Veneziano se diz perplexo com declaração de presidente de conclamar Quarteis a comemorar Ditadura Militar

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Em pronunciamento no Plenário do Senado, nesta quarta-feira (27), o senador Veneziano Vital do Rêgo (PSB-PB), repudiou a postura do Presidente da República Jair Bolsonaro (PSL), por conclamar os quarteis do País para comemorar no próximo 31 de março como recordação do Golpe de 1964 e consequentemente, o início da Ditadura Militar.

Visivelmente perplexo, o parlamentar lamentou a postura do chefe da nação, que responde pelo mais alto cargo da República, visto que a Ditadura Militar como um dos mais dolorosos da vida do Brasil e que deveria ser apagado da memória dos brasileiros.

“E não é um pronunciamento somente, mas a reação de quem mesmo não tendo vivido na pele aquele período. Sou nascido em 1970. Portanto poderia aqui não ter a dimensão exata, mas acompanhei de perto. Porque no meu lar e próximo a mim, e outros tantos depoimentos desses últimos anos, eu pude absorver”, ressaltou.

O parlamentar enfatizou que não existe motivo nem cabimento algum para o País referendar ditaduras, sejam estas de correntes esquerda ou de direita. Como democrata, Veneziano enfatizou que nenhuma ditatura, seja quais sejam os propósitos ditatoriais, devem merecer de todos os brasileiros a repulsa, a atenção e a vigilância.

“Não tem cabimento que haja das palavras expostas e trazidas por parte do presidente da República, o incitamento, para que mais uma vez o país volte a estar discutindo sobre algo que foi doloroso. Festejar mortes, jamais. Festejar censuras, absurdamente não podemos aceitar” lamentou.

Dizendo-se incomodado, Veneziano lembrou que a Ditatura Militar foi período vergonhoso que se arrastou por mais de duas décadas, sob a justificativa de que o regime foi decretado por força de um iminente perigo que o Brasil fosse tomado por conta do regime comunista.

Ele ressaltou que esse argumento dos militares nunca teve qualquer fundamento, a não ser o desejo de impor a nação brasileira o desejo, o livre arbítrio daqueles que a comandavam, sob os urutus nas ruas com os coturnos a silenciar. Cercear a liberdade dos artistas, aos profissionais e advogados, como o advogado Antônio Vital do Rêgo, pai do senador paraibano e uma das maiores referências do País que a advocacia conheceu.

Veneziano lembrou que depois de ter sido caçado pelo Regime Militar, Antônio Vital do Rêgo, que foi deputado federal por três mandatos, ficou até impedido de exercer a advocacia devido os algozes do regime.

Ao tempo em que expressou veementemente a sua repulsa ao regime de 64 e que se estendeu por mais de duas décadas, Veneziano disse que o Congresso Nacional que também sofreu com a Ditadura Militar, precisa trazer de volta ao País, uma relação aonde não estejam permitidos o engalfinhamento entre aqueles que supostamente representam mal e a relação entre aqueles que representam o bem.

Como filho de Antônio Vital do Rêgo, e neto do ex governador Pedro Gondim, o senador paraibano, disse que já está na hora do Congresso reestabelecer uma relação do bom debate e da boa disputa de ideias, o que prevalece em qualquer democracia.

Veneziano disse que é contra a qualquer tentativa de incitação do sentimento de revanchismo e que se em algum momento, os brasileiros silenciaram, foi por conta da presença e da imposição do regime autoritário.

“Então, ao invés de comemorarmos o 31, se não tê-lo como uma história que não pode ser reeditada, que não pode ser reiterada, nós precisamos é delevarmos as nossas escolas a todos e quaisquer ambiente da sociedade civil, o que é importante. Prevalecer e lutar a democracia. Fazer valer o respeito as autoridades militares sim, mais dentro que que compete as forças armadas, nos limites de suas atribuições como fundamentais para a própria democracia com a presença do Legislativo possa subsistir.

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