos Alemães, pondo fim as hostilidades no dia 11.11,2018 às 11hs. Convocou realização do Tratado de Versalhes, onde seria discutido sua proposta dos 14 pontos, iniciando-se pela criação da Liga das Nações, doravante, foro de discussões permanentes entre as potências bélicas, para evitar futuras hecatombes em larga escala.

Após os Alemães entregarem suas armas e desmobilizarem as tropas, a Câmara dos Representantes (deputados) e o Senado dos Estados Unidos, revogaram todos os atos de Wilson. Não ratificaram o acordo de Versalhes, e se recusaram a integrar a Liga das Nações, adotando a política do isolacionismo. Wilson fingiu-se doente, vítima de um AVC. Era fotografado numa cadeira de rodas, mas, cumpriu seu mandato até 1921 (?).

 
 
VEXAME E DESFEITA

O comportamento anormal do presidente Lula ontem em Campina Grande, originou comentários impresumíveis – relatados e explanados com consternação – inclusive por setores “partidarizados” da mídia militante perfilida nas esquerdas progressistas.

Lula chegou calado e saiu mudo. A ausência da militância – no Aeroporto João Suassuna e na cidade de Santa Luzia – foi uma prova inconteste que, de fato, procede a desconfiança da população sobre o resultado das urnas eletrônicas. Nas imagens, o semblante do presidente mostrava desconforto, decepção ou choque de realidade irrefragável, enxergando que sem apoio do povo, seu governo não se sustentará.

O Governador João Azevedo – o tempo todo ao lado de Lula – por mais que se esforçasse, não conseguiu arrancar uma única palavra de afago do presidente. Ainda tentou sensibilizá-lo, buscando um gesto de reconhecimento de sua indiscutível competência, por ter conseguido atrair investimentos do setor privado, na ordem de 3,5 bilhões, para produção de energia limpa. Seus relatos foram ignorados.

Lula desembarcou na Paraíba com uma “baita ressaca moral”, pelo vídeo “viralizado” nas redes sociais – furado por entrevistadores – usando palavras de baixo calão, ao expressar seu ódio e desejo de vingança contra o ex-Juiz Sérgio Moro. Não se fala em ódio e vingança num país, onde 90% de sua população é cristã. Os valores da fé pregada pelo Cristianismo, se alicerçam no dom do perdão: oferecer a outra face.

Quem condenou Lula foram seus delatores – a partir do seu ex-ministro da economia Antônio Palocci – confirmando provas materiais e circunstâncias, oriundas das investigações do Ministério Público Federal – através da “Operação Lava-Jato” – Força Tarefa montada pelo Procurador Geral da República, para estancar a hemorragia da corrupção sistêmica que estava levando o país ao estado de Coma. Ao Juiz – quer fosse Sergio Moro ou outro qualquer – caberia apenas sentenciar.

Por que Lula não odeia, nem quer se vingar dos Desembargadores do TRF-4, que elevaram a pena de Lula em mais quatro anos, considerando que Moro tinha sido generoso? E o STJ, que por unanimidade confirmou a sentença do TRF-4? O próprio STF, que lhes negou habeas corpus? Até Fachin, que ao “descondená-lo”, não o inocentou. A manobra monocrática foi para torná-lo elegível. Todos os processos com provas robustas foram transferidos de Curitiba para Brasília. No bojo desta “manobra”, surge o benefício da figura jurídica “prescrição”, que ajudará Lula a não voltar para a cadeia.

Em entrevista concedida após a partida do presidente, o governador João Azevedo – que foi de Campina Grande a Santa Luzia no helicóptero presidencial – relatou que no percurso, renovou os pleitos da pauta já encaminhada ao presidente, destacando as prioridades do Estado, que dependem de investimentos do para continuar progredindo.

Subliminarmente, sua intenção foi fornecer subsídios para o discurso de Lula, que não aconteceu. O presidente não quis se comprometer com João, assumindo publicamente que o ajudaria, com transferência de recursos Ministeriais, para coroar sua segunda gestão. É chegada a hora do governador encarar a realidade: ele não pertence ao time de Lula. Por mais que force a barra, as portas permanecerão sempre fechadas. Lula na Paraíba (22.03.2023) foi um vexame para João Azevedo, e uma desfeita para bancada da Paraíba no Congresso Nacional, que ainda se compromete em garantir sua “governabilidade”.

O DESENCANTO DE BRUNO

A crônica política que noticia o quotidiano do prefeito de Campina Grande, vem fazendo registros simplórios e as vezes subliminarmente deletérios, sobre seu desempenho – caracterizando como mortiço – no terceiro ano de sua gestão, fato diagnosticado pelos seus opositores em avaliação “qualificada”, como incompetência.

Entretanto, seu comportamento funcional pode ser enxergado sob outro prisma: inapetência, desencanto, desapontamento com os que o cercam – figuras do seu próprio meio (político) – cuja maioria são carreiristas, imediatistas; desleais; defensores de projetos meramente pessoais, afastados do interesse público; insensíveis as nítidas aspirações dos aguerridos e sonhadores habitantes da Rainha da Borborema.

Neste aspecto (no momento) Bruno Cunha Lima pode ser considerado a pessoa certa, no lugar errado. Fazendo uma analogia ao futebol, um “canhoto” – que só chuta com a perna esquerda – escalado para ponta direita. A exigência precípua para personalizar ou configurar uma liderança política – além de um mínimo de vocação – é a capacidade de conquistar simpatizantes para condescender com seus ideais altruístas, inspirados nos anseios da população, que os elegem através do voto, para conduzir seus destinos.

Existem políticos que espontaneamente atraem votos (carismáticos). Outros (de bastidores) com aptidão de criar boas equipes, e alcançar seus objetivos colimados. Os que se transformam em políticos – em função circunstancial ou momentânea – e os herdeiros naturais desta atividade, sequenciadores de um aprendizado doméstico. Isto acontece comumente em famílias de médicos, advogados e engenheiros. Seus descendentes se inspiram nas carreiras de seus avós, pais, tios…

Em Campina Grande testemunhamos ao longo do tempo, todos estes experimentos. Saudoso Edvaldo do Ó foi um grande político sem voto, nem mandato. Tinha uma capacidade ímpar para revelar talentos e valores latentes, apostar nas novas ideias e renovar as elites intelectuais, políticas e econômicas da cidade. Campina sempre grande.

Ex-prefeito Evaldo Cruz – escolha circunstancial – grande técnico de sobeja e inquestionável competência, contava os infindáveis dias para concluir seu mandato, e afastar-se definitivamente da vida pública. Homem manso, poucas palavras, um grande coração que não conseguia expressar seus sentimentos de empatia pelo seu povo.

Enivaldo Ribeiro, de origem completamente adversa do mundo político, tinha vocação nata para se transformar numa grande liderança. Ao lado de Vergniaud Wanderley, foram os dois maiores prefeitos de Campina Grande do século XX. Sua gestão transformou completamente a cidade, equipando-a com estrutura para crescer nas duas ou três décadas subsequente, o que de fato aconteceu.

Poeta Ronaldo Cunha Lima – maior “arrebanhador” de multidões da história da Paraíba – sucedeu Enivaldo. Possuidor de uma retórica hipnotizante e apaixonante, dono de um irresistível fascínio, consolidou a mais longeva oligarquia política de Campina Grande: vinte e dois anos ininterruptos à frente dos destinos da cidade.

Governou o Estado, elegeu seu filho Cássio como seu sucessor na cidade – com quatro mandatos – o pôs no governo e no Senado Federal. Mesmo com a saúde debilitada, reconquistou o espaço perdido por oito anos para os Rêgo.

Bruno Cunha Lima se encaixa no figurino perfeito, exigido para moldar a nova geração de polípticos que alcançarão a metade do século XXI. Todavia, sua postura foi formatada no Legislativo, o oposto da “tranqueira” que representa o Executivo. A regra é “bom executivo, mal legislativos”. E, vice-versa. Resta questionar se o desconforto por estar no Executivo é dele, ou fruto de escolhas equivocada dos que ora compõe sua equipe, e não entregam ao povo resultados satisfatórios.

MURILO GALDINO NA CCJ DA CÂMARA

A Paraíba começa a se posicionar de forma surpreendente no Congresso Nacional, criando espaços e aspirando oportunidades que há décadas o Estado não desfrutava. Os novos tempos, prometem trazer novos ventos, que irão “arejar” a perspectiva de voltarmos a figurar no cenário político nacional – protagonizando momento histórico marcante para o país – sobretudo na atual conjuntura geopolítica da nova ordem econômica mundial, momento que avançamos na trajetória de conquistar em definitivo a posição de principal celeiro do mundo, responsável pela segurança alimentar do planeta.

Deputado Federal Murilo Galdino – eleito no pleito de 2022 – estreou mostrando competência, vencendo o primeiro round da contenda – “acotovelamentos” entre pares – (513 parlamentares), sobressaindo-se com a conquista expressiva de uma das vagas da mais cobiçada Comissão Temática da Câmara dos Deputados, a CCJ-Comissão de Constituição e Justiça. Por lá, obrigatoriamente tramitarão todas as PEC, a nova Âncora Fiscal, Reforma Tributária; demarcação dos limítrofes dos Três Poderes – imbróglio que vem alimentando um amplo debate na sociedade – consignado nas ações da nova Legislatura, já com dezenas de CPIs e até pedidos de impeachment protocolados.

As votações na CCJ, são sempre exaustivamente debatidas e com resultados apertados. Suas decisões (votadas) demandam no envio a Plenário, para ser referendadas, quer seja por maioria simples ou quórum qualificado. Participar ativamente de toda legislação produzida ou revisada nos próximos dois anos, opinar sobre as Medidas Provisórias dos primeiros dias do governo Lula III, é desejo de todos os 513 parlamentares. Murilo Galdino assume responsabilidades além das divisas da Paraíba.

O vice-presidente do Senado – reeleito sem disputa – fato que pode ser considerado como “aclamação”, é Paraibano. Espera-se de Veneziano, estreitamento nas relações com Efraim Filho e Daniela Ribeiro, afinando um discurso em prol da Paraíba. Na Câmara dos deputados, Aguinaldo Ribeiro é Relator da Reforma Tributária, projeto que visa equilibrar as diferenças regionais na distribuição dos impostos arrecadados, com destinação mais justa e equitativa nas cotas destinadas a União, Estados e Municípios.

O líder do Republicanos Hugo Mota, ganhou respeito e admiração do país, ao posicionar-se contra a Emenda do “Fura Teto”, defendendo na tribuna os riscos de o país desacelerar seu crescimento e ancorar na estagnação econômica. Acompanhamos na TV Câmara o seu desempenho na Tribuna – falando de improviso – porém preciso com dados, números e projeções econômicas, demonstrando profundo conhecimento sobre o tema.

O governo vislumbra uma colisão inevitável com o Congresso – bússola que norteará os destinos da nação. Desde 2015, o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves (RN) presidindo a Câmara dos Deputados, oficializou a alforria do Parlamento tornando as emendas impositivas. Acabou definitivamente com o poder de barganha do Palácio do Planalto, que engessava o OGU “contingenciando-a”. A cada votação polêmica, um gesto genuflexo dos parlamentares – sempre de pires nas mãos – curvando-se a arrogância imposta pelos governos de plantão, na esperança de liberar recursos para suas bases.

Existe um símbolo no hieroglifo Chines – com duas interpretações – que visto fora de contexto, ambas podem ser interpretadas como “crise” ou “oportunidade”. Em sua cultura (sabedoria) milenar, todas as crises são parturientes de oportunidades. O momento para o futuro da Paraíba, exige que nossos representantes se unam suprapartidariamente, e enxerguem este instante ímpar, como uma chance imperdível para o desenvolvimento da Paraíba. O altruísmo de nossa bancada – que precisa amadurecer – deve lutar pela união de todos. O resultado é uma vitória da Paraíba e sua gente.

ARTHUR LIRA ARROSTA ALEXANDRE DE MORAIS NA FGV

Desde o período dos governos petistas, a FGV tem avançado (se imiscuindo) em temas complexos, cujo foro de direito é o Congresso Nacional, onde estão os legítimos representantes do povo, democraticamente eleitos pelo voto secreto e livre. Seu comportamento “doutrinário” é algo muito parecido – se não for cópia – com o extinto IPES – Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, criado e comandado pelo General Golbery do Couto e Silva, cuja função era instituir novas lideranças a partir de 1960, para inibir o crescimento das esquerdas em franca expansão no cone Sul, especialmente no Brasil. Seus efeitos culminaram na Operação Brother Sam, fuga do ex-presidente João Goulart – temendo uma guerra civil no País – início do processo de governos militares.

O Centro de Inovações e Pesquisa do Judiciário – setor criado pela FGV – em parceria com a Rede Globo e apoiado pelo IDP – Centro de Desenvolvimento e Pesquisa, realizaram ontem (13.03.2023) no seu Centro Cultual Seminário sobre “Liberdade de Expressão, Redes Sociais e Democracia (?). Convidados palestrantes: Flávio Dino (Ministro da Justiça), o Delegado Geral da Polícia Federal; Ministros do STF Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes; Desembargador representando o TJ-RJ; Arthur Lira e Rodrigo Pacheco (Congresso Nacional); Diretor de Relações Governamentais do Google no Brasil Marcelo Lacerda; Diretores Jurídicos da Rede Globo; Jornalistas da Folha de São Paulo.

O ministro Alexandre de Morais defendeu a regulamentação e controle das redes sociais, como única alternativa para combater a “Fake News”. Explicitou sua falta de modéstia ao julgar suas próprias ações (inconstitucionais), que sob sua ótica foram imprescindíveis para o “equilíbrio” do pleito de 2022. Sugeriu que as redes sociais devem se comportar e se espelhar na mídia tradicional e profissional ora existente no País.

O ministro jamais esperava o tom do discurso (escrito) de Arthur Lira, falando em nome da Câmara dos Deputados: “os poderes da República precisam encontrar os caminhos do meio para tratar sobre este tema”. Acrescentou que as redes sociais são veículos de liberdade de expressão e da democracia, que não podem ser facilmente restringidas – seja punindo jornalistas ou parlamentares – com um mero clique. Só com equilíbrio, encontraremos a fórmula de preservar os dois direitos”.

Finalizou afirmando ser contra a prisão de jornalistas – sem o devido processo legal – mesmo que seja constatado a Fake News. “Não podemos, e jamais iremos abrir mão das liberdades que nos foram consagradas pela Constituição Federal… As redes sociais são uma expansão na nossa capacidade de nos comunicarmos… Regulamentar pode significar também uma retração na nossa liberdade constitucional de manifestar ideias e opiniões”. Gilmar Mendes: “nem foi a favor, nem contra, muito pelo contrário”.

A partir da posse da nova legislatura em 01.02.2023, o experimentado ministro Gilmar Mendes “subiu no muro”. Especulações apontam o isolamento de Alexandre de Moraes por seus pares, que enxergando seus umbigos temem a PEC que limita o tempo de um Ministro do STF na função, debate que domina nas redes. Estão corretos. Se não mudarem as pedras, criarão limbo. Imaginem Alexandre de Morais no STF até o distante ano de 2043, quando a compulsória o fará trocar a toga pelo pijama!? O Congresso está no seu papel. Legislar em defesa dos direitos da maioria.     

BANCADA AGROPECUARISTA REGULARÁ O GOVERNO

            Cientistas políticos que desfilaram ontem (08/03/2023) nos noticiosos da CNN, mostraram uma realidade existente dentro do Congresso Nacional, que vai além da polarização PT x Bolsonaristas – tira-teima alimentado pelas narrativas produzidas por um batalhão de repórteres que cobrem os acontecimentos do dia – gerando notícias perecíveis, com validade que não se sustentam por mais de quarenta e oito horas.

            O recuo do governo sinalizando ao MST que não está preparado – nem dispõe de meios – para promover a “Reforma Agrária” prometida em 2015, foi um balde de água fria, para aqueles que apostaram no fenômeno da desagregação do campo, como um movimento capaz de aquecer a popularidade de Lula, nos moldes 2003/2010.

            A “esquerda festiva” que se incorporou ao PT, patrocinou o “Carnaval Vermelho” – invasões de terras na Bahia, São Paulo e outros locais isolados – como “balão de ensaio”, para avançarem sobre o Agronegócio, por considerá-lo “Bolsonarista”. Esqueceram que o Agronegócio (hoje) não se limita apenas a plantadores de soja. É toda uma imensa cadeia de produção de grãos, que tem como aliado a gigante Pecuária e a Indústria Brasileira: Celulose, Café, Etanol; Massas; Laticínios; Frigoríficos…

            Esta cadeia produtiva, se tornou na fonte inesgotável de emprego e renda – pagadora de impostos diretos e indiretos – responsável também por grande parte do setor de serviços, transportes; geradora de vultuosas divisas para o país. Foram esquecidos por décadas, levando-os a aprender se “coserem” com suas próprias linhas. Enfrentam um conflito permanente, para se manterem na posse das terras produtivas, desejadas ser ocupada (invadida) por devastadores que não queriam cultivá-las.

            Integrantes do governo Lula, que enxergam o país completamente diferente de 2003/2010, contemporizam a ameaça feita pelo líder da Bancada da Agropecuária na Câmara dos Deputados, sobre a instalação imediata de uma CPI para identificar quem patrocina, orienta e coordena as ações da anarquia no campo. Tremeram nas bases. Cabeças insuspeitas rolariam, com efeitos negativos e crises imprevisíveis.

Não só o Palácio no Planalto, até os veteranos jornalistas da CNN ficaram atônitos quando averiguaram o número de parlamentares que “supra-partidariamente” defendem o setor organizado produtivo, a partir do presidente Arthur Lira: 344 deputados federais e 44 senadores da república. Derruba qualquer governo com um impeachment, não importando o crime que lhes seja imputado.

A Justiça imediatamente já determinou a desocupação dos latifúndios baianos, concedendo reintegração de posse a Cia. Suzano de Papel e Celulose. A área é avaliada em 200 milhões de reais. O Ministério do Desenvolvimento Agrário dispõe no orçamento de 2023, apenas R$ 2,0 milhões, para desapropriações.

Por outro lado, no Pontal do Paranapanema e região de Presidente Prudente (SP), área de domínio da FNL – Frente Nacional de Lutas no Campo e na Cidade – movimento liderado por Zé Rainha – a polícia ao prendê-lo por extorsão, encontrou em vários acampamentos, armas de fogo, Seguranças Armados (?) e toda uma estrutura de mobilidade, ônibus, caminhões, tratores… equipamentos domésticos como freezer, cozinhas, e barracas apropriadas para camping. Ficou explicado a origem do dinheiro: extorquiam os proprietários, sob a ameaça de invasão.

Deixando os “petistas festivos” pendurados no pincel, o governo tirou sua escada e deu ao Agronegócio, anunciando linha de crédito no valor de 30 bilhões de reais – empréstimos com juros subsidiados – para incrementar ainda mais seu crescimento. Com uma retórica governista o PT se reconfigura, distanciando-se do MST e FNL: “Em tempos de pouca farinha, primeiro o meu pirão”.

A PARAÍBA PODE EMPLACAR O SUCESSOR LEWANDOWSKI NO STF

            Apesar do presidente Lula já ter admitido indicar seu advogado Cristiano Zanin, para suceder o Ministro Ricardo Lewandowski (STF) que se aposenta compulsoriamente ao completar 75 anos em 11/05/2023, existe uma trincheira dentro do Senado Federal armada para desaprova-lo na sabatina. O Fato causaria – além de “vexame” um estrago desmoralizante imposto a Lula, sem precedentes na história da República.

            Cristiano Zanin “pavimentou” os caminhos de sua ambição, com apoio dos Ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Lewandowski. Mas, mesmo sendo indicado, a última palavra é do Plenário do Senado. Na visão de um, dos 81 assentos, Lula teria que gastar metade da PEC do “fura teto” para cominar seu capricho.

Aproveitando a provável desistência de Zanin, o Ministro da Justiça Flávio Dino tenta alavancar seu nome, ou do seu irmão Nicolao Dino, que foi subprocurador Geral da República de Rodrigo Janot. Figurou na lista como primeiro, para suceder Janot, entretanto, o ex-presidente Michel Temer quebrou a regra e preferiu Raquel Dodge.

O STJ sugeriu – nos bastidores – defender o nome de sua ex-presidente Laurita Vaz, como forma de homenageá-la e avultar a importância daquela Corte de Justiça, que desde a gestão petista, não consegue comemorar a indicação de nenhum de seus membros para o STF. Na visão dos meios jurídicos/acadêmicos, a lógica seria que todo Ministro do STF, tivesse passagem pelo STJ. Argumento válido e bem fundamentado: Ministros do STJ são Juízes de carreira. A maioria passa antes pelos TRF – Tribunais Regionais Federais. Mas, Laurita Vaz tem 74 anos. Passaria apenas um ano na Suprema Corte?

Existe um consenso no novo Senado, empossado em fevereiro último, de minimizar o ativismo político da Suprema Corte, sobretudo seus exageros partidários ideológicos. Sem alardes, correndo por fora, adotando uma postura prudente e discreta, existe um trabalho para indicação do vice-presidente do TCU, Ministro Vital Filho.

É advogado, foi Senador da República e tem relevantes serviços prestados ao PT, como “homem missão”. Enterrou a CPI de Carlinhos Cachoeira – livrando Dirceu e Lula de uma tragédia anunciada – cumpriu sua tarefa na CPI da Petrobras, e disputou em 2014 a eleição para o governo do Estado da Paraíba, com o objetivo de levar o pleito para o segundo turno. Obteve 110 mil votos, que foram integralmente transferidos no segundo turno para Ricardo Coutinho. Cássio foi o mais votado no primeiro turno. Ricardo reeleito, derrotou o então imbatível Cássio Cunha Lima.

O desgaste da empreitada foi cobrado, e a conta foi reconhecida pela então presidente Dilma. Com apoio de Lula, indicam-no para o TCU. Vital Filho exibe uma trajetória de acertos na vida pública: ganha até quando perde. Tem um bom trânsito no Congresso, elegeu (2018) seu irmão Veneziano Vital do Rêgo a vice-presidência da Casa, mesmo enfrentando a adversidade de ser oposição a Bolsonaro.

A atuação de Veneziano tem surpreendido até seu irmão. É cortês e afável, admirado pelos seus pares, querido pela presidente do PT Gleisi Hoffmann. Continuaria vice-presidente (reeleito) em quaisquer circunstâncias. A chapa de Rogério Marinho, não tinha escolhido um vice previamente. Na segunda sessão, para eleger o vice, e Mesa Diretora, o PL não apresentou candidato. Foi votado por todos.

O plano é perfeito. A renúncia de Vital Filho para assumir o STF, abre uma vaga no TCU, que será a vez do Senado indicar um candidato. O resultado do pleito para o governo do Estado (2022), deixou Veneziano combalido por não ter alcançado o segundo turno, mesmo como candidato de Lula, do PT e MDB. Em fevereiro último, a Câmara fez sua indicação para o TCU, agora será o Senado Federal. Veneziano Vital do Rêgo seria o indicado pelo presidente Rodrigo Pacheco, MDB, PT e toda base de apoio do governo.

O STF é herdeiro da Instituição mais antiga do país, criada em 1808 com a chegada da Casa Real ao Brasil. D. João VI designou como “Casa da Suplicação do Brasil”. Em seus 215 anos de existência, a Paraíba teve apenas três membros na Suprema Corte: Epitácio Pessoa, Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Melo e Luiz Rafael Mayer. Por mais ousada que pareça a tentativa, é bom não duvidar. Ney Suassuna ficará feliz em retornar ao Senado, com mais quatro anos de mandato.

CONGRESSO X POVO

            A instalação da CPMI que investigará os atos de vandalismos ocorridos no dia 08.01.2023, será a primeira prova de fogo para a nova Legislatura instalada no último dia 02.02.023. A renovação na Câmara dos Deputados, fruto das eleições de 2022, alcançou 39% dos 513 deputados eleitos em 2018, ano que ocorreu a maior reforma – via voto popular – na história do parlamento brasileiro: 47% de suas cadeiras foram ocupadas por “inexpertos” figurantes desconhecidos no cenário político nacional.

As redes sociais, desde 2016, vêm protagonizando a grande discussão política, usando a “rotulação” como bússola, orientando aqueles que não entendiam o que era direita nem esquerda, a se posicionarem no amplo debate e assumirem posições. Este movimento espontâneo de conscientização do povo – impedindo a permanência do “status quo” da perversa manipulação das massas – ainda é considerado pela crônica política da velha mídia “ensaboada”, como “radicalismo”.

            A partir de 2018, surgiu a “Direita Conservadora”, estruturada nos sentimentos patrióticos e alicerçados nas Igrejas Cristãs (Católicas, Pentecostais e Neopentecostais). O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking dos maiores países Cristãos do mundo, com 90,2% de sua população ou 175,7 milhões de pessoas batizadas no Cristianismo. Perde apenas para os Estados Unidos, que tem 246 milhões. É um admirável contingente, que jamais aceitará as pautas das esquerdas, imposta pelas minorias, que ostentam questões sensíveis (privadas e/ou pessoais) como a “diversidade identitária”, por exemplo, o movimento doutrinário do LGBTQI+ e a linguagem neutra do “tudes”.

            Com apenas 130 deputados federais, acrescidos de mais 80, que se consideram “centro” – apoiaram o PT no segundo turno – o governo fica sem retaguarda para a longa guerra de quatro anos que se inicia agora. As esquerdas formaram a menor bancada desde 2022. O misterioso quadro de saúde de Zé Dirceu, levou Gleisi Hoffmann a assumir o papel de Chanceler, “Cahncelera” ou “Chancelarina” do PT e seus aliados comuns, com discurso instituindo o “patrulhamento ideológico”, deixando o governo de calças curtas. Critica Fernando Haddad, Simone Tebet, Diretoria da Petrobras e exigência (ontem) do imediato afastamento do Ministro das Comunicações, por ter usado indevidamente uma aeronave da FAB para participar de um leilão de cavalos em São Paulo.

            Neste ínterim, Zeca Dirceu – líder do governo – avançou na Câmara e “convenceu” dois deputados federais a retirarem suas assinaturas para a instalação da CPMI. O Jornalista Caio Junqueira da CNN, “plantado” no Palácio do Planalto, se mostrou na última sexta-feira (03.03.2023) pessimista quanto às possibilidades do governo impedir que o processo avance. Foi enfático – mesmo de modo desajeitado – admitindo existência de algo de errado, que à luz de uma ampla investigação como uma CPI, alguns fatos podem respingar no presidente Lula.

Seus companheiros de bancada, no “WW com William Waack”, pela primeira vez abordaram o tema, que há 40 dias está nas redes sociais. Citaram o provável comprometimento do Ministério da Justiça, ABIN, GSI que foram notificados 48 horas antes do dia dos transtornos. Por outro lado, Lula impõe sigilo sobre a divulgação das imagens do circuito interno de câmeras instaladas no Palácio do Planalto.

O que veremos nas próximas semanas, é quem vai ocupar o espaço na mídia e redes sociais. Arthur Lira ou Lula? Lira, se olhar no retrovisor, distinguirá o “travento” destino de Rodrigo Maia, quando se posicionou contra o povo, chamando as manifestações de “domingueiras”. Mudou de cidade (Rio) ficou impossibilitado de andar nas ruas, não teve sequer a coragem de registrar sua candidatura a deputado federal. As chuvas e enchentes de março fechará este verão?

STF ATIRANDO PARA TODOS OS LADOS

Uma “Torre de Babel”. De repente, os ministros do STF começaram a falar em línguas diferentes, deixaram de se entenderem e decisões esdruxulas são tomadas a toque de caixa, aumentando ainda mais a insegurança jurídica das instituições.

Neste entremeio, na corte petista o clima de desentendimento entre ministros – cuja miopia não consegue enxergar que o mundo mudou desde 2010 evoluindo a partir de transformações profundas na macroeconômica globalizada – impede que o governo avance com suas promessas de campanha, alicerçadas em programas sociais retrógrados, vivos e presentes apenas no pequeno núcleo sectário do PT, e seu líder Lula. Flávio Dino, Gleisi Hoffmann querem medidas “distributivas”, na esperança de ressuscitar o Lula de 2003.

O ministro da Economia Fernando Haddad não mudou absolutamente nada da política implementada por Paulo Guedes no governo Bolsonaro. Pelo contrário, demonstra uma avidez colossal por arrecadação de tributos, se antecipando ao previsível fiasco do “Arcabouço Fiscal” que prometeu ao mercado, carta que não tem sob a manga. Não há registros de milagres em economia. Como bem salientou o ex-presidente norte-americano Ronald Reagan “no serviço público não existem gênios, estão todos na iniciativa privada”.

Corroborando com todo este quadro de caos, o STF ainda despreza a existência de um Congresso forte, ignorando a realidade do País desde o governo Bolsonaro, quando implantou um regime semipresidencialista de fato. Atacaram o Parlamento – numa manobra conjunta com o PT – derrubaram a Emenda do Relator (20.12.2022).

O poder de Artur Lira estreitou o corporativismo da Casa. Em apenas dois dias, votaram uma PEC e restauraram parte do “tesouro” que seria saqueado pelo Governo Federal. A confiança na Suprema Corte a esta altura é definitivamente “cristal quebrado”. Desde o acordo (descumprido) para manter a prisão de Daniel Silveira, com a promessa de liberá-lo oito dias depois, não se leva mais a sério o que a Suprema Corte promete. Silveira passou dez meses encarcerado. Retornou após o fim do seu mandato para o presídio, e até hoje tem todos os seus bens e contas bancárias bloqueados.

Ontem (27/02/2023) o ministro Alexandre de Morais decidiu que todos os militares suspeitos, denunciados ou envolvidos nos atos de 08/01/2023, serão julgados pelo STF, atropelando o STM. Anunciou também que levará a julgamento pelo STF mais de mil manifestantes presos, fato que será registrado no Guinness como o maior julgamento da história, superando o Tribunal de Nuremberg que julgou entre novembro de 1945 e outubro de 1946, 185 pessoas: políticos, militares, civis e colaboradores com o regime Nazista.

Paradoxalmente, todos os processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro estão sendo encaminhados para a primeira instância, pela perda do foro privilegiado. Todavia, nenhum dos presos em 08.01.2023 têm foro privilegiado. O STF mais uma vez está atropelando a Constituição? A PGR pediu em 24.02.2023 a libertação de 700 dos mais de 800 manifestantes que continuam presos na Papuda, e em outros locais em Brasília.

Ignorando completamente o pedido de instalação de uma CPMI no Congresso, sobre os atos de 08.01.2023, a velha mídia – segurada pela promessa de empréstimos emergenciais via BNDES – sequer noticiou a mudança repentina do ministro Gilmar Mendes, que aparenta ter se distanciado de seus pares.

Atendendo um pedido da senadora Soraya Thronicke, que colheu 36 assinaturas no dia 10.01.2023 para instalar uma CPI sobre os eventos do fatídico 08.01.2023, expediu ofício dando o prazo de 10 dias para o senador Rodrigo Pacheco se explicar sobre tal negligência.

A LUTA PELA CPI DA VERDADE

O jovem deputado federal André Fernandes de Moura (PL-CE) – campeão de votos no seu Estado no pleito de 2022 – ganhou destaque nas redes sociais no último final de semana (24 e 25/02/2023) quando postou as assinaturas de 32 senadores, seguidos por 172 pares da Câmara dos Deputados, números suficientes de signatários para instalação da CPMI que investigará os atos de vandalismos ocorridos no dia 08.01.2023.

O Palácio do Planalto tenta abortar a ideia, com uso e apoio da velha mídia profissional, que silencia sobre o movimento dos parlamentares por recomendação do governo. A gravidade da CPMI e seus desdobramentos estão respaldadas nas denúncias preliminares feitas pelo Senador Marcos do Val, sobre o inteiro conhecimento do Ministro da Justiça Flávio Dino e do presidente Lula, informados pela ABIN e GSI com antecedência de 48 horas que ocorreria uma “quebradeira” planejada por sabotadores (pagos) já infiltrados no acampamento dos “Patriotas” em frente ao Quartel do Exército em Brasília.

Um farto material com vídeos – armazenado nas câmeras de segurança do Congresso – Palácio do Planalto e STF, estão na PF, que tem áudios de monitoramento do grupo de marginais registrando que desde as 14:30, quando já estavam dentro das sedes dos três poderes, aguardando a chegada da marcha dos manifestantes em deslocamento do setor Militar, até a esplanada dos Ministérios. Chegaram as 16:30. Tudo já estava destruído.

A expectativa da população é sobre sua instalação. Deputado André Fernandes aponta o artigo 21 do Regimento do Congresso Nacional, que determina: “uma vez requerida por 1/3 das duas Casas Legislativas, CPI tem instalação automática”. O grande obstáculo, não enxergado pelo corajoso parlamentar, são as Comissões Temáticas, cujos membros ainda não foram escolhidos. A CCJ, por exemplo, está sendo exigida pelo PT, que votou na eleição de Arthur Lira. Inevitavelmente este pedido de CPI passa pela CCJ. Arthur Lira pautou esta discussão para iniciar-se a partir de hoje (27.02.2023).

Para os céticos imediatistas, as CPI terminam sempre em pizza. Não é bem assim. Lula viveu os efeitos da CPI do “mensalão” e dos “bingos”. Quase foi arrastado por elas. Se não fosse a interferência de Sarney, teria sido derrubado por um impeachment. Na época, a oposição do Senado levou muito tempo para se mobilizar.

O líder do DEM, José Agripino Maia, defendia a tese que Lula teria que “sangrar”. ACM concordou, afinal, já tinha caído Zé Dirceu, o Superministro da Casa Civil, José Genoíno – ícone da legenda – ,João Paulo presidente da Câmara eleito com 334 votos, marca só superada agora por Arthur Lira; Pedro Cordeiro e outras “vacas sagradas” do “lulapetismo”.

O erro foi aguardarem o resultado da CPI dos Bingos e de Carlinhos Cachoeira, Valdomiro e todo o crime organizado do Rio de Janeiro. Márcio Tomaz Bastos teve que renunciar o Ministério da Justiça, para advogar no Senado um constituinte contraventor – Carlinhos Cachoeira – que ameaçava derrubar a República. Antônio Palocci, ministro da Economia, renunciou. Mas, a Globo negociou com Sarney a escalação de Franklin Martins para comandar a SECOM – Secretaria de Comunicação do Governo Federal – distribuidora de bilhões de reais em verbas publicitárias, para tirar da pauta do jornalismo o escândalo que sacudiu a Nação. Lula escapou com uma só versão: ‘não vi, não sei, nem ouvi’.

Orientado por Sarney, criou interlocução com a “cumpanheirada”, para numa entrevista, assumindo “mea-culpa” por ter escolhido e confiado em tantos – sem citar nomes – que traíram sua confiança. A grande mídia com cofres abarrotados encerrou o assunto criando roteiro para Lula. Viagens internacionais, política externa, extrapolar o Bolsa Renda, “Minha casa Minha Vida”; FIES…Limpando sua imagem, e com ajuda das velhas urnas eletrônicas, reelegendo-o em 2006. A diferença de 2003 para 2023, foi o tempo de “lua de mel” petista desfrutado ao lado da população. Assumiu em 2003 e o mensalão estourou em 2005. Agora em 2023, a CPI pode alcançá-lo em 90 dias de gestão.

REFORMA TAMPÃO E INOPORTUNA (parte III) RASGANDO A CONSTITUIÇÃO

Relatamos nas postagens anteriores a percepção de ACM sobre o avanço sem controle das Cortes Superiores de Justiça, atropelando o Parlamento Brasileiro e se imiscuindo nas prerrogativas constitucionais do Poder Executivo. Com sua partida, não surgiu um sucessor para dar continuidade à causa. A Câmara dos Deputados aprovou em julho de 2015 PLC 75/2015 que deu origem a lei 13.165/2015 estabelecendo a obrigatoriedade do voto impresso.

A comissão da Reforma Política trombou com uma celeuma no Senado, que em princípio atendeu recomendações dos técnicos do TSE, alegando que imprimir votos custaria muito caro. Aécio Neves – derrotado pelo sistema do voto eletrônico – não engoliu. Levou o projeto aprovado pela Câmara dos Deputados ao plenário do Senado e aprovou de imediato o voto impresso, para ser implantado nas eleições municipais de 2016.

Dilma Rousseff, ainda Presidente e suposta beneficiada pela urna eletrônica vetou, alegando que custaria 1,8 bilhões a impressão do voto. O veto foi derrubado somente em dezembro do mesmo ano (2015), em votação plenária com apoio de 368 deputados e 56 senadores. Entretanto, como a Constituição exige um ano de antecedência para Leis Eleitorais entrarem em vigor – a derrubada do veto foi em dezembro após 03 de outubro – eleições de 2016 não teriam o voto impresso. Mas, definitivamente, no pleito de 2018 as urnas poderiam ter recontagem e serem auditadas.

A decisão extemporânea da PGR Raquel Dodge em 2018, que entrou com uma ação no STF pedindo liminarmente a suspensão do voto impresso, é um mistério que ninguém até hoje conseguiu desvendar. Raquel Dodge alegou que o voto dos deficientes visuais poderia ser manipulado. E antes? Por que nunca foi? Mesmo antes das urnas eletrônicas? A liminar foi concedida por Gilmar Mendes. Somente as urnas eletrônicas conseguiriam levar Fernando Haddad para um segundo turno.

Após as eleições, com vitória de Jair Bolsonaro, os recados foram dados. Primeiro o de Zé Dirceu: “perdemos uma eleição, mas, vamos tomar o Poder”. O segundo, da Ministra Rosa Weber, na ocasião da diplomação de Bolsonaro presenteando-lhes com uma cópia da Constituição, passando uma mensagem “subliminar” que o Poder pertencia ao STF, mesmo não sendo eleito. Veio a entrevista do ex-presidente do STF/TSE Carlos Ayres de Brito: “a lei está acima de todos. Mas, acima da Lei, está a Suprema Corte” (?).

O atropelo “inconstitucional” do STF impedindo a execução de uma Lei aprovada pelo Congresso Nacional – voto impresso – retornou ao debate em 2019, com uma forte movimentação que chegou a colher assinaturas para uma CPI denominada “Lava-Toga”. Duas ou três assinaturas foram retiradas, impedindo sua instalação. Um dos líderes deste movimento era o senador Randolph Rodrigues, na busca de vingança pela prisão de Lula.

Passado o susto da CPI, o STF em 15/09/2020 julgou em plenário a ação de Raquel Dodge. Com o placar de 8×2, ficou proibido a implantação do voto impresso. Indignados, os congressistas não aceitaram a decisão. A deputada federal Bia Kicis, já prevendo que o STF iria por abaixo a minirreforma eleitoral do voto impresso, se antecipou e colheu assinaturas para a PEC 135/19, explicitando que o voto após ser registrado na urna eletrônica, seria impresso e depositado numa outra urna, anexa a máquina eletrônica.

Arthur Lira acabara de assumir a presidência da Câmara dos Deputados. Criou uma “Comissão Especial” para analisar a PEC de Bia Kicis, atropelando a CCJ que já havia aprovado o texto. Ministro Luís Roberto Barroso – Presidindo o TSE – cruzou a praça dos Três Poderes, foi à presidência da Câmara e se reuniu com Lira, mais 16 líderes de outros partidos. Lira tinha alguns processos no STF, acusado por improbidade administrativa. Trocaram a maioria dos membros da “Comissão Especial”, pondo seus suplentes. A “Comissão Especial” rejeitou a PEC de Bia Kicis. Mesmo assim, por “desencargo de consciência” e jogando para a platéia, Lira levou a votação a plenário. Ricardo Barros e inúmeros deputados pediram regimentalmente que a votação fosse adiada. Pleito negado. Em plenário o resultado foi 229 favoráveis ao voto impresso, e 218 contrários. Para a PEC ser aprovada eram necessários 308 votos.

Após a votação, Lira disse que “cumpriu com seu dever”. Nos corredores do Congresso, o ministro Barroso descuidou-se: “eleição não se ganha, se toma”. Ano passado (2022) em Nova York, ao responder a um brasileiro, arrematou: “perdeu mané, não amola”. Nada de Reforma Tributária. Sem a Reforma do Judiciário e a Eleitoral, a fraude fica definitivamente institucionalizada.

REFORMA TAMPÃO E INOPORTUNA (parte II)

Após desconfiança de fraude ocorrida na reeleição de Dilma Rousseff em 2014, o Congresso Nacional percebeu tardiamente os legítimos motivos da última batalha do saudoso ACM – senador Baiano Antônio Carlos Magalhães(DEM-BA) – falecido em meio ao combate que travava no Senado (2007) pela Reforma do Judiciário. Em 2015, a Câmara dos Deputados aprovou o voto impresso, com vistas às eleições de 2016.

Na concepção do senador ACM, a democracia brasileira não poderia ser dessemelhante das demais do Ocidente. O Brasil teria uma “Justiça Única”, extinguindo o TSE, TST, STM e os TRF. Restariam duas Cortes Superiores de Justiça: STJ como última instância – atendendo exigências da Constituição Cidadã de 1988 – e STF, para discutir exclusivamente “Constitucionalidade” de litígios provenientes da evolução, mudanças dos costumes, enquadrá-los em um dos 360 artigos da Carta Magna, a maior do planeta.

ACM que havia apoiado Lula em 2002, após o escândalo do “mensalão” (2005) viu a morosidade processual da PGR e STF para julgar – fatores que contribuíram para a reeleição de 2006 – e desvendou a existência de um projeto de poder do PT, através do aparelhamento do Judiciário. Ministros escolhidos desde 2003, todos tinham uma ligação lírica com “histórico” de militância na sigla comandada por Zé Dirceu e Lula.

Ano vindouro (2024) o calendário eleitoral confirma eleições municipais para prefeitos e vereadores. Depois de tudo que ocorreu em 2022 o povo e futuros candidatos terão dúvidas sobre o resultado legítimo do pleito. Como determina a Constituição, alterações na legislação eleitoral e tributária (criação de impostos), exige-se antecedência de um ano para entrar em vigor.

A prudência recomenda que o Congresso vote e aprove até 03/10/2023 pelo menos o voto impresso, que assegure a recontagem em casos de dúvidas flagrantes. Esta seria a urgência do Parlamento para 2023. Salvar a credibilidade da democracia, que não se resignou diante das decisões estapafúrdias do STF/TSE antes, durante e depois dos dois turnos de 2022. Reforma tributária? É um amplo debate entre o setor produtivo, envolvendo Estados e Municípios mexendo com o Pacto Federativo.

A grande mídia, que continua tendenciosa, não aborda o tema eleitoral. Destacam apenas a Reforma Tributária. Fez campanha e ainda defende a segurança das urnas eletrônicas. O argumento pífio que Bolsonaro foi eleito por estas mesmas (2018) cai por terra quando se depara com as circunstâncias em que se encontravam Zé Dirceu e Lula. O primeiro, em prisão domiciliar, com Tornozeleira Eletrônica. O segundo, encarcerado na PF em Curitiba, onde passou 580 dias.

Dirceu foi preso em 2013, ao lado de outros 24 condenados no mensalão. Em 2014, ficou em prisão domiciliar. No final de 2015, caiu na 17ª fase da Lava-jato, operação “pixuleco”. No presídio de Pinhais, região metropolitana de Curitiba, recebeu duas condenações do então Juiz Sérgio Moro que totalizaram 32 anos de cadeia. Neste interregno (2016) foi indultado pelas condenações do mensalão.

Em março de 2017, um pedido de Habeas Corpus foi julgado na segunda turma do STF e pôs o “Chefão” petista em prisão domiciliar. A decisão era precária, poderia ser revista a qualquer hora e revogada. Corria o risco de retornar ao presídio. No julgamento, o Ministro Relator Edson Fachin negou sua liberdade qualificando sua periculosidade: “ousadia e desprezo pela persecução criminal”. O Ministro Celso de Mello o acompanhou. Mas, seu ex-advogado Ministro Dias Toffoli, foi contra, seguido por Ricardo Lewandowski. Gilmar Mendes, votou pelo desempate em favor de Zé Dirceu.

Nas eleições de 2018, além da tornozeleira Dirceu estava sendo monitorado pela PF e cumprindo uma série de restrições impostas por Sérgio Moro. O TRF-4 não havia julgado sua apelação, nem confirmado a sentença de Moro, justificativa do Habeas Corpus. Bolsonaro eleito, briga pela Reforma da Previdência, TRF/RS confirma sentença de Sérgio Moro, reduzindo a pena para 22 anos e 08 meses. Dirceu em liberdade apelou para o STJ, que em 19/04/ 2022 confirmou a sentença do TRF-4, reduzindo em 07 meses. Nova apelação: STF. O processo está nas mãos do Ministro André Mendonça. Na próxima postagem, cronologia dos fatos, avanço do STF e volta do Comandante Dirceu.

REFORMA TAMPÃO E INOPORTUNA (parte I)

O novo governo instalado há 45 dias, que nunca esteve preparado para assumir os destinos do País – vindo de uma campanha vazia de propostas – enxergou na Reforma Tributária a única saída do labirinto que se encontra perdido. Antes de assumir, botou o carro na frente dos bois – PEC da Transição – criando um déficit de 230 bilhões, na promessa de cobrir com arrecadação no exercício fiscal de 2023. Impossível.

As principais reformas que levariam o País à pacificação e resgataria o prestígio das instituições seriam a Eleitoral e a do Judiciário. Todas as crises que o País atravessou nos últimos 30 anos o principal protagonista foi o STF/TSE. Iniciou-se com o impeachment de Collor – renunciou 72 horas antes da sessão plenária que o condenou –, a ação perdeu seu objeto com a abdicação. Mas, o objetivo era garantir sua inelegibilidade por oito anos. O STF concordou.

Em seguida (2006), a cassação de uma enxurrada de governadores – eleitos ou reeleitos em 2002 – para atender caprichos de Sarney e tirar Jackson Lago, para por sua filha derrotada Roseane. Os vices foram impedidos de assumir sob alegação de litisconsorte. O STF atropelou o TSE e salvou só Luís Henrique, estrela de quinta grandeza do PMDB. Anulou o processo porque o vice não foi citado.

Em 2014, o PSDB não aceitou o resultado das urnas eletrônicas que reelegeram Dilma Rousseff. Entrou com pedido de recontagem dos votos ou auditoria das urnas, rogação recusada pelo TSE alegando que não dispunha de meios para atender a demanda. Era impossível recontar votos das urnas eletrônicas(?). Dentre as petições para impugnar o pleito, uma foi sobre abuso do poder político e econômico. Gilmar Mendes aconselhou não arquivar o processo, mesmo com pedido do MPE. E quando Michel Temer assumiu, ele tirou o processo da prateleira e levou a julgamento. Michel Temer só concluiu seu mandato graças ao voto de desempate do próprio Gilmar.

Com o estouro (acidentalmente) da operação Lava-jato, STF/TSE “mergulharam”. No decorrer das investigações, delações e prisões, o STF – com exceção de Lewandowski e Dias Toffoli – se posicionou a favor do combate ostensivo à corrupção, e como bem frisou o ministro Luís Roberto Barroso “as devoluções milionárias, até de gerentes, provava corrupção sistêmica do PT”. Gilmar Mendes foi mais fundo: “O PT terá dinheiro para disputar as eleições presidenciais até 2038”.

O atual titular da AGU – Advocacia Geral da União foi a pessoa escolhida por Dilma Rousseff para levar até Lula um ato nomeando-o Chefe da Casa Civil, caso a PF o pegasse antes da publicação e sua chegada a Brasília para ser empossado. Áudio “vazado”, imediatamente Gilmar Mendes proibiu Dilma Rousseff de empossar Lula, ou nomeá-lo para qualquer cargo com Foro Privilegiado. Um absurdo! Esta foi a primeira intromissão fraudulenta do STF, que rasgou a Constituição e se posicionou acima da Lei.

O PT foi reconhecido pelo STF/STJ como uma ORCRIM. A Direita se organizando, vibrou com a decisão de Gilmar Mendes, sem atentar para o fato que um dia poderia ser vítima do mesmo abuso. Aquele foi o momento do Congresso intervir. Mas, todos estavam acuados e assistiram passivamente à prisão do Senador Delcídio do Amaral, ignorando sua prerrogativa de foro, sem pedir autorização ao Congresso.

Renan Calheiros presidia o Senado. Reuniu as principais lideranças partidárias da Casa e foi enfático: “se deixar isto acontecer os togados tomarão o Poder”. Foi voto vencido. Quando deixou a prisão temporária, às vésperas da instalação do processo de impeachment de Dilma, Renan exigiu que o Senado cassasse o mandato de Delcídio. Era desmoralizante a presença de um delator, votando no impeachment. Delcídio foi cassado numa única sessão, atropelando o debate do Conselho de Ética e da CCJ.

Aprovado o impeachment, processo presidido pelo ministro Ricardo Lewandowski, eis que rasgaram a Constituição mais uma vez. A Lei deixaria Dilma inelegível por oito anos. Por exigência de Lewandowski, ela continuou elegível (?). Em meio à bagunça instalada, o ministro Marco Aurélio de Melo, tentando salvar o STF, julgou uma ação – dez dias antes de terminar o período de Renan na presidência do Senado – determinando seu afastamento. Renan não cumpriu.

Com os superpoderes do Judiciário, e a cada eleição novas regras, o País passou a ser a única democracia do mundo governada por quem não é eleito pelo voto direto, secreto e universal. Só a Reforma do Judiciário e Eleitoral restabelecerá a ordem e a interdependência dos Poderes Constituídos. A Tributária? É mais uma “Cortina Fumaça”.      

CRISTÃO NOVO

Texto publicado no portal MaisPB em 09/02/2023 (espaço Opinião) sugere o desprestígio da Paraíba – subentende-se governador João Azevedo – que não foi consultado durante todo o período pós campanha para indicar um titular dos trinta e sete Ministérios que compõem o governo Lula. Destaca o redator que mesmo tendo sido derrotado em 2018 na Paraíba, Bolsonaro entregou o Ministério da Saúde, segundo maior orçamento da União, ao desconhecido Marcelo Queiroga. E identificou a competência de Sérgio Queiroz, presente em sua gestão a partir da equipe de transição.

Bolsonaro estruturou sua equipe usando o critério da “Meritocracia”, sem observar o passado dos escolhidos, como por exemplo Tarcísio de Freitas, que não esconde sua gratidão pela oportunidade que lhes foi dada para comandar o gigante Ministério dos Transportes. Entrou no serviço público em 2011 – governo Dilma Rousseff na CGU (reeleita em 2014) – e permaneceu na função. Após o impeachment, Michel Temer o nomeou provisoriamente para o DNIT. Bolsonaro eleito o transformou em Ministro. O indicou e apoiou para disputar o governo de São Paulo. Com sua vitória, comandará os destinos do maior Estado do Brasil, responsável por 1/3 do PIB da Nação.

João Azevedo mergulhou fundo (2022) no projeto “Lula Presidente”, pondo em risco sua reeleição. Foi destratado duas vezes, mas manteve-se fiel à posição que havia tomado. Lula gravou vídeos pedindo votos para Veneziano, não dando a mínima para a reação do governador. No segundo turno, num outro vídeo ao lado de João, se limitou em falar “agora é com João” … Norteado pela vaidade exacerbada, Lula considerava que os votos da Paraíba já eram seus e não dependia de João Azevedo. Ademais, tinha ao seu lado Ricardo Coutinho, Veneziano Vital do Rêgo, a mãe (Nilda) também Senadora, Luíz Couto e os Ribeiros (Daniela e Aguinaldo). Com três senadores da República, o padrinho político de João Azevedo e seu histórico de vitórias no Estado era o suficiente.

Após sua diplomação, Lula começou a montar um quadro de auxiliares (políticos) privilegiando o “campo majoritário PT”, com Ministérios que abocanharam 80% do Orçamento. Na titularidade destes cargos seus “mais chegados”, conscientes de seus papéis figurativos: “poder de caneta” é exclusivamente do Presidente. As demais legendas (esquerdas) e os aliados do momento para garantir a governabilidade se contentaram com pastas dispondo de recursos só pagar a folha e suas mobilidades.

João Azevedo tem tudo para se superar em sua segunda gestão, sem necessitar de gestos genuflexos a Lula. Como destacou nos debates da campanha, a Paraíba é avaliada pelas Agências de Classificação de Riscos, com o conceito AA +. Talvez seja o único Estado do Nordeste nesta posição, com crédito para levantar 1 bilhão de dólares para investimentos, juros baixos e pagamento em longo prazo.

Hoje, Lula depende mais de Veneziano na vice-presidência do Senado – calcanhar de Aquiles do seu governo – do que do apoio de um governador. Além de Veneziano, Lula conta com o prestígio e influência do seu irmão, Ministro do TCU Vital Filho, o “homem missão do PT”, que enterrou a CPI de Carlinhos Cachoeira e a da Petrobrás.

Recursos extras destinados para a Paraíba? Muito difícil. Terá que passar pelo crivo de Veneziano, Ricardo Coutinho e Luíz Couto. Os dois últimos, decanos da legenda na Paraíba, comandam o “Santo Ofício” da sigla. João era e é do PSB, Cristão Novo*.

BLOGUEIRO DO SISTEMA PARAÍBA DE COMUNICAÇÃO ATACA BUEGA GADELHA COM DENÚNCIAS PRECÁRIAS

            No Jornalismo é necessário se observar a existência de uma linha muito tênue, que separa a informação da manipulação. A bateria de denúncias que o Sistema Paraíba de comunicação vem divulgando contra a FIEP – processo de desconstrução – nos últimos meses, cujo alvo principal é o presidente Buega Gadelha, sugere uma obsessão compulsiva – infectada pelo capricho e vaidade pessoal – no intento de impedir a reeleição da atual diretoria da entidade.

 Litigando de má fé, a chapa da oposição – contando com apoio midiático do Sistema Paraíba – conseguiu adiar o pleito por diversas vezes, sempre com uma liminar concedida pela Justiça do Trabalho. Agora, com a data da eleição marcada para o próximo 14/02/2023, desceram o nível e quebraram as regras da disputa sadia e civilizada, batendo abaixo da linha de cintura. Quem não sabe perder, não sabe vencer.

Usando como “elemento surpresa” uma investigação realizada em 2020, aproveitaram-se do blogueiro João Paulo, o “fantasiaram” de repórter investigativo, levando-o “carnavalescamente” a postar matéria com propósito explicito de denigrir a imagem e honra de Francisco de Assis Benevides Gadelha e Marcone Tarradt Rocha, acusando-os de praticarem corrupção, através de recebimento de propinas. O blogueiro deve desconhecer por completo a história de vida dos dois cidadãos, que está perversamente vitimando, sem provas cabais que macule suas condutas ilibadas

Vamos aos fatos. João Paulo postou no Jornal da Paraíba a existência de uma investigação da Polícia Federal, batizada de “Operação Cifrão”, realizada em 2020 e que apenas “há semanas atrás” foi concluída (?). Não diz a data, não cita o nome do Delegado que comandou a operação; se existe inquérito instaurado; quando ouviram testemunhas; se houve delações…Pelo visto, sequer existe processo! O Ministério Público Federal já os denunciou? O Juiz acatou? mandou processar? Tudo blefe de uma narrativa ensaboada, na tentativa de deixar escorregadio os membros votantes que compõem a chapa da situação. E se ainda existe tal investigação, correr em segredo de Justiça? Vazamento de conteúdo, enseja o seu arquivamento.

Por outro lado, o blogueiro deveria conhecer um pouco da Lei, que pune a desinformação. Na mesma Constituição que confere o direito de liberdade de expressão e opinião, tem um artigo que preserva a “presunção de inocência”. Só deve-se atribuir a um cidadão responsabilidade de um crime, se o mesmo tiver seu processo com trânsito julgado em última instância. Mesmo com condenações na primeira e segunda instância, ele ainda é considerado suspeito. Qual o crime que Buega e Marcone praticaram? Foram pelo menos acusados?

Toda ação corresponde a uma reação igual ou contrária. Lei da Física, usada como reflexão no comportamento humano. Cabe ao blogueiro ter provas robustas e inequívocas sobre o que postou. Esta sugestão é de quem tem quarenta e oito anos de jornalismo, e por diversas vezes foi parar nas barras da Justiça, sendo processado por ex-prefeitos, ex-secretários de Estado; Assembleia Legislativa; Senador da República… Acusando-nos de calúnia, difamação e exigindo além de retratação, indenização financeira por danos morais.

“Fake News” é a bola da vez. A Justiça vem agindo com rigor. Tem “cascas grossas” do Jornalismo nacional, fora do país, outros presos e alguns usando tornozeleiras eletrônicas. Quanto ao uso da redes sociais, até deputado federal com prerrogativas de Foro foi parar na cadeia. Que o blogueiro reveja seus conceitos sobre as figuras que ele conspurcou suas reputações. Em tempo: “galinha que acompanha pato, morre afogada”. Fica a dica.

O BRASIL DO FUTURO IGNORADO NO PRESENTE

            A CONAB anunciou ontem (08.02.2023) resultado da safra recorde de grãos de 2022, que cresceu espantosamente 14% em relação a 2021, atingindo o volume de 310 milhões de toneladas. O país se agiganta, brigando com os Estados Unidos, disputando o primeiro lugar no ranking mundial de exportação de grãos. Em entrevista, o presidente da CONAB explicou o conflito de números com o IBGE, que havia anunciado 302 milhões de toneladas em dezembro. Para a CONAB, a safra é entre setembro e março. Erroneamente o IBGE divulga os números de janeiro a dezembro do mesmo ano.

Como ainda temos imensas áreas disponíveis para cultivo ou plantio, solo fértil, pesquisa e tecnologia de ponta – superando a produtividade das demais nações – se a política ideológica não nos atrapalhar, em oito anos, alcançaremos a invejável posição de maior celeiro do planeta, bem à frente dos demais produtores de grãos como China (que não é autossuficiente) Estados Unidos e Rússia, exportadores. A produção de soja em 2022 foi de 135,8 milhões de toneladas. Batemos todos, e assumimos o primeiro lugar, ao lado do Açúcar, que o Brasil produz hoje 1/3 de todo o cultivo mundial.

Registramos com absoluta convicção, que o sucesso deste setor (agronegócio/grãos) responsável em 2022 por 44,9% (média) das exportações mensais do país, foi fruto da perseverança e obstinação da inciativa privada, que só teve apoio governamental no seu surgimento – governo do ex-presidente João Figueiredo – “Plante que o João garante”, quando saltamos de 80 para 100 milhões de toneladas. Períodos de Collor/Itamar Franco; Michel Temer e Jair Bolsonaro. Na atual composição do PIB Brasil, 27% vem do agronegócio, posição outrora ocupada pela Indústria.

O Agro sofreu perseguição predatória por oito anos do governo FHC, mais quatorze da era petista. Foram vinte e dois anos consecutivos, totalmente perdidos. Se tivesse mantido o ritmo de crescimento a partir de 1983, hoje estaríamos num patamar de 800 milhões de toneladas ano.  Lula e Dilma apoiaram a anarquia do MST, que invadiu, ocupou, depredou áreas nobres, e hoje seus assentamentos são verdadeiros “favelões” rurais, que não produzem absolutamente nada. Exceto o Rio Grande Sul, onde o sistema cooperativista funcionou com sucesso. Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste foi uma verdadeira tragédia.

O novo governo que se instalou, em nenhum momento fez aceno para investir na infraestrutura deste segmento, nem fomentar apoio através do BNDES. Pelo contrário, na campanha, Lula em entrevistas repetiu diversas vezes, que o Agronegócio era Fascista e Nazista. Ao assumir (01/01/2023) prometeu emprestar 600 milhões de dólares para Argentina, recursos subsidiados, oriundos do BNDES. Imaginem se os 15,8 bilhões de dólares que os governos – Lula/Dilma – emprestaram a Cuba, Venezuela, Nicarágua e outros países ideologicamente alinhado com o PT, com prazo para pagamento em 25 anos, tivessem sido investidos na infraestrutura do Agro, e numa política que evitasse a desindustrialização do Brasil! Estávamos na OCDE.

 A Lula, um apelo: mais Brasil, menos PT. Chega de protecionismo a ideologias superadas pelo tempo. Invista em nossos empreendedores e deixe os brasileiros trabalharem.

A OMISSÃO DA OAB COMPROMETE SUA CREDIBILIDADE

            Entidade considerada “madrinha” da democracia brasileira, por seu histórico de lutas em defesa das liberdades de opinião e expressão, perdeu o seu conceito, respeito e admiração – edificado ao longo dos seus 89 anos – quando elegeu Felipe Santa Cruz (2019) presidente. Enganou a todos, partidarizando politicamente a instituição, que desceu de nível, igualando-se à extinta UBES dos anos 60, e seu sectarismo ideológico.

            Decisões monocráticas, inquérito do fim do mundo com poder de polícia – onde o ofendido é autor da denúncia, investiga julga e condena quem ele considerar culpado, desrespeitando os papeis Constitucionais do Fiscal da Lei MPF/PGR, se constituíram nos verdadeiros atentados ao Estado Democrático de Direito. A OAB não se manifestou?

Uma mudança ardilosa e imprudente no Regimento Interno do STF – artigo que prevê punição através de processo penal, para qualquer membro ou servidor daquela Corte de Justiça que lançasse suspeita sobre a conduta de um seus membros – poder limitado a sede física do STF, foi despoticamente “elastecido” para alcançar todo cidadão brasileiro, inclusive aqueles que gozam de Foro Privilegiado.

Um ato monstruoso, canhestro e truculento desta ordem – sem amparo nem legitimidade Constitucional – fruto de uma decisão de 11 Ministros não eleitos, imposta a 513 deputados (Câmara) e 81 Senadores, escolhido pelo povo como seus representantes para elaborar e revisar nossas Leis, deveria ter sido imediatamente combatido como uma aberração abominável e imoral pela OAB, primeira vítima de seus efeitos, no livre exercício de seus profissionais.

Quem nos protegeria de tamanho arbítrio, que rasgou a Constituição? A classe política? Também. Mas, a bandeira da legalidade, repudiando a intolerância, deveria ter sido empunhada pela OAB que angaria amplo apoio da população, Associações de Magistrados, MPF; Comissões de Constituição e Justiça da Câmara e Senado… Infelizmente a falta de um grito (da OAB) levou todos a se calarem. A omissão inibiu demais instituições de se insurgir. O medo, que sugere covardia, os levou a salvar suas próprias peles.

            Estado Novo – ditadura de Getúlio Vargas – instalada em 10/11/1937 e derrubada em 29/10/1945, foi o período da escuridão. Toda a classe política foi defenestrada, o calendário eleitoral foi rasgado e proibiram eleições em todos os Estados. Extinguiram os partidos políticos, governadores e prefeitos passaram a ser nomeados como Interventores, e o parlamento – em todos os níveis – foi fechado. A Suprema Corte funcionou algumas vezes, por determinação do Ditador, para deliberar casos em seu favor, como o inusitado Habeas Corpus de Olga Benário, impetrado em junho de 1937, pelo advogado destemido e corajoso da OAB, Heitor Lima.

            A peça é considerada “inusitada”, porque foi o único habeas corpus que, paradoxalmente, pediu a permanência da paciente presa. O Ministro da Justiça queria extradita-la para Alemanha, e entrega-la aos Nazista. Olga era Judia e estava grávida de Luís Carlos Prestes. Advogado Heitor Lima (OAB) argumentou que ela deveria permanecer presa, garantindo a saúde da gestante, e o direito à nascitura.  O processo foi liquidado em 72 horas. A Suprema Corte não acatou o habeas corpus e autorizou a deportação. Qualquer semelhança com as prisões e celeridade da justiça nos dias de hoje, não é mera coincidência. É um abuso que se repete.

 Getúlio Vargas sentiu-se traído, cobrou fidelidade da OAB, cuja origem em 18/11/1930 foi seu primeiro ato como Presidente da Junta Governativa Revolucionária. Para sua insatisfação, o foco de resistência à sua ditadura se alojou nas trincheiras da OAB. Vargas revogou milhares de Decretos, exceto o que criou a OAB. O Brasil espera que a OAB recupere seu respeito e enfrente a insegurança jurídica dos nossos dias.

A ATONIA DO GOVERNO LULA

            Desde sua posse (01/01/2023) Lula tem buscado espaços na mídia, para chamar a atenção do público, com o intento de apagar os rastros deixados pelas dúvidas, sobre a legitimidade de sua vitória nas eleições de outubro (2022).

A empreitada até o presente tem sido mal sucedida. Continua distante do povo, isolado pelos seus aliados da campanha – ideologicamente desiguais – como PSD, PSDB dentre outros, que temem ser contaminados pelas reações raivosas e adversas à figura “presidencial” em público. Irrequieto, o petista parte para declarações estapafúrdias na mídia, causando vexames ao jornalismo aliado e militante do período eleitoral.

A CNN nos últimos trinta dias, tem se mostrado completamente irreconhecível. No horário de sua maior audiência às 22:00hs – programa WWW com William Waack – estão batendo no governo e no presidente, sem dó e piedade. Empregando o jargão do futebol de várzea, “abaixo do pescoço, tudo é canela”. Quem diria!

 Raquel Landim, Felipe Moura Brasil, Caio e “cientistas” políticos convidados para participarem do debate diário – na bancada comandada por William Waack – os festejados “Medalhões” do jornalismo brasileiro, buscam recompor suas imagens e posturas, tentando voltarem-se para informação com imparcial. O que nos deixa intrigado, é que todos conheciam Lula e suas limitações. Se surpreendem agora?

Postamos neste espaço há três dias, um texto sobre as “manobras” nos bastidores do congresso, para implantar um Regime de Governo Semipresidencialista. Para nossa surpresa, o assunto foi ilustrado em um editorial de autoria de William Waack e debatido na mesma noite. Claro que ele não leu, nem se inspirou em nosso artigo. Todavia, explicitou a sintonia que existe no meio, que observa o movimento para “limitar” os poderes de Lula, deixando-o dentro dos padrões do novo “Rei da Inglaterra”.

A sua mais recente decepção, que dilacerou o âmago da sua vaidade, ocorreu nas eleições dos presidentes da Câmara e do Senado. Em seus discursos de posse, ambos não agradeceram o seu apoio, nem citaram seu nome. Falaram sobre trabalhar para pacificar o país, evitar atos antidemocráticos e preservar o Estado de Direito. Abstrações confusas e ininteligíveis, forjadas pelos intelectuais das esquerdas – para se tornarem tema de debate estéreis – tão ludibriante quanto o “politicamente correto”.

Na intenção de usar Medidas Provisórias para alavancar o governo, implantando programas oriundos das promessas de campanha, foi desaconselhado pelos presidentes da Câmara e Senado, que o advertiram da validade (120 dias) e não assumiram a responsabilidade de aprová-las em Plenário. Lula quer revogar a Lei do teto de gastos, governança das estatais e insinuou intervenção na autonomia do Banco Central. Mapa ou trajeto perfeito, para chegarmos à bancarrota.

A Lide Brazil Conference, entidade presidida por João Dória e Luiz Fernando Furlan – aquela que em agosto de 2022 – marcou o “Encontro de Nova York” para o dia 15 de novembro, ambiente que discutiriam a política do “novo governo” do Brasil, mesmo sem saber que Bolsonaro seria derrotado, desde o dia 02/02/2023 está reunida em seu segundo encontro, com os mesmos personagens (inclusive do STF) no Hotel mais luxuoso de Lisboa (Portugal), ocupado por 250 convidados. A única figura “estranha no ninho” é a Ministra Simone Tebet. Convidado de honra e principal palestrante, foi o ex-presidente Michel Temer, que ontem expôs em sua palestra, a necessidade do Brasil adotar o Semipresidencialismo. Para tanto, prometeu sua disposição em ajudar e orientar o presidente Lula, que há dez dias o chamou de “golpista”. Em tempo: os Ministros do STF com DNA “petista raiz”, não estão presentes. Só Alexandre de Morais, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Luiz Roberto Barroso. E quem modera o debate é Merval Pereira (Globo), que ainda joga sinuca com um taco de dois bicos. A NOM está em marcha

 

VULGARIZAÇÃO DAS PESQUISAS DE OPINIÃO

O descrédito generalizado das pesquisas de opinião, a partir de 2018/2020, levou o resistente IPOBE a trocar seu nome de fantasia, agora conhecido como IPEC. Surgiram inúmeros outros “picaretas” na área, que atuam sem ética ou responsabilidade, aproveitando apenas a oportunidade de “faturarem” sazonalmente a cada dois anos, ocasião dos períodos eleitorais.

Genial/Quaest (fundada em 2016) tinha como objetivo principal, monitorar as redes sociais, com o propósito de identificar e construir mecanismos para atrair investidores dos grandes Bancos tradicionais, conquistando suas contas para as carteiras de investimentos das novas plataformas digitais. Todavia, resolveu intrometer-se numa área que desconhece, e começou a fazer pesquisas eleitorais, sobre a tendencias do eleitor no pleito deste ano (2022).

Ganhou (espantosamente) grande destaque nos veículos que integram o “Consórcio Midiático Profissional”, que passaram a divulgar resultados de suas amostras. Cada pesquisa, para entrevistar – pelo celular – dois mil brasileiros, cobram 286 mil reais. E quem paga? Bancos e Financeiras, que inclusive de forma disfarçada, usam como compensação de seus anúncios, o release divulgando os dados.

Em sua penúltima pesquisa, realizada há cerca de trinta dias, a diferença entre Lula e Bolsonaro permanecia em 15%, pró candidato petista. Neste mesmo período, o Instituto Paraná, Data-povo; Brasmarket já apontavam empate numérico e ou vantagem de Jair Bolsonaro. Para fechar o quadro, a 6-Sigma constatou que Bolsonaro estava à frente de Lula. O desconforto do eleitor de Bolsonaro é não vê estes resultados, divulgados pelo Consórcio Mediático: Globo, Estadão; Folha; Uol; Veja; Época…

A TV Jovem Pan convidou o CEO – Chief Executive Officer – denominação “modista americanizada” de Diretor ou Presidente de uma empresa – para comentar sobre os números, processo de coleta de dados, valores cobrados e discorrer ainda sobre a metodologia aplicada. Afinal, apenas duas mil pessoas entrevistadas, num contingente de 156 milhões de eleitores – não representa sequer 0,001% – é suficiente para atestar quem está bem na campanha, e com chances de vitória?

O entrevistado gastou quase todo o tempo, falando sobre seu currículo. Mestre, Doutor; Professor de Estatística… Professor de Universidades norte-americanas… Para quem desconhece os “meios acadêmicos”, existe a figura do “Professor Convidado”, que durante alguns dias ou meses, lecionam em Faculdades famosas, apenas para enriquecer seus currículos. Um reforço para se inserir no mercado de trabalho, levar vantagem nos Concursos Públicos, no quesito eliminatório de “prova de títulos.

A comentarista Fabiana Barroso, fez uma pergunta simples, que todo brasileiro faria, relacionada a curiosidade do processo de escolhas de áreas ou pessoas. E, concluiu comentando que nunca tinha sido entrevistada por um Instituto de Pesquisas. Nem ela e ninguém que conhece ou é próxima. A resposta foi “genial” do CEO da Quaest: “a possibilidade de um cidadão ser escolhido e entrevistado, numa amostragem nacional, é a mesma de acertar na Mega Sena” (?).

Neste caso, a possibilidade de acerto é a mesma?

Ao lado da Genial Quaest, só restam o Poder Data – parceira afiliada – IPEC (ex-IBOPE), Uol e Estadão. Seus resultados são tão seguros e confiáveis, quanto aos produtos de marca importados do Paraguai.

ESQUERDAS DA PARAÍBA DEPOIS DO VENDAVAL

Após as últimas convenções partidárias, realizadas no último 05/08/2022 – pontilhadas de contradições e surpresas – a bússola que doravante norteará o pleito de 02/11/2022, mostra sua agulha magnética, apontando o “norte” da disputa nacional entre direita x esquerda. Sob este prisma, as esquerdas paraibanas ficaram presas num “serpentário”. PSDB (Pedro); Veneziano (MDB); João Azevedo (PSB). Vamos ver “cobra, engolindo cobra”, para alcançarem o segundo turno, contra a direita. Impossível uma disputa restrita apenas às esquerdas, que se dividiram para eternizar-se no poder.

            Pedro Cunha Lima, vinha adotando comportamento “amistoso” na sua relação parlamentar com o governo federal. Mas, “negou” três vezes Bolsonaro em Plenário da Câmara, e deu as costas ao povo. Votou contra o Auxílio Emergencial, Piso da Enfermagem e foi favorável a “saidinha” da bandidagem de alta periculosidade, privilegiando a impunidade reinante no país. Perplexos, seus correligionários não entenderam sua decisão de disponibilizar seu palanque, para abrigar Ciro Gomes, com quem – segundo ele – se identifica ideologicamente (?).

            Governador João Azevedo (PSB) – masoquista? – ratificou seu apoio a Lula, mesmo sendo “satanizado” diuturnamente pelo PT. O quadro é de indulgência, pela pressão que sofrerá da base dos Republicanos, eleitores de Efraim, paradoxalmente companheiro de chapa de Pedro (PSDB). Será que só João não percebeu a “sabotagem” dos seus conselheiros políticos, ao lançarem Polyana Dutra para o Senado? O intuito é barrar a “máquina” e não subtrair os votos de Ricardo Coutinho. Acordo?

A esta altura o “foguete” que não engata marcha ré, está sem GPS. Integra a base do presidente Jair Bolsonaro, e dificilmente atingirá seu alvo. Seu palanque atacará frontalmente a chapa do PL.  Por sua vez, Adriano Galdino presidente da ALPB – esbanjando otimismo – vê em sua “bola de cristal” a eleição de quatro deputados federais e nove estaduais. Isto sem combinar com o povo. Não sabe ele, que seu irmão Murilo, já está na mira do “fogo amigo”.

Premido entre Ricardo Coutinho e Gervásio Maia (presidente do PSB com Fundão Eleitoral nas mãos) o homem que desfrutava da confiança do líder Girassol, está obstinado em retornar à Câmara. Adriano já foi vítima de ambos. Ricardo Coutinho, forçou-o a abdicar de disputar sua reeleição para presidência da ALPB (2016). Obrigou-o a ceder, e eleger Gervásio, que conquistou uma vaga na câmara dos deputados (2018).

A direita, que sempre foi maioria no país, passa por um processo de reorientação, e este ano vem demarcando seu espaço, separando o “joio do trigo”. Os velhos “currais eleitorais”, que sempre se reinventaram, dificilmente sobreviverão. “Boiadas” vendidas correm o risco de não serem entregues. A vinculação voluntária do voto, será o primeiro passo dado pelo povo na direção de acabar “projetos de poder”, concebidos em Cortes Palacianas, usando o povo como “massa de manobra”.

  BOLSONARISMO CAMPINENSE FAZ NILVAN ATRAVESSAR O RUBICÃO

A força das redes sociais e os desacertos das esquerdas, alavancaram a campanha de Nilvan Ferreira em Campina Grande ontem (05.08.2022) na convenção do PL, que homologou sua chapa majoritária para disputar o pleito de outubro próximo: Nilvan Ferreira (governador); Arthur Bolinha (vice); Bruno Roberto (Senador). PL atravessou o (*Rubicão).

Convidado no dia anterior pelo amigo Alfredo Lucas, para passarmos rapidamente no Garden Hotel, as 10hs – onde se reuniriam os então pré-candidatos – e definiriam o vice, fomos conferir se tinham acatado a sugestão e “costura” de Alfredinho, que defendia o nome de Arthur Bolinha.  Resolvemos chegar por lá, as 11:30, prevendo atraso costumeiro.

O que não esperávamos, foi a surpresa com que nos deparamos. Muitos carros já deixando o local, não por ter encerrado a convenção, mas, por falta de espaço físico dentro do Centro de Convenções e no estacionamento (um caos) totalmente lotado. Ficamos convicto, que o deputado federal Wellington Roberto jamais esperou tamanha multidão. Principalmente pelo improviso ou decisão sua, de realizar o evento em Campina Grande, e não na Capital, principal reduto de Nilvan Ferreira.

As pessoas que encontramos lá, vestidas de verde, e com cores da Bandeira Nacional, nos deixou perplexo, por serem – até onde sabíamos – seguidores de Pedro Cunha Lima ou Veneziano Vital do Rego. Pequenos e médios empresários, feirantes da Feira Central; cristãos frequentadores das mais diversas Igrejas (Católica e Evangélicas) com suas famílias. Pastores e seus rebanhos; gente humilde que habita no entono do Hotel, na Vila Cabral e Santa Terezinha… Não detectamos caravanas do sertão, nem de João Pessoa. Mas, não podia ser diferente. Se não tinha uma “atração nacional”, e em cima da hora!

Campina Grande não conhece Nilvan Ferreira. Entretanto o identifica como o único alinhado com o seu perfil político, formado em sua maioria esmagadora pela direita Cristã Conservadora Bolsonarista. Ninguém mudou de lado desde 2018, quando as urnas da Rainha da Borborema conferiram a Jair Bolsonaro 60% dos votos válidos, no primeiro e segundo turno. Por que trocariam de posição agora?

O candidato do MDB, Veneziano Vital do Rego – Campinense – resolveu fazer sua convenção na Capital, ao lado das esquerdas radicais. Isto nos fez lembrar uma resposta de Ronaldo Cunha Lima ao saudoso Vital do Rego, quando o Tribuno o acusou, que após sua cassação (1969) ele havia “se mudado” da cidade. E Vital – também cassado no mesmo ano – ficou na cidade. O poeta respondeu: “eu me mudei, você mudou”. Ambos foram candidatos em 1968 pelo MDB, partido que disputaram a prefeitura de Campina Grande.

Veneziano e Pedro Cunha Lima “mudaram”. Campina, permanece a mesma. O “ex-cabeludo” traz a tiracolo em sua chapa, Ricardo Coutinho, que quase mata de sede a Rainha da Borborema. É “Lulista”, defensor dos ideais da esquerda, LGBTQIA+ abortista, contra a família. Pedro Cunha Lima, desequilibrou-se do “centro”, onde sempre esteve seu avô (Ronaldo) e o seu pai (Cássio). Deu uma guinada à esquerda, e passou a se espelhar na conduta comunista anacrônica do Frei Anastácio, arqui-inimigo dos Cunha Lima e de Campina Grande, defensor do “quanto pior melhor”, herança do comunismo dos anos 60.

A postura parlamentar de Pedro Cunha Lima nas últimas votações da Câmara dos Deputados, fez “vela corar”. Votou ao lado de Anastácio contra o Auxilio Emergencial. Não sabe o valor de 200 reais, para quem ganha metade de um salário mínimo. Como se não bastasse, foi contra também ao piso salarial da Enfermagem. E para concluir o desacerto, se posicionou favorável a “saidinha” de assaltantes, assassinos e marginais de alta periculosidade, que se aproveitam desta aberração da lei, para matarem, estuprarem, assaltarem e debandarem, não voltando mais ao presídio para cumprirem suas penas.

*Rubicão – Roma aquartelava um grande exército. Júlio César havia se rebelado contra o Senado. Voltava dos campos de batalha, com 1/3 das tropas que estavam em Roma, para “negociar” o poder. Todos acreditavam que ele não teria coragem de atravessar o Rubicão, rio próximo a Roma. Se o fizesse, seria esmagado. Quando Júlio César o atravessou, a elite de Senadores correu, e o grande exército que guardava a Capital do Império se entregou, e se incorporou as tropas de César.

INDESEJADO

             Eventos estonteantes geraram fatos inusitados na corrida eleitoral polarizada entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula (registrados na última semana 17/07 a 24/07/2022), com episódios marcantes, que mudaram totalmente o cenário da política nacional. Doravante, questiona-se as prováveis, ou até inevitáveis, repercussões nas campanhas dos candidatos aos governos dos Estados em todo o país.

            A ausência de Lula e Alckmin em São Paulo, na convenção que oficializou suas candidaturas, teve como resposta dia seguinte, uma gigantesca “motociata” do presidente Jair Bolsonaro, encerrada com um colossal comício em Vitória (ES). Para ratificar sua incontestável preferência da maioria (no momento), a convenção do PL ontem (domingo 23.07.2022) lotou o Maracanãzinho num clima de “Copa do Mundo”.

 Estes acontecimentos foram desconcertantes para os velhos caciques da política, habituados a formarem chapas – priorizando suas conveniências – e empurrarem goela abaixo no povão. As grandes mudanças no mundo político, geralmente assemelham-se aos fenômenos da natureza como “furacão”, “tornados” ou tsunami. Os estragos provocados, são devastadores.

 No Nordeste, todos os candidatos da oposição ao presidente Jair Bolsonaro, travaram uma batalha renhida, lutando pela presença de Lula em seus palanques. Bahia, Alagoas e Pernambuco os efeitos contrariaram estas falsas expectativas, criadas pelos Institutos de Pesquisas com repercussão na mídia tradicional. ACM Neto, no pós Lula, consolidou sua vitória. Em Alagoas, Renan desmorona. Pernambuco, um “racha” geral, favorecendo o candidato do presidente Jair Bolsonaro. Lula hoje é indesejado nos palanques de oposição no Sul, Sudeste, Centro Oeste e Norte do país. E Nordeste?

Governador João Azevedo, marcou sua convenção para o dia 05/08/2022, último dia do prazo concedido pela Justiça Eleitoral. Veneziano Vital do Rego, candidato oficial de Lula, agendou a mesma data, temendo que Lula participasse também do evento do PSB. Depois de tudo que ocorreu em apenas cinco dias, João Azevedo ainda fará campanha pró Lula, e terá a coragem de levar o ex-presidente para sua Convenção? Sua campanha está alinhada com um grande exército Bolsonarista, respaldada no apoio popular de Cristãos, Conservadores e Patriotas.

O PL do presidente Jair Bolsonaro tem um candidato na Paraíba. Um comunicador humilde, que diariamente entra nos lares dos paraibanos, conversando com os telespectadores, sobre as agruras do quotidiano. Nilvan Ferreira é admirado pelo grande contingente de eleitores das classes “C”, “D” e “E”, por abraçar suas causas e cobrar ações do Poder Público. Desafiou poderosas estruturas partidárias nas eleições municipais de 2020 – na Capital – e alcançou o segundo turno, deixando na poeira Ricardo Coutinho, Rui Carneiro…

O “controle” de sua legenda está nas mãos de Wellington Roberto, que para sorte de João Azevedo, tem usado mais o” freio” que o “acelerador”. Pesquisas de consumo mostram Nilvan a frente de João Azevedo em João Pessoa (maior Colégio Eleitoral do Estado) com 2% de vantagem. No restante do Estado, patina entre a terceira e quarta posição, atrás de Pedro Cunha Lima e Veneziano Vital do Rego. Oficialmente a corrida começa a partir do próximo dia 15/08/2022. Em 45 dias, veremos quem tem fôlego, e se o pleito será levado para o segundo turno.

JOÃO AZEVEDO E CÁSSIO SE APROXIMAM DO ACORDÃO

O PSB pretende realizar sua convenção no dia 05.08.2022, aos 45 minutos da prorrogação. qual a razão? Esperando a difícil costura que está sendo cuidadosamente alinhavada nos bastidores, por interlocutores de Cássio Cunha Lima e João Azevedo. Depois da “rasteira” que levou de Veneziano Vital do Rêgo, a coordenação política que conduz o projeto da reeleição do governador, reconheceu que seria imprescindível uma junção de forças com os Cunha Lima, para vencerem o pleito em primeiro turno.

O primeiro passo foi procurar Romero Rodrigues – que esteve como pré-candidato a vice por algumas semanas – e sem explicações, gravou um vídeo de curta duração, comunicando apenas sua desistência da empreitada. Hoje percebe-se que foi um ato de grandeza de sua parte, para não dividir o Clã. Cássio, que continua no comando como “Eminência Parda”, discordou de sua atitude. Em seguida, o próprio Cássio, se furtou em participar do lançamento da pré-campanha do próprio filho ao governo (?).

Deputado Aguinaldo Ribeiro, que diuturnamente tem apregoado sua presença na chapa majoritária como o Senador de João, precipitou-se ao comprometer-se em resolver o problema, garantindo que levaria os Cunha Lima a apoiar ele e João. Até hoje o núcleo do projeto reeleição de João, aguarda o agendamento deste encontro.
A maioria dos atuais conselheiros políticos do governador, são os mesmos que estiveram ao lado dos Cunha Lima em 2010, quando Ricardo Coutinho derrotou Maranhão, com apoio de Cássio. O fato era considerado “impossível”. Ricardo Coutinho tinha sido o maior articulador da cassação do governador tucano, reeleito em 2006. Como se não bastasse, deixou suas digitais na cena do crime, ao nomear imediatamente (como recompensa) Marcelo Weick, para Procuradoria Geral do Município de João Pessoa.

Não se trata de “ilações”, são informações “privilegiadas”. O “acordão” pode até não se concretizar. Mas, os sinais são muito claros… Bruno Cunha Lima, no encerramento do Maior São João do Mundo, agradeceu o governador João Azevedo pela estrutura de segurança oferecida pelo Estado. Não é por acaso, que a bancada de sustentação de sua gestão na Casa Félix Araújo, está migrando para apoiar João Azevedo, e Bruno finge não perceber. Esqueceu que seu primo é candidato?

O pragmatismo aponta para o “cofre” e o “poder de caneta”. Fechando com os Cunha Lima, fica difícil qualquer candidato derrotar o Governo do Estado, maioria da ALPB, Prefeituras de João Pessoa e Campina Grande. A dúvida é se Pedro é o vice, ou Romero sai Senador e Efraim vice. A eleição do filho de Cícero Lucena ficaria prontamente garantida. Rui Carneiro retornaria a Câmara. E na hipótese de Pedro ou Romero não figurarem na chapa majoritária, três vagas na Câmara estarão asseguradas.

Cássio poderá até deixar a vida pública. Mas não antes, de uma desforra, dando um “abraço de afogado” em Ricardo Coutinho, Veneziano Vital do Rêgo e Aguinaldo Ribeiro. Ele nunca os perdoará pela derrota de 2018, eleição perdida em uma semana, por falta de “estrutura financeira”. E se quiser continuar na vida pública, seria a segunda opção para o senado, ao lado de João – caso seja reeleito – no pleito de 2026.

A SURPRESA HERON CID

Coordenação política do governador João Azevedo optou por “estratégia militar”, para enfrentar guerra eleitoral de outubro próximo, usando sua principal arma: “o elemento surpresa”. Convidou o Jornalista Heron Cid, para disputar uma das vagas na Câmara dos Deputados pelo PSB. O fenômeno mexeu com todos. Principalmente com os atuais deputados federais aliados do governador que tentarão se reelegerem. E os novos postulantes? Ricardo Barbosa e Murilo Galdino? Em entrevista que acabamos de ouvir/assistir no Youtube – já do outro lado do balcão como entrevistado – Heron Cid deixou pistas que também poderá ser candidato ao Senado (?).

Jornalistas, Radialistas e Comunicadores (apresentadores de TV) de um modo geral, sempre estiveram presentes na vida pública, tanto no Parlamento, como no Executivo. Chagas Freitas, Jornalista e depois dono do seu próprio matutino “O Dia” (RJ), foi governador do Estado do Rio, e do Estado da Guanabara. Não teve filhos, seu herdeiro político foi o Jornalista Miro Teixeira. Carlos Lacerda, contemporâneo de Chagas Freitas, governou também o Rio de Janeiro, levou Vargas ao suicídio, Jânio a renúncia e foi um dos principais mentores da queda de João Goulart. Barbosa Lima Sobrinho, o Jornalista fundador, e eterno Presidente da ABI – Associação Brasileira de Imprensa, governou Pernambuco. Na briga das oligarquias, foi a escolha (tércio) apaziguadora de Vargas.

O Clã político dos Alves no Rio Grande do Norte, foi fundado pelo Jornalista Aluízio Alves. Deputado Federal Constituinte de 1947, esteve no Parlamento seis vezes e foi governador do RN. Puxou seu irmão Agnelo Alves, igualmente Jornalista que foi prefeito de Natal, Parnamirim; deputado estadual e elegeu seu filho três vezes Prefeito de Natal. Garibaldi Alves, sobrinho de Aluízio (radialista) foi deputado estadual, prefeito de Natal; Senador da República por duas vezes, e governador eleito e reeleito.

Álvaro Dias e Osmar Dias do Paraná, iniciaram suas vidas profissionais como radialistas. impulsionados pelos ouvintes, ambos conquistaram mandatos de deputado estadual, federal, senador e governador.

Heron Cid, nos últimos quatro anos é o nome mais conhecido da Paraíba. Comanda uma cadeia de emissoras de rádio, é ouvido diariamente nos mais distantes grotões do Estado. Tem um Portal de Notícias, onde escreve. Está conectado com as redes sociais, onde é visto (telespectador). Quem desfruta de gigante audiência atraindo ouvintes, leitores; telespectadores e seguidores, se não lhes faltar habilidades, converte seus “cativos” em eleitores, com status de “cabos eleitorais”.

Ao atender a chamada do governador para disputar um mandato de deputado federal, evidente que lhes garantiram “estrutura”, o que causará grande ciumeira entre os demais. Quem cederá sua vaga? Se a tese for a de “puxador de votos”, mesmo assim alguém vai sobrar. Neste caso, todos irão querer “tangê-lo” para o Senado, que talvez seja sua grande oportunidade. Será o “outsider” de 2022 na Paraíba. Despido de radicalismo, hoje mais conhecido que Ricardo Coutinho, Aguinaldo Ribeiro e Efraim Filho. Ficha Limpa e com credibilidade. Seus opositores terão dificuldade para “desconstruir” sua imagem.

A força da mídia já fez milagres eleitorais no Brasil. Elegeu Antônio Brito, comentarista político da Rede Globo, governador do Rio Grande do Sul, derrotando o candidato de Leonel Brizola. Hélio Costa, Senador de Minas Gerais, derrotando um governador licenciado. Em tempo: José Sarney foi Jornalista, antes de ser deputado estadual. Como deputado federal, no Rio de Janeiro antiga Capital do Brasil, escrevia na Tribuna de Imprensa de Hélio Fernandes, ao lado de Lacerda, Aluízio Alves; Agnelo Alves… O tempo das brigas exauriu-se. O prazo final para as convenções se encerra em 29 dias.

CONGRESSO EM PÂNICO

            Noventa dias antes das eleições de outubro próximo (2022), o Congresso Nacional aprovou “pacote” de medidas para combater a recessão instalada no planeta, desde a pandemia do COVID-19. Inimaginável. O conjunto de benefícios oferecidos à população vulnerável do país, é um ato de socorro do presidente Jair Bolsonaro – candidato à reeleição – cujos efeitos positivos serão colhidos a partir de agosto, ensejando-lhes um forte discurso, difícil de ser rebatido por seus adversários.

            Temendo enfrentar mais de 145 milhões de eleitores, as duas Casas Legislativas flexibilizaram, com receio de reação radical, alicerçada na antipatia deixada pelas gestões de Rodrigo Maia (Câmara) e David Alcolumbre (Senado). Excederam-se nas sabotagens para inviabilizar um governo eleito por 58 milhões de votantes. Ignoraram 128 Projetos Leis oriundos das promessas de campanha de 2018, desejos da população. Bolsonaro era para estar mais impopular que Temer, Dilma ou Geraldo Alckmin.

            Até 2014, nenhum governo resistiria a 20 minutos do Jornal Nacional, com matéria sendo repercutida em O Globo, Estadão; Folha; Veja; IstoÉ. Bolsonaro suportou por três anos e meio a impiedosa, insana e brutal “pancadaria”. O malogrado plano de usarem – mais uma vez – os Institutos de Pesquisas para desestimular seus seguidores, aumentou a fúria de parte expressiva da população, que se sente traída, até pelo STF. Até a Igreja Católica – fora de questões políticas/partidárias desde 1965 – estão fazendo campanha pró-Bolsonaro. Os evangélicos? A maioria é esmagadora, não absoluta. O Brasil tem raízes Cristãs, conservadoras, desde sua Independência.

            O Congresso, STF e a mídia tradicional, não percebeu que o mundo mudou rapidamente, pela gigantesca expansão da Cibernética, deixando-os para trás. O povo não tinha noção dos superpoderes do STF, apesar de sua Emissora de Televisão transmitir seus trabalhos. Hoje, todo brasileiro é Advogado e Doutor em Direito Constitucional. Citam artigos, parágrafos e incisos da Constituição Cidadã de 1988, questionando as decisões das Cortes Superiores de Justiça, amplamente debatidas com paixão – semelhante a do futebol – no Facebook, Telegram; Twitter; Instagram…

Foi este o “ninho” que acolheu Bolsonaro (redes sociais) exposto pela grande mídia nacional, para ser devorado pela velha política profissional, na selvagem “savana” do Congresso Nacional. Dezenas de manifestações – boicotadas pela grande mídia – foram realizadas com sucesso nas ruas de todo o país (últimos três anos), defendendo temas tão polêmicos e intrigantes, como a Reforma da Previdência, que mexe diretamente com o futuro do próprio cidadão trabalhador. Despertaram na população um adormecido sentimento passional – origem latina – quando “vitimizaram” o presidente.

A PEC que propõe a redução e cobrança isonômica do ICMS (17%) sobre o preço dos combustíveis, foi aprovada por 71 dos 81 Senadores, com um único voto contra, o do Senador de São Paulo José Serra, no ocaso de sua vida pública. O Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, prometeu ao Senador Jorge Kajuru, convocar o Ministro Alexandre de Morais para se explicar sobre seus atos monocráticos. Por outro lado, o General Girão (Senador pelo Ceará) aprovou na CCJ, a convocação de Barroso, Fachin e Alexandre de Morais, onde serão “inquiridos” sobre suas decisões intempestivas.

A Câmara dos Deputados, sensível a ouvir de seus experientes “veteranos”, habilmente vem tentando abrandar a ira do povão, elencando como culpado o STF. Na hora do “salve-se quem puder”, uma PEC está sendo apreciada nas Comissões Temáticas, cujo teor limita os poderes do STF, e até suas sentenças, que terão que ser ratificadas em plenário pelo Congresso. Determina ainda, o tempo de permanência dos Ministros na Suprema Corte, fixando seu período em 08 ou 09 anos. No seu bojo, derruba a PEC da bengala.

O povo despertou para retomar o que lhes é de direito: a escolha de seus representantes e governantes. Isto é Democracia… Parlamentares que desejarem renovar seus mandatos, aceitem as exigências da maioria dos eleitores, que de fato e de direito, são seus legítimos empregadores.

EMBARAÇO DAS OPOSIÇÕES

            Terminou na última terça-feira (31.03.2020) o prazo da manobra arquitetada pelos “Caciques” que comandam as grandes legendas – Federações Partidárias – movimento que trouxe grandes prejuízos aos pré-candidatos a governadores de todo país. Restam apenas 120 dias para o primeiro turno. Como as oposições irão recuperar o tempo perdido? Quase impossível.

            Após o consumação da data limite para troca de legendas (02/04/2020), todos os pré-candidatos a governo dos Estados, esperavam pôr o pé na estrada e iniciar o recrutamento de voluntários para formarem seus exércitos, com vistas a baralha de outubro. Nilvan, o que mais carece de “tropas” para avançar, ficou e ainda estar acuado. Veneziano Vital do Rego e Pedro Cunha Lima, tentaram ensaiar esta marcha. Mas, foram impedidos, por não saberem que destino tomariam seus partidos, que estão enxergando o pleito sob outro prisma.

            Quem governa o país é o Congresso Nacional. Rodrigo Maia e David Alcolumbre levaram o parlamento brasileiro a viver os piores dias da história, no início do governo Bolsonaro. Foram inúmeras as manifestações de repúdio da população nas ruas – a partir da Reforma da Previdência – nas “domingueiras”, como denominou o Ministro do STF Gilmar Mendes, também atingido pelos protestos. Mas, ele não depende de renovação de seu mandato, para continuar Ministro.

            Este “ranço” deixado por Rodrigo Maia e David Alcolumbre, ainda exala um cheiro ruim, impregnado nas redes sociais. Chegado o ano eleitoral, todos querem voltar ou continuarem com privilégios de “Príncipes da Nação”. Em Brasília, “amadorismo ideológico”, ficou no século passado, antes da virada do milênio.

            MDB através de seu presidente, fechou acordo com a Federação PSDB/Cidadania. Simone Tebet será a candidata. Pactuaram que onde o MDB ou PSDB tiverem candidatos para governos dos Estados, com chances de disputarem, um recua para o outro, ou se unirão. Neste caso, como funcionará aqui na Paraíba? Sai Veneziano ou Pedro? Os dois, as regras da Federação não permite. São Paulo Haddad e Márcio França só permanecem como candidatos, porque o PSB não Federalizou-se com o PT.

O União Brasil, detentor de 1/5 do Fundão Eleitoral lançou seu candidato à presidência, Luciano Bivar, que já liberou seus “pupilos” escolhidos e que talvez retornem pela força da grana, para votarem no presidente Jair Bolsonaro, já no primeiro turno (?). E, se convencer ACM Neto (BA), desistirá e apoiará imediatamente Bolsonaro. Bivar tem a pretensão de comandar uma bancada com 60 parlamentares. A Federação PT, PCdoB e PV somou apenas 68 deputados. PT em sua fase áurea, tinha o dobro. Quem terá legenda negada para o Senado, Ricardo Coutinho ou Rangel Júnior?

Este imbróglio só será resolvido – com perdas e rompimentos – nas convenções, final de Julho. Restará agosto para registro das candidaturas, e início da campanha. Governador João Azevedo, pré-candidato a reeleição, diariamente puxa prefeitos e vices de todas as siglas. Se aproxima do apoio do total de 170 (76%) dos 223. Indiscutivelmente formou um grande exército, a partir do apoio do prefeito que comanda o maior colégio eleitoral do estado, João Pessoa. Na eleição passada (2018) andou longe de ter um contingente tão expressivo e venceu no primeiro turno.

A DERROTA DE DÓRIA E SEUS EFEITOS COLATERAIS

Instintivamente comentamos em uma de nossas últimas postagens, as barreiras criadas na legislação eleitoral, com fim das coligações, o surgimento do bilionário “Fundão Eleitoral” e as “nominatas”. Em dezembro (2021) surgiu mais uma figura esdrúxula, “Federação Partidária”, mecanismo de controle absoluto das legendas pelos seus eternos “Caciques”, que deixaram de ser “figurativos” e passaram a ser “dono da bola”. Irão escalar os times, e sem eles, não tem jogo.

Hoje (23.05.2022) a desistência do ex-governador de São Paulo João Dória – abandonando a corrida presidencial das eleições de outubro próximo – deixou um nítido recado com conotações “feudalistas”, dos presidentes das tradicionais legendas para seus filiados, pondo-os nos seus devidos lugares. Dória, ou saia pela porta da frente, ou seria expulso pela dos fundos. MDB, PSDB e Cidadania vão impor Simone Tebet ou Temer. Quem tentar “furar” a regra, será defenestrado.

Ao longo do tempo, Deputados Federais e Senadores se elegeram usando estas legendas. Após empossados nos respectivos cargos, seu partido doravante estampava as “cores” de seus interesses pessoais. A retórica partidária havia sido deixada nos palanques. Cada deputado ou senador era uma sigla individual, que atuava da forma que bem entendesse no Congresso. Criavam as mais abomináveis alianças (unindo rivais ideológicos) nas votações de temas que envolvessem “muito dinheiro”, para se locupletarem nestas ocasiões. PT, PSL, DEM e PSOL estiveram inúmeras vezes juntos em plenário, desprezando literalmente as recomendações de seus partidos.

Com o MDB encabeçando uma chapa presidencial, todos os candidatos a governadores ou senadores dos Estados da Federação, terão que se submeterem as diretrizes das executivas nacionais de seus partidos. Isto causa danos ou efeitos colaterais, em algumas alianças já montadas, principalmente no Nordeste. Em Alagoas, Renan não vai poder exibir Lula em seu palanque no primeiro turno. O mesmo acontecerá no Rio Grande do Norte, onde Walter Alves (MDB) já havia sido escolhido vice na chapa da governadora Fátima Bezerra (PT) que disputa a reeleição.

Na Paraíba, Veneziano Vital do Rego (MDB) que ainda não tem um vice, ficará sem o companheiro para o Senado – Ricardo Coutinho (PT) – e não terá a exclusividade de Lula em seu palanque. Pedro Cunha Lima, se quiser manter sua candidatura, terá que se unir ao MDB e Cidadania. A esta altura, Pedro e Vené já podem serem considerados projetos natimortos.

O único candidato sem problemas é o governador João Azevedo (PSB) que marcha buscando num estilo partidário “ecumênico”, sua reeleição. Seu partido não é “Federalizado” com PT. E Ricardo Coutinho? Encaixa-se num velho adágio popular: “perdeu a besta e o chocalho”.

MORUBIXABAS INVIABILIZAM CANDIDATURAS DE PEDRO E VENEZIANO

Os velhos “Caciques” que por décadas integram o comandam dos Diretórios Nacionais das principais legendas do país, com histórico políticos que datam do processo de “redemocratização” – consolidado com a Constituição Cidadã de1988 – cansaram-se de ficar nos bastidores, reféns do humor de seus deputados e senadores, que só enxergavam seus umbigos e trocavam de siglas quando bem entendem, desde que seja vantajoso para si.

A janela partidária, popularmente conhecida como da “traição”, permite o Parlamentar, Governador ou Prefeito – seis meses que antecede o pleito – abandonar sem punição a sigla que o elegeu, trocando-a por outra que facilite a renovação de seu mandato. Todo deputado era um partido (?) Regras e disciplinas teriam que ser aplicadas. E a oportunidade surgiu com a criação da Federação Partidária (Dezembro2021), instituto que tem prazo dilatado após a “janela”, para tomar rumos como a união a outros partidos.

Trancados no “galinheiro” os irreverentes e oportunistas “mutantes” – contumazes reincidentes – doravante terão seus destinos políticos controlados pelas “raposas”, que além das chaves do galinheiro, tem o segredo do cofre onde estão guardados 5,0 bilhões de reais do “Fundão Partidário”.

Gerir dezenas e ou centenas de milhões de reais, empodera presidentes das legendas, e os privilegia com direito de escolherem seus fiéis “pupilos”, a quem premiarão com mandato nas Assembleias Legislativa e Congresso Nacional, para assegurarem seus prestígios e renda. Pragmáticos, PSDB, MDB e Cidadania (ex-PCB), decidiram lançar uma chapa para disputar a corrida presidencial, denominada como “terceira via”, obra criada pela grande mídia esquerdista, com propósitos de atrair o eleitor Bolsonarista, que erroneamente ainda insistem em considerá-los como “antipetista”.

Numa exibição de força, os Morubixabas “tucanos” extirparam (ontem 17.05.2022) das entranhas do PSDB, a pré-candidatura de João Dória, arrancada a “fórceps”. Um ato de desrespeito ao processo democrático das “prévias” previstas no Estatuto do Partido, embate vencido por Dória, contra seu opositor Eduardo Leite. Bruno Araújo, presidente e “carrasco” do PSDB, ao asfixiar a carreira política de Dória, foi claro em suas declarações a mídia: os três partidos indicarão uma chapa. Exigirão postura de fidelidade, sob pena de punições prévias, como negarem legenda ou cassá-los por infidelidade.

Na “pajelança”, ficou decidido que a “cabeça da chapa” ficará com o MDB. O candidato será Simone Tebet ou de Michel Temer. O vice será escolhido pelo PSDB e Cidadania. Esta decisão hierárquica imposta de cima para baixo, desmonta palanques de Pedro Cunha Lima, Veneziano Vital do Rego (PB); Fátima Bezerra (PT) e Walter Alves (MDB) no RN e trará problemas para Renan Calheiros (AL) que já estava fechado com o PT e Lula.

Particularizando a Paraíba, a postulação de Pedro Cunha Lima (PSDB) tinha a aprovação e tratamento “diferenciado” por João Dória. A de Veneziano, do ex-presidente Lula, e parte do PT-PB. A terceira via exigira que ambos se juntem, evento que marcará o fim de Bruno Cunha Lima e Romero Rodrigues, se apoiarem uma chapa com Veneziano na “cabeça” e Pedro vice. Dificilmente a posição será invertida: Veneziano é Senador e vice-presidente do Senado, não abrirá para Pedro. Ricardo Coutinho será o anfitrião e companheiro de desventura de Lula. Como previu Artur Lira – verdade das pesquisas só no final de maio – hoje na sondagem da Genial/Quaest, Bolsonaro já está à frente de Lula na espontânea, e empata na estimulada. Cresce 5% a cada mês, nos últimos 90 dias. Caminho longo… ainda restam 140 dias para o primeiro turno.

DESABAFO DE TASSO JEREISSATI RETRATA REALIDADE POLÍTICA DOS PARLAMENTARES NORDESTINOS

Na última sexta-feira (13.05.2022), Mário Sérgio Conti em seu programa Diálogos – transmitido ao vivo pela TV Globo News – entrevistou o Senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) com a nítida intenção de “auscultar” um tucano de alta plumagem, que lhes permitisse diagnosticar indícios de “comorbidades” visíveis, que vem debilitando a saúde da legenda, enferma e desidratada de popularidade em todo o país.

Calmo, falando mansamente como Cristão Católico em Confessionário, Jereissati (confiteor) surpreendeu o entrevistador quando assumiu sua “mea-culpa”, pelo desgaste que ora vive o PSDB. Lamentou a falta de renovação e ausências de novas lideranças, processo que teria evitado a desagregação da legenda, que vem trilhando os mesmos caminhos dos extintos PDS, PFL e DEM. Historicamente, o partido foi responsável por grandes mudanças no país, como o fim da hiperinflação, modernização do Estado – Lei de Responsabilidade Fiscal – início das privatizações; regras no setor econômico que permitiu o Brasil se inserir no bloco de potências emergentes, dentro de um cenário internacional, pré-globalização (final dos anos noventa século passado) gestão FHC.

A agremiação começou a perder força com o envelhecimento biológico de seus quadros, seguido de perdas insuperáveis, como Mário Covas, Marcelo Alencar; Sérgio Mota; Sérgio Guerra…Lideres como Téo Vilela, FHC; José Serra; Aluízio Nunes… Alcançaram a compulsória… Desta geração, restou apenas Geraldo Alckmin, que após uma derrota acachapante em 2018, trocou de sigla e se abrigou no PSB.

Quando indagado sobre o futuro do partido, Jereissati não respondeu diretamente à pergunta, e começou a discorrer – sobre que todos sabem – o casuístico comportamento dos Congressistas. O vício das Emendas Parlamentares, por quatro anos ininterruptos destinados a municípios escolhido pelos Parlamentares, em troca de apoio para renovação de seus mandatos. “Ninguém ali está pensando no país… Concluiu a narrativa, revelando seu desencanto recente, quando foi montar a nominata tucana no Ceará. Fizeram um leilão! iriam para quem ofertasse mais, não importando posições ideológicas ou compromissos com a sociedade, que defendem publicamente.

Surpreso com declarações “sincericidas”, o entrevistador fez sua última pergunta: “então você está deixando a política? Não vai renovar o mandato? “Não, respondeu. A política está me deixando”. Sobre os presidenciáveis, Jereissati não acredita na candidatura de João Dória (PSDB); não votará em Bolsonaro por acha-lo “difícil” (?) omitiu a dificuldade. Lula traria de volta os de sempre, carregados de rancor. Vê esperança em Simone Tebet.

Este drama do Ceará é o mesmo de todos os Estados da Federação. Renovar um mandato de Senador, custará uma fortuna ainda incalculável no presente. Um deputado federal – se for “Bolsonarista” e as redes sociais abraçarem sua causa – sai mais em conta.

Paraíba também pertence ao Nordeste e vive o mesmo dilema do Ceará. Sobram candidatos para o Senado – dispostos a comporem a chapa governista – convictos da perspectiva que João Azevedo (irresponsavelmente) disponibilizaria as chaves do cofre, para usarem o erário público no financiamento de suas campanhas. Quando um milionário de berço (Tasso Jereissati) desiste de voltar para onde sempre esteve (Senado Federal), fica evidente que os custos comprometem suas economias pessoal e o caixa de suas empresas.

UM POUQUINHO DE SORTE

            Ex-senador Ney Suassuna – conhecido pela maioria dos paraibanos apenas como político rico – foi um grande professor, e achamos que apesar da idade, ainda é um excelente palestrante sobre Economia. Assistimos uma de suas palestras – cerca de duas décadas – onde discorreu sobre origem do dinheiro, empreendedorismo; expansão monetária; crédito… Em sua narrativa, sempre citava um exemplo de sucesso e acrescentava: “mas, para que aconteça, tem que ter um pouquinho de sorte”.

            Em sua trajetória vitoriosa como empresário – origem humilde – acreditamos que a sorte esteve diversas vezes ao seu lado. No mundo político, deve tê-lo abandonado em algumas ocasiões. Ou, como ensina a Alquimia, não observou os “sinais”, a exemplo do prefeito da capital Cícero Lucena (Alquimista) peregrino de Compostela, que provou em 2020: o universo sempre conspira em favor dos predestinados, que perseguem seu sonho. Fora da vida pública por mais de uma década derrotou – há dois anos – Ricardo Coutinho, Rui Carneiro e Nilvan Ferreira.

            Atual governador João Azevedo, se constitui em mais um exemplo do místico “fator sorte”. Venceu uma eleição em 2018 no primeiro turno. Desde que foi instituído o segundo turno, até hoje, foi o único a conseguir tamanha façanha. Após a vitória, fez o oposto de seus antecessores: não tripudiou os derrotados. Desceu do palanque e foi cumprir a missão que o povo paraibano lhes confiou, a tarefa de governar.

            Balizado pela decência, prestigiou seu antecessor e seu séquito radical, fazendo vistas grossas aos contínuos arroubos de Ricardo Coutinho, que se auto proclamava dono dos votos da Paraíba. Se ele tinha esta convicção, porque não disputou o Senado da República? Comportando-se como um “martelo”, que só enxerga “pregos”, João Azevedo voltou-se para o governo, e pôs tapume nos ouvidos. Gastando saliva e solado de sapato, não parou de andar e dialogar com todos. A paz política foi estabelecida. As velhas intrigas sucumbiram ao debate. Despido de ideologias, quem quis fazer o melhor pela Paraíba, foi acolhido. O contraditório teve espaço, vez e voz.

As mudanças (lentas e graduais) começaram a ofuscar o brilho incandescente do ex-governador Ricardo Coutinho, que tratava seu aliado – eleito para substituí-lo – como “fantoche”. Impunha nos bastidores, o dever de João abraçar suas encrencas e caprichos pessoais. Rompimento unilateral de Coutinho, foi uma manobra mal sucedida. Imaginou que reuniria maioria da classe política e enfraqueceria o governador. Ledo engano…

João Azevedo sobreviveu a três longos anos, escapando de armadilhas e emboscadas. A sorte continua bafejando-o. A última e mais ousada das insídias, foi protagonizada pelo Senador Veneziano Vital do Rêgo, com seu rompimento intempestivo, desnudo de motivações, justificativas ou fatos desabonadores que atestasse desprestígio da Corte Palaciana.

Se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro. Um pequeno “cochilo” do governador, quase o levou a se distanciar da sorte. Declarou na primeira hora, apoio ao ex-presidente Lula. A recíproca foi um “coice” de Ricardo Coutinho, Lula e Gleisi Hoffmann, através de um vídeo, documentando Lula verbalizar que seu candidato é Veneziano. Um grande contingente de eleitores Cristão Conservadores (Igrejas e antipetista), não votarão num postulante, que se identifique com o perfil de Lula.

João Azevedo, praticamente não tem rejeição no “Núcleo Cristão Conservador”. Estadualizado a disputa, numa posição de “centro”, atrai eleitores dos extremos.

PRIMAZIAS

            Diariamente o pré-candidato do MDB-PB, Senador Veneziano Vital do Rêgo, posta nas redes sociais fotos com o ex-presidente Lula, afirmando ser o preferido do PT na disputa pelo governo do Estado da Paraíba. Sábado (09/04/2022) as declarações vieram do Coordenador Geral da Campanha, extremista radical Randolfe Rodrigues, que não é “petista”: “Lula só terá um candidato e palanque na Paraíba: Veneziano Vital do Rêgo. Onde fica o PSB que tem em seus quadros Geraldo Alckmin, anunciado vice de Lula? Os votos de João Azevedo e seus aliados, são abjetos e dispensáveis?

            Existência de dois palanques do PT – para acomodar conflitos locais e regionais – foram “engodos” estratégicos usados em 2006/2010 e 2014. Tropeçaram no vizinho Rio Grande do Norte (2014), e o preço cobrado pelos ludibriados foi o impeachment de Dilma Rousseff. Deputado Federal Henrique Eduardo Alves (onze mandatos ininterruptos no Parlamento), presidia a Câmara dos Deputados. Ex-Presidente Lula forçou sua candidatura ao governo. Costuraram o maior arco de alianças da história política Potiguar. Ficou fora apenas o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Robinson Farias, magoado por não integrar a chapa majoritária, disputando a vaga do senado.

            Fechada a coligação, a deputada federal Fátima Bezerra (PT), candidata ao Senado, alegou questões éticas/pessoais, que lhes impedia estar ao lado de Henrique nos palanques. Ficaria “solta”, porém, seguiria as determinações do partido. Mentiu. Robson Farias (PSD), com apoio de Gilberto Kassab, lançou-se candidato ao governo. Imediatamente a deputada federal Fátima Bezerra (PT) começou a pedir votos para Robinson Farias (PSD). Ninguém levou a sério.

            Iniciada a campanha, Lula através das redes sociais e em comícios, pedia aos potiguares que votassem em Henrique Eduardo Alves. Dilma Rousseff, candidata à reeleição e com poder de caneta, “oxigenava” financeiramente a campanha da deputada Fátima Bezerra – disputando o Senado – e por extensão, Fábio Farias (PSD), concorrendo ao governo. Henrique, segundo pesquisas e apoios, venceria com esmagadora maioria. O pleito foi levado para o segundo turno e Henrique amargou uma derrota acachapante. Culparam Dilma e Lula pela traição “arquitetada”.

            Retornando à Câmara para concluir seu mandato como presidente, Henrique deliberou deixar um legado histórico – sonhado pelos integrantes daquela Casa Legislativa – cuja maioria se solidarizou com ele, quando foi exposta a trama petista para derrotá-lo, e deixá-lo – pela primeira vez (desde 1970) – distante do seu inseparável broche da lapela.  Desengavetou e aprovou a PEC do Orçamento Impositivo, tirando todo poder de barganha da Presidente. Alforria para Deputados e Senadores, que não mais se submetem aos caprichos palacianos, para liberarem suas emendas.

 A vingança de Henrique – com apoio do Parlamento – levou a ex-presidente Dilma Rousseff ao desespero. Foi advertida pelos seus conselheiros petistas, que o jogo havia mudado e para pior. Só concluiria seu mandato se o presidente da Câmara fosse seu aliado. Escalou interlocutores para “negociar” a sucessão de Henrique, oferecendo-lhes o direito de escolher qualquer nome, e o nomeou Ministro do Turismo. Sem rodeios, Henrique indicou Eduardo Cunha. Não satisfeita, e tripudiando o derrotado Henrique Alves, no último minuto, Dilma quis eleger Arlindo Chinaglia (PT). Derramou um rio de dinheiro, mas venceu o indicado de Henrique. A traição de Dilma contra Henrique e Eduardo Cunha, despertou em ambos, um sentimento de desforra. O resto da história, todos conhecem. Cunha perdeu a Presidência da Câmara, o mandato, e foi parar na cadeia. Porém, deu um “abraço de afogado” em Dilma: o impeachment e seus desdobramentos, levou uma ex-presidente a ser derrotada para o Senado em seu Estado, Minas Gerais (2018). Com “Emendas Impositivas”, pereceu projeto do PT de se perpetuar no poder.

PLEBISCITO DE OUTUBRO

            Não é novidade. Todos sabem que o instituto da reeleição no sistema democrático, é plebiscitário. O eleitor optará pelo “sim” ou “não”, sobre a permanência do governo, facultando-lhes a oportunidade de renovar seu mandato por mais quatro anos, tempo para concluir projetos e ou, obras inacabadas iniciadas em sua gestão.

            Na Paraíba, a eleição “adequada” ao processo das escolhas – buscando a preferência da maioria dos eleitores – será a do ano de 2026. Ocasião para o surgimento de novas propostas, ou avanço no continuísmo do projeto de gestão, com mudança apenas no seu comando. No momento, o julgamento de João Azevedo por sua atuação administrativa, registra com clarividência – segundo pesquisas – o desejo da maioria pela sua permanência à frente dos destinos da Paraíba (40% das intenções de votos).

            Aqueles que ora se apresentam como opositores diretos, ao atual inquilino do Palácio da Redenção – exceto o tucano Pedro Cunha Lima – não passam de dissidentes insatisfeitos, movidos pela megalômana ganância de usurpar o poder a qualquer custo, para recuperar seus privilégios e se locupletar pessoal ou “familiarmente” do cargo.

            Ricardo Coutinho, detentor do primeiro lugar no “ranking” do histórico de traições da política paraibana, vem agora com discurso de “traído” (?) É cômico. Veneziano Vital do Rêgo, eleito Senador com a maioria dos seus votos colados com João Azevedo, participou e apoiou três anos de sua gestão. Indicou um verdadeiro Exército de séquitos, para ocupar cargos comissionados e estratégicos, rompeu e se voltou contra quem lhes prestigiou. Isto não é oposição, se configura como “oportunismo”.

            Politicamente fazer acordo com “sabidos”, é o mesmo que se dispor a enfrentar “valentões”. Os “bestas” e “frouxos”, invariavelmente terminam como vencedores. Sob esta premissa, saudoso José Maranhão tomou três derrotas consecutivas: governo (2006), reeleição (2010) Prefeitura de João Pessoa (2012). Após ter derrotado Ronaldo Cunha Lima em duas convenções, sentiu-se dono da verdade e “senhor da razão”. Peso e medida eram aferidos por sua opinião, subestimando lideranças influentes junto ao povo. Equipes eram auditórios só para aplaudi-lo. Quem opinasse era “pessimista”.

            Ninguém sabe como terminará esta união entre os dois “sabidos”, Ricardo Coutinho e Veneziano Vital do Rêgo. Todavia, o prejuízo registrado até o momento ficou na conta de Veneziano, que perdeu a oportunidade de renovar seu mandato em 2026, tendo sua mãe, Nilda Gondim, como governadora. Quanto a Ricardo Coutinho, o sentimento de vingança (pessoal) se alimenta do ódio. É impossível ser “coletivizado”.

            Apostar que o combate travado em nível nacional – radical disputa de “esquerda” x “direita” – se transforme numa cruzada a partir de municípios e estados, alcançando todo o país, é pura utopia. O povo aprendeu a separar eleições presidenciais das eleições estaduais e municipais, quando compreenderam a questão das acomodações partidárias.   A realidade é que até o dia de hoje (08/03/2022), só existem dois candidatos que estão se enfrentando e ocupando espaços na mídia: João Azevedo e Ricardo Coutinho. O curioso é a “excentricidade” deste episódio: um disputa sua reeleição para o governo do estado. O outro, pretende chegar ao Senado da República.

 

Federações Partidárias: O GOLPE DOS CACIQUES

A 56ª Legislatura instalada em 01/02/2019, que se encerrará em 31/01/2023, será lembrada pela história como o período mais caótico da República do Brasil, onde se inverteram os papéis, por conseguinte a ordem constitucional dos três Poderes, pilares da democracia. Um Parlamentarismo “branco” foi imposto à Nação, a partir do completo domínio do Orçamento da União, atributos constitucionais do Poder Executivo, através do Presidente da República.

Por outro lado, em meio à desordem, o Poder Judiciário legislou da forma como bem quis e entendeu. Prendeu deputado federal, atropelando o “Foro Privilegiado”, encarcerou jornalistas ignorando a liberdade de expressão (garantia constitucional), retirou poderes do Presidente da República, desrespeitando de modo imoral um Decreto de Calamidade Pública Nacional, sub-rogando seus poderes para governadores e prefeitos… Por um milagre não ocorreu uma crise institucional, com a intervenção dos militares e o STM assumindo as funções do STF, caso o presidente Jair Bolsonaro tivesse usado o artigo 142 da nossa Constituição.

A fuzarca extrapolou o limite, quando um ministro do STF (Alexandre de Mores) mandou a Polícia Federal intimar – com hora marcada – o Presidente da República, para ser interrogado e depor num inquérito aberto pelo próprio ministro, investigado por ele e julgado também pelo mesmo. A ousadia fazia parte da tática intimidatória. Se o Presidente, que não pode ser preso – estando no exercício do poder – cumprisse este capricho absurdo, dia seguinte a guarda municipal o prenderia para averiguação, ou por perturbar a ordem, através das “motociatas”.

Apesar de cinco mandatos como deputado federal, Jair Bolsonaro – como classificou perversamente a jornalista militante Eliana Cantanhede – um parlamentar de “fundo de plenário”, aquele que senta na última fileira, com pouca luz onde as lentes das redes de TV não o alcança, desconheceu a própria “Casa” onde já viu “boi voar”. Imaginou que o fato de ter sido eleito com mais de 57 milhões de votos, o Congresso o respeitaria em função de sua popularidade. Esqueceu que Collor e Dilma pensaram o mesmo, e sofreram impeachment.

Ao assumir, Bolsonaro encarou com surpresa a transformação de seu conterrâneo “carioca” Rodrigo Maia, na presidência da Câmara. David Alcolumbre – baixíssimo clero – que com sua ajuda chegou à presidência do Senado Federal, tornou-se seu principal algoz. Foram 125 derrotas do governo no Congresso, e tudo que se ouvia dos presidentes das Casas Legislativas era: “tem que se conversar” (?). O Orçamento do ano 2020, aprovado pelo Congresso (2019) derrubou todos os vetos do Presidente, deixando-o apenas com verbas de custeio: pagamento dos juros da dívida, precatórios; pessoal; INSS e manutenção. Se o presidente quisesse fazer obras, que cortasse no custeio, demitindo pessoal, extinguindo funções, economizando nos gastos do cotidiano, a partir dos cartões corporativos.

Em 2021 a regra seria a mesma. Neste momento, os “conselheiros” entraram em ação. Todos os ministérios poderiam ter recursos para investimentos, desde que fossem alocados através de Emendas Coletivas, de Bancadas e Individuais dos Parlamentares. A fórmula deu certo para o governo. Deputados e senadores voaram em céu de brigadeiro. Prefeitos e governadores tinham que “se acertarem” antes com o Parlamento, senão nada receberiam.

Mas, como nos ensina o velho adágio popular, “não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe”. Este ano, encerra-se o “carnaval”. Tem eleições e todos querem voltar. Todavia, pisaram na bola na minirreforma eleitoral de 2019, quando acabaram com as doações de campanha, e as famigeradas “coligações”. Como voltar em 2023, mesmo com 5,9 bilhões para o fundão eleitoral? Atualmente são 30 partidos com assento no Congresso Nacional. Mesmo assim, cada parlamentar se sente um partido, na hora de “negociar”. Nas eleições de 2018, dos 513 parlamentares apenas 12 atingiram o coeficiente, e se elegeram sem precisarem das “sobras” das coligações.

Os velhos “caciques” entraram em ação e criaram as “Federações Partidárias”. Mesmo que tudo funcione a contento, metade dos que lá estão, não retornarão.  PSL e DEM formalizaram a primeira “Federação”. Na reunião comandada pelo embusteiro Luciano Bivar, dos 70 deputados das duas legendas apenas 30 compareceram. A revoada vai ser grande. Mas, não altera o valor do “fundão” e fundo partidário: 1,1 bilhões de reais, nas mãos de Bivar, que procura o MDB para ampliar esta montanha de dinheiro, apoiando a senadora Simone Tebet para presidente. Como ficarão as postulações para os governos dos estados? Na Paraíba, Veneziano Vital do Rego fica impedido de se aliar com Ricardo Coutinho e o PT. A Federação com o PSOL, PDT e PSB, veta o MDB e o PSDB.

Governador João Azevedo, se permanecer no Cidadania vai colidir com Pedro Cunha Lima. A intenção da maioria dos “tucanos” é “Federalizar” com o Cidadania. O PSD de Gilberto Kassab, já admite unir-se a Lula ainda no primeiro turno, ampliando a “Federação das Esquerdas”. Entretanto, deputados federais para escaparem, contavam com a “janela da traição”. O prazo para regularizar as Federações se vencia em 31/03/2022, os parlamentares tinham até o dia 03/04/2022 para “pularem a cerca”. Para infelicidade destes, o ministro Barroso, presidente do TSE, deu ontem um tiro de misericórdia nos prováveis “fujões”. Pisando no pescoço da Lei, por unanimidade a Corte Eleitoral estendeu o prazo das Federações até o final de maio. Não escapará ninguém.

Com todas estas manobras nefandas, os caciques e TSE esqueceram um pequeno detalhe: o povo. O mesmo que se rebelou e elegeu o deputado “fundo de plenário”, está se amotinando nas redes sociais, e a palavra de ordem é não votar em candidatos de Federações. Chafurdaram tudo. Onde rola bilhões, a ética é um palavrão. Pedro e Veneziano ainda serão candidatos? João pode formar uma nominata com um único partido. Como previmos, a disputa na Paraíba continuará a ser pelo Senado da República. E, distante do povo, os caciques de sempre buscam eternizarem-se: Bivar (PSL), Lupi (PDT); Roberto Jefferson (PTB); Valdemar Costa Neto (PP); Republicanos (Igreja Universal) … Deputados Federais estão “no mato sem cachorros”.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte VIII)

            O desalento dos Cunha Lima (1981) sinalizava abandono em definitivo da vida pública. Só restava Ivandro – mesmo respeitado e admirado por seus pares no Senado da República – não tinha o comando do partido. Era o suplente de Rui Carneiro que assumiu em 1977 e seu mandato se encerraria no ano seguinte (1982).

            Na Paraíba, o governador que assumiu em 15/03/79, José Tarcísio de Miranda Buriti, vinha realizando uma gestão inovadora, futurista, conquistando admiração em todos os segmentos da sociedade, com avançados programas de obras, serviços e ações sociais. Entretanto, os “cabeças” da sua brilhante equipe de Secretário, haviam desfalcado Enivaldo Ribeiro. Inclusive um dos principais, José Silvino Sobrinho.

            Em quatro anos (1977/1981) Enivaldo Ribeiro ganhou visibilidade estadual. As eleições para governador do ano seguinte (1982) seriam diretas. Os Gaudêncios (importante grupo político de Campina Grande influente no Cariri e Curimataú) lançaram-no candidato a governador. Formaram a “Frente de Campina”, movimento suprapartidário, com apoio do “Grupo da Várzea” e lideranças de João Pessoa. Enivaldo estava eleito governador – um ano antes do pleito – episódio que o fez tirar o foco da sua sucessão, não preparando um candidato para 1982.

            Setembro de 1981, a fatalidade começou a operar suas enigmáticas mudanças no curso da história. Presidente Figueiredo após sofrer um infarto, licenciou-se do cargo e viajou com destino a Cleveland, nos Estados Unidos, para fazer uma cirurgia de ponte de safena. Assumiu o vice Aureliano Chaves. O Congresso aproveitou a oportunidade e apresentou uma PEC, derrubando a sublegenda. Aprovaram para o governo do estado. Para os Prefeitos, houve resistência. Com a volta de Figueiredo, o tema saiu da pauta.

Após queda da sublegenda a “Frente de Campina” procurou imediatamente Buriti. Mas, o governador havia perdido o controle do PDS, no tumultuado processo da troca do nome da sigla. A agremiação estava nas mãos do deputado Soares Madruga, Secretário Geral do Partido, com os Livros de Atas escondidos a sete chaves. Madruguinha recusou-se a dialogar com a Frente de Campina. O movimento esfriou …

  Humberto Lucena deu um xeque-mate nas pretensões do Clã Cunha Lima de comandar o PMDB. Trouxe João Agripino e Antônio Mariz para legenda, garantindo-lhes o direito de indicarem a chapa majoritária (1982). O neto de Solón de Lucena assumiu definitivamente o partido, que comandou até sua morte. Se Ivandro “topasse”, teria que enfrentar Buriti, já com campanha nas ruas (blefando) para o Senado, exibindo 81% de aprovação de sua gestão. Quem iria enfrentá-lo? Ivandro? Jamais. Seria loucura.

Janeiro de 1982, todos ainda queriam ser o candidato de Enivaldo. Raimundo Asfora (seu vice), os Gaudêncio; Edvaldo do Ó … até William Arruda, depois de 14 anos fora da vida pública, queria voltar a ser Prefeito. Dia 19/01/1982 foi promulgada a Lei nº 6.978/82 que estabeleceu o voto vinculado, “engessando” a opção do eleitor, que só poderia votar numa única legenda, escolhendo de vereador a prefeito, deputado estadual; deputado federal; governador do estado e senador. Em março de 1982 o governador Tarcísio Burity renunciou e passou o governo para seu vice, Clóvis Bezerra. Continuou “blefando” que disputaria o Senado.

Humberto Lucena lançou Antônio Mariz para o governo e João Agripino para deputado federal. Em Campina Grande, Enivaldo estava acossado, sofrendo pressões para escolher um nome, capaz de agregar todos que compunham seu enorme bloco. O MDB procurava a casa de Ivandro, que esperava a opinião de Ronaldo. Junho se aproximava, período das convenções e início oficial da campanha. Delfim Neto aprovou no Congresso o “FINSOCIAL” (25.05.1982) contribuição temporária que se tornou lei até hoje (COFINS). O dinheiro seria fonte de financiamento de campanha do PDS.

Vence eleições quem anda mais, erra menos e gasta bem. Enivaldo Ribeiro cometeu todos os erros – até os inimagináveis – para que Ronaldo crescesse em cima de seus disparates. Ficou “queimado” com os meios universitários quando atropelou a eleição de Moaci Carneiro como Reitor da FURNE e usou um ato de força, nomeando Vital do Rêgo como Pró-Tempore. Ocorreram até greves. Margarida Mota, Moací Carneiro e Jeremias Jerônimo arrastaram a FURNE e formaram linha de frente na campanha do poeta. Wilson Braga escolheu o respeitado empresário José Carlos da Silva Júnior para ser seu vice. Buriti surpreendeu a todos, quando cedeu seu lugar para o Senado ao deputado federal Marcondes Gadelha, provocando baixa expressiva no MDB-PB. E foi eleito com a maior votação da história (proporcionalmente) até hoje.

Reuniões diárias eram realizadas para chegarem a um consenso sobre “quem” seria o candidato de Enivaldo. Foram as convenções divididos Vital e William Arruda que saiu candidato pelo PDS-1, Vital no PDS 2. Enivaldo não teve maioria no Diretório? Argumentos para William Arruda desistir? Manter os Gaudêncios à frente da campanha? Segurar Raimundo Asfora? Fiel da balança,         que desprestigiado declarou apoio a Ronaldo Cunha Lima. Em troca, Ivandro lhes deu o sonhado mandato de deputado federal. Edvaldo do Ó entra no jogo, apoiando Ronaldo. Mesmo assim, a maioria da população ainda acreditava que Enivaldo elegeria seu sucessor. William Arruda descobriu que estavam enganando-o. Critérios para distribuição do FINSOCIAL determinavam 60% para o 1º da legenda, e 40% para o segundo. Vital estava ficando com os 60%. Convocou uma coletiva, e não só desistiu, mas, pediu que votassem em Ronaldo.

Como o voto era vinculado, Wilson Braga e o empresário José Carlos da Silva Júnior foram vítimas do “voto camarão” em Campina Grande. Dados do arquivo do companheiro Dagoberto Pontes: Mariz 39.760 votos, Wilson 31.530, maioria de 8.230 sufrágios. Quanto a Vital, a maioria de Ronaldo foi de 12.054 votos. Ronaldo voltara a ser prefeito, repetindo 1968: Vital do Rêgo “rachando” mais uma vez a maioria, desagregando o gigante PDS de Campina, cometendo todos os erros e contradições inexplicáveis, como a falta de apoio e diálogo com seu sogro Pedro Gondim, que foi candidato ao Senado na chapa de Mariz. Como votou D. Nilda? Contra seu pai, ou seu esposo? O tropeço involuntário de Enivaldo (1982), consolidou a liderança do Clã Cunha Lima na cidade, que comandou por 22 anos ininterruptos. Na sequência, conquista do governo, volta do Clã ao Senado e primeiro racha na família já Oligárquica.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte VII)

            A partida súbita, repentina e inesperada do amigo Aluísio Cunha Lima (29/09/79), desfalcou o Clã, já abalado com o dano irreparável provocado pela tragédia que vitimou Fernando (28/09/78), um ano antes. Restava Ivandro, no Senado da República, e Ronaldo, que já tinha readquirido seus direitos políticos, suspensos em 1969. Atônito diante do indecifrável mapa do destino, o poeta não sabia por onde começar, ou recomeçar. Ficaria no Rio, ou voltaria para Paraíba? Deve ter lido José Américo de Almeida (A Bagaceira) e se inspirado na frase cunhada pelo imortal da literatura: “Voltar é uma forma de renascer, ninguém se perde nos caminhos da volta”.

            Nos anos cinquenta do século passado (XX), quem não pertencesse ou descendesse de uma família politicamente oligárquica, só havia um caminho para ingressar na vida pública e conquistar uma vaga como agente político: ser líder estudantil. Fernando Cunha Lima foi o primeiro do Clã a se tornar líder estudantil. Eleito e reeleito presidente do CEC-Centro Estudantil Campinense, no início dos anos 50. Estabeleceu liderança e foi sucedido por seu irmão Ivandro, depois Ronaldo, no caso já como vice-presidente. “Espinho que tem de furar, mesmo pequeno mostra a ponta”. Os Cunha Lima não esconderam desde o movimento estudantil, que espaços ocupados, não se abdica nem se regateia. Não se aceitam “composições”, só “adesão”.

            Nas eleições municipais de 1959, Campina Grande testemunhou uma disputa de titãs. Talvez tenha sido o pleito mais “esbanjador” da Rainha da Borborema. Dois banqueiros disputaram a Prefeitura: Severino Cabral x Nilton Rique. Ronaldo Cunha Lima, com 23 anos, candidatou-se a vereador pelo PTB. Seus irmãos mais velhos consideraram loucura, aventura e precipitação. O poeta, com apoio da classe estudantil e dos inúmeros amigos conquistados em suas turnês quotidianas nos bares da cidade – não importando o bairro ou classe social – conseguiu surpreender todos, obtendo 950 votos e se elegendo. Sorte de principiante? Talvez…Teve uma brilhante atuação no legislativo mirim, graças a sua retórica em verso e prosa.

            Sonhava com voos mais altos. Entretanto evitando atritos domésticos, não os externava no ambiente familiar. Em 1962, mais uma vez – sem ouvir conselhos – lançou-se candidato a deputado estadual. A família vinha prosperando… Aluísio já era Lojista, Ivandro era dono de um Cartório e Fernando tinha se tornado um hábil profissional em movimentar ativos financeiros, na área de captação e investimentos. Já dispunham de meios para ajudar o poeta, financiando pequena estrutura em sua nova empreitada. A sorte já não seria de principiante. Ronaldo elegeu-se deputado estadual. O Clã começou a ser respeitado pelas tradicionais famílias e lideranças políticas da cidade.

            Em 1963, eleições municipais, o Prefeito de Cabaceiras José Aurélio, convidou Fernando Cunha Lima – já proprietário e latifundiário no município –  para sucedê-lo. A eleição seria um passeio… Ronaldo , discursando em versos, Fernando, um grande orador; terra de Félix Araújo com quem tinham laços políticos e apoiados pelo prefeito? Não tinha como perder. Os irmãos Cunha Lima se uniram e entraram na luta determinados a vencê-la. Mas, por ironia do destino, o impossível aconteceu: foram derrotados. Fernando perdeu para Abdias Aires, que a partir de então, tornou-se um líder por décadas na cidade.

            Volta a questão mística do destino. Se Fernando tivesse sido eleito prefeito de Cabaceiras, jamais teria alcançado o sucesso como empresário empreendedor, importador e exportador; aberto espaço político para a família em nível nacional. Teria ficado no tamanho e dimensão de uma liderança municipal do Cariri Paraibano.

            Os irmãos Cunha Lima cresceram rapidamente em seus projetos pessoais. Aluísio, Fernando, Ivandro; Roberto. Em 1966, Ronaldo vai à luta para renovar seu mandato de deputado estadual. O maior memorialista político do Estado, nosso amigo Médico Alfredo Lucas, confirmou a estrondosa votação de Ronaldo: o segundo do Estado, perdendo apenas para Clóvis Bezerra, posteriormente ex-governador da Paraíba.

            Chegamos ao ano de 1980. O destino do Clã Cunha Lima estava lançado. Como anteviu Aluísio, após a morte de Fernando, Humberto Lucena iria tomar a frente do MDB-PB. Era neto de Solon de Lucena, que governou a Paraíba nos anos 20. Ronaldo iria ou não ser candidato, para enfrentar o indicado de Enivaldo?

            A “sorte” mostrou que seria sua companheira inseparável. Logo que se instalou a nova legislatura (março 1980) o deputado federal Anísio de Sousa (GO) apresentou uma PEC, para prorrogar o mandato dos prefeitos e vereadores eleitos em 1976, até 1982. A justificativa era a permissão para criação de novas legendas, e não teria tempo suficiente até 15 de novembro. O Palácio do Planalto simpatizou com a ideia da eleição geral de vereador a senador da república e diretas para governos estaduais. Com maioria, o governo aprovou a PEC. Surgiram o PT, PTB, PDT e PP. Ronaldo, escapou de uma provável derrota… Teve tempo para se estruturar, acompanhar seu irmão Ivandro no Senado, e confortar a família, adaptando-os a conviver com as perdas de seus irmãos em 1978/1979. Na sequência, eleições 1982, instalação do Clã e o início dos 22 anos de comando dos destinos de Campina Grande.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte VI)

            O mês de dezembro de 1978, teve um verão com noites quentes, longas e insones, para classe política brasileira, quer seja governo ou oposição (Arena/MDB). Uma reviravolta na história do país tinha data e hora marcada para acontecer, até o dia 31. Presidente Ernesto Geisel tinha promulgado a Emenda Constitucional nº11, em 13 de outubro – trinta e dois dias antes do pleito de 15 de novembro – revogando todos os 17 Atos Institucionais que se sobrepunha a Constituição desde 1964, inclusive o temido AI-5. Todavia, só entraria em vigor a partir de 01/01/1979.

            Oposição e esquerdas levantaram tese, que a Emenda era uma “cilada clientelista”, para recuperar momentaneamente popularidade eleitoral do regime. Queriam assegurar maioria na Câmara e Senado, Mesmo com Senadores Biônicos e ampliação das bancadas do Norte/Nordeste. Contra argumentavam indagando: por que esperar até 31 de dezembro? Em 15 de novembro fizeram ampla maioria no Senado. Na Câmara, acrescentaram apenas cinco deputados a atual da ARENA. Havia muito ceticismo… Não acreditavam na abertura política com redemocratização.

            No dia 29 veio o susto. Estávamos no cafezinho São Braz com Aluísio Cunha Lima – já era Calçadão – por volta das 20:00, quando de repente o ambiente ficou lotado. Cervejaria Flórida permanecia aberta com todas as mesas ocupadas. Formaram-se diversas rodas de bate papo… A voz do Brasil acabara de noticiar, que o Presidente Geisel havia usado o AI-5. Extinguiu a CGI – Comissão Geral de Inquéritos, parturiente dos IPM – Inquéritos Policiais Militares, processo estabelecido para cassar e prender comunistas e corruptos. No mesmo ato, abolia também o AI-16, acabando com os banimentos. Acaloradas discussões foi até a madrugada. Pessoas que nunca tinham frequentado o papo, estavam por lá. Ninguém se arriscava opinar. “Figuras” conhecidas como suspeitas de serem informantes, mostravam-se enigmaticamente sorridentes.

            Nos afastamos do local e comentamos com Aluísio sobre possibilidades de retrocesso. Vão fechar tudo? Se todos os 17 Atos seriam extintos em dois dias, por que “pinçar” só o 16? “Não vai acontecer nada, contrapôs o amigo. Tudo ocorrerá como Fernando falou. Se extinguiram a CGI, como irão cassar mandatos sem IPM”? O Congresso estava em recesso de final do ano, o Senador Ivandro Cunha Lima deveria estar na cidade. Após a tragédia de Fernando, Aluísio se omitia em falar sobre política. A curiosidade nos impeliu a aborda-lo: Ivandro deve saber de algo… Se vai acontecer ou não o que estão comentando. Aluísio, com gesto de impaciência respondeu que o último a saber seria Ivandro, era do MDB.

            Dois dias depois, 31/12/1978, a TV Borborema anunciou durante todo o dia, em sua programação, uma Edição Especial do programa Confidencial, “ancorado” por Chico Maria, que iria ao ar às 00:01. Após o apagar das luzes, Chico Maria ao vivo apareceu ao lado Ronaldo Cunha Lima. A Emenda nº 11 entrará em vigor. Mesmo ainda faltando alguns meses para Ronaldo terminar seu período de dez anos de suspensão de seus direitos políticos, sem AI-5, não havia mais “cassados”. O poeta se dirigiu a Campina Grande bastante emocionado. O Estúdio estava lotado por seus ex-secretários e colaboradores de 1968… Mas, não falou que seria candidato a Prefeito no ano seguinte (1980), quando terminaria o mandato de Enivaldo Ribeiro. Chico perguntou se teria coragem de repetir 1968, ele disse que sim. E que traria toda sua equipe com ele – exceto um – para concluir seu projeto interrompido. Vez por outra, as lágrimas brotavam, a voz embargava…

            Até 15/03/79, quando Geisel passou a faixa presidencial para Figueiredo, os acontecimentos e surpresas do dia a dia – sem o AI-5 – fez todos esquecerem a velha política “paroquiana”. Cinema sem censura… Capitólio e Babilônia lotavam todos os dias. Músicas proibidas tocando no Rádio, revistas pornográficas expostas nas bancas ao lado da Play Boy… A sensação entusiástica expressada pela população jovem, era semelhante a quem acabara de atravessar o deserto, e ter chegado num lago em meio a pradarias verdejantes. De todos os governos Militares, Geisel foi o que mais criou Empresas Estatais. Seus quadros dirigentes eram formados por “Militares da Ativa”, a partir de Major. O próprio Geisel exonerou todos, e os levou de volta a Caserna.

            Meados de Junho, com o povo já se acostumando a democracia, o tema político voltou a pauta: eleições para prefeito e vereadores ano seguinte, 1980. Infelizmente o amigo Aluísio estava a cada dia mais deprimido. Enviou o primo Élcio Cunha Lima para o Rio Grande do Sul, gerenciar uma Indústria de Carrocerias que era de seu irmão Fernando. Checar outros ativos e imóveis, que havia dúvida se ainda existiam. Fernando foi um dos sócios de Tião Maia – o Rei do Gado no Brasil – e foram os primeiros a importarem a raça Nelore, para abate. Aluísio não tinham noção do tamanho do rebanho, nem onde se encontrava.

            Mesmo assim, certa noite o provocamos: algumas lideranças “emedebistas” estão planejando a volta de Ronaldo ano vindouro (1980). A resposta foi ríspida. “Estão todos cegos, ou não querem enxergar o volume de obras que o prefeito (Enivaldo) está fazendo”. A cidade e tempo são outros, diferentes de 1968. Passaram-se dez anos, e o eleitorado se não duplicou, triplicou. Quem terá coragem de enfrentar um candidato apoiado pelo Prefeito? Um milionário? Ronaldo não tem dinheiro. Pela estrutura deixada por Fernando, e seus votos de Campina, se não disputar uma vaga de deputado Federal pelo Rio em 1982, terá chances aqui. Mas logo agora (1980) é utopia.

            Na manhã do dia 28 se setembro de 1979 – exatamente um ano do trágico assassinato de seu irmão Fernando – um infarto fulminante levou nosso amigo Aluísio para outro plano. Era ainda muito jovem, tinha apenas cinquenta anos. Mas, um guerreiro cansado. Foi outra tragédia na família… Um balde de água fria, na “fervura” da pré-campanha de Ronaldo – já ebulição – projeto de voltar a PMCG. Na sequência, elemento “sorte”, desacertos de Enivaldo, racha de Asfora e volta triunfal de Ronaldo.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte V)

            O assassinato de Fernando Cunha Lima provocou grande comoção em Campina Grande e todo Estado. Silêncio profundo abateu-se sobre os habitantes da Rainha da Borborema, amargurados pela tragédia, que trouxe sentimento de consternação e dor.

            Imediatamente surgiram boatos de que o crime tinha sido obra dos Militares. Na época “suspeitos de sempre” – por tudo de ruim que acontecia no país. A rua Monte Santo e Cemitério lotado. Carros de som reproduziam discursos de despedidas dos oradores presentes. O candidato a deputado federal Marcondes Gadelha, levou a multidão às lágrimas. Acompanhamos tudo ao lado de William Tejo, que tinha voltado ao batente, atendendo nosso convite, então Gerente da Sucursal do Correio da Paraíba.

            Saímos após o encerramento das exéquias com Tejinho, e fomos nos confortar com alguns goles de conhaque. Ele iria escrever um artigo, sob a ótica de crime político. Naquele momento, não havia outra explicação. Pedimos na ocasião cautela. Iríamos conversar com Aluísio e saberíamos o que estava pensando a família, sobretudo ele, o líder (Alpha) que esteve sempre na retaguarda. O momento era de dor imensurável. O senso de oportunidade nos recomendava esperar a hora exata. Nada mudaria o trágico acontecimento. Palavras de conforto, não repararia o dano.

            Dia seguinte ao sepultamento, no final da tarde, Aluísio nos ligou e nos convidou para nos encontrarmos e conversarmos. Iria à casa de seu tio João Cunha Lima – chefe do Cartório de Ivandro que funcionava na rua Afonso Campos – seu amigo e confidente, com quem tratava os assuntos de família. Passou no Calçadão e fomos para outro local.

            Sua aparência nos chocou. Pálido, petrificado, com aspecto ausente… Numa linguagem rasteira, a “ficha ainda não tinha caído”. Perguntamos se já tinha sido confirmado o que a cidade comentava: atentado político. Não, respondeu de imediato. Nada de política. Quem o matou foram seus sócios, picaretas que ele os considerava como amigo e parceiros de negócios. Conspiraram contra ele. A Polícia já tem vários suspeitos. Mas, foi alguém muito próximo. Apesar de não ter guarda-costas ou seguranças, Fernando era precavido. Conversamos longamente e no final nos disse que estava com viagem marcada para o Rio, para cuidar do espólio. Eram muitos e grandes negócios. Fernando tinha crescido com rapidez, e não teve tempo de se organizar.

            Aluísio esteve fora por quase todo o mês de outubro. Quando ocorreu a tragédia, restavam apenas cinquenta dias para as eleições de 15 de novembro. O MDB-PB estava literalmente destroçado. Em dois anos havia perdido Janduhy Carneiro, Petrônio Figueiredo, Rui Carneiro e seu sucessor que ressuscitou a legenda Fernando Cunha Lima.

            Com a lacuna deixada pela ausência de Fernando no comando da campanha, Humberto Lucena foi derrotado. Aliás, diretamente contra Ivan Bichara perdeu o pleito. O ex-governador obteve 303.154 votos, contra 269.795 de Humberto Lucena. Mas, o MDB havia lançado duas sublegendas: o vereador Ary Ribeiro e João Bosco Braga Barreto. O assassino Farah era filho ou sobrinho de um Gen. do Exército da reserva. Para teoria da conspiração, Farah estava a serviço dos Militares.

Ary Ribeiro se elegeu vereador (MDB) dois anos antes (1976) com 2.903 sufrágios. Para Senador da República, as urnas de Campina Grande despejaram uma avalanche de votos totalmente imprevisível: 48.784. Seu discurso era sobre o assassinato político de Fernando Cunha Lima. Tinha sido Delgado na cidade, fez um bom trabalho, conquistou o respeito da população que lhes pôs na Casa Félix Araújo. Quando ele falava que Fernando havia sido assassinado, o povão acreditava no Delegado. João Bosco Braga Barreto foi na mesma linha, e de modo mais contundente, cobrando de Ivan Bichara o que ele não tinha realizado por Cajazeiras, terra natal de ambos. Saiu das urnas com 50.032 votos. Somados os votos das sublegendas – Ivan Bichara não tinha sublegenda – perdeu para Humberto. Corrigindo: a ARENA (303.154) e MDB (368.611) Quem venceu foi o MDB, maioria de 65.457, não Humberto.

  Marcondes Gadelha, desconhecido em Campina Grande e sem apoiadores, só pelo discurso no sepultamento de Fernando, a cidade lhes presenteou com quase 13 mil votos. Recorde até então, obtido por um deputado federal na cidade. A “estrutura” financeira de Ary e Bosco, estavam pagas por Fernando, antes de sua trágica partida.

Após as eleições, no final de novembro, reencontramos Aluísio. Desta vez, percebemos seu estado emocional. Abalado, machucado e deprimido. Os suspeitos já estavam presos. José Carlos Succar Farah, sócio minoritário, porém de confiança de Fernando, que era Presidente da ITN Trading Company S.A., Holding que comandava 18 empresas de exportações. O comparsa de Farah, era José de Abreu Ferraz, que tinha uma revenda de veículos importados. Trabalhava com dinheiro de Fernando.

Neste longo relato, Aluísio descreveu sua chegada ao Rio, e o quadro devastador de “terra arrasada” que encontrou. O rombo na Trading era gigantesco. Desapareceram todos os “haveres” recebíveis, e só constavam dívidas vencidas e vincendas. Inúmeros contratos de gaveta (promessa de compra e venda) pertencentes a Fernando, não tinham sido encontrados. Letras de Câmbio – uma espécie de cheque ao portador – que o governo Collor de Mello acabou, era um papel seguro neste tempo. Servia como reserva, ou moeda para negócios imediatos. Fernando tinha falado a Aluísio quanto dispunha. O encontrado foi muito aquém. A família desconhecia outros locais onde ele guardava documentos. “Roubaram e mataram meu irmão”, confessava Aluísio, até o dia em que também partiu, antes da missa de primeiro aniversário pelo falecimento de Fernando. Viveu estes poucos dias, na busca de recuperar parte do patrimônio do irmão. Sua angústia e amargura aumentava a cada dia, pois mesmo que a Justiça condenasse os assassinos, ele já tinha os tinha sentenciado. A vingança era uma questão de honra inegociável. Não recuaria nem a pedido do criador. O plano já estava elaborado e em curso.

Tentando confortar o amigo, sugerimos que nem tudo estava perdido. Ivandro estava no Senado. Bastidores de Brasília apostavam na promessa de Geisel de revogar o AI-5 até o final de dezembro. “Política na família nunca mais”. E Ronaldo? indagamos. “Se ele quiser voltar, que seja pelo Rio de Janeiro. Na Paraíba não”. Na sequência, a morte de Aluísio, volta de Ronaldo, elemento “sorte”. Brigas, mágoas e rompimento no Clã.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte IV)

            O ano de 1978 foi de temor, muitas dúvidas e boatos desassossegadores no Congresso Nacional. A Paraíba, particularmente Campina Grande, foi marcada por uma tragédia brutal e hedionda, que arrancou os alicerces do Clã Cunha Lima, em construção. O Exército dividido, maioria dos Quartéis querendo o recrudescimento do regime. General Sílvio Frota, Ministro do Exército, pretendia ser o sucessor de Geisel, apoiado por expressiva parte das Forças Armadas e da ARENA. Foi exonerado e preso em domicílio. Geisel trocou quase todos os Comandantes, a partir do seu Chefe do Gabinete Militar, General Hugo Abreu, o homem que acabou com a guerrilha do Araguaia.

            Contra tudo e quase todos, lançou o General João Batista Figueiredo, Chefe do SNI – Serviço Nacional de Informações, como seu candidato. Chamou as lideranças da ARENA – partido que dava sustentação ao governo no Congresso – e os fez engolir “goela abaixo” sua excêntrica escolha. Um candidato do SNI? Órgão que aterrorizava todo o país? Tinha Jarbas Passarinho, Costa Cavalcanti, Mário Andreazza… Que eram Militares e políticos, abertos ao diálogo, defensores da transição que vinha sendo conduzida por Petrônio Portela: “Distensão”. Mas, os Generais que ficaram ao lado de Geisel, foram enfáticos: “não aceitavam civil, nem batiam continência para Coronéis”. Temendo mais uma crise, Geisel promoveu Figueiredo para quatro estrelas, e o pôs na reserva.

            Nosso termômetro era Aluísio Cunha Lima, que conversava com Fernando e nos transmitia os acontecimentos de bastidores. Fernando havia assegurado a Aluísio que boatos de retrocesso não passavam de “escaramuças”. As eleições estavam asseguradas, e os Militares “descontentes” iriam trabalhar sorrateiramente o nome do General Euler Bentes Monteiro, como adversário de Figueiredo, candidato pelo MDB. Todavia, o Colégio Eleitoral não se resumia ao Congresso Nacional. A ARENA elegeria Figueiredo. Euler Bentes tinha sido voz dissidente do “pacote de Abril”.

            No apagar das luzes de 1977, Aluísio nos ligou e pediu para irmos até sua loja na Rua João Pessoa. Lá nos mostrou o Contrato Social da CLIVEL- Cunha Lima Veiculos Ltda. Empresa recém fundada, que seria Concessionária da FIAT em Campina Grande, João Pessoa; Natal e Mossoró. Aureliano Chaves, governador de Minas Gerais, tinha trazido a FIAT para seu Estado, arrancando-a de última hora do ABC Paulista.  Fernando Cunha Lima, tinha conseguido através de sua recomendação, estas quatro Concessionárias. Na ocasião, nos ofereceu a função de gerente no Rio Grande do Norte. Sabia que gostávamos do Jornalismo. Mas, argumentou que seria uma experiência diferente, que se eu não me encontrasse no ramo, poderia voltar a fazer o que gostava.

            Milton Cabral (Senador da República) entrou na briga com Fernando pelas concessões de João Pessoa e Campina Grande, com a SIBRAL Veículos. Em Junho a FIAT decidiu por Milton Cabral. Levantamos a hipótese, que deveria ter o “dedo” dos Militares na escolha. Não, respondeu Aluísio. Foi questão “cadastral”. Patrimônio apresentado por Milton Cabral, ninguém possuía na Paraíba. Só na Av. Vieira Souto (Rio de Janeiro), na época o metro quadrado mais caro do planeta, Milton tinha 22 apartamentos e a maioria “coberturas”. Propôs antecipar pagamento referente a dois anos de quotas à vista. Até este dia, não sabíamos que Milton Cabral era genro de Drault Ernani, um dos homens mais ricos do Rio de Janeiro. Banqueiro, maior acionista da única Refinaria de Petróleo privada do país na época (Manguinhos); dono do Recreio dos Bandeirantes… Muito influente na política nacional. Para uma multinacional, o perfil de Milton suplantava Fernando. Mas, o Rio Grande do Norte permanecia com a CLIVEL.

            Em Junho(1978) ninguém conseguia mais se aproximar de Fernando Cunha Lima. Onde ele estivesse – em Campina Grande ou João Pessoa – sede do comando da campanha, tendo à frente o ex-ministro Abelardo Jurema, tinha uma imensa fila que queria falar com ele. Todos prontos para apoiá-lo, e muitos queriam disputar uma vaga na Assembleia Legislativa com seu apoio. Humberto Lucena não desgrudava dele. Lançou-se candidato ao Senado, imaginando que enfrentaria Milton Cabral e não Ivan Bichara, que se licenciou do governo para disputar uma das duas vagas. Milton era candidato dos interesses petrolíferos do sogro bilionário. Teria derrotado Humberto.

            Saudoso gênio e intelectual Machado Bittencourt, Cineasta, Fotógrafo, Historiador e Jornalista, foi contratado por Fernando Cunha Lima para produzir todo material audiovisual da campanha. As fotos coloridas vieram da Editora Bloch (Revista Manchete). Todo tipo de equipamento foi fornecido por Fernando. Câmeras Fotográficas importadas, filmadoras de 08 e 16 milímetros… A campanha seria documentada para posteridade, mostrando o início de uma carreira política de longevidade. Estúdio foi montado num galpão construído ao lado da casa de Machado, no final da Rua João Suassuna. Após a campanha, iria para o Rio, realizar seu sonho de produzir bons filmes.

             Dia 1º de Setembro (1978) foi eleito indiretamente pela Assembleia Legislativa, Tarcísio Buriti para o Governo do Estado e Milton Cabral para o Senado Federal. Ainda em Setembro (15), o Colégio Eleitoral elegeu João Batista Figueiredo presidente, pela ARENA, com 355 votos. Euler Bentes Monteiro pelo MDB obteve 266 sufrágios. Restava só 15 de novembro, para o eleitor indicar Deputados Federais, Estaduais e um Senador. 26 de setembro a noite, Fernando Cunha Lima deixou seu escritório no Rio, e foi jantar com sócios e amigos. Não apareceu no dia seguinte. Dia 28 pela manhã encontraram seu corpo a 50 km da cidade. Destino ou acaso? A notícia paralisou a Paraíba, o Rio e teve repercussão em todo país. Havia dúvidas… Procuramos imediatamente Aluízio, mas não o encontramos. À tarde veio a confirmação. Abelardo Jurema reconheceu o corpo no IML. Presumimos que o projeto político do Clã – mesmo com Ivandro há dois meses no Senado – havia sucumbido com a vítima, que foi sepultada ao lado dos sonhos de muitos. Por outro lado, mesmo morto, levou outros a vitória. Na sequência, “Fênix” ressurge das cinzas, racha na família; sorte ou destino, determinando o curso da história do Clã.

HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (parte III)

            O ano de 1977 foi marcado por grandes inquietações políticas no cenário nacional. No dia 1º de Abril, o presidente Ernesto Geisel surpreendeu o país, fechando o Congresso Nacional. O AI-5 – arma de defesa dos Militares – sem uso desde 31/12/69, foi acionado para alterar a legislação. Fazer mudanças no Poder Judiciário – impedidas pelo Senador Paulo Brossard – e uma Emenda Constitucional que ampliava vagas na Câmara dos Deputados – beneficiando Estados do Norte/Nordeste – criando também mais uma vaga para o Senado (por Estado) através das eleições indiretas, juntamente com governadores ano seguinte (1978).  O episódio ficou conhecido como “pacote de abril” e os novos Senadores, “qualificados” pejorativamente pela mídia, como “Biônicos”.

            Em meio a todo o pandemônio, Aluísio Cunha Lima nos convidou para ir ao Aeroporto João Suassuna, receber Fernando, que vinha no seu próprio Jatinho, acompanhado do deputado federal Humberto Lucena e do ex-ministro Abelardo Jurema. Nos dirigimos para uma granja, de propriedade de Aluísio, localizada nos Cuités. Hoje não sabemos mais se ainda é granja, ou área urbana. A presença de Fernando era muito marcante. Possuidor de carisma tão impactante quanto Ronaldo, Porém, se expressava de forma absolutamente distinta. Dominava o ambiente, centralizava a discussão…Todos queriam apenas ouvi-lo. Explanou sobre geopolítica, macroeconomia; política internacional; a acelerada falência da Rússia e leste Europeu – fato ainda ignorado por todos – e o “milagre Japonês” … Na época, o Japão estava para o mundo, como hoje está a China. Era a segunda maior economia do Ocidente.

            Um otimista que transmitia segurança. Escutamos e ficamos boquiaberto com seus relatos, sempre citando opiniões e pontos de vistas de figuras respeitadas como Celso Furtado, de quem era amigo pessoal, Oscar Niemeyer; Adolpho Bloch – que o tinha como um filho – Condessa Pereira de Carneiro, dona do Jornal do Brasil; Aureliano Chaves – então governador de Minas Gerais, eleito vice-presidente de João Batista Figueiredo nas eleições indiretas de 1978… Ao cabo de três horas de conversa, quando todos já estavam saindo, Aluísio nos chamou e se dirigiu a Fernando: “este é o amigo que te falei…” Memória privilegiada, Fernando respondeu de imediato, o do Rio Grande do Norte? Sim, respondemos. Conhece Cortez Pereira? Não, apenas sabemos que foi governador e misteriosamente afastado.

            Ele ainda conseguiu implantar o projeto “Serra do Mel”, comentou Fernando. Apesar de ser Potiguar, morava em Campina Grande, e não sabia que projeto era este. Muito tempo depois, tomamos conhecimento. Fernando junto com Cortez, trouxeram para o Rio Grande do Norte um grupo de investidores Judeus, aproveitaram uma área inabitada, das mais críticas do semiárido – apesar de se localizar a 50 km do litoral – consideradas terras devolutas da União. Cortez desapropriou e começou a instalar um “kibutz” no estilo Israelita. Hoje Serra do Mel é um município, e o maior produtor de castanha de caju do RN, que é o maior produtor do país. Os Judeus transferiram apenas Know-how. Não investiram porque havia impedimentos burocráticos.

            Nosso primo Bandeira (o General), continuou Fernando, foi quem fez a transição suave, sigilosa e sem danos morais para Cortez. Não foi cassado, afastou-se. Indagamos se o problema tinha sido corrupção, pois Cortez era Udenista e tinha respaldo do líder dos Militares no Senado, Dinarte Mariz. “Briga de cachorro grande”, respondeu Fernando. Nossa última pergunta foi sobre o “pacote de Abril”: haverá retrocesso? A pergunta era pertinente, estávamos em maio de 1977. “Não. Quem foi cassado? Ninguém. Quanto tempo durou o recesso? Duas semanas. Geisel tem compromissos com Jimmy Carter e a comunidade financeira internacional. O Exército voltará aos Quartéis até 15 de março de 1979”. Os acontecimentos ocorreram exatamente da forma que ele discorreu. Isto não é “previsão”, nem “bola de cristal”. Estava tudo planejado. E fica mais que explícito, sua participação nos bastidores da “transição”.

            Noventa dias após o fim do recesso do Congresso (1977) no dia 20/07/1977 morre o Senador Rui Carneiro, líder do MDB no Estado e um dos mais expressivos políticos paraibano no Congresso Nacional. A perda de seu irmão Janduí, deputado federal de 1945 até 07/06/1975 – quatro meses após o início do seu oitavo mandato, o tinha deixado profundamente abalado. Foram dois irmãos no Congresso por três décadas. Janduí na Câmara e Rui no Senado. Rui e Janduí tinham sido reeleitos em 1974. O suplente Otacílio Queiroz, concluiu o mandato de Janduí. Outra perda irreparável do MDB, setembro ainda do fatídico 1975, foi do deputado federal Petrônio Figueiredo, filho do ex-senador Argemiro de Figueiredo. Concluiu seu mandato Arnaldo Lafayette, suplente com 1.700 votos. Quem era o Suplente de Rui que continuaria em seu lugar no Senado até abril de 1983? Ivandro Cunha Lima. Voltamos a indagar: destino ou acaso? Ivandro perdeu a eleição municipal de 1976. Se tivesse sido eleito, não teria ocupado por cinco anos, uma cadeira no Senado da República, conquistando inclusive, o ambicionado cargo de 1º Secretário da Mesa Diretora, cargo que administra a Casa. Fernando fortaleceu-se, e se tornou o herdeiro natural dos ideais de Rui Carneiro.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (Parte II)

            Ex-prefeito Evaldo Cruz estava encerrando sua gestão (1976). Eleito em 1972, sucedeu Luís Mota Filho – segundo interventor nomeado pelos Militares – para substituir Ronaldo da Cunha Lima (cassado) e seu vice Orlando Almeida, impedido de assumir. Na realidade o eleito (1972) tinha sido Juracy Palhano. O pleito foi “tomado” pelo Major Câmara, então Comandante da 5ªCia de Infantaria, hoje 31º Batalhão de Infantaria Motorizado, aquartelada aqui em Campina Grande.

            Após o traumático pleito de 1968, a inesperada derrota do Senador Argemiro de Figueiredo (1970), falecimento de Seu Cabral e as cassações de Ronaldo e Vital do Rego, a Rainha da Borborema vivia seu “Saara” político. Luizito Mota (1972) indicou Evaldo Cruz, então Diretor da CANDE – fábrica de tubos que concorria com a Tigre – empresa de Humberto Almeida, irmão de Orlando Almeida, o vice que não assumiu. Parecia ser candidatura única…Até o dia em que o então Vereador Everaldo Agra, começou a anunciar que seria candidato para enfrentar Evaldo.

            Dois empresários emergentes entraram na disputa. Antônio Gomes, como vice de Evaldo Cruz. Juraci Palhano, bastante conhecido na cidade como Professor, ex-radialista; ex-funcionário do Banco do Brasil; proprietário de Colégios; Agropecuarista e investidor imobiliário na cidade… Convidado por Everaldo Agra – conversa intermediada pelo Jornalista Aécio Diniz – inverteu os papéis: ele seria “cabeça de Chapa” e Everaldo vice. Foi uma das mais belas campanhas da cidade. Contagiante, a partir do jingle de Juracy. Em noventa dias, saíram do zero e chegaram ao topo.

            Em sua última visita ao Diário da Borborema (1975), Major Câmara foi se despedir. Havia sido transferido para Natal. Desconhecendo a história de Aécio Diniz e sua ligação com Juraci Palhano, fez um longo relato/desabafo sobre o combate ao comunismo que realizou na cidade. A narrativa culminou na confissão: “o tal do Juraci estava eleito prefeito… Uma comissão de “Senhores Responsáveis”, defensores da gloriosa Revolução, foi até o Quartel no final do primeiro dia de apuração dos votos, e nos informou quem estava por trás do tal candidato: Vital do Rego, os Cunha Lima… E citou uma lista de cassados”.  Finalizou: “Naquela noite mandei uma escolta trazer até o Quartel o presidente da Junta Apuradora, e fui direto: não quero saber de votos. O prefeito é Evaldo Cruz. Se o resultado for outro, prendo todos vocês comunistas”.

            No primeiro dia de apuração, Juraci estava dando 2×1 em Evaldo Cruz. No dia seguinte o quadro se inverteu. Teve urnas no bairro da Liberdade – maior reduto de Juraci e Cunha Lima – que não foi contabilizado um único sufrágio em seu favor. Terminada a apuração, Evaldo Cruz saiu em passeata. Os eleitores de Juraci também. A passeata de Juracy (derrotado) tinha o dobro de pessoas que a do eleito. William Tejo e Tarcísio Cartaxo, perplexos com o fato que testemunharam, sempre falavam que fora algo inédito – treta descarada – que jamais seria visto na história política da Paraíba.

            Voltando às eleições de 1976, Evaldo Cruz – amigo e respeitado pelo então governador Ivan Bichara Sobreira, entregou-o à tarefa de escolher o seu sucessor. Ligado ao Grupo da Várzea, o consenso foi indicar Enivaldo Ribeiro, deputado estadual de primeiro mandato, eleito em 1974. Carismático, popular, Enivaldo pôs imediatamente a campanha nas ruas, pois já tinha um adversário: Juracy Palhano, que vinha para o tira-teima. Mas, o MDB preferiu sair do anonimato e lançar seu próprio candidato. Não iriam mais apoiar Juraci (Arena 2) sublegenda. O nome escolhido – julgamos que forçado – foi o de Ivandro Cunha Lima, suplente de Senador de Rui Carneiro.

            Como conversávamos diariamente com Aluísio, não sentimos entusiasmo pela escolha de Ivandro. Sensato, Aluísio enfatizava que o tempo era outro, diferente de 1968. Enivaldo vinha com a máquina do governo. Andava rua acima, rua abaixo, puxado por um cordão de bêbados, povão pedinte; entrava em todas as casas… Ivandro era um Gentleman, cordial; cavalheiro; todos na cidade gostavam dele, não tinha inimigos, nem sequer quem o invejasse. Entretanto, não tinha o perfil de Enivaldo e do próprio Ronaldo, na facilidade de se envolver com o povão. Jamais iria fazer um discurso contundente contra o “Regime”. Era conciliador e estava correndo o risco de ter um grande prejuízo material: dividirem seu Cartório – até hoje – o único da Cidade de Registros. A lucidez de Aluísio era impressionante.

            Passamos a conversar nos finais de tarde, em sua Loja na Rua João Pessoa. Tinha deixado de frequentar o “Cafezinho”. Só voltaria após a campanha.  Temperamento forte e pavio curto, não levava desaforo para casa. Segundo Aluísio “Ivandro estava passando por uma provação. Deus vai escolher a sua melhor derrota. Perguntamos sobre Fernando. Tem a mesma opinião que a minha, respondeu. Mas, não pôde deixar de atender a Rui Carneiro. Realmente Fernando veio a Campina Grande só na última semana da eleição. Iria conversar com Juraci Palhano, para que o mesmo desistisse de sua candidatura e viesse apoiar Ivandro. A turma do boato espalhou que Fernando veio “comprar” Juraci. Episódio que feriu os brios de Juraci, que sequer aceitou o encontro. Foi até o final, dividindo votos da oposição. Enivaldo venceu. Ivandro foi sossegar. Mas, o projeto de Fernando permanecia mais vivo que nunca. Seria posto em prática apenas dois anos depois, a partir de 1978.

A HISTÓRIA DO CLÃ CUNHA LIMA (Parte I)

Destino ou acaso? A história do Clã Cunha Lima teve suas origens – ascensão – de forma bem distinta e com desfechos não previstos pelos principais líderes da família – irmãos mais velhos de Ronaldo – Aluísio; Fernando e Ivandro. Janeiro de 1974, aos 18 anos, fomos admitido no Diário da Borborema. Seis meses depois, assumimos um cargo de direção, indicação do Superintendente e mestre Aécio Diniz de Almeida.

 Começamos a frequentar o atual Calçadão – na época o Cafezinho São Braz – e participar do bate-papo bacurau. As conversas se estendiam até altas horas da noite. As rodas dos participantes, eram bem divididas. Tinha a turma dos Comunistas Moscovitas, dos Chineses; da política local; do futebol; dos negócios (grandes empresários) conseguimos “penetrar” nos debates de todas. Ora ouvindo, ora opinando… Conhecemos o então o saudoso amigo Aluísio Cunha Lima. Através dele, começamos a conhecer a história política e sócio/econômica da cidade. Passamos a conversar diariamente, nos encontrando até após o almoço, no Cafezinho. Para tabagistas, três ou quatro goles da preciosa “rubiácea”, pós refeição, é indispensável.

Quando indagávamos sobre a volta de Ronaldo, Aluísio sempre desconversava. Enfatizava que o poeta estava muito bem no Rio de Janeiro, e com certeza logo que os Militares deixassem o poder, conquistaria um mandato de deputado federal (pelo Rio). E quanto a Paraíba? Respondia: “o homem” será Fernando. Têm grandes negócios, forte influência e apoio dos meios empresariais do país. Será governador em 1982.

Aos poucos foi relatando o prestígio de Fernando Cunha Lima… Amigo pessoal de Juscelino Kubitschek, tinha sido Diretor do Banco DENASA de Investimentos – que era do ex-presidente – trabalhava com capital externo, atraindo investidores internacionais… Braço direito do Senador Rui Carneiro, representante no Brasil do Chase Manhattan Bank, aqui com o nome de Banco Lar Brasileiro. Fernando dispunha de todas as ferramentas necessárias para o projeto do Clã, além de “informações privilegiadas”.

Na curiosidade de saber mais – sempre que havia oportunidade – abordávamos sobre a cassação de Ronaldo. Ele tinha ligações com os comunistas? Era amigo dos banidos de 1964? O afastaram pelo simples fato de ter sido eleito pelo MDB? Baixava um pouco a cabeça, olhava-nos sobre os óculos, e respondia: um dia você vai saber. Eu vou te contar. E para que não insista mais sobre este assunto, saiba que o General Bandeira (linha dura temível da época) é primo legítimo nosso. Ele é sobrinho de minha mãe (Dona Nenzinha) e amigo de todos nós: é sangue.

Em Junho deste mesmo ano de 1974, começaram as eleições para renovar 1/3 do Senado Federal. Rui Carneiro mais uma vez foi candidato. Perguntamos a Aluísio se Fernando seria seu suplente. “Não… Vai ser Ivandro”. O projeto de Fernando começará em 1978, elegendo-se o deputado federal mais votado do Estado. Os Militares voltarão aos Quartéis no final deste governo (Geisel). Julgamos impossível, e questionamos: esta informação é de Fernando, ou do General Bandeira? De ambos respondeu. Em 15 de novembro (1974) Rui Carneiro foi eleito Senador, para tentar cumprir seu último mandato. Ivandro, que nunca tinha sonhado com política, era seu primeiro suplente. Um resultado que surpreendeu a Paraíba.

Saudoso amigo Jornalista Tarcísio Cartaxo, nos levou até a Coordenação da campanha de Rui em Campina Grande, para negociarmos as matérias pagas e inserções de anúncios publicitários do candidato. Foi nesta ocasião que conheci, na Rua Dr. João Moura – em sua residência – o amigo Tribuno Vital do Rêgo. Ele era quem estava comandando a logística da campanha na Rainha da Borborema, de Rui e Ivandro. Exatamente Vital, que seis anos antes, tinha sido derrotado por Ronaldo, e em 1965 foi adversário de Rui, na Campanha fraudada que levou João Agripino ao Governo (1965).

Duas décadas depois, no programa Debate Borborema, horário que dividíamos com o companheiro Dagoberto Pontes, fizemos um comentário (2004) que a história Vital x Ronaldo, só tinha uma explicação: “Carma”. Filosofia Mística da Índia, que aborda sobre o destino programado pelos Deuses aos homens. Algo como “escrito nas estrelas”. Na sequência, apontaremos fatos, relatos esquecidos e não registrados historicamente, sobre a trajetória do Clã, suas tragédias e perdas, 1978/1979.

TRAGÉDIA DE MARÍLIA MENDONÇA DEIXA RECADO DE SOBREVIVÊNCIA PARA MÍDIA TRADICIONAL

Passaram-se sete dias do fatídico desastre aéreo, que culminou na morte de cinco pessoas, dentre as quais a cantora Marília Mendonça. Pouco mais das 17hs do último dia 05 de novembro (2021), as redes sociais congestionam-se. Transbordaram as postagens de fotos dos destroços da aeronave, da cantora; família – mãe e ex-marido – vídeos de seus shows; músicas recentes…Até no Twitter (radical) vinte e quatro horas no ar, só com debate político – houve trégua.

A mídia tradicional, também conhecida como “profissional” – que abomina as redes sociais – registraram no primeiro momento o fato. Porém, quando perceberam (horas depois) que a perda de Marília Mendonça provocou uma comoção nacional, correram atrasados em busca de levantar matérias sobre a artista, e identificar o que ela representava para o Brasil, que eles ignoram e desconhecem. No meio artístico, quem não estiver no eixo Rio/Bahia, aparecendo diante das câmeras das quatro redes de TV, não tem talento nem público.

Observemos o último feito desta “Grande Mídia Nacional” que equivocadamente insiste em não olhar para frente. Encetaram com estardalhaços o “seriado” CPI da COVID-19, na esperança de recuperar espaço e audiência perdida. Por cinco meses, todos juntos e a todo minuto, tentaram destruir a imagem do presidente Bolsonaro. A novela chegou ao seu final com índice de audiência inexistente. Fim de carreira para os velhos atores que protagonizaram as cenas: Renan, Aziz, Randolfe Rodrigues…

No dia que Marília Mendonça deixou este plano terrestre, fomos conferir sua popularidade no Instagram. Tinha 38 milhões de seguidores. Hoje, uma semana depois, aumentou, e aparece com 41 milhões. O Brasil está em terceiro lugar no ranking mundial de usuários desta plataforma, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e Índia. Até 2020, eram 69 milhões de brasileiros, ligados diuturnamente no Instagram. Percebem o quanto era querida a Jovem cantora de 26 anos, simples; humilde e em plena ascensão, sem cobertura da “Grande Mídia”?  De cada dois perfis do Instagram, mais de um deles a segue.

Se juntar todas as “vacas sagradas” que levaram bilhões da Lei Rouanet na era petista, seus seguidores (hoje) não alcançam a metade do patamar desfrutado por Marília Mendonça. Gil, Caetano, Chico Buarque; Ivete Sangalo; Cláudia Leite…

Nas eleições presidenciais de 2018, a Globo, capitaneando todo o grande “sistema” de comunicação do país, só noticiaram que Bolsonaro seria candidato no dia de sua convenção. Não observaram que ele vinha usando a mais popular ferramenta da internet (Facebook), com milhões de seguidores e fazendo diariamente “lives comícios”.

Um seguidor nas redes sociais é um fã, amigo ou admirador. Ninguém segue quem detesta. Hoje, Bolsonaro tem mais de 40 milhões de seguidores. E fazendo um comparativo com seus prováveis adversários ou concorrentes veja o quadro atual: Bolsonaro no Twitter 7,128 milhões; Facebook 10 milhões; Instagram 19 milhões. Lula no Twitter 2,853 milhões; Facebook 4,148 milhões; Instagram 3,4 milhões. Sergio Moro no Twitter 3,336 milhões; não tem Facebook; Instagram 2,5 milhões.

Estes dados revelam tendências bem diferentes das viciadas pesquisas, patrocinadas pela “velha mídia”. Amostragem de simpatia, com possibilidades de se converterem em votos. Fica a pergunta: ainda há tempo da “velha mídia” ser aceita nas redes?

O PREÇO DO SILÊNCIO

A experiente Senadora Nilda Gondim – com seu prudente e disciplinado silêncio – que talvez confundam com submissão, tem representado ao longo do tempo, papéis secundários para quem a considera apenas como viúva do saudoso tribuno Vital do Rego, filha única do ex-governador Pedro Moreno Gondim, liderança que governou a Paraíba por duas vezes, e elegeu seu sucessor.

A vida é um eterno aprendizado, e suas lições alcançam até os “disléxicos” ou hiperativos, considerados pela Neurologia, pacientes de TDAH. O que não é o caso da Senadora, que teve habilidade por décadas, de ser a esposa, companheira; confidente e mãe de três filhos, do genial e excêntrico Vital do Rego. No anonimato e sem “glamour”, segurou a “barra”, desempenhando o delicado papel de “lã entre cristais”, evitando choques entre seu pai, seu esposo e demais familiares próximos e influentes.

Semana passada, após recentes “escaramuças” intempestivas e desagregadoras protagonizadas por Veneziano e Ana Cláudia, Nilda encontrou-se causalmente no Senado da República (Brasília), com o governador João Azevedo. Fez a festa…O abraçou, e exclamou: “meu governador!”. É impossível dimensionar o nível de tolerância de Nilda. Sobrou-lhes habilidade e sacrifício, para manter o equilíbrio da convivência extremada, entre seu esposo e filhos (Vital e Veneziano), cujos projetos políticos sempre estiveram em rota de colisão.

Saudoso amigo, Advogado Luís de Marillac Toscano – que conheceu Nilda desde criança no Palácio da Redenção – nos falou algumas vezes sobre seu poder de renúncia ao abdicar do espólio político deixado por seu pai, ainda em vida, quando foi cassado. Em sua visão, ela deveria ter sido deputada federal em 1970. Citava o exemplo de Aluízio Alves – governador do Rio Grande do Norte – amigo e contemporâneo de Pedro Gondim, com quem esteve ao seu lado até na cassação, vinda da inesperada lista de 1968, onde incluía o esposo de Nilda, Vital do Rego. Por que Nilda não foi deputada federal em 1970? Henrique Eduardo Alves (RN) filho de Aluízio, se elegeu com 21 anos. Cortaram a árvores, em seu lugar brotu uma semente.

Antes tarde que nunca. Quem curiosamente observa a distância a vida de Nilda Gondim, conclui que sua existência foi resumida a “deveres”, sem a menor chance de ter uma única vez “direitos”, de ser ouvida, mostrar o que pensa; suas ideias… Ou simplesmente, saber se seu sonho político, são valores latentes da genética paterna.

Esteve sempre sob a “copa das árvores”, sombreada até por suas próprias crias – que em tese – impediram seu crescimento. A esta altura da vida, talvez tenha chegado o momento de exigir “alforria”. Talvez tenha decidido ser Nilda Gondim, e não a filha de Pedro, viúva de Vital; mãe de Vital Filho e Veneziano. Se desejar continuar na vida pública, e julgar que João Azevedo – ainda aliado – é um líder no processo eleitoral de 2022, que atrele seu destino ao dele. Pelo que aprendeu ao longo de sua existência, com certeza – no mínimo – resta-lhes uma simples lição doméstica: “não se faz omeletes, sem quebrar ovos”.

Rosalba Ciralini é esposa de Carlos Augusto Rosado, que foi deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Rosalba não tinha tradição político/familiar: Rosado/Maia, Medeiros/Mariz nem Alves, Oligarquias do RN. Mas, foi tudo o que seu marido (Rosado) sonhou e não conseguiu. Até hoje, vivem felizes. Prefeita de Mossoró por cinco vezes, realizando sonho de Carlos Augusto. Elegeu-se Senadora da República e Governadora do Rio Grande do Norte. E se Nilda Gondim, filha de Pedro, tivesse desfrutado desta oportunidade a partir de 1970?

A CORRIDA PARA CHEGAR AO SENADO

Acordo Romero Rodrigues e João Azevedo está consumado. A reunião de Brasília foi pretexto para Romero e Eva ouvirem Gilberto Kassab. Resta agora, a disputa pela vaga do Senado. Nilda Gondim será candidata a reeleição? Seu filho Veneziano Vital do Rego, ainda claudica na busca de chegar ao Palácio da Redenção, através de uma ampla frente de oposições, onde estarão Ricardo Coutinho, Luís Couto e todos os investigados da “Operação Calvário”. Palanque que só desmontará, em troca de espaços na chapa majoritária, e com repercussão contundente: reduzir a cinzas a chapa “Ricardistas”.

            Aguinaldo Ribeiro foi madrugador e tem trabalhado com afinco seu voo para o Senado. Estaria numa posição bem mais confortável, se a postulação tivesse surgido do povo ou lideranças representativas. É possuidor de um sistema de comunicações (Rádios) totalmente inaproveitável para suas ambições políticas. Dispõe de uma assessoria (desconhecida) que ao invés de aproxima-lo do eleitorado, blinda-o. No seu estilo “sorrateiro” esqueceu até a “sintonia” da mesa de jantar.

            Quando Daniella Ribeiro fez algumas declarações severas, contra o governador João Azevedo no início deste ano (2021), alegando que o mesmo teria que “conversar” sobre política e eleições, deveria ter dado demonstração práticas de seu descontentamento. Era para ter se lançado pré-candidata, e iniciado andanças por todo o Estado, visitando cidades onde foi votada. Hoje teria poder de barganha para assegurar a vaga de seu irmão. Ou Quiçá, consolidado uma postulação de oposição.

            Como não existe espaço vazio, o Senador Veneziano Vital do Rego – figura política mais aquinhoada com cargos no governo do Estado – julgou que havia chegado seu momento. Mas, João disputando o Senado, e ele como candidato a inquilino da Granja Santana. Sua ousadia, espantou o núcleo governista. João Azevedo, como homem função (politico), representa o projeto de um grupo, onde ele é o “cabeça”. São mais de 18 deputados estaduais, pelo menos metade da bancada da Câmara dos Deputados, que estão no mesmo barco que João é o timoneiro. Um exército de veteranos profissionais – não aventureiros – que dependem do mandato, como único meio de sobrevivência.

            Comenta-se agora, que Veneziano Vital do Rego pode rever sua postura e unir-se ao “grupão”, ao lado de Romero, João Azevedo; Cícero Lucena… A condição seria Romero abrir mão da vaga de vice, para Ana Cláudia, e disputar o Senado Federal. Injunções “suprapartidárias” já estariam sendo feitas junto a Gilberto Kassab, sob o argumento que para o PSD seria melhor um Senador, que um vice-governador.

            Esta especulação desconexa, está sendo criada para fortalecer a posição de Veneziano como “coringa”. Esqueceram de um detalhe: parentesco. Caso João Azevedo seja reeleito, e renuncie para disputar o Senado (2026), Ana Cláudia assumindo, deixaria Veneziano inelegível para disputar o governo. Só poderia disputar a renovação de seu mandato. Ana é sua parente em primeiro grau. Nilda ainda poderá ser a surpresa…

            Pela mais absoluta falta de apoios em redutos expressivos como Campina Grande e João Pessoa, Efraim Filho não tem cacife para enfrentar Aguinaldo ou Nilda. Seria um candidato pesado e “puxado” pelo chapão de João Azevedo. A não ser que seja o “Trem pagador” da campanha. Neste caso, o acomodarão.

VÃO SACRIFICAR ROMERO OU PEDRO?

O Clã Cunha Lima, sabe perfeitamente que não tem quadros para encabeçar uma chapa de oposição, com chances de enfrentar o pré-candidato a reeleição, governador João Azevedo. Esta mesma realidade insofismável, é concebida (intramuros) pelo MDB, ao observar a falta de entusiasmo da classe política, que não enxerga estrutura no desejo “utopista” do Senador Veneziano Vital do Rego, e sua “solitária” empreitada de chegar ao Palácio da Redenção em 2022.

Ex-governador Cássio Cunha Lima, “machucado” por duas derrotas consecutivas (2014/2018), está sem discurso “motivacional” que o estimule a uma terceira tentativa “majoritária”. A inteligente “distensão” imposta por João Azevedo, esvaziou o “pastoril” Cunha Lima x Ricardo Coutinho x José Maranhão, este último, em seu repouso eterno.

A dinâmica da política pôs o PSDB em declínio. Uma agremiação que corre o risco de se tornar “nanica” em nível nacional, após o pleito de 2022. A aventura João Dória – referência tucana – será mais desastrosa que a de Geraldo Alckmin em 2018.  Alckmin até se afastar do governo – próximo ao pleito – era muito bem avaliado pelo seu Estado (SP), responsável por 1/3 do PIB do Brasil. Mas, a onda “Bolsonarista” radicalizou a eleição entre direita e esquerda. PT x Bolsonaro. O que mudou desde então? Nada.

O acordo João Azevedo/Romero Rodrigues, foi a costura mais que perfeita para sobrevivência política dos Cunha Lima, principalmente para aqueles que integram a ala “Cassista”. Com o fim das famigeradas coligações, só o governo e sua “máquina” têm condições de eleger metade dos parlamentares federais e estaduais.

João Azevedo – que perdeu para o desconhecido Lucélio (2018) em Camina Grande – não subestima o comportamento “sincericida” da cidade, que detesta o PT, abomina as esquerdas e despreza comunistas. A direita – quem a represente ou se identifique com ela – sempre venceu na Rainha da Borborema. Collor de Melo – Ronaldo era Prefeito do PMDB e não conseguiu votos para Ulisses Guimarães – Fernando Henrique Cardoso; José Serra; Geraldo Alckmin; Aécio Neves e Bolsonaro.

O pleito certamente será “estadualizado”, distante do radicalismo nacional, para ser consumado no primeiro turno. Bolsonaro pode até perder em todo o país. Mas, em Campina Grande, se repetira o fenômeno “antipetista” das eleições de 2006: a única cidade do interior nordestino que o tucano venceu.

A rebeldia desagregadora de Cássio Cunha Lima – se for aceita por Romero – terá um custo: sacrificará a carreira política de seu filho Pedro, a de Romero Rodrigues ou de ambos. Ele substituirá Pedro, como candidato a deputado federal? PSDB, em quaisquer circunstâncias, dificilmente elegerá três representantes para Câmara dos deputados. Cássio ou Pedro, Rui Carneiro e Romero? Pelo coeficiente eleitoral previsto – algo em torno de 200 mil votos – a legenda terá que obter cerca de 600 mil, número de sufrágios conquistados por Cássio em 2018 para o Senado, ficando em quarto lugar (601.333). Entre 2014/2018, Cássio – se não os perdeu – tomaram-lhes mais de 400 mil votos.

Perda de apoios importantes como o de Cícero Lucena, prefeito do maior colégio eleitoral do estado, tem um peso significativo. Esta peripécia contará com apoio de Cabedelo, Patos; Sousa e Cajazeiras?

Quanto a Campina Grande, Bruno Cunha Lima é muito jovem. Tem que escrever sua própria história, realizando uma gestão diferenciada e voltada para recuperar a autoestima do povo desta terra: o “Campinismo”. Sua eleição será plebiscitária – em 2024 – e não ano vindouro. Queimará cartuxos numa batalha perdida, ou os guardará para usá-los em sua defesa no “Campo da Honra” de 2024?

A FEIRA DE CAMPINA

Na história das civilizações, todas as grandes cidades surgiram as margens dos Rios, Lagos e Oceanos. Sem água não existe vida. Mesmo assim, os aglomerados urbanos se consolidavam pela existência de atividades econômicas, dentre as quais, a principal era a de entreposto comercial (feiras).

Em nossa última postagem, mostramos a baixa taxa de crescimento populacional e econômico de Campina Grande – nas últimas três décadas – que perdeu a posição de maior cidade do interior nordestino para Feira de Santana (BA) estamos no mesmo patamar de Caruaru/Toritama (PE); seguido de perto por Petrolina (PE) englobando Juazeiro (BA). No caso desta última, a diferença é a vantagem geográfica. Separada por uma ponte, ambas se localizam as margens do Rio São Francisco, conta com a navegação e tem uma das maiores áreas irrigadas/produtiva do país e em plena expansão.

Destas quatro cidades do interior nordestino, que esbanjaram progresso no século XX, a mais bela história – até inexplicável do ponto de vista geográfico – é Campina Grande. Todavia, todas cresceram a partir de suas Feiras Livres. Caruaru era um Distrito da cidade de Bezerros. Com a instalação de um terminal ferroviário, iniciou-se a grande feira de gado. Feira de Santana (BA), o nome já revela a sua origem. Sua localização num entroncamento rodoviário, promoveu seu crescimento ininterrupto – acima da média regional – durante os últimos trinta anos.

Campina Grande, sem Rios, Lagos e distante do Oceano, no topo de um Planalto, começou a crescer como entreposto comercial, a partir de sua Feira Livre. Segunda década do século XX, ocorreu sua grande explosão demográfica – entre 1912/1945 – quando o Trem chegou à cidade. A feira era enorme, vendia-se e comprava-se tudo. Seu espaço (onde está até hoje), estrangulou. Surgiram os atacadistas nas Ruas Maciel Pinheiro, Marquês do Herval; João Pessoa; João Suassuna; Cardoso Vieira… Áreas residenciais às pressas transformadas em zonas comerciais.

A Estação do Trem – hoje Museu do Algodão ao lado do Bompreço – ficava distante da Feira Livre. Havia uma farta disponibilização de mão-de-obra. Potiguares, Cearenses e Pernambucanos – trabalhadores e investidores – correram para Campina Grande. Em 1930, dezoito anos após a chegada do Trem, começaram a surgir bairros populosos e a necessidade de transporte para população. O Pernambucano de Limoeiro, Heráclito do Rego, associou-se com Salvino Figueiredo (pai de Argemiro Figueiredo) e implantaram linhas de Bonde na cidade, movidas por tração animal. Major Veneziano Vital do Rego, irmão de Heráclito, veio gerenciar as linhas de Bonde de Campina Grande. Conheceu uma das filhas de Salvino Figueiredo (a poetisa Vicentina) e casou-se com ela, tornando-se cunhado do futuro Interventor da Paraíba, e seu maior amigo.

Em todo o interior do RN, PE; CE, quem tinha o que comprar, vender ou trocar (escambo), só tinha um destino: Campina Grande. A Feira Livre trazia bovinos, caprinos; ovinos… Que oportunizou a fundação dos primeiros Curtumes Industriais: Os Mota, Vilarim; Alvino Pimentel… Em apenas duas décadas, a cidade se transformou no maior polo coureiro do Nordeste. As Algodoeiras se instalaram simultaneamente: João Rique, Fleury Soares; Cassiano Pereira; Pedro Ribeiro; Claudino Colaço… Chegaram a mais de duas dezenas, inclusive com uma multinacional: SAMBRA.

Entre 1935/1945 todas as grandes Companhias de Petróleo instalaram seus depósitos em Campina Grande. Shell, Esso; Atlantic… O Álcool era monopolizado por João Felinto. Com o início da Segunda Guerra Mundial, Campina Grande se tornou o único centro abastecedor de todo o interior nordestino, até para Capitais como Natal, João Pessoa e a distante Fortaleza. Entre 1912 e 1945, a cidade cresceu de oito mil habitantes, para 145 mil. Sua importância era inquestionável, a ponto de Getúlio Vagas, nomear o Campinense Argemiro de Figueiredo como Interventor do Estado. Sem água, Rios; Lagos e Oceano; a cidade tinha uma economia pujante, alicerçada na maior Feira Livre do Nordeste. Infelizmente, hoje, 109 anos depois, a Feira ainda é do mesmo tamanho físico de 1920, funciona no mesmo local, e mal abastece a cidade. Mataram a nossa “galinha dos ovos de ouro”.

Caruaru e Feira de Santana, não deixaram suas Feiras morrerem. Reinventaram-se, modificando o seu formato original. Continuaram crescendo com entreposto comercial. Como o futuro sempre esteve no passado, o que se espera do prefeito Bruno Cunha Lima é que imite a ação do “ovo de Colombo”. Construa uma nova área, que permita a retomada da realização de Feiras, para que consigamos voltar a ocupar o espaço que perdemos nos últimos 60 anos. Daremos sequência a história do progresso, estagnação e perdas da cidade que já foi a mais próspera do Norte/nordeste.

JOÃO AZEVEDO É VITIMA DE INCIDENTE MINI CAMPESTRE

Superestimando a importância política de sua esposa Ana Cláudia em Campina Grande – nivelando por baixo o governador – Senador Veneziano Vital do Rego fez mais uma tentativa de se afastar de João Azevedo (como vítima) e tocar seu projeto de candidato pelas oposições, nas eleições do ano vindouro (2022). Qual o motivo da sanha? Ana Cláudia não estar na mesa da entrevista coletiva, concedida pelo Governador (?).

Com este tipo de comportamento excêntrico, o Senador Veneziano Vital do Rego está
esquecendo que os papéis – sob sua visão politicamente estrábica – foram invertidos. Quem
deveria estar presente, era ele próprio, que preferiu embarcar para uma visita a cidade de
Imperatriz no Maranhão. Onde estão seus votos?

Vivemos numa democracia. Quem governa é a maioria. Ao eleger-se governador, João
Azevedo assumiu o comando dos destinos de todos os paraibanos. Não apenas – e tão
somente – daqueles que votaram nele. Mesmo sob este prisma, Veneziano Vital do Rego é
“minoritário” na Rainha da Borborema desde 2012. Não conseguiu eleger sua candidata
Tatiana Medeiros… Quatro anos depois (2016) obteve pouco mais de 50 mil votos – foi
esmagado por Romero Rodrigues que se reelegeu – e ano passado (2020), Ana Cláudia não
teve os sufrágios necessários para alcançar o segundo turno. João Azevedo teria que ser
“tutelado” por Ana Cláudia na Rainha da Borborema?

Senador Veneziano Vital do Rego, carece de sensibilidade para a vida, aquela que é
vivida pelos humanos comuns e mortais. Despertar e observar a filosofia simplista dos adágios
e sabedorias populares. Só assim perceberá que os “Cemitérios” estão todos ocupados por
“insubstituíveis”. A sua presença hoje (08.10.2021) em Campina Grande tinha o papel de
“abre alas”. Ou ele não viu o calendário de eventos que o governador veio cumprir em sua
cidade? Onde ele foi vereador, prefeito, deputado federal e Senador (mesmo ficando na
terceira colocação) acima apenas, do estranho e indigesto Luís Couto.

Romero Rodrigues – se tiver um mínimo de inteligência política – ligará ainda hoje para
João Azevedo, hipotecando solidariedade ao desconforto de ser “arrostado” por uma auxiliar
de sua equipe, nomeada por ele (Cargo de Confiança). A mesma, se comportou de modo
desrespeitoso, abandonando sua comitiva, ignorando sua autoridade como Chefe do Executo
Paraibano. A resposta a uma atitude desta, por parte de qualquer outro governador – exceto
o saudoso Ivan Bichara Sobreira – seria uma imediata “Edição Extra” do Diário Oficial,
exonerando todos os cargos indicados pelo Senador amotinado.

Algo semelhante ao episódio de hoje, ocorreu no Clube Campestre (1998), aniversário do
Senador Ronaldo Cunha Lima. Ferido em sua vaidade e a procura de um simples pretexto – o
poeta não suportou os dez minutos de foguetório patrocinado por Expedito Pereira então de
Bayeux – saudando a presença do governador José Maranhão, aproveitou o ensejo, não
entendido pela maioria dos presentes, para romper de modo grosseiro; destemperado e
agressivo. Foi a oportunidade que teve para justificar sua intenção de voltar ao Palácio da
Redenção.

Acotoveladas, empurrões, cadeiras jogadas… A festa acabou. Me confessou Mário
Silveira, que ao saírem do Campestre, Maranhão e sua equipe foram direto para casa de
Ivandro Cunha Lima. Lá, Maranhão pediu para o próprio Mário redigir uma carta renúncia,
abdicando de sua postulação a reeleição, que tinha como vice Ivandro. Saudosa Walnyza
Borborema – esposa de Ivandro – o interrompeu. Não aceitou a ideia. “Se Ronaldo queria
voltar ao governo, porque não comunicou a Maranhão ou ao próprio Ivandro, seu irmão?” A
atitude de Ronaldo, movida pela ansiedade, alicerçava-se na “bajulação” excessiva de seu
séquito. O poeta esperava um clamor de toda a Paraíba por sua volta. Mas, o “poder de
caneta” estava com Maranhão. Veneziano ainda sonha com “fatos novos” na “Operação
Calvário”, que provoque recuou de João Azevedo. Para o poeta, o castigo foram duas
derrotas, em duas convenções partidárias subsequentes, e ficar sem legenda para disputar o
pleito. Quanto a Veneziano…

OS SEMELHANTES SE ATRAEM

Diariamente a narrativa da crônica política – como numa transmissão radiofônica de uma partida de futebol – mostra que a equipe comandada por Romero Rodrigues, chegou a grande área e está prestes em marcar o “gol” do acordo político que fechará a chapa, com vistas ao projeto de reeleição do governador João Azevedo.

Nas leis da física – corpos celestes e força da gravidade – aprendemos na escola que os opostos se atraem. Nas relações humanas é o contrário: os semelhantes se completam. Observemos posturas idênticas do governador João Azevedo e Romero Rodrigues. Comungam a “distensão”. Superaram ódios e rancores que marcaram o período “pastoril” da política paraibana por mais de duas décadas. Percorreram os mesmos caminhos. Romero, sombreado por Cássio Cunha Lima, João Azevedo como “opção” de Ricardo Coutinho.

Antes de Romero, ex-governador Cássio Cunha Lima fez duas tentativas com o saudoso Rômulo Gouveia. Duas derrotas seguidas para os Regos em sua principal base, Campina Grande. João Azevedo teve seu nome para ser o candidato de Ricardo Coutinho a PMJP e foi preterido. Entrou numa lista e após suplantar seus concorrentes – Buba Germano era o preferido – conseguiu ser o candidato para enfrentar os irmãos Cartaxo e José Maranhão (2018).

Romero Rodrigues deve parte de suas conquistas ao saudoso Rômulo Gouveia e principalmente Gilberto Kassab. Na sua primeira eleição (Prefeitura de Campina Grande 2012), foi o último candidato a por sua campanha nas ruas. Não tinha dinheiro para o material, fotos, adesivos… Rômulo Gouveia o levou a Gilberto Kassab, que lhes deu um milhão de reais. Ao chegar ao segundo turno, Kassab veio a Campina Grande trazer mais dois milhões.

Gilberto Kassab hoje precisa mais do que nunca, de companheiros como Romero Rodrigues (PSD) para que sua legenda não sofra grandes estragos ano vindouro. É contra o radialismo Bolsonaro x Lula e defende uma “terceira via”. Sugere o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, como candidato.

Recentes declarações do governador João Azevedo, afirmando que não dividirá o palanque com Ricardo Coutinho, deixa claro que Romero Rodrigues reúne todas as qualidades para compor sua chapa, como Vice ou candidato ao Senado. O ex-prefeito de Campina Grande mostrou que sua densidade eleitoral na Rainha da Borborema está absolutamente consolidada. Foram quatro derrotas impostas aos Regos entre 2012 e 2020.

Romero derrotou Tatiana (2012). Em seguida (2016), foi reeleito e deu uma verdadeira “surra de votos” em Veneziano. Praticamente três por um. Para o Senado, veneziano obteve pouco mais que metade dos votos de Cássio Cunha Lima, candidato de Romero. E ano passado (2020), Bruno Cunha Lima apoiado por Romero, bateu Ana Cláudia (esposa de Veneziano Vital do Rego) no primeiro turno do pleito.

João Azevedo é filiado ao CIDADANIA. Se sua equipe política aprimorar na “costura”, poderá receber apoio das Prefeituras de Campina Grande e João Pessoa. Cícero Lucena poderá indicar Aguinaldo Ribeiro para o Senado e seu filho ocupará esta vaga na Câmara. Romero, terá a paciência de esperar quatro anos para ser o sucessor de João Azevedo. Reconduzirá com facilidade Pedro Cunha Lima e Rui Carneiro. Isto, se Cássio Cunha Lima não decidir disputar a vaga de Edna. Lígia Feliciano já foi reeleita como Vice.  Seguindo este roteiro – sempre conversando e com cautela – não precisa combinar com o povo. O povo é que correrá atrás.

BRUNO CUNHA LIMA: UMA GESTÃO POLITICA OU TECNOCRATA?

A “Tecnocracia” foi um termo forjado (maldosamente) pela grande mídia, defensora da velha politica de então – sempre apostando contra o país – período dos governos Militares. O termo ironizava os Generais, que resolveram buscar nas nossas Universidades Públicas, seus melhores e mais talentosos alunos, e por mérito, convidaram-nos para ocuparem todos os escalões do governo. Este processo exitoso, que fez o Brasil elevar seu PIB em até 15% em um ano, perdurou por doze anos, encerrando-se no final do mandato do presidente Ernesto Geisel.

Graças a “Tecnocracia”, Campina Grande na época sentiu-se orgulhosa – hoje simplesmente esqueceu – o seu gênio Linaldo Cavalcanti de Albuquerque, Diretor da Escola Politécnica, que estava transformando-a na FURNE, modelo para todo o Nordeste. A ideia logo chegou ao Palácio do Planalto. Imediatamente o convidaram para assumir a Reitoria da UFPB. Seu Chefe de Gabinete era o ex-governador Tarcísio Buriti.

Um ano depois, foi “catapultado” por méritos, para ocupar o ambicionado cargo do MEC – disputado pelos meios acadêmicos que se concentravam no eixo Rio/São Paulo –  Departamento de Assuntos Acadêmicos e Universitários. Linaldo convenceu o Presidente Médici, a descumprir o acordo firmado entre o Brasil e Estados Unidos, denominado MEC/USAID (1968) que  extinguia e proibia a Universidade Pública e Gratuita.

Nosso Paraibano esquecido, fez um belo projeto, e contando com a colaboração da maioria de seus amigos da Paraíba: Luís Almeida, Atila Almeida; José Silvino Sobrinho; Edvaldo do Ó; Stenio e seu filho Marcelo Figueiredo Lopes; Lopes de Andrade… Sua ideia foi aprovada por Médici, com brigas colossais nos quartéis. Ao invés de privatizar totalmente as Universidades, Linaldo propôs e conseguiu a “Expansão Universitária”: uma Universidade Pública em cada Estado da Federação. Criou o intercâmbio (hoje fracassado projeto denominado Ciências Sem Fronteiras) e foi escolhido – último posto no governo federal – para tarefa de criar o CNPQ (governo Geisel).

As gestões de Ernani Sátiro; Enivaldo Ribeiro e o primeiro mandato do ex-governador Tarcísio Buriti, marcaram época. Ambos, adotaram o modelo “Tecnocrata”. No seu segundo mandato, Buriti optou pela “gestão politica”. Conseguiu apagar tudo de bom que fez na Paraíba em seu primeiro mandato.

Ao convidar Eva Gouveia e Pimentel Filho para dirigirem a URBEMA, Bruno está enveredando pela gestão “politica”. Ambos entendem tanto de URBEMA, quanto o próprio Prefeito de Física Quântica. O politico para obter êxito em sua carreira – sempre ascendente –  tem que enxergar uma década a sua frente. Nem Eva, Pimentel ou o Prefeito conhecem as razões da existência da URBEMA. Foi criada pelo então Prefeito de Campina Grande Enivaldo Ribeiro, por sugestão de José Silvino Sobrinho e Renato Azevedo.

A ideia original era que a URBEMA seria uma “Usina” de projetos para consolidar a Região Metropolitana da Rainha da Borborema. Tinha autonomia tanto para projetar obras, como executa-las ou terceiriza-las. A necessidade se impôs, após as conquistas (hoje bilionárias) dos projetos CURA I,II e III. A cidade não tinha empreiteiras para realizar um gigantesco volume de obras. A URBEMA, poderia participar da execução. Por outro lado, a  URBEMA seria uma extensão de apoio a CONDECA. Quem da atual classe politica Campinense – clientelista e mercenária – sabe pelo menos selecionar uma equipe para elaborar projetos? Entretanto todos têm um “projeto politico” para si, usando a “maquina”.

Bruno é muito jovem, com certeza não conhece a historia da cidade cujo comando do seus destino hoje está em suas mãos. Escolha a “Meritocracia” como senha de acesso a sua gestão. Despreze a “politicagem”  seus “politiqueiros”. Pense figurar no futuro como um gestor diferenciado, que reordenou as vocações de Campina Grande, evitando que ela se perca num cenário voltado para o século XXI.

BASTIDORES

Tem sido difícil para classe política da Paraíba, aceitar o fato que a eleição de João Azevedo encerrou abruptamente um capitulo em sua história, e com ele, desapareceu muitos personagens que compuseram os diversos roteiro das tramas e intrigas – desde o episódio do Clube Campestre – racha do MDB de Humberto/Ronaldo, com José Maranhão.

A longa “trilogia” trouxe reeleição de José Maranhão, eleição e reeleição de Cássio Cunha Lima; Ricardo Coutinho igualmente eleito e reeleito, transformando-se no personagem principal de sua época, pelo fato de ter elegido seu sucessor, sem contestações. Desde 1960, em eleições diretas, fenômeno triunfal só alcançado por Ronaldo Cunha Lima – elegeu Antônio Mariz – e Ricardo Coutinho, João Azevedo.

A eleição de João Agripino Maia (1965) candidato apoiado pelo governador Pedro Gondim, foi fraudada na cidade de Cajazeiras. O número de eleitores foi superior à sua população. Eram Cearenses. Após a recontagem dos votos, e certificação do domicilio dos eleitores, no final de seu mandato – quatro anos depois – o TRE o cassou. João apelou, e duas décadas depois, saiu a decisão final do TSE: o governador eleito foi Rui Carneiro, e não João Agripino Maia. Ambos já tinham falecido. A única reparação feita, foi a pensão vitalícia de ex-governador, que concederam aos herdeiros de Rui Carneiro, e ficaram de postar sua foto na Galeria de ex-governadores, no Palácio da Redenção. Não sabemos se cumpriram. Num tempo que existia “vergonha”, voto impresso e recontagem roubavam eleições, E hoje? Urnas eletrônicas sem recontagem? É brincadeira…

Imaginem a “bronca” para mais de 30 mil funcionários nomeados por João Agripino, um governador que não foi eleito? O medo de perderem seus cargos… E os barnabés que foram exonerados? Muitos tiveram suas vidas destruídas por “embusteiro”. Hoje, talvez poucos estejam vivos. Mas, a mácula da fraude comprometeu a imagem de João Agripino. Não na Paraíba, pois o fato era considerado “boato” e nunca foi divulgado com amplitude… Sequer registrado na mídia! Mesmo assim, João Agripino quando quis voltar a governar a Paraíba – sucedendo Ernani Sátiyo ainda no período dos Militares – indicado por Golbery, não conseguiu. O austero SNI o barrou.

Estender-me no texto, é uma forma de contar um pouco de nossa História, que muitos desconhecem, e consideram “Estória”. Voltando aos “bastidores”, onde ganha fôlego o projeto do Clã Rego em chegar ao governo do Estado – antes sonho do Ministro Vital Filho – hoje “empreitada” já abraçada por seu irmão Senador Veneziano Vital do Rego, a “partida” se constitui em dois lances, no tabuleiro do xadrez político. O primeiro é um “xeque” no governador João Azevedo. Estão propondo sua desistência da reeleição, e apoiar veneziano. Em troca, a vaga de Senador. Oferta bastante tentadora. Porém, João não é mais dono de seu destino político. Ao seu lado, tem vários grupos de correligionários, que não esperam serem abandonados pelo Comandante, em plena batalha.

Se João concordasse com a ideia, receberia o “empenho” e “estrutura” de Ney Suassuna, suplente de Veneziano. O PSB voltaria a elogiá-lo. O PT de Lula, teria um nome na Paraíba, que ainda não está no “SERASA” das condenações por corrupção. Ricardo Coutinho sabe que uma “ação” de Lula no STF, mudará o destino da “Calvário”, que se tornaria semelhante a “Lava-jato”. Ricardo ainda Indicaria o Vice, e asseguraria sua vaga na Câmara dos Deputados.

O segundo “xeque”, é desafiar o governador, trazer Lula para o palanque de Veneziano, se compor com Ricardo Coutinho – mesmo depois de ter lhes dado as costas e ficado na base do governo João Azevedo – com mais de duas centenas de cargos; “azeitar” sua assessoria jurídica, para arrancar uma decisão que envolva João Azevedo na “Calvário” e o deixe inelegível.  Com relação a Justiça, é questionável uma sentença estapafúrdia, antes de junho de 2022, período das convenções e registros de candidaturas.

Se o plano for um fiasco, Veneziano não perde nada. Continuará Senador, se posicionará como a segunda força política do Estado, pavimentando sua volta, ou nova tentativa de se abrigar no Palácio da Redenção. Seus peões tem avançado, ocupado espaço e cercado os “cavalos” e “bispos” que defendiam Romero Rodrigues como candidato da oposição. Tudo muito bem pensado. Falta só um detalhe: “estão combinando com o povo”?

UM CANDIDATO SEM DISCURSO

Blogs seguidores do Senador Veneziano Vital do Rego, começaram a divulgar sua candidatura ao Governo do Estado (eleições 2022) como um projeto do ex-presidente Lula, enxergado hoje como “estrela cadente” na grande constelação da politica nacional. Suas últimas aparições em público, e as manifestações do dia 12.09.2021 – não só do PT – mas reunindo todas as esquerdas, mostraram que o partido perdeu força e apoio popular.

A precipitação do Senador, revela seu lado desagregador, quando opta por seus projetos pessoais ou devaneios – mesmo que Quixotescos – que venham nutrir seu desejo de ser inquilino do Palácio da Redenção, como fora seu avô materno Pedro Gondim.

Esta sua ansiedade momentânea, pode ser enxergada como uma característica genética ou hereditária. Seu pai, o saudoso tribuno Vital do Rego, era detentor – por competência – de uma das carreiras politicas mais promissoras da Paraíba no final dos anos sessenta (século passado). Entretanto, movido pela inquietação, cometeu dois erros cruciais, com consequências desastrosas para seu futuro, oportunizando o surgimento do Clã Cunha Lima, que comandou ininterruptamente Campina Grande por vinte e dois anos.

O Jovem Vital do Rego – para os mais íntimos Tonito – sobrinho do Senador Argemiro de Figueiredo, filho do Major Veneziano; era deputado federal desde 1963. Casado com a filha única do governador Pedro Gondim, de quem foi líder do governo e residiu no Palácio da Redenção. Participou ativamente da campanha para o sucessor do seu sogro (1965), João Agripino Maia, com o compromisso de ser o candidato a prefeito em 1968.

O Tribuno Vital havia se superado. Conseguiu amainar as mágoas que guardavam os Figueiredos do grande líder Seu Cabral, que compôs a chapa de João Agripino como Vice. Seu pai, o Major Veneziano era presidente da SANESA (hoje CAGEPA). E, tudo ocorria as mil maravilhas até o fatídico 1968. Próximo as eleições, Seu Cabral resolveu ser candidato, e se despedir da vida pública, como prefeito pela última vez de Campina Grande.

Antes houve conversas de bastidores. Os tempos eram outros… Pedro Gondim fazia oposição ostensiva ao Governo Militar. João Agripino era muito respeitado pelos Quartéis. Argemiro não era simpático aos sucessores de Castelo Branco. Vital do Rego era muito jovem (trinta anos), o vice ideal para Seu Cabral. Teria sido o único herdeiro do grande espólio politico de Seu Cabral/Argemiro de Figueiredo. Mas, a ansiedade…

Conselhos e apelos não faltaram. Vital permaneceu irredutível. Não aceitava ser o Vice. Tentaram ainda convencê-lo  sair candidato na sub-legenda da ARENA, partido de Seu Cabral, que já era imbatível. O MDB claudicava com a candidatura de Ronaldo Cunha Lima e Orlando Almeida. Era uma “barbada”. Confiante na teoria do “fato novo”, Vital rompe com a ARENA e se filia ao MDB como sub-legenda de Ronaldo Cunha Lima. Resultado do pleito: Ronaldo 12.800 votos, Vital pouco mais de 12 mil votos; Seu Cabral 23. 200 votos. O prefeito eleito para surpresa da cidade, foi Ronaldo que suplantou Vital com 800 votos.

O que levou Vital a derrota? A falta do discurso. No entender do povão, ele cuspia no prato que comeu. Exibia uma carta compromisso, assinada por João Agripino. Mas, a radicalização da época, levou-o a ser considerado “traidor”. Por mais que ele insistisse que era  “o barra limpa”, slogan de sua campanha, o povo não entendeu o por quê dele ter rompido com Seu Cabral. Poderia ter chegado ao Governo do Estado, pois Agripino não tinha nomes para sucedê-lo. Foi forçado a entregar a seu inimigo Ernani Sátiro.

O segundo erro do tribuno, fica para outro artigo. Mas, quem saiu ganhando mais uma vez, foram os Cunha Lima. Veneziano ao se lançar contra João Azevedo, se torna no oxigênio imprescindível para que os Cunha Lima voltem a respirar politicamente. Parece que a história “Karmica” vai se repetir.

Jogo Perigoso:

O PACTO DE CAMPINA

            Crônica política paraibana foi surpreendida nesta semana, com um “furo” vazado propositalmente, sobre as conversas de bastidores envolvendo o ex-governador Cássio Cunha Lima (PSDB), e o senador Veneziano Vital do Rego (MDB). Ao ser indagado sobre a veracidade dos “colóquios”, Veneziano tergiversou… Falou sobre maturidade política, e enfatizou que os “temas” discutidos são conjunturais e “Republicanos”. Cássio, segundo o ex-cabeludo, trabalha na área de consultoria (?) no Senado Federal. Que tipo de Consultoria?

            O equívoco da mídia é acreditar que Veneziano espontaneamente, “conversaria” com seu principal rival político, a quem sempre desprezou e fez ferrenha oposição desde que entrou na vida pública, assumindo a postura de líder do anti-Cunha Limismo. O “bônus” foi um mandato de Vereador, quase foi eleito (42mil votos) deputado federal; sua eleição e reeleição para prefeito de Campina Grande, quebrando uma série de vitórias do Clã, na época liderado por Ronaldo, que permaneceu 22 anos no poder.

            Ex-governador Cássio Cunha Lima, diferente de Veneziano, sempre esteve aberto a qualquer tipo de “acomodação”, desde que permaneça em sua zona de conforto e assegure seu espaço no poder. No período pré-convencional das eleições do ano 2000, procurou ao lado de Arthur Cunha Lima, seu maior adversário- ex-prefeito Enivaldo Ribeiro – e lhes propôs ser o seu vice, com garantias que assumiria a titularidade em 2022, quando disputaria o governo do Estado.

Enivaldo respondeu que não tinha como dizer a Campina que decidira se agrupar com os Cunha Lima. Cássio ainda deu-lhes uma semana para pensar e avisou: “se não vier, vou tritura-lo”. De fato aconteceu. Fechou com a então radical Cozete Barbosa (PT) – algo impossível ou inimaginável – e saiu das urnas com 82% dos votos válidos.

Para chegar ao Palácio da Redenção, trouxe Wilson Braga, Efraim Morais. Para alcançar o Senado, juntou-se com Ricardo Coutinho e toda a turma “girassol” que o detestava. Depois de duas derrotas consecutivas (2014/2018), o tucano sabe que sua última chance de voltar a vida pública (Senado Federal) é através dos Regos, e tendo Veneziano como candidato ao governo do Estado. Romero e Bruno, entrarão em xeque-mate: não tem como traírem o primo. Os Ribeiros que se cuidem…

O leitor com certeza indagará: quem é capaz de montar toda esta trama, tão bem maquinada? Vital Filho, Cassio Cunha Lima e Ney Suassuna. O único obstáculo seria o ex-senador José Maranhão, que não resistiu o COVID. Veneziano, sem nenhum demérito, politicamente age como “autista”, num mundo que só ele conhece. Seu irmão Vital Filho, ardiloso e perspicaz sempre decidiu por ele. O Fato de estar no TCU, o impede de formar na linha de frente. Mas, corre solto e sem marcação, nos bastidores. Sabe separar o “homem ser, do homem função” parafraseando seu pai, o saudoso Tribuno.

Ney Suassuna, todos sabem que em 2018 só veio garantir a vitória de Veneziano, depois de acordar sua volta ao Senado Federal por mais quatro anos.

Em uma de nossas postagens recentes, não previmos este episódio. Destacamos que o governador João Azevedo “navegava em mar de Almirante”. Entretanto era impossível em grandes travessias, a inexistência de tempestades.

O QUE CAMPINA GRANDE ESPERA DE BRUNO CUNHA LIMA?

            Passaram-se seis meses da posse do prefeito Bruno Cunha Lima, a cidade ainda desconhece na prática suas ideais ou projetos, voltada para o propósito inspirador dos habitantes da Rainha da Borborema: Campina Grande sempre.

            Até o presente, Bruno vem desempenhando o melancólico papel de “síndico de condomínio”, executando serviços de manutenção e conclusão do gigantesco complexo de obras de infraestrutura, deixadas por seu antecessor Romero Rodrigues – um dos três maiores gestores da história da cidade – ao lado e Vergniaud (pronuncia-se Verniô) Wanderlei e Enivaldo Ribeiro.

            Campina Grande hoje é uma das raras cidades do país, que não tem déficit habitacional, mesmo se aproximando de meio milhão de habitantes. Para sua dimensão, pode e deve exibir com vaidade, seu sofisticado sistema de “mobilidade urbana”, que permite o cidadão de onde esteja – bairros norte/sul/leste/oeste – chegar ao centro ou outro destino qualquer, sem engarrafamentos, no tempo mínimo de 15 minutos.

            Este modelo extraordinário, teve origem no Plano Diretor concebido na gestão Enivaldo Ribeiro, obra de autoria do saudoso – infelizmente esquecido na memória dos Campinenses – Arquiteto Pernambucano Renato Azevedo, que como muitos, se apaixonou pela cidade.

            Ao jovem Bruno Cunha Lima, indiscutível vitorioso na guerra pelo voto em 2020, resta a observação: “o exército de combate nunca deve ser o mesmo de ocupação”. Enivaldo Ribeiro nomeou um Secretariado eminentemente técnico. José Silvino Sobrinho (era Diretor do CCT com pós graduação em transportes público no Japão), Renato Azevedo, um dos mais promissores Arquiteto Urbanístico do país (na sua geração). Zélice Pereira de Morais… A CONDECA, presidida por Marcos Ribeiro (seu primo), cedido pela Telpa, escola do competente engenheiro Alemão Jost Van Damme…

            A Tecnocracia estava vivendo o seu auge e Campina tinha as melhores “cabeças” de toda região, como por exemplo, Linaldo Cavalcanti de Albuquerque. Ao lado do obstinado Edvaldo do Ó, haviam fundado a FURNE (hoje UEPB). Linaldo foi escolhido no governo Médici, por meritocracia, para dirigir o DAU – Departamento de Assuntos Universitários do MEC, que com competência e sensibilidade impôs a expansão das Universidades. Posteriormente, Reitor da UFPB. Em seu mandato (UEPB), na hora de escolherem o governador para suceder Ivan Bichara Sobreira (eleição indireta) o Palácio do Planalto indicou seu ex-chefe de gabinete (Buriti), e não ele, o merecido esquecido.

            Nos primeiros seis meses de governo do então prefeito Enivaldo Ribeiro, todas as rotas de transportes Coletivos da cidade, estavam sendo asfaltadas. Uma surpresa inacreditável para população, que só via asfalto na Praça da Bandeira. O “gargalo” da antiga “Volta de Zé Leal” – entrada de Campina Grande por Bodocongó – tinha sido extinto. A Av. Floriano Peixoto, estava atravessando o Açude Novo, cortando a Rua da Independência e rumando em busca do Hoje Hospital de Traumas. Foi projetada por Renato e Silvino para ser a maior Avenida da Paraíba.

            Estas foram obras do primeiro ano de Enivaldo Ribeiro. Acompanhamos de perto o ritmo alucinante das equipes, como Assessor de Imprensa da CONDECA, estatal municipal que graças a Renato e Silvino, trouxeram a Campina Grande Robert McNamara, ex-secretário de Defesa dos presidentes Kennedy e Lyndon Johnson, então presidente do BIRD, para nos doar 22 milhões de dólares. Investimento destinado a financiamento de projetos arquitetônicos e de infraestrutura da Rainha da Borborema. Destaque: estes recursos só poderiam ser aplicados em Capitais. Todas concorreram. Recebia quem apresentasse o melhor projeto. Campina só entrou, por conta da CONDECA, que era uma empresa voltada para captar recursos com vistas a projetos de infraestrutura para se fortalecer como cidade polo regional. Foi a vencedora.

            O Prefeito Bruno Cunha Lima, talvez não tenha percebido que a “meritocracia” é o novo formato que sucede a “Tecnocracia” de outrora. Se entregar sua gestão aos políticos, estes só trabalharão seus projetos pessoais de poder. Os “veteranos” (Vereadores ex-deputados e ou suplentes) buscarão a renovação de mandatos. Os “noviços”, sonham apenas em se projetarem individualmente, para num futuro próximo, ocuparem o espaço dos ora “tarimbados”. Que destino dará Bruno Cunha Lima ao futuro de Campina Grande?

A HORA MAIS ESCURA

            Restando cinco meses para o alvorecer eleitoral de 2022, os caciques políticos da Paraíba vivem sua hora mais escura. As mudanças foram profundas, com perdas e danos irreparáveis, tanto pela pandemia, quanto pela “Operação Calvário”.

            A pandemia provocou baixas inestimáveis, com a perda de diversas lideranças, em vários e importantes redutos do Estado. Um dos principais Marechal de Campo – Senador José Maranhão – que comandava um grande exército (MDB), foi abatido pelo vírus. Seu sucessor foi uma surpresa para “tropa”: Senador Veneziano Vital do Rego. Aquele que o havia abandonado nas eleições de 2018, votando em quem traíra Maranhão e o derrotara por duas vezes, ex-governador Ricardo Coutinho. Vivo, José Maranhão jamais passaria o comando da legenda para o ex-cabeludo.

            Cícero Lucena, Prefeito de João Pessoa, não esconde sua escolha e preferência pelo projeto de reeleição do governador João Azevedo. No pleito do ano passado –disputa pela prefeitura – carecendo da inestimável ajuda do governo, não hesitou em abandonar o ninho tucano, e se livrar do herdeiro de Ronaldo Cunha Lima, a quem devia o mandato de vice-governador, Secretaria com status de Ministério (Integração Regional) e dez meses como governador (1994) a frente dos destinos da Paraíba. Cássio derrotado em 2018 de forma humilhante, e sem mandato… Cícero apesar de sertanejo, raciocinou como “brejeiro”: em tempos de pouca farinha, primeiro o meu pirão.

             Romero Rodrigues e os irmãos Cartaxo (Luciano e Lucélio) tiveram sua oportunidade em 2018. O primeiro ainda elegeu um Deputado Estadual, seu irmão, com pouquíssimos votos. Cássio perdeu para Daniella, Pedro teve uma desidratação inimaginável em seus sufrágios e o atual Prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima, perdeu para a esposa do saudoso deputado estadual João Henrique, outro que tombou ao enfrentar o vírus. Luciano e Lucélio não elegeram o vice Manoel Júnior.

            João Azevedo continua navegando em “mar de Almirante”. Mas, é bom alerta-lo que não existem grandes travessias, sem tempestades. Ricardo Coutinho será candidato. A queda de braço PT x Bolsonaro, pode não influenciar no pleito estadual. Entretanto, não é prudente esquecer que Ricardo – mesmo com a desventura de 2020 – não tem nada a perder. Quanto a questão da “elegibilidade”, o STF não o negará. Na Corte Alta de Justiça do país, ainda tem sete Ministros indicados por Lula, patrono da causa de Ricardo Coutinho.

            Alguns cronistas do quotidiano político, ainda apostam na candidatura de Cássio Cunha Lima, como “legítima” oposição. Mas, ele conta com quem mais, para formar este bloco? Paradoxalmente, é tudo que o governador deseja: dividir seus oponentes e evitar o “voto útil” no primeiro turno.

Governo João Azevedo:
OS EFEITOS DA POLITICA DE DISTENSÃO

Saudoso Petrônio Portela, Ministro da Justiça do ex-presidente Ernesto Geisel, após episódio Abril de 1977- quando o governo usou o AI-5 e fechou o Congresso Nacional – eliminando as esperanças dos políticos cassados de retornarem a vida pública, apareceu como um grande moderador, criando o que ele batizou de “distensão”. Entretanto, todos os sinais apontavam para um recrudescimento pior que 1968, haja visto restar apenas um ano, para escolha do sucessor de Geisel.

Eleições diretas para governadores, prefeitos das capitais e cidades consideradas áreas de segurança nacional? Nem pensar! Pleito direto para presidência da república? Impossível. O radicalismo insano do MDB – manipulado nos bastidores integrados pelas esquerdas radicais e setores da economia insatisfeitos com o crescente processo de privatizações – levou as grandes lideranças pró democracia a medir forças com governo.

A distensão foi uma grande obra cívica construída tijolo, por tijolo. Petrônio Portela – patrono esquecido da causa – convocou a classe política para discutir “Brasil”, despido de qualquer ideologia radical importada. Ouvir os anseios da sociedade civil organizada, alheia as demandas da “guerra fria”, em seu auge: Jimmy Carter x Leonid Brejnev. A distensão, relaxou a tensão, culminando com o fim do AI-5, e a Lei da Anistia Ampla Geral e Irrestrita (agosto de 1979) presidente João Batista Figueiredo.

Governador João Azevedo, conhecedor ou não da história, instintivamente está buscando os mesmos caminhos percorridos por Petrônio Portela, usando a “distensão política”, para defenestrar o “radicalismo” plantado desde o “episódio do Clube Campestre” (1998). Neste ínterim, só quem perdeu foi a Paraíba: mais de duas décadas sem Emendas de Bancadas e Coletivas. Centenas de milhões de reais perdidos, tão necessário para investimentos em infraestrutura. Dividida em dois “lados”, ora Ronaldo/Cássio x Maranhão; Maranhão x Ricardo Coutinho (preposto de Cássio); Ricardo contra todos, que só provou, que o saudoso cronista Nelson Rodrigues estava certo: “toda unanimidade é burra”.

Já percebemos que velhos radicais aproveitadores e beneficiários da intriga politiqueira, tentam colocar palavras na boca do governador, forçando-o a se posicionar ideologicamente no plano nacional. Não acreditamos que João Azevedo irá repetir o erro de *Baggio e Zico: perder um pênalti, que marcou suas vidas para sempre.

*Roberto Baggio um dos mais populares jogador da Seleção Italiana, brigado com o técnico e contundido, errou o pênalti que levaria Brasil ou Itália ao tetra campeonato. Zico o melhor da Seleção de Telê, perdeu um no México, quando fomos eliminados pela França.

MANOEL LUDGÉRIO ESQUECEU ADRIANO GALDINO?

A sugestão do deputado estadual Manoel Ludgério – em entrevista ao Portal Maispb – apontando alternativas como celebração de um “acordão” envolvendo os Cunha Lima e o governador João Azevedo – evitando uma disputa no pleito do ano vindouro – deixa transparecer a fragilidade da pré-candidatura do ex-prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, cuja postulação permanece restrita aos limítrofes do município.

Ludgério – nas entrelinhas de suas palavras – revela o que seria um segredo: Romero Rodrigues (hoje) não tem condições de arregimentar um “exercito”, com tropas suficientes para enfrentar o contingente aquartelado no Palácio da Redenção. Faltam-lhes “meios” e tema que sustente um forte discurso de oposição, capaz de sensibilizar o eleitorado paraibano. Inspirado no ditado popular que “o homem é senhor do que cala e escravo do que fala”, o “silêncio” de João Azevedo tem emudecido os Cunha Lima, Ricardo Coutinho, PT… Não se sabe se isto é uma estratégia, ou pura intuição.

Uma paz pública é o que defende Manoel Ludgério, quando não existe guerra entre João Azevedo e seus “supostos” adversários. Cita o Rio Grande do Norte como exemplo, porém, não conhece a história da paz que culminou em desastres.

A primeira paz pública no Rio Grande do Norte foi celebrada para reconduzir Jessé Pinto Freire ao Senado Federal, nas eleições de 1978. Liberaram Aluízio Alves (ainda cassado e antes da anistia) para subir em palanques, discursar e fazer campanha. Aluízio indicou o vice de Lavoisier Maia (Geraldo Melo), que posteriormente foi govenador. Quatro anos depois (1982) Aluízio foi candidato ao governo e perdeu para o neófito José Agripino Maia. Este foi o preço que Aluízio pagou pela “paz pública”: levou velhos aliados apaixonados para os braços dos Maia, de onde se recusaram a sair em 1982.

Tentando escapar quatro anos depois (1986) Aluízio Alves “rachou” parte da base dos Maia, que elegeram dois Senadores, mas, perderam por 14 mil votos para Geraldo Melo, candidato dos Alves. Aos poucos o Clã foi se recompondo, e criou-se a alternância do poder entre Alves e Maia. Num cochilo dos Alves, Vilma de Farias se elegeu governadora, na sucessão de Garibaldi depois de oito anos governando o RN.
Mais e Alves pela segunda vez se sentaram para “conversar” em 2006 e celebrarem outra paz pública. Tinham que derrotar Vilma de Farias, que tentaria se reeleger e emplacar uma “terceira força” política. Primeira pesquisa: Garibaldi 67%, Vilma de Farias 19%. Seria uma vitória acachapante se não tivessem esquecido o presidente da Assembleia Legislativa Robson Farias, que estava há quatro anos no comando do poder legislativo Potiguar. Robson tinha uma estreita relação com os deputados. E, decidiu apoiar Vilma, na condição de ser o seu sucessor em 2010.

O voto é secreto, e no mundo político, compromissos “cumpridos” nem dinheiro cobre. Vilma chegou ao segundo turno, e de virada, derrotou o imbatível Garibaldi com mais de 100 mil votos de maioria. Fez uma excelente gestão. Cometeu apenas um erro que lhes custou toda a sua carreira política: não cumpriu o prometido a Robson Farias, que permanecia como presidente da Assembleia já no quarto mandato.
Caminhando lado a lado desde 2006, Alves e Maia costuraram um acordão envolvendo até o PT e o governo federal e lançaram Henrique Eduardo Alves (2014) para o governo do estado. O filho predileto e sucessor de Aluízio, com 10 mandatos de deputado federal, na época era presidente da Câmara dos Deputados. Esqueceram mais uma vez o sempre ignorado, Robson Farias. Orgulho ferido, o presidente da AL-RN se lançou candidato contra Henrique, e com apoio imperceptível – sem alardes – dos seus amigos deputados estaduais, venceu o único que não tinha como perder.

Atualmente nenhum membro da família Maia tem mandato no Rio Grande do Norte. Dos Alves, só resta um, Walter, deputado federal que dificilmente se reelegerá (2022). Manoel Ludgério não reconhece o espaço e importância de Adriano Galdino? Indicou seu irmão Secretario de Articulação Política do Governo e pala terceira vez presidi a ALPB. Quem somaria mais para uma reeleição de João Azevedo: Romero Rodrigues ou Adriano Galdino? Se Romero entrar pela porta da frente do Palácio da Redenção, os Regos saem pela porta dos fundos. Regos não convivem com Cunha Lima.

ESCRITO NAS ESTRELAS?

Em apenas duas décadas (2001/2021), as transformações ocorridas nos quadros políticos da Paraíba – com ascensões e quedas de seus principais protagonistas – exceto os alcançados pela compulsória, foi algo inimaginável e distante de qualquer previsibilidade, antevista pela crônica do quotidiano e seus futurologistas.

Em 2001 – um ano antes do pleito de 2002 – Jose Maranhão governava a Paraíba – gestão das águas – Ney Suassuna, seu grande aliado, era Senador da República licenciado e ocupando o poderoso Ministério da Integração Nacional. Popularidade em alta, já era considerado “governador em férias”. Ronaldo Cunha Lima, convalescente de um AVC – no deserto PSDB – não sabia se ainda iria ser candidato a reeleição.

Saudosos Wilson Braga e Tarcísio Buriti – lideranças de peso por serem ex-governadores – compunham o exército imbatível das forças políticas sob o comando de José Maranhão (2001). Esperavam serem indicados como seu companheiro de chapa para o Senado. Roberto Paulino (vice) assumiria, e a vitória de Ney era inquestionável. Efraim Morais, primeiro Secretário da Câmara dos Deputados era o Escudeiro Mor de Maranhão.

Ex-governador Cássio Cunha Lima, ainda estava como prefeito de Campina Grande, já percorria todo o Estado em campanha para o governo, com apoio de Cícero Lucena prefeito da Capital. A classe politica considerava “Quixotesco” o projeto de Cássio Cunha Lima, pela falta de apoios regionais expressivos.

Uma das boas produções de Hollywood no ano de 1985, foi o filme “De Volta Para o Futuro”. Roteiro que emaranha aventura, ficção científica e comédia romântica, de estrondoso sucesso na bilheteria. Dois jovens procuraram um velho professor, que projetou um veículo para eles voltarem no tempo até 1950. E os viajantes conseguem conversar com Albert Einstein, a quem confidenciam que vinham do futuro, do ano de 1985. Na cena, Einstein se mostrando perplexo e desconfiado, Indagou: quem é o presidente dos Estados Unidos no ano 1985? Ronald Reagan, responderam os garotos. Impossível! Retruca Einstein. Um ator medíocre, presidir a grande nação Americana!?

Imaginemos esta mesma viagem do tempo realizada nos dias de hoje (2021), voltando até o ano de 2001. Quem conseguiria prevê a ascensão e queda de Ricardo Coutinho? Prefeito duas vezes da Capital, e duas vezes governador? Derrotas de Wilson Braga e Buriti para o Senado Federal? Eleição de Cássio Cunha Lima e Efraim Morais? O sonho do saudoso tribuno Viral do Rego ter se realizado em seus descendentes, com dois filhos, e agora sua esposa, passando pela Casa Revisora do Congresso Nacional?

Duas derrotas consecutivas do Clã Cunha Lima em Campina Grande, perdendo a Prefeitura para Veneziano Vital do Rego; duas derrotas consecutivas de Cássio Cunha Lima, após eleito e reeleito governador, disputando seus retornos ao governo e ao Senado; Daniella Ribeiro se eleger Senadora da República? Aguinaldo Ribeiro ter ocupado o Ministério das Cidades, liderança do governo na Câmara e atualmente líder da maioria? Damião Feliciano deputado federal e sua esposa duas vezes vice-governadora? João Azevedo de simples eleitor chegar ao Governo do Estado? Será que tudo isto é obra do místico “destino”, ou estava “escrito nas estrelas”? O que tramam os astros para 2022? A derrota dos invencíveis – como 2001 – ou a vitória dos previamente derrotados?

OS REGOS LARGARAM NA FRENTE

Com dois assentos no Senado Federal (mãe e filho), filiação de Veneziano Vital do Rego ao MDB – momento importantíssimo para a legenda que lançou uma candidata para disputar a presidência da Casa Revisora do Congresso Nacional – o clã Rego se transforma no maior e mais importante aliado do governador João Azevedo, com vistas a seu projeto de reeleição.

O processo constante de distanciamento dos extremos – sobretudo das esquerdas – tem conduzido naturalmente João Azevedo para o “centro”. Ao abdicar do radicalismo doutrinário e “raivoso” protagonizado pelo seu antecessor, criou-se naturalmente a oportunidade de diálogo, anseio da classe política – independente de siglas – que elegem sempre como prioridade, temas de equilíbrio e crescimento gradual do Estado, mesmo em tempos de pandemia.

Como um bom enxadrista, João Azevedo fez lances importantes nas eleições municipais de 2020, livrando-se de muitos “xeques”. “Flertou” com o PP de Cícero Lucena (Capital), apoiou a oposição de Campina Grande, e na maioria dos principais redutos do Estado, manteve apoios “formais”. Não fechou portas, nem criou “labirintos” para sua jornada do ano vindouro (2022).

Evidente que como Prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena buscará ampliar seu território político. Tentará se inserir no projeto João Azevedo – única alternativa – após seu rompimento traumático com os Cunha Lima. Talvez queira indicar um vice e eleger um deputado federal. Mas, não dispõe de “cacife” como os Regos. Uma chapa do PP/PSDB, a esta altura é projeto natimorto.

Resta saber o que fará os irmãos Cartaxo. Estéreis politicamente, não aproveitaram a oportunidade de 2018, que seria Luciano e não Lucélio, e sobraram na curva em 2020. Luciano fez uma boa gestão na Capital. Entretanto, faltou-lhes a coragem e ousadia do saudoso Luciano Agra, quem lhes deu o primeiro mandato. No presente, tudo o que pode almejar é uma vaga para a câmara dos deputados.

Restam Romero Rodrigues e o PP, com Daniella e Aguinaldo. Só quem pode “queimar cartuxos”, sem riscos de ficar sem mandato, é Daniella Ribeiro que tem mais quatro anos no Senado Federal, e mesmo derrotada, seu nome não ficará “congelado” por tanto tempo. Como se posicionará Romero Rodrigues? O melhor prefeito de Campina Grande do século XXI! Reunirá condições e apoios para enfrentar João Azevedo? Ou terá que dividir espaços com Aguinaldo, Pedro Cunha Lima para retornar ao seu mandato de deputado federal, interrompido quando se elegeu prefeito de Campina Grande em 2012?

Quanto a Senadora Nilda Gondim, provavelmente passará um bom tempo no Senado. Apesar de está se recuperando com sucesso do COVID-19, pelos depoimentos dos sobreviventes que estiveram na UTI, as sequelas são terríveis. Além do temor de uma reinfecção, o que seria fatal.

DECISÃO DO STF CULMINA EM MOTIM DA POPULAÇÃO

As manifestações ocorridas no Estado da Amazônia, contra o novo decreto do governador que impõe mais um lockdown – evitar proliferação do COVID-19 – gerou um quadro de desobediência civil, quando a população foi as ruas desafiar sua autoridade. Em resposta, o chefe do poder executivo da Amazônia tomou medidas extremas, como ordenar a Polícia Militar a abrir fogo contra os insurretos. Felizmente, a tropa se conteve ao perceber que o povo não recuava, gesto que evitou um banho de sangue.

A cidade de Búzios (litoral do Estado do Rio de Janeiro) já havia feito o mesmo. Estado de São Paulo, dezena de municípios anunciaram esta semana que não cumprirão o decreto do governador João Dória. Ato que além do lockdown, suspende a gratuidade do transporte público aos usuários acima de sessenta anos. O Brasil vive sua maior crise institucional das últimas sete décadas, algo somente comparável ao fato histórico ocorrido após o suicídio de Getúlio Vargas, quando o presidente da Câmara dos Deputados Carlos Luz, estava interinamente como vice-presidente, “internou” o vice em exercício Café Filho e com apoio da Suprema Corte, pretendia implantar uma Ditadura, impedindo a posse do presidente e vice eleitos (outubro de 1955) Juscelino Kubistchek e João Goulart.

Marechal Henrique Teixeira Lott – um dos tenentes de 1922 – estava como Ministro da Guerra. Usou sua coragem cívica para impedir um golpe de Estado, dando um contragolpe e restabelecendo a ordem Constitucional. Ordenou que as tropas do Exército cercassem o Palácio do Catete (sede do governo) no Rio Janeiro então Capital da República, Câmara dos Deputados; Batalhões da Polícia; Correios e Telégrafos…Ato seguinte (ainda em novembro de 1955) o vice-presidente do Senado Nereu Ramos, com apoio do Marechal Lott, convocou o Congresso, que cassou o mandato de Carlos Luz e votou o impeachment de Café Filho. Fechou a Suprema Corte e decretou “Estado de Sítio” até 31 de janeiro de 1956, quando Juscelino e Goulart foram empossados.

A ingovernabilidade da época tinha origem na corrupção desenfreada movida pela ganancia insaciável: “em casa de pouco pão, todos gritam e ninguém tem razão”. O Tesouro Nacional não era o suficiente para alimentar a “fome” do Congresso e seus parasitas de sempre. Se não fora a “espada de Lott”, que garantiu todo o governo de JK, abortando outras rebeliões ou “quarteladas”, não se tem noção do que teria sido o destino deste país.

Quando nos reportamos as “semelhanças históricas”, é que percebemos hoje no Brasil de 2020, repetição de 1955. O povo elegeu um Presidente (2018) que o Congresso e STF não querem deixa-lo governar. Vargas foi eleito, não conseguiu e suicidou-se. Bolsonaro resiste, pelo apoio popular, graças as redes sociais. A grande mídia golpista, em conluio com a maioria dos governadores dos Estados, quer depô-lo a todo custo. Resta saber se aparecerá em tempo hábil, um Marechal Lott do século XXI. Não estamos fazendo apologia ao intervencionismo. Mas, qual o poder do Presidente da República?

Quem está provocando todo este “clima” de insegurança e governabilidade? O STF. Quadro de pandemia é o mesmo que “estado de guerra”. O Presidente da República, com a poio das Forças Armadas é a única autoridade Constitucional competente, para legalmente está a frente da crise. O STF tirou-lhes estes poderes e os transferiu para Estados e Municípios. Esvaziou sua autoridade mais uma vez, constantemente atropelada pelo Congresso Nacional. Como se não bastasse, rasgou a Carta Magna pela enésima vez, e decidiu pela obrigatoriedade da vacina, com punição aos desobedientes. Isto é Ditadura! Basta observar-se o número de sentenças, liminares e decisões colegiadas do STF em 2020: 100 mil. O país está “engessado” na Justiça. Com certeza o Presidente Jair Bolsonaro não assinou 100 mil decretos neste ano de 2020. Da mesma forma, os Presidentes das duas Casas Legislativa (Câmara/Senado) estão longe de alcançar o STF.

Eleições para Presidência da Câmara e Senado:
GOVERNO BOLSONARO TEM QUE ENTRAR NO JOGO E ESCOLHER DOS MALES O MENOR

O comando do Congresso Nacional a partir de fevereiro de 2021 será decisivo para concretização de parte do projeto político do presidente Jair Bolsonaro, quer seja candidato ou não a reeleição, ano seguinte em 2022.

Desnecessário destacar que a atual legislatura – na Câmara e Senado – eleita popularmente pelas urnas em 2018, se constituíram na pior de toda a história de nossa República. Tão inconsequente que levou o povo as ruas por mais de meia dúzia de vezes, pedindo o seu fechamento e da Suprema Corte. Durante todo o ano de 2019, graças a ansiedade do Ministro Paulo Guedes – por não ouvir as raposas políticas – discutiu-se só a Reforma da Previdência. A mídia militante fez sua parte, descaracterizando a figura do Presidente plantando diariamente manchetes sobre comportamento de seus familiares.

No descortinar de 2020, veio a pandemia do coronavírus – e do jeito que o diabo gosta – os presidentes da Câmara e Senado afundaram o tesouro nacional contra tudo e todos (o povo), criando dezenas de gastos perdulários como o Fundão Eleitoral, ampliação do Fundo Partidário; legislando sempre em causa própria e atendendo as demandas do cartel FEBRABAN: um conluio de ladrões que concentram a renda e expansão do crédito no Brasil, travando a nossa economia. Só após o primeiro ano, Paulo Guedes percebeu finalmente que Congresso, STF; Bancos e grande parte do nosso “setor produtivo”, estiveram sempre apojados nas tetas do governo.

Propostas importantes do Presidente Jair Bolsonaro – de anseio popular – na área de segurança pública; desmantelamento das OCRIM; porte de armas; combate ostensivo a corrupção… Foram projetos boicotados e sabotados nas votações realizadas pelo Congresso Nacional, a partir do “pacote” anticrime do então Ministro Sérgio Moro. Rodrigo Maia, David Alcolumbre e Dias Toffoli, formaram um “Triunvirato” e transformaram o presidente Bolsonaro em “Rainha da Inglaterra”.

As opções do governo para atravessar 2021 e chegar a outubro de 2022 são raras, pouquíssimas ou quase nenhuma. Os poucos Congressistas que têm seriedade e compromissos com o destino do país, se porventura lançarem-se para presidir as duas casas legislativas, serão atropelados pelo “centrão”. Resta saber se será melhor apoiar um membro do “centrão” do baixo clero, ou um “cabeça pensante” ideológico, que também estará a serviço da corrupção e ainda dará uma “puxadinha” para esquerda.

Palácio do Planalto terá que escolher dos males o menor. Decisão que provavelmente trará prejuízos a popularidade de Jair Bolsonaro, junto a direita conservadora, setor onde se concentra a maioria de seus apoiadores. Irão questioná-lo, se ele irá adotar o que sempre combateu: toma lá, dá cá.

Infelizmente o destino que nos aguarda a partir de março de 2021 – pós-pandemia e imunização da população através das vacinas – assemelha-se a um náufrago e sua confusão mental de não saber em que praia, ilha ou rochedo escapará ou encalhará.

MEMÓRIA CURTA

Seu Cabral (Severino Bezerra Cabral) uma das maiores lideranças política de Campina Grande do século XX – que se elegeu, e elegeu o Prefeito de sua preferência na Rainha da Borborema de 1947 até 1968 – tomou a decisão de se imortalizar através da construção do Teatro Municipal de Campina Grande. Uma obra gigante, para uma cidade que tinha um perfil de entreposto comercial e pouca vocação para cultura. Seu projeto arquitetônico, avançado e único, sem as “curvas” do concreto – inovação proposta pelo gênio Oscar Niemeyer – tinha um modelo de navio. Quando perguntavam a seu Cabral se era um navio, ele respondia que achava parecido.

A inauguração seria no final de seu mandato (1963), e a curiosidade reinante era o nome que receberia o Teatro. Na época, a Câmara Municipal tinha grandes intelectuais como Raimundo Asfora, Ronaldo Cunha Lima; Figueiredo Agra… Que começaram a sugerir nomes como Augusto dos Anjos, José Américo de Almeida; José Lins do Rego; Assis Chateaubriand…  Mas, seu Cabral resistia, e insistia que o nome seria surpresa.

Analfabeto funcional, seu Cabral depositava toda sua confiança em Souza da Pipoca, vereador que atuava como um líder informal na Câmara e nos bastidores da política. Mesmo grau de instrução de seu Cabral. Quem tivesse algo complicado para resolver com seu Cabral e Souza não resolvesse, podia desistir. Asfora, Ronaldo; Figueiredo Agra… E quase a unanimidade da Câmara cobraram de Souza um nome ideal para ser eternizado na obra mais bela de Campina Grande dos anos sessenta. Imbuído da importante missão, Souza enfrentou seu chefe: “o nome tem que sair seu Cabral…” Sem rodeios, seu Cabral foi na bucha: Teatro Severino Cabral. Souza o aplaudiu e concordou com a ideia. Entretanto, quando chegou com a noticia na Câmara, a reação por parte dos parlamentares intelectuais foi um protesto veemente, ameaçado de não ser aprovado. Cabral era um analfabeto… Uma agressão a memoria e cultura da cidade… Isto jamais.

Souza foi o portador do descontentamento da bancada. E, instruíram-no para argumentar: “seu Cabral não era escritor, artista, poeta…” Seu Cabral ouviu e mandou um recado de volta: vai ser Severino Cabral e vou está presente na sessão. Todos temiam Cabral por sua coragem pessoal. Alto, 1,90, as vezes intolerante, sua mão sempre ia ao pé do ouvido de alguém, que de forma desaforada o ofendesse. Chegou o dia da sessão, e Cabral estava presente. A turma dos intelectuais usou mais uma vez Souza. Quando a propositura foi apresentada e posta em votação, Souza argumentou: “seu Cabral tem que ser um nome ligado as letras, artes; poesia… Cabral o interrompeu: “Souza pergunte a quem mandou você discordar de mim, em qual time jogou Getúlio Vargas e Plinio Lemos? Os dois campos de futebol da cidade são em nome deles”. Silêncio reinante, a propositura foi aprovada por unanimidade.

Seu Cabral se imortalizou. Mas, por ironia do destino, os dois maiores Prefeitos do século XX de Campina Grande foram Vergniaud Borborema Wanderley (pronuncia-se Verniô) e Enivaldo Ribeiro. O primeiro demoliu o centro antigo da cidade e construiu ruas e avenidas largas. O segundo, fez o Plano Diretor que até hoje está aí, e foi um recorde em obras. Todavia, não deixaram nada escrito sobre suas obras. Agora está se despedindo de sua gestão Romero Rodrigues. Em nossa opinião o maior Prefeito de Campina Grande do século XXI. Cometendo o mesmo erro de Vergniaud e Enivaldo. Em duas décadas, poucos se lembrarão de sua gestão.

MEXERAM COM O LEÃO FERIDO

Adágio popular: “você entra na política pelos amigos, não sai pelos inimigos”. Mas, quem são estes inimigos? Frase cunhada pelo saudoso Senador do RN Dinarte Mariz: “politica é a arte de atrair adversários e trair correligionários”. Evidente que os inimigos são aqueles que sempre estiveram ao seu lado, bajularam; ocuparam espaços e se projetaram sob a hipócrita insígnia da “lealdade”.

Ávidos pelo poder, no mundo político são raras as “criaturas” que controlam a ganância, e se contêm para não se voltarem e destruírem o seu “criador”. Willian Shakespeare – em sua obra Júlio César – descreve de forma brilhante os instintos da traição pelo poder, sempre perpetrados por aqueles que estão em sua volta, gozam de privilégios, confiança; intimidade, e posicionam-se acima de qualquer suspeita. Este é o “elemento surpresa”, imprevisto por conta da “gratidão”, sentimento nobre, porém, jamais cultivado pela maioria daqueles que ambiciona alcançar o topo da pirâmide.

Nas eleições de 2018, enquanto Cássio Cunha Lima procurava viabilizar sua volta para o Senado Federal, todos se uniram e conspiraram para derrota-lo de forma humilhante. Os irmãos Cartaxo, sua companheira Daniella Ribeiro; Ricardo Coutinho; Ney Suassuna; dissidências em sua própria família… Tudo sob o olhar perplexo de outro traído: Jose Maranhão. Os Regos não podem figurar nesta lista. São seus únicos inimigos políticos autênticos e históricos. Ricardo e José Maranhão, foi ou são ainda circunstanciais. Todos tinham um projeto político e Cássio era o poste no meio da ponte.

Sangrando como Júlio Cesar (2018), após seis punhaladas, Cássio Cunha Lima sobreviveu. Ficou fora de combate, abandonado pelos amigos; fiéis seguidores e ex-companheiros de jornadas, sem forças sequer para sustentar a espada e o escudo. Optou pelo silêncio. Cuidou em sarar as feridas da alma, mesmo sabendo que ficariam as cicatrizes como lembrança permanente.

Eis que agora em 2020, chega Brutus (Cícero Lucena), o único que não apareceu na emboscada de 2018. Tinha que cravar também uma adaga, no peito do já considerado moribundo político, Cássio Cunha Lima. Até tu Cícero? A carta desabafo do ex-senador foi pertinente. Após o assassinato de Júlio César, surgiu o Cristianismo, como Religião e Filosofia. A gratidão está intrinsicamente ligada aos dois principais mandamentos desta ordem humanista que prega a paz entre os homens, a fé e esperança ao recomendar o dom do perdão e o poder da renúncia.

Cássio renunciou a política e perdoou seus agressores, como um bom Cristão. Mas, como esquecer? E agora, depois de Cícero? Com certeza vai voltar ao campo da honra e travar mais uma batalha em 2022. Provavelmente este não seria seu desejo. Mas, perder, reconhecer a derrota e ser eternamente tripudiado! Mexeram com um leão ferido O instinto de defesa o moverá para um contra-ataque feroz, mortal e talvez até irracional.

O DESASTRE ELEITORAL DE 2020

A ausência de uma Legislação Eleitoral permanente, infelizmente constantemente alterada a cada dois anos – ajustando-as as conveniências do Congresso Nacional – culminou num modelo que se exauriu em definitivo no pleito deste ano de 2020, quando foi posto em prática o excêntrico Fundo Especial de Financiamento de Campanha, ou “Fundão Eleitoral”.

A nefasta experiencia do “Fundão Eleitoral” agora em 2020, instituiu (provavelmente) em definitivo, a compra obrigatória de votos – crime eleitoral que vem sendo combatido após 1986 – ocasião em que se realizou o pleito com vistas a instalação da Assembleia Nacional Constituinte de 1988. Na época, os mais diversos setores da economia do país, investiu em candidatos para defenderem seus interesses na elaboração da nova Carta Magna – atual Constituição Cidadã.

Neste ano de 2020, todos os votos foram comprados, e venceu quem gastou mais. Inexistiu os debates ideológicos. Valores e preparos intelectuais dos postulantes foram nivelados por baixo. Estabeleceu-se o “leilão”: quem pagou mais, levou o sufrágio. Não se discutiu o hoje e o amanhã do município, numa perspectiva futurista da nação, debatendo modelos econômicos e conjunturas político/social. Esmagadora maioria do eleitorado adotou a “Lei de Gerson” (levar vantagem em tudo) ao saberem que 3,0 bilhões de reais destinados a candidatos, para serem gastos em suas eleições.

Depois de quarenta anos, com todos os avanços tecnológicos e acesso a informação instantânea (internet), as declarações de Pelé, o Rei do Futebol – contemporânea a publicidade de Gerson veiculada na mídia vendendo as pilhas Rayovac – estão imortalizadas: “o brasileiro não sabe votar… Ainda não conhece o valor de um voto”.
O desastre 2020, só vem constatar que nunca houve vontade politica do Congresso Nacional em acabar com a corrupção no país, processo que se inicia a partir das eleições. O experimento do “Fundão Eleitoral” e das “nominatas partidária” foi um tiro no pé. Se estas regras prevalecerem para 2022, nenhum parlamentar do famigerado “Centrão” retornará as Casas Legislativas do país.

O custo de um mandato de deputado federal será de no mínimo 10 milhões de reais. Estadual, metade. E de um Senador da República, inimaginável. Isto tendo como base, valores do voto para vereador (2020) que oscilou entre R$ 300,00 e 600,00 dependendo do tamanho da cidade: quanto menor, mais caro o sufrágio. O fenômeno da pura democracia vivida em 2018, disputa renhida entre Direita x Esquerda, conservadores e progressistas – sem o abuso do poder econômico – culminando na vitória de Bolsonaro – ora pode se considerar como um fato raro e inusitado, instante de lucidez e cidadania que jamais se repetirá em nossa história.

Operação Calvário:

STJ MOSTRA A FORÇA DO CORPORATIVISMO

A decisão “corporativa” de manter a liminar que determinou soltura do líder da OCRIM girassol, Ricardo Coutinho – concedida pelo plantonista provisório à época Ministro Napoleão Nunes Maia – amplia mais ainda o profundo fosso que separa uma nova sociedade em mutação (sedenta por Justiça) do distante e inatingível Poder Judiciário, regiamente pago pelo suor do trabalhador brasileiro, que almeja punições severas contra os ousados e arrogantes malbaratadores do erário público.

Alcançado pela compulsória marcada para este ano, precisamente em 30/12/2020, quando completará 75 anos, Napoleão Maia foi salvo por seus pares da 6ª turma (STJ) ontem (18/02/2020) placar de 4×1. Em final de carreira, ser punido por companheiros, mesmo que por erro grave e insanável? Mancharia sua “biografia”. A opção em “salvar” o Ministro de sua ultima travessura, culminou em danos à figura de um Desembargador do TJ-PB probo, digno e de conduta ilibada, que por méritos chegou ao TJ-PB, dispensando qualquer apoio político de sua ilustre família.

A 6ª turma do STJ não avaliou a periculosidade de um quadrilheiro em liberdade… Doravante irá destruir provas, intimidar testemunhas; chantagear autoridades e obstruir a Justiça. Qual a diferença entre os crimes praticados por Ricardo Coutinho e Sérgio Cabral? Provavelmente seja a figura do julgador: Juiz Marcelo Bretas que o meteu na cadeia, e quando vislumbrou que seria boicotado pelas Cortes Superiores, sentenciou-o a 180 anos de cadeia. Mostrando seu destemor do mundo político e suas influencias, encarcerou Pezão, no exercício de suas funções como governador do Rio de Janeiro, saindo algemado do Palácio da Guanabara.

Quem assistiu ao julgamento no TSE (24.04.2018) do então governador Ricardo Coutinho – transmitido pela TV Justiça – percebeu a “indisfarçável simpatia” do Ministro Napoleão Maia pelo réu socialista, fundador da quadrilha girassol. Amor à primeira vista? Mesmo sendo o relator, não leu seu voto, sequer teve a preocupação de fundamentá-lo usando qualquer “entendimento” da confusa e ininteligível legislação eleitoral. A remissão fiscal de impostos como IPVA, ICMS (gol de prata); Multas e Taxas do DETRAN-PB, prejuízo ao erário estimado em 36 milhões de reais, em plena campanha eleitoral de 2014, na visão de Napoleão Maia não desequilibrou a disputa do pleito. Absurdo! Dezenas de milhares de votos de proprietários de motocicletas foram trocados pelo perdão da dívida do IPVA.

“Assistencialismo necessário” (?) foi à tese vergonhosamente “improvisada” pelo Ministro Relator Napoleão Maia, alegando que motocicleta no Nordeste era um “jumento motorizado”. Que conhecia a pobreza da região, e que todo tipo de “assistencialismo” – mesmo em período eleitoral – era importante e bem vindo, para amainar o sofrimento desta gente. Sem “assistencialismo” o nordestino morre de fome e sede. Onde se encontra esta lei, artigo ou Jurisprudência? Finalizou alegando que a vontade popular deveria ser respeitada. Mas, não houve “vontade” e sim “motivação” do eleitor pelo dinheiro e os benefícios da máquina pública.

 A Ministra Rosa Weber tentando minimizar o vexame, não escondeu sua sinceridade: “no meu entendimento este tipo de ação é conduta vedada e desequilibra qualquer pleito”. Concordou com o Vice Procurador Geral Eleitoral, Nicolao Dino – irmão do governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) – que compõe o arco de alianças dos partidos de esquerdas, onde se inclui o PSB. Separando o “homem ser, do homem função”, Nicolao Dino pediu a cassação da chapa de 2014, por considerar uma “aberração” o TRE-PB não ter observado os crimes cometidos durante a campanha.

  Jornalista Flávio Lúcio, que tripudia com ironia em seus textos o Desembargador Ricardo Vital e GAECO-PB, após resultado do julgamento da 6ª turma, lhes pôs uma “alcunha” de o “Sérgio Moro da Paraíba”. O zelo, conhecimento e preparo do Desembargador Ricardo Vital, em nada difere do respeitado Juiz, homenageado em todo o planeta, por sua coragem de prender e condenar o Chezfe de Estado mais corrupto da história do século XX e XXI, do mundo civilizado.

Sérgio Moro do Paraná, não esperou fechar o “conjunto da obra” da corrupção contumaz que sorveu dos cofres públicos trilhões de reais, instalada no país desde 2003. Bastou o Triplex do Guarujá. Demais criminosos envolvidos na gang, seriam pegos pelas delações e seu efeito dominó. Teve que encarar o Ministro Teori Zavascki, que atendendo pedido da então Presidenta Dilma, concedeu liminar a Renato Duque. Duque tinha diversos crimes, porém, bem menos graves que os de Ricardo Coutinho. Duas semanas depois, o Justiceiro do Brasil o pôs novamente na cadeia. E, cuidou em sentenciá-lo, evitando que o exemplo encorajasse outros delinquentes, e se criasse a esperança da impunidade.

Para Ricardo e seus comparsas, tudo está dentro do planejado: em 120 dias terá sua candidatura a prefeito registrada e ficará impedido de ser preso até 31/12/2020, a não ser em flagrante delito. A Justiça, neste período engajada no processo eleitoral, dificilmente terá tempo para julgar um processo, que a cada dia fica mais extenso.

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Operação Calvário:

ESTRATÉGIA POLÍTICA DE RICARDO PODERÁ VENCER O JOGO

            Já não existe mais o que se delatar sobre os desvios milionários da gestão Girassol. Para se condenar um ladrão, não precisa provas que roubou milhões ou irrisórios centavos, a pena é a mesma. O que o GAECO- PB ainda não alcançou foi à estratégia dos advogados de Ricardo Coutinho, e onde pretendem chegar, quando exibirem troféu de uma vitória, debaixo do nariz do Poder Judiciário da Paraíba.

            Decorreram-se quatorze meses de investigações, prisões; delações com revelações tão estapafúrdias, que se não fossem amparadas em materialidades, o conjunto das provas seria difícil de merecer credibilidade, em função da ousada selvajaria da quadrilha e seu chefe – ex-governador Ricardo Coutinho – que ainda chegou a ser detido provisoriamente. Entretanto, como um prolixo discurso de bêbado, tudo já foi dito, mas, ainda não sabemos quando irão finalizar esta “peça” de retórica.

 O processo se arrasta… Aguardam mais delações? As que já existem são suficientes para um século de cadeia. Uma queda de braço entre o GAECO-PB, MP e PGR, quer a volta de Ricardo Coutinho ao cárcere. Para que? Virá Gilmar Mendes ou Dias Toffoli e põe ele na rua, usando o mesmo “entendimento” e até decisão da Suprema Corte sobre prisão em segunda Instância. Neste caso, estão fazendo o “jogo” do ex-governador, ou morderam a “isca” de seus advogados?

Chegamos ao mês de fevereiro (2020). Em Junho, se inicia o período eleitoral. É exatamente esta oportunidade que Ricardo Coutinho aguarda para sair pela porta da frente, sem fugir da Justiça. Carnaval, Páscoa e São João, e pelo visto, o chefe da OCRIM Girassol não será condenado. Se isto não ocorrer – o que achamos pouco provável – será candidato a Prefeito de João Pessoa.

A partir do registro de sua candidatura, não pode mais ser preso, a não ser em “flagrante delito”. Quanto à possibilidade de uma condenação em pleno período eleitoral, mesmo que ocorra, uma “liminar” de plantão o deixará disputar o pleito. Se porventura vencer, será diplomado e empossado. Os processos da Operação Calvário iniciarão sua longa jornada procrastinatória, com vistas alcançarem a prescrição.

O Desembargador continua “notificando” mais suspeitos, o GAECO-PB mantém sua “volante” procurando encontrar mais comparsas do bando, quando o líder já está cercado? Redundância absurda! A grande noticia seria: “processo concluso para julgamento”. Aí, a expectativa seria – não pelos anos de cadeia de seus prováveis condenados – mas, pela inelegibilidade de Ricardo Coutinho no pleito que começa em 130 dias. O Chefão da Máfia Girassol continua “ficha limpa” para a Justiça Eleitoral.

Dispondo de milhões de reais, indiscutivelmente Ricardo Coutinho disputa com chances de vitória as eleições da Capital. Seu discurso deixará o eleitor “tonto” e inseguro: “sou ficha limpa… Não tenho nenhuma condenação na Justiça… Investigam-me por delações de ladrões que roubaram no meu governo, traíram minha confiança… Se eu fosse culpado, não estaria aqui pedindo seu voto”. Alguém duvida? Aguardem!

Em tempo: Ricardo Coutinho nunca sofreu uma derrota no TRE-PB, não tem contas rejeitadas pela Assembleia Legislativa; nenhum outro tipo de condenação, sequer pelo PROCON. Para o eleitor e opinião pública, já saturada com tanta ação do GAECO-PB sem reação imediata do TJ-PB, se ele esteve durante todo este tempo no bordel, vestido de Freira, fica uma incógnita: talvez estivesse apenas em meio às prostitutas.

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CASA EPITÁCIO PESSOA:

NÃO VÃO SEPARAR O JOIO DO TRIGO?

            O pastor Shimidt, guardião da fé dos fieis de uma pequena cidade da Alemanha, durante o momento mais difícil da II Guerra (final de 1944), confessou quando interrogado pelas tropas aliadas – qual seu papel no conflito e por que estava na prisão quando os vencedores derrotaram os Nazistas.

            A resposta do líder religioso foi simples e intrigante: “vou procurar saber, se é que ainda existe alguém que possa me explicar”. Continuando, elucidou: “primeiro prenderam meu vizinho da direita, por entenderem que ele era comunista. Eu não era. Em seguida vieram e levaram o da esquerda, suspeito de ser Judeu. Não sou Judeu. Um dia me levaram (?)”. O clima de vingança pela inevitável queda do III Reich culminou na busca de culpados, criando em seguida à rota de fuga do “salve-se quem puder”.

            A Operação Calvário, desencadeada pelo GAECO-PB, teve origem no Rio de Janeiro, chegou à Paraíba, Goiás e Rio Grande do Sul. A metástase deste câncer talvez tenha atingido todo o país, de forma direta e indireta. Entretanto, o envolvimento da unanimidade da classe política paraibana é discutível e inaceitável. Todos estavam participando destas atividades criminosas? Até a oposição? Não acreditamos. Esta na hora de separar o joio do trigo.

            Por que a Assembleia Legislativa não instalou imediatamente uma CPI, para apurar quem participou deste assalto aos cofres públicos? Silenciou ou se intimidou? O fato estapafúrdio do TCE – Tribunal de Contas do Estado, órgão de Assessoria do Parlamento ter sido denunciado, e o Poder Legislativo Paraibano – independente segundo a Constituição – não instalar um inquérito, admite a culpa de todos, inclusive a dos deputados não importando sua legenda ou posição política, por omissão.

            Início de Janeiro deste ano (2020) faleceu o ex-deputado federal Ibsen Pinheiro, presidente da Câmara dos Deputados no ano de 1992, que corajosamente aceitou a denuncia, e pôs em Plenário o impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo. Um ano depois – setembro de 1993 – “estourou” o escândalo dos “Anões do Orçamento”. Ibsen, inocente, foi forçado a renunciar para não ser cassado. O fato acabou com sua vida pessoal e política. Teve que mudar de cidade, deixar a barba crescer; perdeu todos os amigos e foi condenado ao eterno ostracismo.

            Crise de consciência do gerente da sucursal da revista Veja em Brasília, vinte e dois anos depois, numa entrevista ao programa de Jô Soares, confessou que a matéria estava errada. A cópia do depósito feito por Ibsen tinha data atrasada. Na hiperinflação, o governo tinha cortado três zeros. Portanto, o que seria três mil Cruzeiros, figurou na reportagem de capa como três milhões de cruzeiros. Antes de a revista circular, o gerente ligou para o editor na sexta-feira e toda a hierarquia da Editora Abril. Tarde demais… Recusaram-se a mudar a capa. O efeito foi devastador.

            Canalhice maior foi o comportamento delinquente dos maus profissionais da grande mídia, que sabiam do erro que cometeram – assassinato da honra de Ibsen – não se recusaram em ser agraciados com o Prêmio Esso de Jornalismo, e mesmo depois de revelado a trama, ninguém até hoje devolveu a honraria para justificar a falta de caráter.

            A instalação de uma CPI pela Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba, para apurar com rigor o coro de denuncias vulgarizadas pela mídia – objetos de delações premiadas – é ato de ofício da Casa, que representa um poder independente. Não é para inocentar culpados. O Parlamento dispõe de mecanismos para investigar, apurar, poder de policia para convocar membros do GAECO e se inteirar – não só da veracidade dos fatos – mas, como se procederam desenrolar dos acontecimentos.

            A operação Gautama (2007) desencadeou uma série de outras denúncias e outras operações como a “Navalha”. Todos os caminhos levavam ao então Presidente do Senado Renan Calheiros. E em meio a tantas revelações, surgiu a existência da “Sala Cofre” do Senado, onde continha os “Atos Secretos” e provavelmente farto material sobre o funcionamento da Casa Revisora do Congresso, desconhecido pelo público. A Policia Federal obteve autorização para busca e apreensão no Gabinete do Presidente do Senado e da Sala Cofre. Mas, a reação de Renan os impediu de cumprir o mandado.

            Ao tomar conhecimento que a PF viria ao Senado, Renan Calheiros convocou a Polícia Legislativa – armada até os dentes – e passou a ordem: “não discutam, o primeiro que entrar, arrombando a porta, atirem para matar”. Em seguida, respaldado pela Constituição, pediu Tropas Federais para guardar o Congresso. Ministro e PF recuaram. Mas, semanas de negociações, a PF foi levada a Sala Cofre e colheram os documentos que procuravam. Renan foi afastado da Presidência. Permaneceu como Senador e depois voltou a comandar o Senado por duas vezes. Errado ou não, ganhou respeito de seus pares.

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CUBA: SESSENTA ANOS DE SOLIDÃO DA ILHA

No dia 31/12/1959, meia noite e um minuto, Havana foi invadida por dezenas de milhares de agricultores armados, caminhões militares lotados de guerrilheiros que estavam escondidos em Sierra Maestra, disparando fuzis para o alto, e autofalantes anunciando a vitória da revolução.
Ditador Fulgêncio Batista, retirou-se imediatamente das festividades, rumou com a família para o Aeroporto e do alto via as explosões de fogos de artifícios, canhões, e artilharia pesada comemorando não o ano novo, mas, sua queda. Desinformado, em menos de quarenta e oito horas dois quartéis haviam sido tomados pelos revolucionários, e os demais não ofereceram resistência evitando derramar sangue de inocentes: os revolucionários usaram o povo como escudo humano, para invadir as casernas onde se concentrava o maior poder de fogo.
A ganância do Ditador vinha passando dos limites. Exigia sociedade nos empreendimentos norte-americanos na Ilha, ameaçando nacionaliza-los. Cuba explodia em prosperidade. Distante 200 milhas dos Estados Unidos, com sol durante todo o ano sobre suas belíssimas praias, vinha disputando com a Côte d’Azur da França: Mônaco, Nice; Capri… Locais frequentados pelos bilionários de todo o mundo.
A bagunça foi generalizada. Invadiram Hotéis, Cassinos; Restaurantes; Casas de Show… Depredaram tudo. A turba armada e embriagada marchou rumo à avenida beira mar – seis quilômetros de extensão – onde os Bangalôs no estilo Hollywood pertenciam a milionários norte-americanos e os grandes astros do cinema, música; esporte e TV dos Estados Unidos. Saquearam bens de valores e ocuparam-nos como moradia. Hoje, uma favela em ruínas.
Fulgêncio Batista pediu inúmeras vezes apoio aéreo ao então presidente Dwight Eisenhower, que enviou seus F-15, mais bombardeavam sempre e propositalmente distante de Sierra Maestra, ponto onde estava Fidel e seus pouquíssimos seguidores.
Dia primeiro de Janeiro (1959) o Aeroporto e o Porto estavam congestionados. Todos os Americanos temendo por suas vidas, deixavam a Ilha. Fidel, por volta das 15h00min, ocupou o Rádio e fez um discurso de sete horas ininterruptas. Hubert Matos e outros tentaram interrompê-lo para falar algo, mas, sem sucesso. Era prolixo e adorava microfones. Na plateia mão tinha proletários. Só funcionários públicos, estudantes e toda a classe média da Ilha, que o apoiou e financiou a derrubada do tirano, corrupto, Fulgênio Batista. Criaria uma Junta Governativa provisória, e marcaria eleições gerais.
Concluído seu discurso inaugural, pediram-no para tirar o psicopata assassino Ernesto Che-Guevara da Sacristia de uma Igreja, onde já tinha começado um fuzilamento desde as primeiras horas da manhã, embriagado e matando pessoas comuns como guarda civis, vigilantes e até Militares colaboradores com a causa. Guevara foi para um quartel, dormiu e ao acordar, reiniciou os fuzilamentos em diversas unidades Militares. Fidel ocupado com Embaixadores, empresários; industriais; comerciantes, e dando entrevistas, não teve tempo de conter a fúria do assassino Argentino.
Foi uma semana de paralisação na Ilha. Quando finalmente foram cuidar das Forças Armadas, todos tinham desertados. E as armas? Che-Guevara tinha dado ao povo com munição suficiente: “A revolução não tem retorno, vocês serão nosso Exército”. Dois meses, começaram as cobranças dos Estados Unidos para regularização da Ilha. Fidel não tinha como explicar o desastre que cometera, a partir de sua família.
O pai de Fidel era um dos grandes latifundiários de Cuba. Exceto Raul, os demais irmãos, tios e primos fugiram, temendo serem mortos. As terras foram invadidas por homens armados, que desconheciam o privilégio dos Castros. Cuba pertencia doravante a Revolução e ao povo (?). Com imagem e prestígio em alta, Che-Guevara fazia seus comícios incentivava as invasões e ocupação, principalmente de propriedades norte-americanas. A única alternativa de refrear Guevara era removê-lo com promoção. Foi nomeado Presidente do Banco Central de Cuba e Chefe do Tesouro.
Fidel para chegar a Havana, loteou a ilha com facções de esquerda e direita ligadas a trabalhadores e empregadores. Imaginou que em seguida, se livraria de todos. Mas, esqueceu-se de Che-Guevara. Seis meses de Junta Governativa, a Ilha estava totalmente desabastecida. Faltava do alimento ao combustível e principalmente o necessário para as termoelétricas. Hotéis, Restaurantes e Cassinos fechados. Chamou Che-Guevara e determinou usar o dinheiro para suprir as necessidades mínimas. Para sua surpresa, não havia mais um centavo no Banco Central. Guevara havia distribuído com o povo – a quem forneceu as armas – dinheiro suficiente para se alimentarem por um ano. Gastaram tudo e não tinha mais onde se comprar uma refeição básica
Não houve outro caminho, a não ser o apontado por Trotskista Guevara: pedir socorro a Moscou. Navios de combustíveis e alimentos começaram a chegar à Ilha, e a distância entre os Estados Unidos tornou-se um fosso profundo –  tão extenso – onde se tornara impossível construir “pontes”.
Fidel sobreviveu e morreu bilionário no poder. Porém antes, enterrou os sonhos e esperança de seu povo, que viviam na prosperidade, e hoje são sobreviventes da miséria. Passou a ser o espião número um da CIA e de Moscou. Guevara pagou caro pelo mal que fez a Fidel e Cuba. Primeiro o mandaram para Angola – combinado com os Estados Unidos – para evitar a presença de Moscou. Conseguiu sair com vida da guerrilha revolucionária. Ao chegar a Cuba, despacharam-no para Bolívia. Lá o mataram. O comunismo Soviético chegou a 72 longos anos, até que a queda do muro de Berlim simbolizar seu fim. Cuba completa 60 anos de sofrimento. Será que ainda aguentará por mais 12 anos? A Ilha de São Domingos, seu vizinho mais próximo, hoje é um dos locais turísticos mais caros, visitados pelos norte-americanos. Um paraíso em todos os sentidos. Como dizem os Cubanos, a Ilha se afunda, mas, o regime não cai.

Qual o futuro das Universidades Públicas?

O DRAMA DOS DOUTORANDOS

 

Cinco anos de Engenharia Mecânica para produzir esta estrovenga

Desde o ano 2000, os cursos das mais diversas áreas das Engenharias ofertados pelas Universidades Públicas, vêm sofrendo pesadas baixas, a partir do processo de acesso (antigo vestibular/ENEM) até sua conclusão. Nesta última década, a crise se aprofundou. Os resultados são os piores possíveis e inimagináveis.

Disponibilizam cinquenta vagas no primeiro semestre e cinquenta no segundo. Nos últimos cinco anos, os que conseguiram aprovação no ENEM e se matricularam, não conseguiram formar uma turma de quarenta alunos. Findo o primeiro semestre a deserção atinge 30%. Primeiro ano, metade. No último ano, restam apenas 10 ou 12 que concluem o curso, motivados pela carreira acadêmica – bolsas de Mestrado e Doutorado – não pelo mercado de trabalho.

Engenharia Civil, Mecânica; Produção; Pesca; Química; Materiais… Estão se nivelando a Pedagogia, Letras; Filosofia; Ciências Sociais e Economia: o aluno entra na Universidade, optando por estes cursos, em função do baixo nível de concorrência. Mesmo assim, ainda têm que serem “alavancados” pelo sistema de quotas, que privilegia os alunos oriundos da escola pública, afrodescendente; deficiente físico; pardo… E recentemente, a mais esdrúxula das quotas, crida no nordeste: nativos da região do semiárido ganham um peso elevadíssimo. Somando-se todas as regalias, basta não “zerar” na redação, que a vaga na Universidade está garantida.

A UFRN criou um curso de Medicina no Campus Avançado da cidade de Caicó (RN). No ENEM de 2018 o “ponto de corte” foi um dos maiores do país: 850 pontos. Os concorrentes que foram aprovados, não tinham 10% da capacidade e nível de conhecimento ou competitiva da USP. Mas, quando levavam os atestados da Escola Pública, afrodescendentes ou pardos, e nascido no semiárido, liquidava os pobres miscigenados de olhos claros, que chamam de brancos. Qual a serventia desta Universidade, que despreza em seu processo seletivo o conhecimento, e valoriza a cor da pele, origem e passagem pela Escola Pública?

O momento mais marcante do estudante universitário de Engenharia (anos 70) era o dia do seu baile de formatura. Belíssima festa após, ou concomitantemente com a Colação de Grau. Ocasião triunfal e inesquecível para família, evento marcado pelas despedidas da turma concluinte, jovens que acabara de vencer a belíssima jornada do aprendizado. De mala pronta, dia seguinte hora de partir. Enfrentar novos desafios como profissionais, no promissor mercado de trabalho do sudeste do país, onde estavam instaladas e se instalando, grandes plantas industriais. A nação na época chegou a crescer 14% ao ano. Hoje já não existem mais os bailes das Engenharias. Colação de grau de todos e num único dia, juntando um “punhado” de cada curso. Triste!

Particularizando os conhecimentos acadêmicos da Engenharia Mecânica, sua metodologia permanece “congelada” no distante tempo do final dos anos setenta. Não houve nenhum tipo de avanço em mais de quatro décadas. Algo semelhante a tentarmos alfabetizar nossos netos, usando a Cartilha de Sarita, onde aprendemos a soletrar as primeiras palavras. Ou estudar a Matemática Moderna do autor Osvaldo Sangiorgi, movimento renovador do modelo de aprendizagem para o antigo curso Ginasial.

Ao iniciar o curso de Engenharia Mecânica, o aluno tem que optar em desenvolver a didática absorvida, pondo em prática estes conhecimentos construindo ao longo de todo o curso, um protótipo de automóvel fora de estrada denominado “Baja”. Um carro esportivo, que transporta só o seu piloto, nunca vendido nem adquirido no mercado ou pelas montadoras de automóveis. A segunda opção é a construir miniatura de avião (Aeromodelo), hoje peça de museu depois do Drone.

Em 2015, o Brasil produziu 2,4 milhões de automóveis, das mais diversas marcas e montadoras. Não tem um único genuinamente brasileiro. Suas peças e componentes, não pertencem à indústria nacional. Absolutamente tudo é importado, ou licenciado para ser produzido no país, usando mão de obra mais em conta. Por que as 127 Universidades públicas – afora Campus Avançados – em quase meio século nunca desenvolveram um motor de automóvel? Banhado pelo Oceano Atlântico, O Brasil tem 9.200 km de litoral navegável.

As nossas Universidades Públicas mostraram-se literalmente incompetentes em criar através de suas Engenharias (Mecânica, Elétrica; de Materiais; Produção…) possibilidades de se desenvolver no Brasil uma Indústria Naval, com centenas de Estaleiros produzindo todo tipo de barco, navios de transportes, de passageiros e cargueiros. Que se destaque o grande mercado consumidor, a região norte, em especial a Amazônia, onde 80% do transporte de pessoas e cargas são através dos rios que compõe sua gigante bacia hidrográfica.

O Brasil hoje é o 8º maior produtor de Motocicletas do mundo. As nossas Universidades foram incapazes de desenvolver através de suas Engenharias um simples motor para locomoção em duas rodas. Aqui montamos: Honda, Yamaha; Suzuki; Shineray; Kawasaki… Mas, o “sindicalismo universitário” consome 100 bi anualmente.

Os Doutorandos das Engenharias – verdadeiros heróis em perseverança – além de terem sido ludibriados por um sistema perverso de doutrinação, e não aprendizado se depara com a dura realidade: para receber o diplomado, a Universidade exige um estágio. Em toda região norte/nordeste não existem indústrias Mecânicas ou Químicas que se enquadrem dentro dos padrões exigidos pela Universidade. Se não existe vaga para estágio gratuito, haverá emprego? Sem o estágio, não concluem o curso. Milhares abandonaram e outros tantos foram jubilados. Vale a pena manter estes cursos?

Daremos continuidade ao tema, mostrando em outros artigos, as “excentricidades” das nossas Universidades Públicas, que perdeu o “bonde” da história, como coadjuvante na construção de uma grande nação.

QUAL O FUTURO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA?

Em beijaço, estudantes protestam em frente à Faculdade de Direito da UFMG (Foto: Guilherme Coura e Isabela Finelli/Arquivo Pessoal)

As nossas Universidades Públicas – desde 1980 – entraram num processo lento e gradual de “sucateamento”, na medida em que suas estruturas cientificas foram confundidas com processo político/populista de inclusão, priorizando especificamente a “diplomação” do terceiro grau maior. O Orçamento Geral da União – dinheiro dos impostos pagos pelo trabalhador brasileiro – destina ao Ministério da Educação 140 bilhões de reais anualmente, dos quais mais de 80% é consumido pelo ensino superior, para alimentar um gigante complexo de 127 Universidades além dos IF.

Estas Instituições abrigam mais de seis milhões de jovens estudantes – esperançosos em assegurarem para sua vida um futuro promissor – infelizmente ora perdidos na contra mão da história, em virtude do conteúdo curricular assimilado, literalmente ultrapassados e distantes da realidade do mercado formal de trabalho, que antes se reinventa a cada década, hoje anualmente.

Confere o adágio popular nordestino: “em casa de Ferreiro o espeto é de pau”. Universidades são centros de estudos e principalmente pesquisas. Entretanto, propositalmente nunca realizaram a mais primária de todos: averiguar quais as profissões do futuro. Este ano comemorou-se cinquenta anos da chegada do homem a Lua. Todos os técnicos e cientistas envolvidos neste fato histórico passaram pelas Universidades, onde desenvolveram pesquisas aproveitadas pela indústria: aeronáutica, química; elétrica; mecânica; eletrônica; física; médico/biológica, a exemplo de como reagiria o corpo humano sem a gravidade.

As constantes descobertas de novas tecnologias – que não pedem permissão a Universidade Publica do Brasil para se expandirem – estão sendo desenvolvidas e avançando por todo o planeta, “engolindo” postos de trabalho através da “automação” ou de “aplicativos” inseridos na internet, deixando nossos “Doutores” com diplomas desempregados. Quantas profissões já desapareceram nestas duas últimas décadas? Quantas sucumbirão até 2030? Para que se tenha noção do amanhã, exemplificamos um fato previsível para década (2020/2030) que se inicia ano vindouro: a rede bancária funcionará totalmente através da internet. Este segmento profissional (Bancários) em declínio e extinção, ora ainda emprega milhares de trabalhadores “qualificados” através de diplomas universitários nas áreas de Administração, Ciências Contábeis; Economia; Engenharia; Matemática… O que farão a partir da década de 2030/2040?

No quadro deplorável em que se encontra o país – herança dos governos social/populistas instalados desde 1995 – todas as demandas dos diversos setores da sociedade são prioritárias: saúde, educação; segurança pública; infraestrutura; matriz econômica – com política de distribuição de rendas – inspirada na versão século XXI… No caso da educação – ensino superior – a gravidade identificada é se existem chances de “recomeço”. Talvez o governo tenha que refundar este sistema.

Inútil tentar remodelar um método anacrônico e inadequado, através de simples processo de “reciclagem”. Seria o mesmo que utilizar toda tecnologia dos atuais automóveis, num chassis de um Ford T-34  modelo 1930.

Pesquisas oriundas dos Centros Acadêmicos avançados  das Universidades dos países que progrediram no século XX, reposicionaram suas perspectivas num mundo futurista, como “locomotiva” na jornada do progresso científico, puxando o comboio dos mercados de trabalho e consumo. E o que ocorreu no Brasil? Chegando ao poder, as esquerdas adotaram o atávico sistema “sindicalista” dos anos 30 (século passado), posto em prática na Itália de Benito Mussolini (era Fascista), copiado por Getúlio Vargas e que perdura até os dias de hoje.

As Universidades Públicas Brasileiras sindicalizaram-se, priorizando o emprego e garantindo a estabilidade de seus integrantes. Com autonomia financeira, tornaram-se independentes do MEC. Passaram a eleger seus quadros dirigentes (Conselhos) e até Reitores (?). Absurdo visto apenas no Brasil e Cuba. Ao invés do Concurso Publico, optaram pelos “Processos Seletivos”, cuja nomenclatura por si já expressa seu objetivo: só para “cumpanheirada”. Todos seus Reitores da imensa rede de Universidades Públicas (até 2018) eram militantes políticos do PT, PCdoB; PSOL. Tornaram-se difusores e doutrinadores de ideologias, convertidas em “formação de opinião”, que se expandiram de forma geométrica, explorando a ignorância política da juventude de forma perversa, transformando-os em “talibãs”.

Paralelamente, as Universidades Privadas estão se posicionando rapidamente no ranking classificatório – em alguns Estados – bem a frente das públicas. Os Cursos à distância estão sendo moldados dentro das exigências do mercado, garantindo emprego imediato em novas profissões ou atividades, sintonizadas com o mundo globalizado do conhecimento prático. Qual o destino das Universidades Públicas? Opinião sobre este tema com completa radiografia sobre este “sistema”, não permite se encerrar num único artigo. Daremos sequencia. Próximo tema: O DRAMA DOS DOUTORANDOS.

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Emboscada:

ESQUERDAS E CENTRÃO PREPARAM ATAQUE FULMINANTE

Manobras e sabotagens levadas a efeito, desde a posse do presidente Jair Bolsonaro – apenas com de dez meses de gestão – têm sido orquestradas e ganham ênfase, ao se perceber a perfeição do plano para derrubá-lo. As peças soltas deste quebra-cabeça, aos poucos estão se “encaixando” e mostrando a imagem prevista por Zé Dirceu, entrevista publicada pelo El País há um ano: perdemos uma eleição, mas, tomaremos o poder, o que de fato é o mais importante.
As esquerdas, aliadas ao centrão e com apoio logístico do STF, preparam uma emboscada fulminante, onde as chances de sobrevivência do governo Bolsonaro são mínimas, para não dizer “milagrosas”. Os motivos não se atêm ao presente, se impõem por força do inapagável passado de corrupção, que envolveu todos, e culminou na operação lava-jato. A queda de Dilma – eleita por urnas eletrônicas fraudulentas – foi um ato suprapartidário dos patronos da corrupção institucionalizada. A presidente não conseguiu frear a devastadora operação lava-jato, que avançava no formato “efeito dominó”: um a um começou a “cair” e logo todos estariam no chão.

A trama contou com os principais partidos que lhes davam apoio e contraditoriamente, estavam “apojados” nas “tetas” do governo: PMDB, PP; PTB; PR; DEM… Consolidou-se com o “racha” dos ideológicos PDT/PSB. No STF, Ministros nomeados por Dilma – inclusive o último – Edson Fachin, foram incapazes de criarem Jurisprudência procrastinatória, em virtude da “contaminação” da Corte, com nomes de alguns dos seus membros citados pelos grandes empresários delatores da lava-jato. Todos preferiram salvar a pele. Que viesse Temer e parasse a lava-jato.

O candidato Jair Bolsonaro (2018) passou a se constituir como o principal inimigo da “Central” das OCRIM da corrupção. Tomou uma facada – não por questões ideológicas – mas, para eliminar por antecipação um provável justiceiro, considerado algoz da bandidagem do colarinho branco. Escapou do atentado e venceu o pleito. Cumprindo o que havia prometido a seus eleitores, convidou o Juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça. Hoje, se percebe que houve precipitação de ambos. Do convite de Bolsonaro e da concordância do Juiz. Talvez se ainda estivesse em Curitiba, toda a “corja” estaria agora na cadeia.

Michel Temer mudou o foco do país e tentou parar a lava-jato. Esqueceu-se do Procurador Geral da República Rodrigo Janot, que acelerou a mega delação da Odebrecht e pegou os gatunos da JBS e Funaro. Com eles, encurralaram o presidente, levando a corrupção à sala de estar do insuspeito Poder Executivo. Curioso foi a Câmara que cassou Dilma por “pedaladas fiscais”, não ter cassado Michel Temer por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Observem a força do “corporativismo”, que independente de legendas se une para escapar da lei.

O processo silencioso com propósito de derrubarem o governo Bolsonaro, prossegue em ritmo célere, sem a percepção do povo. Aqui, acolá, deixaram “pistas” soltas, ignoradas pelos mais perspicazes observadores, que consideram ainda impossível tamanha ousadia. Mas, a vaidade do Ministro Gilmar Mendes, em uma entrevista concedida a Mário Sérgio Conti da TV Globo News (14/11/2019) deixou marcas evidentes das peadas na trilha por onde caminha o “golpe”. Segundo o Ministro “Lula merece um julgamento justo pelo STF e seu processo pode ser anulado, mesmo com as condenações do TRF-4/STJ”. Culpou a mídia e acusou STJ de medroso (?).

Gilmar Mendes apontou corrupção na Força Tarefa da lava-jato, sugeriu conluio do Juiz Sérgio Moro com os Promotores do MPF; considerou Moro como facilitador da vitória de Bolsonaro, por ter vazado a delação de Palocci nas vésperas da eleição; sobre prisões de Moro ele avaliou como “tortura psicológica”, com objetivo de colher confissão. Criou um roteiro sugerindo que as ações do atual Ministro visavam cegar ao Ministério. Gilmar mostrou-se fiel ao script, e cumpre seu papel na missão da “conspiração”: denegrir e desmoralizar Sérgio Moro, MPF e Força Tarefa da lava-jato.

Paradoxalmente, a única vez que o Ministro Mendes se referiu ao Presidente Jair Bolsonaro foi para elogiá-lo, por ter nomeado para PGR o Procurador Aras – fora da lista do MPF – instituição que ele abomina e denuncia como “corporativista e imoral”. Enalteceu o presidente, por não ter escolhido um nome da Força Tarefa da lava-jato.

Paralelamente, trabalham a quatro mãos em outra frente, o presidente do Senado Federal David Alcolumbre e o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia. Alcolumbre não instalou – e nem instalará – a CPI da lava-toga, impeachment de quatro ministros do STF; votação do fim do foro privilegiado.

Rodrigo Maia por sua vez, tirou o COAF das mãos do Ministro Moro e “guilhotinou” o Secretário da Receita Federal. Já colheu 200 assinaturas para PEC 0037/2019 – criada inexplicavelmente em março – inicio do governo, cujo objetivo é impedir o General Mourão assumir o cargo de Presidente, em caso de cassação, morte ou impedimento do titular Jair Bolsonaro. A PEC não precisa mais passar pela CCJ da Câmara. Pode ser levada a Plenário a qualquer hora, provavelmente antes do recesso do final deste ano, por ocasião da última sessão prevista para 20 de dezembro.

Se em Abril de 2020, o TCU apresentar relatório recomendando a desaprovação das contas do presidente Jair Bolsonaro, será o suficiente para se iniciar um processo de impeachment, numa casa legislativa onde o mesmo está sem partido e em minoria. Só povo pode impedir de acontecer, o que está fatidicamente consumado: Poder Legislativo e Judiciário unidos para derrubar o governo e se salvarem do fantasma da corrupção que os persegue.
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CÁSSIO É ATROPELADO PELO FATOR SURPRESA

 O prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues construiu a maior obra da cidade dos últimos tempos: complexo habitacional ou cidade Aluisio Campos. Segurou o quanto pode o evento da inauguração – entrega das quatro mil unidades habitacionais – na certeza que este “momento” o consagraria historicamente como a maior liderança política da Rainha da Borborema, isolando-se dos demais, e ganhando fôlego para no início do próximo ano, lançar seu candidato a sucessão. Certamente no seu imaginário – e do meio político – derrota sofrida em 2018 pelo grupo Cunha Lima, afastava qualquer perspectiva de um membro deste clã reunir condições para uma disputa municipal.

            E o que se passava pela cabeça de Cássio Cunha Lima? Eleito aos 21 anos deputado federal Constituinte, iniciou uma jornada sucessiva e ininterruptas de vitórias por uma longa temporada de 28 anos. Prefeito de Campina Grande, três vezes; deputado federal duas vezes; governador do Estado duas vezes; senador da República um mandato. Seu primeiro tropeço (derrota) foi em 2014. Mesmo assim, venceu o governador candidato a reeleição Ricardo Coutinho no primeiro turno. No segundo, perdeu por mais de 120 mil votos.

            Em 2018, ao tentar renovar seu mandato para o Senado, foi atingido por um tsunami: Ricardo Coutinho “obrando milagres” avançou nos redutos “Cassistas” e sem piedade o deixou na quarta posição – última – dos que disputaram as duas vagas. Perdeu até em Campina Grande para Daniella Ribeiro, muito embora tenha ficado bem a frente de se concorrente direto, Veneziano Vital do Rego. Entretanto foi “atacado” pelo desconhecido Luís Couto, que lhes arrancou 44 mil votos.

O Marechal “tempo” transformou os “milagres” de Ricardo Coutinho num “calvário”. Está sendo castigado por ter saqueado os cofres públicos. Da  Cruz Vermelha foram desembolsados 200 milhões de reais para compra de votos. Estimado em 100 reais – per capita – compraram o equivalente a dois milhões de sufrágios.

            Além da Cruz Vermelha, já estão surgindo nomes de dezenas de empresas, através das delações premiadas dos envolvidos no maior “esquema” de corrupção da história da Paraíba, estimado pelo GAECO em dois bilhões de reais desviados nos últimos oito anos. Evidente que a visão deste quadro, só pode ser observada agora, depois da prisão e confissões de membros da quadrilha. No pós-campanha de 2018, todos atribuíram a derrota de Cássio, ao cansaço de sua liderança. Esqueceram até de mencionar a “maquina” do Estado usada como “Blitzkrieg”, cujo alvo principal era varrer a resistência “tucana” em todos os redutos da Paraíba.

Sob a ótica de Ricardo Coutinho, a reeleição de Cássio Cunha Lima, ameaçaria seu projeto de voltar ao governo em 2022, passando antes pela PMJP. Para tanto, faltou-lhes coragem de renunciar e disputar uma das vagas do Senado. Talvez este tenha sido o motivo de sua ira: ficar imobilizado, sem mandato e agora sem prerrogativa de foro. Cássio, num tom de desabafo, declarou precipitadamente que estava mudando seu domicilio para Brasília, deixando subentendido que havia abandonado da vida pública.

A ironia do destino, considerado como “fator” surpresa no dia 11/11/2019 – não “elemento” surpresa que é cuidadosamente preparado e planejado – inverteu completamente as expectativas de toda a classe política de Campina Grande e da Paraíba. O primeiro episodio foi à descortesia “oficial” do governador João Azevedo, que deveria ter ido receber o Presidente da República no Aeroporto, devolvendo a gentileza que teve Jair Bolsonaro em recebê-lo em audiência no Palácio do Planalto. Um ato de grosseria. O segundo equivoco foi do Senador Veneziano Vital do Rego, que não soube explorar politicamente a ocasião, oportunidade que destacaria a “paternidade” da obra: governo petista de Dilma Rousseff, hoje sua aliada.

Romero Rodrigues, que deveria ter chegado ao lado de Cássio, talvez tenha avaliado que o ex-senador estivesse com receio de ser apenas um a mais no palanque, completamente perdido no tempo, sem o velho aconchego do povão. Todos erraram e só Cássio que chegou cautelosamente temendo ser percebido, foi ovacionado de modo emocionante como nos velhos tempos e com rasgados elogios de Bolsonaro.

Curioso, imprescindível e imprevisível é a troca repentina de projetos, e o mapa que começa a se redesenhar nas hostes Cunha Lima. Se Romero Rodrigues guardava sob a manga um candidato a sua sucessão, a preferência agora é do ex-senador  Cássio Cunha Lima. Enivaldo Ribeiro pode ser o vice de Cássio, tem direito a uma reeleição. Só, Veneziano jamais enfrentaria Cássio Cunha Lima. Caso venha disputar e vencer o pleito, aquilo que foi planejado por Ricardo Coutinho, quem executará será Cássio Cunha Lima. João Azevedo não terá estrutura para enfrentar o governo federal e provavelmente até 2022, Ricardo Coutinho esteja inelegível.

Cássio Cunha Lima doravante tem que “assoprar” a fogueira, e não deixar a chama baixar. Não repetir o erro cometido em 2014, quando por três anos afirmou que não seria candidato ao governo e apoiaria a reeleição de Ricardo Coutinho. Deixou para  se lançar sete meses antes do pleito, perdendo parte de seu Exército e ganhando o estigma e discurso de traidor.

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NÃO ESPEREM OS MILITARES

Por ocasião do início da “Operação Lava-Jato”, começou a surgir um movimento nas redes sociais, pedindo intervenção das Forças Armadas nos três poderes da república. O povo exigia ampla investigação e punição severa a todos que levaram nas ultimas três décadas o país a bancarrota. A suspensão temporária do processo democrático – continua sendo reivindicação da maioria dos brasileiros – é um fato incontestável que sugere franca demonstração de insegurança, e completa desconfiança nas instituições, exceto nos Militares, particularmente no Exército Brasileiro.

Ao longo dos últimos trinta e cinco anos, a sonhada democracia aspirada por uma “minoria” que tinham sede de poder – não pela maioria do povão – sequestraram uma gigante nação com apoio da grande mídia, e mantiveram sua gente presa no escuro cativeiro da ignorância. Desterraram de suas mentes as conquistas ocorridas entre 1964/1978, período “satanizado” como “a era do chumbo”. Silentes, os Militares não se manifestaram (até o momento) em responder ao clamor popular. Foram “despolitizados” em 1978, pelo ex-presidente Ernesto Geisel, ao perceber que as esquerdas estavam chegando aos quartéis. Tirou-os da vida pública e das ruas, e os conduziu de volta para Caserna, de onde não surgiu mais novas lideranças.

A Lei da Anistia (ampla geral e irrestrita de 1989) – perdoando sequestradores, assassinos; guerrilheiros e seus mentores – teve dois pesos e duas medidas. Os Militares que apenas cumpriram ordens foram vítimas de um golpe cultural/midiático (1986) quando as esquerdas chegaram ao poder, e com revanchismo criaram à fantasmagórica “Comissão da Verdade” para humilhar publicamente as Forças Armadas. O discurso antes de alcançarem o poder era revelar a “roubalheira” dos governos Militares. Como não encontraram nenhum erro, optaram pelo processo de “desconstrução” da história.

Picharam imagens de octogenários – ainda vivos – que se dedicaram em servir ao país, criando mentiras e enredos hediondos. Reescreveram temporariamente este capitulo no formato “quadrinhos”, onde guerrilheiros  assassinos tornaram-se heróis e Militares que defenderam a nação e povo impedindo a instalação de uma verdadeira ditadura comunista, foram considerados vilões truculentos e torturadores. Absurdo!

Os Militares, desde a Independência, tiveram um papel preponderante na história do Brasil. Consolidaram um gigante território de dimensão continental – dentro de um país – falando uma única língua. Contiveram diversas levantes separatistas, com combates e milhares de vítimas. Porém, em julho de 1922 o Exército foi abalado pelo movimento “tenentista”, que exigia mudanças na política e renovação nas Forças Armadas, fato marcado pelo episódio dos dezoito do Forte.

A partir de então, as inquietações foram uma constante nos quartéis que se politizaram. O movimento “tenentista” ganhou força ao longo das décadas que se seguiram, sempre reprovando com intransigência os privilégios da velha política, corrupção e “entreguismo” de nossas riquezas a novos colonizadores travestidos de “investidores”.  Sobreviveu ao Estado Novo – ditadura Vargas – governo de transição do General Gaspar Dutra; crise do suicídio de Getúlio (1954); asseguraram o mandato de Juscelino Kubitschek – abortando algumas sublevações – garantiram a posse do pleito que elegeu Jânio Quadros, mas, não estavam esperando o golpe mais duro: sua renuncia. A partir de então, começaram a estruturar a intervenção.

Com a renúncia de Jânio, por não ceder à gula da “camarilha” que se apoderou do Congresso Nacional, queriam impedir a posse – e até o retorno do vice-presidente João Goulart – que estava em visita oficial a China. Os “tenentes” asseveraram sua volta e posse. Mas, o Congresso promoveu um golpe político na calada da noite, mudando a Constituição e criando um Parlamentarismo, transformando o presidente em “Rainha da Inglaterra”. Usando de poderes Constitucionais, João Goulart um ano depois, convocou um plebiscito e a maioria do povo optou pelo Presidencialismo, defenestrando os abutres congressistas da época (1963) que nada difere dos atuais (2019).

Alguns historiadores consideram 1964 como o fim do ciclo “tenentista” de 1922. O presidente Castelo Branco Chegou ao poder, eleito pelo Congresso Nacional e começou a implantar as sonhadas reformas, através de Atos Institucionais, cassando mandatos de corruptos inveterados, expatriando muito deles; enxugou a máquina pública; extinguiu salários de vereadores, permitido apenas para cidades com mais de 200 mil eleitores; pagou toda a dívida externa; liquidou o rombo e calote da previdência, unificando numa só: INSS. Extinguiu o famigerado “Subsidio Parlamentar” hoje renomeado como “Emendas”. Nenhum dos poderes tinham autonomia financeira (duodécimo sobre o orçamento) e a folha de pagamentos era centralizada no governo federal. Poder Legislativo e Judiciário foi proibido de contratarem e criarem qualquer tipo de despesa extra.

Uma intervenção Militar neste momento seria o ideal para desbaratar as OCRIM que operam dentro e fora dos poderes. Exigira austeridade para se instalar auditorias com IPM – Inquérito Policial Militar; cassação de mandatos; sequestros de bens; concentração das finanças públicas; redistribuição de rendas; muitas prisões e uma nova Constituição. Para por a nação nos trilhos, o tempo presumido será de no mínimo uma década. As Forças Armadas do Brasil tem excelentes comandantes Militares. Mas, será que estão preparados para governarem a nação? Não Esperem os Militares…

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Sucessão Municipal:

A DISTRAÇÃO DE ROMERO

            Restam pouco mais de trezentos dias para as eleições municipais de outubro de 2020. O tempo passou muito rápido, roubando a atenção de toda classe política, envolvida ou sobressaltada com a enxurrada de denuncias e operações policiais, promovida pelo MP no seu incansável combate a corrupção. Nos últimos três anos, o país amanhece diariamente repleto de surpresas, quer seja nos municípios, estado; governo federal; Congresso Nacional; STF… Momentos conturbados para muitos, que terminaram por esquecer-se de olharem o calendário e enxergarem que a democracia tem seus prazos com data e hora marcados, para celebração de sua festa cívica: eleições.

            Campina Grande passou por uma grande transformação urbana nestes últimos sete anos. O prefeito Romero Rodrigues vai deixar marcas históricas de sua gestão, mesmo com adventos indesejáveis, como denuncias de desmandos (corrupção) que envolve membros de sua equipe. Eventos que talvez “pessoalmente” não lhes renda desgaste em curto prazo, todavia, cria roteiro para inspirar fortes discursos da oposição, por ocasião da campanha com vistas a sua sucessão. Mais grave tem sido sua distração em não ter ainda começado a preparar seu candidato, na certeza que o tempo esperará por seu momento. A desatenção para este pequeno detalhe, criou um vácuo dentro da aliança partidária que o apoia, abrindo-se espaços que começam a ser preenchidos por nomes alheios ao seu meio.

            Formadores de opinião da sociedade começam a especular sobre dois importantes nomes, como pré-candidatos. Dalton Gadelha da UNIFACISA, que está dando uma grande contribuição para a cidade se tornar um polo regional de educação e saúde, e o médico Geraldo Medeiros, consagrado como excelente gestor na área da saúde pública, probo – acima de qualquer suspeita – distante das investigações que apuram os desvios da “operação calvário”, praticados pela Cruz Vermelha.

            Na medida em que a administração Romero Rodrigues avança, com conquistas extraordinárias para cidade – destaque-se o fim do déficit habitacional – e a gigantesca obra do complexo habitacional “Aluizio Campos”, paradoxalmente ele se distancia no ranking que elenca as principais lideranças políticas do Estado. Nestes últimos sete anos, tenta enxergar no empoeirado retrovisor de sua trajetória, onde “se apeou” o seu líder,  ex-senador Cássio Cunha Lima, com duas derrotas consecutivas: 2014/2018.

A queda brutal da popularidade do deputado federal Pedro Cunha Lima; reeleição “suada” de seu contraparente Tovar; Daniella Ribeiro suplantando Cássio na Rainha da Borborema (?) absurdo! Bruno Cunha Lima sendo derrotado por Edna para câmara dos deputados… Acrescente-se ainda, baixas inestimáveis registradas por deserção do valente exercito que compunham a “Legião de Honra” do Ronaldismo/Cassista.

 Dalton Gadelha, despido de ambições ou projetos políticos, está no comando do maior empreendimento da cidade: UNIFACISA. Concluirá até o inicio de 2020, um dos mais bem equipado hospital do país, com tecnologia de última geração. Profissionais vindos do exterior, através de cooperação técnica/científica – objeto de convênios celebrados com os grandes centros de pesquisas da área médica – propiciará um  intercâmbio com o centro médico da UNIFACISA, cujo curso de Medicina recebe “cinco estrelas” do MEC, posicionando-se acima ou a frente da UFCG e UFPB. Não se sabe em qual legenda Dalton pertence – muito menos se é filiado a algum partido – nem se aceitará disputar as eleições de 2020. Porém, seu nome desponta como forte candidato.

Quanto a Geraldo Medeiros é o nome ideal para o governador João Azevedo. Não tem a rejeição do senador Veneziano, e está apto a conquistar o eleitorado do ex-cabeludo. Abre inclusive à perspectiva de acomodar o atual vice-prefeito Enivaldo Ribeiro – que pode ser candidato à reeleição – trazendo para seu palanque a senadora Daniella Ribeiro e o deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que têm interesse em se aproximar do governo do estado, fortalecendo a aliança que apoia João Azevedo.

Finalmente, Romero Rodrigues sai com quem? Félix Araújo Neto?

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Operação Calvário:
O SILÊNCIO SEPULCRAL DO TRE-PB

Desde as primeiras diligências da “Operação Calvário”, investigação hoje merecedora de elogios ao GAECO-PB – que inúmeras vezes criticamos sua lentidão, confrontando com a agilidade do GAECO-RN – a Paraíba espera uma reação do TRE-PB, manifestando-se sobre duas dezenas de ações ajuizadas pelas coligações derrotadas em 2018, todas acusando o PSB de praticar abuso do poder econômico e o ex-governador Ricardo Coutinho pelo uso da máquina pública em favor de seu candidato.
O TRE-PB tem um comportamento estranho. Nunca deu “provimento” a uma ação eleitoral contra o ex-governador José Maranhão, desde o imbróglio das convenções que derrotaram o então senador Ronaldo Cunha Lima nas convenções do PMDB de 1988. As ações contra o ex-governador Ricardo Coutinho se arrastaram por longos quatro e oito anos para serem julgadas. Uma foi parar no TSE, cujo julgamento envergonhou a nação. O Ministro Relator demonstrou claramente que não leu o processo. Discorreu sobre sua passagem pela Justiça Federal na Paraíba, e seu saudosismo deste período (?).
Contra Veneziano Vital do Rego – então prefeito de Campina Grande – o descaso com a lei passou dos limites. Algo jamais visto em nenhuma Corte de Justiça, a não ser em Tribunais de Exceções, quando o réu vai apenas ouvir o veredicto formal do que já foi decidido. Atropelaram até o Regimento da Corte. A Sessão se iniciou e o Juiz Relator votou pela cassação do mandato do então prefeito Veneziano Vital do Rego reeleito em 2008, exibindo farta materialidade de provas que atestavam abuso do poder econômico e uso da máquina. Foi seguido por mais dois desembargadores.
Quando o quarto Desembargador se preparava para pronunciar seu voto, decidindo a cassação, o presidente da Corte – que só vota em caso de empate – se antecipou e pediu vistas. Duas sessões seguintes, a Corte volta a se reunir e o Relator mudou seu voto – posicionando- se contra a cassação – e foi seguido por todos (até pelo presidente) que fez questão de votar. Em apenas sete dias, reverteram um 3×0, em 7×0. A gravidade dos fatos trouxe a então Ministra Eliana Calmon, presidente do CNJ a Paraíba, para exigir uma correição sobre o episódio, logo arquivado pelo TJ-PB.
O saudoso Tribuno Vital do Rego sempre mencionava com certa insipidez, a “politização” instalada nos TRE e no TSE, Corte que ajudou na sua formatação, Constituição de 1988. Este comentário ganhou ênfase por ocasião da cassação do mandato do ex-governador Cássio Cunha Lima, ocorrido dentro de um rito de celeridade sem precedentes na história, numa única sessão de cinco horas de duração.
Oito meses após sua posse, Cássio Cunha Lima teve seu mandato cassado pelo TRE-PB. Sua permanecia no governo, por pouco mais de um ano, deveu-se a inúmeros embargos da defesa e pedido de vistas dos Ministros (TSE). O saudoso Tribuno, que foi participar como convidado da sessão de julgamento do TRE-PB confessou-me seu estarrecimento com o comportamento excêntrico da Corte, a partir de seu presidente, que queria empossar após o encerramento e cassação, o então Senador José Maranhão, antes da publicação dos acórdãos e notificação do cassado, assegurando-lhes o direito constitucional da “ampla defesa”.
Todas as delações feitas até agora pelos investigados da “Operação Calvário”, se reportam diretamente a caixa dois e propinas destinadas para compra de votos nas eleições de 2018. A Cruz Vermelha registra desembolso de 200 milhões de reais, dinheiro que desequilibraria uma campanha presidencial, imagine uma eleição para governo. O nome de João Azevedo ainda não foi citado. Em nossa opinião, talvez jamais seja. Ele poderia até  suspeitar o que estava acontecendo em seu derredor. Mas, dá ou receber dinheiro, não cabe dentro da moldura do seu perfil.
O conteúdo de todas estas delações está sendo encaminhado ao Ministério Público Eleitoral? Elas se constituem em provas, preenchendo lacunas das denuncias feitas pelas coligações derrotadas em 2018. O que ainda espera o TRE-PB para fazer estes processos andarem? Todos ainda dormitam no protocolo, aguardando despachos e designação de Relatores. Enquanto isto, quinto Constitucional, afia facas e garfos para o grande banquete.

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A REVANCHE ALEXANDRE DE MORAES É A SALVAÇÃO DO STF

O ex-presidente Michel Temer, logo após o impeachment da presidente Dilma Rousseff, se preparou para ser reeleito no cargo. Gozando de popularidade momentânea imposta pela grande mídia nacional, era festejado pelo Congresso, STF; STJ. Mas, esqueceu a PGR (Procuradoria Geral da Repúbica) e a figura polêmica de seu titular Rodrigo Janot, escudeiro e protetor do MPF, patrocinador da operação Lava-Jato.

O inesperado e fatídico acidente (?) que culminou na morte do Ministro Teori Zavascki (STF), deu a oportunidade para Michel Temer escolher o sucessor. Optou pelo “tucano” Alexandre de Moraes, ex-secretário de segurança pública do governo Geraldo Alckmin, indicado Ministro da Justiça e Segurança Pública no início do governo Temer pela bancada do PSDB, que o escalou para importante missão de limitar as investigações da lava-jato, restringindo-as no âmbito do PT. Nada de avançar contra o PSDB, PMDB; PP… Com o PT “desalojado” do Planalto Central, criar-se-ia uma agenda de “revezamento do poder”. Senado, Câmara e Presidência da República estavam sob o comando do PMDB: Renan, Eduardo Cunha e Michel Temer. PSDB foi convidado para sentar a mesa, na condição de reciprocidade: apoio no Congresso Nacional. Tudo acertado, mas, esqueceu-se de consultar Rodrigo Janot.

Quem ouviu, assistiu ou leu atentamente o discurso de posse de Rodrigo Janot, não se enganou com os desdobramentos da operação lava-jato e outros atos ousados como a delação dos irmãos Batistas (JBS), primeira denuncia contra o ex-presidente Michel Temer por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução a justiça. Na sequencia, prisões de ex-ministros – até então “insuspeitos” – e honoráveis lideranças políticas, que aparentemente sugeria respeitabilidade incontestável. Homens grisalhos, com dezenas de anos na vida pública, foram algemados e encarcerados como ladrões, quadrilheiros e bandidos da pior espécie.

Quando esteve como Ministro da Justiça e Segurança Pública, Alexandre de Moraes tinha o controle da Força de Segurança Nacional, Polícia Federal e Advocacia Geral da União (AGU). Seu papel era “estreitar” o relacionamento com o STF e “engessar” a PGR, matando por asfixia a operação lava-jato. Ex-presidente Michel Temer navegava em “mar de Almirante”… Em apenas onze meses, Alexandre de Moraes teve seu nome indicado para o STF, apoiado pelos ministros Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Luiz Fux, que enfrentaram publicamente a oposição de alguns parlamentares, criticando a indicação como “partidária”.

Não se sabe se Alexandre de Moraes tentou cumprir a parte mais difícil de sua incumbência: propor a recondução de Rodrigo Janot na PGR, em troca, sepultar à lava-jato. Talvez lhes tenha faltado coragem ou oportunidade. Mal se sentou na cadeira (STF), veio à surpresa: pedido de prisão de Eduardo Cunha, Moreira Franco; Eliseu Padilha; Gedel Vieira Lima; denuncias contra Aécio Neves; Aluisio Nunes; prisão da irmã de Aécio Neves; Michel Temer apontado – em segunda denuncia – como chefe de organização criminosa, após delação do doleiro Lúcio Funaro. O mundo ruiu. Não era só o PT que roubava, segundo Janot e a PGR, eram quase todas as legendas.

O que fazer para conter Janot? Quando tomou conhecimento que não seria reconduzido por mais dois anos, concedeu entrevista e foi claro: “enquanto houver bambu, teremos flechas”. Ex-presidente Michel Temer escolheu uma opositora do Procurador Geral: Raquel Dodge. Entretanto, os estragos feitos pelo “bombardeio” de Janot, popularizou a lava-jato transformando-a na única instituição justiceira do país. Notabilizou a coragem do Juiz Sérgio Moro, hoje herói nacional. E, provocou uma reviravolta no mundo político, culminando na eleição do presidente Jair Bolsonaro. Não esqueçamos que, se ao invés de Rodrigo Janot estivesse na PGR um Sepúlveda Pertence, não existiria lava-jato, Sérgio Moro e Jair Bolsonaro.

Um fato que ocorreu em 2017 – Janot ter desejado assassinar Gilmar Mendes – narrado e confessado em áudio dois anos depois, ser merecedor de uma reação tão forte como a do Ministro Alexandre de Morais, causou perplexidade e medo em todo o país. Principalmente após o Senado ter coibido – através da Lei de Abuso de Autoridade – atos arbitrários deste tipo, inimaginável ser cometido contra alguém que tem Foro Privilegiado. Invadir o apartamento de um Procurador da República, sem denúncia e sequer um Boletim de Ocorrência! Apreender sua arma – posse e porte garantidos pela Constituição – e o mais grave: levar seu computador? Qual a finalidade da apreensão do computador? Ele põe em ameaça a vida de Gilmar Mendes ou a existência do STF? A vingança foi explicitada de forma tão clara e indiscutível, semelhante a “batom na cueca”. O que não se esperava era a precaução de apreender o computador de Janot.

A última manifestação do Ministro Barroso – voto vencido contra o perdão ao crime do colarinho branco – defendido por seus pares da Corte, reforçou seu argumento historiando passo a passo todos os atos orquestrados pelo STF, para acabar com a lava-jato. Mostrou que país está em rota de colisão frontal com suas instituições e o desastre é inevitável. Não dá para esperar mais três longos anos por uma nova eleição.

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ANO VINDOURO QUAL O PALANQUE DE RICARDO?

            Desde o final do governo Buriti (I), que todo “ex” é considerado um governador em férias. Começou com o próprio Buriti, que retornou depois de quatro anos (1986), rompido com o candidato que elegera (Wilson Braga) e a máquina do Estado no comando de Milton Cabral. Derrotou Marcondes Gadelha e o próprio Braga para o Senado. Este resultado acachapante, não tirou do homem do Canaã o status de “governador em féria”. Nas eleições de 1990 – a primeira com dois turnos – venceu no primeiro para Ronaldo Cunha Lima. As alianças para o segundo o derrotaram.

            Ronaldo, Maranhão e Cássio, todos ocuparam a posição de “governador em férias”. Ganhando ou perdendo – as disputas sempre foram renhidas – o embate se inicia a partir das eleições municipais dois anos antes. Hora de mostrar força política nos principais colégios eleitorais, especialmente na “espinha dorsal” do Estado: Cabedelo, João Pessoa; Guarabira; Campina Grande; Patos; Sousa e Cajazeiras. A oposição sempre vencia nestes redutos, turbinando a candidatura do “governador em férias”.

            Passaram-se apenas oito meses – fora do governo – Ricardo Coutinho surpreende a todos, por ser o primeiro ex-governador a atingir sua compulsória na vida pública, sem chances sequer de ser considerado mais um “governador em férias”. Previmos neste espaço, que a lua de mel entre um “ex” e seu sucessor, nunca completa o primeiro aniversário. Extraordinariamente, só no caso de José Maranhão que era vice de Antônio Mariz. Ambos não tinham “bases”, nem quadros políticos. Mariz não teve tempo de formar sua equipe. Maranhão deixou Ronaldo – no Senado Federal – governar por quase três anos. O único remanescente da equipe de Mariz, Mário Silveira – após o episodio do Clube Campestre – foi quem criou a estrutura para enfrentar Ronaldo, não através das urnas, mas, em duas convenções partidárias (PMDB 1998).

            Combatendo em diversas frentes – criadas por ele mesmo – Ricardo Coutinho já sinaliza desespero, ao perceber que pode se tornar algo tão excêntrico na história política da Paraíba, quanto a sua imprevista eleição para a PMJP em 2004. O efeito “fermento” que deu robustez a sua trajetória até 2018 foi trocado por pela formula “sonrisal”. Sua liderança alicerçada no medo – usada de forma intimidatória – provocou uma debandada no núcleo girassol estranhamente movida pelo sentimento de “alforria” (?). Dissolveu-se no governo, na ALPB; e se diluiu em sua própria legenda, PSB.

A crônica política especula que irá liderar as oposições, divididas pelo abandono do ex-senador Cássio Cunha Lima e a inapetência do senador José Maranhão. Mas, como fará isto? Ser oposição ao governo que ele elegeu e esteve lá até noventa dias atrás? Desqualificam-se suas duas gestões. João Azevedo é continuísmo em obras, serviços e ações, em expansão, concebidas pelo próprio Ricardo.

Recomeçar se elegendo novamente prefeito da Capital? Falta-lhes o principal: discurso. Enfrentar duas máquinas? PMJP e governo do Estado? Seria um ato de ousadia inimaginável. Já sofreu duas derrotas consecutivas para os irmãos Cartaxos. A operação Calvário – calcanhar de Aquiles – não tem data e hora para terminar. E, quem subirá no seu palanque? Alias, em que palanque ele estará? Como ensina algumas correntes filosóficas, os “ativos” (fortes) sempre são derrotados pelos “reativos” (fracos). Ricardo superestimou a si mesmo, e subestimou valores de todos que o cercavam.

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Manifestação em Monteiro:
RICARDO COUTINHO AVISTA DECLÍNIO DE SUA LIDERANÇA

Em tempos de internet e a velocidade de suas informações, os políticos começam a se perderem ao medir seu prestigio, iludidos pela mídia tradicional que ora vende o que não dispõe mais na prateleira: credibilidade. Ricardo Coutinho – endeusado desde 2004 pelos plantonistas da comunicação oportuna – acreditou que era tão insuperável, quanto o notabilizaram seus assessores de comunicações e marqueteiros. Elegeram-no como guia de um povo, que por múltiplas razões o consagraram em triunfos extraordinárias. Os métodos? Pouco importa. Em guerras, à ética é pisoteada pelo cego propósito de vitória.

O comício ontem na cidade de Monteiro – evento marcado por um fiasco sem precedentes – deve ser considerado como o primeiro, dos seus piores momentos da vida pública, de outros que ainda poderão advir, resultado de um conjunto e erros e abusos praticados pelo próprio Ricardo Coutinho. Que imagem levou Fernand Haddad, Gleisi Hoffmann; o filho de Eduardo Campos e outros parlamentares petistas do nordeste, daquele que se propunha assumir uma liderança nacional na campanha Lula Livre, e no combate direto ao presidente Jair Bolsonaro?

Inaceitável foi à maneira como enganaram os pouquíssimos presentes. Os locutores anunciavam: “daqui a pouco, presença do governador e sua comitiva”, subtendendo-se que seria João Azevedo. Quando Ricardo Coutinho chegou, os locutores continuaram: “acaba de chegar o governador Ricardo Coutinho” (?). Senador Veneziano Vital do Rego estava num restaurante na entrada da cidade, certamente esperado João Azevedo. Alguém deve ter ligado para ele. Apressou seu almoço e partiu. Do palanque os locutores anunciavam seu nome, mas, lá não apareceu. Da cidade de Monteiro talvez tivesse 100 pessoas. O resto veio nas caravanas de Ônibus.

Arrogância e prepotência são vícios adquiridos na longevidade do poder. O modo como o ex-governador Ricardo Coutinho passou a tratar seu sucessor, foi algo tão abominável pela população, que chegou a comover até a insensível classe política composta pelos que cercavam e se abrigavam na mesma legenda do “socialista”. João Azevedo recebeu apenas as chaves da granja Santana. Na visão de Ricardo e seus asseclas, já estava de bom tamanho. Tudo continuaria como d’antes. Que loucura!

A deserção de Monteiro foi mais uma vitoria de João Azevedo, que não entrou na briga e jamais procurou este tipo de enfrentamento. Seguiu Ricardo Coutinho desde os tempos de prefeito da Capital, despido de qualquer ambição política. Foi tão sincero e correto, que terminou sendo escolhido como candidato de “confiança” do ex-governador. Será que cofundiram sinceridade com ingenuidade? Talvez equivocadamente sim, já que a figura de João é desprovida de vaidade.

Alguns saudosistas da era “Ricardista” querem atribuir o fracasso de Monteiro a falta do “poder de caneta”. Neste caso, Ricardo nunca foi um líder. Antes da “caneta” ele sozinho – como vereador – juntava mais gente. Por que não se observa o evento sob outro prisma? Operação Calvário, por exemplo. No palanque, exceção feita apenas ao filho de Eduardo Campos, a constelação era de estrelas cadentes: todos respondem a processos por corrupção, formação de quadrilha… O povo está mudando seus conceitos sobre lideranças, paradoxalmente “mitificadas” por eles mesmos. Os tempos são outros, que o diga Ricardo Coutinho hoje, após o inesquecível “momento de Monteiro”.

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DESTERRO DOS GIRASSÓIS

            Ex-governador Ricardo Coutinho – professor da área de Saúde da UFPB – demonstra profunda desprezo ou ignorância pela história, ao desaperceber que o futuro sempre esteve no passado. Os eventos se repetem em forma de espiral, e as lideranças se esgotam em si mesmo, nos limites da mediocridade permeada pela vaidade exacerbada. Perder uma disputa pelo comando de sua própria legenda (PSB)?  Quem não tem a capacidade de liderar seu próprio exército, perde as dragonas que carrega sobre os ombros e o respeito da tropa.

            Humildade é a palavra mais pronunciada pelos políticos, muito embora (paradoxalmente) poucos a exerçam na pratica, ou interpretem seu real significado. Poder não se transfere, se conquista. Não importa os métodos, carisma ou sorte de João Azevedo – mesmo que os “girassóis” o considerem “cria” do ex-governador Ricardo Coutinho – são inquestionáveis suas conquistas, a partir da escolha do seu nome como candidato do PSB ao governo do Estado em 2018. Derrotar em primeiro turno dois opositores de peso, não é tarefa fácil. Um representando o PSDB, apoiado pelo ex-senador Cássio Cunha Lima, prefeito da Capital; prefeito de Campina Grande… O outro, senador da república, ex-governador que já comandou três vezes os destinos da Paraíba. Nem o próprio Ricardo, nos seus melhores dias, conseguiu tamanha façanha.

            Na história de todas as civilizações, o poder sempre foi “piramidal”. Roma no auge de sua expansão – período republicano – até que tentou modificar este método, criando um Triunvirato. Não funcionou. Ex-governador Ricardo Coutinho, quando passou o “bastão” para João Azevedo, foi aconselhado pela maioria dos seus amigos “mergulhar” temporariamente, e deixar seu sucessor “tocar o barco”. Experimentar as primeiras tempestades, criar seu próprio estilo e tomar gosto pela governança. Nos momentos difíceis, necessariamente o procuraria para contemporizar as “meditas” na aliança partidária que sustentaria a governabilidade. Isto era o obvio e o mais prudente. Mas, a vaidade, alimentada pela bajulação midiático-palaciana o transformou num árbitro do governo. Uma “Eminência Parda” que de “fato” governava até quem de “direito” ocupava o cargo governador. João Azevedo foi muito tolerante…

            Ricardo Coutinho começou a arrostar de forma autoritária o governo federal – legitimamente eleito pelo povo – que já não suportava mais o PT e a quadrilha composta por seu séquito de aliados. Postura que obstruía os caminhos de João Azevedo na busca de apoio financeiro para sua gestão. Difícil… Em seguida, “Operação Calvário” prende por corrupção e formação de quadrilha a supersecretária Livânia Farias. A Paraíba descobre que a Secretária de Finanças do Governo do Estado era a “companheira” do ex-governador Ricardo Coutinho. Boquiaberto, o povão estarrecido indagava: João Azevedo é mesmo governador?

Gilberto Carneiro – General quatro estrelas das tropas “Ricardistas” se afasta voluntariamente, após sua “imediata” ser presa. Neste caso, só restou ao governador João Azevedo a alternativa “Djalma Marinho”*: “ao Rei tudo, menos a honra”. Com ou sem delações que o envolva no desvio constatado de 200 milhões de reais, a imagem de Ricardo Coutinho desgastou-se rapidamente, ao ponto de perder o respeito e prestígio da maioria dos diretorianos da legenda que o abriga. Sua ira foi punir Edvaldo Rosas, presidente do PSB: destituí-o de forma ilegítima e por um ato de força da executiva nacional. Um verdadeiro absurdo praticado por quem defende a democracia.

Apesar de ter um semblante arrogante, prepotente, Edvaldo Rosas demonstrou que sabe o significado da palavra “humildade”. Foi o “carregador de piano” do PSB e Escudeiro Mor de Ricardo Coutinho desde seu primeiro mandato como prefeito de João Pessoa. Considerado como da “cozinha” de Ricardo, Edvaldo desde 2004 que prepara banquetes para receber convidados que querem sentar a mesa de jantar do poder: Gervásio Maia, Adriano Galdino; Ricardo Barbosa; Efraim pai e filho; família Mota de Patos; Veneziano Vital do Rego… Para ele, a refeição viria das sobras, ou se serviria após os convivas sentirem-se regalados. Candidatou-se a deputado federal, perdeu. Estadual, idem. Nunca ocupou um espaço de prestígio no primeiro escalão da era “Ricardista”. Viu todos seus adversários de outrora atropelarem-no, por ser absolutamente invisível dentro do poder, e para quem servia. A vingança é um prato frio… Represálias são atos absolutamente necessários e indispensáveis no mundo político. Afinal, com quem Edvaldo Rosas aprendeu? Com aquele que traiu Nadja e Herbert Palitot, Luciano Agra; Roseana Meira; Nonato Bandeira…

*Djalma Marinho – deputado federal do Rio Grande do Norte, udenista depois arenista. Líder do governo na câmara, quando estourou a bronca dos militares, pedindo licença para processar Márcio Moreira Alves. Jornalista e deputado federal que fez um artigo bobo, pedindo às moças que não dançassem a valsa com os cadetes formando no baile da AMAN. Este episódio culminou no fechamento do Congresso e cassação de vários parlamentares, lista encabelada por Mário Covas. Na hora de votar, Djalma fez um rápido pronunciamento sobre sua lealdade. Mas, no final votou contra os militares e justificou: “ao Rei tudo, menos a honra”. Não foi punido nem cassado.

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DECISÃO ESTÁ NAS MÃOS DO SECRETÁRIO ROGÉRIO MARINHO 

            Desde o ano de 2008 que escrevemos sobre a OAB, os conflitos jurisdicionais absurdos e ilegais que mantêm a instituição, como “filtro” para atestar a capacidade de trabalho e atuação dos Bacharéis diplomados pelo MEC. Combatemos também sua intromissão “politiqueira”, indevida, descabida e absurda, nas discussões dos grandes temas Republicanos de competência dos três poderes. Comportam-se como se fossem um quarto poder, mesmo diante de sua ilegitimidade. A OAB foi extinta no ano de 1991, pelo Decreto nº 11*, que revogou o Decreto 19.408 de 18 de novembro de 1930.

Atualmente existem mais de dois milhões de Bacharéis em Ciência Jurídicas – diplomados pelo MEC – que foram selecionados para ingressarem na Faculdade de Direito através de vestibular ou do Enem – impedidos de exercerem sua profissão. Frustrados? Bem pior que isto! São vítimas de um conluio que age como cartel, para controlar a livre concorrência no mercado de trabalho. Não é fácil concluir um curso com 10 períodos semestrais, cumprindo calendário de provas mensalmente aplicadas – testando o nível de conhecimento adquirido em cada matéria estudada – e ao final da extenuante jornada, com o “canudo” na mão, ficar impedido de trabalhar. Exige-se outra prova (Exame da Ordem) para adquirirem apenas uma carteira. Absurdo! Médico recebe o diploma, vai ao CRM, onde lhes conferem um número cadastral, confecciona seu “carimbo” e começa a clinicar imediatamente. O mesmo acontece com todas as demais profissões: engenheiros, dentistas; enfermeiros; professores…

Ao admitir o exame da OAB, o Estado está mentindo ou ludibriando o estudante de Direito desde 1994? Segundo a Carta Magna, é competência exclusiva do Ministério da Educação, o direito e dever de diplomar estudantes, através dos cursos ofertados pela instituição que formata suas grades curriculares de aprendizado e ensino. Por que o MEC nunca deu um basta no abuso que vem sendo cometido há 15 anos pela OAB? Uma entidade classista, corporativista que se “agarra” a um Estatuto incoerente e posiciona-se acima da Constituição? A OAB atropela não só o MEC, mas o Ministério do Trabalho (hoje Secretaria) que considera Advogado, o profissional diplomado por uma Faculdade que tenha a chancela do MEC, não de uma entidade cuja responsabilidade se limitada na fiscalização de conduta.

Um dos três pilares da nossa República é o Poder Judiciário, representado pelo colegiado do STF – Superior Tribunal Federal. Para ser Ministro do STF, não precisa ser advogado, muito menos ter a “carteira” da OAB. A Constituição exige apenas “notável saber jurídico”. Ex-ministro do STF, Joaquim Barbosa não tinha carteira da OAB. Ao se aposentar exigiu sua carteia, e a OAB emitiu (?). Como? A lei não vale para todos? Por que dispensaram o ex-ministro de fazer o Exame da Ordem?

Durante toda sua existência, a OAB só se posicionou apenas duas vezes em defesa da cidadania e do Estado de Direito. Em 1969, após o recrudescimento do regime militar com a promulgação do AI-5 – que despia o cidadão de garantias individuais – introduziu a “Censura Prévia” e limitou os direitos de expressão e manifestações, e em 1984 na campanha das “Diretas Já”. PEC do deputado federal Dante de Oliveira, que defendia eleições diretas para Presidência da República. Entretanto a OAB se mostra contraditória, por nunca ter realizado eleições diretas para eleger seu próprio presidente.

A luz no fim do túnel para os Bacharéis vitimados pela tirania da OAB foi à reforma trabalhista (2017) e a eleição do presidente Bolsonaro. A extinção do Ministério do Trabalho e uma nova política para Sindicatos e Conselhos Classistas que será implantada pelo Secretário Rogério Marinho, amplia mais as possibilidades de por um fim nesta abissal ilegalidade do Exame da Ordem. O corajoso Ministro da Educação Abraham Weintraub precisa ser provocado e entrar em cena, para decidir se o estudante de Direito deve ser diplomado pelo MEC, ou simplesmente se preparar como autodidata (rábula) e fazer o exame da Ordem para ser Advogado.

Antes que esqueçamos, o “caixa” da OAB deve ser auditado pelo TCU a pedido do MEC. Desde 1994 que cobram uma taxa caríssima de inscrição para o exame ou prova da Ordem. São bilhões de reais entesourados, de origem e destino questionável. O MEC autorizou a OAB fazer este exame? Quem elabora estas provas, pertence aos quadros da Secretaria de Ensino Superior do MEC, que abona a grade curricular do curso de Direito? Neste caso, a OAB se apropriou indevidamente de recursos que podem ser confiscados pelo MEC em ação patrocinada pela Advocacia Geral da União.

*Decreto nº 11 de 18 de janeiro de 1991, extinguiu a Ordem dos Advogados do Brasil como Autarquia vinculada ao Poder Judiciário, responsável por fiscalizar o exercício da profissão de Advogado no Brasil, criada pelo Decreto 19.480 de 18 de novembro de 1930, ato do Presidente da Junta Governativa Revolucionária de 1930 (Ditadura Vargas). Quando uma Lei é extinta, os efeitos que ela provoca só voltam a valer se houver repristinação. Para maiores detalhes e amplo esclarecimento, conferir o link https://jus.com.br/artigos/64547/oab-uma-autarquia-que-foi-extinta-em-1991

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Escândalo da Merenda:

A BUROCRACIA FORMA QUADRILHAS

            O ex-prefeito de Campina Grande, Williams de Souza Arruda – eleito vice de Newton Rique, cassado em 1964 – antes de concluir seu mandato publicou um aviso nos jornais e emissoras de rádio comunicando que quem tivesse débito a receber do município, se dirigisse a seu gabinete para recebê-lo. Bons e saudáveis tempos… Onde os gestores não eram obrigados a seguirem leis, decretos nem portarias sobre sua conduta administrativa. Só deviam satisfações a Câmara Municipal, a quem caberia aprovar ou não suas contas.

            Williams de Souza Arruda recebia dos Secretários o pedido de compra de materiais e insumos, e ele mesmo ia fazer as compras. Percorria a Rua João Pessoa, Feira Central e centro da cidade, onde o preço fosse mais barato, comprava, pedia a nota fiscal e pagava na hora com um cheque da PMCG. Não existia possibilidade de corrupção. Poderia até ocorrer desvio de materiais no almoxarifado, mas, logo que detectado o responsável era preso e demitido por justa causa. Infelizmente, nos anos 70 o Governo Federal se deparou com casos da corrupção, pelo tamanho do Estado que estava se agigantando, e a administração que aos poucos foi sendo descentralizada. Criou-se então a necessidade de uma lei, com conjunto de regras para compra e aquisição de materiais e equipamentos, sobretudo contratação de obra de engenharia: Decreto Lei 200. Um modelo simples e eficaz, semelhante ao dos Estados Unidos. Os órgãos tinham uma lista de preços, a Comissão de Licitação divulgava o edital, e venceria quem mais se aproximasse do preço oferecido pelo órgão licitante, que permitia uma oscilação de 10%, para mais ou para menos.

            Enquanto vigorou este decreto – substituído por outro pelo presidente FHC – não ocorreram casos de superfaturamentos. Mas, a formação de “times das licitações” foi inevitável. As exigências burocráticas foram aumentando, os editais começaram a enxertar exigências esdrúxulas – não havia garantia de pontualidade dos pagamentos – fato que levou a maioria das grandes empresas abandonarem os certames. A Lei em vigor que vem de FHC afastou todos definitivamente, e só permaneceu quem era do “ramo”. Para fornecer mil toneladas de alimentos, basta ter um escritório em casa, uma firma registrada com Capital Social que atenda as exigências do edital, cerca de 40 certidões atualizadas. Não precisa de galpões, estoques ou armazenamento. Quem vence as licitações, compra onde bem quer e entende, e entrega no Almoxarifado destinado. Atestada a nota, aguarda o pagamento, fazendo promessas com todos os Santos e prometendo vantagem a funcionários corruptos – em postos exigidos pela burocracia – para que ponha seu processo em andamento. Com muita sorte, amizade e propina (em alguns casos), do dia da licitação até receber o dinheiro são no mínimo 120 dias. Quem criou tudo isto? O empreguismo político, os Tribunais de Contas; os órgãos de fiscalização e controle que em nada ajudam – só atrapalham – e criam espaço para que prospere a corrupção.

            Se fosse aos tempos de Williams Arruda, a Secretária de Educação da PMCG jamais teria sido presa. Nem Romero Rodrigues passaria pelo vexame ou dissabor das críticas politiqueiras, que nestas ocasiões se “alopram” e confundem a população desinformada. Ao assumir o Governo do Estado da Paraíba no ano de 2003, Cássio Cunha Lima se deparou com o inesperado. A barragem de Camará, com a metade de sua capacidade tinha rompido, causando prejuízos até hoje incalculáveis á população, e para o governo federal, algumas dezenas de milhões de reais. Quem foi o culpado? Não se sabe, nunca apareceu. José Maranhão disse que entregou a obra, poucos dias antes de deixar o governo. Cássio não tinha culpa porque a garantia do Construtor é de cinco anos. O processo ainda “rola” na Justiça, outra obra foi construída, e não apareceram responsáveis. De fato e sob o ponto de vista lógico, quem deveria ser punida era a burocracia. João Agripino em seu governo – mesmo período de Williams Arruda era prefeito – construiu a BR 230. Quem vistoriava a obra era ele – em pessoa – antes de liberar o pagamento das medições. Se algo de errado acontecesse, era o único responsável, como Williams Arruda no caso de PMCG. O povo conhece um processo licitatório? Claro que não. Está na hora de começarmos a lutar para derrubar esta burocracia infernal, que inexiste em regimes democráticos, são úteis em regimes de força, nas ditaduras ou autocracias.

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Reforma da Previdência:

CÂMARA DOS DEPUTADOS VAI COBRAR A CONTA

            A alegria do povo em saber que foram as ruas e conquistaram a reforma da previdência, foi frustrado antes da votação de ontem, pela entrevista publicada no site O Antagonista, concedida pelo presidente da câmara Rodrigo Maia. Um detalhe simples, (imperceptível) revelou mais uma vez que a história não erra: é impossível uma mudança sem rupturas. Não se faz omeletes sem quebrar ovos.

            Acompanhamos todos os passos do deputado federal Rodrigo Maia, após a última manifestação que referendou nas avenidas e praças públicas do país – mais uma vez – a vontade popular da maioria dos brasileiros em fazer a Reforma da Previdência, apoiar o pacote anticrime do Juiz Sérgio Moro e manter a operação lava-jato. Por mais que disfarçasse sua revolta contra estes movimentos cívicos, Rodrigo Maia não conseguia esconder seu desprezo pela identificação de o governo do presidente Jair Bolsonaro, com os anseios da nação. Psicótico, continua crendo que a câmara dos deputados é soberana, e que em algum momento, o governo cederá a seus caprichos.

             Rodrigo Maia isolou-se do Ministro Paulo Guedes, por ter demitido o “homem função” Joaquim Levy, que prestou serviços ao Bradesco, governo de Sérgio Cabral; ex-presidente Dilma Rousseff e FMI, criminosamente desrespeitando a “quarentena”. Só Deus sabe quais foram os “mapas das minas” que deixou por lá, em troca deste emprego. Como ensina um adágio nordestino, Levy “amarra o burro onde o dono manda”. A ira de Rodrigo Maia foi algo tão estapafúrdio, que pegou de surpresa a crônica política: taxou como ato de covardia do Ministro Paulo Gudes e do presidente Jair Bolsonaro (?). Coitado… Triste do poder que não pode. A missão do presidente Bolsonaro é “despetizar” o país e impedir que o comunismo do século XXI se instale em solo guarani. O que pretendia Rodrigo Maia com Joaquim Levy no BNDES?

            A votação de ontem do projeto da Reforma da Previdência custará ao governo e o povo brasileiro – inicialmente – um bilhão de reais. Claro que Bolsonaro nada sabe sobre esta conta. Mas, Rodrigo Maia ontem na entrevista ao site O Antagonista revelou o preço para por em Plenário, 510 deputados. Vão aumentar o Fundo Eleitoral em um bilhão de reais. Saltará de 2,7 bilhões para 3,7 bilhões. Isto sem levar-se em conta, quase um bilhão que é destinado anualmente aos partidos políticos, como Fundo Partidário. Assumindo os destinos do Brasil, o Congresso através da OCRIM “Centrão” legislará doravante, em causa própria. O povo que se dane.

            Ontem no twitter, abrimos esta discussão ou debate: Por que o povo tem que pagar a candidatos e financiar suas campanhas? Um dos melhores negócios do mundo é ser presidente de um partido político no Brasil. Por mais inexpressivo que seja a sigla, recebe dez milhões de reais por ano, dinheiro “rachado” com meia dúzia de meliantes da política. O que vimos nas eleições do ano passado foram “laranjas” atestando despesas milionárias e obtendo 100 votos. Notas frias, recibos falsos, desvios através de doações de assalariados… Um roubo descarado do suado dinheiro do contribuinte.

Esta gente (Centrão) é bandida em nada difere de Macolla, Nem ou Beira Mar. Só não usam armas de fogo para nos assaltar. Pior, usam a lei e legitimam seus furtos. A maioria dos brasileiros, pouco ou nada sabe sobre o “Fundão Eleitoral” e o Fundo Partidário. Se convocarem um Referendo, todos votarão contra. Infelizmente nos empurraram goela abaixo em 2017, uma legislação abusiva – aproveitando-se da fragilidade do ex-presidente Michel Temer – que não poderia vetá-la, por está vivendo momentos difíceis – evitando sua cassação – com um laço da corda no pescoço, na outra ponta a OCRIM “centrão”. O aumento do “Fundão” será uma nova lei que tem prazo para ser aprovada pela Câmara e Senado: até 30/09/2019 para que possa entrar em vigor nas eleições municipais do ano vindouro. Imaginem os milhares de “picaretas” plantados como candidatos a vereadores e prefeitos, todos “laranjas”. Recebendo a dinheirama e devolvendo aos partidos, que por sua vez, dividirá com os ocupantes da casa do povo, Congresso Nacional. O povo aceitará calado?

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OS PREGOS DA CRUZ VERMELHA

            O percurso do “calvário” para finalizar processo de uma operação que investiga formação de quadrilha, desvio do dinheiro público; corrupção e lavagem de dinheiro na Paraíba – acrescentem-se compra de votos para reeleição de 2014 e eleições de 2018 – alonga seu itinerário, criando rotas com vistas a cansar o público que acompanha o trajeto ou o préstito da justiça. O pachorrento GAECO-PB não esconde mais sua inapetência em dar continuidade ao processo instalado pelo MP do Rio de Janeiro. Antes, já foi inútil em não reagir ao volume de denuncias – desde que a Cruz Vermelha se instalou na Paraíba. O que se constata nesta longa jornada é sua deficiência locomotiva, auditiva e visual. Em nenhum instante ouviu a classe médica ou lideranças políticas. Sua miopia o impediu de ler os pareceres da Procuradoria do TCE. Não deu um único passo, além do solicitado para fechar as investigações solicitadas pelo MP-RJ.

            Prenderam uma ex-secretária de Estado, um motorista e uma adjunta da Procuradoria. Todos já foram liberados. Suscitou-se a possibilidade de delação premiada. Pelo visto não. A colossal burocracia brasileira evidencia que para roubar dinheiro público, tem que existir cumplicidade, que origina “quadrilha”. Toda organização criminosa só funciona com o chefe. Na ocasião da CPI do mensalão, quem assumiu este ônus foi José Dirceu, blindando Lula. Muitos acreditaram que o ex-presidente tinha sido vítima de traição da confiança. O tempo mostrou o contrário: ambos estão trancafiados. Por que na “operação calvário” da Paraíba, a Justiça sequer ousa descobrir quem é o verdadeiro chefe da gang? Todos que foram presos, já estão em liberdade. O processo? Acomodado num armário empoeirado, aguardando prescrição.

            O que ainda resta da crônica política independente, alegava que faltavam os “pregos” para crucificação. Finalmente agora apareceram. Mesmo sem o GAEGO-PB procura-los, ato do governador João Azevedo revelou o exorbitante volume do desvio ao longo de oito anos: Respeitado Jornalista Heron Cid, em sua coluna “Bastidores”, postou no último 03/07/2019 às 15:55: “Sem Cruz Vermelha, Estado economizará 3,7 milhões por mês”. No texto, Heron Cid cita a intervenção no Hospital Senador Humberto Lucena e a substituição da Cruz Vermelha pelo Instituto Acqua (?). A matéria acrescenta que o valor pago a mais, daria para comprar cinco tomógrafos de última geração. Agora as contas fecham… Foram 72 meses, que ao multiplicar-se por 3,7 milhões, totalizam R$ 266,4. Divididos por duas campanhas, chega-se a 133,2 milhões para cada pleito. O voto custando 100 reais per capita, daria para comprar 1 milhão e trezentos mil sufrágios. Isto, sem levar-se em conta a “máquina”, codificados; cargos comissionados… Jamais qualquer adversário venceria o “sistema” Girassol. Se o Instituto Acqua presta o mesmo serviço da Cruz Vermelha, subtraindo 3,7 milhões de reais, fica claro que o valor a mais foi superfaturado. Rastreando o dinheiro, prenderão todos os membros da OCRIM e seu chefe. Resta saber se os paraibanos ainda acreditam que os assaltantes do dinheiro público sejam pelo menos denunciados. Julgados? Talvez nunca. Mídia comprada, comunicadores devendo ao “Empreender”. Sites e blogs subsidiados… Longe do noticiário, o quotidiano dirige o cidadão para temas alhures.

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RIBEIRO E REGO NA DISPUTA MUNICIPAL

            Os últimos acontecimentos da lava-jato, envolvendo o PP, são presságios para noites de angústia e dias de ansiedade para o Clã Ribeiro. Indiciado como réu no STF, o deputado federal Aguinaldo Ribeiro terá que ter muita fibra, fé e sorte, para escapar incólume de um julgamento realizado por uma Corte com 11 ministros, que vive o seu pior momento de credibilidade na história da Justiça brasileira. Ex-governador Ronaldo Cunha Lima preferiu renunciar, que enfrentar o STF, não por corrupção: tentativa de homicídio contra o ex-governador Tarcísio Buriti. O poeta foi precavido… Pouco tempo depois, os Ministros indicados pelo PT (seis) passando pelo crivo de Zé Dirceu, puseram não só ele na cadeia, mas os grandes símbolos da legenda como José Genoino, Delúbio Soares; da Igreja Evangélica como Bispo Rodrigues… Todos trancafiados na “Papuda” (presídio de Brasília), pelo escândalo do “mensalão”. Vinte e seis, dos trinta e oito denunciados e acusados pela PGR, foram condenados por corrupção ativo/passiva lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Isto nos bons tempos “petistas”, quando a legenda mandava no país – apoiada pela mídia profissional – que “abafou” o quanto pôde blindando o ex-presidente Lula e tratando a notícia de forma seletiva. Se na época as “redes sociais” tivessem o alcance de hoje, Lula teria sido impedido de governar.

            Duas apostas exitosas do pepista Aguinaldo Ribeiro romperam o limite da “ambição”, e se transformaram em “ganância” compulsiva pelo poder. No primeiro mandato como deputado federal, alcançou a vice-liderança do PP. No segundo, Ministro das Cidades. Com impeachment de Dilma Rousseff, líder do governo na câmara dos deputados, e principal cabo eleitoral que elegeu o atual presidente Rodrigo Maia. Em 2018, aumentou o lance, e elegeu sua irmã Senadora da República. Estava convicto que ocuparia qualquer ministério, pouco importando qual fosse o presidente eleito. Mas, foi Bolsonaro… Baixíssimo clero no parlamento, ignorado pelo PP. O “mito” conhece de perto todo o “centrão”. Observou e sempre denunciou às “manobras” para ocuparem espaços e desfrutarem de privilégios do governo central. Perdida no Salão Azul se encontra sua irmã Daniella Ribeiro. Seu partido é o “abre alas” do “centrão”, o mais queimado por toda população brasileira, por obstruir a governabilidade em nome do toma lá, dá cá. A legenda não conseguirá nada da gestão Bolsonaro. Para não encerrar a carreira política no Senado Federal, e ressarcir os custos do investimento em sua campanha feito por seu irmão, Daniella Ribeiro precisará de “poder de caneta”. Disputara ano vindouro o pleito municipal, partindo com uma boa performance: 103.870 obtidos nas urnas de 2018.

            Quanto aos Regos, o destino é semelhante aos Ribeiros. Ministro do TCU ex-senador Vital Filho é réu da lava-jato em Curitiba (primeira instância). Terá mais chances para recorrer de quaisquer decisões desfavoráveis, vantagem que não desfruta Aguinaldo Ribeiro, que será julgado pela última (STF). Acima desta, só a justiça Divina. Mas, o senador Veneziano Vital do Rego que sempre sonhou em ser governador, a passagem pela Prefeitura de Campina Grande é indispensável para alçar este voo. Vive o mesmo dilema de Daniella: está preso a uma legenda “demonizada” pelo governo Bolsonaro: PSB. Que se faça justiça: Veneziano é um “estranho no ninho”. Nunca foi comunista, seus ancestrais não deixaram rastros nos caminhos trilhados pelas esquerdas, e se sente desconfortável em fazer um eventual papel de ridículo, representando um “contrão”. Senador Ney Suassuna – “suporte” de sua vitória – em entrevista radiofônica semana passada, afirmou que existe um acordo para Vené lhes ceder parte de seu mandato. A oportunidade pelo visto, seria logo agora em 2019. Ney tem ligações com o governo Bolsonaro, não esconde sua pretensão em ajudá-lo no Senado Federal. É bom não esquecer, que o Prefeito Romero Rodrigues terá um candidato, quer seja um Cunha Lima ou não. Está muito bem posicionado nas pesquisas de aprovação de sua gestão e sonha também com o governo do estado (2020). A campanha será atípica. Talvez semelhante ao que previu Albert Einstein, numa resposta “quebra queixo” feita por um repórter, após a bomba de Hiroxima: “Como o senhor acha que será a terceira guerra mundial”? Einstein respondeu: “a terceira eu não sei… Sei que a quarta será com pedras e paus”.

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FAVORITISMO DE ROMERO RODRIGUES

            O enigmático mundo político e seus resultados imprevisíveis são semelhantes aos efeitos do futebol ou quadros de guerras. Comummente usa-se “alegorias”, comparando os campos de batalhas e as disputas esportivas, aos inesperados resultados das urnas, na hora da contagem dos votos: sempre surpreendentes.

            O “favoritismo” do candidato (ainda desconhecido) a prefeito de Campina Grande, apoiado por Romero Rodrigues – seja quem for – segundo pesquisas que apontam elevado índice de aprovação da sua gestão, é tão imbatível quanto às duas seleções dirigidas pelo técnico Telê Santana (1982/1986). Mesmo figurando na lista dos melhores técnicos do mundo até 2018, Telê teve duas chances de conquistar o tetra campeonato, na melhor fase craques do nosso futebol. Não conseguiu chegar as finais.

            Romero Rodrigues ainda tem dezoito meses de governo. Hoje já desponta na historia, como um dos melhores gestores da cidade no século XXI, a exemplo de Vergniaud Wanderley e Enivaldo Ribeiro no século XX: ambos expandiram a Rainha da Borborema, modernizaram-na e investiram muito em infraestrutura urbana. Ao se aproximar do final de seu mandato, Romero está deixando Campina Grande cada vez mais bela e apaixonante. Sem uma única favela, e quase toda pavimentada.

            Vergniaud Wanderley governou por duas vezes: 1935/1938 e de 1940 a 1945. Mudou completamente a fisionomia da cidade, construindo novas ruas e avenidas largas, atraindo prosperidade e um crescimento extraordinário, alcançando uma população 141.226 habitante (1945) maior que várias capitais brasileiras da época. Seu prestígio foi reconhecido por toda a Paraíba que o elegeu Senador Constituinte nas eleições de 1947. Enivaldo Ribeiro foi eleito em 1974 e teve seu mandato prorrogado por dois anos. Romero Rodrigues foi eleito 2012 no segundo turno. Reeleito em 2016 no primeiro, com uma maioria esmagadora, sem registros precedentes na memória das disputas eleitorais da cidade. Entretanto, existe algo “anormal” ou “místico” de difícil interpretação ou compreensão da crônica política. Crescendo eleitoralmente desde o segundo turno de 2012, Romero Rodrigues tem uma enorme dificuldade em transferir votos, mesmo para os que lhes iniciaram na vida pública. Seu primo, ex-senador Cássio Cunha Lima foi derrotado para o governo do estado em 2014. Bem, pode ser alegado que a disputa era estadual… Mas, o compartimento da Borborema – 48 cidades no entorno da Capital do trabalho – onde é refletida a imagem do prefeito de Campina Grande, Cássio foi mal… Perdeu na maioria destas cidades que orbitam em torno da Rainha da Borborema.

            Nas eleições de 2018, Cássio Cunha Lima, recorde em gestões como Prefeito de Campina Grande (três veze), duas passagens pela câmara dos deputados; governador do estado reeleito; senador da república que não conseguiu renovar seu mandato, quando o eleitor escolheu outros dois Campinenses em seu lugar: Veneziano Vital do Rego e Daniella Ribeiro. O primeiro (ex-cabeludo) esteve a frente dos destinos de Campina Grande por duas vezes (2004/2008 até 20142), foi deputado federal com uma votação expressiva (2014), porém, em 2016 ao enfrentar Romero Rodrigues, saiu das urnas com um resultado pífio – metade da votação obtida em 2004 – pouco mais de 53 mil votos. Romero Rodrigues ultrapassou os 138 mil sufrágios. Daniella Ribeiro atingiu seu ápice nas eleições municipais de 2012 – não alcançando o segundo turno – recebeu 36 mil votos. O que houve de errado com Romero Rodrigues, que permitiu Daniella Ribeiro ser consagrada campeã de votos em Campina Grande (2018) para o senado, com 103.877 votos? Cássio ficou atrás com quase nove mil votos de diferença (94.560) e Veneziano se recuperou do “tombo” de 2016, crescendo em mais de 21 mil votos (74.485). O mais grave foi o “cochilo” que permitiu o estranho e forasteiro Luís Couto “arrancar” do “Campinismo” 42.204 votos. Tragédia semelhante ao “apagão” da seleção brasileira comandada por Felipão em 2014: 7×1 para Alemanha.

            Ano vindouro Romero Rodrigues confirmará ou não, o histórico do fadário destinado aos grandes prefeitos da Rainha da Borborema. Vergniaud Wanderley não concluiu seu mandato de senador. Foi nomeado para o TCU em 1951, faleceu em 1986, esquecido politicamente. Enivaldo Ribeiro tentou quatro vezes voltar ao “Palácio do Bispo”. Nas eleições de 2000 foi “patrolado” pela chapa Cássio/Cozete Barbosa. Com quatro mandatos de deputado federal, em 2002 foi batido nas urnas em Campina Grande por um estranho Mikika Leitão (?). Ninguém jamais viu este cidadão na cidade. Aliando-se a seus arqui-inimigos (políticos) – Cunha Lima – lançou sua filha Daniella Ribeiro como vice de Rômulo Gouveia em 2004. Perderam por apenas 686 votos. Numa manobra misteriosa e ainda não desvendada, Romero Rodrigues com reeleição garantida, substituiu Ronaldo Cunha Lima Filho – irmão de Cássio – por Enivaldo Ribeiro. Uma homenagem para evitar o esquecimento, no ocaso de sua carreira política?

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O SILÊNCIO DE VENEZIANO

            O companheiro Marcos Marinho comentou ontem (31/05/2019) em artigo postado na sua página do Faceboock, a possibilidade de uma união entre Ricardo Coutinho e o Prefeito de Campina Grande Romero Rodrigues, com vistas a “isolar” politicamente o senador Veneziano Vital do Rego, deixando-o fora do pleito municipal do ano vindouro. Ressalvou Marinho com ceticismo, que as informações partiam do blog assinado pelo radialista Milton Figueiredo (Resumo PB) frequentador da Corte dos Rodrigues, fato que mereceu destaque e repercussão no blog “Polêmica PB” do comunicador e respeitado marqueteiro Gutemberg Cardoso.

            Com um olho no peixe e outro no gato, temos acompanhado o quotidiano paroquiano da política local e estadual, muito embora nossa atenção esteja mais focada em Brasília, onde as mudanças são radicais. Como adverte um velho adágio sertanejo, à situação é de “vaca desconhecer bezerro”. Nos seus estertores, a velha política agoniza. E a “nova” ainda é uma imagem desfocada como filme fotográfico preto e branco. Todavia, logo mostrará seus traços fisionômicos. O fogo amigo do PSB-PB tem atingido o Senador Veneziano Vital do Rego, que segundo os mais “chegados” de Ricardo Coutinho, já recebeu diversos “carões” do ex-governador, por não assumir uma posição frontal contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Será? Só Veneziano sabe o que sofreu nas unhas de Ricardo Coutinho de junho até 19 de setembro de 2019, quando Ney Suassuna aceitou ser seu suplente.

            Mais de 60 dias insone e tonto, sem ter a quem recorrer. Só ia dormir quando sabia que Luis Couto estava em casa e roncando. Amanhecia na Granja Santana, ou onde estivesse o então governador Ricardo Coutinho. Colado o tempo todo. Qualquer “vacilo”, o líder girassol pedia o voto para Luís Couto, e “marcava” com outro nome que não fosse Veneziano. Em nenhum momento – até a chegada de Ney – Ricardo se empenhou pela eleição de Veneziano. Os motivos são óbvios: ainda não existia a “operação calvário”, e o ex-governador pretendia – se ainda pretende é louco – voltar a governar a Paraíba. Veneziano seria uma ameaça… Poderia liderar uma frente de oposição. Luís Couto desejava encerrar sua carreira política no Senado Federal. Mas, o “lance” de Ney foi a jogada mais brilhante e já vista nas últimas campanhas da Paraíba.

            O que espera no momento Ricardo Coutinho de Veneziano? Ele é quem deve muito ao ex-cabeludo, que deixou seu partido (PMDB), onde tinha a mesma vaga que disputou pelo PSB, poderia ter sido reeleito deputado federal e ter lançado sua esposa Ana Cláudia como vice de Maranhão. Foi cortejado pelos irmãos Cartaxos, porém, acreditou na palavra de Ricardo Coutinho. Foi salvo por Ney Suassuna. Não só pela questão de “estrutura financeira”, mas pelo próprio peso e força que Ney ainda tem no Estado. A crônica política – em sua maioria desmemoriada – esqueceu que Ney foi Ministro da Integração Nacional e todos os 223 municípios da Paraíba receberam verbas orçamentárias e extraorçamentárias, independente de partido e suas cores pastoris da época. Ney nunca deixou de cumprir seus compromissos. Não se tem noticia de políticos da Paraíba reclamarem, que Ney prometeu e falhou. Isto foi muito importante na campanha de Veneziano. Ney tinha “credito” político para assumir e cumprir depois.

            Eleição e posse de João Azevedo, Veneziano era – continua sendo – um ilustre desconhecido no Palácio da Redenção, que só mudou a posição na mesa do jantar. Na cabeceira, João Azevedo. Ricardo Coutinho deve ter ouvido Juscelino Kubistchek: “não importa a posição na mesa, a cabeceira é onde eu estiver sentado”. Nomeou quem quis no governo, ignorando os inúmeros pleitos do senador Veneziano Vital do Rego. Mesmo depois das rusgas recente, onde parte do parlamento já pede que João se afaste de Ricardo, Veneziano ainda não foi procurado pelo governador “de direito”, para discutirem a gestão, e perspectivas para as eleições de 2020. O silêncio de Veneziano ainda é prudencial. Se em seu lugar estivesse o saudoso Tribuno – seu pai – já tinha rompido e procurado outra legenda. A postura de que o homem é “senhor do que cala, e escravo do que fala”, mostra que o ex-cabeludo amadureceu.

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JUSTIÇA SURDA

            O CAEGO da Paraíba sempre foi muito lento, apoucado ou temeroso, comparando-o aos demais, como por exemplo, o grupo destemido e ágil do vizinho Rio Grande do Norte. O deputado Wallber Virgolino, que esteve como Secretário de Estado no RN, presenciou cenas do CAEGO inimagináveis e nunca realizada em outros Estados. Prisões dentro do TJ-RN, afastamento de três Desembargadores com prisões domiciliares; prisão da esposa do Secretário de Segurança – um General do Exército – onde quase se deflagrou um conflito armado, pela resistência do General, desconhecendo o envolvimento de sua consorte na Secretaria de Saúde, mandou a PM cercar o condomínio e os policiais federais que estavam lá. Na Assembleia Legislativa, operação “Dama de Espada” encalacrou todo o parlamento, afastou o presidente e no imbróglio que foi esbarrar no TJ-RN, 11 dos 15 Desembargadores se averbaram “suspeitos” em julgar habeas corpus, tangendo-o para o STJ: nepotismo cruzado.

            Nos últimos dois anos, já foram realizados mais de 20 novas eleições no RN por cassações de mandatos dos prefeitos eleitos no pleito de 2016, acusados de compras de votos ou abuso do poder econômico. E na Paraíba? A prática é a mesma e vulgarizada universalmente em todos os grotões deste país. Quantas cassações ocorreram? O respeito hoje desfrutado pelo GAECO-RN é impressionante. Fato que justifica a população seus bons salários, pois o povo se sente confiante e paradoxalmente, protegidos por eles. Os habitantes das pequenas cidades potiguares, não procuram mais a polícia. Vão direto até o Promotor. A demanda é imensa, a partir de briga de vizinhos, lâmpada queimada na rua, ou o buraco na avenida… Só quem resolve é o Promotor.

            A “operação calvário” realizada pelo GAECO-PB foi um avanço que nos deixou perplexos, mesmo sabendo que a iniciativa foi do MP do Rio de Janeiro, Estado onde o GAECO-RJ descobriu uma saída para a lei, no gigantesco labirinto da corrupção que envolve de forma associativa todos os poderes constituídos. O GAECO carioca pôs na cadeia todos os Conselheiros do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Prendeu todo o Secretariado do ex-governador Sérgio Cabral; o próprio governador (Pezão) no exercício de suas funções no Palácio Guanabara; Presidente da Assembleia Legislativa e toda sua mesa diretora… A lei começa a ser temida e respeitada. Criminosos são tratados de forma isonômica, independente de sua posição sócio/econômica ou política. Militares, Milicianos; temidos narcotraficantes; bicheiros; deputados e senadores se nivelaram na forma da lei, aos ladrões de galinhas ou batedores de carteiras, sem levar-se em conta a cor de sua pele.

            Simbolicamente a Justiça se apresenta como “cega”. Privilégio que a lei não permite ser usufruído pelo MP e o GAECO. Sua miopia ou estrabismo comprometeriam a fiscalização da aplicação da Lei. Para se tornarem mais eficazes, criaram um grupo de combate à corrupção e o crime organizado. Mesmo se apresentando como “cega” a Justiça não é surda, nem tem tapumes em seus ouvidos. Um “operador” da corrupção da “operação calvário” foi preso e delatou o primeiro escalão do ex-governador Ricardo Coutinho. Ato subsequente, prisão da supersecretária Livânia Farias. Sua liberação – com duas preventivas – sugere colaboração ou “delação premiada”. Vídeo mostra o ex-governador Ricardo Coutinho desembarcando no Hangar do governo do estado, Aeroporto Castro Pinto. Ex-governador vai ao rádio e responde que estava despachando verbas para o projeto Empreender com dois secretários (?) o Governador não é João Azevedo? No passo de tartaruga do CAEGO-PB, prenderam a número dois da Procuradoria do Estado, delatada como tesoureira da campanha de João Azevedo. E o úmero um, Gilberto Carneiro? Só busca e apreensão? Dia seguinte a Secretária de Finanças do governo João Azevedo renuncia. Para espanto da Paraíba, é esposa ou companheira do ex-governador Ricardo Coutinho. Neste caso, João não governa.

            O GAECO-PB “cochichou”, o povo alarmou, e a mídia alternativa – não subsidiada pelo Palácio da Redenção – fez um estardalhaço sobre fatos reais, de uma ficção montada pelo governo girassol. Só resta uma pergunta: a Justiça também é surda? O que ainda resta para prestar contas à sociedade, revelando o desmantelamento de uma quadrilha que por oito longos anos ininterruptos saqueou os cofres públicos da Paraíba? Com a palavra, o silente GAECO-PB e nosso respeitado TJ-PB.

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UM HOMEM DE SORTE

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi o convidado especial do jornalista José Roberto D’Ávila, na última segunda-feira 30.04.2019, no seu programa na TV Globo News exibido às 23:00 hs. Tivemos algumas surpresas em suas respostas, e por sua excelente performance – para quem já alcançou 87 anos – exibindo aparência física de um cinquentão. Aspecto inconfundível de quem está feliz e amando. O desconcertante foi constatarmos o inexpressível índice de audiência da emissora, no dia seguinte, ontem (01.05.2019) ao observarmos que não houve um único registro nas redes sociais da excelente entrevista sob o ponto de vista histórico: Twitter, Instagram; Faceboock e grupos do Whatsapp… Só eu que assisti?

Acusando o governo Bolsonaro de políticas equivocadas, destacando o fim dos cursos de Filosofia e Sociologia – o que não é verdade o MEC irá cortar 30% do orçamento das Universidades na área das Ciências Humanas – FHC deu ênfase à falta de diálogo, alegando que é impossível se governar divorciado do parlamento (?). Logo ele, que governou só com Medidas Provisórias (MP), razões que levaram o congresso alterar as regras desta prerrogativa do poder executivo! O Plano Real que o elegeu, foi criado através de uma MP por Itamar Franco a partir da URV, regulamentada anos depois. O sucesso do Real se deu através de outras MP – como a criação do FEF – Fundo de Estabilização Fiscal – que confiscou 42% das transferências constitucionais para Estados e Municípios: FPM – Fundo de Participação dos Municípios e FPE (Estados). Outra MP desobrigava o gasto de 18% do orçamento com a educação – Lei Calmon – que previa 25%, desceu para 18% e com o Plano Real em seus primeiros três anos, não havia obrigatoriedade de cumprir esta meta. A DRU – Desvinculação das Receitas da União tem origem em uma MP de FHC, sem esquecer a CPMF. Bolsonaro assumiu o governo com um déficit de 160 bilhões, não criou nenhum tipo de imposto e nem se apropriou de transferências constitucionais. Não tem caixa.

O despertar da sorte de FHC foi azar do Congresso, em seus dois momentos de infortúnio. O impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo – posse de seu vice Itamar Franco que convidou o Senador FHC para ser Ministro das Relações Exteriores – e o instante que o parlamento sofreu um enorme desprestígio jamais vivido em sua história. Um ano depois de ter votado (arrotando moral) um impeachment, acusando um ex-presidente por corrupção, estourou o escândalo dos anões do Orçamento (setembro 1993). Instalaram uma CPI e o relator Roberto Magalhães (PFL-PE) pediu a cassação de 19 deputados federais a partir do presidente da câmara. PFL, PMDB; PPR; PTB e PP, todos envolvidos acusados de receberem 100 milhões de propinas pagas pelas empreiteiras (as de sempre). Meu Deus… Na era petista isto foi gorjeta para garçons. Itamar Franco governou 1993/1994 sem pagar emendas parlamentares, e nem as de bancadas. Quem tinha moral para cobrar? Mesmo assim, se não fosse a imprudente visita do presidente ao Sambódromo no carnaval de 1994 e ter ficado ao lado da modelo Lilian Ramos, que foi fotografada de baixo para cima, mostrando suas genitálias (sem calcinhas), FHC não teria sido presidente.

A foto ganhou primeira página nos jornais do Brasil e de todo o mundo. Durante 20 dias Lilian Ramos foi à mulher mais famosa da década. Escondido na sua chácara em Juiz de Fora, o presidente viu que o congresso se preparava para revanche: processá-lo e afastá-lo por quebra de decoro. Só restou a Itamar, procurar FHC que se tornou seu protetor e confidente para mediar à crise. Mas, FHC insistia em jogá-lo as feras: tinha que conceder entrevista, se explicar, minimizar o fato, e isto iria render muito. Aconselhado ou não, o presidente usou o “elemento surpresa”. Quando estava toda a imprensa nacional e internacional reunida em Palácio, ele apareceu. E, antes que alguém fizesse a primeira pergunta, criou o fato novo: “vim anunciar meu candidato a presidente, o ministro Fernando Henrique Cardoso”. Esqueceram Lilian para sempre.

No segundo e último bloco da entrevista, FHC mostrou seu lado pusilânime Marxista. Não comunista – analfabetos funcionais doutrinados – guiado pelo ódio. Disse que era neto de um General e tinha um bisavô Marechal em sua árvore genealógica. Que gostava dos Militares, e o General Mourão era um homem sensato, equilibrado e muito preparado (?). Apagando fogo, usando extintor com gasolina… Que alguns Militares não gostavam dele, porque ele havia acabado com a promoção automática de uma patente a mais, quando iam para reserva. Esqueceu-se de dizer que foi ele quem acabou com a Casa Militar, os Ministérios Militares (Exército, Marinha e Aeronáutica); nomeou um Ministro Civil para a Defesa, e reduziu o prestigio do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas (cargo com status de Ministério). Durante oito anos, cortou orçamento e sucateou todas as forças de segurança da nação.

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POR ONDE ANDA A JUVENTUDE?

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Ninguém tem a curiosidade em saber por onde anda nossa juventude? Tão silenciosa nestas três últimas décadas… Os conflitos de gerações – se é que ainda existem – são imperceptíveis. Despareceram os rebeldes imberbes dos 14 aos 18 anos, e a feminilidade desafiadora, explodida pelos hormônios. Os jovens sempre marcaram o fim de um ciclo, ou iniciaram uma transformação inovadora no comportamento político e social. No Brasil, a última vez que foram vistos (nas ruas) foi no impeachment de Collor e em 2013. Esta fuga do momento – ainda não pesquisada ou discutida – tem refletido nos meios da comunicação e do entretenimento, desertos de audiência a cada dia que passa.  A “telinha” ditava a moda, o livro; a poesia; a música de sucesso e até gírias passageiras… O Show-Business desconhece seu futuro, não sabe mais como reconquistar sua principal fonte de consumo: a juventude.
Os jovens ocuparam as redes sociais – como forma de rebeldia fugindo do convencional – usando inicialmente o extinto Orkut. Mudaram-se para o Faceboock, Twitter e SMS, onde permaneceram até 2014. Depois, começaram a desertar e se dispersaram entre o Youtube e Instagram. A mutação trouxe sequelas danosas ao entretenimento profissional do teleteatro (novelas), que mesmo de forma apelativa – mostrando cenas fortes e temas complexos – não tem mais público desta faixa etária. A maior abstenção eleitoral da história do país, onde o voto é obrigatório e facultado a partir dos 16 anos, ocorreu em 2018. Quase 30% do eleitorado não compareceu as urnas. Se pesquisarem, perceberão que a grande ausência foi a dos jovens.
Metade dos anos 50 (século XX), o Rock estourou nos Estados Unidos e foi alastrando-se mundo afora. O estilo musical era enlouquecedor e suas letras incentivaram a juventude a enfrentar a hipocrisia doutrinária de sua época. Uma agitação encorajadora trouxe a reboque a independência feminina – abalou as estruturas de todas as Religiões e suas Igrejas – a partir da chegada e comercialização aberta do anticoncepcional, no início dos anos 60. Enquanto a mídia conservadora se preocupava com a terceira guerra mundial, quatro cabeludos da cidade de Liverpool-Inglaterra (os Beatles), no embalo do Rock erradicaram por completo as gerações milenares que se inspiravam no heroísmo de “campos de batalhas”. Entre 1914/1918 se mataram em nome de patriotismos. Depois, 1939/1945 morreram todos defendendo ideologias.
Pregando paz e amor, os Beatles deram origem ao movimento hippie que chegou a todos os continentes. Acabaram com a guerra do Vietnã e consolidaram os Diretos Civis nos Estados Unidos, que viveu seu maior período de violência desde sua independência. Políticos e Polícia foram incapazes de impedirem que negros e brancos passassem a frequentar a mesma escola, bar; bairros; transportes públicos, restaurantes e elevadores. A Guarda Nacional e o próprio Exército norte-americano esteve nas ruas para conter as revoltas que perdurou por oito anos.

A partir de 1965, este efeito “furacão” chegou ao Brasil. Veio para arrebentar… Os garotos deixaram seus cabelos e barbas crescerem, as garotas encurtaram suas saias até o meio das coxas… Foi uma loucura total! Ideologias? Nem pensar. Comunismo? Só com sexo abundante, sem trabalho nem violência. Aboliram o Jazz, Samba; Tango; Boleros; Valsas; infelizmente com até a nossa Bossa Nova – rica em melodia e poesia – e a tropicália esquerdista… O rolo compressor da juventude e sua rebeldia esmagou Filósofos, Pensadores contemporâneos; clássicos da literatura… Ninguém queria mais saber disto. Botaram abaixo a “doutrinação” das esquerdas nos colégios públicos, e acabaram com o seu patrulhamento ideológico: todos se assumiram “alienados”.

Jamais iriam deixar de ouvir Roberto Carlos, Erasmo; Wanderleia; Renato e seus Blue Caps… Porque as esquerdas não os aceitava. Paixão era coisa de pequeno burguês? Todos passaram a se comportar como burgueses. Sem a juventude como “massa de manobra”, as esquerdas veteranas universitárias partiram para a loucura da luta armada.
Um dia o Rock parou. O cinema fechou e o rádio suavizou a música. Tudo se transformou em nostalgia… Não houve a terceira guerra, o muro de Berlim caiu; Rússia e China se tornaram capitalistas estatais e a Europa há mais de 70 anos não briga mais entre si. Outros movimentos musicais surgiram, mas, sob a inspiração da televisão que invadiu todos os lares do mundo entre 1975 a 2010. Ideologias? Pelo visto só quem precisa delas para viver, são os retrógados privilegiados da era petista.

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*ESPÓRTULAS CONSTRANGEDORAS

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Ontem (23/04/2019), a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados – após uma longa sessão de 14 horas – aprovou admissibilidade da PEC da reforma da Previdência, com 48 votos favoráveis e 18 contrários. Pelo que observamos alguém está vendendo o que não dispõe na prateleira. O famigerado “centrão” se perfilou entusiasmado ao lado do governo (?). Até o presidente da câmara se fez presente, acompanhando toda a movimentação para conferir a “mercadoria” que estava sendo entregue. Em entrevista concedida a TV – logo que se encerrou a votação – Rodrigo Maia bastante eloquente se referiu umas três vezes ao Ministro Paulo Guedes, uma a Onyx Lorenzoni e citou o nome do presidente Jair Bolsonaro. Segundo Maia, a reforma da Previdência é um projeto do Brasil, não de um governo. Assegurou que o governo não tem base nem votos para aprovar qualquer tema polêmico em plenário.

Nestes primeiros 114 dias de gestão, Jair Bolsonaro tem enfrentado problemas historicamente semelhantes aos de Jânio Quadros, no distante ano de 1961. A única diferença é na política externa, onde Bolsonaro não criou animosidades conflitantes com os Estados Unidos e seus interesses comerciais. Jânio Quadros quando assumiu a “carestia” (nome da inflação na época) era crescente e desenfreada. Corrupção e muita burocracia. Endividamento do país pela construção de Brasília e um parlamento que não o permitiu governar. Faltou a Jânio um Marechal Henrique Teixeira Lott (tutor de Kubistchek), ironicamente derrotado por ele. Lott garantiu a posse de JK (31.01.1955), após o tumultuado final do ano de 1954, quando o então presidente da Câmara dos Deputados Carlos Luz, forçou uma licença para tratamento de saúde do presidente Café Filho – no poder após o suicídio de Getúlio Vargas – decretou Estado de Sítio e deu um golpe de estado com apoio do parlamento. Em cinco dias, o Marechal Lott depôs e prendeu Carlos Luz, obrigou a Câmara votar seu impeachment e do vice Café Filho, manteve por quase noventa dias o Estado de Sítio, tendo a frente da presidência da república, o senador Nereu Ramos, então presidente do Senado. Resgatamos três registros esquecidos em nossa história: dois impeachments antes de Collor, o primeiro presidente Sindicalista – João Café Filho – e um Estado de Sítio em plena democracia, com recesso na Câmara, Senado e Suprema Corte.

O ex-presidente Kubistchek, mesmo com a proteção de seu Ministro da Guerra Marechal Lott, não conseguia governar sem as “espórtulas constrangedoras”. A cada votação no Congresso, tinha que “negociar” individualmente com os parlamentares, dando-lhes cargos, benefícios pessoais e dinheiro, regras herdadas de Getúlio Vargas. Quando Jânio Quadros assumiu, deixou claro que cumpriria o prometido em campanha: fim da regra das “espórtulas”. Mandou uma série de projetos para câmara e se antecipou em muitos decretos, como o corte do subsidio do câmbio, do papel para impressão de jornais (Estadão e O Globo desceram-lhes a lenha sem piedade), congelamento dos salários impostos pelos sindicatos; centenas de inquéritos e demissões por corrupção; limitação em 10% das remessas de lucros das multinacionais para seus países de origem…

Abriu relações diplomáticas com a extinta União Soviética, Cuba e China. A mídia apoiada pelos Estados Unidos e Carlos Lacerda – líder absoluto da UDN – governador da Guanabara, se uniram ao parlamento para boicotá-lo e derrubá-lo. Jânio os surpreendeu renunciando. Alguém negociou por Jânio o pagamento das “espórtulas constrangedoras”, para agosto. O Congresso aceitou e prometeu paz. Mas, ele se recusou. Durante toda sua vida, sempre que se referia a sua renúncia, explicitava: “com aquele congresso, ninguém governaria…”.

Presidente Jair Bolsonaro está atravessando a mesma crise vivida por Jânio. Sabotado pela grande mídia nacional, suspendeu sua verba publicitária. Não aceita o “centrão” e o toma lá, dá cá – versão do século XXI das “espórtulas constrangedoras” – cortou em definitivo o imposto sindical, verbas para ONG; bate de frente agora com a OAB acabando o exame da Ordem; passou a emitir carteiras de estudantes, deixando a UBES, UNE e PCdoB sem dinheiro… E dentro de seu governo, o desconforto das “posições” de seu vice. O vice de Jânio era seu adversário, João Goulart, porém eleito. Quem prometeu ontem ao centrão, as “espórtulas constrangedoras”? Combinaram com o presidente Jair Bolsonaro? Getúlio se queixava de “forças ocultas”, Jânio de “forças terríveis”, graças à cibernética, hoje sabemos que Bolsonaro se queixa do “centrão de picaretas” e da extrema-mídia.

*Espórtulas – Cesto usado para entregar pães ou subornos em forma de presentes ao Senado Romano na época dos Césares. Em Português arcaico, gorjeta, esmola, ajuda financeira…

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A TUMULTUADA REFORMA DA PREVIDÊNCIA

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Grande comunicador da fase áurea da televisão brasileira – Abelardo Barbosa – “Chacrinha”, repetidas vezes em seus programas de auditório, ia ao encontro da câmera e falava: “eu vim para confundir, não para explicar”. Seu público (povão) nunca entendeu o recado, direcionado aos colunistas de jornais e revistas, críticos do rádio, TV e cinema, que apesar de o detestarem e o “detonarem”, jamais conseguiram lhes roubar sua audiência. A Reforma da Previdência do modo como está sendo divulgada e debatida, veio para confundir. Por que não explicar numa linguagem simples, comunicando-se diretamente com o povo, a exemplo de Chacrinha? Perder tempo com a mídia tradicional, CCJ; Comissão de Seguridade Social; Comissão Especial é tentar estabelecer um diálogo “sui generis”, ininteligível entre um surdo e um mudo.

A menor distância entre dois pontos é uma reta. Tantos “arrodeios” terminam confundindo o povão, cético, desconfiado e sabedores que, aquilo que é bom para o congresso é ruim para a população. O ministro Paulo Guedes deveria resumir tudo num conversa direta: “a partir da nova reforma, um pedreiro, gari ou servente receberá o mesmo que um deputado, senador; ministros das cortes de justiça, juízes; promotores… Salvo quem contribuir mais”. Feito isto, quem iria defender a reforma era o povo, que se sentiriam “justiçados”. Argumentos esclarecedores a população, mostrando funcionários do BB, CEF e Petrobras percebendo seus proventos de aposentados integralmente – como se estivessem na ativa – convenceria a todos da importância dos Fundos de Pensões. Pouparem, para desfrutarem de seus rendimentos dignos quando alcançarem à compulsória. Existe alguma dificuldade neste tipo de interlocução?

A principal dúvida, ou ponto não discutido pela equipe econômica – pelo menos até o presente – está no impacto sobre um grande “bolsão de pobreza” da população, presa as exigências de tempo de contribuição e idade mínima. A década perdida – 1985/1995 – o país passou por três hiperinflações e seis mudanças de planos econômicos, inclusive com três trocas de moedas. Dezenas de milhões de empresas faliram, seus bens foram à haste pública, e os trabalhadores deste período não têm como comprovarem recolhimentos. Como e quando esta gente se aposentará? O presidente Jair Bolsonaro prometeu em campanha e após eleições, idade mínima de 62 anos para homens e 57 anos para mulheres. Tempo mínimo de contribuição comprovado de 15 anos. Algo que seria até justo, para algumas categorias, como a de servidores públicos. Mas, empregados da iniciativa privada – que não fizeram carreira profissional nas grandes corporações – e entraram no mercado de trabalho no início dos anos oitenta, durante todo este tempo ainda são reféns dos fluxos crescentes e decrescentes da nossa combalida economia, cheia de improvisos, consertada com “remendos” a cada gestão.

As limitações físicas dos sexagenários são visíveis em várias atividades profissionais como pedreiros, faxineiros; taxistas; vendedores; bancários da rede privada… Observemos nos supermercados; shoppings… Não se consegue vê um senhor ou uma senhora (com mais de 55 anos) nas vitrines ou nos showroom das grandes lojas. É toda uma geração, que num curto intervalo de tempo, foi engolfada pela automação e a cibernética, sem a menor chance de aprenderem a lidar com os sofisticados programas e plataformas da internet. Trabalhadores da indústria gráfica, oriundos das tipografias; vendedores e representantes que viajam pelos grotões deste imenso país; filmes da Kodak – a empresa tinha 189 mil funcionários – incluam-se uma cadeia produtiva de milhares de fotógrafos e seus respectivos profissionais dos laboratórios de revelações; milhares de lojas onde se locava fitas de vídeo cassete, depois DVD, todas desativadas. As grandes editoras e sua rede de distribuição de vendas e vendedores… Esta era a classe média consumidora, que se transformou em indigentes do estado.

Segundo o IBGE, os desesperançados que não procuram mais trabalho, e que estão exatamente nesta faixa etária (pré-sexagenária) somam um contingente de seis milhões de pessoas. Adicione aqueles que estão há cindo anos a procura do primeiro emprego (mais 6 milhões) e alcançaremos toda a população de Portugal. Superaremos muitos países da Europa como Suécia, Suíça, Finlândia; Dinamarca; Áustria… O total do somatório alcança 27 milhões de pessoas, ou pelo menos uma dezena de pequenos países da Europa Ocidental e Leste Europeu.

O novo governo da Itália, contra todos os banqueiros e seus “mercados” decidiu reduzir o desemprego com aposentadorias aos 60 anos. Medida que criou uma inesperada distribuição de rendas, abrindo novas vagas, e soerguendo a economia com o aumento do consumo. Por que o ministro Paulo Guedes não copia o modelo Italiano? Pelo menos, cinco milhões de trabalhadores ainda jovens e aptos ao novo modelo do mercado de trabalho, reduziriam nossos índices alarmantes. E Sexagenários com exatos 60 anos, aposentados, contribuiriam através da ampliação do meio circulante, para geração de mais emprego e renda, através do surgimento de pequenos empreendedores.

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A FUGA DA EDUCAÇÃO

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O presidente Jair Bolsonaro, por mais que tenha se debruçado sobre sugestões para reforma do ensino, jamais imaginou sua complexidade diante de um gigante Ministério, que abriga quase uma centena de outras pequenas “pastas” orbitando em um eixo, comparável ao “sistema solar”. Não basta apenas trocar de Ministro – ou no jargão Militar – mudar o General, se a “sargentada” for independentes e não se engajar na luta. A visão do novo ministro, de ampliar e incentivar o ensino a distância (doméstico) é uma arriscada experiência excêntrica, sem embasamento comparativo de sucesso em países (comunidade internacional) que ocupem pelo menos, os vinte primeiros lugares no ranking da qualidade do ensino. Uma criança numa escola e segura é um delinquente a menos nas ruas. Isto não implica em coibir a opção da família, contudo, põe em xeque cláusula pétrea de nossa Carta Magna, sobre o dever do Estado em assegurar educação, saúde e segurança a seus cidadãos. Pelo que se percebe, o Estado está em fuga, ensarilhando as armas e reconhecendo que não tem capacidade de combater os grupos ideológicos, que se aquartelaram por décadas nas estruturas do ensino público do país.
Tirar um aluno da escola ou sala de aula compromete sua visão de socialização e atrofia seu aprendizado – sobre coisas boas e ruins existente em nosso meio – indispensável a sua formação como cidadão. Por outro lado, a gigantesca rede física de escolas públicas, se tornarão escombros em menos de uma década. Efeitos colaterais advirão com o fim da carreira do magistério. O professor – profissão ou sacerdócio – respeitado em todos os países desenvolvidos será substituído (no Brasil) por plataformas robóticas? A constatação que as escolas públicas hoje são pontos de recrutamento para viciados em drogas é uma verdade insofismável. O Estado foi incapaz de combater e evitar em tempo hábil – a partir do final dos anos oitenta – uma tragédia anunciada: ocupação das universidades a partir da fundação do PT. Os pais (famílias) entram em pânico, ao se depararem com a realidade de que entregaram seus filhos à escola – na esperança de vê-los alcançarem conhecimento – e os receberem viciados em entorpecentes, apologistas da discussão de gêneros; falando uma linguagem chula, adquirida no “gueto cultural”, onde predomina a rebeldia e libertinagem não condizente com o mundo globalizado em que vivemos.
O MEC foi à origem, e continua sendo o problema, sem solução a vista. Há décadas que concebe modelos, norteados por conceitos políticos de doutrinação, criando um universo de analfabetos funcionais, úteis como massa de manobra para movimentos partidário das esquerdas. No interregno da gestão de Vélez, muitos dos dirigentes de áreas estratégicas foram nomeados e exonerados com o ministro, sem nunca terem despachado com o mesmo (?). Qual a nova política para reformar a velha instituição? O que trouxe o ex-ministro, além da recomendação do filosofo Olavo de Carvalho?
O General Heleno (GSI), vice-presidente Mourão; Gen. Santos Cruz… Todos que compõem o círculo de conselheiros do presidente Jair Bolsonaro, sabem que a maioria dos 58 milhões de brasileiros foi às urnas em 2018, não foram movidos pelas propostas da “direita”, mas para tirar definitivamente as esquerdas do poder. Por onde deveria ter começado este expurgo? Pela economia (reforma da previdência)? Ou pelo O MEC, ultima trincheira da resistência. Este grupo tem em mãos, nomes e currículos de todos os resistentes ao velho modelo do MEC – ainda em vigor – e não se sabe os motivos que os impede de resolver o problema. Uma lista de Doutores, sem vinculações partidárias; experiência comprovada nas mais diversas áreas do ensino; autores de livros; trabalhos publicados e respeitados pelo mundo acadêmico, não foram ouvidos nem convidados.  O novo ministro – pode ter uma excelente experiência como gestor – mas, de nada serve no momento para o MEC que além de gestão, carece de “instrução”. Em quatro anos, o garoto que entrou na escola este ano (2019) está na metade do ensino fundamental. Outros concluindo. Quem iniciou o ensino médio, estará na faculdade, e muitos que ingressaram no terceiro grau (universidade) se encontrarão em fase de conclusão de seus cursos. Na educação não cabe improvisos, nem experimentos. Basta olhar no retrovisor da história para perceber que nossa crise de hoje, está no ontem, e a inapetência pela solução exigida no agora, se refletira no amanhã.

PEDRO BIAL TENTA FRITAR SÉRGIO MORO

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Para quem conhece do ramo (jornalismo) a intenção do “global” Pedro Bial ao entrevistar o ministro da justiça Sérgio Moro, ontem (09/04/2019), foi cuidadosamente concebida dentro de um projeto de maldade, de dupla intenção. A primeira, ferir os brios da concorrência, que abre espaços para o novo governo e se comportam profissionalmente dentro dos critérios da informação, levando ao telespectador conhecimento de fatos que permitam a construção de uma visão crítica, despida de manipulação. A segunda, o desvio de comportamento, a partir do convite: o ministro Sérgio Moro foi esclarecer pontos de seu “pacote” anticrime. Tema que não foi discutido. Dois blocos, sem uma única pergunta sobre a propositura de um novo conjunto de leis, com vistas a combater o crime organizado e a corrupção sistêmica.

Se fosse Paulo Guedes ou a ministra Damares que estivesse sendo “fritado” – como tentou fazer Pedro Bial com Sérgio Moro – eles teriam ido embora. O programa não foi ao vivo, gravado e com cortes. Este tipo de risco, os demais ministros devem evitar. Não adianta imaginarem que dentro da nova ordem das savanas, os leões (globo) se tornarão vegetarianos. Morrerão famintos porque já nasceram “felinos”.

A pauta foi elaborada usando os velhos métodos delituosos da “desconstrução”. Pedro Bial iniciou com um ataque frontal, mostrando vídeos e áudios, do auge da operação lava-jato, questionando se houve abuso de autoridade do Juiz Sérgio Moro. Destacou a condução coercitiva do ex-presidente, e a divulgação do áudio vazado na conversa entre Dilma e Lula, que originou o “tchau querida”. Moro “franziu o cenho”, demonstrando surpresa, e só então percebeu sua posição de “cordeiro” diante de um lobo gigante. A esta altura, sua única esperança era que o “lobo” não estivesse de estômago vazio, fato que o levaria a escapar da refeição do momento. Reagiu: “a operação lava-jato faz parte do meu passado… Quero debater o futuro do país”. Bial mostrou suas garras, aludindo sobre sua provável vaidade, e a oportunidade de exacerbá-la com a prisão do ex-presidente Lula, episódio que lhes rendeu popularidade. Em seguida, Quis diminuí-lo e encalacrá-lo jogando pesado: “o senhor foi assessor da ministra Rosa Weber do STF, como o senhor vê o ministro Gilmar Mendes e suas opiniões sobre as sentenças e investigações da lava-jato”? Para a maioria da população, “assessor” – depois da era petista – tornou-se um termo vulgarizado e depreciativo, nominado a um cidadão incompetente e apaniguado.

O ignorante Bial desconhece que quem prepara todas as sentenças de Juízes, Desembargadores e Ministros são seus assessores jurídicos. Eles apenas assinam. E no caso particular da ministra Rosa Weber, o Juiz Sérgio Moro foi escolhido através de seu currículo, que o destaca como exímio conhecedor de operações das OCRIM, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Rosa Weber pertence à carreira do Judiciário da área trabalhista, desconhece completamente a esfera criminal. Mesmo assim, já cansado, Moro, rindo, preferiu não responder. Bial “cavou” uma opinião do ministro Moro sobre Rodrigo Maia, e criticou sua nova postura sobre política, quando o ministro fala em “negociar” com o parlamento. Para finalizar, entrou na vida pessoal do entrevistado, sugerindo comportamento dúbio ou fragilidade como cônjuge: “Sua esposa, usando as redes sociais, na campanha manifestava claramente apoio ao presidente Jair Bolsonaro… Era com sua permissão, ou o senhor não teve como contê-la”? Educadamente Moro confessou que amava sua esposa, e sua relação só era ótima, porque havia respeito mútuo sobre pontos de vistas distintos.

Enfim se Pedro Bial em sua nova temporada – depois de anos de fracasso e sem audiência – imaginou matar dois coelhos, com uma só cajadada, não conseguiu. Danilo Gentili e seu “The Noite” no SBT, exibindo a funkeira Lexa segurou 6,2 contra 6,1 de Bial. Existe um adágio popular que sentencia: “o mal, depois de destruir todo o bem, se arruinará enfrentando o próprio mal”. A Globo colhendo o que plantou.

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O POVO VOLTA ÀS RUAS EM PROTESTO INUSITADO

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Quando pensávamos que já tínhamos visto e testemunhado tudo de mais excêntrico no comportamento impulsivo do nosso povo, eis que surge o inusitado: ontem, domingo 07/04/2019, o povo voltou às ruas manifestando sua indignação contra a Suprema Corte, em defesa da operação policial de combate a corrupção lava-jato e repudiando a mídia tradicional (grande imprensa), formadora de opinião da nação. Isto jamais foi visto nas democracias ocidentais… O povo contra o poder Judiciário? Pedindo sua extinção ou impeachment de seus Ministros!? Historicamente o movimento se assemelha com queda da Bastilha, que culminou na revolução francesa.

O impressionante é que desta feita, não houve apoio de movimentos organizados como MBL, Vem Prá Rua… Diversos outros grupos considerados de “direita”, que se aparelharam nos períodos das manifestações (três vezes) pedindo o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Este povão – desacreditado pela grande mídia e subestimado pelo Poder Judiciário e o Legislativo – já havia mostrado seu rosto na campanha que realizaram através das redes sociais, apoiando e elegendo o presidente Jair Bolsonaro. Candidato literalmente sabotado pelos nossos “cidadãos Kane”, que ainda não conseguem entender os motivos da rebelde alforria coletiva da senzala, controlada pelos Capitães de Mato, proprietários dos grandes grupos de comunicação do país.

A partir de hoje, segunda feira (08/04/2019) se tivesse como conferir, saberíamos o tamanho do estrago na audiência da rede globo, pelo boicote na cobertura dos eventos e registros sem mostrar o tamanho das multidões – sobretudo em São Paulo – avenida paulista. Até onde eles (extrema-mídia), acham que derrotarão a vontade popular? As imagens que foram suprimidas pelas redes de TV, foram exibidas em tempo real pelo Youtube, Faceboock; Instagram; Twitter; grupos de Whatsapp…

A convocação partiu do twitter, sem apoio de nenhum político. Os motivos foram simples: a intenção de legitimarem seu voto pelas mudanças, ratificando que fizeram a escolha certa nas eleições presidenciais (2018); desmentindo as pesquisas e seus índices desmerecedores de crédito; mostrando que não são robôs que disparam mensagens automáticas nas redes sociais, como tentam justificar seus fracassos, os “jornalões” e revistas semanais do sudeste. As esquerdas, em número inexpressivamente inferior – se organizaram e também esteve nas ruas – pedindo a liberdade do ex-presidente Lula, preso por corrupção, lavagem de dinheiro e condenado a 12 anos de cadeia, em uma das duas sentenças da Justiça Federal do Paraná. Neste evento, o destaque da TV foi maior, mas, não mostraram “gigantismo” da multidão, na nítida intenção de compará-las em igual volume.

Surpreendido pelo evento, o STF – ainda incrédulo – se limitou a divulgar uma pequena nota, afirmando que é legítimo o poder de manifestações (?). Contra a Suprema Corte? É uma anomalia inédita e desmoralizante, com repercussões internacionais de proporções inimagináveis. O que a história registra é o contrário, o povo contra as ditaduras que fecham as Supremas Cortes de Justiça, deixando a população civil a mercê dos tiranos e seus tribunais de exceção. Que tipo de segurança jurídica representa hoje o STF, quando o povo vai às ruas protestarem contra seus atos? Como nos avaliarão nos demais países e continentes? Empreendedores e turistas viriam a um país, onde seu próprio povo não confia em sua Justiça? O que fará o próprio STF a partir de hoje? E os demais poderes, como agirão depois de um voto de desconfiança da população, dado a um dos pilares de nossa democracia? Estamos a caminho de uma ditadura popular, exigida pelo povo? Sem Legislativo e Judiciário?

As multidões querem respostas. As famílias abdicaram de seu lazer dominical, sua praia, seu churrasco e foram pedir nas avenidas de diversas capitais brasileiras, Justiça para Justiça. Seria risível, se não fosse tão trágico e desconcertante. Ou Senado instala os processos de impeachment protocolados – ora levados de barriga pelo Senador David Alcolumbre – ou pelo menos quatro dos atuais ministros do STF terão que renunciar, pelo bem da democracia e da paz da nação. Do contrário, as próximas mobilizações serão bem maiores e mais amplas e contundentes, incluindo o congresso. Os promoventes? Serão os legítimos donos e senhores do poder: o povo, que em sua maioria – segundo o Datafolha – tem optado por um governo autoritário.

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ONDE ESTÃO OS ROWAN DO EXÉRCITO DE BOLSONARO?
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No ano de 1889, coincidentemente há 130 anos, iniciou-se a guerra entre os Estados Unidos e a Espanha. O epicentro do conflito violento era a ilha de Cuba, colônia Espanhola. O presidente dos Estados Unidos Mac Kinley precisava urgentemente dar instruções ao General Garcia, insurgente aliado, perdido com suas tropas em algum local da ilha, por trás das linhas inimigas. Surgiu um voluntário: solado Rowan. Recebeu das mãos do presidente a carta e partiu. Quatro dias depois, estava em uma das praias desertas da ilhas. Em duas semanas, após cruzar o território hostil, frente a frente com o General Garcia, entregou a mensagem.
O Exercito do Presidente Jair Bolsonaro necessita de alguns Rowan. Por enquanto, só o ministro Sérgio Moro, e – para surpresa do país – o corajoso Paulo Guedes, provando sua bravura no “batismo de fogo” que enfrentou na CCJ da câmara dos deputados. Os demais estão confortavelmente seguros e entrincheirados, expondo o Marechal de Campo (Bolsonaro), esquecendo que depois da batalha vencida o herói pode ser alvo das “minas” e atiradores de elites, sobreviventes e dentro do rescaldo do confronto, pronto para abatê-lo.
Este evento ficou visível na sabatina de aproximação (hoje 05.04.2019) com a “alcateia” unida – extrema-mídia – que não esconde sua ansiedade e o momento oportuno de atacá-lo. O presidente Jair Bolsonaro sinalizou que fará modificação no MEC. Concordamos com o preparo intelectual do atual ministro. Um estudioso teórico, porém, profundo desconhecedor do lado prático (gestão) da máquina mais complexa do governo, responsável pela política do ensino e aprendizado – da mais tenra idade até a universidade. O atual ministro deveria estar como embaixador na UNESCO, combatendo o inimigo sem rosto que se expande geometricamente por todo o planeta: o comunismo do século XXI. Como enfatizou o assassino Cesare Batisti, em recente entrevista confessando seus crimes, a luta armada não se adéqua aos dias de hoje. As guerras das esquerdas será travada nos meios socioculturais, em nome da doutrina da desigualdade.
A extrema-mídia festejou o encontro com o presidente Jair Bolsonaro, de quem arrancou a promessa de ativar a SECOM, tendo a frente um publicitário. Elogiaram a decisão sobre a exoneração do ministro, cientes que a “lacuna” será objeto de desejo incontido do parlamento, ou da gang “centrão”. Para tanto, o senado através do seu presidente, já sugere que o MEC fique com a casa revisora do congresso. Se este fato for consumado, trás de volta em definitivo o toma lá, dá cá. Ao longo da história o povo testemunhou que “quando o congresso vai bem, o governo vai mal”. Isto não é recente, vem desde 1930. Na promessa de garantir a “governabilidade”, senadores prometem que se receberem o MEC, aprovarão a reforma da previdência.
Senador Izalci Lucas está sendo escolhido pelos seus pares do senado, como o nome ideal para o MEC (?) absurdo! O povo sabe quantos cargos importantes, com poder de caneta tem o MEC? Mais de uma centena, por onde circulam os destinos de incontáveis bilhões de reais, direto e indiretamente. Sem meias palavras: o “esquema troca de preferências, mas permanecerá escolhendo os “preferidos”, para compras, contratações de serviços; licitações bilionárias dirigidas e empregabilidade de exímios “operadores”, apaniguados por portadores de mandatos.
Se a escolha tem critérios técnico, por que o “Estado Maior” do governo não examina currículos? Por exemplo, está no Linkedin todo o histórico e artigos do Professor Moací Alves Carneiro.

Doutor, escritor e ex-reitor. Palestrante e consultor de larga experiência nas instâncias do ensino fundamental, médio e universitário. Conhece a estrutura do MEC por dentro e por fora. Ainda jovem e imberbe, compôs a equipe do saudoso paraibano Linaldo Cavalcanti de Albuquerque, que selecionado sem patrocínio político, ocupou o cargo de diretor do DAU – governo Médici – executando o ambicioso projeto da expansão universitária, criando uma universidade pública em cada estado da federação. Cumpriu com brilhantismo sua tarefa, e no governo Geisel, fundou, e foi o primeiro presidente do CNPQ.
O soldado Rowan quando recebeu do presidente Mac Kinley a mensagem para Garcia, não perguntou onde estava Garcia, como chegar lá, nem questionou sua sobrevivência. Com quem votou o ministro Onyx Lorenzoni na eleição para presidência da câmara em 2017? Claro que com o candidato do “centrão”. Jair Bolsonaro também foi candidato, e não obteve 10 votos. Quem fez a cabeça de Paulo Guedes para apoiar a recondução de Rodrigo Maia? Onyx, que ao lado de Maia – e já ministro da Casa Civil – vendeu o que não tinha na prateleira para eleger David Alcolumbre presidente do senado. Com tantas conquistas, onde estava Onyx nas duas derrotas recentes que Bolsonaro sofreu na câmara? E há quatro dias, porque não evitou que o senado aprovasse em dois turnos, numa tarde, uma PEC – emendas de bancadas impositivas – que cria um rombo anual de 4,5 bilhões de reais para o governo? Onyx e Maia ainda tentaram a volta de Mendonça Filho para o MEC. Os porquês, já foi explicamos acima. Próxima segunda-feira completam 100 dias de governo. O presidente e seu “Estado Maior” deve avaliar o desempenho de seus “Rowan”. Aproveitar o ensejo para fazer uma completa mudança nos seus comandos, sob pena de repetir o erro primário cometido por Erwin Von Rommel (raposa do deserto), que avançou suas tropas e os aliados o isolaram, cortando sua linha de abastecimento.

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MENTIRA INSTITUÍDA

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Em todo o ocidente, primeiro dia do mês de abril, se comemora o dia da mentira. Escolhemos a data, para registrar um “desmentido”, oriundo de uma “mentira” que por décadas vem sendo instituída como “verdade”. Desde o final do governo Sarney, a mídia começou a se referir ao governo militares, como “ditadura”. Uma colocação polêmica, para um sistema de governo excêntrico que provavelmente graças a sua extravagância – se é que de fato ocorreu tal ditadura – ocorreu uma única vez, e no Brasil. Toda “ditadura” tem o um “ditador”. Alguém que usurpa o poder com o uso da força, encarcerando a céu aberto a sociedade civil organizada, tomando-lhes seus direitos, títulos, domínios e propriedades; fuzilando adversários e membros do governo deposto. Isto ocorreu no Brasil de 1964? A verdade é que existia um golpe em curso, ou mais uma “quartelada”. O evento foi abortado pelo próprio ex-presidente João Goulart, que preferiu deixar o país – criando vacância no cargo – que ocupava como vice em exercício. Cruzou a fronteira do Uruguai e evitou derramamento de sangue.

Generalíssimo Francisco Franco Bahamonde foi um ditador na Espanha. Uma liderança militar que surgiu após o final da sangrenta revolução em 1939. Houve prisões, expatriações e fuzilamentos. Esteve no poder por trinta e seis anos e de lá saiu para o cemitério em 1975. Antes, nos estertores de sua existência, devolveu o poder a Monarquia, e mandou coroar o Rei Juan Carlos. Ditadores não tem sucessores, a não ser através de outro golpe, ou revolução armada. Strossner no Paraguai, Fidel em Cuba; Salazar em Portugal… No Brasil entre 1964 e 1978, ocorreram eleições indiretas, realizadas pelo Congresso Nacional e com candidatos da oposição ao governante de plantão. Sejamos sinceros: isto realmente foi uma ditadura?

Além da questionável mentira da “ditadura”, o pior é o embuste sobre o seu período, que a mídia e os atuais historiadores insistem em afirmarem: vinte e um anos (?). Com esta estupidez jamais concordaremos. Anualmente, pelo menos umas cinco vezes – em oportunidades distintas – e comentando sobre temas paralelos, destacamos propositalmente que o fim dos governos militares ocorreu em 1979, quando terminou a gestão do ex-presidente Ernesto Geisel. Entre 1964 e 1969 foram editados 17 atos institucionais, inclusive o mais severo de todos, AI-5. Geisel revogou todos em 01 de janeiro de 1979. Quinze anos pode ser considerado como “período de exceção”, apesar da existência da Constituição de 1967, que os “intelectuais” dos meios jurídicos – a luz da história – ignoram. Nunca vinte e um anos, como insistem os mentirosos historiadores do Brasil. Querem contar os seis anos de mandato do ex-presidente Figueiredo como “período dos militares” ou da “ditadura”. Um engodo esdrúxulo, descabido, que o povo não deve aceitar e jornalistas ou historiadores – têm por obrigação reescrever este capítulo – admitindo erro abrutalhado, ideologicamente imposto pelas esquerdas, após chegarem ao poder. Ex-presidente Figueiredo foi eleito não mais pelo Congresso Nacional. Criou-se o “Colégio Eleitoral”, e quem concorreu com ele foi o General Euler Bentes Monteiro, pelo MDB, tendo como vice Paulo Brossard. Figueiredo obteve ao lado de Aureliano Chaves, 355 votos. Euler Bentes e Brossard, 255 sufrágios. Isto é regime “Militar” ou ditadura?

O mais perfeito argumento da inexistência de um governo militar no período do ex-presidente João Figueiredo, foi à promulgação da “Lei da Anistia” – ampla geral e irrestrita – em agosto de 1979, retroagindo e beneficiando todos que praticaram crimes desde 1961 (quatro anos antes da intervenção militar apoiada pela maioria da população brasileira). Para reforçar a tese, o arqui-inimigo dos governos militares era o saudoso nacionalista Leonel Brizola, anistiado (1979) e eleito governador do Rio de Janeiro em 1982 pelo PDT, quando o ex-presidente Figueiredo extinguiu o bipartidarismo. Voltaram o PTB; PSB; renomearam ARENA (PDS) MDB (PMDB) e criaram o PT. João Baptista Figueiredo era um General da reserva do Exercito Brasileiro, como Dwight Eisenhower foi também um General da reserva do Exército dos Estados Unidos – comandante das tropas aliadas na segunda guerra – eleito presidente pelo Partido Republicano. Aos senhores respeitáveis professores de história, fazemos aqui um apelo: por favor, não continuem ensinando errado aos nossos netos, que o Brasil viveu uma ditadura de 21 anos. Se quiserem “nominar” o período entre 1964/1979 como ditadura, reconheçam que foram 15 anos. Registro lúcido contestatório, de uma testemunha da história.

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CÂMARA SE INSTRUMENTALIZA PARA DERRUBAR BOLSONARO

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O presidente da câmara dos deputados, Rodrigo Maia, insistia em alegar que para aprovar a reforma da previdência, seria necessário “negociar”. Postergou além de todos os limites da tolerância, impedindo propositalmente que o governo avance milímetros, na sua quilométrica caminhada em busca de resgatar valores e remodelar o país. Para que se tenha noção do verdadeiro boicote, basta que se observem as dificuldades criadas para nomear a CCJ, em seguida um relator para o projeto; criação da embaraçosa e anômala comissão extraordinária (?) para analisar os impactos da reforma – quando já existe uma instalada e permanente – Comissão de Seguridade Social e Família, por onde tramitam obrigatoriamente todos os projetos (inclusive este) relacionados ao sistema previdenciário público, privado; urbano; rural… Empecilhos para ganhar tempo e na primeira oportunidade, derrubar o governo. Olhando no retrovisor da história, ressurge as mesmas “forças ocultas” que levaram Jânio Quadros a renuncia (Agosto 1961).

O curioso é que para previdência, não tem votos suficientes. Mas, não faltou quorum para aprovar a PEC (legislando em causa própria), que torna o orçamento impositivo, obrigando o governo pagar as emendas de bancadas. Pouquíssimas pessoas sabem o que significa “emenda de bancadas” – banidas na era petista – sob pena do presidente se transformar em “Rainha da Inglaterra”. É um ato brutal, um estupro parlamentar (coletivo) no indefeso presidencialismo.

O povo ainda não tem noção da periculosidade deste parlamento e sua verdadeira ameaça a ordem democrática. Basta seguirmos os passos do seu presidente, olhar quem o acompanha, e o monstruoso fosso que ele está aprofundando para separar a câmara de um governo legitimamente eleito. No final da semana que passou (22.03.2019) o sogro de Rodrigo Maia (pai por afinidade) Moreira Franco, estava preso no Rio de Janeiro. Pai por afinidade, porque seu pai biológico César Maia, quer vê-lo muito bem, mas, longe dele. Onde estava Rodrigo Maia, depois que visitou Gilmar Mendes? Em São Paulo, ao lado do governador João Dória – já em campanha para presidente – armando para aprovar a PEC das emendas de bancadas impositivas. Explicando melhor: um parlamentar (deputado federal) tem o limite de até 10 milhões de reais – roubo escandaloso do dinheiro do contribuinte – para apresentar no orçamento como emenda individual, destinando estes recursos a quem lhes interessar: prefeituras, ONG; Fundações… Não se dando por satisfeitos, apresentam uma emenda de bancada. Reúnem-se e propõem valores estratosféricos para serem “investidos” em seus Estados. O lobby dos deputados, o governador paga. Imagine São Paulo? São 70 deputados federais. E no restante do país? Multipliquemos por 513 para atender 27 Estados! Se o presidente não cumprir? Será cassado por improbidade administrativa. Acreditam?

Uma luta desigual… Enquanto o novo governo economiza um ou dois bilhões, a câmara cria uma despesa impositiva que leva tudo que foi poupado. Cabe ao Senado agora, cumprir com seu papel de “Casa Revisora” e derrotar esta propositura. Mas, será que este foi o preço “negociado” pelo superministro Paulo Guedes? Se não resistiu a pressão, abriu a porteira. Roubar, trair e coçar, é só começar. Segunda etapa do previsível golpe está sendo protagonizada pelo PT. No Brasil as ideologias sempre foram desprezadas quando entrou em cena o poder e o dinheiro.  Mais de 200 assinaturas já foram colhidas para apresentar uma PEC destituindo a função do vice-presidente da republica. Caso o titular seja cassado ou ocorra algo que não possa concluir seu mandato, o vice-presidente assume apenas por 90 dias e convocará novas eleições, realizadas inclusive de forma indireta, pela câmara dos deputados. A “velha mídia”, silencia e pauta o debate da reforma, discussão semelhante a dos sexos dos anjos pela Igreja Católica, que perdurou por seis séculos, para decidirem que anjos não têm órgãos reprodutivos como as espécies. Estão conspirando para engessar o governo até o final do ano – apostando num inevitável desgaste – e em 2020, derrubam Jair Bolsonaro, levando com ele também seu vice Hamilton Mourão. Até dezembro, a oposição começará protocolar pedidos de impeachment.

O maior erro do presidente Jair Bolsonaro – conhecendo a casa onde esteve por 27 anos – foi ter confiado que o seu superministro Paulo Guedes tinha conquistado Rodrigo Maia, a quem apoiou para continuidade na presidência da câmara. Teria sido melhor um “petista”, pelo menos o eleitor de Bolsonaro entenderia que qualquer manobra, seria “armação” de um inimigo derrotado, rancoroso e revanchista. Alguém lembra o que fez a câmara dos deputados em 2017 e 2018? Rodrigo Maia foi imposto como presidente, pelo seu sogro (pai político) Moreira Franco, ministro de Michel Temer e ex-primeiro escalão da gestão Dilma Rousseff. Como ele pagou a Temer? Acatando duas denuncias que pedia seu impeachment, promovendo uma das maiores “farras” da história feita com o dinheiro público. Foram 15 milhões para cada deputado em cada uma das duas votações. Depois “negociou” mais duas PEC. A da reforma trabalhista e da previdência. Recebeu pelas duas e entregou apenas uma. Em dezembro (2018) sabendo que não tinha chances de voltar a presidir a mesa diretora, garantiu aprovar a reforma da previdência até a posse da nova legislatura em fevereiro. Quando se sentiu eleito, alegou indisposição dos derrotados, mas garantiu que no final de março o caso estaria resolvido. Sem o menor pudor, jogou para Abril. Antes da prisão do “sogrão”, estimou junho. Agora… Final do ano. Se o povo não forem às ruas e enquadrá-lo… Ele e seus comparsas botarão abaixo o atual governo.

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SEQUESTRADORES DA NAÇÃO
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Numa das últimas pesquisas do Instituto Datafolha, divulgada pela TV Globo News (eleições 2018 primeiro turno) ouvindo um público de 20 mil entrevistados, continha no questionário qualitativo “recortes” de opiniões do eleitor, objeto de investigação e análise dos comentaristas políticos, para interpretarem o sentimento popular dos brasileiros – desertores da mídia tradicional – interagindo nas redes sociais.  Duas perguntas e suas respectivas respostas calaram a crônica. A primeira era se o eleitor desejaria um governo autoritário. A resposta veio de 58% dos consultados dizendo “sim”. A segunda era sobre a importância da câmara dos deputados, 49% da população manifestou o desejo de extinguir a casa legislativa. Jornalista Merval Pereira, olhos arregalados – surpreso com revelação – tentou minimizar o estrago, arriscando justificar: “acho que autoritarismo, o povo entendeu como governo com autoridade” (?). Esqueceu a lógica, ignorando que os 49% que defenderam o fechamento da câmara dos deputados defenderam o “autoritarismo”.
O parlamento brasileiro foi sempre uma pedra de tropeço nos caminhos de nossa democracia. Desde 1930 (fim da república velha) até hoje, apenas quatro presidentes eleitos diretamente pelo voto, concluíram seus mandatos. Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso; Lula da Silva e Dilma Rousseff (sua primeira eleição). Em quase nove décadas, ocorreram dois golpes de estado e diversas eleições indiretas (congresso nacional). Quem é culpado por todos estes desacertos? O povo ou o parlamento? Desde que o voto se tornou obrigatório (1934), apenas em duas ocasiões às “massas” foram às urnas votarem em parlamentares. Na Constituinte de 1947 por razões ideológicas – comunismo x democracia – e em 1986, atraídos por um derrame de dinheiro sem precedentes na historia, empurrado pela popularidade do presidente Sarney (plano cruzado), considerado posteriormente como “estelionato eleitoral”.
Tem sido frustrante para democracia brasileira, votar em um presidente e ser governado por um parlamento com caprichos sinistros, ilícitos; defensores de interesses escusos e parturientes de “crises” para engessar a nação. O erro começa pela coincidência do calendário eleitoral. Eleições presidenciais eram para ser “solteiras” ou gerais. No ano de eleições parlamentares, não se elegeria prefeitos, governadores e presidente da república. Nos Estados Unidos, eleições parlamentares ocorrem na metade do mandato presidencial. O voto não é obrigatório, deputado federal e senadores exercem suas verdadeiras funções constitucionais: proposituras de leis, aprovação de orçamento e fiscalização da gestão financeira do poder executivo.
Os brasileiros não escondem seu asco pelo parlamento. Poucos são os que se recordam do nome do deputado federal ou estadual, em quem votaram no último pleito. Cobram pelo voto – recebem de muitos postulantes – e no dia fazem a escolha optando pelo maior lance. Esta tem sido a alternativa que a população encontrou para puni-los. Porém, os cínicos sedentos de poder, consideram a gastança um “investimento”. Que legitimidade tem este “poder”? Algo tão aberrante, que em 2017 o STF tinha aproximadamente 600 processos contra parlamentares acusados de corrupção, caixa dois; compra de votos; formação de quadrilha… Onde esteve à mídia por todo este tempo, que não divulgou maciçamente (como o caso Mariele) estes dados? Teor dos processos, nomes desta lista – curiosamente tem quase o mesmo número dos integrantes do Congresso Nacional – 513 deputados federais mais 81 senadores. Cerca de 20% deste total (exceção) não respondem processos. Já seria triste se a regra fosse à exceção, imagine o contrário? Esta é a realidade insofismável dos nossos dias… A câmara dos deputados mantém refém um presidente eleito com 58 milhões de votos. O povão está com seus sonhos e esperanças, sequestrados pela câmara dos deputados. Para resgatá-los e liberar seu governante, a população terá que voltar às ruas. Mobilizar-se contra o Congresso, STF e todas as instituições que lhes pertencem. Afinal, estamos numa democracia, onde o poder emana do povo.

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A OUSADIA DO IRREVERENTE RODRIGO MAIA

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Conta à fábula, que uma grande comunidade de ratos vivia tranquila e se reproduziam rapidamente num velho armazém. Por mais que seu proprietário tentasse envenená-los, não conseguia. Ratoeiras? Nem pensar, cardápio diferente… Era melhor continuarem nos grãos. Até que cansando, o dono do depósito resolveu botar um gato. Na primeira noite, três vítimas. Durante o dia ou a qualquer hora, o gato atento, mesmo dispensando refeição extra, matava-os por instinto predatório. Em uma semana, as baixas foram grandes. Os ratos acuados se reuniram para discutirem o destino da comunidade. Surgiu a ideia de botar um chocalho no gato, pois ao andar, com o som do chocalho, eles localizariam onde estava o bichano. Todos concordaram. Então veio à pergunta irrespondível: quem vai botar o cocalho no gato? Não apareceu o voluntário.

No sábado (17.03.2019), um dia antes de o presidente Bolsonaro viajar para os Estados Unidos, o irreverente Rodrigo Maia convidou-o para um churrasco íntimo em sua casa, onde discutiriam “minúcias” sobre a reforma da Previdência. No encontro, apenas ele, o ministro Onyx Lorenzoni e o convidado (Jair Bolsonaro). Desconfiado da cortesia e conhecedor da “malandragem carioca”, o presidente foi. Mas, levou consigo 17 convidados. Dentre eles, alguns generais, o ministro Heleno do Gabinete de Segurança Institucional. Para surpresa de todos, quem estava lá era o Ministro Dias Toffoli, presidente do STF, David Alcolumbre (presidente do Senado) e seu ex-ministro da Casa Civil,  Gustavo Bebianno (?).

A ousadia do destemido Rodrigo Maia, pressionado e instigado pelo famigerado “centrão”, é de um afoito inominável. Ao lado de David Alcolumbre – presidente do Senado – “armaram” para tentar botar o chocalho no gato (Bolsonaro). Mas, para o bem geral da nação, o ímpeto foi abortado pelo excesso de testemunhas. A partir da “cabeça” do ministro Sérgio Moro, ocupação de cargos estratégicos (com dinheiro) pelo centrão; barrar pedidos de impeachment de ministros do STF; impedir instalação da lava-toga e fim da lava-jato, tudo seria discutido e pleiteado. Um registro fotográfico discreto seria providenciado, e espalhado nas redes sociais, fato que geraria suspeitas no eleitorado de Bolsonaro e em toda a sua equipe de abnegados da causa de mudar o país. A foto ainda foi feita e divulgada. Mas, não conseguiram esconder o Gen. Heleno, delegado Waldir, ministra Damares…

O “centrão” é um movimento de deputados federais suprapartidário, que surgiu das cinzas do “baixo clero” – aglomerado de parlamentares espertos – que elegeram em 2005 o pernambucano Severino Cavalcanti para presidência da câmara, uma candidatura avulsa, derrotando o pretendente do governo (PT) e adversários lançados por composições das grandes legendas de então, PMDB, PFL; PDT; PTB… Severino Cavalcanti durou pouco mais de 07 meses como presidente. Em manobras para abortar o mensalão, fazendo todo tipo de negociação espúria e trancando a pauta com o apoio da gang que o cercava, foi alvo do MPF em investigação destinada, onde descobriram um “mensalinho” pago a ele pelo concessionário que explorava os serviços de restaurante da câmara. Temendo ser cassado, renunciou a presidência e seu mandato.

A tática do centrão é levar o governo de plantão ao desgaste. Na medida em que o governo se impopulariza, cresce o centrão, passando a coupar a explanada dos ministérios e negociando pessoalmente (deputado por deputado) votos para projetos que tragam benefícios diretos para o povo e o governo brasileiro. De bolsos cheios, renovam seus mandatos com folgas. Até as eleições de 2014, os campões de votos por estado, eram todos do centrão. O “baque” veio em 2018. Mas, com o aprofundamento da crise, a pressão do centrão empurra o presidente da câmara para chantagear o executivo até que ele ceda. O destempero do presidente Rodrigo Maia não é por acaso. Já disse que “a câmara não é cartório para registrar queixas do povo” (?). Depois disparou com outra: “a câmara e seus deputados são soberanos…” Um internauta respondeu que “soberano” não se elege, já nasce soberano. O povo vota em representantes. Quarta-feira (20.03.2019) foi à vez de agredir e humilhar um dos nomes mais respeitados do país, o Juiz Sérgio Moro. “Ele é funcionário de Jair Bolsonaro… Está trocando as bolas, eu converso com o presidente”. Ontem, quita-feira, veio à prisão de seu sogro, ex-governador do Rio Moreira Franco. Seus comparsas quiseram atribuir a uma retaliação corporativa do Juiz Marcelo Bretas, em defesa de Sérgio Moro. Rodrigo Maia conferiu que o mandado de prisão foi expedido um dia antes 19.03.2019.

Queiram ou não, para aprovar a reforma da Previdência, Bolsonaro terá que botar um “gato” (PF e lava-jato) na câmara. E Rodrigo Maia, se tiver juízo, renuncia imediatamente a presidência e seu mandato. Imagine se na busca e apreensão na casa de seu sogro, a PF tiver encontrado algo como “doação de campanha não declarada”?

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JOAQUIM LEVY BNDES E UMA GRANDE DEPRESSÃO   

            Em entrevista concedida no dia 13/02/2019 (semana passada), ao Jornalista João Borges da TG Globo News, o presidente do BNDES Joaquim Levy deixou transparecer em suas respostas, que continuaremos vivendo neste quadro penúria. Demonstrou possuir visão limitada e estéril, incapaz de não enxergar nada além de um “livro caixa” e totalmente inabilitado para gerar ideias que possam fazer o Brasil retomar o crescimento. É um bancário de carreira, com um currículo entesourador, imediatista e controlador da expansão do crédito. Um homem certo para Bradesco, Itaú ou Santander, no lugar totalmente errado, Banco de Desenvolvimento Econômico Social, que investe em projetos de longo prazo. Quem o indicou? Amigos de Paulo Guedes, ou a turma do COPOM? Ele jamais frequentou a mesma “praia” do presidente Bolsonaro. Era da cúpula petista de Dilma a quem não poupou críticas pelos investimentos errados em Cuba (porto) e Moçambique (aeroporto). Muito embora tenha sido membro do governo.

            Provavelmente Joaquim Levy tenha visto nos noticiosos da TV (ontem 20.03.2019) longas reportagens sobre o desemprego e falta de trabalho no Brasil. O assombroso índice de 32,7% de famílias absolutamente sem rendas, mostra que nos aproximamos de um inevitável caos social. Não se trata mais de recessão. É depressão. Os reflexos estão na pesquisa do IBOPE – descontando 5% de exagero – mesmo assim, mostra que a popularidade do presidente despencou. Manifesto espontâneo de frustração da população, principalmente no índice de confiança e aprovação do seu modo de governar.  Infelizmente sua equipe econômica – que caiu na armadilha da “reforma da previdência” – ainda não deu um único passo em direção a uma nova política que gere empregabilidade ou ocupação remunerada. Mesmo assim, o COPOM se reuniu ontem e pela oitava vez – com novo presidente do Banco Central – ao longo do período de um ano, os juros (taxa selic) permaneceram os mesmos 6.5% ao ano. Motivo? Desconfiança no governo (?) e insegurança dos mercados. Presidente da câmara Rodrigo Maia promete que a reforma (talvez) seja votada até o longínquo junho. Seria risível se não fosse trágico. A desculpa era mudança no regime previdenciário dos Militares. Ontem foi entregue. E agora? Vão continuar levando de “barriga”? É Claro. O “centrão” quer a grana. Cargos com autonomias de compras milionárias, licitações bilionárias e poder de caneta, para pagarem suas contas de campanha, ou fazer caixa para a próxima. Afinal, do “centrão” que voltou (2018), poucos foram os que gastaram abaixo de 15 milhões de reais. Não importa direta, esquerda ou centro. Eles querem o dinheiro que gastaram.

            O presidente Jair Bolsonaro acreditou – e nos fez acreditar – que o superministro Paulo Guedes entendia tudo sobre economia, e tinha um projeto fantástico que se posto em prática, o Brasil seria alavancado de uma “planície” comprometida pelo aprofundamento das “erosões” socialistas de quando as esquerdas estiveram no poder. A cada entrevista, Paulo Guedes tona-se mais eloquente, e pouco producente. O Brasil começa a mergulhar na depressão, e  Joaquim Levy na TV, prometendo o “milagre” de emprestar dinheiro para micro e pequeno empreendedor com taxa de 15% ao ano,  ainda “verificando certos critérios”. Meu Deus…É injetar na veia de um paciente hipertenso, soro a base de cloreto de sódio. Se este for o tratamento, todos morrerão. O que ainda falta ao presidente Bolsonaro? Continuar esperando por Paulo Guedes? Por que não consultar outros da área? O Brasil precisa de seu “New Deal*”. Que vá a TV, use as redes e explique ou denuncie, a chantagem do parlamento. O povo o elegeu, por sua coragem. Se o legislativo resistir, resolva do modo como já se espera em Brasília, via artigo 142 da Constituição Federal: Intervenção Militar. Se necessário, fechando o Congresso para garantir a ordem.

*New Deal – nome dado à série de programas governamentais dos Estados Unidos,  entre 1933 e 1937, sob o governo do presidente Roosevelt, com o objetivo de recuperar a economia norte-americana da grande depressão após a queda da Bolsa em 1929. Investimento maciço em obras públicas na construção de usinas hidrelétricas, barragens, pontes, hospitais, escolas, aeroportos etc. Tais obras geraram milhões de novos empregos. Redução da jornada de trabalho, com o objetivo de abrir novos postos. Fixação de um salário mínimo, criação do seguro-desemprego e seguro-aposentadoria (para os maiores de 65 anos). Distribuição de rendas que acabou o desemprego.

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CADASTRO POSITIVO É RECESSIVO

O estado de recessão da economia do país deve se aprofundar – segundo dados de pesquisas do setor – que revelam índices apavorantes, como o endividamento de 62% das famílias brasileiras, cadastradas como “caloteiras” junto aos órgãos de informação e proteção ao crédito (SERASA e SPC). Este gigantesco contingente de sobreviventes a caminho da miséria são vítimas do desemprego em massa, herança da era petista, que acumulou os estoques remanescentes do período “tucano” (FHC). Há 25 anos os governos usam “artifícios” manipulando dados e pesquisas – trocando constantemente métodos – para calcularem inflação, desemprego e IDH. Uma “mentira oficial”, apoiada pela grande mídia, e vergonhosamente endossada pelas “respeitáveis” autoridades econômicas, cujos currículos têm mais pagina que a Bíblia Sagrada.

            Estamos no início de um novo governo, que nos garante ser diferente de tudo o que vimos nos últimos 30 anos, fazendo-nos crer nas promessas de uma mudança radical na política econômica. Superministro Paulo Guedes assegura que o Brasil voltará a crescer, e o mercado absorverá a mão de obra de 12% de sua força de trabalho, ora desempregada, além de gerar a primeira oportunidade para outro índice alarmante de 15% da população, compostas de jovens esperançosos, na busca de ocupação remunerada. Para que se ponham em prática esses ambicioso programa, a expansão do crédito é fundamental. Sem dinheiro novo, não existira investimentos nem empregabilidade. O crédito financia a produção e o consumo. Com investidores e consumidores “negativados” o programa do presidente Jair Bolsonaro, aos cuidados de Paulo Guedes jamais alcançará o êxito desejado.

            Os Bancos que sempre mandaram no país – exceto nos governos Costa e Silva e Médici – criaram uma “cláusula de barreira” para abrirem as algibeiras, e permitir que Paulo Guedes desenvolva suas ações: reforma da previdência. Sem reformas, não haverá crédito para expansão monetária, ora vigiada e proibida pelo famigerado COPOM, com apoio do Banco Central (independente) que não admite intromissão do governo (?). Puseram Paulo Guedes num quadrado. Sério: alguém acredita que a Previdência necessita mesmo de uma reforma? Só se esta viesse para repor o prejuízo causado por FHC, a centena de milhares de contribuintes que recolheram sobre 20 salários mínimos, e foram “achatados” pelo mísero fator previdenciário.

            Infelizmente o governo e o próprio Paulo Guedes, caíram na armadilha dos banqueiros. Reforma da Previdência era para ter sido divulgada como programa de austeridade da nova gestão, promovendo “cortes” e fim dos privilégios. Não foi o que aconteceu. O povo tem a sensação que continuará sendo roubado. O governo se esqueceu de olhar mo retrovisor – apagar das luzes da gestão do ex-presidente Michel Temer – meados de dezembro 2018, quando o Congresso as vésperas do recesso e sob a pressão do Banco Central criou quorum, votou e aprovou o acordo de leniência dos Bancos, crime lesa pátria, perpetrado contra o cidadão contribuinte. Este acordo espúrio, acobertado pela “mídia profissional”, impede que os Bancos sejam processados, punidos criminalmente; multados; seus diretores presos, por cumplicidade com a gang da corrupção desbaratada pela lava-jato. Os Bancos foram os grandes facilitadores da evasão de divisas e fiéis depositários das propinas, além de colaborarem de modo “operacional” com a criação de contas fantasmas. Desde dezembro, graças a Rodrigo Maia e Eunício Oliveira, todos se salvaram e estão impunes. Será que ninguém viu isto?

A cegueira “histérica” do momento – discussão da reforma da Previdência – desviou o foco do povão, e o congresso nacional voltou a agir criminosamente em favor dos Bancos mais uma vez. Mesmo tendo sido atingido por uma renovação expressiva em suas duas casas legislativas, deputados e senadores aproveitaram-se da ocasião, e na calada da noite, o Senado Federal nos mostrou que nossos destinos (governo povo e nação) continuarão sob o mais absoluto controle dos Bancos. Aprovou o “Cadastro Positivo”, criando um gueto para os endividados. Legalizaram um crime que fere direitos constitucionais, como a privacidade do individuo. O presidente Jair Bolsonaro e Paulo Guedes, certamente ignoram completamente os efeitos devastadores deste cadastro positivo, que passa a ser super-recessivo. Se o presidente não vetar, o país se enterrará definitivamente. Com 62% de suas famílias inadimplentes, como ocorrerá expansão do crédito? Legalmente o congresso nacional permitiu que os Bancos criem a partir de agora, a listas negras dos “negativados”. Dinheiro só para os “positivados”. Quem e quantos? Isto não existe em nação nenhuma do planeta terra! O povo tem que voltar às ruas, usar as redes sociais e pedir um lava-jato para “limpar” o Congresso.

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SILÊNCIO COMPROMETEDOR

            A insônia se instalou na granja do governador. Noites longas e sombrias causam estranha sensação de medo, no espírito do já intranquilo novo inquilino, que não consegue se desprender dos fantasmas obsessivos e sua insistência em demonstrarem – via ameaças veladas – que ainda detêm os mesmos poderes de quando vivos, mesmo depois de mortos. Os insepultos tornam os dias do engenheiro João Azevedo atormentados e mais curtos e desconcentrado. Discursivos, e com uma agenda de aconselhamentos bizarros, onde surgem ideias que vão da lucidez a insanidade.

 Tudo que o governador deseja no momento, é um afastamento voluntário da sua gestão de todos implicados que poderão ser punidos pela crucificação. Mas, os inconformados “kamikazes” querem dividir com ele, a aflição de seus calvários. O que pode fazer o governador? Confessar que sabia de tudo? O povo, estarrecido, ainda o tem como vítima. O “poste”, a escolha; guardião da confiança, capaz de cumprir todo um roteiro elaborado para perpetuação no poder do seu líder e mentor “socialista” Ricardo Coutinho. A via-crúcis começou… O trajeto todos sabe onde termina: no local da crucificação. Querem que o governador João Azevedo tome a cruz para si, e a carregue? Mesmo que o faça, ele deve pelo menos escolher – historicamente e para posteridade – a posição onde será crucificado, não ficando nem à direita, muito menos a esquerda.

A Secretária Livânia e Gilberto Carneiro talvez jamais tenha visitado uma cadeia. Imagine um presídio! Lugar isolado mundo, com regras desumanas impostas por criminosos impiedosos, desesperados e arruinados. O delator não suportou uma simples prisão “recreativa”. Vomitou tudo que havia degustado no banquete dos socialistas por oito anos. É de bom alvitre alertar o governador João Azevedo, sobre o exemplo Pezão (RJ) e Beto Richa (PR). No caso Paraná, foi um secretário delator, cujo processo ainda carecendo de provas mais robustas, as evidências foram suficientes para por atrás das grades um ex-governador licenciado, e em campanha para o Senado Federal.

Os tempos são outros, e o Poder Judiciário está sendo encurralado pelo povão a partir da Suprema Corte. Como numa guerra ou revolução, pouco se sabe como começa, impossível adivinhar como termina. O desmonte das OCRIM pelo Ministro Sergio Moro – que ainda vai passar pelos estados, municípios e congresso nacional – tem agradado a população a cada reviravolta e seus inesperados acontecimentos. O caso do assassinato da vereadora carioca Mariele, causou surpresa não por ter sido desvendado e os sicários presos. Mas, pelos 107 fuzis AR-15 ainda em embalagem industrial, apreendidos na casa de um ex-PM. A Policia, Milícias; políticos e bandidos do narcotráfico estão agora dentro de uma nova linha de investigação – a partir da ALERJ – causando suspense por não se saber onde, e nem em quem irá esbarrar tudo isto.

A delação antecipada da Secretária Livânia, seria sua única salvação, preservando o governo. Todavia, os investigadores sabem que ela além de não agir só, sempre foi disciplinada, e cumpria ordens apenas o “número um”. Quanto a João Azevedo, seu silêncio é comprometedor. Bem pior é sua falta de atitude em não usar a caneta. Talvez seja inocente, e consiga salvar sua pele. Mas, se não agir em tempo hábil, a amizade pode se transformar em cumplicidade, que causará dificuldades em salvar seu mandato por mais 47 longos meses. O delator foi preciso e expôs todo sobre o caixa dois: nome de pessoas, empresas, data de pagamentos em espécie… É batom na cueca.

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SÉRGIO MORO CONTINUA SABOTADO PELA GRANDE MÍDIA

            Cinquenta e três dias a frente do Ministério da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro – tendo sob seu comando a Polícia Federal e o COAF – desenvolveu ações surpreendentes no combate ao crime e o narcotráfico, que levariam décadas, ou jamais seriam operacionalizadas. Enfrentar as OCRIM sob a premissa que “o crime organizado não irá vencer o Estado” – foi uma promessa feita pelo Ministro, ao cético povo brasileiro que já consideravam derrotados nesta guerra hedionda. Mal sentou na cadeira, o PCC tentou amedrontá-lo criando um quadro de terror no estado do Ceará. A “farra” durou duas semanas. O braço nordestino do PCC foi literalmente desarticulado, com prisões e transferências de todos os seus temíveis líderes, espalhados hoje pelos distantes presídios federais do país. Por que a grande mídia não destacou isto como uma vitória do Estado Brasileiro? O Ceará está em paz.

            Criminoso de alta periculosidade – Marcola – supremo comandante da OCRIM PCC, há décadas aterroriza São Paulo. Sua última investida na capital (15.05.2006) ocorreu com 115 ataques terroristas, 58 assassinatos dentre as vítimas 38 policiais. O medo apavorou a maior cidade do país por uma semana. Mais de uma centena de ônibus, Vans; veículos particulares foram incendiados. Metralharam fachadas de todas as delegacias de bairros… O governador Cláudio Lembo teve que (vergonhosamente) às escondidas, negociar com este bandido, para que os ataques fossem suspensos, aceitando imposição de nomes para dirigirem diversos presídios, e cadeias públicas.

Marcola, após a posse do Ministro Sergio Moro, enviou áudio a todos os grupos do whatsapp, convocando suas tropas para um enfrentamento, ameaçando desta feita, incendiar todo o país. Numa operação espetacular, Ministro Sérgio Moro o transferiu e prendeu 391 bandidos, que compunha seu exército fora das grades. Funcionou a tática do “elemento surpresa”. O temido Chefão do PCC jamais esperaria ser removido de São Paulo. Seus “infiltrados” em todos os setores do “Estado” e mundo empresarial falharam. Na grande mídia, apenas discreto registro.

            A bela cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte, foi alvo nas duas últimas semanas de uma operação que chamou atenção da Europa (em particular a Holanda). Apreenderam 4,2 toneladas de cocaína (pasta pura) camufladas em embalagens de melões. Claro que a maioria das pessoas não tem a menor ideia do tamanho do prejuízo causado aos grandes Cartéis e financiadores das drogas. Um quilo de “pasta pura” custa o equivalente a 20 mil reais na Bolívia e Colômbia. Quatro toneladas representam 160 milhões de reais, valores que são multiplicados por três, até a ponta final (consumidor). A apreensão no porto de Natal e a informação da rota náutica da fruticultura até Amsterdam oportunizou a polícia Holandesa apreender mais duas toneladas por lá. Esta ação culminou na quinta-feira (21.02.2019), porto de Amsterdam, uma das maiores operações das últimas décadas: 10 toneladas de pasta em um navio que passou em portos e águas brasileiras. Noticiário da grande mídia (Globo) não noticiou.

            Dia seguinte (22.02.2019) sexta-feira, decidimos passar o dia e a noite “plantado” frente à TV Globo News, esperando noticiarem o desmantelamento de uma das maiores gangs do país – totalmente desconhecida – onde foram presas 43 aeronaves que transportavam 400 toneladas (cada uma) de cocaína dia, usando os mais diversos planos de voos clandestinos. Estes supertraficantes não têm passagens pela polícia, são disfarçados de “empresários”, fazendeiros criadores de rebanhos bovinos; proprietários de postos de gasolina; frigoríficos… Um fato tão espantoso e extraordinário que o DEA – agencia especial de combate ao trafico dos Estados Unidos – enviou força tarefa para o Brasil, na intenção de descobrir as ramificações desta quadrilha com a droga que entra na América do Norte. A TV Globo News não notificou absolutamente nada. Esperamos até o Jornal das 10 (noite) e o assunto policial que abordaram foi sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (14.03.2018) com uma nova denuncia que envolve policiais militares, civis e até um delegado da PF. Sérgio Moro já tem causado prejuízos ao grande crime transnacional que representam bilhões de dólares. Registramos historicamente o fato, para que a memória coletiva do povo brasileiro enxergue que estamos no caminho da paz e segurança, fatos que a grande mídia boicota.

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QUAL É O PLANO  DO MINISTRO PAULO GUEDES?

            Nenhum ministro na história da república teve tanto poder, quanto o atual superministro da economia Paulo Guedes. Não se ousa questiona-lo em nada, pelo contrário, em seu próprio “meio” (economistas) existe um quadro de expectativas sobre suas decisões, que podem transformar em definitivo os rumos do país. Será que seu pescoço suporta o peso da coroa?

            Infelizmente nas últimas décadas, melhores quadros que surgidos no conceito do novo pensamento econômico (cabeças pensantes), quer seja no Brasil (FGV) nos Estados Unidos (Harvard) ou na Inglaterra (Oxford/Cambridge) demonstraram interesse exclusivo sobre a administração e expansão de “ativos financeiros” dos grandes fundos de investimentos, ou “mecanismos” que ampliem as garantias do entesouramento dos grandes bancos. Inexiste a concepção lógica: como criar a riqueza, sem o trabalho?

            Desde que assumiu o superministério da economia, Paulo Guedes ainda não moveu uma palha, para desmontar a política “monetarista” que mantém o Brasil “engessado” por quase quatro décadas. Imaginávamos que um de seus primeiros atos seria extinguir o famigerado COPOM, algo semelhante a um cassino com roletas viciadas, onde só quem ganha é a “casa”. O COPOM é a extensão da Banca do FED (tesouro dos Estados Unidos) privatizado, historia que já narramos em artigos anteriores. O alarmante aumento da desigualdade dos norte-americanos se deve ao FED, que impõe via Parlamento, política oposta a da China, hoje em franca expansão.

Será que o ministro Paulo Guedes irá continuar admitindo que o COPOM estabeleça taxa de juros (selic), remunerando uma dívida de origem duvidosa para o governo (nossa), definindo ainda percentual ínfimo de crescimento do PIB e inflação? Neste caso os cargos de Presidente, o Parlamento; e Ministérios são meramente (de direito) figurativos, pois quem nos governará “de fato” são “eles”. E o povão? Tem que continuar fazer sacrifícios para a economia não piorar? Isto é o mais cruel de todos os tipos de terrorismo. Mas, “levando de barriga”, os teóricos do “livre mercado” impõem sempre uma meta a ser cumprida. Caso seja alcançada, teremos investimentos externos. Isto jamais ocorrerá. Pelo que percebemos o ministro Paulo Guedes não é da escola “Keynesiana”, que provou ser indispensável à “intervenção do estado” no mercado, para recuperação da economia e pleno emprego. Método eficaz testado por duas vezes, e em momentos cruciais da história das nações.

Agendado para o final de março vindouro a retirada definitiva da Inglaterra da zona do euro, os “grandes fundos” – aqueles que aguardamos chegarem ao Brasil – quebraram a ilha Britânica. Em uma semana, transferiram 1,0 trilhões de libras para Bancos da zona do euro. Mais que metade do PIB do Brasil. Quem salvará a Inglaterra? Hjalmar Schacht, nomeado ministro da economia por Adolf Hitler, em quatro anos acabou o desemprego na Alemanha Nazista. O governo investiu o dinheiro que não tinha, através de emissão de títulos, que investiam em obras, gerando o emprego, consumo e a poupança interna. Funcionou. Franklin Delano Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos, seguindo o exemplo da Alemanha, criou o “New Deal” a partir de 1933, acabando com a recessão (1937). O economista inglês John Maynard Keynes, observando os sucessos de Hjalmar Schacht e dos Estados Unidos publicou sua obra clássica “Teoria geral do emprego, do juro e da moeda”. Tratado que deu origem ao Plano Marshall posto em prática na Europa após a segunda guerra (contra os banqueiros), assegurando já 70 anos de paz e prosperidade no continente (zona do euro).

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O PREVISÍVEL BOLSONARO

            A recente crise do PSL produzida pela velha mídia (Estadão Folha Veja e Globo) teve como objetivo – mais uma vez – tentar encurralar o presidente Jair Bolsonaro. É impressionante a resistência desta gente, em não admitir que o país deva mudar. Diariamente nos noticiosos da TV Globo News, seus comentaristas políticos perseveram a questão da governabilidade, que segundo eles, só será possível se “negociar” com a “base parlamentar”, que procura ocupar espaços no governo (?). Caso o presidente Bolsonaro admita esta sugestão, terá despenho semelhante a seus antecessores, que levaram o Brasil a bancarrota. Na verdade quem está à procura deste “espaço” são os próprios comentaristas, escaldos por seus patrões, que não conseguem mais sobreviverem sem as tetas do estado.

            Este tipo de jornalismo – pago pelo governo – se iniciou (discretamente) na gestão do ex-presidente João Figueiredo. Seu antecessor, Ernesto Geisel nunca pagou nenhuma veiculação de matérias em jornais. O Rádio e a TV eram obrigados a divulgarem suas inserções gratuitamente, por serem concessões do governo federal. Até então, só as empresas estatais patrocinavam com anúncios institucionais, eventos e matérias especiais – a título de colaboração – sobre seus desempenhos. Ao assumir a presidência da república, José Sarney criou um Ministério com atribuições de elaborar e veicular a propaganda oficial do governo, paga. Desde então, a conta só fez crescer e não importa quem esteja no poder, se não gastar, será desgastado. Chantagem, extorsão e intimidação são “embrulhadas” para o leitor e telespectador, num formato de jornalismo independente. Batem e assopram, atendendo as duas pontas e salvando seus interesses. Collor de Melo sofreu um impeachment, tentando se livrar da extorsão, flagrado quando estava criando seu próprio sistema de comunicação.

            Ex-presidente Itamar Franco, teve que ceder – mesmo de forma tímida – aos glutões da mídia que se livraram de Collor de Melo. Só não gastou bem mais, graças ao escândalo dos anões do orçamento, episodio que deixou o parlamento desmoralizado e de joelhos. Concluiu sua gestão usando o orçamento ainda do ex-presidente Collor de Melo, acrescentando anualmente 10% como determina a lei. FHC estabeleceu quota anual fixada – após seu projeto de reeleição – em 1 bilhão de reais, dos quais 350 milhões para o sistema Globo. Lula, com a instalação da CPI do mensalão, perdeu totalmente o controle. Foi à era de ouro da mídia, fartura que jamais se repetirá na história do país. Centenas de bilhões de dólares. Quando o PT sugeriu criar um sistema de comunicações – copiando a ideia de Collor de Melo – o jornalista Franklin Martins (rede globo) exclamou: por que criar isto se já temos a globo, revistas e os jornais?

            Adágio popular insinua: “queres conhecer uma pessoa, ponha dinheiro ou poder em suas mãos”. A mudança é factível no comportamento, não na essência. Jair Bolsonaro deixou a “Caserna” pela política. Durante toda sua existência não fez outra coisa a não ser defender ferrenhamente o período dos governos Militares, enaltecendo a prosperidade alcançada pelo país, o anticomunismo e a inadmissibilidade de corrupção. Por que iria mudar agora? Quando ocorreu o atentado, o povo viu sua casa no Rio de Janeiro, localizada num condomínio de classe média baixa. Móveis simples dentro do padrão da classe trabalhadora. Seu estilo de vida? Café da manhã com pão francês e margarina. A residência de sua sogra, em Brasília, é localizada no contorno de uma das cidades satélites, semelhante a uma “casa de conjunto” de qualquer bairro periférico situado nos mais distantes grotões do país. Aos 64 anos, vindo do baixíssimo clero do parlamento, como ele mesmo confessou a TV Globo, nunca fez nada que contrariasse a legislação em benefício de si mesmo, porque agora faria para outrem? Se seu filho Flávio Bolsonaro for incriminado, ele jamais irá interferir e comprometer sua imagem para salvá-lo de punição cabível. Se o PSL estiver envolvido nesta “mutreta”, não será surpresa Jair Bolsonaro se desfiliar da legenda. Para estar presidente, não é necessário pertencer a uma sigla. Talvez seja a escolha ideal, para evitar o pede, pede dos deputados do PSL, que foram eleitos pegando carona no discurso da mudança de Bolsonaro, entretanto, querem manter os mesmos privilégios perdulários de seus antecessores megalômanos, que saíram, mas deixaram um “vírus do privilegio” alojado no corpo do velho Congresso Nacional.

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O SILÊNCIO DENUNCIA O CULPADO

Uma das principais características da marcante personalidade política do ex-governador Ricardo Coutinho foi seu instinto de defesa e reação: “bateu, levou”. Não deixava nenhuma crítica sem resposta, acusação sem severa repreensão, criando desconforto para todos os que o criticavam – não como pessoa – como homem público. Sua vitrine tinha blindagem contra estilingues. Raras vezes calou-se diante de fatos onde não dispunha de argumentos para defesa. Nestes casos (raríssimos) silenciava. Porém, atacava de forma indireta – via seus asseclas – desviando o “foco”, ignorando literalmente as evidências, suprimindo a informação investigativa antes que prosperasse. Nestes episódios encontravam sempre um “suspeito” – mesmo que inocente – para retaliar a titulo de exemplo, intimidando fontes que municiavam os “sniper”.

Arrostava e chamava para o desafio “peito aberto”, seus principais adversários não importando se fossem da mídia ou do parlamento. Despido de remorso, defenestrava correligionários, castigava seus mais “chagados” ou desprezava aqueles que não eram mais úteis aos seus ambiciosos projetos de poder. Utilizando de uma poderosa ferramenta belicosa argumentativa, transmitida através das cadeias de emissoras de rádio, TV; sites; Portais de Notícias e blogs – pagos com o erário público – Ricardo Coutinho com um discurso ameaçador, “desconstruiu” com desenvoltura todos os processos – ainda em formação – que buscassem união de oposições durante 14 anos. Sua tática era evitar o fortalecimento de movimentos que ameaçassem sua trajetória política sempre ascendente, que redobrava sua autoconfiança após resultados de cada pleito vencidos. Foram cinco vitórias consecutivas, quando disputou vaga pela conquista do poder executivo (municipal e estadual).

Onde se escondeu este gigante imbatível? Fugiu da luta após perder a “armadura” da caneta? Cadê seu grande exército de defensores? Como guerrilheiros indisciplinados, que ignoram os conceitos de formação das casernas, todos “bateram” em retirada, no formato silencioso da sublevação do “salve-se quem puder”. Boatos dão conta que Ricardo Coutinho está foragido, por ter obtido informação privilegiada que seria preso por obstrução de justiça. Sua liberdade – no momento – estaria atrapalhando as investigações, por coagir testemunhas; impedir instalação de uma CPI; instruindo a destruição de provas materiais incriminadoras oriundas do escabroso “esquema” de desvio e lavagem de dinheiro, corrupção e propinas, patrocinada pela Cruz Vermelha.

O silêncio de Ricardo Coutinho diante de tudo que já foi divulgado sobre a Cruz Vermelha, se constitui numa prova inequívoca de sua culpa. O MP e MPF sabem que toda OCRIM tem um líder. Ricardo Coutinho sempre foi um gestor egocêntrico, razões que a lógica questiona: como toda esta roubalheira aconteceu, e por tanto tempo, sem que ele tomasse conhecimento? Se estivesse ao dado da verdade imaculada, aos berros estaria na mídia denunciando perseguição política e a sanha de seus inimigos.

Em xeque, a saída honrosa de Ricardo é muito difícil. Escamotear a verdade não é o melhor caminho, ou a escolha ideal. Basta mirar-se no exemplo de seu líder maior Lula da Silva, ora sem previsão de deixar a cadeia – e mesmo que consiga uma liberdade condicional ou prisão domiciliar – as sentenças não mais o permitirão voltar à vida pública. Mais acusações ainda virão. Provavelmente com o tempo e por questões humanitárias (saúde, debilidade e demência) fique em um domicílio. Não deixará legado político, herdeiro ou seguidor de sua “seita”. Um triste fim para ele e “outros” que um dia confundiram o Brasil com Cuba.

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 PARLAMENTO PARAIBANO TEM O DEVER DE INSTALAR A CPI DA CRUZ VERMELHA

            Discordando da opinião do Jornalista Heron Cid – artigo postado hoje 07/02/2019 em seu Portal de Notícias – alegando “ineficácia” de uma CPI para apurar os estragos bilionários – danos irreparáveis – ao erário público de um estado pobre (?). Enfatizamos que segundo a Constituição, este é um dos principais papeis do parlamento: fiscalizar as contas do poder executivo. Principalmente neste caso, onde a Assembleia Legislativa já havia aprovado e considerado lícito os pagamentos, contratos e seus termos entre o governo do estado e a Cruz Vermelha. Para mostrar transparência e seriedade da Casa Epitácio Pessoa, seus membros têm o dever de mostrarem ao povo que o MPF está equivocado, ao acusar agora a Cruz Vermelha de praticar crime por lavagem de dinheiro, pagamento de propinas; uso ou desvios para atividades político/eleitoral… Calar-se diante de tudo isto? Onde ficará o respeito e prestígio do Poder Legislativo da Paraíba junto aos seus representados (eleitores)?

            Outro engano do nobre companheiro é sobre a incapacidade de produção de novas provas. Imaginemos que aquela cena, onde um cidadão grava em vídeo no momento em que paga uma propina de três mil reais a um diretor dos Correios e Telégrafos? O corrupto foi preso. Mas, uma CPI foi instalada para apurar o “fato”. No primeiro momento, “tangeram” o problema para o então senador Ney Suassuna, que de imediato respondeu que não se tratava de alguém indicado por ele, sim por Roberto Jefferson. A reação do líder do PTB foi “extemporânea” e fora dos padrões da “Casa” em se tratando de denuncia. Exigiu do então Ministro da Casa Civil José Dirceu que apagasse tudo, e o livrasse daquele episódio. A resistência de Dirceu levou Roberto Jefferson a denuncia-lo, fato que culminou em sua renúncia da Casa Civil, voltar ao parlamento como deputado e ter – com os desdobramentos da crise – a obrigação regimental da CPI de enfrentar Roberto Jefferson em uma acareação na CCJ. Foi aí que surgiu a ponta do iceberg da ladroagem do PT, hoje ainda longe de se chegar a sua base.

            Na acareação vista ao vivo por todo o país, Roberto Jefferson indagou de José Dirceu: O Sr. conhece o publicitário Marcos Valério? Dirceu empalideceu. Balbuciou qualquer coisa como “isto está fora do propósito… o tema aqui é outro…” Jefferson disparou: Marcos Valério é o responsável pelo grande esquema de roubalheira comandado por V. Excia no PT, desde as eleições (2002). A CPI dos Correios desaguou na CPI do mensalão onde foram presos até o presidente da Câmara dos Deputados o “insuspeito” João Paulo e sua esposa. Diretores do Banco Rural, empreiteiros como diretores da Camargo Correia; dezenas de deputados renunciaram e outros, após o julgamento foram parar na cadeia, como Pedro Correia que ainda está em prisão domiciliar. A Polícia nem o MPF jamais chegariam aos “Comandantes em Chefe” da corrupção da época, se encerrasse o caso com a prisão do diretor dos Correios.

            A crise política incendiou o Congresso Nacional. Surgimentos de outros fatos macabros – fruto de denuncias dos investigados nas CPI dos Correios e Mensalão – levou a instalação de uma terceira CPI, a dos Bingos, que de saída provocou a renuncia do ex-ministro Antônio Palocci. Mais renúncias de parlamentares, prisões de funcionários do alto escalão do governo, e quase se chegou à convocação dos filhos do ex-presidente Lula. Infelizmente naquela época faltava um Sérgio Moro, e sobrava um Márcio Tomaz Bastos, maior protetor de corruptos e bandidos da república. A ideia foi do ex-ministro, em desviar todo o “foco” para Carlinhos Cachoeira. Por sua vez, renunciou o Ministério, e mostrou na TV sua verdadeira face, ao acompanhar um bandito líder de OCRIM e defendê-lo numa CPI numa sessão transmitida ao vivo pela TV Senado. O presidente da CPI, então Senador Vital Filho (PMDB-PB), “adoeceu” e teve que ser hospitalizado em São Paulo. Sua inesperada “enfermidade” ocasionou uma trégua, seguida do arquivamento do processo.

            A CPI da Cruz Vermelha mostrará se procede ou não – segundo estimativas – rastros de doações oriundas das propinas, nos fundos de campanhas de pelo menos 17 dos atuais 34 deputados estaduais da Paraíba. Isto não deve ser passado a limpo? Depoimentos de inúmeros “pombos correios” aqueles considerados como “raia miúda”, pode nos revelar grandes segredos sobre o pleito de 2014 e 2018.

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TELHADO DE VIDRO

            O forte e convincente discurso do ex-governador Ricardo Coutinho, que nos últimos 14 anos se autoproclamou como o novo “paladino” da moral, ética; austeridade e “zeloso guardador” do erário público da Paraíba começaram a desmoronar desde o último domingo (03.02.2019) quando a TV Globo, no programa “Fantástico” prenunciou que o mar de lamas de Brumadinho poderia alcançar o Rio Paraíba, e soterrar o Palácio da Redenção, onde se hospeda o governador João Azevedo e sua gestão de apenas 33 dias.

A prisão do servidor público Leandro Nunes de Azevedo ligado diretamente a Secretária Livânia Farias levou o governador a exonerá-lo prontamente. Secretários Waldson de Souza e Livânia de Farias, que integram o primeiro escalão da atual gestão nas funções de Secretário de Planejamento e Administração respectivamente, tiveram busca e apreensão de pertences em seus locais de trabalho e residência. Até hoje ainda não vimos um único caso que se inicie com “buscas e apreensões”, para não culminar em prisões. Governador João Azevedo deveria ter imediatamente afastado os dois secretários envolvidos, até que as investigações comprovassem engano ou os inocentassem. Tomasse a mesma atitude que o levou a decretar intervenção nos Hospitais de Traumas de Campina Grande e João Pessoa. Busca e apreensão tem um objetivo meramente “protocolar” para encontrar “rastros” e confrontar com o material que a Polícia já tem em mãos.

Aturdido com estrondo, sem tempo para raciocinar sobre seus efeitos, João Azevedo divulgou nota a imprensa qualificando a matéria como sensacionalista e elogiando o bom desempenho da Cruz Vermelha, segundo o MP e PF, uma OCRIM. Faltou alguém para recomendar prudência ao governador, evitando que indiretamente ele venha ser envolvido pelo episódio.

A vitória de João Azevedo (2018) – jamais prevista para primeiro turno pelos cuidadosos decanos da mídia paraibana que escrevem a crônica política do quotidiano – foi um fato inusitado, sempre atribuído ao ex-governador e não ao candidato, o que é um erro grosseiro. As preferências do ex-governador Ricardo Coutinho eram Buba Germano e Cida Ramos. Três pesquisas, em épocas distintas e na proximidade das convenções, exibiram João Azevedo como o melhor nome e bem a frente dos outros  dois. Os paraibanos começaram a enxergá-lo como um homem sério, sem envolvimento com denuncias de corrupção; hábitos familiar e cristão; conservador, pré-requisitos indispensáveis (pode ser modismo) em nível nacional, para todos os postulantes das eleições gerais de outubro de 2018.

Em suas primeiras entrevistas após o pleito, João Azevedo agradeceu sempre o empenho do ex-governador que o apoiou e destacava – como o fez repetida vezes na campanha – que sua gestão seria de “continuidade”. O que politicamente não significa o mesmo que “continuísmo”. A continuidade que o João Azevedo se referia, era a do projeto de governo, em obras, serviços e ações. Jamais disse que seu desempenho e equipe teriam as mesmas “digitais” (continuístas) de Ricardo Coutinho.

Em apenas 30 dias como governador, João Azevedo se depara com dois grandes problemas: o ato de rebeldia da Assembleia Legislativa e a surpresa do escândalo da Cruz Vermelha. Processo constantemente denunciado pela oposição, Tribunal de Contas do Estado e MP. Mas, seu antecessor levava todos no “grito”. A mídia acovardada, se autoamordaçou em defesa de suas vísceras, silenciava e a Ricardo Coutinho que usava a superada tática: “melhor defesa é o ataque”. Com este gesto, esqueceram o Jampa Digital, seu irmão Coriolano & Cia; Urquizas… Ricardo com todo seu telhado de vidro ainda teve a ousadia de jogar pedras nos vizinhos.

Entretanto, cabe agora ao governador João Azevedo, medidas urgentes, já que ele teve a sorte de “ouvir a sirene” que não funcionou em Brumadinho, e evitar ser “engolfado” por um grande mar de lama. “Ao Rei tudo, menos a honra”. Frase do saudoso deputado federal Djalma Marinho (RN) líder do governo Costa e Silva que pedia (1968) autorização a Câmara dos Deputados para processar o deputado federal Jornalista Marcio Moreira Alves. O governo foi derrotado com o voto de seu líder. A revanche foi o AI-5 que cassou muitos, só não Djalma Marinho, por sua honestidade, seriedade e sinceridade.

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PLANOS DE PAULO GUEDES: ELE COMBINOU COM O COPOM?

            Presidente Jair Bolsonaro promete: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, só não do COPOM – Comitê de Política Monetária, cujos poderes se estendem muito além do divino. O esperado do novo governo – como primeira medida – era um decreto extinguindo o COPOM – que não tem amparo Constitucional, iniciativa que fortaleceria o programa do Ministro Paulo Guedes. Presidente Jair Bolsonaro, apesar de 20 anos no parlamento, provavelmente não tenha a menor noção de como “opera” este criminoso mecanismo criado por FHC, por uma simples circular em 1996 modificada em 1987.

            Nunca ouvimos ou tomamos conhecimento de registros na mídia sobre como funciona a “engrenagem” do COPOM. Alguém sabe o nome de seus membros? Quando começa e terminam seus mandatos? Do parlamento (Câmara e Senado) jamais se viu sequer um pronunciamento a respeito desta organização “sabotadora” da economia do país. Já se criou todo tipo de CPI no Congresso, porém, jamais uma para investigar o COPOM. Será que todos são absolutamente ignorantes, ou integram uma gigantesca conspiração contra o povo brasileiro? Comentaristas da área econômica – usando a linguagem “economês” – através de ilustrações (gráficos), projeções e estimativa, falam na TV como “papagaio de pirata”. Limita-se a ler o “release” que o COPOM lhes envia. Nenhum se aventurou até hoje a contestar o COPOM, a partir de sua criação.

            O Brasil tem um Banco Central, que normatiza e fiscaliza toda a política financeira do país. Qual a finalidade de um Comitê (COPOM)? A maioria – quase totalidade – dos membros do COPOM são obrigatoriamente diretores do Banco Central (?) o que sugere uma sobreposição inexplicável, e inversão de poderes, pois quem dita às “políticas” para expansão do crédito, taxas de juros; regulação da liquidez (redução do meio circulante “dinheiro”) ao Banco Central é o COPOM. Não dá para entender. Seria o mesmo que todo ato, decreto; lei ou medida provisória que o presidente Jair Bolsonaro fosse editar tivesse que passar antes, pelo “crivo” do Conselho da República, Comitê que monitoraria sua governabilidade.

A estrutura do COPOM é uma cópia do FED norte-americano (Tesouro USA) que é uma instituição privada e não pertence ao governo (desde 1912). Pequena parte da população norte-americana veio tomar conhecimento desta verdade, quando o FED tentou encurralar Barack Obama, impedindo-o que ele pusesse em circulação 600 bilhões de dólares no auge da crise da “bolha imobiliária”. Obama usou a Constituição e mandou imprimir o dinheiro, que o FED ameaçava considerar “sem lastro”. Uma Agência de Classificação de Riscos (ousada) chegou a rebaixar a nota do Estados Unidos de “A” para “AA”. Deu errado, e ela ficou “queimada”.

Como os supercapitalistas do “dinheiro velho” que controlam o mundo desde 1630, ainda não puderam privatizar o BC do Brasil, impuseram a FHC criar um “Comitê” para controlá-lo. O COPOM desde 1996 força contração de dívida do tesouro nacional, em seguida estipula uma taxa de juros (Selic). Determina metas para inflação, crescimento do PIB; limites de endividamento do governo… Por mais que o Ministro Paulo Guedes queira “pisar fundo” no acelerador da economia, o COPOM usa os freios hidráulico e o mecânico (de mão), para manter a prioridade exclusiva da manutenção de juros estratosféricos, remunerando o grande capital internacional. Destaque-se que o COPOM já estipulou metas de inflação e crescimento até 2020. Um absurdo!

A sabedoria oriental vem nos mostrando sua capacidade de superar a inteligência desenvolvida pelo capitalismo cumulativo (ocidental), motivado pela inesgotável ganância do “ter” muito, e cada vez mais. No Japão há quase uma década os juros são negativos. Quem tem depósitos em Bancos – que estão operando no vermelho – pagam 1% ao ano, para a instituição guardá-lo. Não tem inflação, nem desemprego, mesmo com seu crescimento estagnado (PIB). No Brasil, ainda estamos numa profunda recessão, e os juros a partir da taxa selic 6,5% ao ano, são os maiores do mundo. Seria proveitoso que os “Economistas” explicassem como é possível numa economia em recessão, com deflação de preços, os lucros bancários (Bradesco, por exemplo, em 2018) alcançarem 3,0 bilhões em um trimestre. Em todas as recessões que ocorreram ao longo da história no planeta, quem primeiro quebra é os Bancos. No Brasil é o único segmento que cresce acima da meta, e ainda tem garantias de não quebrarem (excrescência do PROER) mais um absurdo da era FHC. Um adágio popular dos anos trinta, século passado: “governa quem tem a chave do cofre e o facão na mão”. A chave do cofre está com o COPOM. O facão (força Militar) agora está nas mãos de Bolsonaro.

            Ex-Ministro do Cruzado (era Sarney) Luís Carlos Bresser-Pereira ao deixar o Ministério da Fazenda, assumiu um cargo executivo no grupo Pão de Açúcar do empresário Abílio Diniz. Curiosamente Abílio Diniz, que acabara de entrar no clube dos bilionários entre 2000/2006, se afastou de todos os seus negócios e foi morar em Brasília (governo Lula) onde esteve como “Conselheiro” do COPOM por dois anos. Hoje, segundo a FOBES tem um patrimônio de 14,3 bilhões de reais.

            “Dê-me o controle do dinheiro de uma nação e pouco me importa quem faça suas leis”. Mayer Amschel Bauer (Rothschild) fundador do império bancário mais bem sucedido da história, ainda controlando o mundo das finanças em pleno século XXI. Estão dentro do FED, FMI; Banco Central da Alemão; Banco Central Europeu; Tesouro da Inglaterra; Banco Central da França; Holanda… No prejuízo e perdendo o controle, só em Hong-kong, com os Chineses.

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NAS MÃOS DO MINISTRO SÉRGIO MORO

            Tudo que o país viveu nos últimos cinco dias – ressurgimento do patriotismo, esperanças no novo governo que acaba de se instalar e perspectivas de voltar a sonhar como a grande nação do futuro no cenário internacional – deve-se ao Juiz Sérgio Moro, sua ousadia e coragem cívica, ao desencadear a operação lava-jato. Iniciada em março de 2014, com pequenas peças soltas o Juiz Moro montou um gigante quebra-cabeça que já alcançou a sua 58ª fase, culminando em prisões e encarceramentos ex-presidente, ex-ministros; ex-presidente da Câmara dos Deputados; deputados federais; ministros de estado; ex-senador; ex-governador e governadores no exercício do mandato; Um desmonte sem precedentes com objetivo de erradicar a corrupção sistêmica hospedada nos três poderes da república. O povão? “Dormia em berço esplêndido”.

Infelizmente (talvez) o Ministro Sérgio Moro não percebeu, que todo o seu colossal trabalho na lava-jato, representa a descoberta de uma pequena ponta de um imenso iceberg. Não importa o número de sentenças condenatórias que já tenha prolatado. Não foram, nem nunca serão suficientes, para desencorajar uma corja de maus políticos que há trinta anos não conhece outra atividade, serão roubar o tesouro da nação. Basta observar o que estamos vendo no momento: semelhantes a bandidos comandantes de OCRIM, os Congressistas “veteranos” que renovaram seus mandatos e sobreviveram às urnas de 2018 – gastando dezenas de milhões de reais em compra de votos – estão tentando reconduzir Rodrigo Maia para presidir a Câmara e o reincidente Renan Calheiros comandar o Senado Federal. Só o “COAF” e Sérgio Moro serão capazes de salvar o país de mais um atentado contra a indefesa população.

Deputado Federal Rodrigo Maia tornou-se “marionete” do centrão, encabeçado pelo PP – que antes – já tinha posto e cassado Eduardo Cunha na presidência da Câmara. Por que não abrem a “caixa preta” do PP? A permanência da maioria de seus parlamentares na cena política estão “instrumentalizando” Rodrigo Maia para presidência da Casa, com a missão de “emparedar” o presidente Jair Bolsonaro, acreditando que de cedo ou tarde, ele se renderá as suas ganâncias como refém.

            O Ministro da Economia Paulo Guedes foi escolhido como o primeiro alvo. Nada conhece sobre “bandidagem política”, e está deixando-se ser seduzido por Rodrigo Maia, que já enxergou sua ansiedade em mostrar resultados imediatos. Esquece Paulo Gudes, que sua atitude traz para dentro do governo o “centrão”. Em seu discurso de posse, o superministro da economia criticou duramente o comportamento dos bancos estatais. Mas, não atentou para o fato que o Presidente que ele exonerou da Caixa Econômica Federal – má gestão – foi imposto a Michel Temer pelo PP, através do deputado federal Aguinaldo Ribeiro, Eminência Parda da legenda, que comanda o centrão. Foi Ministro das Cidades de Dilma Rousseff, votou pelo seu impeachment e logo em seguida conseguiu a posição de líder de o governo Michel Temer na Câmara dos Deputados. Incrível! Quem exigiu que Aguinaldo Ribeiro fosse líder do governo Temer? Rodrigo Maia, eleito e reeleito com apoio do centrão.

 Será que o novo governo vai consentir a continuidade de Rodrigo Maia na direção da Câmara? Se o fizer, estará se permitindo a propostas indecorosas, semelhantes a do traficante Carioca “Nem” (Rocinha), que através do Presidente do Sindicato dos Advogados do Rio de Janeiro, encaminhou sugestão para o governador (preso) Luis Pezão, garantindo-lhes que reduziria metade da criminalidade da Cidade Maravilhosa – antes da intervenção Militar – se o transferissem do presídio de segurança máxima de Manaus, para o complexo prisional de Bangu (Rio).

            Todos os atuais parlamentares que renovaram seus mandatos em 2018 – com raríssima exceção – estavam com “lastro” financeiro inesgotável. Tiveram cinco grandes oportunidades, e saquearem os cofres públicos sem o menor pudor. Impeachment de Dilma Rousseff (faturaram dos dois lados); duas denuncias contra o presidente Michel Temer; PEC do teto dos gastos públicos e reforma trabalhista. Esgotaram o caixa do governo, que não conseguiu emplacar a reforma da Previdência. Alguém deve recordar a cena do apartamento de Gedel Vieira Lima. Oito horas para contarem – com ajuda de maquias – 52 milhões de reais. Algumas destas malas deixou mistério ainda não revelado: o dinheiro tinha saído direto da Casa da Moeda com autorização do Banco Central, e não passou por depósito obrigatório em um “Banco de Linha”, quer seja estatal ou privado. Se não fosse a PF Gedel hoje seria Senador da República pela Bahia. Quantos “Gedeis” ainda tem hoje na Câmara e no Senado?

             As boas intenções do novo governo e sua equipe esbarram nesta gente inescrupulosa que nunca temeram o Juiz Sérgio Moro. O risco e seus cinismos faz parte do negócio. Salvo se o atual Ministro da Justiça conseguir dá celeridade nas centenas de denuncias do MPF, mandar a PF investigar e concluir estes inquéritos e mostrar que leões não são vegetarianos. Isto geraria um fato novo, que provocaria inevitavelmente uma “dança” nas cadeiras do parlamento, com muitas prisões e cassações de mandatos de membros da “velha turma” do Gedel.

            O Presidente Jair Bolsonaro tem que se manifestar a respeito, evitando se “misturar” com esta anturragem, e ver sua popularidade despencar. É preferível sofrer grandes derrotas na Câmara dos Deputados e mostrar ao povo quem são seus verdadeiros inimigos, que negociar com uma única destas legendas, literalmente abominadas pelos 57 milhões de brasileiros que acreditaram na firmeza de caráter do candidato que elegeram. A força está na ira e revolta do povo. Avante, Sérgio Moro.

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A PROMESSA

            A desinformação dos jornalistas que opinam sobre política internacional – se não for conspiração – é ignorância ou “alienação” ao omitirem os verdadeiros motivos da viagem do primeiro ministro de Israel Benjamim Netanyahu ao Brasil, e sua disposição em construir uma agenda de negócios (acordos bilaterais) com o futuro governo de Jair Bolsonaro. Em quais das esquinas do mundo o Brasil estará nos próximos quatro anos? Israel tem tecnologia de ponta em armas – inclusive nuclear – sem nunca ter sido vistoriado pela Agência Internacional de Energia Atômica, apesar dos milhares de pedidos feitos pelos 22 países que integram a Liga Árabe. Posicionou o Mossad como a mais eficiente agência de inteligência (espionagem) do ocidente, superando a CIA.

            Guerra entre judeus é “briga de cachorro grande”. Sempre se desentenderam ou se dividiram para governar o planeta. Mas, neste século XXI Surgiram os Chineses, que nada têm em comum com os judeus. Nos Estados Unidos – bunker que abriga a maioria – estão os donos do FED (Tesouro Americano) que é privatizado, não é estatal (?). Quem autoriza a emissão de moedas (dólares) é o FED e não o governo, através do Tesouro Nacional ou um Ministério da Fazenda sob seu domínio. Uma longa historia (desde 1912) contraditória, difícil de ser compreendida ou interpretada pelo mundo e seus “gênios” do jornalismo histórico. Modelo impossível de ser posto em prática por qualquer país, porém na terra do Tio San, funciona. Também nos Estados Unidos estão os maiores especuladores (judeus) do mundo – Lobos de Wall Street e suas Bolsas, gigantes corporações bancárias a exemplo de Salomon Brothers; principais Agências de Classificações de Riscos como a Moody, S&P (Standard e Poor) e Fitch. O FMI que representa o “dinheiro velho”, tentáculos dos Rothschild que financiam Rockfeller, J. P. Morgan… Acolhe também perigosos aventureiros, como o predador George Soros.

            Apesar de residirem nos Estados Unidos, Inglaterra; Holanda e Alemanha, estas famílias que controlam o grande capital, e todo o meio circulante dos cinco continentes, fundaram e têm como pátria Israel. Porém, Israel tem suas restrições a alguns dos seus filhos “adotados” pela religião (Judaísmo) como Húngaro George Soros, que no momento financia o comunismo do século XXI, provocando os grandes processos migratórios – ora ocorrendo na Europa (zona do euro). Desconfia-se de sua influência na marcha da América Central sobre os Estados Unidos, drama do momento vivido pelo presidente Donald Trump.

Os fundadores do Estado de Israel andam preocupados com futuro do capitalismo “monetário” e começam a se inquietarem com o avanço da China que hoje controla uma população equivalente a 2/3 do planeta, onde se insere a Ásia (4,463 bilhões de habitantes). São os maiores investidores da África com 1,216 bilhões; Maior exportador para as Américas com 1,001 bilhões (do Alasca a Terra do Fogo) ficando fora apenas à velha Europa, berço de nossa cultura com 747 milhões de habitantes.

Quando os Ingleses devolveram Hong-kong aos Chineses (01/07/1997) depois de mais de cem anos de arrendamento (a partir 1842), jamais conceberam que estariam voluntariamente doando a maior joia de seu inesgotável tesouro. Imaginaram que contr olariam todo o sistema financeiro através do Banco HSBC (único da China) pertencente aos Ingleses (Rothschild). Entretanto, aos poucos foram sendo “engolidos” pela produção Chinesa e o fortalecimento de sua moeda o Yuan. A dívida dos Estados Unidos com a China correspondente a 1/3 de toda sua dívida externa, atingindo 1,13 trilhões de dólares em títulos do governo. Atrelado a um déficit anual de 200 bilhões de dólares na balança de pagamentos entre os dois países. A recente ousadia dos Chineses em querer substituir o dólar, como moeda universal, pelo Yuan provocou a ira dos entesouradores do “dinheiro velho”. A China boicota a Libra Esterlina, Franco Suíço e o Euro, ao defender uma nova moeda única e universalizada.

Todo guerreiro ou gigante imbatível tem seu “calcanhar de Aquiles”. O da China é não ser autossuficiente na produção do seu consumo, e ter o Brasil como o maior fornecedor de commodities (alimentos e matéria prima). Não é por acaso que os Chineses reagiram às palavras de Bolsonaro: “queremos continuar vendendo para China nossos produtos, não o Brasil”. Mais adiante: “escolheremos parceiros sem viés ideológico”. Os Chineses, que estavam comprando terras no Brasil, alegaram que não são mais comunistas, e tem cobrado do presidente eleito gesto de gratidão pelos investimentos realizados aqui, desde a era de FHC até a fase petista. Mas, geopoliticamente os orientadores de Jair Bolsonaro estão considerando esta oportunidade (guerra comercial entre China e USA e vandalismo divisionista da zona do Euro) como a última e imperdível oportunidade do Brasil, para embarcar no trem da história, e deixar a “zona de rebaixamento” do terceiro mundo “emergente”.

Indiscutivelmente Benjamim Netanyahu está em “missão” no Brasil, buscando integrar nosso gigante, na construção de um “novo capitalismo” do século XXI, inspirado pelos seus parentes históricos que comandam a economia global desde a Revolução Francesa. Suas palavras foram claras: “Israel é a terra prometida, o Brasil é a promessa”. A eleição de Bolsonaro nos permite enxergarmos que o Brasil sempre foi a “noiva” da vez do século XXI, disputada pelos capitalistas e superpotências do planeta.

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RICARDO E JOÃO DEIXOU CAMPINA APEQUENADA

            Por tudo que lemos, ouvimos (relatos históricos) e acompanhamos nos últimos quarenta anos – mesmo recuando ao distante 1945 (queda da ditadura Vargas) – Campina Grande jamais tinha sido tão detratada e com tamanho desprezo quanto agora, por ocasião da escolha do secretariado que comporá o futuro governo João Azevedo. Após o anuncio, guardamos uma semana esperando manifestação da mídia, entidades representativas da Rainha da Borborema e sua classe política, protestarem contra tamanho desrespeito aos valores e importância de uma cidade, que logo alcançará a expressiva população de meio milhão de habitantes. Mas, para nossa decepção, triunfou o silêncio da cumplicidade, bajulação; traição e submissão – principalmente da classe política – que perdeu o norte de grandeza do “campinismo”, optando “consagrar” uma liderança (estranha ao seu ninho), porém indiscutivelmente em permanente ascenção: o ainda governador Ricardo Coutinho.

Onde estavam ou estão os deputados estaduais – votados em Campina Grande e eleitos – que seguiram a liderança de Ricardo Coutinho? Não foram ouvidos? Claro que não. Ele não dá este tipo de cabimento a quem “comeu do seu pirão”. Têm que ficarem calados, senão “tomarão do seu cinturão”. E o Senador Veneziano Vital do Rego? Não conseguiu sequer segurar sua esposa Ana Cláudia como Adjunta? É vergonhoso… Talvez não tenha sido convidado para a solenidade da “anunciação”.

Desde o governo Ernani Sátiro acompanhamos a política Campinense e passamos a admirar o orgulho da cidade, que impunha respeito a qualquer governante de plantão. Mesmo no período dos Militares, Campina Grande jamais foi subestimada. A Rainha da Borborema sediava as “engenharias” (antigo CCT hoje UFCG). Tinha a FURNE hoje UEPB; sede da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba; posteriormente instalou o segundo Parque Tecnológico do Brasil; Embrapa e o centro nacional de pesquisa do algodão; o INSA – Instituto do Semiárido; hoje é centro de referência regional na área de educação, com mais de cinco grandes universidades privadas; centro regional de medicina… Exportadora de talentos para o Vale do Silício (Estados Unidos) e o reconhecimento internacional do laboratório e curso de Engenharia Elétrica (UFCG). Ricardo Coutinho e João Azevedo não encontraram nenhum talento em Campina Grande? São todos medíocres?

 Desnorteado com o acontecido, procuramos com cautela nos inteirar sobre o que ocorreu nos “bastidores”, ouvindo opinião de um experiente sobrevivente – considerado mobília do Palácio da Redenção – que atravessou os governos Ronaldo, Maranhão; Cássio e Ricardo Coutinho, a quem indagamos sobre os motivos de Ricardo Coutinho ou João Azevedo não ter sequer ouvido o Senador Veneziano Vital do Rego. A resposta foi pragmática: por que ele iria ouvi-lo? Os votos que João obteve em Campina Grande são de Ricardo Coutinho. Ficamos estarrecido… O interlocutor prosseguiu com seus argumentos: Quantos vereadores tem o PT em Campina Grande? De pronto respondemos “zero”. E acrescentamos que Campina detesta o PT.

 O rebate nos nocauteou: “então me explique como Luís Couto saiu das urnas de Campina Grande com 42.204 votos?” Engasgamos-nos… O defensor do “socialista” fez questão de destacar a popuidade de Ricardo Coutinho em Campina Grande, afirmando que os votos conquistados por Veneziano em sua terra natal, foram pouco mais de 21 mil sufrágios e com a ajuda da “maquia”. Explicou-nos que em 2016, o ex-cabeludo foi candidato a prefeito de Campina Grande e só obteve 53.837 votos. Portanto, os 42.204 sufrágios de Luis Couto foram totalmente “casados” com os de Veneziano. Fato incontestável, pois seria impossível o eleitor de Cássio e Daniella votar em Luis Couto, e vice-versa. A chapa governista fechada era João, Veneziano e Luís Couto. João obteve 69.370 votos, Veneziano 74.425 e Luis Couto 42.204. Na visão do nosso informante “palaciano”, Ricardo e João não devem nada a Veneziano e muito menos aos deputados que foram “puxados” pelo prestígio de Ricardo. Incrível! Mesmo assim, “adoçaram” a vice-governadora que exigiu a permanência de seu filho. Fábio Maia permaneceu onde sempre esteve – informante de Ricardo – e Geraldo Medeiros por inquestionável competência técnica, foi promovido a um cargo “Adjunto” denominado Secretaria Executiva de Gestão Hospitalar (?).

Contra fatos… Sob o prisma de Ricardo Coutinho, as duas principais lideranças de Campina Grande (Cunha Lima e Rego) estão em decesso. Basta debruçarmo-nos sobre os números do pleito de 2018 para enxergar com bastante nitidez que o impossível começa a ser factível. Campina ficou apequenada… Até a presidente da Câmara Municipal Casa Félix Araújo, Ivonete Ludgério, não poupou elogios a Ricardo Continho, matéria divulgada pelos blogs, considerando-o um grande gestor.

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O CERCO SOBRE O STF

            Episódio marcante (ontem 04.12.2018) dentro de uma aeronave –voo São Paulo/Brasília – entre o Ministro do STF Ricardo Lewandowski e o advogado Cristiano Caiado de Acioli, que “verbalizou” sua indignação com o comportamento da Suprema Corte, culminou numa inusitada prisão do advogado que foi liberado somente depois de prestar depoimento na PF do DF. Este entrevero pode ter sido a gota d’água da tolerância acerada da população, sobre as extravagantes decisões do STF ao longo dos últimos quatro anos, precisamente quando começou a operação lava-jato.

 Em todos os comentários das redes sociais o Ministro é acusado por prática de “abuso de autoridade” (?) Salvo engano a PEC que disciplina ou “tipifica” este crime, cometido por autoridades do Poder Judiciário e Ministério Público ainda está no Senado Federal, impedida de ir a plenário para votação, pelo então presidente Renan Calheiros.

            Desde o início do período pré-eleitoral (junho 2018), a população brasileira vem se manifestando contrária aos superpoderes do STF e seus respectivos atos polêmicos praticados por alguns Ministros, considerados “partidaristas” em causas que envolveram a classe política. O Habeas Corpus negado a Zé Dirceu pelo Ministro Fachin – Relator da lava-jato – derrubado pela segunda turma sob o comando do atual Presidente Dias Toffoli, causou surpresa até nos meios Jurídicos, por desconhecerem o Regimento Interno da Corte, se permite ou não, a um de seus integrantes, revogar a decisão de outro.  Na dúvida, imitamos o narrador esportivo Galvão Bueno: isto pode Arnaldo?

 A impopularidade vem se agravando ou se “alastrando”, na medida em que o STF legisla sem observar a Carta Magna (interpretando) a sua maneira, e ultimamente em causa própria, como o aumento de seus próprios salários acima do índice da inflação, representando o dobro que foi concedido ao salário mínimo do trabalhador brasileiro. Um alvoroço nas redes sociais e um abaixo assinado já com 800 mil assinaturas – até domingo último – pede a extinção do STF com a deposição de seus atuais membros. Isto é muito grave, por não se tratar de insubordinação civil, mas, direito da população de apresentar PEC, como a da “ficha limpa”.

Um dos principais críticos do episódio que envolveu o Ministro e o Advogado, General da reseva Paulo Chagas – que publicou manifesto de repúdio ao ato – ratificou o que vem afirmando desde 2015: “nossa Suprema Corte é a maior fonte de problemas para estabilidade interna e para a democracia brasileira. A garantia da impunidade é o seu carro Chefe”. Sobre o aumento dos salários do STF uma legião de Juristas arguiram a nitidez da lei: “em ano de eleições e durante o período eleitoral é vedado promoções, aumentos salariais, remoção de servidores públicos, seis meses antes do pleito e seis posteriores, considerando como data 03/10”.

A semana começou tempestuosa para os Ministros do STF. Segunda-feira, usando a tribuna do Senado, o senador Lasier Martins (PSD-RS) em pronunciamento contundente chamou a responsabilidade do presidente da Casa, para “desengavetar” o processo de impeachment do Ministro Gilmar Mendes. Denunciou que são mais de quarenta pedidos de impedimentos contra diversos membros do STF, engavetados por Eunício de Oliveira. Terça-feira foi à vez de o Ministro Dias Toffoli ser denunciado pelo Procurador da Fazenda Nacional Matheus Farias Carneiro, que pede seu impedimento por não ter se averbado suspeito no julgamento de crimes financeiros, destacando apenas o do Banco Mercantil, do qual Dias Toffoli foi relator, onde tinha empréstimos milionários (1,4 milhões) e após a sentença foi “agraciado” com um parcelamento em 17 anos. Para Matheus Farias Carneiro é mais um crime de improbidade administrativa.

O povo, que entusiasticamente vem tomando as rédeas da nação, com garantias Constitucionais – todo poder emana do povo… – pede a revogação da PEC da bengala (?) Não se pode revogar uma PEC. A solução é votar outra. Mais uma vez incorporo Galvão Bueno: estou certo Arnaldo? Movimento maior – já convocado para 06/01/2019 – chama o povo para irem às ruas para pedirem o afastamento de todos os atuais Ministros STF – e nomeação de novos Ministros. Aí, achamos complicado… Como se não bastasse – pondo mais lenha na fogueira – a ex-ministra Eliana Calmon, que presidiu o CNJ – Conselho Nacional de Justiça, em entrevista na terça-feira (04.12.2018) ao Jornal “El Pais”, conclama o povo brasileiro que exijam do novo Ministro da Justiça, extensão da lava-jato ao Poder Judiciário, tendo como alvo principal o STF. Hashtag começaram a ser levantadas no twitter pedindo a operação “Lava-Toga”. O “cabo de guerra” pode esticar ainda mais: os caminhoneiros estão discutindo apoio à paralisação contra o STF.

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A COMUNICAÇÃO NO GOVERNO JOÃO AZEVEDO

            O atual Secretário de Comunicação do governador Ricardo Coutinho, Jornalista Luís Torres, demonstrou ao longo dos últimos anos, sobejada capacidade de superar crises e se manter firme num dos cargos mais cobiçados – objeto de sonhos dos que buscam notoriedade – militantes veteranos da tradicional mídia palaciana.

            Conhecemos o jornalista Luís Torres, na época em que dirigíamos a Rádio Sanhaua e tínhamos um horário das 17 as 19 hs ao lado do competente e corajoso companheiro Maurílio Batista. Fomos apresentados através do deputado estadual Flaviano Quinto no restaurante Tererê. Luís Torres na época acabara de fundar o Clickpb, site patrocinado pelo então prefeito Cícero Lucena.

            A ascenção de Luís Torres foi rápida. Adotando a linha do “denuncismo” seu site cresceu, mas, sob as “amarras” dos interesses políticos do seu proprietário – conduta que atrofiava suas pretensões de conquistar respeito via imparcialidade – terminou por abandonar seu projeto inicial e buscar suporte nas grandes redes estaduais de comunicação. Deve ter percebido que na grande mídia, as regras eram as mesmas. O “pastoril” político exigia opções entre os cordões azul ou vermelho.

            Esteve nos dois lados, exibindo uma extraordinária habilidade de adaptação circunstancial, trocando apenas de “alvo”, mas, mantendo a mesma “metralhadora giratória” e sua precisa pontaria, que causavam efeitos funestos nas vítimas que porventura cruzassem sua linha de fogo. Para o governador Ricardo Coutinho um guerrilheiro “ideológico” contumaz, (solitário) relutante combatente das oligarquias políticas e seus conchavos, Luís Torres era o combatente ideal para atuar no seu front – pela coragem que exibia em não temer os riscos de suas missões – em movimentos constantes de ataque e recuou, seguindo suas ordens e orientações.

            A SECOM – Secretaria de Comunicação do Governo do Estado ficou completamente descaracterizada de suas funções, tornando-se um órgão atípico aos padrões ora existentes e similares nos demais estados da federação. Luís Torres assumiu as funções de “porta voz”, interlocutor do governo junto à classe política; fiscal da mídia que veiculava a publicidade institucional do estado; autor de “fake news”; “pautador” dos seus confrades formadores de opinião, que se escondiam usando nome de familiares no grande exército dos “codificados” de Ricardo Coutinho…

            Confissão do ex-ditador Cubano Fidel Castro: “nosso grande problema não foi administrar a guerrilha, mas, saber que destino ou o que fazer com os guerrilheiros após o triunfo da revolução”. Nas guerras, os exércitos regulares – perdendo ou ganhando – pagam pensões vitalícias a seus heróis combatentes. Principalmente na Europa e extinta União Soviética. Nos Estados Unidos, soldados que têm carreira profissional nas Forças Armadas, continuam empregados e aquartelados. Os voluntários são recomendados pelo Estado, através da CIA, a encontrar emprego formal na indústria ou grandes corporações multinacionais.

            A “guerrilha” ideológica de Ricardo Coutinho foi triunfante (eleições 2018). Qual o destinado dos seus “guerrilheiros”? O futuro governo João Azevedo terá que contar com a imprescindível colaboração dos derrotados, desarmados de espírito e dispostos a esquecerem-se dos acalorados combates, tocando doravante, a vida que se segue. Onde se inserirá o papel de Luis Torres neste contexto? João Azevedo necessitará de um bom publicitário – a partir do seu segundo ano de governo – e bons jornalistas para compor sua assessoria de imprensa. A interlocução política será através dele próprio, e se criar o cargo de porta-voz, este assumira o papel de divulgar apenas sua agenda, trabalhando ao lado do Chefe do Cerimonial. Luis Torres se adaptará a esta grande mudança?

 
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PREFERÊNCIAS DISTINTAS

            Fingindo equidistância da luta travada nos bastidores pela Presidência da Assembleia Legislativa, governador Ricardo Coutinho dá seus últimos palpites (antes de 01.01.2019) sugerindo composição de uma “mesa” consensual, evitando mobilizações que possa torná-la eclética ou suprapartidária. O processo se inicia errado, começando por quem está terminando um mandato. Quem tem algum poder de barganha, e caso queira exercê-lo fazendo uso da “máquina” é o governador que será empossado no dia primeiro de janeiro, não o que está saindo.

            Por mais que tente, Ricardo Coutinho não consegue esconder sua predileção pelo deputado estadual Buba Germano. Faz o seu estilo, tornou-se mais íntimo e conquistou sua confiança. O próprio João Azevedo deve saber disto, pois Buba e Cida Ramos tiveram seus nomes inseridos nas pesquisas realizadas pelo “socialista” (até meados de 2017), para identificar qual o melhor dos três na opinião do eleitor. Em todas as sondagens, João Azevedo ficava bem à frente, e distante dos seus dois concorrentes.

            Estas pequenas intromissões são nocivas à nova gestão que se instalará em trinta e oito dias. Ricardo Coutinho sabe perfeitamente que no mundo político/partidário, só se repeita o “poder de caneta”. Ele próprio só se firmou – tanto na prefeitura de João Pessoa quanto no governo do estado – quando “tratorou” até seus mais chegados. Por que ele não deixa seu sucessor ensaiar seus primeiros passos com o parlamento opinando sobre o futuro presidente da ALPB?

            Se escutarem João Azevedo, com certeza ele irá sugerir o nome do deputado estadual Adriano Galdino. São muito semelhantes, disciplinados e previsíveis. Cumpridores de compromissos e suficientemente competentes para manterem o equilíbrio frente a grande mudança no plano nacional. Não se sabe por quais razões, Ricardo Coutinho despreza a experiência de Adriano Galdino, que presidiu o parlamento paraibano e como combinado, passou o bastão sem resistência para um indicado pelo “socialista” – Gervázio Maia – que acaba de se despedir da vida pública ironicamente com uma vitória para a Câmara dos Deputados. Razões que justificam sua velada intenção de também participar da eleição do seu sucessor, tentando preservar alguns de seus redutos que serão inevitavelmente invadidos rapidamente pelos seus colegas com assento na Casa Epitácio Pessoa.

Gervázio escolheu o pior momento para alçar voo mais alto. Fim do centrão e inauguração de uma nova era onde as negociações do governo serão realizadas através das “bancadas temáticas”. Todos os seus passos serão vigiados por Julian Lemos (PSL-PB), que fará de um tudo para boicotar suas ações junto ao governo federal. Aliás, as recentes indicações para compor o futuro Ministério do Presidente Jair Bolsonaro (Itamaraty e Educação) são literalmente de cunho ideológico, onde não cabe o PSB saudosista do lulapetismo, legenda que abriga o campeão de votos da Paraíba.

 Ideias sobre alternativas que venha conciliar as preferências distintas, sugerindo o nome de Hervázio Bezerra ou outro qualquer, não evitará o desconforto da “melindrosa” decisão que agradará apenas um. Ricardo Coutinho deveria fazendo o oposto do que vem praticando, se colocando como lã entre cristais.

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O PREÇO DA HONRA

            O descrédito da mídia impressa, que vem resultando no fechamento das redações de centenas de periódicos em todo o país, erroneamente é atribuído à internet e a adesão maciça da população as redes sociais, como fonte segura de informação e opinião independente. Do ponto de vista crítico, a “velha mídia” nunca fez sua “mea culpa”, admitindo que permitiu passivamente ações de maus profissionais, gananciosos, subornáveis; que buscavam a fama a qualquer preço – através do “denuncismo” sem fundamentos – gerador de receitas extras para si e seus patrões. Não houve uma providência em tempo hábil capaz de reestabelecer a confiança na informação correta, e na opinião imparcial. Jornal Folha de São Paulo, Revista Veja e Época, já estão neste “corredor da morte”, condenados pelo público, julgados por seus irascíveis radicalismos e o  ódio implacável, originado na doutrinação que ainda crê no poder da manipulação “partidarista”. Ignorou completamente o leitor, razão de suas existências.

            O fenômeno “fake news” – uma descoberta semelhante ao “ovo de Colombo” – atribuída ao presidente Donald Trump, há décadas que já existia no Brasil, porém, faltava-lhes um nome de batismo, ou a existência de uma linha que hoje demarca o limite da verdade, e o descalabro antiético da mentira indecorosa institucionalizada. Em artigo recente, intitulado “ A Desordem na Ordem” o Jornalista Heron Cid chamou a atenção dos comunicadores paraibanos – blogueiros e portais de notícias – sobre o baixo nível que vem sendo adotado por alguns “marqueteiros” que trabalham para candidatos da campanha da OAB-PB, cuja eleição está marcada para o dia 28.11.2018. Tratando com polidez alguns de seus colegas que enveredou pelos caminhos da “desconstrução”, produzindo dados falsos e motivando o sensacionalismo, o escriba do portal Maispb adverte que do modo como está sendo conduzida a campanha, a grande derrotada será a OAB-PB. Referiu-se diretamente ao candidato Sheyner Asfora e uma matéria que sugere atos perdulários da gestão do atual Presidente Paulo Maia, onde  gastos de um ano, foram considerados como mensais. Absurdo! Em tempo a “barriga*” proposital foi rebatida, mas, o candidato agressor ainda não se desculpou, o que sugere má fé.

            O fato nos fez lembrar o caso “criminoso” patrocinado pela Revista Veja, praticado covardemente contra o Deputado Federal Ibsen Pinheiro, ex-presidente da Câmara dos Deputados, que acatou a denuncia de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Melo. Gaucho de São Borja – cidade natal de Getúlio Vargas e João Goulart – Ibsen Pinheiro (PMDB) estava como pré-candidato das eleições presidenciais de 1994, gozava de respeito e admiração de seus pares no Congresso Nacional, quando foi surpreendido (setembro 1993) com uma “fake news” fatal, que culminou na cassação de seu mandato, causando-lhes danos irreparáveis.

            O Jornalista Luis Costa Pinto (Lula da Veja) pernambucano e recém-formado em Jornalismo, teve uma ascenção profissional meteórica. Do Jornal do Comércio, foi catapultado para Revista Veja como correspondente do Nordeste, e em pouco tempo (com apenas 25 anos) foi promovido como editor da Sucursal em Brasília. Aproximou-se com facilidade do parlamento, tornando-se amigo de Ibsen Pinheiro, considerado uma de suas “fontes” privilegiadas. Através de Ibsen conseguiu dois “furos” sobre o impeachment do ex-presidente Collor que lhes rendeu diversos prêmios, inclusive o “Esso” de Jornalismo. Veio o escândalo dos anões do orçamento, e a instalação de uma CPI. Lula da Veja – que não conseguia separar-se de seu víeis ideológico – tinha ligações com Waldomiro Diniz assessor da bancada do PT na CPI e “fonte” do principal líder da legenda, então deputado federal José Dirceu. Após exaustivas investigações, a CPI só encontrou sete deputados federais e um  senador – todos do baixo clero – fato que não comprometia a imagem da Câmara. Para “desqualificar” a instituição, tinham que encontrar algum nome de peso, como líder da roubalheira. Waldomiro Diniz (uma figura curiosamente desaparecida desde o mensalão) com três comprovantes de depósitos, trouxe ao incauto Lula da Veja, mais um “furo”que o deixaria ainda mais “famoso”. Ao converterem os valores dos depósitos em dólares, totalizava um milhão. A capa da Revista Veja: Até tu Ibsen? A matéria foi repicada por todo o país e por longos dias e meses. Ibsen Pinheiro procurou Veja com os cálculos e resposta. Não foram publicados. Teve seu mandato cassado, e viveu o dilema de mudar de bairro, não ser cumprimentado pelos amigos, envergonhar a família – a partir de seus filhos – tornar-se um preso domiciliar voluntário. O crime de Lula da Veja foi não reconhecer seu erro, e atender à advertência do Diretor de Redação Paulo Moreira Leite, que após a impressão de 1,2 milhões de capas, foi chamado a atenção pelo revisor sobre o equivoco do cálculo da conversão. A hiperinflação havia cortado três zeros. O valor corespondia a mil dólares e não um milhão. Lula foi imediatamente contatado por Paulo Moreira. Temendo perder o emprego – segundo Lula da Veja – pediu a Benito Gama (relator da CPI dos anões do orçamento) para atestar o cálculo correto. Dostoievski em seu livro Crime e Castigo afirma que o pior Juiz não é o que o condena. Mas, sua consciência. Onze anos depois, Lula da Veja – não sendo mais útil a Editora Abril nem ao PT – enviou uma carta através de e-mail, confessando a Ibsen Pinheiro o mal que lhes causou, narrando todo o roteiro da premeditação. Ibsen recebeu e permaneceu calado. Lula da Veja não satisfeito, pediu pauta ao programa Jô Soares. Em entrevista “rasgou tudo”. Só então, Ibsen convidado por Jô, confessou em seu programa todo o drama de seu calvário vivido por uma calúnia do mau jornalismo. Na época, ainda não existia as milagrosas e justiceiras redes sociais…

            A atitude precisa da zelosa equipe que compõe a chapa de Paulo Maia, tendo a frente o Advogado Assis Almeida, reagiu a “fake news” plantada por assessores de Sheyner Asfora – confrontando com uma matéria amplamente divulgada, a verdade insofismável – sobre a mentira criminosa que atingiria de cheio a honra do presidente da OAB-PB – evitando que o mesmo caísse em desgraça e (guardando as devidas proporções) vivenciasse o drama de Ibsen Pinheiro. Não há indenização financeira que pague um dano de tamanho poder destrutivo. Quanto custa o preço da honra?

*Barriga na linguagem da imprensa, erro grosseiro, provocado pela ansiedade de se conseguir um “furo”. Merecedor de desculpas e nota de esclarecimento.

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CARLOS FÁBIO NA AREIA MOVEDIÇA DA CONTRADIÇÃO

A ignorância política aliada ao radicalismo obtuso alicerçado no extremismo doutrinado é parturiente da intolerância aterrorizante, que permite o surgimento da “miopia adquirida”, resistente em não enxergar a realidade da lógica.

Disputa pela presidência da OAB-PB (28.11.2018) vem se revelando com as mesmas características delinquentes das manobras eleitorais ocorridas na eleição passada em que Carlos Frederico tentou golpear a honra de Paulo Maia com impropérios indizíveis, e irrepitíveis no seio familiar.

Mas, a má influência exercida de Carlos Frederico, localizada na retaguarda da campanha de Sheyner Asfora, será contada em outro capítulo.

A falta de discursos consistentes, ausência de programas que se limitem dentro do que é possível tem originado o “clientelismo” oportunista por parte das oposições ao atual presidente e candidato a reeleição Paulo Maia. Dificuldades eleitorais obrigam-nos ao uso de promessas do “céu é o limite”. Seis anos no exercício do cargo e só agora Carlos Fábio promete “Residência” ao advogado.

Mas o carro chefe de sua campanha reside na acusação de quebra de compromisso Paulo Maia que se manifestou pelo fim da reeleição. Para se agravar ainda mais o baixo nível da disputa, as chapas das oposições tentam se “cacifar” de modo ardiloso, atacando sem pena a honra de Paulo Maia, envolvendo até mesmo sua família, no mesmo tom ofensivo da honra utilizado pelo então candidato Carlos Frederico na campanha anterior contra Paulo Maia. Também usam indevidamente lideranças políticas, com intuito de trazer para a entidade o debate ideológico discutido arraigadamente, como é o caso do presidente da Subseção de Campina Grande, aliado de Carlos Fábio, conhecido como “Jairo do PT”.

O candidato Carlos Fábio, que está acabando de cumprir uma reeleição de si próprio – frustrado por ter sido preterido por José Mário e Odon Bezerra e pelo próprio Paulo Maia como candidato à presidência da OAB – nas respectivas épocas, guarda um ranço, principalmente ao atual presidente, tanto que centra nele críticas, com viés contraditório em desfavor do que ele próprio vivencia. Diante da grande dificuldade de enfrentar Paulo Maia, sai do debate propositivo para alocar seu discurso num mesmo estribilho, apostando na possibilidade pouco sutil do desconhecimento daqueles que não acompanham o quotidiano da OAB-PB.

Mesmo enfrentando uma sensível redução orçamentária, o professor Paulo Maia tem sido uma máquina a trabalhar para a categoria e a sua força está exatamente na sua dedicação e independência que é testemunhada do litoral ao Sertão. Carlos Fábio e o outro candidato sabem ser muito difícil apagar as ações e os movimentos rápidos de Paulo Maia, que parece estar em todos os lugares do Estado ao mesmo tempo.

Por isso Carlos se apega ao fato de que Paulo prometeu não ir à reeleição, decisão pessoal que tem servido de alimento à oposição. Eleito, na primeira reunião do Pleno, Paulo submeteu ao Conselho Estadual mudança no Regimento Interno, vetando a reeleição. E o Conselho a aprovou. Porém, o Conselho Federal da OAB, determinou a revogação do ato, por ferir o Estatuto, o Regulamento Geral e a própria legislação interna, além de criar combustível e estímulo para descumprimento da legislação por todas as Seccionais do País. Legalmente possível a reeleição, os que sabem da densidade eleitoral de Paulo e por esta singelíssima razão, passaram a usar o tema como arma para atacá-lo, pressionando-a a desistência, quando só então poderiam se nivelar num embate. Na democracia, o único caminho para a vitória é a trilha da aceitação popular, e esta é alcançada pelo carisma, pela leveza e pela densidade eleitoral.

Sentindo-se Carlos Fábio à deriva dessa habilitação, fato constatado em todo estado, repete mil vezes o mesmo refrão, esquecendo-se que 79% da categoria reconheceram a excelência da administração de Paulo Maia e 64% disseram sim à reeleição. Dos onze presidentes das Subseções, nove pediram a reeleição de Paulo Maia. Por esse chamamento, ficou decretado que a categoria considera que a reeleição de Paulo é necessária porque a advocacia não pode dispensar a continuidade de uma administração profícua, ao alento ainda de que agora caminhará unida à Caixa, indo à frente com liberdade para somar novas medidas às dezenas de ações já concretizadas, diante de um novo tempo, que não mais contemplará as amarras de um segmento golpista.

O mais intrigante é que Carlos Fábio sucumbe ao abismo de sua própria contradição. Ataca a reeleição, mas ele próprio estar acabando de exercer – em sequência – o cargo de presidente da Caixa de Assistência. Mais contraditório: se ele é contra a reeleição de Paulo Maia, por que apoia a reeleição de Jairo de Oliveira da Subseccional de Campina Grande?  E o próprio Jairo Oliveira, que também criticou a reeleição e propagou que passaria o bastão para outro colega, hoje se submete à reeleição? Carlos Fábio faz críticas exacerbas a Paulo, e paradoxalmente faz discurso aplaudindo a decisão de Jairo Oliveira que busca sua recondução.

Restam a Carlos Fábio o argumento que Jairo não prometeu e Paulo sim. Nesse tom, esquece que Jairo se firmou e veiculou na Rainha da Borborema desde o princípio que não iria para a reeleição. E esse discurso somente não foi mais audível e retumbante que o eco de sua defesa intransigente e aberta do PT, e dos líderes dessa agremiação. Para Jairo é um direito, mas, para Paulo Maia, um pecado. Esquecem ambos que a quebra da promessa pessoal de Paulo hoje é exigência da categoria configurada na aprovação de sua administração e na declaração esmagadora de que votará nele na próxima eleição.

 Um conselho pode ser dado a Carlos Fábio: não queira retirar do páreo Paulo Maia, deixe que os advogados o julguem nas urnas, circunscreva-se ao debate democrático, apresente suas propostas – mesmo demagógicas – como a do “Clube do Advogado”. Demagógicas, porque teve seis anos para propô-lo e não adotou qualquer iniciativa durante todo esse tempo, mesmo sendo atual vice-presidente do FIDA, órgão de investimento e desenvolvimento das ações da advocacia, gerido pelo Conselho Federal, e de onde fluirão, segundo o próprio Carlos, os recursos para a realização desse projeto.

Que Carlos Fábio vá ao debate sem sofismas, e se explique a categoria,  só assim evitará se atolar de vez na areia movediça da contradição.

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MANOBRA INTRIGANTE

A dissidência aberta pelo Presidente da Subseção da OAB-PB de Campina Grande, em apoiar repentinamente a chapa de oposição à reeleição de Paulo Maia, tornou-se um fato curioso, por ser despido de motivos que justifiquem a atitude – provavelmente “caprichosa” – do advogado Jairo de Oliveira que optou disponibilizar seu nome na chapa encabeçada por Carlos Fábio.

Justificando o caráter de sua decisão, Jairo de Oliveira argumenta que em seu discurso de posse, Paulo Maia havia afirmado que não seria candidato a reeleição. Todavia, as circunstâncias o fizeram mudar de opinião, quando a maioria dos filiados da OAB-PB passou a defender sua recondução, por considerar sua gestão além de exitosa, ainda em processo de consolidação das metas estabelecidas em seu programa de campanha exaustivamente debatido em 2015.

Para quem não se recorda, Paulo Maia quebrou um continuísmo (politizado) da OAB-PB, cristalizado ao longo de décadas, tornando a eleição do ano 2015 uma das mais disputadas da história da instituição. Votaram 7.361 Advogados, na acirrada disputa na qual Paulo Maia conquistou 3.806 votos contra 3.362 obtidos por seu concorrente Carlos Frederico. E para nossa decepção, 193 membros da Ordem anularam seu voto.

A “sombria” decisão do “incausado” Jairo de Oliveira – se não for algo pueril – encontra amparo apenas no adágio popular que recomenda: “faça o que digo, mas, não faça o que eu faço”. Sua birra – segundo o que comentam – é em função da mudança de opinião do Presidente Paulo Maia, que decidiu ser candidato a reeleição. Por que então o próprio Jairo aceita ser reeleito, e não permite a Paulo Maia gozar deste mesmo direito? Para ser absolutamente coerente com o que defende, Jairo de Oliveira deveria abdicar do direito de disputar sua permanência na Subsecional da Rainha da Borborema.

Política classista difere muito da prática partidária. Todavia, dentro da OAB-PB sempre existiu esta ousada tentativa (atípica) de se “misturar” cores e bandeiras dos partidos políticos, por ocasião de suas disputas internas. Entretanto, este comportamento nunca foi visto no CREA, CRM; COREM… E tantos outros Conselhos que agrupam as mais diversas categorias de profissões liberais do país. A história nos mostra que a OAB tem se manifestado no plano político institucional, quando está em jogo nossa Constituição e os direitos de liberdade e expressão, inerentes ao regime democrático como determina nossa Carta Magna.

Resta observar ao longo de todo este mês de novembro – até o dia 28 – se a manifestação “excêntrica” do Presidente da Subsecional de Campina Grande da OAB se restringe apenas em ser oposição, para ser “contrão”, ou se por trás desta “manobra”, existe de fato uma questão partidária.

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REDE DE CONSPIRAÇÕES

            O obtuso comportamento da “democracia” petista reacionária, tem causado além de perplexidade, revolta dentro da própria grande mídia nacional – que sentiu sua credibilidade afetada nas eleições deste ano (2018) – ao perceber que o povo procurou se informar mais sobre seus candidatos, usando a internet e acessando as redes sociais.

            Os jornalões, as revistas semanais e a poderosa rede Globo de televisão perceberam que o peso de suas influências numa campanha eleitoral, perdeu totalmente a importância para leitores e telespectadores. Os poderes de “enterrar” o mensalão e reeleger Lula (2006), pertence a um passado saudosista, quando o império do quarto poder, exigia um gesto genuflexório de cumplicidade a qualquer político que tentasse ser presidente da república, ou permanecer no cargo após eleito. Manchete do Estadão, Folha; capa da Veja e 15 minutos do Jornal Nacional era suficiente para “queimar” definitivamente a imagem de um cidadão por toda sua existência.

            Ontem, 19/10/2018, o impossível aconteceu. A Folha de São Paulo, após produzir uma matéria totalmente tendenciosa (18/10/2018) de autoria de uma jornalista que se confessou esquerdista – com características de encomenda do PT – acusando a campanha de Jair Bolsonaro de usar “fake news” contra o candidato de Lula, foi confrontada pelo Estadão, através de um longo editorial em defesa do postulante do PSL, apontando todos os erros, mentiras e jogo sujo que tenta fazer o PT, para se salvar de uma derrota bem mais acachapante que a prevista nas pesquisas. Na TV Globo News, programa Central da Eleições – dentro do Jornal das Dez – coube ao decano da crônica política da emissora, Merval Pereira descaracterizar a manobra dos petistas, que de forma absurda pede anulação da eleição em primeiro turno de Jair Bolsonaro e sugere ao TSE torna-lo inelegível por oito anos. Pode parecer brincadeira, mas não é. Para Merval Pereira, o propósito de Fernando Haddad (ou seu mentor) vai além da desculpa pela derrota prevista. Querem criar um clima de “desconforto” no presidente pós-eleito, deixando-o refém do TSE e do Congresso Nacional. A ação não terá tempo de julgamento antes do dia 28.10.2018. Mas, pode levar anos, como bem exemplificou e comparou Merval Pereira, a semelhança da denuncia de Haddad com a feita por Aécio Neves, acusando Dilma Rousseff por abuso de poder – via Correios – agilizando na ultima semana, entrega de milhões de cartas com seu programa de governo.

            Quem estava votando em Aécio Neves (2014), jamais mudaria seu voto por conta de uma correspondência enviada por Dilma Rousseff. O mesmo “fake news” que os grupos de whatsapp dos seguidores de Jair Bolsonaro produzem e espalham, não diferem aos do PT. Ambos têm conteúdos destrutivos. Tudo como era antes nos “palanques” e seus comícios, cujo propósito dos candidatos eram atacar de forma impiedosa seus adversários. A  lei maior (Constituição) garante-nos a livre manifestação e liberdade de expressão. O TSE vai censurar? Os que se sentirem prejudicados – como sempre ocorre em todas as eleições em seus mais diversos níveis – tem o direito de buscar na Justiça reparação de danos. Mas, anular uma eleição? Lula bebe e quem se embriaga é Fernando Haddad?

            Existe algo de estranho no ar, que está longe e fora do alcance de todos nós, pobres mortais a mercê dos poderes constituídos. Cremos que nem a grande mídia nacional tenha sequer rastros que justifiquem os motivos das reuniões prolongadas e ininterruptas durante toda esta semana que passou, entre o Ministro da Segurança Nacional e a Presidente do TSE. Outra entre o Ministro da Segurança Institucional, o Chefe do Gabinete Institucional, General do Exército Sérgio Westphalen Etchegoyen que comanda a ABIN, e os Ministros Fachin, Barroso e a Presidente do TSE Rosa Weber. Isto nunca foi visto antes. Evitando especulações, a Presidente do TSE pediu aos advogados dos dois candidatos, que minimizassem comentários nas redes sociais sobre fraudes eleitorais nas urnas eletrônicas. Por que membros da OEA vieram acompanhar as eleições no Brasil no primeiro turno? Quem teve a ideia de convida-los? Vieram de livre e espontânea vontade? Lembremo-nos que o atual Secretario Geral da OEA já pediu a renuncia de Nicolas Maduro (Venezuela), sua expulsão como membro da organização e o acusa de ditador. Neste nicho ideológico de inspiração Cubana, alem da Venezuela, se inserem a Bolívia, Equador, Argentina e Brasil de Lula, Dilma e Haddad. Os boatos de fraudes nas urnas eletrônicas, aplicados em 2006, 2010 e 2014, se repetiram em menor escala neste ano (2018). Mesmo assim com um dado ainda preocupante: oito milhões de votos nulos. Não existe a tecla para se votar “nulo”. Foi erro do eleitor? A maioria destes registros foi no sudeste, sul, sudoeste e norte, regiões onde Jair Bolsonaro exibia maioria exorbitante. Pode ser coincidência… Todavia, depois de tantas eleições com urnas eletrônicas, testes, retestes e aperfeiçoamento, por que ainda houve substituição de 2,4 mil urnas com problemas no dia 07/10/2018?

            Não se deve esquecer que a economia sempre foi parturiente de guerras e grandes hecatombes. Investidores da grande comunidade financeira internacional perderam mais de um trilhão de dólares nos últimos dez anos na Venezuela, com as “expropriações” ou estatizações do governo de Nicolas Maduro. Alguém tem ideia de quantos trilhões de dólares e Euro estão investidos no Brasil? Claro que não vão permitir que as urnas brasileiras apresentem resultados “viciados” semelhantes as da Venezuela. Depois do segundo turno, as pesquisas mudaram. Os Institutos não mais seguraram por três semanas o candidato do PSL, na margem de erro  – como no primeiro turno – deixando para o ultimo dia, uma oscilação pouco convincente. O resultado atestado no dia – amostragem de “boca de urna” – não conseguiu evitar o erro grosseiro de 6% dos números exatos conferidos na apuração final. Aguardemos um segundo turno com mais segurança, e confiança do eleitor.

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O ESPÓLIO DEIXADO PARA JOÃO AZEVEDO

            A mídia da Capital – prevendo a longa travessia dos sistemas distante das tetas do poder – começa especular quem continua ou desiste (involuntariamente) do primeiro escalão do governo do estado, na nova gestão que  mudará as cores do girassol. Engenheiro João Azevedo enfrentará a partir de janeiro (2019) o desconforto de ser oposição explicita (visita de Ricardo Coutinho a Fernando Haddad) a um governo federal que se estruturará promovendo corte de gastos e cobranças de dívidas de estados e municípios, com vistas a cobrir o rombo fiscal de 149 bilhões nas contas públicas. Um corte linear de 10% da arrecadação de 1,4 trilhões de reais, no primeiro ano.

            Diferente de João Azevedo, Jair Bolsonaro – se eleito – não ficará devendo sua vitória a nenhum partido ou cacique político. Sua interlocução será direta com o povo, sedento de justiça e a procura de culpados pela recessão duradora que tem nivelado todos por baixo. Lula saiu vitorioso das urnas em 2002, mas, com um governo já “loteado”, pelos apoios que recebeu de Sarney e todo o PMDB;  ACM e o PFL; Miguel Arraes e todo PSB; PCdoB e Aldo Rebelo; Eduardo Jorge e o PV… Bolsonaro até o momento, tem rejeitado apoios de toda esta gente.

            Os Ministros do novo governo – alinhando-se ao discurso do candidato  eleito – estarão comprometidos com a austeridade e transparência. Promoverão “auditorias” para apurar desvios e justificar cortes de subsídios a ONG, privilégios dos cartões corporativos; fechar estatais que funcionam só no papel – como o Trem Bala – que nos últimos quatro anos consumiu 12,6 bulhões de reais sem ter trilhos, trem, nem sequer projeto. São 43 empresas deste tipo que surgiram a partir de 2003, e são mantidas como “cabides de empregos” sustentadas com o dinheiro do resignado contribuinte brasileiro. Este será o processo de “despetização” do país. Foi uma ideia do Presidente Temer,  “abortada” com a delação dos irmãos Batistas.

            Aqui na nossa “pequenina”, João Azevedo iniciará a tarefa de suportar as dores do seu calvário, herança da gestão “socialista” que lhes exigirá habilidade, coragem e sorte, para enfrentar seu “criador”, iniciando com o pesado fardo de cortar imediatamente milhares de “codificados”, ato indispensável para manter a folha de pagamento do funcionalismo em dia. Buscar meios de resolver o “rombo” da PBPREV (10 bilhões) que desde 2013, os gestores do governo Ricardo Coutinho vem comentando crime de “apropriação indébita”. Descontam a contribuição na folha de pagamento do servidor, e não recolhem os valores ao Instituto de Previdência, delito passivo de cadeia. A questão é sobre quem irá ficar atrás das grades, o governador Ricardo Coutinho não é “ordenador de despesas”. Neste caso, o presídio aguardará todos os Secretários e dirigentes de Autarquias, ou apenas os titulares da Administração, Finanças e Procuradoria Geral?

            Empréstimos contraídos ainda na gestão do ex-governador José Maranhão, para construir e recuperar as estradas – obras realizadas na gestão “girassol” – começarão a se vencer e serão descontados diretamente nas transferências constitucionais como FPE – Fundo de Participação dos Municípios, Royalties  e outros tributos. Ocorrerá uma queda brusca nas receitas liquidas correntes. A indenização condenatória por quebra de contrato com o Banco do Brasil, no valor de 300 milhões de reais. Ainda resta a do Santander, que entrou em processo de execução. Com a instalação do novo governo central, emendas parlamentares e de bancadas esperadas para 2019, não serão pagas. Um dos motivos é que a maioria de seus autores, não renovaram seus mandatos. E a Lei que torna o orçamento “impositivo” obriga o governo federal pagar até 40% do que foi aprovado, caso exista empenho prévio. Se Deus nos ajudar, poderemos ter um bom ano de inverno em 2019. Mas, as torneiras do Ministério da Fazenda estarão “lacradas” para abastecer estados e municípios.

            Todo engenheiro conhece cálculo. A matemática é uma ciência exata, e em matéria de economia, ainda não se registrou existência de milagres com semelhanças bíblicas, como a multiplicação dos peixes e dos pães. João Azevedo terá que se “coser” com suas próprias “linhas”. O ex-governador Tarcísio Buriti, em seu primeiro mandado (1979/1983) fez uma brilhante gestão, acima da média da região (nordeste). Wilson Braga o suplantou. Ironicamente coube ao próprio Buriti – em seu segundo mandato – pagar a conta que ele mesmo fez. Deixou o governo de forma melancólica… Estado quebrado, folha de pagamentos atrasada, fornecedores falidos.

            Senador Cássio Cunha Lima, quando reelegeu-se governador (2006), para por a folha de pagamento em dia, teve que tomar duas medidas extremamente antipáticas. Voltou a cobrar o imposto antecipado, e cortou milhares de gratificações sobrepostas nos contracheques de sua militância “adquirida” ao longo do tempo. Em um ano, conseguiu fazer “caixa”, que lhes permitiu criar os PCCS (Plano de Cargos Carreira e Salários), pagar ao funcionalismo dentro do mês trabalhado e antecipar o décimo terceiro salário, antes pago de forma improvisada, tomando dinheiro emprestado ao banco através do próprio Servidos Público.

            Resta saber, se Ricardo Coutinho e seus fiéis seguidores irão compreender que “não se faz omeletes, sem quebrar ovos”. Para os inconformados, a sentença: Rei morto, Rei posto.

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OSTRACISMO

            O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin – recentemente derrotado no primeiro turno da campanha presidencial (2018) – em uma longa entrevista no ano de 2008, explicou o pânico de um político, com muitos anos na vida pública, quando perde um mandato e vai para casa. Desde 1974, quando se elegeu vereador pela cidade de Pindamonhangaba – interior do estado de São Paulo – até abril de 2006 ao renunciar para disputar a presidência da república pelo PSDB, enfrentando o ex-presidente Lula candidato a reeleição, foram-se 32 anos de rotina estressante, na qual se habituara. Após o segundo turno, vencido por Lula, Geraldo Alckmin aos 54 anos, foi para casa. Em seu relato, visitas, reuniões, encontros e telefonemas aos poucos se reduziram. Em janeiro de 2007 ninguém o procurou mais. Seu telefone emudeceu, adoeceu e foi ao médico.

            Realizou uma bateria imensa de exames, e tudo estava normal com sua saúde física, exceto a mental. Seu Clínico o encaminhou para um psiquiatra. Na primeira consulta, o diagnostico veio de imediato: volte a fazer o que você sempre fez. O ex-governador indagou: ser professor? Pode ser… Mas, se seu mundo sempre girou em torno da política, volte à vida pública. A recomendação foi cumprida. Depois de uma viagem por seis meses pelos Estados Unidos, em meados de 2007 começou sua campanha com vistas às eleições municipais de 2008. Candidatou-se a Prefeito de São Paulo, após ter sido vice-governador por duas vezes de Mário Covas, ter governado o estado  por dois mandatos. Até bem próximo às eleições, esteve com 30% das intenções de votos. Mas, no final de agosto, o rápido crescimento de Gilberto Kassab – vice-prefeito em exercício – constatado pelo Datafolha, se consumou. Geraldo Alckmin ficou fora do segundo turno. Para muitos, era o fim de sua carreira política. No segundo turno, Geraldo Alckmin apoiou Kassab, levando consigo todo o PSDB. Em Janeiro de 2009, o então governador do Estado de São Paulo José Serra, o convidou para ser Secretário Estadual de Desenvolvimento, cargo que ocupou até abril de 2010, quando renunciou, se candidatou novamente ao governo do estado e venceu. Em 2014 foi reeleito e hoje é recordista de tempo e mandatos a frente do estado de São Paulo, que governou por quatro vezes.

            A recente derrota acachapante do ex-governador Cássio Cunha Lima, que não conseguiu renovar seu mandato para o Senado da República, pode ter surpreendido muitos – principalmente seus fieis seguidores que o acompanham há 32 anos – desde 1986, quando se elegeu deputado federal com apenas 21 anos. Para a crônica política, especialmente os jurássicos, seu insucesso era previsível em função de vários erros cometidos ao longo deste ano (2018), destacando como um dos basilares, a divisão da oposição. Tornou-se alvo do governador Ricardo Coutinho, da ira do PT (leia-se Luís Couto); de seus eternos adversários (Clã Rego); das ambições camufladas do ex-ministro das cidades deputado federal Aguinaldo Ribeiro, que só mostrou suas “garras” na reta final do pleito, marcando o voto de sua irmã  em 80 municípios onde tinha  apoio “chapa branca” (Prefeitos). Desidrataram os votos de Cássio Cunha Lima na segunda opção do eleitor. Paradoxalmente, o único candidato que desejava sua eleição, era seu velho concorrente do ex-PMDB José Maranhão, que trabalhou com afinco para alcançar o segundo turno. Todavia, como Cássio, foi sabotado dentro de sua própria legenda e por correligionários “acima de qualquer suspeita”. A campanha passou. José Maranhão voltou para o Senado, onde ainda tem mais quatro anos de mandato. Todos se foram… E Cássio? Até 02 de fevereiro está no Senado. Dia seguinte, começará seu ostracismo… Irá para casa como Geraldo Alckmin em 2007? Ou com humildade voltará a reconstruir seus caminhos?

Depois de duas derrotas consecutivas, e uma queda de 47% na sua votação, que há 12 anos estava acima de um milhão de sufrágios, o quadro pode ser desanimador. Todavia, 2019 será um ano de grandes mudanças na política brasileira.

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O BRUXO NEY

            Após o resultado das urnas paraibanas do último 07.10.2018, procuramos ler e ouvir todos que compõem a crônica política do estado, uníssonos em “creditar” os números “inesperados” ou impressionantes do pleito, ao governador Ricardo Coutinho. Por outro lado, “debitam” ao senador Cássio Cunha Lima, a derrota da chapa “Bateau Mouche”, sob o ambíguo argumento de “desgaste” provocado pela longevidade de sua imagem na vida pública, fato que teria gerado “fadiga” na população (?).

            Puxando pelo que ainda nos resta da memória, recordamos ter ouvido do Jornalista Tarcísio Cartaxo (1973) um de seus relatos sobre a derrota do imbatível Argemiro de Figueiredo, nas eleições do ano de 1970 (Senado Federal), vencido pelo neófito e desconhecido Domício Gondim. Chico Pereira, deputado estadual da região de Pombal – PB e “Agripinista”, questionou a candidatura de Domício Gondim: “governador (João Agripino) o senhor está louco? Enfrentar Dr. Argemiro com este homem que ninguém Sabe quem é?” João Agripino o fitou, demonstrando perplexidade e rebateu: “Chico, você parece que está desinformado ou não conversa mais com o povo. Domício é bilionário, o Rei do Zinco no Brasil”. Chico Pereira esperto, concluiu: “Ah! Eu é que não entendi direito o nome, mas, em Pombal o povo só fala nele”.

            O misticismo  nos leva a crer na alquimia, em milagres cristãos; força do pensamento; poder de energias desconhecidas pelo mundo científico, e até nas “bruxarias” populares oriundas do candomblé, onde são usados misteriosos poderes para o bem e o mal, depende do cliente, e quanto ele dispõe pagar pelos “trabalhos”. Todavia, a “bruxaria” sadia e iluminada – doutrinada pelo consagrado escritor Paulo Coelho – têm poderes fenomenais. Alguém que chegue ao Rio de Janeiro hoje, pode perguntar em qualquer Restaurante, taxista ou nos morros cariocas quem é Ney Suassuna, que ouvirão a resposta: um dos homens mais ricos do Rio. Escritor Paulo Coelho, que é carioca “da gema” e mora na Cidade Maravilhosa, talvez não seja tão conhecido quanto Ney Suassuna, mesmo morando atualmente em Miami (USA). Ney e Paulo devem ter se encontrado, e um ensinou ao outro o que precisavam saber. Paulo Coelho deve ter transformado Ney num Bruxo, e por sua vez, Ney o ensinou como ganhar dinheiro e ser milionário.

            Questionamos recentemente neste espaço, num artigo intitulado “O Efeito Ney”, que forças “misteriosas” o teriam movido para deixar a tranquila Miami (USA) e voltar à Paraíba (19/09/2018), com um único propósito: inscrever-se como primeiro suplente do candidato ao senado federal Veneziano Vital do Rego. Dia seguinte à chegada do “Bruxo”, os milagres começaram acontecer. Mais de sessenta Prefeitos – que compunham o exército de correligionários do ex-ministro das cidades e líder do governo Temer, Aguinaldo Ribeiro, encontraram uma “razão” para escolherem o segundo voto para o Senado. Trocaram Cássio Cunha Lima – parceiro de Daniella Ribeiro – por Veneziano Vital do Rego.

            Diferente do presidenciável Cabo Daciolo que subiu a montanha para jejuar e ficou solitário durante todo o período eleitoral, Ney Suassuna preferiu ficar distante de seu apartamento na praia de Manaíra (Edifício José Primo) e escolheu a Fazenda Campo de Boi, próxima (seis quilômetros) de Campina Grande, que pertenceu ao saudoso tribuno Vital do Rego. Cabo Daciolo não recebeu ninguém, provavelmente pela baixa frequência de suas “vibrações” espirituais. Ney Suassuna atendia diariamente uma verdadeira “romaria” prefeitos, ex-prefeitos; candidatos a deputado estadual, federal; vereadores… E sua “reza” era rápida, porém eficiente. No máximo cinco minutos de “pregação”, e a contagiante fé – que move montanhas – mudava repentinamente as intenções de votos. O único momento em que deixou “Campo de Boi” foi para ir visitar um amigo em João Pessoa. Coincidentemente encontrou no mesmo endereço o deputado Aguinaldo Ribeiro. Supomos que suas “orações” também foram direcionadas para a senadora eleita Daniella Ribeiro.

Alguém me falou, e chegou a cogitar que Ney Suassuna veio como o “trem pagador” de uma campanha, desejando apenas uma posição de suplente. Discordamos prontamente. Ney  nunca gastou um centavo de seu bolso em campanhas eleitorais. Nas vezes em que disputou mandatos, a lei permitia doações de campanhas de todas as origens e espécies. Ney sempre foi um bom arrecadador de fundos eleitoreiros. Para tanto, depois de ter sido líder de seu partido no Senado, Ministro da Integração Nacional, José Maranhão o escolheu como seu candidato para o governo do estado em 2002. Ney desistiu as vésperas das convenções, após uma ríspida conversa com José Maranhão, no hangar do Aeroporto Castro Pinto – João Pessoa. Ney mostrou a Maranhão a planilha com os custos da campanha, 30 milhões de reais. José Maranhão disse que não estava entendendo. Que também era candidato e gastaria o dinheiro dele, com ele mesmo, que Ney gastasse o seu, pois do estado não sairia um tostão. Ney encerrou a conversa avisando: amanhã convoco uma coletiva e desisto. Assim  o fez.

Se gastaram dinheiro nesta campanha, e através de Ney Suassuna, podem acreditar que o dinheiro não era dele. O dono era alguém que confiou nele.

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O BOMBARDEIO EM CAMPINA GRANDE

            Desde domingo (20hs) até ontem pela manhã (terça-feira 09.10.2018), os bairros do Catolé, Liberdade e José Pinheiro – que identificamos – viveram dias de Berlim no final de Abril de 1945, quando as tropas Russas lançaram seu massacrante e impiedoso bombardeio sobre a destruída capital do III Reich. Em intervalos de uma hora, a artilharia pesada ensurdecia todos. Respeitaram apenas a madrugada do domingo e segunda. A ação não foi improvisada. A execução sincronizada apontava planejamento. Só acabou, quando zerou o estoque de fogos artifícios no comércio da cidade.

            Infelizmente não ficou claro os motivos das “salvas” do gigantesco foguetório. Eram comemorativas? Ou provocativas, tripudiando os derrotados? Que nos lembre, houve algo semelhante duas vezes na Paraíba. A vitoria de Wilson Braga em 1982, quando Sousa-PB foi bombardeada, e em 1994, na cidade de Conceição – PB quando Lúcia Braga foi derrotada.

            O triunfo inesperado de João Azevedo – eleição disputada por três fortes estruturas – vencida em primeiro turno, ou derrota de Lucélio Cartaxo e José Maranhão, não justificava exacerbada celebração. Dentre os três, não existe um Campinenses. A “vibração” foi pela derrota do Senador Cássio Cunha Lima?

O Jângal do mundo político continua repleto de feras peçonhentas, felinas e artificiosas. Basta olhar no retrovisor, ou rever aquela “velha fita” de 16 anos atrás (2002), que encontramos rostos de centenas de personagens, hoje “Ricardistas”, na época ferozes “Cassistas”. Lembramo-nos do saudoso Edvaldo do Ó, parafraseando um adágio popular deste obscuro meio: “você entra na política pelos amigos, e não sai pelos inimigos”. Constata-se isto com o natural exercício das mudanças: adversários de hoje, correligionários do amanhã. Enquanto perdurar no Brasil, este abominável método que simboliza o atraso, adotado por suas “elites” – usar o poder político como fonte inesgotável de privilégios e caminhos mais curtos para o enriquecimento – não teremos eleições com escolhas meritórias. Continuaremos reféns do processos de “manipulação” das massas, completamente cegas e incapazes sequer de analisarem o caráter dos postulantes e suas capacidades de nos representar.

            Nunca imaginamos que o Senador Cássio Cunha Lima tivesse em tão pouco tempo, adquirido tantos inimigos na Rainha da Borborema. Ele deve está no mínimo perplexo com a dimensão da sanha de seu povo, que observado a partir de sua biografia – três vezes prefeito da cidade – sempre consagrado com votações estupendas desde 1986 até 2014. Jamais deve ter imaginado ser atacado com tamanha agressividade. Como encontrar razões lógicas para se diagnosticar o surgimento de um movimento tão brusco, resultante neste quadro de hostilidade selvagem?

            Senador Cássio Cunha Lima foi o primeiro político a ultrapassar a barreira de hum milhão de votos na Paraíba nas eleições de 2006. Cassado pelo TRE-PB e TSE, massacrado pela mídia que lhes fazia oposição sistemática, quatro anos depois (2010) manteve sua performance. Para o Senado Federal, conquistou 1 milhão e quatro mil votos. O tamanho do seu exercito  foi visto em 2014 – que mesmo sendo derrotado – obteve 1 milhão e 14 mil votos. O que aconteceu com o “Comandante” Cássio em 2018? Uma deserção “voluntária” de 415.525 fieis soldados de sua causa! Isto representa 49,5% de perda. Até onde enxergamos, não ocorreu nada de conflitante no seu comportamento, como incoerência, traição ou oportunismo, atributos comuns para justificar derrotas acachapantes. Cássio e José Maranhão podem até terem sido vítimas destes atos. Mas, não há registros de tê-los praticados ao longo de suas vidas públicas.

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PSB E MÍDIA ESCOLHEM ADVERSÁRIO PARA O SEGUNDO TURNO

            Um estranho Instituto de pesquisa, do distante estado de Minas Gerais, deve ter sido regiamente pago para realizar uma pesquisa de intenção de votos na pequenina e pobre Paraíba, usando uma “metodologia” até os dias de hoje desconhecida pelos meios acadêmicos da Estatística.

            Apresentando resultado completamente adverso a todos os demais cenários de outras sondagens realizadas – faltando apenas sete dias para as eleições – o quadro revelado no último domingo pelo Veritá alavancou (como elemento surpresa) o candidato do governador Ricardo Coutinho (João Azevedo) para sonháveis 35,5% das intenções de votos, deixando bem atrás Lucélio Cartaxo (PV/PSDB) com 19,1%, tecnicamente empatado com José Maranhão com 18,7%. O fato torna visível a inequívoca sabotagem contra a postulação do Senador José Maranhão, cujo propósito é deixá-lo fora do segundo turno. Lucélio seria o candidato ideal para ser derrotado por Ricardo Coutinho? É o que sugere a mídia da capital, na esperança de uma “festança” sem precedente: três tesouros públicos para serem “sangrados”: PMJP; PMCG e Governo do Estado, neste suposto quadro projetado para o segundo turno (2018).

            Ricardo Coutinho entrará para o “guines”, pelos recordes consecutivos em derrotas, quando se trata de transferência de votos para eleger seus preferidos. Até mesmo para o parlamento federal, nunca conseguiu por um representante do PSB na Câmara dos Deputados. Perdeu duas campanhas seguidas para a Prefeitura de João Pessoa, e para o Senado Federal em 2014, quando José Maranhão – todos imaginavam ter alcançado a compulsória da política após o insucesso nas urnas pela disputa municipal de 2012 na capital – derrotou Lucélio Cartaxo – candidato de Ricardo Coutinho com uma maioria de 126 mil votos. Lucélio tinha a máquina do governo do estado, da PMJP; do PSD de Rômulo Gouveia, e a “estrutura” de Gilberto Ka$$ab. Em Campina Grande? Ricardo Coutinho Jamais conseguiu competir com o clã Cunha Lima, Rego ou Ribeiro. Que fato tão estapafúrdio aconteceu nestes últimos 30 dias, para seu candidato crescer tanto? A contradição é tamanha, que um dos seus postulantes ao Senado (PT) defende o odiado Lula, e o desprezado Haddad, que luta para chegar ao segundo, ou não ficar atrás de Ciro Gomes e Alckmin no próximo domingo 07.10.2018. Quem está sendo “desidratado” rapidamente é o PT e seus aliados, não José Maranhão.

              Desde 1965, o único governador eleito que conseguiu emplacar seu sucessor (Antônio Mariz) foi Ronaldo da Cunha Lima. Pedro Gondim (1965) pensou ter passado o bastão para João Agripino. Mas, as eleições uma das mais disputadas na história da Paraíba que tinha 334.479 eleitores, os mapas mostraram João Agripino com 168.712 votos e Rui Carneiro 165.785 sufrágios. Porém, houve fraude nas urnas de Cajazeiras. A cidade apresentou um número de votos superior à população. João Agripino foi cassado pelo TRE-PB na última sessão do ano de 1970, faltando três meses para terminar seu mandato. O STF confirmou que João governou sem ser eleito, quando todos já haviam falecido: Rui Carneiro, Argemiro de Figueiredo (vice de Rui) e João Agripino.

Tarcisio de Miranda Buriti não foi eleito diretamente. Elegeu como seu sucessor Wilson Braga, numa eleição atípica, com o fim da sublegenda e voto vinculado de vereador a senador da república. Ricardo Coutinho mudará a tradição?

Para conquistar seu primeiro mandato (2010) foi alavancado por Cássio Cunha Lima que desde 2002 tinha quebrado a barreira dos 800 mil votos. E em 2010, obteve 1.004 mil acrescentando mil votos a mais no resultado de 2006 1.003 mil. Ricardo Coutinho contou ainda com a ajuda do ex-governador Eduardo Campos, tesoureiro regional da campanha de Dilma Rousseff. Em 2014, além da máquina do estado, conseguiu a adesão do prefeito da capital Luciano Cartaxo. Hoje, Ricardo tem como adversário os três responsáveis por suas vitórias. José Maranhão (PMJP), Cássio Cunha Lima (governo do estado) Luciano Cartaxo (reeleição 2014). Eduardo Campos deixou o plano terrestre.

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NA RETA FINAL DISPUTA PELO SENADO SE COMPLICA

            Em discurso ontem (26.10.2018) na cidade de Cacimba de Dentro, o deputado federal Benjamin Maranhão revelou – para delírio do público presente – que havia conversado com o Senador Cássio Cunha Lima e dele obteve a garantia que no segundo turno, estaria ao lado de Romero Rodrigues no mesmo palanque de José Maranhão. O fato evidencia que a “pesada” chapa *Bateau Mouche – encabeçada por Lucélio Cartaxo – começa adernar.

            Botando a “faca nos dentes”, o Senador Cássio Cunha Lima partiu para o ataque  e ao lado de Daniella Ribeiro, conquistaram o apoio da candidata à deputada federal Tatiana Medeiros, uma das principais integrantes (de confiança) do núcleo político comandado pelo Clã Rego em Campina Grande. É bom destacar, que nas eleições municipais de 2012, com apoio do então prefeito Veneziano Vital do Rego, Tatiana Medeiros levou o pleito para o segundo turno, obtendo praticamente o dobro da votação de Daniella Ribeiro (PP): 65.195. No segundo embate, cresceu para 89.887, que não foram suficientes para derrotar Romero Rodrigues (130.106). Tatiana Medeiros tem um bom trabalho no estilo “corpo a corpo” pelos bairros da cidade, e defende as cores do Senador José Maranhão.

É interessante analisar os números através dos quais podemos avaliar o desempenho em Campina Grande, entre Veneziano e Tatiana, atestados pelo resultado das urnas de 2016, quando Romero Rodrigues se reelegeu com 138.996 sufrágios (acrescentando algo em torno de 8 mil votos a mais que em 2012), e o então “cabeludo” na disputa contra Romero, ficou abaixo de Tatiana Medeiros em relação ao primeiro e segundo turno (2012) aferindo apenas 53.837.

Todos os Institutos de pesquisas – do Bigdata ao IBOPE – mostram a estagnação da campanha de Lucélio Cartaxo. No quadro que se apresenta a “briga” pelas duas vagas do Senado, Cássio Cunha Lima se isola de Veneziano (segundo colocado) que mantém uma distância em torno de 12% para Daniella Ribeiro e Luís Couto, empatados tecnicamente. Luís Couto não tem mais por onde se expandir. Está preso nos limites de seu radicalismo. Esbarra em Cássio, Daniella e na indicação da segunda opção de José Maranhão, nitidamente explicitada através dos gestos de Benjamim Maranhão, Roberto Paulino e do próprio Wellington Roberto, sem grandes alardes, votando em Cássio Cunha Lima. A campanha de Daniella está “paralisada” por conta do seu irmão, deputado federal Aguinaldo Ribeiro. Neste caso (familiar) quem tem que resolver a “bronca” é Enivaldo e Dona Virgínia Veloso Borges, acabando com esta birra infantil e  domestica.  Das 80 Prefeituras que apoiam o ex-ministro das cidades e líder do governo Temer, numa rápida sondagem da espionagem tucana, constatou-se em alguns dos principais municípios, material de campanha de Daniella Ribeiro “colado” somente com Aguinaldo. Onde está Cássio? A contrapartida? Daniella tem procurado “grudar” no tucano. Só falta adotar o sobrenome Cunha Lima, já  que é desprezada por um Ribeiro – seu irmão – responsável pela “estrutura”  de sua campanha. Em João Pessoa, por exemplo, Daniella tem 9% de intenção para o primeiro voto. Mas, transfere apenas 3% (segundo voto) para Cássio Cunha Lima. Toda ação, corresponde a uma reação…Lei da Física. Daniella ainda tem espaço para “disparar”. Mas, o que espera sem surpresas o “tucanato”, é um Nelson Júnior sair com 160 mil votos, colados em Daniella. O fato “desidrata” a votação de Cássio. Contudo, não ameaça sua reeleição, quer seja como primeiro, ou segundo colocado. Se o destino de Daniella continuar nas mãos de seu irmão, como em 2012, ela não alcançará índices para disputar a segunda vaga.

*Bateau Mouche foi o barco que naufragou no dia 31 de dezembro de 1988, próximo a praia de Copacabana com 142 passageiros, dos quais 55 morreram afogados. Dentre eles, a atriz global Yara Amaral e o ex-ministro do planejamento Aníbal Teixeira que escapou. O barco fora projetado para navegar com 62 passageiros. Mas, seu proprietário fez uma reforma – primeiro andar – e conservou a estrutura do calado (casco). Maré em alta, ondas acima de 1,5 metros, levaram o barco a naufragar.

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SISTEMAS COMPROMETIDOS E SUAS VÍTIMAS

            O Pleno do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, concedeu habeas corpus ao Jornalista e Radialista Fabiano Gomes, preso há algumas semanas, porém, sem explicações encarcerado no PB1 – segurança máxima – destino de bandidos perigosos e reincidentes que praticaram crimes hediondos como latrocínio, tráfico de drogas; estupros; assaltos e formação de quadrilhas. O presídio é adequado para um Jornalista? Que perigo tão extraordinário ele oferece a sociedade?

            À distância, acompanhamos um pouco de seu drama ou via-crúcis – não pelo fato de está trancafiado – especialmente por sua doença crônica (diabetes) que requer cuidados e tratamento especial. Chegou ao nosso conhecimento, que além do uso contínuo e emergente de insulina, Fabiano Gomes estava sendo tratado por Neurologistas e Psiquiatras, que buscavam controlar seu nível de ansiedade e depressão.

            Infelizmente o desavisado “homem bomba” foi mais uma, das dezenas de vítimas dos capitães da mídia radiofônica da Paraíba, que aproveitando sempre da imaturidade e  ambições desmesuradas de jovens comunicadores, usam-nos em defesa de seus interesses próprios, com a missão de “detonarem” os poderosos de plantão. Depois do “estrago”, através da chantagem, cortam seus pescoços e entregam suas cabeças numa bandeja, aos que se sentiram seriamente prejudicados pelos exageros das críticas. Na ânsia de mostrar resultados, ou na busca da falsa notoriedade, estes recalcitrantes ultrapassam os limites da racionalidade e enveredam pela intimidade, cometendo um verdadeiro atentado ao homem “ser”, esquecendo que o alvo é o homem “função”. Os efeitos culminam em danos irreparáveis.

            Fabiano Gomes foi amigo e inimigo (ocasional) de Ricardo Coutinho, Luciano Cartaxo; Cássio Cunha Lima e todos os Presidentes da ALPB. Era “o cara” do sistema Correio, sistema Arapuan; cortejado por muitos e temido por todos. Quem destes foi visita-lo? Pelo visto, nem recursos dispunha para pagar um bom advogado, capaz de conter o “abuso de autoridade” perpetrado pela Justiça, ao misturá-lo com a criminalidade institucionalizada cruel e perversa – que já não cumprem pena – residem no presídio. Torcemos para que doravante, Deus o ilumine, devolva-lhes a saúde e recupere sua consciência profissional.

            A Paraíba tinha uma boa mídia (anos 70/80), formadora de excelentes profissionais. Mas, em meados dos anos 80, a radiofonia da Capital começou a tomar rumos estranhos, num formato que fugia da notícia, entretenimento ou instrução: o denuncismo irresponsável. Quem não se recorda do famoso Luís Otávio? Demitia Secretário de Estado através de pesadas críticas, antes de terminar seu horário na emissora. Faleceu precocemente pobre, sem respeito ou audiência, por seu truculento comportamento como comunicador. Depois surgiram Toni Show, J. Ferreira; Jair Santana… Foram tantos… Todos, vítimas da mesma tragédia.

            Os governos de plantão (alvo predileto dos Capitães da mídia), não resistiram à tentação de suas vaidades e começaram a explorar a radiofonia. O modelo chegou aos jornais e a televisão, que supostamente iriam abrir caminhos, para popularizar quem pagava a pesada fatura. Até que funcionou por algum tempo. Mas, o ouvinte, leitor e telespectador – que não são burros – observaram o jogo e começaram a separar o que é lógico, do inconsequente. Na virada do século – em 2002 –  Sistema Correio não foi capaz de derrotar o candidato ao governo do estado Cássio Cunha Lima. Que ironicamente, o derrotou pela segunda vez em sua reeleição. Só Deus sabe o quanto foi gasto em verbas publicitárias, e quantas gratificações foram implantadas nos contracheques dos “formadores de opinião”, todos com um vínculo com o Estado. No governo, Cássio Cunha Lima cometeu o mesmo erro de seu antecessor e investiu pesadamente também na mídia. Isto não o levou a uma vitória em 2014, contra o governador reeleito Ricardo Coutinho. Se este tipo de mídia elegesse alguém, João Azevedo ou Luciano Cartaxo estariam eleitos. Todavia, o que percebemos é uma outra realidade. Distante destes “comunicadores” e seus veículos, José Maranhão começou a ser visto pelo povo como humano, bondoso; experiente e pacifista. Não tem ninguém colocando palavras em sua boca, que inspirem o ódio, a rixa ou desconstrução. Pelo que as pesquisas apontam, está no segundo turno. Aquele que for derrotado, não terá nenhum obstáculo em apoiá-lo. Vem fazendo uma campanha limpa, alicerçada na verdade e nos debates, mostrando apenas o obvio. Será que os “sistemas” ainda sobreviverão?

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VOLTA DE NEY SUASSUNA AO CENÁRIO POLÍTICA PROVOCARÁ MUDANÇAS NO RESULTADO DAS ELEIÇÕES PARAIBANA

            Ao aceitar ser o primeiro suplente do candidato ao Senado Veneziano Vital do Rego, Ney Suassuna criou um quadro de expectativa inimaginável nas três chapas que disputam o governo do estado. Jamais esperavam uma reviravolta desta dimensão numa reta final de campanha. O gesto já assegura a vitória do ex-cabeludo em 07 de outubro próximo, com amplas possibilidades de conquistar o primeiro lugar, deixando o tucano Cássio Cunha Lima na segunda posição, envolto em preocupações, temendo um avanço de Veneziano sobre seu segundo voto – capitaneado por Ney – e um crescimento de Luís Couto com “reforço” extra de Ricardo Coutinho, capaz de levá-lo a derrota.

            O mistério desta decisão se assemelha a um gol repentino originado numa cobrança de um “tiro de meta” no último minuto da prorrogação (fazendo uma analogia ao futebol) com o goleiro sendo coberto, fora da sua grande área. Estes fatos só serão conhecidos bem depois das eleições. Todavia, ao que parece, Ney recomeçou nos moldes de 1990, quando foi eleito primeiro suplente de Antônio Mariz, que renunciou em 1994, quando venceu as eleições na Paraíba e governou o estado por apenas oito meses. Ocupando a vaga de Antônio Mariz no Senado, Ney foi reeleito em 1998, derrotando o ex-governador Tarcísio de Miranda Buriti, com apoio de José Maranhão e a “ajuda” dos Cunha Lima, que marcaram o voto (206.006) na vereadora Campinense do PT, ex-prefeita Cozete Barboza. Historia que já relatamos.

            Desde sua traumática derrota em 2006, Ney Suassuna se afastou da política. Foi convidado a retornar, por todos os lados e legendas da Paraíba e do Rio de Janeiro, onde concentra seus negócios, e continua repeitado como grande empresário. Estava praticamente  morando em Miami (USA). De repente, aceita ser vice de Veneziano? Antes se negou em compor uma chapa como titular e não suplente, ao lado dos Cunha Lima, de Ricardo Coutinho ou de José Maranhão.

A importância de Ney como suplente de Veneziano, se avultará pelo conhecimento e credibilidade. Ney quando esteve no Senado destinou emendas para todos os municípios da Paraíba, ocasião em que foi líder do então PMDB. Conhece todos os atuais – ou ex-prefeitos do estado – vereadores; deputados estaduais e federais, com os quais sempre cumpriu tudo que prometeu. Como Ministro da Integração Nacional, viabilizou recursos para a obra da adutora de Patos-Pb e região do sabugy, trazendo água do sistema Coremas/Mãe d’água. Foi o patrono da verba para construção de Acauã, e iniciou o primeiro trecho da transposição das águas do Rio São Francisco. Veneziano Vital do Rego conseguiu  a duras penas, se viabilizar como segunda opção para o Senado – até o momento – mas, “com um olho no peixe outro no gato”. Temia manobras das velhas raposas da política: ir dormir eleito e acordar derrotado. Amparado por Ney, agora pode “relaxar”, e abandonar a desconfortável posição de “marcação cerrada” como vigilante vinte e quatro horas por dia, dos passos de seus companheiros de jornada da “majoritária”. Estava absolutamente certo. Afinal, quem trai são amigos.

            O que deixa todos curiosos é como se comportará o “irrequieto” Ney, na disputa pelo governo do estado. Irá apenas buscar o seu voto (Veneziano) ou se incorporará a campanha de João Azevedo? É bom lembrar que foi Ney quem lançou e apoiou Veneziano para derrotar os Cunha Lima (eleições municipais de 2004), e garantiu a “estrutura” para Ricardo Coutinho se eleger no mesmo ano Prefeito de João Pessoa.

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O BADALO E A HORA DA MISSA

            No pleito de 1994, estávamos no RN, exercendo as funções de Prefeito Municipal de nossa terra natal. Meados de setembro – como agora – começavam as pressões dos liderados sobre as lideranças, em busca de “meios” para concluírem seu trabalho de dois meses de andanças, na busca de votos. A meta de um Prefeito é eleger como mais votado em seu município, o governador, senadores; deputado Federal e Estadual. Para  presidente (na época FHC x Lula) já não se “brigava” mais pelo voto.

            O saudoso vereador José Barbosa – analfabeto que apenas assinava o nome – era um gênio em matéria de política corpo a corpo. Líder de um distrito (zona rural) onde conhecia todos, e suas manhas. Começou a nos pressionar, alegando que tinha uns pedidos para atender. Coisa pouca, besteiras… Mas, se não fossem atendidos… Indaguei se era material de construção (comum naquele período este tipo de solicitação). Não, respondeu o vereador. Trabalho com “material maneiro”… (dinheiro) para não chamar a atenção. Quis me aborrecer e comecei a argumentar: construí o maior açude do município lá. Posto de saúde; poços; pavimentação da área urbana; luz em toda a região… E o povo ainda quer dinheiro? Calmo ele respondeu: eu sei que o senhor fez tudo isso. O senhor pegou o chão limpo e começou fazendo a sapata. Levantou as paredes, fez a igreja; botou o piso, botou os bancos; fez o altar e botou os santos. Colocou até o sino… Mas, sem o “badalo” para bater, ninguém sabe a hora da missa.

            Para o governador Ricardo Coutinho, Prefeitos Romero Rodrigues e Luciano Cartaxo, chegou a hora de bater o “badalo” e fazer as primeiras chamadas da missa. Restam só 19 dias. A oposição – voto dos insatisfeitos que buscam mudanças – quem vem conquistando é o Senador José Maranhão, por não dispor de “máquina” administrativa. O voto “chapa branca” ( Prefeitos e portadores de mandatos) são caros. Eles geralmente cumprem o prometido. Desde que haja disponibilidade do “material maneiro”. As obras e ações de governo, garantem apenas o “direito de preferência”.

            Desconhecemos a capacidade financeira da PMJP, e o arrojo do Prefeito Luciano Cartaxo, que pode até surpreender nesta reta final de campanha. Entretanto, em Campina Grande, Romero Rodrigues já esticou a “liga” no seu limite. Se puxar mais um pouco, ela se parte. Médicos e funcionários da PMCG estão reclamando salários atrasados. Ele terá coragem de comprometer sua boa gestão? Em 2019, pelo que se desenha no horizonte,  não será apenas um ano de mudança de governo no plano central. Ocorrerá uma completa transformação no país. Enxugamento da máquina pública, revelação de escândalos sobre gastos das gestões anteriores; contingenciamento do OGU; quebra-pau gigante entre Congresso e o novo presidente, que seja lá quem for, não permitirá mais excrescências como o “centrão” e outras mazelas (burocracia) que sempre funcionaram em conluio com parlamento. Um ano em que Romero Rodrigues não poderá acrescentar mais nada ao que já fez. No máximo, concluir. E, ano seguinte (2020) é sua despedida. A travessia de 2019 será difícil, talvez o seu maior desafio seja chegar “inteiro” na disputa pela sua sucessão, com capacidade de elegê-lo.

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INSTITUTO GALLUP E O DATAFOLHA

Algo de errado e muito grave vinha ocorrendo com o Instituto DATAFOLHA, desde as eleições presidenciais de 2010. É indisfarçável o “pacto de sangue” entre  o Instituto e Jornal da família “Frias”, com a poderosa Rede Globo de Televisão, no fraudulento processo de manipulação das massas em períodos eleitorais. A Rede Globo opera o “clima” nas campanhas, através da manobra “freezer/micro-ondas, usados nos candidatos. O datafolha pulveriza os efeitos da militância midiática da emissora – que ainda lidera em audiência no país – divulgando pesquisas favoráveis aos seus “escolhidos” e “desconstruindo” os adversários.

 Antes do Datafolha, IBOPE participou deste conluio. Mas, aos poucos foi saindo deste artifício delinquente, e hoje busca recuperar sua credibilidade, como o fez o Instituto Gallup, que por mais de uma década, era o preferido pela Rede Globo – não para fazer “maracutaias” – mas constatar com precisão científica os resultados inquestionáveis de suas sondagens. Instituto Gallup, empresa norte-americana fundada em 1930 pelo Estatístico George Gallup, hoje atua em 163 países do planeta – inclusive no Brasil – mas, em terras tupiniquins, ausente da política desde 1985. Os motivos? As primeiras eleições para Prefeitos das Capitais e cidades consideradas como áreas de segurança nacional no ano de 1985. O Gallup acertou em todas as cidades e capitais. Exceto em Fortaleza, Capital do Ceará. O Estado comandado por décadas pelos três Coronéis – Virgilio Távora, Adauto Bezerra e César Cals – quebraram a regra do “revezamento do poder” – e estavam dividido no pleito.  Paes de Andrade e Lúcio Alcântara, polarizaram a disputa. A terceira via, mito distante era a petista Maria Luiza Fontenelle, segundo o Gallup, sem a menor chance de vencer. Nesta época, ainda não existia o segundo turno. O modelo era os mesmos dos dias atuais As concessionárias da Globo contratavam as pesquisas. E quem fazia o trabalho de campo – coleta de dados – eram estudantes universitários, orientados e treinados para a tarefa. A Globo do Ceará – TV Verdes Mares – estava nas mãos do grupo Edson Queiroz, sogro de Tasso Jereissati que não escondia sua intenção de derrotar os Coronéis, abrindo espaços para si mesmo.

Empate técnico até na última pesquisa – “boca de urna” – entre Paes de Andrade e Lúcio Alcântara. Após apuração, venceu Maria Luiza Fontenelle do PT. Segundo dados de pesquisas anteriores, a candidata nunca figurou com chances vitoria em nenhuma das consultas feitas ao longo da campanha. Maria Luiza 159.846, Paes de Andrade 148.437 e Lúcio Alcântara 121.326. A primeira vitória do PT em uma Capital. O Instituto Gallup distribuiu nota através da imprensa, se comprometendo realizar uma auditoria para verificar onde havia errado. Uma equipe de auditores veio dos Estados Unidos. Um ano depois, o Gallup rompeu com a Globo. Justificando a fraude, a TV Verdes Mares alegou que a “surpresa” estava no eleitorado feminino, superior ao masculino (?). Sempre foi maior em todo o país. Na verdade, a manipulação foram nos dados colhidos pelos contratados diretos pela TV Verdes Mares, sem interferência ou seleção feita pelo próprio Gallup.

            Na última pesquisa presidencial (eleições deste ano 2018) não tendo mais como esconder a maioria de Jair Bolsonaro, o Datafolha em 14.09.2018 resolveu contemplá-lo com mais um crescimento atingindo 26%. Estranho… Na amostragem realizada quatro dias depois do atentado, Bolsonaro cresceu apenas 2%. O Instituto alegou que a “comoção” não influenciou no eleitorado, como todos esperavam. E ressaltou que no segundo turno, o candidato do PSL seria derrotado por qualquer outro concorrente (?) Segundo turno é outra campanha, absolutamente distinta da primeira, a partir do tempo de rádio e TV que serão iguais para os dois postulantes. Se Bolsonaro cresceu com 15 segundos, imagine com 10 minutos? Como o Datafolha antevia uma derrota, sabendo que uma única frase mal colocada em um debate, arruína um candidato no segundo turno? Porém, recuou na última sexta-feira, e afirmou que apenas Ciro Gomes poderia vencer Bolsonaro no segundo turno (?).

            O IBOPE, dia seguinte (12.09.2018) anunciou números diferentes. Bolsonaro crescendo mais, e com 26%, mesmo resultado dia do datafolha (14.09.2018). Empatando tecnicamente no segundo turno com todos os concorrentes. Até o Banco BTG Pactual apoiador de João Amoedo candidato do NOVO, divulgou pesquisa reconhecendo Bolsonaro com 30% das intenções de votos. XP Investimentos, confere o mesmo percentual. Na amostragem do IBOPE, sobre o voto espontâneo, quando o entrevistador pergunta diretamente: O Sr. já tem candidato para Presidente da República? Quem é? (sem mostrar a relação ou disco) Bolsonaro aparece com 23%. E, curiosamente Lula caiu de 15% para 8% (no IBOPE). De fato, Lula não é mais candidato. Porém, o povo mesmo assim se manifesta. Ciro Gomes 5%; Geraldo Alckmin 4%; Haddad 3%; Marina 3%; Amoedo e Meireles 1%. O voto espontâneo é cristalizado. Praticamente sem chances de mudanças.

            Ainda na fatídica sexta-feira 14.09.2018 – dia que o datafolha começou a se redimir de seus erros, na entrevista do Jornal Nacional, William Bonner e Renata Ferraz, cobraram de Fernando Haddad – em nome do PT – uma “mea culpa” pela corrupção institucionalizada e operada de forma sistêmica desde 2003 até 2015. A recusa de Haddad irritou os entrevistadores, e o atrito foi inevitável. Haddad tornou público denuncia de crime da rede globo, sobre sonegação fiscal, junto a Receita Federal. Pode ter atirado no pé. Nesta mesma noite, a Globo News o aguardava para outra entrevista. Ele não apareceu. A cadeira foi mostrada vazia. PT rompido com a Globo não é nada bom. Lula já não “garante” mais. E critica abertamente a Globo. Franklin Martins, intermediário da reeleição de Lula e da eleição de Dilma, foi defenestrado pela ex-presidente nos primeiros meses de sua gestão em 2011. Em quem a Globo confiará no PT?

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ÁLVARO NETO: UM CANDIDATO FICHA LIMPA

            Observando o guia eleitoral, ainda não vi – mesmo em forma de recado telegráfico – a participação do candidato a deputado federal Álvaro Neto.  Observei a veiculação de mensagens de muitos que estão, ou estiveram envolvidos em denúncias de corrupção e malversação do erário público, quando passaram pelo poder executivo mesmo que temporariamente. Por que o amigo “Alvinho” ainda não apareceu na “telinha”? É boicote do seu partido? Ou a coligação está sabotando sua campanha?

 Ao destacarmos Álvaro Neto como candidato “ficha limpa”, não o fazemos por ouvir dizer, ou para agradar um velho amigo de juventude, que conhecemos antes de seu primeiro mandato como vereador de Campina Grande. Mas, por ter presenciado uma cena e ação, digna de registro histórico, que ainda permanece viva em nossa memória.

Ex-presidente Lula assumiu o comando da nação no primeiro dia de 2003. Mesmo sem pertencer aos quadros do PT, Álvaro Neto (PFL) segundo suplente de Deputado Federal, foi indicado para Transpetro – maior subsidiária da Petrobras – escolhido como Diretor Administrativo e Financeiro. Por suas mãos, passaram bilhões de dólares entre 2003 a 2006.

Neste período estávamos em Brasília. E comumente frequentávamos no final da tarde – para tomar um cafezinho e revê amigos da Paraíba – o gabinete do Senador Ney Suassuna. Uma “Romaria” de Prefeitos, Deputados Estaduais, Vereadores… E muitos empresários. Numa destas tardes, conhecemos um grande empresário de Minas Gerais, “ciceroneado” pelo saudoso Aladim Cordeiro, que vinha alguns dias procurando uma “conversa particular” com Ney Suassuna, o que era impossível. Ney conversava com todos, na presença de todos. O empresário indagou-me se eu era da Paraíba, e se conhecia Álvaro Neto. Respondi que além de conhecê-lo, era seu amigo. Minha resposta despertou imediatamente o interesse do cidadão, que me pediu para falar com “Alvinho”, e marcar um encontro com ele. Santinha, secretária de Ney, fez a ligação, e o que mais impressionou o empresário foi o pronto atendimento de Álvaro Neto. O empresário imediatamente convidou-me para ir ao Rio no dia seguinte e acompanha-lo até a Transpetro, para ele conversar com Álvaro Neto. Viajamos dois dias depois, pela manhã, eu com passagem de volta comprada para o mesmo dia. No Rio fomos a Transpetro. Era mais fácil entrar no Palácio do Planalto que na Estatal. Muita complicação, e até foto tiravam do visitante, antes de adentrar no andar onde ficava a Diretoria de Álvaro Neto. O empresário expôs seu problema, que datava de um mês antes de Lula assumir, portando, apagar das luzes do governo FHC. Álvaro pediu o número do protocolo e ficou de verificar. Como se aproximava a hora do almoço, Álvaro Neto nos convidou para almoçar. No restaurante veio à surpresa. Uma fatura de 160 milhões de reais, encalhada desde novembro de 2002. Friamente o empresário falou: “Dr. Libere a fatura, que 5% fica como ajuda para seu partido ou sua próxima campanha”. Álvaro empalideceu. Mudou o assunto, pediu a conta e disse que estava atrasado para outro compromisso. Saímos calados. Fui para o Aeroporto e retornei a Brasília. À noite Álvaro me ligou e pediu: “nunca mais me leve alguém daquele tipo para almoçarmos”. Cerca de dois meses depois, no mesmo gabinete de Ney reencontramos o empresário. Ele pilheriou: “o teu amigo santo não quis minha ajuda… Bati noutra porta, lá mesmo na Transpetro, e foi resolvido. Quem perdeu foi ele”.

Após o pleito de 2006 – Álvaro Neto deixou a Transpetro para tentar voltar a Casa Epitácio Pessoa como Deputado Estadual – obtendo pouco mais de 19 mil votos, que não foram suficientes para ser eleito. Encontramos Carlinhos Moscoso na Praça da Bandeira, que estava a procura de alguém para comprar a residência de Álvaro Neto no bairro do Catolé. Motivo da venda: pagar custos da campanha que foi derrotado. Narramos o que acima escrevemos a Carlinhos. Ele, sempre mantém sua boca aberta. Desta vez, a baba caiu. Ainda existem homens honestos na vida pública. Resta ao eleitor enxergá-los.

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A HORA DO DINHEIRO

            Candidatos ao parlamento – e governo dos estados – começaram a experimentar pela primeira vez, os efeitos da nova legislação eleitoral que acabou com doações de empresas as campanhas, e criou o financiamento público, limitando a gastança, em 1.716.209.431,00, Valores que serão divididos entre 31 partidos (exceto PSL de Bolsonaro que não aceitou) para cobrirem os gastos de todos os seus postulantes de presidente da república a deputado estadual. Na visão do eleitor desinformado ou ignorante, esta campanha é aguardada como a descoberta de uma nova “serra pelada” (corrida do ouro) com todos os candidatos com muito dinheiro. O valor do sufrágio será hiperinflacionado. Se baixarem a “per capita”, será pior. Receberão de todos, e no dia votarão num mero desconhecido.

            Os desassossegos aqui na Paraíba já começaram. Deputado Estadual Ricardo Barbosa deu um chute no “pau da barraca”. Foi enfático no seu pronunciamento, acusando o governo do estado de constranger (chantagear) o servidor público, exigindo seu voto de forma escravocrata. Onde está o Ministério Público Eleitoral? Não vai investigar e instaurar procedimentos cabíveis? Uma denuncia deste tipo é muito grave. Fere a democracia e macula duas cláusulas pétreas da nossa Constituição Cidadã: voto secreto direto, universal e direito e garantias individuais. A “lona” do PSB quase cai por cima de muitos. Ameaça durou poucas horas. Atendido, o deputado tergiversou, e deu uma desculpa “esfarrapada”. Resta saber se o sinal amarelo não acendeu no MPE.

            Enquanto o Palácio da Redenção se mobilizava para silenciar Ricardo Barbosa, em Campina Grande, a “espinha dorsal” da base aliada do Prefeito Romero Rodrigues se insurgia e declarava apoio (segundo voto) ao candidato ao Senado de José Maranhão, ex-governador Roberto Paulino. O$ motivo$? O$ me$mos de Ricardo Barbosa. Afinal, Daniella é deputada estadual, candidata ao Senado pelo PP por imposição de seu irmão, Aguinaldo Ribeiro – líder do governo na Câmara dos Deputados e ex-ministro das cidades – e ainda conta com apoio de seu pai, vice-prefeito de Campina Grande.  Não tem dinheiro? É brincadeira… Não adianta Cássio pedir ou Romero implorar. Aguinaldo Ribeiro – que dá aulas de “sabedoria” a Raimundo Lira – lançou Daniella como “caronista” de Cássio. Para o eleitor e as lideranças, o “carona” é suplente, não candidato. Quem impediu duas tentativas de impeachment do Presidente Michel Temer, tem as chaves do tesouro da república. Mais uma vez, a enganada foi Daniella, que reviverá o pesadelo de 2012. Ainda existe tempo de reverter o quadro, basta Daniella oferecer redutos ao senador Cássio Cunha Lima, como segundo voto. Do contrário, quem dispõe deste “estoque” é Roberto Paulino.

            Quem está no poder – na ótica do eleitor que ao longo do tempo mudou de corrompido para corruptor – pode tudo e tem dinheiro. Política é negócio para milionários. Ideologias? Ficaram nos anos 70 do século passado. Nas eleições de 2010, o governador José Maranhão – candidato a reeleição – subestimou não seu adversário Ricardo Coutinho, mas, a esperteza e sagacidade do eleitor, que mandou o recado através de suas lideranças: de graça, votavam em Ricardo Coutinho. Aconteceu no primeiro turno. Ricardo Coutinho saiu na frente de José Maranhão com 942.121 votos. Com a “caneta na mão”, o então governador ficou atrás: 933.754, diferença de 8.367. Votos nulos e brancos foi vingança: 237.306 e 101.032 respectivamente. Total de eleitores em 03/10/2010: 2.720.265, abstenção de 506.000 votos.

            De posse do mapa que contabilizava as baixas da primeira batalha, governador José Maranhão não pôde, ou não dispôs de meio$ para recrutar mais reservas para seu exército enfrentar o inimigo no segundo combate. Os estragos foram maiores e bem catastróficos. Ricardo Coutinho 1.079.164, José Maranhão 930.331. Diferença pró Ricardo 148.833 votos. Sufrágios nulos despencaram de 237.306 para 141.228. Os brancos de 101.032 desceram para 48.703.

Ricardo Coutinho em 2018 repete José Maranhão de 2010. A campanha de João Azevedo estagnou e tende a cair. Se ele não abrir a algibeira, “de graça” o povo aproveita o ensejo para “agradecer” José Maranhão por suas três gestões exitosas na Paraíba, trazendo-o de volta ao Palácio da Redenção. Em tempo: Lucélio não tem mais como “arrancar” nada da PMJP e Romero Rodrigues já foi além do seu limite. O MPE está de olho na PMCG, PMJP e Governo do Estado. Se não fizeram reservas em tempo hábil, agora é tarde demais. O registro dos fatos acima, se inspira em “denuncias”, não em “apologia” ao continuísmo de crimes eleitorais praticados por décadas, desconhecidos ou ignorados pela Justiça Eleitoral Brasileira.

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CHAPA PARLAMENTAR DOS “TUCANOS” COLA NA

CAMPANHA DE ZÉ MARANHÃO NA ARRANCADA FINAL

A

Para os céticos que subestimavam o crescimento constante – agora em ritmo acelerado – da candidatura do ex-governador José Maranhão, as fotos comprovam os fatos. Na última quarta-feira (29/08/2018) ao lado do Jornalista Josué Cardoso, testemunhamos a inauguração do comitê de José Maranhão em Campina Grande. Observamos um apoio suprapartidário de inúmeros formadores de opinião da cidade, prestigiando o evento e aplaudindo com entusiasmo o discurso do “mestre de obras”. Avistamos as cores do PSDB, PSB; lideranças que têm ligações com Cunha Lima, Rego e Ribeiro “avermelhadas”. A presença e o entusiasmo do “marqueteiro” Décio Alcântara – segundo o amigo e escriba Jornalista Marcos Marinho – defenestrado das hostes socialistas. Giordano Nóbrega – irmão de Ana Cláudia, esposa de Veneziano Vital do Rego, candidata a deputada federal – se destacava entre os presentes. Amigo e Jornalista Basílio Carneiro (PT) comentava ao nosso lado a fidelidade de Maranhão a sua legenda nos momentos mais cruciais: eleição e reeleição de Lula.

            Constatamos que não precisa mais explicar – ou duvidar – da posição de primeiro lugar, conquistada por José Maranhão, na recente pesquisa de intenção de votos realizada em Campina Grande. Com um discurso inovador, totalmente diferente de todos das pregressas campanhas, José Maranhão usou de uma linguagem republicana “construtiva”, não se referindo particularmente a nenhum dos “Caciques” que comandam as postulações adversárias. Pelo contrário, destacou que aquilo que existe de bom, e está funcionando na Paraíba – obras, serviços e ações de outras gestões – não só serão mantidas, mais ampliadas. Na sua alocução de caráter estadista, mostrou que radicalismo de outrora, ficou realmente no passado. Desprezando as “picuinhas” paroquianas, enfatizou que na dinâmica da política, adversários de hoje podem ser correligionários de amanhã, e vice-versa.  Prometeu levar o “Estado” (em seu governo, caso seja vitorioso), onde sua ausência é cobrada: segurança pública, saúde; garantia hídrica, não só para o que abastecimento humano e animal, mas também como suporte para alavancar o emprego e renda permanente.

            Se Tovar Cunha Lima estava no palanque de José Maranhão em Piancó – ao lado do Prefeito – deixa a nítida impressão da sua preocupação em não perder votos, num dos seus principais redutos no Vale. Na cidade de Patos, outdoor com Cássio e José Maranhão, mostra que o segundo voto de Roberto Paulino indiscutivelmente irá para o tucano. É a repetição de “Lula lá Cássio Cá” (2002/2006), atraindo fatia importante do PT da época, como a Prefeita Cozete Barbosa (2002) e o saudoso Júlio Rafael em João Pessoa (2002/2006). As eleições parlamentares se encerram no dia 07/10/2018. Para o governo do estado, dos três candidatos, dois terão uma segunda chance em 29/10/2018. Isto se ocorrer uma reação expressiva nas campanhas do PV/PSDB (encolhendo) e no representante de Ricardo Coutinho (João Azevedo) estagnado, “pastorando” apenas o “capital político” adquirido até o momento. Fatos novos, só na campanha de José Maranhão. Quando será que o vice-prefeito Enivaldo Ribeiro irá procurar José Maranhão e postar outdoor de Daniella ao lado de Maranhão? Cássio saiu na frente no sertão. Será que Enivaldo vai deixar passar esta oportunidade na Rainha da Borborema?

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TIÃO GOMES ABRIU A PORTEIRA

            A decisão do deputado estadual Tião Gomes em declarar seu voto para o senado federal, justificando motivos, abriu a porteira para a base aliada de o governador Ricardo Coutinho deixar o “curral” onde se encontravam presos pela legenda. Ficou nítida a sabotagem orquestrada contra o candidato Veneziano Vital do Rego, com certeza apoiada pelo Palácio da Redenção. Alguém acha que Arthur Filho, por exemplo, votaria em Veneziano Vital do Rego?

            Só os “neófitos” em política, não perceberem que a chapa do MDB com um único candidato ao Senado, foi uma das ideias mais genais da campanha de 2018, como “válvula de escape”. Atrai descontentes das demais postulações, constrói pontes para um eventual segundo turno, e conta com a fidelidade partidária dos eleitores de José Maranhão.

Qualificando como “dois homens de vergonha” – Luís Couto e Roberto Paulino, o polêmico Tião Gomes – apesar de seu perfil rebelde – não consegue enganar aos que enxergam um pouco mais longe, a inspiração “Maquiavélica” de Ricardo Coutinho por trás de sua decisão. Se Ricardo Coutinho eleger Veneziano, escolheu antecipadatodos os momentos, foi Luís Couto. Inclusive agora (2018) abdicando da reeleição certa para a Câmara dos Deputados. O passado de Veneziano – no tocante a fidelidade – não é nada recomendável. Votou pelo impeachment de Dilma, e estava ao lado de Fernando Haddad e Luis Couto semana passada na TV. Logo Dilma, que nomeou seu irmão Ministro do TCU, cargo vitalício. Derrotou Ney Suassuna (seu caixa na primeira eleição para PMCG) e deu as costas a José Maranhão, que elegeu seu irmão Senador, e tem como primeiro suplente sua mãe Nilda Gondim. Alguém acha que Ricardo Coutinho, de comportamento absolutamente semelhante ao de Veneziano, iria cair nesta cilada amadorística? E Luís Couto, que considera todos que votaram pelo impeachment de Dilma como “golpista”, o que faz ao lado de Veneziano? Vai ajudá-lo a ser senador da república?

Se proceder a conversa da granja – discussão entre João Azevedo, Ricardo Coutinho e Luís Torres – sobre a possibilidade de substituição da “cabeça da chapa” até o dia 05 de setembro próximo (2018), Luís Couto terá como companheiro de chapa João Azevedo. Na expectativa de criar um fato novo, e aproveitando a pontuação de Veneziano na pesquisa do IBOPE, o PSB o lançará como candidato de Campina Grande, na expectativa de repetir a “façanha” Estelizabel. Alcançar pelo menos o segundo turno, ou não chegar atrás de Lucélio Cartaxo, fato que comprometeria em definitivo a imagem de liderança do “socialista”. Dois mandatos de Prefeito da Capital, não elegeu seu candidato. Três eleições gerais, jamais conseguiu eleger um deputado federal. É… Como diz a canção de Aldir Blanc “laranja madura/Na beira da estrada/ Tá bichada moço, ou tem maribondo no pé”. Luís Couto e o PT ficarão bem distantes de Veneziano. Marcarão o voto.

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REJEIÇÃO É REPETIÇÃO DE UM ERRO CRASSO

            A recente pesquisa do IBOPE, que aferiu a intenção de voto dos paraibanos para o governo do estado em outubro próximo, traz mais uma vez um erro crasso, quando se refere ao quesito “rejeição”. Esta falha não é cometida de forma proposital. Apenas, colocam a pergunta no questionário e escolhem o entrevistador errado. Quem faz a opção por um candidato, de forma espontânea ou estimulada (quando mostram o disco ou relação dos candidatos), fica automaticamente impedido de responder a pergunta sobre a “rejeição”. Evidente que o eleitor que escolheu Lucélio ou João Azevedo, elegem automaticamente como seu principal adversário, aquele que eles temem vencer o pleito, no caso, o Senador José Maranhão. Se a disputa estivesse radicalizada, apenas com dois postulantes, por exemplo, Lucélio e João Azevedo, quem despontasse na dianteira, teria uma rejeição, maciça manifestada por aqueles que votavam no segundo colocado.

            Aprendemos este “segredo” no ano de 2006, quando observávamos um doutor em estatística analisar as pesquisas para o governo do estado (RN), senadores e deputados. São métodos simples, absolutamente distintos do que comummente interpreta o eleitor, e muitos “marqueteiros”. E um erro comum, cometido pela equipe que aplica em campo a pesquisa, ou talvez a mais pura ignorância dos Institutos contratados. Observemos a clareza dos números: Maranhão 31%, Lucélio Cartaxo 18%; João Azevedo 17%; Tárcio Teixeira 3%. Rama Dantas, deve ter um percentual de pelo menos 1%, público não alcançado pelo número de entrevistados na amostragem. Quando somados os votos do segundo ao quarto colocado, o resultado é de 38%, sem Rama Dantas. Neste caso, mesmo de forma equivocada (segundo a margem de erro de 3%) pode se afirmar que a rejeição de José Maranhão é de apenas 3% para mais, ou para menos, que pode ser zero. Todavia, os números divulgados pelo IBOPE são outros. Maranhão com 41% de rejeição mostra a veracidade da consolidação dos 31% das intenções de votos por ele conquistados. Quem confirma são as explicitas rejeições de Rama Dantas (33%); Lucélio Cartaxo e Tárcio Teixeira com 30% e João Azevedo com 28%. Quem vota em José Maranhão (31%) rejeita todos os demais candidatos. Desconhecem literalmente Lucélio, João; Tárcio e Rama.

            Talvez o leitor esteja curioso, duvidando ou perplexo, com a fidelidade dos números. E, indagará: como se mede então a rejeição de um candidato? É possível? Claro que sim. E é fatal numa disputa, quando se faz a leitura errada, da forma que apresentamos acima, e que o IBOPE divulgou. O quesito “rejeição” surge da pergunta: “Mas, se o senhor (a) resolvesse votar, em qual destes candidatos você não votaria de jeito nenhum”? Aí se obtém o verdadeiro resultado da rejeição. A diferença não está na pergunta, mas no público onde ela deve ser aplicada: indecisos, nulos, brancos ou não sabem e não responderam. E segundo o IBOPE, 23% pretendem anular seu voto ou votarem em branco, e 8% não sabem e não responderam. São 31% do eleitorado paraibano que poderão decidir ir às urnas até o dia 07/10/2018. Dentro destes 31%, se aplicarem a pergunta do modo como mencionamos, se encontrará o candidato mais rejeitado. O restante, 69% já fizeram uma opção, mesmo que – em pouquíssimos casos – de forma provisória. Portanto que se registre: os verdadeiros índices de rejeições dos candidatos ao governo do estado, ainda são desconhecidos pelo povo e os próprios postulantes.

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O ALVO É CÁSSIO

            Governador Ricardo Coutinho – mesma geração do Senador Cássio Cunha Lima – não esconde seu propósito de infringir uma segunda derrota ao Senador tucano, para consolidar em definitivo sua liderança. O fato não alijaria Cássio da política. Mas, fazendo uma analogia ao nosso campeonato de futebol, seria rebaixado da série “A”, para a “B”. Luciano Cartaxo, que caiu de paraquedas como vice-governador de José Maranhão, e conquistou a Prefeitura da Capital, em seis anos derrotou por duas vezes o candidato de Ricardo Coutinho, de Cássio (Cícero Lucena); e José Maranhão, acredita ter uma carreira política promissora e em ascenção. Todavia, para alcançar o Senado da República ou o governo do estado (2022), tem que derrotar Ricardo Coutinho, e ou Senador Cássio Cunha Lima. De preferência os dois. Radicaliza contra os “socialistas”  e não tem o menor remorso com uma eventual derrota do seu irmão gêmeo – homem missão – que começa a enlaçar Cássio Cunha Lima num “abraço de afogado”.

O mais estranho, é que até o momento, “socialistas” e aliança tucana, ainda não posicionam suas “canhoneiras” contra o Senador José Maranhão do MDB. Principalmente sabendo que o mesmo lidera as pesquisas de intenções de votos, distante dos demais. A resposta é simples. O primeiro turno será uma eleição parlamentar, fase classificatória para disputa pelo governo do estado, no final de outubro. Ricardo Coutinho pretende derrotar a aliança PV/PSDB/PP, e afogar seu líder Cássio Cunha Lima. Sabe que se José Maranhão não alcançar o segundo turno, sua tendência é apoiar o bloco oposicionista. E, numa eventual derrota do Senador Cássio Cunha Lima com sua chapa majoritária, o bloco se dispersa, tornando-se mais fácil o PP se ombrear com os socialistas. Na dúvida se haverá ou não reeleição em 2022, Ricardo Coutinho prefere uma vitória do MDB. Aposta no suposto cansaço físico de José Maranhão, e observa a falta de nomes dentro do partido (MDB) para sucedê-lo.

O quadro se agrava. Hoje, domingo (19.08.2018) os grupos do whatsapp amanheceram com um pesado bombardeio (orquestrado), tendo como alvo o Senador Cássio Cunha Lima. Vídeos do tucano elogiando o Presidente Temer, e o Deputado Carlos Marun elogiando Cássio, por ter pedido aplausos para Temer. Aí é que mora o perigo. Lucélio sendo derrotado, Romero Rodrigues e Luciano Cartaxo continuam no poder. João Azevedo perdendo, não foi Ricardo. José Maranhão amargando um resultado negativo, continua no Senado por mais quatro anos. Cássio perdendo, põe fim a longa história de vitorias de seu Clã. Com o elevado número de indecisos, nulos e brancos – disputa pelo Senado – os quatro estão em pé de igualdade. Veneziano Vital do Rego tem crescido muito e rápido, com a fidelidade do segundo voto de seu companheiro Luis Couto, e a simpatia do MDB – partido que deixou recentemente – e não dissociou seu nome do Senador José Maranhão. Luis Couto detesta Cunha Lima, e lutará com todas as forças que ainda lhes restam, para tirar Cássio do Senado. Daniella, mulher (a bela) buscará o voto feminino e tentará conquistar o segundo voto de todos. Roberto Paulino sem segundo voto, não irá obstacular as investidas de Veneziano em seus redutos, como segunda opção. Do Senador Cássio Cunha Lima, espera-se o “elemento surpresa”. Incidentes que tragam um sistemático processo de “desconstrução” na imagem de seus adversários diretos, de forma instantânea, capaz de rebaixar ou estagnar ameaçadores índices já alcançados. Faltam apenas 48 dias para o tira-teima.

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DEBATE DA TV ARAPUAN

            Ontem, 13/08/2018 a TV Arapuan promoveu o primeiro encontro (debate) entre os pré-candidatos ao governo do estado da Paraíba. José Maranhão (MDB), Lucélio Cartaxo (PV); João Azevedo (PSB) e Tércio Teixeira (PSOL). O evento marcou o início da contagem regressiva da última etapa de uma maratona iniciada em janeiro de 2017.

            Na abertura – apresentação dos candidatos – o único desconhecido era o psolista Tércio Teixeira. Lucélio vem de uma longa exposição midiática desde a campanha de 2014, quando disputou o Senado da República. João Azevedo – que desta vez soube segurar-se na sela (montaria) – não permitindo que seu líder o trocasse de última hora – venceu a primeira batalha, ao ser o candidato do governador Ricardo Coutinho. José Maranhão – desde 1950 na vida pública – já foi deputado estadual, federal, senador da república de dois mandatos e governou a Paraíba por três vezes, limitou-se na apresentação a dizer com simplicidade, a maior de suas virtudes do momento: sou ficha limpa. Em tempos de lava-jato, isto pesa no currículo a ser examinado pelo eleitorado.

            Durante duas horas e meia, perguntas foram feitas entre os candidatos, que seguindo um “cerimonial” teatral, levantavam-se das cadeiras em que estavam sentados, caminhavam até o centro do estúdio, um se posicionava frente ao outro, e faziam a pergunta. Vinha à resposta, a réplica, e em um dos blocos a tréplica. Depois, cada um marchava de volta ao seu assento (?). Isto é comum nas escolas de artes cênicas. Chama-se “marcação de palco”. O que imaginou o produtor do programa ao levar quatro políticos a repetir gestos idiotas? Eles não estão à procura do glamour. Estão caçando votos. Suas assessorias não deveriam ter permitido tamanho vexame. Os telespectadores queriam vê e ouvir um debate polêmico, sobre o drama do seu quotidiano, não imitadores de atores circenses mambembes.

            O debate serviria como parâmetro, para aferir o nível de conhecimento dos candidatos, sobre os problemas existentes na Paraíba. Suas ideias e opiniões, apontando soluções para amainar seus efeitos em curto e médio prazo, através de projetos consistentes e inovadores na gestão pública. Infelizmente, nada disto foi visto. Percebeu-se sim, o despreparo do candidato do PV Lucélio Cartaxo, que esqueceu completamente que era candidato a governador do estado, e não a prefeito de João Pessoa. Gastou todo o seu tempo divulgando a gestão de seu irmão gêmeo, a ponto do candidato José Maranhão – se não por lapso de memória, mas por ironia – dirigir-se quatro vezes ao mesmo o chamando de Luciano (?). Na interpretação de Tércio Teixeira – ignorando a legislação eleitoral, que proíbe parentesco de primeiro grau em casos de sucessão – insinuou que Lucélio sonhava era em ser candidato do seu próprio irmão, nas eleições de 2020. Dúvida que se instalou em Campina Grande: o Senador Cássio Cunha Lima, realmente conhecia Lucélio Cartaxo?

            João Azevedo não fugiu de sua missão. Enalteceu todos os atos da gestão do governador Ricardo Coutinho, prometendo continuidade dos projetos e ações desenvolvidos pelo “socialista” nos últimos oito anos. Foi rebatido de modo civilizado pelo candidato José Maranhão, que requereu seus direitos como o licitante do maior projeto de irrigação em obras na Paraíba, e a autoria da construção do açude de Acauã. A Lucélio, José Maranhão respondeu que construiu dois hospitais de Traumas no estado, fazendo justiça sobre o início das obras do de Campina Grande a gestão do Senador Cássio Cunha Lima. Acusou ainda o candidato do PV de “plagiar” sua plataforma de campanha. A Tércio Teixeira, como todo esquerdista “doutrinado”, restou a crítica pela crítica, e as “pegadinhas” em Lucélio Cartaxo – sobra “transparência”, apontando o “lamaçal” de corrupção (segundo o mesmo) enterrado na lagoa do Parque Sólon de Lucena. Perguntou também ao candidato da aliança PV/PP/PSDB – que se negou em responder, sobre o sombrio apoio do líder do governo Temer a sua candidatura. Finalmente o psolista acusou João Azevedo de “fura teto”, com salário mensal de 45 mil reais, superior ao Presidente da República e Ministros do Supremo.

            As equipes de marqueteiros erraram grosseiramente. A de José Maranhão deveria tê-lo orientado em falar muito… Três gestões a frente dos destinos da Paraíba, era para ter deitado e rolado sobre o tema recursos hídricos. Lucélio falou em recursos hídricos, sem nada entender sobre este processo. Perdeu-se ao falar sobre “mobilidade”, momento em que o candidato José Maranhão o interrompeu, afirmando que a única obra de mobilidade da gestão de seu irmão, (Luciano) foi uma “passagem molhada” na Av. Beira Rio. Finalmente só quem se deu bem foi Tércio Teixeira, um senhor desconhecido até no seu próprio bairro (em João Pessoa), ontem conhecido por milhares de pessoas, por ter emparedado os “monstros sagrados” da política paraibana.

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CÁSSIO CUNHA LIMA TEM SEU FAVORITISMO AMEAÇADO

              Na busca por caminhos mais curtos, o comum é se perder nos desconhecidos e arriscados atalhos. Senador Cássio Cunha Lima iniciou o ano de 2018, como o principal e mais favorito de todos os pré-candidatos para ocupar uma das duas vagas para o Senado Federal. Ao longo de todo o ano de 2017, com perspicácia “desmontou” todas as postulações que porventura viesse “sombreá-lo”, a partir do ambicioso plano natimorto do prefeito Romero Rodrigues, de ser o candidato ao governo do estado, fato que gerou uma discórdia interna na família e nos partidos. Os Cartaxos bandearam-se para o PV, sem aviso prévio ao PSD. Luciano passou a ser opositor de Romero e esqueceram o acerto inicial: apoio irrestrito ao Senador José Maranhão (MDB), que nada tinha a perder, pois mesmo raciocinando sobre a remota hipótese de sua derrota, retornaria para concluir seu mandato no Senado da República, até o ano de 2022. A chapa com Maranhão para o governo e Cássio ao lado de Luciano para o Senado, acomodaria todas as legendas. Manoel Júnior assumiria a Prefeitura, Micheline Rodrigues uma vaga para a Câmara dos Deputados, Raimundo Lira seria o primeiro suplente de Cássio ou Luciano; Daniella a vice de José Maranhão. Veneziano Vital do Rego (ainda no MDB) estaria com sua reeleição garantida, e com amplas possibilidades de vê sua genitora (Nilda Gondim) no Senado, em substituição a José Maranhão. O bem elaborado plano do então presidente do PSDB – ex-deputado federal Rui Carneiro – se configurava num “armistício” das oposições, “encurralando” Ricardo Coutinho, despido de quadros para montar um exército, capaz de enfrentar o grande contingente opositor.

             Para felicidade do governador Ricardo Coutinho, os “Cartaxos” ao lado de Romero Rodrigues boicotaram o trabalho de Rui Carneiro. Trocando seis por meia dúzia, Luciano lançou seu irmão Lucélio, ao lado de Micheline esposa de Romero Rodrigues. Veneziano deixou o MDB e filiou-se ao PSB. Os Ribeiros, se aproveitando da “balburdia”, aventuraram-se, e passaram a exigir um espaço na majoritária. Lira, ensarilhou suas armas e bateu em retirada, com a prematura partida do saudoso Rômulo Gouveia. O PP impôs Daniella Ribeiro como companheira de chapa de Cássio Cunha Lima, na coligação PV/PP/PSDB. Cássio optou por Eva Gouveia (PSD) como primeira suplente, que nada acrescenta. Daniella escolheu um supersecretário da PMJP, com maior mobilidade que a esposa de Luciano Cartaxo. Governador Ricardo Coutinho tirou uma carta da manga, e lançou Luís Couto (PT) como companheiro de Veneziano. O quadro se complicou para Cássio… Tivemos acesso a uma pesquisa de consumo (realizada apenas em Campina Grande) há três semanas, onde o Senador Cássio Cunha Lima aparece liderando com 30% das intenções de votos, opção de apenas 38% do eleitorado que apresenta 62% de indecisos, nulos; brancos e os que se abstiveram de opinar, não escolhendo n