
Compartilhe essa notícia
O diretor de Comunicação do Sintab, o ex-vereador Napoleão Maracajá, lamentou, nesta quarta-feira (31), que a proposta de reajuste do salário dos servidores municipais de Campina Grande tenha sido de 3% e afirmou que, sem uma “radiografia completa, irrestrita e contemplativa” de tudo que o município recebe e gasta dificilmente ele vai frear uma greve dos servidores da Saúde em outubro.
Napoleão criticou a postura do prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, diante da pauta e considerou a proposta de 3% insignificante. Ele alegou que um salário não deve ser reajustado apenas pelo índice de inflação e o prefeito demonstrou desprezo pela pauta.
“3% é insignificante diante do índice de inflação e não é correto reajustar um salário apenas pelo índice da inflação. A forma como tudo foi conduzido é muito dolorosa. O prefeito chegou sem nenhum secretário, sequer ele levou a pauta que foi protocolada no início do mês. Foi uma reunião infértil. Esperamos ter uma nova reunião e esperamos que ele convoque os secretários como deve ser. É natural que o prefeito não tenha conhecimento de todos os pontos, mas chegar sem a pauta, demonstra desprezo por este documento”, adiantou Napoleão.
Ele também apontou o fato da Database ainda ser no mês de maio e argumentou na defesa de maior transparência, pois segundo ele, sem ela, os servidores não vão se sacrificar.
“Não faz mais sentido a Database continuar em maio quando o reajuste do salário mínimo, desde 2010, passou a ser em 1º de janeiro. Então o servidor perde janeiro, fevereiro e março. Quando vereador eu pedi a Database para janeiro, mas foi aprovado pelos vereadores e derrubado pela Justiça. A gente lamenta, não só pelos 3%, mas precisamos discutir a crise com transparência para saber quando o município gasta com diárias, comissionados, prestadores, combustíveis, doações, patrocínios, e outros gêneros. Precisamos destes números. Não podemos fazer um debate apenas com a fala de alguém que diz que estamos vivendo uma crise e vai dar apenas 3%”, acrescentou.
O diretor finalizou sua declaração protestando contra a punição da crise que cai “apenas sobre o servidor”.
“Não aceito o modo como só o servidor ter que pagar o prejuízo. Essa conta não é nossa. O servidor não roubou, não quebrou o Estado e não aceitamos nenhuma forma de ataque a nenhum dos trabalhadores. É confortável se esconder atrás da crise, mas não apresentar a radiografia do município. Entendo que os servidores poderão ter uma cota de sacrifício, desde que a verdade venha a tona e seja discutida e documentada. Senão não houver excesso em áreas supérfluas, certamente os servidores estão dispostos a oferecer algum sacrifício”, falou.